As Lágrimas do Imperador - 3.ª edição - coleção Entre Atos e Fatos

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coleção ENTRE ATOS E FATOS

AS LÁGRIMAS DO IMPERADOR

2 a edição

Ilustrações: Negreiros

Elzi Nascimento Elzita Melo Quinta

AS LÁGRIMAS DO IMPERADOR

3a edição

coleção ENTRE ATOS E FATOS

AS LÁGRIMAS DO IMPERADOR

3a edição

Elzi Nascimento

Elzita Melo Quinta

O elemento ficcional foi usado como recurso didático.

Os fatos aqui narrados baseiam-se em obras que tratam da Proclamação da República do Brasil.

Direção Geral: Supervisão Editorial: Editora Assistente:

Projeto Gráfico: Ilustrações: Assistente Editorial:

Revisão de Provas: Editoração Eletrônica: Impressão e Acabamento:

Julio E. Emöd

Maria Pia Castiglia

Sílvia Ricardo Vincenzo Scarpellini Negreiros

Mônica Roberta Suguiyama Graziela Lacerda Favatto

Neusa Sayuri Shinya Gráfica Forma Certa

AS LÁGRIMAS DO IMPERADOR – 3a edição Copyright © 2024 por editora HARBRA ltda.

Rua Mauro, 400 – Vila da Saúde 04055-041 – São Paulo – SP

Tel.: (011) 5084-2482

Site: www.harbra.com.br

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc. – nem apropriada ou estocada em sistemas de banco de dados, sem a expressa autorização da editora.

ISBN (coleção) 85-294-0123-9

ISBN 978-85-294-0595-7

Impresso no Brasil

Printed in Brazil

APRESENTAçãO

A abdicação do primeiro Imperador do Brasil, nove anos após o “grito” do Ipiranga, deixa ao abandono e à solidão uma criança que repentinamente é feita estadista. E é exatamente neste ponto, que esse menino, magro e loiro, começa esta revisão histórica.

O livro As Lágrimas do Imperador traz para você os momentos mais importantes e significativos do Segundo Império do Brasil. Sob a ótica do herdeiro da Coroa de um país exótico dos trópicos, você irá participar de mais um ato importante de nossa história.

Ligue-se! Esta aventura ainda vai dar o que falar!

O que parecia ser o reino de um conto de final feliz, de repente perdeu o rumo, complicando-se em meio a uma guerra sangrenta, que iniciou a derrocada do Império do Brasil. Da ascensão à queda do Segundo Império, você será conduzido pela narrativa vibrante de quem, amando o Brasil, é obrigado a deixá-lo em lágrimas.

Um punhado de terra, como lembrança simbólica, foi o que restou àquele que, durante meio século, decidiu os destinos do maior território do Cone Sul.

Em nossas pesquisas buscamos traçar para você um Brasil sem máscaras, mas de forma muito respeitosa, pois a terra que nos abriga merece toda a atenção e envolvimento de seus filhos.

Você pode e deve participar conhecendo mais, buscando mais, questionando mais, registrando seu pensamento, sua opinião.

Elzi & Elzita

Nossos endereços eletrônicos: editorial@harbra.com.br iopta@iopta.com.br

Ao acordar, percebi uma movimentação estranha, mas não tinha ideia do que estava acontecendo. Homens com caras preocupadas não me deixavam um minuto sozinho. Falavam baixinho, quase cochichando, com medo de serem ouvidos.

Eu estava muito assustado e pedia para ser levado à presença de meu pai. Minha governanta tentava me acalmar, mas eu insistia: quero ver meu pai!

7 u era muito pequeno, tinha apenas cinco anos. Mas nunca me esquecerei do dia 7 de abril de 1831. Foi um dia tumultuado no palácio de São Cristóvão, também conhecido por Quinta Real da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Nesse paço morávamos eu, Pedro de Alcântara; minhas irmãs; meu pai, Dom Pedro I, Imperador do Brasil, e minha madrasta, a Imperatriz D. Amélia Leuchtemberg-Beaurnais.

Não demorou muito para eu ser informado de que não poderia vê-lo, como também a minha madrasta e minha irmã mais velha. Insistiam que eu ficaria afastado deles por um pequeno período de tempo. Inicialmente, até acreditei em tal desculpa.

Mas a verdade era outra. Meu pai havia abdicado ao trono em meu favor. Comunicou sua decisão em uma carta objetiva e sem rodeios, que foi divulgada pela imprensa, ao final do dia. Isto me marcou profundamente. Nunca me esquecerei do que ouvi:

Eu Estava muito

assustado E pEdia para sEr lEvado à prEsEnça dE mEu pai.

“Usando do direito que a Constituição me concede, declaro que hei mui voluntariamente abdicado na pessoa do meu amado e prezado filho, Sr. D. Pedro de Alcântara.

Boa Vista, 7 de abril de 1831, décimo da Independência e do Império.”

As razões para essa atitude tão radical não eram nada claras para mim. Mais tarde pude compreendê-las. Meu pai era um homem temperamental, autoritário e governava o Brasil à sua maneira, não dando “muitos ouvidos” aos brasileiros. Nos últimos dois anos de seu reinado teve grandes problemas e desavenças com os políticos nacionalistas. Estes percebiam que ele se aproximava muito dos portugueses que viviam no Brasil. Os lusitanos desejavam que D. Pedro I governasse sozinho, sem a interferência dos deputados e senadores do Brasil.

O descontentamento com o governo imperial era grande e cresceu ainda mais com o assassinato do jornalista Líbero Badaró, um homem que fazia oposição ao Imperador.

Para piorar, meu pai decidiu chamar alguns portugueses para formar seu Ministério. Todos os elementos foram escolhidos por ele para ajudá-lo a governar. A população e mesmo os políticos ficaram indignados com essa atitude e houve uma grande manifestação popular no Rio de Janeiro. Desta vez, o Exército não apoiou o Imperador, ficando ao lado do povo.

A situação ficou muito complicada. Meu pai ficou sem alternativas e foi obrigado a renunciar ao trono.

Ainda sem entender o que estava realmente acontecendo, fui posto no fundo de uma carruagem de gala, somente com a minha aia, a Condessa de Belmonte, Dona Mariana de Verna, que eu chamava de Dadama. Eu estava confuso, queria a presença de meu pai. Percebi que isso era impossível. Meus olhos encheram-se de lágrimas. Chorei copiosamente por entrecortados soluços.

heguei ao centro do Rio de Janeiro por volta da uma hora da tarde. A multidão gritava: “Viva D. Pedro II, nosso Imperador”. O coche tinha dificuldade para abrir passagem no meio daquele povaréu. Fui levado ao balcão dos grandes aposentos de honra do palácio, de frente para a multidão. Fiquei impressionado, ou melhor, assustado, com as milhares de pessoas que em alta voz exclamavam: “Viva o nosso Imperador!”

Eu era tão pequeno que fui colocado de pé em cima de uma poltrona para enxergar acima do parapeito e observar a multidão. Assim mesmo, José Bonifácio de Andrada e Silva, um ex-ministro do Império e político influente, agora meu tutor (o homem nomeado por meu pai para zelar por mim e pela minha educação), segurava-me por trás, com medo que eu caísse.

Vi se afastar de mim, nesse mesmo dia, meu pai. Ele estava sendo levado para o reino D’além Tejo por uma fragata inglesa, juntamente com a Imperatriz D. Amélia Leuchtemberg-Beaurnais.

Na fragata francesa, embarcaram minha irmã mais velha, D. Maria da Glória, e o restante da comitiva, para o mesmo destino.

Partiam para sempre.

Meu pai havia libertado o Brasil de Portugal e agora retornava para lá. Eu ficava, com o coração preso sob o peso da solidão, da dúvida, do medo, da responsabilidade, pressentindo que jamais veria meu pai novamente.

Ele veio a falecer, vitimado pela tuberculose, aos 36 anos. Isto se deu em 1834, em Lisboa, a capital portuguesa, logo após sair vitorioso da guerra contra o príncipe D. Miguel, defendendo o trono português para sua filha mais velha, D. Maria da Glória.

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O Brasil tem memória. E tem memória porque tem história. Nossa história tem raça, tem garra, tem amor, envolvimento de bravos, tormento de inocentes, exploração de reticentes...

O Brasil tem memória. E tem memória porque tem história. Nossa história tem raça, tem garra, tem amor, envolvimento de bravos, tormento de inocentes, exploração de reticentes...

Brasil tem memória. tem porque tem história. Nossa história tem raça, garra, tem amor, de bravos, tormento de exploração de reticentes...

A coleção ENTRE ATOS E FATOS convida você para uma retomada, no túnel do tempo, dos acervos que retêm nossas memórias.

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Elzi Nascimento

A História do Brasil é uma de nossas paixões e gostaríamos de passar para você um pouco de nosso interesse pela história de nossa terra, de nossa gente. Nosso trabalho pretende facilitar a relação ensino-aprendizagem nas rotas da educação.

Queremos fazer um convite a você: participe da sua história. Registre o seu pensamento. Emita sua opinião.

A História do Brasil é uma de nossas paixões e gostaríamos de passar para você um pouco de nosso interesse pela história de nossa terra, de nossa gente. Nosso trabalho pretende facilitar a relação ensino-aprendizagem nas rotas da educação. Queremos fazer um convite a você: participe da sua história. Registre o seu pensamento. Emita sua opinião.

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A coleção ENTRE ATOS E FATOS reconta

A coleção ENTRE ATOS E FATOS reconta a História do Brasil para você:

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Um Negócio de Estado!

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