NATALY S. APARECIDA
O desperdício de água NÃO PODE continuar!
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Direção Geral: Supervisão Editorial: Edição de Texto: Revisão de Texto: Editoração Eletrônica e Capa: Fotografia da Capa: Impressão e Acabamento:
Julio E. Emöd Maria Pia Castiglia Carla Castiglia Gonzaga Ana Olívia Ramos Pires Justo Mônica Roberta Suguiyama Kwest/Shutterstock Cromosete Gráfica e Editora Ltda.
dados Internacionais de Catalogação na publicação (CIp) (Câmara Brasileira do Livro, Sp, Brasil) Moraes, Paulo Roberto Aparecida, Nataly S. Roberto Moraes, Suely A. R. Freire de Mello ; Expedição Brasil / Paulo Agora, Marina chega! Silveira : o desperdício pode 2014. -colaboração Lopes. -- de Sãoágua Paulonão : HARBRA, (Expedição Brasil) continuar! / Nataly S. Aparecida . --
São Paulo : HARBRA, 2015.
Conteúdo: Nordeste -- Centro-Oeste -- Sudeste -Norte -- Sul. ISBN 978-85-294-0468-4 ISBN 978-85-294-0347-9 (obra completa)
Água - Abastecimento 1. 1. Brasil - Aspectos ambientais2.2.Água Brasil- -Conservação Descrição 3. Brasil - História 3. Água--Brasil Consumo 4. Água - Uso I. -Título 4. Cultura 5. Paisagens - Proteção Brasil I. Mello, Suely A. R. Freire de. II. Lopes, Marina Silveira. III. Título. IV. Série. 15-02614
CDD-553.7
08-06587
CDD-918
Índices para catálogo sistemático: 1. Água : Consumo consciente : Geologia econômica 553.7 1. Brasil : Descrição 918
AGORA, CHEGA! O desperdício de água nãO pOdE continuar Copyright © 2015 por editora HARBRA ltda. Rua Joaquim Távora, 629 04015-001 – São Paulo – SP Tel.: (0.xx.11) 5084-2482. Fax: (0.xx.11) 5575-6876 Site: www.harbra.com.br
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Printed in Brazil
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INTRODUÇÃO A Organização das Nações Unidas – ONU publicou, em 2015, relatório indicando a necessidade de uma mudança de atitude no que diz respeito ao gerenciamento e à utilização da água. Estudos indicam que 20% dos aquíferos do planeta estão sendo explorados além de seu limite, o que pode trazer como consequência uma crise no abastecimento desse recurso. De acordo com esse relatório, o Brasil tem alterado de modo significativo o curso natural dos rios em virtude da construção de hidrelétricas, levando a um aumento em sua degradação e em seu assoreamento. Apesar disso, ainda estamos em uma situação mais privilegiada do que muitos países (observe a o mapa abaixo). RECURSOS HÍdRICOS REnOVÁVEIS
S/ AP
VO ER AC
E DA Círculo Polar Ártico
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
Trópico de Câncer
MôNICA ROBERTA
SU G
U Iy AM A/ AL L
M
A OR DIT
OCEANO PACÍFICO
Equador
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Total de recursos hídricos renováveis porhabi tante (m3/hab. por ano)
0
6.921,0
5.480
km
1.363,0 2.879,0
ESCALA 2.740
Círculo Polar Antártico
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
21.467,0
Fonte: ONU/FAO/AqUASTAT
Em 2015, cerca de 750 milhões de pessoas ainda não tinham acesso à água potável, mas as perspectivas para 2030 não são melhores: estima-se que 40% dos recursos hídricos do mundo poderão estar comprometidos se nada for feito. Além das medidas adotadas pelos governos, a população pode contribuir, e muito, para o uso responsável da água, implementando ações que estão ao seu alcance. 3
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Os NúmeROs sÃO cONhecIDOs
Não custa repetir aquilo que em algum momento já ouvimos ou lemos: nosso planeta possui 71% de sua superfície recoberta por água. Um enorme oceano de água salgada circunda os continentes. Ao todo, estima-se que a água disponível no planeta seja de 1.386 milhões de km3 e, desse valor, 96,5% (1.338 milhões de km3) está nos oceanos e mares, um volume que não dá nem para imaginar. Então, com tanta água, por que recentemente temos visto tamanha preocupação com a possibilidade de sua falta? Não poderíamos buscar nos oceanos o líquido de que tanto precisamos para a nossa sobrevivência? A água salgada, tal qual está disponível nos mares e oceanos, não pode ser utilizada por nós seres humanos. Isso porque a concentração de sais presente no sangue humano é muito menor do que a concentração na água do mar. Se tentássemos matar a sede ingerindo a água do mar, isso ocasionaria um desequilíbrio tão grande em nosso organismo que poderia até levar à morte. 5
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Outro motivo importante pelo Dessalinização: retirada dos qual é limitada a retirada de água sais. No caso dos oceanos, os salgada para consumo de nós, seres sais em maior concentração humanos, é o custo nesse processo: são o cloreto de sódio, sulfato não só seria preciso fazer a dessalide cálcio, sulfato de magnésio e cloreto de magnésio. O clonização da água, mas também seria reto de sódio (sal de cozinha) necessário construir as adutoras que é o mais abundante dos sais transportariam esse líquido do litoral marinhos. até as centrais de tratamento e, destas, para os reservatórios nas cidades. Os seres humanos precisam do que se convencionou chamar água doce, aquela em que há baixa quantidade de sais. A disponibilidade de água doce, contando lagos, lagoas, rios e geleiras, é de aproximadamente 3,5% do volume total de água. Observe, pelo gráfico abaixo, que apenas uma minúscula porção da água do planeta se encontra em rios, lagos e pântanos (0,012% do total).
Fonte: SHIKLOMANOV, I. A.; RODDA, J. C. World Water Resources at the Beginning of the Twenty-first Century. Cambridge: Unesco/Cambridge University Press, 2003. p.13. Adaptação.
DIFERENÇA ENTRE MAR E OCEANO Pode parecer que os termos mar e oceano sejam sinônimos, mas não são!!! Considera-se oceano um corpo de volume de água salgada muito grande, de profundidade elevada e de livre circulação. Já mar é um corpo de água salgada menor e mais raso (de algumas poucas centenas de metros de profundidade) do que o oceano e de circulação mais restrita.
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POR QUe A ÁGUA DO OceANO É sALGADA?
Acredita-se que a elevada concentração de sais nas águas dos oceanos tenha duas origens: uma delas seriam as precipitações. Quando as chuvas e neves caem, elas trazem consigo íons presentes na atmosfera. Esses íons combinam-se com outros elementos químicos e formam, entre outros produtos, sais. Outro fator responsável pela alta concentração de sais nos mares e oceanos seria a ação dos rios sobre as rochas. A constante passagem da água dos rios sobre as rochas acaba por fragmentá-las e retira delas sais. Esses sais não são evaporados e acabam por serem levados para os oceanos, onde as águas dos rios desembocam. Milhares de anos dessas duas ações fizeram com que a concentração de sais nos oceanos seja muito elevada. JOPELKA/SHUTTERSTOCK
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CICLO DA ÁGUA 2. TRANSPIRAÇÃO A transpiração vegetal e a animal também contribuem com vapor-d’água para a atmosfera.
3. PRECIPITAÇÃO Quando a atmosfera está saturada de vapor-d’água, ocorre a precipitação, sob a forma de chuva, neve ou granizo.
TRANSPORTE PARA O CONTINENTE PRECIPITAÇÃO
TRANSPIRAÇÃO
LSKYWALKER/SHU
TTERSTOCK
EVAPORAÇÃO
LENÇOL FREÁTICO
OCEANO
1. EVAPORAÇÃO
4. DEGELO
A evaporação da água dos oceanos, mares, rios, lagos e cursos d’água enriquece a atmosfera com vapor-d’água.
5. INFILTRAÇÃO
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O degelo das neves alimentam os cursos d’água ou penetram no solo, enriquecendo o lençol freático.
A água das chuvas pode ser absorvida pelos vegetais, consumida pelos animais, alimentar rios e lagos ou infitrar-se no solo, alimentando as águas subterrâneas.
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O Brasil é um país privilegiado, pois concentra em torno de 12% da água doce do mundo. Cerca de 90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes durante o ano e as condições climáticas e geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, com exceção do Semiárido, onde os rios são pobres e temporários. Essa água, no entanto, é distribuída de forma irregular, apesar da abundância em termos gerais. A Amazônia, onde estão as mais baixas concentrações populacionais, possui 78% da água superficial. Enquanto isso, no Sudeste, essa relação se inverte: a maior concentração populacional do País tem disponível 6% do total da água. Adaptado de: Água doce e limpa: de “dádiva” à raridade. Disponível em: <http://www.socioambiental.org/esp/agua/pgn/>. Acesso em: 7 mar. 2015.
ÊPA! IssO AFeTA O cIcLO DA ÁGUA! Pode-se considerar que o ciclo da água se apresenta em equilíbro. Porém, a contínua circulação da água no planeta Terra tem sido afetada principalmente pela influência das atividades humanas. O desmatamento afeta diretamente esse ciclo na medida em que há menos transpiração vegetal com a consequente diminuição de vapor-d’água evaporado para a atmosfera. Segundo o relatório O Futuro Climático da Amazônia*, estima-se que a quantidade total de água fluindo do solo para a atmosfera através das árvores da floresta da Amazônia seja do fantástico número de 20 trilhões de litros de água (transpirada) ao dia!
A título de comparação, o enorme volume de água lançado pelas árvores da Amazônia para a atmosfera é maior do que o volume de água que o Rio Amazonas lança no Oceano Atlântico por dia (cerca de 17 trilhões de litros). * NOBRE, A. D. O Futuro Climático da Amazônia – Relatório de Avaliação Científica. São José dos Campos: ARA, 2014. p. 13. Disponível em: < http://www.ccst.inpe.br/wp-content/uploads/2014/10/ Futuro-Climatico-da-Amazonia.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2015.
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Não foi pouco o que se desmatou na Amazônia brasileira de 1970 a 2013: foram 763 mil km2 desmatados, o que equivale à área somada dos estados de Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Rio de Janeiro. E por que esse enorme desmatamento influi no ciclo da água e no clima de determinadas regiões do Brasil? OS “RIOS VOADORES” Você conhece o termo “rio voador”? Esse termo tem lá sua razão de ser: imensas massas de vapor-d’água na atmosfera são deslocadas pelas correntes de ar por centenas de quilômetros e acabam desaguando bem distante de onde foram formadas. Esses “rios” existem em várias partes do planeta e no Brasil o mais importante deles tem origem na evaporação das águas do Oceano Atlântico, próximo à linha do Equador. As massas de vapor-dágua formadas são empurradas por ventos em direção à Floresta Amazônica, deslocando-se relativamente próximas à superfície, no máximo a 3.000 m de altura. Como vimos, a Floresta lança mais vapor-d’água para a atmosfera o que faz com que esse “rio voador” praticamente dobre de volume à medida que passa sobre a Amazônia, sendo deslocado para oeste. Ao encontrar a cordilheira dos Andes, cuja altura média é de 4.000 m, esse “rio voador” é parcialmente bloqueado: boa parte do vapor continua na região, formando as neves da cordilheira ou se precipitando em chuva, mas cerca de 40% desse volume é deslocado para o sul do Brasil. Em seu deslocamento, passa essa massa de umidade pelos estados de Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, até o Paraná, precipitando-se sob a forma de chuvas. Estudos mostram que mais da metade das precipitações do CO e do SE vem desse “rio voador” da Amazônia. Com o desmatamento acelerado, o volume de água transpirado pela Floresta cai, reduzindo o volume dessa poderosa massa de umidade, com a consequente diminuição das chuvas nas regiões CO e SE. Menos chuva, menos água para suprir as necessidades dos seres vivos. ANA OLÍVIA JUSTO/ACER VO DA
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Leia mais em: NOBRE, A. D. O Futuro Climático da Amazônia. Op. cit.
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Também afetam o ciclo hidrológico, principalmente nas cidades, a impermeabilização do terreno, o que dificulta que a água penetre no solo, não raro ocasionando inundações, e a poluição das águas com esgotos e resíduos industriais, o que interfere no volume de água que pode ser reciclado. Outro fator extremamente sério que afeta o ciclo da água é a mudança climática por que passa o planeta. Além das causas naturais, como variações da radiação solar, também há o aumento da concentração de gases de efeito estufa, o que tem acelerado o aquecimento global.
ANA OLÍVIA JUSTO/ACERVO DA EDITORA
O EFEITO ESTUFA
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Desde que o planeta Terra foi formado, ele tem sido aquecido pela energia proveniente do Sol. Além disso, outros fatores naturais (erupções vulcânicas, por exemplo) contribuíram para que, a partir da concentração de determinados gases na atmosfera terrestre, houvesse um aumento de temperatura na superfície do planeta. Mas de que forma a presença desses gases favorece essa elevação? Alguns gases, como o dióxido de carbono, metano, óxidos de nitrogênio e o próprio vaporesQUemA DO -d’água, são conhecidos como gases de efeito eseFeITO esTUFA tufa, porque – assim como as paredes de vidro de uma estufa – eles permitem a passagem da radiação 4 solar, mas impedem que o calor retorne ao espaço. Apesar de que um aumento da temperatura global pode ser considerado esperado, a queima de 3 combustíveis fósseis, como o petróleo, por exemplo, libera gás carbônico, aumentando rapidamente a concentração desse gás de efeito estufa na atmosfera. E quanto maior a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, maior a possibilidade de aquecimento global. 1. A radiação do Sol que atravessa a atmosfera terrestre aquece a superfície do nosso planeta. 2. Parte dessa radiação é absorvida e parte retorna à atmosfera. 3. Nuvens carregadas de vapor-d’água absorvem parte da radiação e redirecionam outra porção para a superfície terrestre, o que leva a um aumento da temperatura. 4. Parte da radiação refletida para a atmosfera fica retida por uma camada de gases, os chamados gases de efeito estufa, redirecionando os raios para a superfície do planeta, o que também faz com que a temperatura aumente.
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O aumento da temperatura global influi diretamente na evaporação, com o consequente acréscimo de vapor-d’água na atmosfera, levando a mudanças no padrão de chuvas e na quantidade de água de rios e nascentes. Uma maior evaporação da água leva a precipitações mais intensas, mas não necessariamente nos locais em que costumavam cair. Com isso, novas áreas secas estão surgindo nos continentes e outras regiões recebem chuvas tão intensas que estão sendo alagadas com frequência. A maior demanda por água também é consequência do aumento das atividades agropastoris, industriais e de serviços, além, naturalmente, do aumento da população – um contingente de mais de 7 bilhões de pessoas, como o que temos neste início de século XXI, requer logicamente muito mais água do que uma população de 1 bilhão de habitantes, como a de 1801, início do século XIX.
pOpULAÇãO BRASILEIRA (em 10 milhões de habitantes)
1872
2010
MôNICA ROBERTA SUGUIyAMA/ACERVO DA EDITORA
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a população brasileira era de 9.930.478 habitantes pelo censo de 1872 e de 190.755.799 habitantes em 2010. Observe que em pouco mais de cem anos, a população recenseada é 19 vezes a de 1872!
22 De mARÇO, DIA mUNDIAL DA ÁGUA A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu em 22 de março de 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, o “Dia Mundial da Água”. Na ocasião, também foi publicado o documento a seguir, sobre o qual vale a pena refletir. 12
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DecLARAÇÃO UNIVeRsAL DOs DIReITOs DA ÁGUA Art. 1.º – A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plenamente responsável aos olhos de todos. Art. 2.º – A água é a seiva do nosso planeta. Ela é a condição essencial de vida de todo ser vegetal, animal ou humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 3 .º da Declaração dos Direitos do Homem. Art. 3.º – Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia. Art. 4.º – O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam. Art. 5.º – A água não é somente uma herança dos nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como uma obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras. Art. 6.º – A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo. Art. 7.º – A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis. Art. 8.º – A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado. Art. 9.º – A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social. Art. 10.º – O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra. 13
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cONsUmO cONscIeNTe De ÁGUA:
O QUe esTÁ AO NOssO ALcANce FAZeR? A população está cada vez mais consciente da necessidade de não desperdiçar água e são muitas, felizmente, as ideias e ações que estão sendo veiculadas, tanto na mídia impressa como na eletrônica. Veja a seguir algumas propostas simples, de fácil execução, e que já garantem uma boa diminuição no consumo de água.
na cozinha Feche bem a torneira. Uma torneira pingando gasta cerca de 45 litros de água por dia ou 1.350 litros por mês; se um filete de água estiver correndo, então o desperdício é maior (cerca de 130 litros por dia). Tente utilizar uma só xícara para vários cafezinhos ou um só copo para beber água várias vezes. Pode não parecer, mas agindo assim já há uma economia de água: estima-se que são necessários dois copos de água limpa para lavar um copo sujo. quando for colocar pratos, talheres, travessas e panelas para lavar, lembre-se de antes retirar bem os restos de comida e jogá-los no lixo (e nunca nas pias). Outra dica interessante é tampar a pia da cozinha, colocar água até a metade, acrescentar detergente e deixar a louça por alguns minutos de molho antes de começar a ensaboá-la. Lembre-se de manter a torneira fechada durante o ensaboamento. Se você possui uma máquina para lavar louça, só a utilize quando contiver louça em sua capacidade total.
no banheiro Escovar os dentes ou fazer a barba sempre com a torneira fechada. Abra a torneira só no início e no fim desses procedimentos. Vaso sanitário não é lixeira. Portanto, não jogue dentro dele papel higiênico ou qualquer outro lixo. 14
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Estima-se que 6 segundos de descarga gastem entre 10 e 14 litros de água. Atenção aos vazamentos: a cada quinze dias examine se não há torneiras, válvulas ou canos com problemas. Você pode tomar um bom banho em 5 minutos. Não utilize o tempo sob o chuveiro para lavar roupas, fazer a barba ou escovar os dentes. Se você mantiver o chuveiro fechado ao se ensaboar, a economia será, em média, de 130 litros por banho. Em algumas casas é preciso esperar com o registro aberto até que a água do chuveiro esquente. Nesse caso, coloque um balde e colete essa água fria: como ela é limpa, poderá ser utilizada para fazer a limpeza da casa ou mesmo para regar as plantas.
no jardim Regue as plantas no início da manhã ou à noite a fim de que ela não evapore rapidamente. Em lugar da mangueira, utilize um regador. Se você tem várias plantas em vasos de fibra de coco, coloque água em um balde e mergulhe nele os vasos, um por vez. Com isso, eles ficarão bem supridos com água, sem haver desperdício. Utilize a água que sobrar no balde para regar outras plantas.
na lavanderia No tanque, mantenha a torneira fechada enquanto esfrega ou ensaboa a roupa. Estima-se que 10 minutos de torneira aberta no tanque gastem cerca de 180 litros de água. Só utilize a máquina de lavar em sua capacidade máxima. A água do enxágue pode ser coletada e empregada para a limpeza da casa, da calçada ou mesmo do carro. 15
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Este volume tem por objetivo colaborar para o esclarecimento dos leitores no que diz respeito a alguns detalhes importantes sobre a água, seu ciclo, sua disponibilidade e a necessidade de utilizar esse recurso com responsabilidade. Conheça também outras coleções destinadas ao estudo de Ciências e do meio ambiente:
coleção BIOMAS DO BRASIL Além de apresentar as características de cada bioma brasileiro, sua fauna, sua flora, sua importância econômica, o objetivo da coleção Biomas do Brasil é conscientizar o leitor da necessidade de preservar nossas riquezas ambientais.
coleção CIÊNCIAS Em 4 volumes (Meio Ambiente, Seres Vivos, Corpo Humano, Química e Física), essa coleção destina-se aos alunos do Ensino Fundamental II. Escrita por um time de renomados autores – Armênio Uzunian, Ernesto Birner, Dan Edésio Pinseta, José Eduardo Rezende e Marlon Soares – essa obra tem por objetivo, além de transmitir os conhecimentos da disciplina, desenvolver nos alunos a capacidade de reflexão, de crítica, o gosto pela investigação e o respeito pelo meio ambiente e recursos naturais.
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