GEOGRAFIA
Geral e do Brasil
5a edição
PAULO ROBERTO MORAES Doutor e Mestre em Geografia Física pela Universidade de São Paulo Professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e da Royal Geographical Society (Inglaterra). Professor de cursos pré-vestibulares
Direção Geral: Supervisão Editorial: Programação Visual: Cartografia e Iconografia: Auxiliares de Produção: Editoração Eletrônica e Capa: Fotografia da Capa: Impressão e Acabamento:
Julio E. Emöd Maria Pia Castiglia Mônica Roberta Suguiyama Grasiele Lacerda Favatto Cortez Mário Yoshida Stella Bellicanta Ribas Mônica Roberta Suguiyama Letícia Socchi de Mello Camila C. Diasas Ana Olívia Pires Justo Mônica Roberta Suguiyama Shutterstock EGB – Editora Gráfica Bernardi Ltda.
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ M823g 5. ed. Moraes, Paulo Roberto Geografia geral e do Brasil / Paulo Roberto Moraes. - 5. ed. São Paulo : HARBRA, 2017. 708 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia ISBN 978-85-294-0490-5 1. Geografia - Estudo e ensino (Ensino Médio) I. Título. 16-37661
CDD: 910 CDU: 910
GEOGRAFIA GERAL E DO BRASIL – volume único – 5a edição Copyright © 2017 por editora HARBRA ltda. Rua Joaquim Távora, 629 04015-001 São Paulo – SP Tel. (0.xx.11) 5084-2482 • Fax: (0.xx.11) 5575-6876 Site: www.harbra.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação etc. – nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização da editora. ISBN 978-85-294-0490-5 Impresso no Brasil
Printed in Brazil
aPReSenTaÇÃO
Em 2001, foi lançada a primeira edição do nosso Geografia Geral e do Brasil, que agora chega a sua 5a edição. Quanto tempo se passou! Já se foram 16 anos colaborando na formação de jovens para que possam atuar de maneira crítica e consciente na sociedade. Durante esses anos, o mundo mudou. O início do século XXI foi marcado por profundas e rápidas transformações socioeconômico-ambientais. A sociedade de consumo ganhou nova dimensão, consequência dos mercados consumidores, da oferta de produtos e da expansão de uma cultura consumista. Para atender tal demanda, foram usadas, cada vez mais, fontes de energia e matérias-primas. As concepções trazidas pela revolução técnica-científica-informacional mudaram a dinâmica das sociedades e sua relação na construção do espaço geográfico. O avanço dos sistemas de transportes permitiu que se criasse uma mobilidade constante e intensa pela superfície da Terra. As distâncias temporais foram diminuídas. As redes imateriais interligaram o mundo, quebrando os isolamentos geográficos do planeta. Tempo e espaço passaram a ganhar um novo significado. Um novo mundo passou a ser construído. Entretanto, toda essa metamorfose econômica, social e tecnológica trouxe altos custos à população e ao meio ambiente. Você deve estar pensando... quanta mudança! Sim. É a pura verdade. E, acredite, o nosso Geografia Geral e do Brasil acompanhou todas essas transformações. Seu formato foi alterado, novos conteúdos foram introduzidos, seus dados atualizados, os conceitos revistos, tudo visando o aprimoramento e a modernização da obra. Nesta 5a edição, objetos digitais estão disponíveis para tornar o aprendizado ainda mais prazeroso; questões ao longo do texto principal estimulam o aluno à reflexão, relacionando informações
representadas em diferentes formas. Permeando cada capítulo, diferentes tipos de imagens e de quadros permitem que o leitor interprete fenômenos naturais, socioeconômicos e culturais. Entre os objetivos desta nova edição está integrar os temas em estudo com o cotidiano e com diferentes ciências, assim como chamar a atenção do aluno para as grandes questões ambientais contemporâneas. Espera-se desenvolver no leitor a habilidade de avaliar criticamente a utilização econômica dos recursos naturais, de elaborar propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e a diversidade sociocultural. Acompanha a obra um Caderno de Exercícios com questões do ENEM e dos principais processos seletivos brasileiros. Ao todo, esta nova edição do Geografia Geral e do Brasil contém mais de 1.700 atividades para o aluno aplicar e avaliar seu conhecimento. Vale destacar que – apesar de todas as mudanças – a essência do nosso “GGB” foi mantida: ensinar a ciência geográfica de maneira didática e moderna, integrando conhecimentos, analisando as características dos processos físicos, humanos e sociais, proporcionando uma visão crítica dos fatos e conceitos abordados, e desenvolvendo a responsabilidade com as questões do meio ambiente e sustentabilidade do planeta. Em um país com sérios problemas na área educacional, ter uma obra didática em sua 5a edição é uma grande vitória, e o sucesso dela devemos a vocês, professores e alunos, que sempre acreditaram na proposta pedagógica e científica deste livro. E por tudo isso queremos lhes agradecer. Esperamos continuar atendendo às suas expectativas nos próximos anos, fazendo com que nossa relação se torne cada vez mais sólida. Vamos agora começar nossa viagem pelo mundo geográfico. Sigam-me! Um grande abraço, Prof. Dr. Paulo Roberto Moraes
SUMÁRiO
PaRTe i Unidade 1 – a Geografia
15
Capítulo 1 – Um pouco da Ciência Geográfica 16 O que é Geografia e qual é a sua finalidade? 16 Uma viagem no tempo 17 Século XX: um século de muitas mudanças 19 Quatro conceitos fundamentais 21 Passo a passo 22 Imagem & Informação 22 Teste seus conhecimentos 23
Capítulo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos 25 Cartografia e poder 26 Representações cartográficas A leitura de um mapa 30
28
Unidade 2 – Planeta azul Capítulo 3 – Terra
52
A origem do Universo 52 Nosso lugar no Universo 53 Terra – de centro do Universo a um ponto perdido na galáxia 56 A Terra e a Lua 58 As fases da Lua 58 Eclipses 59 O planeta desvendado 59 Os movimentos da Terra 60 Rotação 61
Orientação 30 Coordenadas geográficas 30 Projeções cartográficas 32 Escalas 34 Grafismos, linhas e cores 36 Curvas de nível 36 Tecnologia: fundamental para a Cartografia 37 Sensoriamento remoto 37 Sistema de Posicionamento Global – GPS 38 sIG ou GIs 39 Fusos horários 39 Horário de verão 41 A leitura de gráficos 42 Passo a passo 45 Imagem & Informação 45 Teste seus conhecimentos 46
51 Translação 61 Passo a passo 63 Imagem & Informação 63 Teste seus conhecimentos 64
Capítulo 4 – A Evolução Geológica da Terra O tempo geológico 66 O início 66 O planeta por dentro 69
66
As camadas da Terra 70 A litosfera fragmentada e suas dinâmicas 72 A teoria da deriva dos continentes 72 Novas descobertas levam a uma nova teoria Tectônica de placas 74 Consequências do tectonismo 78 Vulcanismo 80 Terremotos 81 Rochas e minerais da litosfera 84 Ciclo das rochas 86 Arcabouço geológico e recursos minerais 86 Recursos minerais 87 O subsolo brasileiro 88 Principais áreas produtoras de minérios no Brasil 89 Passo a passo 92 Imagem & Informação 92 Teste seus conhecimentos 93
Capítulo 5 – As Formas da Superfície Terrestre
73
96
O relevo e a ocupação do espaço terrestre 97 Gênese e dinâmica do relevo terrestre 98 Forças endógenas 98 Forças exógenas 100 A influência do arcabouço geológico nas formas de relevo 101 As características e formas da superfície brasileira 102 Principais formas do relevo brasileiro 102 Classificações do relevo brasileiro 104 Relevo submarino 107 Primeiro patamar – margem continental 107 Segundo patamar – bacias oceânicas, fossas e cordilheiras marinhas 107 As formas do litoral 108 Passo a passo 111 Imagem & Informação 111 Teste seus conhecimentos 112
Capítulo 6 – Solos
116
O que é solo? 116 Origem e formação dos solos 116 Tipos de solo 118 Quanto à origem 118 Quanto à formação 119 Solos férteis 120 A degradação dos solos 122 Arenização (desertificação ecológica) que afeta o Rio Grande do Sul 124
Técnicas de conservação dos solos Passo a passo 127 Imagem & Informação 128 Teste seus conhecimentos 128
Capítulo 7 – O Planeta Água
125
131
Água – elemento fundamental à vida 131 Distribuição das águas 132 Origem da água na Terra 132 O ciclo hidrológico 133 As águas oceânicas 134 As águas se movimentam 134 O litoral brasileiro 136 A importância dos oceanos 138 Degradação e poluição marinhas 141 Águas continentais 142 Águas subterrâneas 142 Rios – características gerais 143 Lagos – características gerais 146 Os recursos hídricos no Brasil 148 Características da hidrografia brasileira 148 As grandes bacias 149 A poluição nos rios brasileiros 152 Gestão dos recursos hídricos – água como fonte de conflitos no futuro 153 Novas tecnologias 153 Passo a passo 156 Imagem & Informação 156 Teste seus conhecimentos 157
Capítulo 8 – Clima
160
A diferença entre clima e tempo 160 Mudanças climáticas 161 A atmosfera 162 As camadas da atmosfera 162 Aquecimento terrestre 163 Fatores climáticos 166 Fatores astronômicos 166 Fatores geográficos 166 Fatores meteorológicos (sistemas atmosféricos) 171 As chuvas 171 Nuvens 172 Tipos de chuva 172 Tufões e furacões 174 Mudanças atmosféricas naturais 174 El Niño – fenômeno regional de influência planetária 175
La Niña – influência planetária que se contrapõe ao El Niño 175 Efeito estufa – um fenômeno natural 176 Aquecimento global 177 Clima no mundo 180 Brasil – um país tropical 183 Posição geográfica e latitude 185 Configuração do território 185 Sistemas atmosféricos 186 Tipos de clima do Brasil 188 Passo a passo 191 Imagem & Informação 192 Teste seus conhecimentos 192
Capítulo 9 – Biogeografia
A devastação vegetal 208 Consequências do desmatamento 209 Brasil – um país megadiverso 211 Fitogeografia brasileira 211 Floresta equatorial (Floresta Amazônica) 212 Floresta tropical (Mata Atlântica) 213 Floresta subtropical (Mata de Araucárias ou dos Pinhais) 213 Cerrado 214 Mata dos Cocais – floresta de transição 214 Pantanal 215 Caatinga 215 Campos 216 Vegetação litorânea 217 O desmatamento brasileiro 218 Unidades de Conservação 219 O Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) 219 Domínios morfoclimáticos 224 Domínio Amazônico 225 Domínio do Cerrado 225 Domínio da Caatinga 225 Domínio de Mares de Morros 225 Domínio das Araucárias 225 Domínio das Pradarias 226 Passo a passo 226 Imagem & Informação 226 Teste seus conhecimentos 227
196
Estudos biogeográficos e biomas 196 Principais biomas do planeta 197 Tundra 198 Taiga ou floresta boreal 198 Floresta temperada decídua 199 Pradaria e estepe 199 Floresta tropical 200 Savana 201 Deserto 202 Vegetação mediterrânea 203 Vegetação de alta montanha 204 Biodiversidade e biopirataria 204 Biomas saqueados 207
Gabarito das questões objetivas – Parte I
PaRTe ii Unidade 3 – População Capítulo 10 – A População Mundial 234 Evolução da população 234 A atual diminuição no crescimento natural 236 Distribuição da população no planeta 236 Conceitos demográficos 238 População absoluta e população relativa 239 Taxa de natalidade 240 Taxa de mortalidade 240 Taxa de fecundidade e crescimento populacional 242 Transição demográfica 244 As diferenças no crescimento populacional 245
233 Teorias demográficas 248 Teoria de Malthus 248 Teoria neomalthusiana 249 Teoria reformista ou antimalthusiana Movimentos populacionais 250 Rumo ao Norte 251 A fuga de cérebros 254 Passo a passo 254 Imagem & Informação 255 Teste seus conhecimentos 256
Capítulo 11 – A Estrutura da População 258 Estrutura etária
258
249
231
A parcela jovem da população 261 Estrutura econômica da população 262 População Economicamente Ativa 262 A era dos serviços 263 Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) Ranking do IDH mundial 266 Passo a passo 268 Imagem & Informação 268 Teste seus conhecimentos 269
264
A participação feminina no mercado de trabalho 291 A inserção desigual dos afrodescendentes Indígenas 295 O trabalho infantojuvenil 297 O Brasil e o IDH 298 Passo a passo 300 Imagem & Informação 300 Teste seus conhecimentos 301
Capítulo 12 – A População Brasileira 273
Capítulo 13 – Geografia da Saúde 306
Crescimento da população 273 Crescimento natural 274 Esperança de vida 275 Mortalidade infantil 275 Diminuição da taxa de fecundidade 277 Deslocamentos populacionais no Brasil 279 Movimentos imigratórios 279 Emigração brasileira 286 Re-emigração 287 Movimentos inter-regionais 287 Como somos? A estrutura da população 288 População Economicamente Ativa (PEA) 291 Desigualdade de gênero, de etnia e de minorias 291
O avanço das doenças no mundo 306 A devastação das florestas tropicais e as doenças 308 Brasil – quadro atual 309 O atendimento à saúde 311 Assistência médica-odontológica supletiva Emergência e reemergência de doenças no Brasil 312 Malária 312 AIDS 313 Dengue 315 Zika e chikungunya 315 Febre amarela 316 Passo a passo 320 Imagem & Informação 320 Teste seus conhecimentos 321
293
312
Unidade 4 – O Urbano e o Rural 325 Capítulo 14 – Urbanização e Metropolização
326
A urbanização moderna 326 Os feudos, as rotas comerciais e o desenvolvimento das cidades 327 A Revolução Industrial e a nova função das cidades 327 A expansão urbana mundial 329 A urbanização nos países em desenvolvimento e menos desenvolvidos 331 Rede urbana e a hierarquia das cidades 335 As cidades na era da globalização 337 Metropolização e conurbação 337 As megalópoles 338 A relatividade das grandes metrópoles e megalópoles 340 As cidades globais e as megacidades 341
As cidades tecnopolos 345 As cidades-dormitórios 347 A vida nas grandes cidades 347 Os problemas sociais 347 O meio ambiente nas grandes cidades 348 Consumo, desperdício e meio ambiente 349 A questão do lixo 349 As águas poluídas 353 Enchentes 354 Poluição do ar 354 Inversão térmica 356 Ilhas de calor 358 Cidades brasileiras 359 A passagem do rural para o urbano 359 As metrópoles nacionais e regionais 361 A rurbanização ou a urbanização do campo 363 Os grandes problemas urbanos brasileiros 364 A violência 364
A falta de moradias 364 Transporte público e congestionamento As cidades no século XXI 365 Passo a passo 367 Imagem & Informação 368 Teste seus conhecimentos 369
Capítulo 15 – Indústria
365
370
Conceito e origem 370 A indústria modificando o espaço 371 Da Primeira à Terceira Revolução Industrial 372 Modelos industriais 374 Taylorismo 374 Fordismo 374 Toyotismo 375 A Terceira Revolução Industrial 375 Indústrias transnacionais 377 A indústria hoje 377 As áreas industriais no mundo 378 As grandes indústrias globais 381 Brasil – um país industrializado 382 Quase um século de atividade industrial 383 A distribuição espacial da indústria 387 Novos vetores industriais 388 Os tecnopolos brasileiros 390 Passo a passo 390 Imagem & Informação 391 Teste seus conhecimentos 391
Capítulo 16 – Fontes de Energia 395 As fontes de energia ao longo da história 395 O consumo mundial de energia 397 Uma questão estratégica 399 Fontes não renováveis 399 O império dos combustíveis fósseis 399 Energia nuclear: politicamente incorreta? 413 Fontes renováveis 416 Energia hidrelétrica 416 Fontes alternativas renováveis 419 Biocombustíveis 420 Proálcool – um programa brasileiro 421 Passo a passo 423 Imagem & Informação 424 Teste seus conhecimentos 425
Capítulo 17 – O Mundo Rural 427 A relação campo e cidade
428
Explorando a terra 429 A agropecuária intensiva 429 Propriedade patronal e familiar 431 As agroindústrias, a concentração de terras e o mercado internacional 432 Agropecuária para exportação 434 Protecionismo 434 O Brasil e a OMC 436 Organismos geneticamente modificados (transgênicos) 436 A agropecuária extensiva 439 O mundo agrário pobre 440 A utilização de agrotóxicos 442 Os jardins da Ásia 443 Plantations 444 A realidade rural brasileira 444 A evolução do espaço agrário brasileiro 446 A pecuária brasileira 448 Muitas terras, poucos donos 449 O Estatuto da Terra 451 A reforma agrária 452 Os produtores rurais 455 O campo no início do século XXI 456 Passo a passo 457 Imagem & Informação 457 Teste seus conhecimentos 458
Capítulo 18 – Século XXI – a Seara da Tecnologia
461
O mundo não para 461 As redes materiais e imateriais 462 A intensificação das trocas internacionais – comércio 463 A questão do protecionismo 463 O comércio internacional dos países pobres 464 Redes de transportes e telecomunicações 465 Transporte ferroviário 466 Transporte rodoviário 466 Transporte marítimo 466 Transporte aéreo 468 Transporte fluvial 468 Transporte por dutos e tubulações 469 As telecomunicações e a sociedade da informação 469 Finanças 474 A crise financeira mundial 475 A explosão dos serviços 475 Turismo 476 Turismo no Brasil 477
Imagem & Informação 483 Teste seus conhecimentos 484
Patrimônio Cultural da Humanidade 481 Passo a passo 483
Gabarito das questões objetivas – Parte II
486
PaRTe iii Unidade 5 – Geopolítica Capítulo 19 – A Construção do Espaço 488 Ocupando a superfície terrestre 489 Os clãs 489 A cidade-estado 489 Roma: o maior império da Antiguidade 490 A Idade Média e a organização em feudos 491 As grandes navegações 492 Nação, estado e território 494 Divisão regional e regionalizações do espaço brasileiro 496 A Revolução Industrial 499 O turbulento século XX 501 Passo a passo 506 Imagem & Informação 506 Teste seus conhecimentos 507
Capítulo 20 – 1945: Início de uma Nova Era
509
O sistema capitalista 510 A acumulação primitiva de capital 510 A Revolução Industrial 511 O capitalismo industrial 511 O capitalismo monopolista 513 A crise do capitalismo 515 A divisão do trabalho 516 O agronegócio 518 As ideias socialistas 519 A bipolarização da Europa 521 A Guerra Fria 524 O Plano Marshall 525 O Japão 526 O auge da competição 526 As alianças militares: OTAN e o Pacto de Varsóvia 527 A separação física e ideológica: o muro de Berlim 528 A expansão do socialismo fora da Europa 529
487 O intricado Sudeste Asiático 529 A Guerra da Coreia (1950-1953) 530 A Guerra do Vietnã (1960-1975) 530 Cuba 530 A descolonização da África e da Ásia durante a Guerra Fria 532 A descolonização africana 532 O colapso do socialismo e o fim da Guerra Fria A nova organização dos anos 1990 536 Passo a passo 539 Imagem & Informação 539 Teste seus conhecimentos 540
Capítulo 21 – A Globalização
534
542
O mundo globalizado 543 A lógica espacial da globalização 546 A exclusão na globalização 547 Os blocos econômicos 550 União Europeia 550 NAFTA 554 APEC 555 AseAn 556 Mercosul 556 BRICS 558 Regulando a economia mundial 559 O acordo de Bretton Woods 559 Fundo Monetário Internacional (FMI) 561 Banco Mundial (World Bank) 562 Organização Mundial do Comércio (OMC) 562 O Grupo dos Oito (G-8) 564 O Grupo dos Vinte (G-20) 564 A geopolítica ambiental: uma nova ordem mundial 565 O nascimento da consciência ambiental 566 Tratado de Kyoto 568 Rio+20 e o impasse nas discussões sobre desenvolvimento sustentável 569 Passo a passo 571 Imagem & Informação 571 Teste seus conhecimentos 572
Capítulo 22 – Conflitos e Tensões 574 Principais focos de tensão África 575 Américas 580 Ásia 584 Europa 601
575
Ásia Meridional 609 Um problema planetário – o crime organizado 610 Passo a passo 612 Imagem & Informação 612 Teste seus conhecimentos 61323
Unidade 6 – Os Principais atores Capítulo 23 – Estados Unidos da América 618 Uma colônia diferente 620 A nação mais poderosa do mundo Manufacturing Belt 622 Sun Belt 622 Indústrias “estrangeiras”? 623 A mais forte economia 624 Agricultura 625 Os cinturões 627 População 629 Um país urbano 630 Passo a passo 631 Imagem & Informação 632 Teste seus conhecimentos 632
621
Capítulo 24 – União Europeia 635 Indústria 636 Agricultura 639 Grande centro comercial 640 O coração da UE, a Europa Renana 640 União Europeia, um espaço desigual 640 Uma população de cabelos brancos 641 Imigração: um fato incontestável 642 Passo a passo 643 Imagem & Informação 643 Teste seus conhecimentos 644
Capítulo 25 – Japão
648
Uma sociedade tradicional 649 As novas fronteiras 651 Uma sociedade tecnológica 652 A agricultura e a pesca 654 A pequena área disponível 654 População 656
617
Passo a passo 658 Imagem & Informação 658 Teste seus conhecimentos 658
Capítulo 26 – Rússia
660
Século XX, palco de mudanças radicais Uma economia em destaque 662 A indústria russa 663 A agricultura 664 População 667 Passo a passo 667 Imagem & Informação 667 Teste seus conhecimentos 668
661
Capítulo 27 – China, Índia e África do Sul 670 China 670 Tempos turbulentos 671 A agricultura 673 Hong Kong é da China 676 A potência emergente 678 Índia 679 Antiga civilização 681 O rural predomina 683 A modernização da Índia 684 Indústria 684 Um bilhão de pessoas 685 África do Sul 687 Uma história de muitas lutas 689 População 691 Economia 693 Passo a passo 694 Imagem & Informação 694 Teste seus conhecimentos 695
Gabarito das questões objetivas – Parte III
699
SUMÁRIO PARTE I
Unidade 1 – A Geografia 15 Capítulo 1 – Um pouco da Ciência Geográfica Capítulo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos 25
Unidade 2 – Planeta Azul 51
16
Capítulo 3 – Terra 52 Capítulo 4 – A Evolução Geológica da Terra 66 Capítulo 5 – As Formas da Superfície Terrestre 96 Capítulo 6 – Solos 116 Capítulo 7 – O Planeta Água 131 Capítulo 8 – Clima 160 Capítulo 9 – Biogeografia 196 Gabarito das questões objetivas – Parte I
231
MAPA-MÚNDI – POLÍTICO
Groenlândia (Dinamarca) Círculo Polar Ártico
Alasca (EUA)
ISLÂNDIA CANADÁ
ESTADOS UNIDOS
OCEANO ATLÂNTICO
Saara Ocidental (Marrocos)
Trópico de Câncer
MÉXICO
Equador
VENEZUELA COLÔMBIA
EQUADOR
LÍBIA
MAURITÂNIA MALI NÍGER SENEGAL CHADE BURKINA GÂMBIA FASO NIGÉRIA GUINÉ BISSAU REP. GUIANA GUINÉ CENTRO SURINAME SERRA LEOA AFRICAN Guiana Francesa CAMARÕES LIBÉRIA (FRA) RE COSTA DO GABÃO DE MARFIM GUINÉ CONGO CON EQUATORIAL BRASIL
PERU
ARGÉLIA
GANA TOGO BENIN
BELIZE GUATEMALA HONDURAS EL SALVADOR NICARÁGUA COSTA RICA PANAMÁ
OCEANO PACÍFICO
TUNÍSIA MARROCOS
OCEANO ATLÂNTICO
ANGOLA
ZÂ
BOLÍVIA
Nassau
CHILE BAHAMAS Ilhas Turks e Caicos (RU)
CUBA Ilhas Cayman (RU)
G
R
A
D
Porto Príncipe
Kingston
E
SÃO CRISTÓVÃO E NEVIS
ARGENTINA
P
E
Q
HONDURAS
Ilhas Virgens Britânicas Anguilla (RU)
ANTÍGUA E BARBUDA St. Johns Basseterre Guadalupe Montserrat (RU) S S (FR) LHA I T DOMINICA S A N T Martinica AN Roseau I L H A (FR) AS SANTA LÚCIA N E Castries BARBADOS U MAR DAS ANTILHAS Bridgetown Antilhas (MAR DO CARIBE) SÃO VICENTE E Holandesas GRANADINAS Kingstown Aruba (PB) (PB) St. George’s GRANADA
JAMAICA
N
URUGUAI
Ilhas Virgens Americanas
REPÚBLICA Porto Rico DOMINICANA (EUA) San Juan Santo Domingo
HAITI
BOTS
PARAGUAI
Trópico de Câncer Havana
NAMÍBIA
Trópico de Capricórnio
OCEANO ATLÂNTICO
Meridiano de Greenwich
ESTADOS UNIDOS
NICARÁGUA
Círculo Polar Antártico
Port of Spain COSTA RICA PANAMÁ
AMÉRICA DO SUL
0
ESCALA 365 km
TRINIDAD E TOBAGO
730
A N T Á R T I D A
ÁFRIC DO SU
R Ú S S I A
CAZAQUISTÃO
TOGO BENIN
MONGÓLIA USBEQUISTÃO GEÓRGIA COREIA QUIRGUISTÃO ARMÊNIA AZERBAIJÃO DO NORTE TURQUIA TURCOMENISTÃO TAJIQUISTÃO JAPÃO C H I N A COREIA TUNÍSIA LÍBANO SÍRIA DO SUL IRÃ AFEGANISTÃO ISRAEL IRAQUE NEPAL BUTÃO KUWAIT JORDÂNIA RGÉLIA PAQUISTÃO LÍBIA E. A. TAIWAN EGITO BANGLADESH ARÁBIA SAUDITA UNIDOS MYANMAR ÍNDIA ERITREIA LAOS OMÃ LI NÍGER SUDÃO TAILÂNDIA VIETNÃ CHADE IÊMEN NA FILIPINAS CAMBOJA O NIGÉRIA REP. DJIBUTI BRUNEI CENTRO SUDÃO ETIÓPIA AFRICANA DO SUL SRI LANKA SOMÁLIA CAMARÕES MALÁSIA UGANDA REP. QUÊNIA GABÃO DEM. CINGAPURA RUANDA CONGO CONGO I N D O N É S I A AL BURUNDI TANZÂNIA OCEANO MALAWI ANGOLA ÍNDICO ZÂMBIA MOÇAMBIQUE NAMÍBIA
ZIMBÁBUE
PAPUA NOVA GUINÉ
MADAGASCAR
BOTSUANA
AUSTRÁLIA
SUAZILÂNDIA ÁFRICA DO SUL
OCEANO PACÍFICO
LESOTO ESCALA 615
0
NOVA ZELÂNDIA
1 230
km FINLÂNDIA NORUEGA
SUÉCIA ESTÔNIA LETÔNIA
DINAMARCA IRLANDA
REINO UNIDO
PAÍSES BAIXOS
ALEMANHA
SUÍÇA
AL G TU R PO
UCRÂNIA
MOLDOVA HUNGRIA ESLOVÊNIA ROMÊNIA SÉRVIA CROÁCIA BÓSNIA E HERZEGOVINA ITÁLIA MONTENEGRO KOSOVOBULGÁRIA ÁUSTRIA
ALBÂNIA ESPANHA
ESCALA 1 225 km
POLÔNIA
REPÚBLICA TCHECA ESLOVÁQUIA
LUXEMBURGO FRANÇA
0 BELARUS
BÉLGICA
R T I D A
LITUÂNIA
MACEDÔNIA GRÉCIA
CHIPRE
2 450
ANDREY ARMYAGOV/SHUTTERSTOCK
UNIDADE
1
A GEOGRAFIA
CAPÍTULO CAPÍTULO
1
11
Um pouco Pouco da da Um Ciência Geográfi Geográfica ca Ciência
N
este começo do século XXI, a Terra passa por rápidas e profundas transformações. Alterações ambientais planetárias, modificações no quadro demográfico mundial, mudanças nas condições socioeconômicas de diversos países e a revolução técnica-científica-informacional, que interligou o mundo, criaram um cenário único e complexo. A complexidade do mundo atual obriga o cidadão do século XXI a se posicionar de maneira consciente, crítica e criativa perante o meio em que vive, não como um simples espectador do que ocorre à sua volta, mas sim como um sujeito ativo na transformação do mundo. Nesse contexto, a Geografia, que contempla estudos em diferentes escalas, é um importante instrumento no processo de conhecimento e compreensão da realidade e de construção da cidadania.
O QUE É GEOGRAFIA E QUAL É A SUA FINALIDADE? Infelizmente, muitos ainda consideram a Geografia uma matéria do currículo escolar que serve para fazer o aluno “decorar” nomes de lugares, cidades, países. Não é nada disso. Hoje o processo de ensino-aprendizagem da Geografia é muito mais complexo e significativo. Por meio dessa disciplina, são estudados fenômenos naturais e questões sociais, seus processos, dinâmicas e relações espaçotemporais locais, regionais, nacionais e mun-
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CAPÍTULO 1 – Um pouco da Ciência Geográfica • 17
diais. Os conhecimentos que o aluno já possui são relacionados a novos conhecimentos. Essa relação é mediada pelo professor, com base na exploração de eixos temáticos e na aplicação de atividades desafiadoras, que promovem a discussão e a interação, e estimulam a curiosidade que leva à pesquisa, o senso crítico e estético, e a sensibilidade às questões alheias ao cotidiano do aluno. Dessa forma, pretende-se contribuir para a formação de cidadãos conscientes e ativos, que baseiam suas ações em seus conhecimentos sobre o mundo e em princípios éticos fundamentais, como o respeito à diversidade e a defesa dos direitos humanos. No Ensino Médio, o estudo da disciplina Geografia está pautado na exploração de conceitos, representações gráficas e mapas. Competências e habilidades do aluno são engajadas quando ele é convidado a decodificar o que vê e lê, e a interpretar, analisar e organizar informações, relacionando-as aos conhecimentos abordados pela ciência geográfica e por outras disciplinas das áreas de ciências sociais, exatas e tecnológicas. Com isso, a realidade é estudada de forma integrada, ampliando as possibilidades para a produção do conhecimento.
UMA VIAGEM NO TEMPO A origem da Geografia remonta à Grécia Antiga. Com a expansão dos domínios gregos, vários estudiosos passaram a se deslocar pelos novos territórios e a descrevê-los, assim como às paisagens e aos povos. Entre eles está o historiador grego Heródoto (484-420 a.C.), conhecido como o pai da História e da Geografia, um dos primeiros viajantes a descrever os territórios que visitou. Com o passar do tempo, muitas foram as contribuições para o aumento do conhecimento geográfico. Porém, só podemos dizer que a Geografia foi tratada como ciência a partir do século XIX, com a sistematização do conhecimento e a introdução de princípios científicos. Naquela época, a Revolução Industrial – que teve início na Inglaterra na segunda metade do século XVIII – alastrou-se pela Europa e impulsionou o desenvolvimento científico, principalmente na Alemanha e na França.
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18 • UNIDADE 1 – A GEOGRAFIA
ACERVO DA EDITORA
Friedrich Ratzel (1844-1904), geógrafo alemão.
Paul Vidal de La Blache (1845-1918), geógrafo francês.
Nesse ambiente, onde as condições favoreciam os estudos científicos, surgiram duas escolas geográficas diferentes, que tinham o propósito de legitimar as práticas dos Estados a que serviam – a escola alemã e a francesa. Essas escolas, conhecidas nos estudos da ciência geográfica como sendo de Geografia Tradicional, contavam com grandes nomes. Seus principais expoentes foram Friedrich Ratzel (pela escola alemã) e Vidal de La Blache (pela escola francesa). Ratzel, sob a influência de filósofos alemães e da escola naturalista de Alexander von Humboldt e Karl Ritter, modelou um poderoso discurso geográfico relacionando Estado e território. Segundo ele: “... não é possível conceber um Estado sem território e sem fronteiras... uma teoria do Estado que fizesse abstração do território não poderia jamais, contudo, ter qualquer fundamento seguro”. As ideias de Ratzel, traduzidas pela sua frase máxima “Espaço é poder”, influenciaram profundamente o pensamento geopolítico alemão do século XIX e início do século XX. Todavia, ao longo dos anos, suas ideias foram muito alteradas e radicalizadas por vários seguidores, levando ao que se denominou de doutrina do determinismo geográfico ou escola determinista. Os seguidores da escola determinista desenvolveram seus trabalhos sobre a base de que a natureza determina o ser humano e, para alguns, a própria história. Na visão de alguns cientistas políticos, esses fundamentos serviram como justificativa para as ideias expansionistas de Hitler. Já a escola francesa, surgida ainda no século XIX e liderada por La Blache, pregava uma geografia essencialmente científica, sem ecos políticos, em que um Estado deve planejar o uso do território considerando e conhecendo todas as características naturais e humanas. Na visão de La Blache o ser humano é ativo, ou seja, sofre a influência do meio, porém atua de maneira intensa sobre ele, modificando-o. Essa corrente geográfica foi denominada de possibilista ou escola possibilista.
Explorando o tema Ideias simplificadas – visões erradas O historiador francês Lucien Febvre (1878- ficou associado somente ao possibilismo geo-1956) criou em sua obra uma visão reducio- gráfico, enquanto Ratzel foi tratado como um nista do conflito teórico-ideológico entre as es- mero determinista. Hoje, essa concepção foi colas francesa e alemã, denominadas por ele superada e o recorte abstrato de Febvre foi de escolas possibilista e determinista, respec- relativizado, na medida em que nenhum dos tivamente. Essa visão simplista criou imagens dois geógrafos se enquadrava completamente erradas sobre La Blache e Ratzel. O primeiro nas escolas a eles atribuídas.
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CAPÍTULO 1 – Um pouco da Ciência Geográfica • 19
Século XX: um século de muitas mudanças Ao longo do século XX, surgiram novos enfoques sobre a Geografia, ampliando a visão da ciência geográfica. O objeto e os objetivos dessa ciência foram ganhando diferentes definições, conforme o momento e a visão ideológica dos estudiosos. Na década de 1970, as bases geográficas passaram por processos renovadores tanto na teoria como no método. Todavia, os caminhos seguidos pela Europa e pelos Estados Unidos foram diferentes. Na Europa, desenvolve-se a chamada Geografia Crítica, sob forte influência das ideias de “esquerda”, do geógrafo francês Yves Lacoste, um de seus expoentes. Nos Estados Unidos, a ciência geográfica sofre influência de ideias pragmáticas e técnicas, traduzidas no que ficou conhecido como Geografia Quantitativa, em que as ferramentas matemáticas foram supervalorizadas. Nos últimos anos, com as alterações políticas e ideológicas sofridas no mundo, a nossa “velha ciência” mais uma vez sofre transformações. A controvérsia ocorre em função das diferentes visões do objeto de estudo da Geografia. Geógrafos contemporâneos afirmam não existir uma só Geografia, mas várias.
pragmática: objetiva, positiva, prática
Disseram a respeito... Geografia Cultural A Geografia Cultural pode ser definida da família e no ambiente local. Ideias, habilidacomo o subcampo da Geografia que analisa des, linguagem, relações em geral, propósitos e a dimensão espacial da cultura. (...) significados comuns a um grupo social são elaA cultura diz respeito às coisas correntes, borados e reelaborados a partir da experiência, comuns, apreendidas na vida cotidiana, no seio contatos e descobertas – tudo isto é cultura. Fonte: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (Org.). Introdução à Geografia Cultural. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
ã Que temas da sua região podem ser estudados pela Geografia Cultural? ã Com base em seus conhecimentos, responda ao item acima, supondo que você vivesse em uma oca ou taba. taba: habitação indígena
Tribo indígena Kalapalo - Aldeia Aiha. Parque Indígena do Xingu-MT, 2011.
FABIO COLOMBINI
menor que a oca. A palavra também pode ser usada para designar aldeamento indígena
20 • UNIDADE 1 – A GEOGRAFIA
Geografia é uma ciência altamente dinâmica e de interface, que se caracteriza pela interação entre as ciências naturais e humanas. Pode-se dizer que a Geografia é uma ciência que tem como objeto de estudo o espaço geográfico em suas várias escalas, resultante das relações entre sociedade e natureza. Didaticamente, entende-se como espaço geográfico o espaço produzido e modificado permanentemente pelo ser humano por meio de seu trabalho e das técnicas por ele utilizadas. Cabe à Geografia o estudo do espaço natural e sua evoProf. Dr. José Bueno Conti, titular do Departamento de Geografia da USP e um dos geógrafos mais respeitados lução, das modificações por ele sofridas, provocado Brasil, define a ciência geográfica como “o estudo das pela ação do ser humano, e das relações humadas relações entre sociedade e natureza e dos arranjos nas existentes nesse espaço. espaciais que derivam desse processo interativo”.
Disseram a respeito... A visão de Milton Santos O Prof. Dr. Milton Santos (1926-2001), nascido em Brotas de Macaúbas, na Bahia, é considerado um dos maiores geógrafos do seu tempo. Professor Honoris Causa por diversas universidades, foi autor de mais de 40 livros. Lecionou em várias universidades no exterior e no Brasil como, por exemplo, nas Universidades de São Paulo, Estadual de Campinas (Unicamp), Sorbonne, na França, Toronto, no Canadá, e Dar es Salaam, na Tanzânia. Ganhador em 1994 do Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud, a maior distinção nesse campo científico, ele define espaço geográfico como sendo o “conjunto indissociável de sistemas de objetos (redes, técnicas, prédios, ruas) e de sistemas de ações (organização do trabalho, produção, circulação,
consumo de mercadorias, relações familiares e cotidianas) que procura revelar as práticas sociais dos diferentes grupos que nele produzem, lutam, sonham, vivem e fazem a vida caminhar”. Milton Santos traduz de maneira bem didática a diferença entre os grupos quando utiliza como exemplo uma tragédia que a possível utilização da bomba de nêutrons poderia provocar. Essa bomba seria capaz de aniquilar toda a vida humana em uma dada área, mas mantendo as construções. Se essa bomba fosse utilizada, teríamos antes o espaço e após a explosão somente a paisagem. Para ele “a paisagem é um conjunto de formas que, num dado momento, exprime as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. O espaço são as formas mais a vida que as anima”.
Fonte: SANTOS, M. Natureza do espaço. São Paulo: Hucitec, 2002. IMAGEM CEDIDA DO ACERVO DA FAMÍLA SANTOS
PRM
O objeto de estudo da Geografia
ã Além do exemplo da bomba de nêutrons, a distinção feita por Milton Santos entre espaço geográfico e paisagem também pode ser pensada em termos de uma analogia (semelhança) com a diferença entre uma foto e um filme. Nesse caso, o espaço geográfico se aproximaria mais da foto ou do vídeo? E a paisagem? Pesquise a respeito e apresente suas conclusões.
CAPÍTULO 1 – Um pouco da Ciência Geográfica • 21
Quatro conceitos fundamentais Para o adequado estudo referente ao espaço geográfico, é importante destacar o significado dos seguintes conceitos: • paisagem – segundo o geógrafo francês G. Bertrand, “paisagem não é a simples adição de elementos geográficos díspares. É, em determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos, que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável em perpétua evolução”; • lugar – uma parte do espaço vivenciado por seres humanos, que estabelecem para com ele relações de identidade. Pode ser um bairro, uma comunidade, um povoado ou uma aldeia, por exemplo; • território – conceito relacionado à política. Corresponde a uma porção do espaço definida pelas relações de poder, ou seja, trata-se de uma área delimitada por fronteiras e que está sujeita a um poder político; • região – porção do espaço que constitui um conjunto relativamente homogêneo quanto a determinados aspectos selecionados da realidade. Tradicionalmente, esse conceito esteve muito ligado ao de paisagem: a região seria a superfície em que predomina uma mesma paisagem. Hoje, porém, já se admite uma variedade de critérios – naturais, sociais e econômicos – para a regionalização, sem que os aspectos selecionados sejam necessariamente visíveis na paisagem.
antrópico: relativo ou pertencente ao ser humano ou à sua permanência na Terra e suas ações
dialeticamente: em oposição, porém em um processo cujas partes contraditórias darão origem a novas construções de pensamentos e conceitos
Disseram a respeito... Princípios científicos da Geografia Para a realização de estudos e pesquisas geográficas, alguns estudiosos, como o Prof. Dr. Manuel Correia de Andrade, defendem a necessidade de se utilizar de princípios científicos da Geografia. Esses princípios devem ser enriquecidos com novas reflexões metodológicas, além de técnicas modernas oferecidas pela tecnologia. Prof. Dr. Manuel Correia, pernambucano, formou-se em Geografia, História e Direito. Conhecido internacionalmente, o Prof. Manuel Correia de Andrade realizou uma das maiores produções científicas geográficas do Brasil. Foram mais de cem livros e duzentos e cinquenta artigos publicados. Apaixonado por sua terra, tornou-se um divul-
gador do universo nordestino em suas produções. Defendeu, durante sua vida, um Brasil mais justo e menos desigual, principalmente para o Nordeste. Segundo o Prof. Dr. Manuel Correia de Andrade, os princípios definidos a sefato geográfico: aquilo que existe e guir nos auxiliam no pode espacialmente estudo dos fatos geoser localizado e gráficos. analisado • Princípio da Extensão – ao se estudar um fato geográfico ou uma área, deve-se, inicialmente, procurar localizá-la e estabelecer os seus limites, ou seja, delimitar e localizar os fatos estudados. • Princípio da Analogia – a área em estudo pode ser comparada com o que se observa em outras áreas, estabelecendo-se semelhanças e diferenças. Manuel Correia • Princípio da Causalidade – observados os de Oliveira Andrade fatos, devem-se procurar as causas que os (1922-2007).
22 • UNIDADE 1 – A GEOGRAFIA determinaram, estabelecendo-se relações de causa e efeito. • Princípio da Conexidade (ou de Conexão) – os fatos geográficos (físicos e humanos) não agem sozinhos e separadamente na formação da paisagem. Há uma interligação entre os fatores que explicam esses fatos. A ideia de interdisciplinaridade aparece neste princípio.
• Princípio da Atividade – o fato geográfico é dinâmico; o espaço geográfico está em perpétua reorganização, em constante transformação, graças à ação ininterrupta de vários fatores. A compreensão do presente depende de uma análise do passado, ou seja, do estudo auxiliar da História.
Fonte: ANDRADE, M. C. de. Geografia econômica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 1981. p. 18.
ã São inúmeros os problemas decorrentes da seca em determinadas regiões de nosso país. Como você faria o encadeamento ou sequência da aplicação desses princípios no estudo do fenômeno e de sua solução?
ATIVIDADES PASSO A PASSO 1. Cite e explique quais são as diferentes escolas geográficas mencionadas no capítulo. 2. Faça uma análise da concepção de espaço geográfico apresentada no capítulo. 3. Diferencie as noções de paisagem, lugar, região e território. 4. Qual é o papel da Geografia na compreensão de mundo de um cidadão? 5. A partir de quando podemos dizer que a Geografia é uma ciência? 6. Aplique os princípios científicos da Geografia no estudo do deslizamento de encostas.
Baía de Guanabara, no Estado do Rio de Janeiro, com destaque para o Pão de Açúcar e Morro da Urca [s.d].
2. Analise a cena retratada na imagem ao lado e cite os elementos antrópicos presentes.
Praça da Sé, na cidade de São Paulo, SP (jan. 2016).
PANTHERMEDIA/KEYDISC
1. Observe a imagem ao lado e explique com base nos conceitos de Geografia os diversos elementos que compõem essa paisagem.
FRANCK CAMHIPANTHERMEDIA/KEYDISC
IMAGEM & INFORMAÇÃO
CAPÍTULO 1 – Um pouco da Ciência Geográfica • 23
TESTE SEUS CONHECIMENTOS 1. (MACKENZIE – SP) O que significa estudar geograficamente o mundo ou parte do mundo? A Geografia se propõe a algo mais que descrever paisagens, pois a simples descrição não nos fornece elementos suficientes para uma compreensão global daquilo que pretendemos conhecer geograficamente. As paisagens que vemos são apenas manifestações aparentes de relações estabelecidas (...). Pereira, Santos e Carvalho. Geografia – ciência do espaço.
Sobre o conceito geográfico de paisagem é INCORRETO afirmar que: a) as paisagens que vemos são as manifestações físicas dos movimentos da natureza, e o elemento determinante das paisagens de hoje é a sociedade humana. b) as paisagens resultam da complexa relação dos homens entre si e desses com todos os elementos da natureza. c) o estudo da Geografia deve responder por que a paisagem que vemos é tal qual se apresenta. d) a Geografia tem na paisagem a mera aparência: a descrição da paisagem não é suficiente para o entendimento do espaço. e) paisagens, em diferentes lugares, nunca fazem parte de um mesmo espaço, mesmo que sejam integradas no mesmo processo. 2. (UnB – DF) Geografia é muito mais do que localizar rios, desertos e a tundra em um mapa que na verdade distorce a configuração dos sete continentes e dos quatro oceanos e que certamente estará desatualizado em muitos de seus aspectos. George J. Demko (com adaptações).
Com relação à temática do texto acima, julgue os itens que se seguem. 1. A Geografia procura compreender o estabelecimento de padrões e processos espaciais, o que envolve estudo sobre a revitalização de cidades, a disseminação de epidemias, o mercado de drogas, a tecnologia e as transformações econômicas. 2. A Geografia contempla as conexões e as subordinações que transformam ininterruptamente o espaço e fazem com que os mapas se desatualizem muito rapidamente. 3. A Geografia se restringe às áreas do globo onde o fluxo de transformações antrópicas é constante. 4. O objeto de estudo da Geografia é a investigação de como a natureza se subordina e se adapta às atividades humanas,
cada vez mais intensivas e causadoras de impactos. 3. (UNIMONTES – MG) Para o entendimento dessa categoria geográfica, Santos (1986) sugere que deve ser considerada “como um conjunto de relações realizadas através de funções e de formas que se apresentam como testemunho de uma história escrita por processos do passado e do presente”. SANTOS, M. Por uma Geografia Nova. São Paulo: Hucitec, 1986.
A qual categoria geográfica se refere o texto? a) Lugar. b) Espaço. c) Território. d) Paisagem. 4. (UECE) A partir da citação de E. Huntington: “Os climas temperados são excelentes para a civilização... o calor excessivo, debilita... e o frio excessivo, estupidifica”, pode-se ter ideia da concepção do pensamento geográfico: a) geopolítico. b) crítico. c) possibilista. d) determinista. 5. (UFSC) Antônio Carlos Robert Moraes, em seu livro Geografia: pequena história crítica, estabeleceu uma distinção, na história do pensamento geográfico, que acabou sendo muito difundida na Geografia acadêmica e escolar. A percepção desta distinção entre “deterministas” versus “possibilistas”, atualmente pode ser encarada como um(a): a) distinção ainda extremamente válida, pois marcante nos dias de hoje nos estudos de Geografia, tanto no Brasil quanto no exterior. b) “determinismo” onde as estruturas sociais têm um peso fortíssimo, uma enorme influência na forma da sociedade se organizar no espaço. c) “possibilismo” que é responsável em mostrar que somente as estruturas naturais podem superar os condicionamentos impostos pela natureza. d) reducionismo que por um determinado período foi importante na formação dos futuros geógrafos e professores de Geografia, mas que é pouco explicativa no momento atual. e) mesma premissa foi a fonte de “deterministas” e “possibilistas”: a de que as sociedades estão submetidas a uma idêntica história linear.
24 • UNIDADE 1 – A GEOGRAFIA 6. (UEA – AM) O debate sobre a organização do espaço feito pela Geografia é auxiliado por uma categoria que está ligada à ideia de domínio ou gestão de determinada área. Estas características correspondem à categoria: a) região. b) paisagem. c) espaço. d) lugar. e) território. 7. (UECE) Atente para os excertos abaixo. (1) “Seus defensores afirmam que as condições naturais, especialmente as climáticas, interferem na sua capacidade de progredir. Estabeleceu-se uma relação causal entre o comportamento humano e a natureza na qual tiveram esteio as teorias darwinistas sobre a sobrevivência e a adaptação dos indivíduos ao meio circundante.” CORREA, R. L. Região e Organização Espacial. São Paulo: Ática, 2007.
(2) “Neste processo de trocas mútuas com a natureza, o homem transforma a matéria natural, cria formas sobre a superfície terrestre. Nesta concepção o homem é um ser ativo que sofre a influência do meio, porém que atua sobre este transformando-o.” MORAES, A. C. R. Geografia: pequena história crítica. São Paulo: HUCITEC, 1986.
Os excertos acima estão relacionados às correntes do pensamento geográfico. Assim, pode-se afirmar corretamente que os excertos 1 e 2 representam respectivamente a) a Geografia Crítica e o Possibilismo. b) o Determinismo e a Geografia Teorético-quantitativa. c) o Determinismo e o Possibilismo. d) o Determinismo e a Geografia Humanista. 8. (UEPG – PR) Sobre espaço geográfico, paisagem e lugar, indique as alternativas corretas e dê sua soma ao final. (01) O ser humano transforma a paisagem natural em paisagem artificial, ou seja, ele modifica e organiza o espaço. (02) O espaço geográfico se apresenta como um conjunto indissolúvel resultante de
fenômenos naturais e ações humanas, que implica uma série de ações e relações naturais e sociais. (04) Lugar é o que se conhece como porção do espaço onde vivemos, onde se desenvolve nossa real existência e onde se define nosso cotidiano. (08) Fruto da evolução da própria natureza pela ação de fenômenos naturais, aparece à paisagem natural, cada vez mais reduzida, cedendo espaço para as paisagens artificiais. (16) O arranjo espacial que nossa percepção distingue é a paisagem, resultante do espaço transformado pelas atividades sociais, ou seja, caracterizada pela relação que se estabelece das diferentes sociedades com a natureza. São paisagens humanizadas como rodovias, ferrovias, campos cultivados, barragens de usinas hidrelétricas, cidades etc. 9. (UFPE) “Os fatos da realidade geográfica estão intimamente ligados entre si e devem ser estudados em suas múltiplas relações. Não basta estudar isoladamente os diversos fenômenos que compõem a realidade; eles estão ligados uns aos outros.” Este é o princípio geográfico conhecido como: a) Princípio da Conexão. b) Princípio do Atualismo. c) Princípio da Atividade. d) Princípio do Criticismo. e) Princípio da Complexidade Crescente. 10. (SSA – UPE) Desde a segunda metade do século XIX até as primeiras décadas do século XX, o método geográfico apoia-se em, basicamente, cinco princípios. Um desses princípios defende que: “O geógrafo, ao investigar um dos fatores geográficos ou uma área, deveria, inicialmente, procurar localizá-lo e estabelecer os seus limites, utilizando mapas disponíveis e o conhecimento da área”. Qual é esse princípio? a) Princípio da Geograficidade. b) Princípio da Atividade. c) Princípio das Causas Atuais. d) Princípio da Analogia. e) Princípio da Extensão.
A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos
CAPÍTULO
2
As técnicas de confecção e leitura de mapas e correlatos são o objeto de estudo da cartografia (do grego, chartis = gráfico + + grapheín = escrita), área de conhecimento que exerce um papel importante na Geografia, pois oferece ferramentas fundamentais para o estudo do espaço, das regiões, dos territórios e das paisagens. O processo de produção cartográfica envolve coleta de dados, estudo, análise, composição e representação de fatos, de fenômenos e de elementos pertinentes a diversas áreas de estudo associadas à superfície terrestre. Apesar de, há muitos séculos, conhecimentos cartográficos serem utilizados pelos seres humanos para os mais diversos fins, somente em 1966 o conceito “cartografia” foi estabelecido pela Associação Cartográfica Internacional (ACI) e ratificado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Segundo a ACI, “a cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou representação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e socioeconômicos, bem como a sua utilização”. O avanço das tecnologias – sensoriamento remoto, radares, fotos aéreas etc. – permite que os mapas fiquem cada vez mais precisos, trazendo uma nova dimensão à cartografia.
Fonte: semitic Museum at Harvard university. disponível em: <www.henry-davis. com/mapws/AncientwebPages/100d.html>. Acesso em: 9 abr. 2014.
os primeiros mapas conhecidos eram bastante rudimentares. com o passar do tempo, eles sofreram grandes e impressionantes mudanças. o mais antigo mapa conhecido é o de Ga-sur. Ele foi confeccionado em uma pequena placa de argila (à esquerda) há mais de 4.500 anos no atual Iraque, antiga Mesopotâmia. À direita da foto, interpretação do que representaria o mapa.
1
26 • Unidade 1 – a GeoGrafia
CARTOGRAFIA E PODER Mapas e outras representações cartográficas são recursos de grande valia para o estudo do espaço geográfico. As informações sobre o espaço geográfico, aliadas a outros conhecimentos, são fortes ferramentas de poder, muitas vezes restritas a um grupo ou a pequenos grupos de pessoas, que as utilizam segundo seus interesses e necessidades. Ao longo da História verificamos inúmeras vezes a íntima relação entre cartografia e poder: das conquistas do Império Romano às Grandes Navegações, das grandes Guerras Mundiais à Guerra Fria, conhecimentos cartográficos sempre estiveram presentes. A precisão nas informações de determinadas áreas permite o desenvolvimento de estratégias militares e políticas. Durante a Guerra do Golfo (1990), no ataque militar americano ao Afeganistão (2001) e, ainda, na invasão do Iraque (2003), por exemplo, percebemos a importância de ter informações detalhadas e precisas obtidas por meio de imagens de satélites para a realização de bombardeios e manobras militares. Infelizmente, presenciamos nesses casos a utilização da tecnologia para a destruição de povos. Apesar de todas as inovações tecnológicas aplicadas à cartografia, vale destacar que não existe uma representação perfeita, que traduza fielmente o real. Toda representação em duas dimensões apresenta problemas técnicos como, por exemplo, distorção da área cartografada. BRASIL POLÍTICO BIBlIotEcA dIGItAl dE MAPAs dA unIvERsIdAdE dE sÃo PAulo
GGB 2ED. P.10
AP
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OCEANO PACÍFICO
SP
RJ
PR SC RS
Mapa elaborado por cornelis claesz, Jodocus Hondius, Gerardus Mercator e Petrrus Montanus, em 1606. Gravação em metal, aquarelada, 37,5 × 50,5 cm. disponível em: <http://www.mapashistoricos.usp.br/index.php?option=com_jumi& fileid=14&Itemid=99&idMapa=568&lang=br>. Acesso em: 20 maio 2016.
compare os mapas acima, prestando atenção ao traçado da costa brasileira. o que você pode concluir?
yosHI0511/sHuttERstocK
0
ESCALA 700
OCEANO ATLÂNTICO
1 400
km
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 88. Adaptação.
AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
BRASiL – RELEVO
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 27
Integrando conhecimentos
BIBlIotEcA dIGItAl dE MAPAs dA unIvERsIdAdE dE sÃo PAulo
Além de serem importantes ferramentas para a análise geográfica, os mapas também oferecem possibilidades para os historiadores que buscam entender a visão de mundo das sociedades do passado. Isso acontece porque qualquer mapa só pode ser interpretado dentro do contexto em que foi criado: uma representação cartográfica sempre carregará traços das técnicas, dos valores e das formas de pensar o espaço da sociedade que a produziu. O campo que combina conhecimentos de História e de Geografia para interpretar os mapas antigos como documentos históricos é chamado de Cartografia Histórica. Os especialistas nesse assunto procuram compreender o contexto dos cartógrafos que produziram determinada representação. Quem foram os autores do mapa? Quais outros mapas eles fizeram? Quem financiou a confecção desse mapa em particular? A que uso ele seria destinado? Quais foram as técnicas de representação e de impressão utilizadas? O mapa pertence a uma tradição cartográfica? Quais são suas inovações? Quais áreas recebem destaque no mapa? Quais foram mapeadas em mais detalhes e com mais precisão? Essas são apenas algumas das perguntas que interessam para o estudo de um mapa enquanto documento histórico. Há várias técnicas que podem ser utilizadas pelo cartógrafo histórico para realizar o estudo de um mapa antigo. É comum a comparação com outros mapas que representem o mesmo espaço, mas feitos em épocas diferentes, por cartógrafos diferentes, em escalas di-
BIBlIotEcA nAcIonAl dA FRAnÇA
Estudando os mapas antigos
Mapa do século vII a.c., elaborado pelo filósofo grego Anaximandro. o Mar Mediterrâneo, onde os gregos mantinham intensas atividades comerciais e implantavam colônias, é representado no centro do mundo e tem seus contornos precisamente definidos. nota-se que um grande oceano cerca as terras conhecidas dos dois continentes representados: “Ásia” (norte da África e oriente Médio) e “Europa” (Europa Mediterrânea).
ferentes ou com objetivos diferentes. É possível utilizar modernos programas de computador para diferenciar esses mapas no que se refere ao traçado de rios e estradas e das localidades e dos acidentes geográficos que são representados. Outros elementos também costumam ser de grande importância na análise dos mapas do passado, como os desenhos e ícones que aparecem ao redor ou dentro do mapa. Até a caligrafia, as técnicas do desenho ou a escolha da área enquadrada podem ajudar a revelar um processo de construção do conhecimento do espaço geográfico.
Mapa Brasil. Xilogravura de G. Gastaldi, color. 29,8 x 39,2 cm, 1556, aquarelada à mão. (In: RAMusIo, G. B. Delle navigationi et viaggi. República de veneza: nella stamperia de Giunti, 1565. p. 427-428). o destaque do mapa são as representações de indígenas retirando madeiras e as embarcações navegando em direção ao litoral brasileiro. trata-se de uma referência à exploração de pau-brasil, primeira atividade econômica implantada após a chegada dos europeus.
28 • Unidade 1 – a GeoGrafia
REPRESENTAÇÕES CARTOGRÁFICAS Podemos dizer que, nos dias atuais, existem dois tipos de representações cartográficas: por imagem e por desenho (traço). As mais modernas imagens cartográficas são as obtidas por sensores colocados em aeronaves, espaçonaves e satélites artificiais.
Os sensores captam e registram a radiação eletromagnética refletida ou emitida pela superfície terrestre. As representações desenhadas (por traços) podem ser de vários tipos, como globos, mapas, cartas e plantas.
As imagens obtidas a partir de satélites artificiais deram uma nova dimensão às representações cartográficas. na imagem abaixo, à direita, região de Angra dos Reis fotografada pelo satélite cB2B em 17 de julho de 2013 e, à esquerda, representação cartográfica dessa região por traço, na forma de mapa. iMAGEM dE SATÉLiTE dO LiTORAL dO RiO dE JAnEiRO
PQ. NACIONA L SE RR A
SP 171
Cunha
cBERs/InPE
NA AI
DA
BO C
SP
Angra dos Reis
BR 101
Ilha Grande
Parati
BR 101
Parque Nacional Serra da Bacaina principais rodovias limite interestadual
Ubatuba
Fonte: MAPA rodoviário Estadual. Adaptação. disponível em: <http://www.der.rj.gov.br/mapas_n/mapasdow/ mapas2006-A0.pdf>. Acesso em: 23 maio 2016.
Fonte: Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (InPE). disponível em: <http://www.cbers.inpe.br/imagens/152_126.jpg>. Acesso em: 8 abr. 2014.
compare a imagem de satélite com o mapa e verifique a localização de cada um dos locais representados.
Explorando o tema MAPA-MUNDI POLÍTICO GGB 2ED. P.187
Segundo o IBGE,
MAPA-Múndi – POLÍTiCO
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
LiTORAL dO ESTAdO dO RiO dE JAnEiRO RJ
OCEANO GLACIAL ÁRTICO Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
OCEANO ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
Equador
OCEANO PACÍFICO
OCEANO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0
ESCALA 2 700
5 400
km
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 32. Adaptação.
• mapa é a representação no plano de grandes espaços geográficos, como uma cidade, um país ou continente. Os mapas podem apresentar diversas informações geográficas, como aspectos naturais e culturais da área representada;
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 29
Gl
Fc
• globo é a representação cartográfica, sobre uma superfície esférica, dos aspectos naturais e artificiais de uma figura planetária, com finalidade cultural e ilustrativa. Ele é considerado a representação mais fidedigna de Terra, pois sua forma é próxima à do planeta;
Globo terrestre.
• carta é a representação no plano de uma área geográfica em escala média ou grande. A carta geográfica, pelo fato de abranger um espaço geográfico menor que o do mapa, consegue passar informações mais detalhadas desse espaço;
• planta – as plantas cartográficas abrangem uma área menor que as cartas geográficas, como algumas ruas de uma cidade ou mesmo um quarteirão, por exemplo. Nas plantas é possível representar as particularidades de um sítio, uma praça ou um loteamento residencial;
Cpa. de S. José dos Operários Esc. Nilson Batista Ribas
R. Ns. do Rócio
CORNÉLIO PROCÓPIO Subest (COPEL)
Fonte: Atlas Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 25. Adaptação. Armazéns do IBC x N. S. Aparecida
359
Sít. São José
Parque Industrial
Torre (TV)
x 597 Esc. Osvaldo
• anamorfose – palavra de origem grega (an + morphé) que significa sem forma ou deforEscala 1: 50.000 Bosque 600 Manuel Escala 1: 5.000 Jardim Progresso Júlio de Almeida mada. Corresponde a uma representação cartográfica que apresenta territórios com áreas e formas modificadas para destacar determinados dados quantitativos. ESTiMATiVA dA POPULAÇÃO MUndiAL EM 2050 Google maps
Atlas Geográfico Escolar 2007 pag 25 4ª edição
Em uma anamorfose, os países são representados com tamanhos proporcionais aos dados que estão sendo analisados. no mapa ao lado, por exemplo, os países mais populosos são aqueles que aparecem com tamanho maior. Fonte: doRlInG, d.; nEWMAn, M.; BARFoRd, A. The atlas of the real world – Mapping the way we live. london: thames & Hudson, 2008. Adaptação.
R.
oas io Villas B tôn An
Ret. da Faz. São João
Av. Pa raíso
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Faz. São João
RN 1587 N 657
ná
R. Rocha Pombo
R. Minas Gerais
Av. P ara
R. Em ília G
Frig. Esperança Esperanç (FRIESP)
369
o Av. São Paul
Est. de trat. Disp. Ind.
mbo
Faz. São João
Jardim Pérola Pérola
R. Alagoas
RN 1587 P 679 Igr. Matriz do Cristo Rei Posto de Saúde Esc. André Sengling Estádio TELEPAR Colégio Barão do Rio Branco Corpo de Bombeiros RN 1587 R 587 Coop. do Distrito Samtário cafeicultores
x 639
R. Piauí
Igr. de N. S. do Perpétuo Socorro Pref. Câmera Municipal
Estação Ferroviária
Panorama Jardim Panoram
R. Co lo
Estação Ferroviária
Cpa. de São Miguel
Jardim Panorama
e No vemb ro
Fac. de Filosófia
Estâ. Nóbrega Tiro de Guerra
R. Paraíba
x 665 Estádio Esc. Dr. Gentil da Rocha Loures
Cem.
Torre (rádio)
Vila Moreira Congr. Cristã no Brasil Colégio Cristo Rei
Igr. de S. Francisco de Assis
Assostação dos Servidores Epo. Esc. Vandet de Almeida Almeid
nze d
Monumento do Cristo Rei
Faz. Cristo Rei
Av. Q ui
Seminário Rainha da Paz
Rancho Lica
Rio Mac uquin ho
AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
S. Antônio
Chac. Santo An†ônio Torre (rádio)
AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
PLAnTA – CORnÉLiO PROCÓPiO (MG)
CARTA – CORnÉLiO PROCÓPiO (MG)
30 • Unidade 1 – a GeoGrafia
A LEITURA DE UM MAPA Decodificar e interpretar um mapa, ou simplesmente lê-lo, como se diz popularmente, requer noções básicas de alguns conceitos cartográficos. Esses são muitas vezes deixados de
lado pelo usuário, comprometendo a interpretação do mapa. Vejamos agora os conceitos fundamentais para realizarmos de forma correta a leitura de um mapa.
rosa dos ventos
Orientação
Pontos cardeais norte (n) sul (s) leste (l) oeste (o)
Pontos subcolaterais norte-nordeste (nnE) norte-noroeste (nno) leste-nordeste (lnE)
Pontos colaterais
NNO
N NNE NE
NO
ONO
LNE
O
L
OSO
noroeste (no) nordeste (nE) sudoeste (so) sudeste (sE)
LSE
SO
SE SSO
leste-sudeste (lsE) sul-sudeste (ssE) sul-sudoeste (sso)
oeste-sudoeste (oso) oeste-noroeste (ono)
Pontos intermediários
sem notação específica, em um total de dezesseis pontos, são representados da seguinte maneira: ponto intermediário entre S e SSO, por exemplo.
S
stEllA RIBAs/AcERvo dA EdItoRA
O ser humano, ao longo de sua história, foi descobrindo e ocupando áreas cada vez mais extensas da superfície terrestre. Inicialmente, os acidentes geográficos eram os principais elementos utilizados como referência para a localização e orientação espacial. Porém, com o aumento da área conhecida do planeta, a utilização desses pontos tornou-se insuficiente. Isso levou à criação de uma série de noções espaciais para orientar e localizar qualquer ponto na superfície do globo. Esses pontos de orientação, ao todo 32, são conhecidos como pontos cardeais, colaterais, subcolaterais e intermediários.
SSE
na metade do arco entre dois pontos cardeais subsequentes são estabelecidos os pontos colaterais.
Coordenadas geográficas Para melhor localizar um ponto qualquer na superfície da Terra, foi criado um sistema de coordenadas, estruturado por meio da combinação de linhas imaginárias traçadas sobre a superfície terrestre. Esse sistema de coordenadas geográficas é um importante instrumento para a elaboração e interpretação de globos e mapas. Entre linhas e planos imaginários mais relevantes, destacam-se:
• Equador – é uma linha imaginária (círculo máximo) que surge da intersecção entre a superfície da Terra e o plano equatorial, dividindo o globo terrestre em dois hemisférios: norte (também chamado boreal ou setentrional) e sul (também chamado austral ou meridional).
eixo imaginário
plano equatorial
Equador
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
• Plano equatorial – é um plano perpendicular ao eixo imaginário da Terra, equidistante dos polos Norte e Sul, cujo traçado passa pelo centro da esfera. Seu nome vem do latim equales, que significa iguais, pois corta a Terra em duas partes iguais.
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 31
• Paralelos – são circunferências imaginárias, paralelas à linha do equador (círculo máximo), que surgem da intersecção de seus planos com a superfície da Terra.
• Latitude – é a distância, medida em graus, entre um ponto qualquer da superfície terrestre e a linha imaginária do Equador. Varia de 0° a 90°, nas direções norte ou sul.
45°
60° 75° 90° Polo Norte
30°
23°27’30” N 15° 0° 0° 23°27’30” S
Trópico de Câncer
15° 30°
Equador 66°32’33” S Trópico de Capricórnio
45°
Equador
60°
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
Círculo Polar Ártico
75° Círculo Polar Antártico
90° Polo Sul
zonas glaciais zonas temperadas zona intertropical
• Meridianos – são semicircunferências imaginárias na superfície da Terra, cujos extremos coincidem com os polos Norte e Sul. O meridiano inicial corresponde ao meridiano de Greenwich. Atenção: um meridiano é somente a semicircunferência de círculo máximo.
• Longitude – é a distância, também medida em graus, entre um ponto qualquer da superfície terrestre e o meridiano inicial, ou seja, o de Greenwich. A longitude varia de 0° a 180°, tanto na direção leste como na direção oeste.
Polo Norte
180° 160° 120° 80°
40°
0°
40°
80° 120° 160° 180°
180° 160° 120° 80°
40°
0°
40°
80° 120° 160° 180°
Polo Sul
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
plano meridiano
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
66°32’33” N
meridiano
Explorando o tema Meridiano de Greenwich O meridiano de Greenwich tornou-se enwich, um distrito urbano a leste de Londres. aceito como meridiano principal, ou meridia- Construído em 1794, por ordem de Carlos II, no de referência, a partir de um acordo inter- o Observatório Astronômico Real precisou ser nacional firmado em Washington, em 1884, transferido, em 1946, para outra localidade, sobre a hora a ser adotada em todo o mun- devido à grande quantidade de poluição exisdo. Esse meridiano foi escolhido por passar tente na área, o que muito dificultava a realipelo Observatório Astronômico Real, em Gre- zação dos trabalhos.
32 • Unidade 1 – a GeoGrafia
Projeções cartográficas Com o objetivo de tornar possível a representação da superfície terrestre (que é esférica) em um mapa ou outra representação cartográfica plana, foram criadas diversas projeções cartográficas. Não existe só uma projeção. Na realidade, existem vários tipos de projeções, cada um atendendo a uma necessidade cartográfica. As três projeções mais utilizadas, quanto à superfície de projeção, são a cilíndrica, a cônica e a plana.
stEllA RIBAs/AcERvo dA EdItoRA
• Projeção cilíndrica – é produzida a partir da projeção dos paralelos e meridianos geográficos em um cilindro que tangencia a Terra, como você pode observar na figura abaixo. Trata-se da projeção mais utilizada para produção de mapas-múndi e cartas de navegação.
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 21. Adaptação.
stEllA RIBAs/AcERvo dA EdItoRA
• Projeção cônica – assemelha-se à cilíndrica, porém no lugar de um cilindro envolvendo a Terra temos um cone, conforme podemos observar na ilustração a seguir. Meridianos e paralelos geográficos são projetados em um cone tangente à superfície da Terra. É mais utilizada para a representação de áreas pertencentes à zona temperada.
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 21. Adaptação.
stEllA RIBAs/AcERvo dA EdItoRA
• Projeção plana – conhecida também como azimutal ou polar, essa projeção é feita a partir do contato de um plano com a superfície. É muito utilizada em análises geopolíticas e para a navegação aérea.
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 21. Adaptação.
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 33
Independente da projeção que utilizarmos, sempre haverá alguma distorção, pois, como vimos, estamos representando em duas dimensões corpos que são tridimensionais. Podemos classificar as projeções segundo as deformações que minimizam: a projeção conforme mantém os mesmos ângulos, a projeção equivalente minimiza a deformação das áreas, e a projeção equidistante conserva as distâncias. As projeções que não minimizam nenhuma das três deformações em particular são chamadas de afiláticas. Nenhuma, no entanto, consegue eliminar totalmente o problema da deformação.
Explorando o tema As projeções cilíndricas de Mercator e Peters Vamos observar os dois mapas a seguir. Por que são diferentes? PROJEÇÃO DE PETERS GGB 2ED. P.8
PROJEÇÃO DE MERCATOR GGB 2ED. P.8
MAPA-Múndi – PROJEÇÃO dE MERCATOR
60° 45° 30° 15° 0° 15° 30° 45°
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
MAPA-Múndi – PROJEÇÃO dE PETERS
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
75°
90° 75° 60° 45° 30° 15° 0° 15° 30° 45° 60° 75°
150°
120°
90°
60°
30°
0°
30°
60°
90°
120°
150°
Fonte: Atlas Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. Adaptação.
A representação de uma esfera ou de parte dela em um plano nunca é exata: ela sofre distorções. Os dois planisférios acima estão corretos e foram construídos com o mesmo tipo de projeção, a cilíndrica, porém os dois cartógrafos levaram em conta parâmetros diferentes. Na projeção de Mercator, as formas são preservadas, e as áreas estão distorcidas. Nesse planisfério, há um aumento da área relativa, conforme nos afastamos do Equador. Assim, as regiões de altas latitudes apresentam dimensões maiores que as reais. Observe a Groenlândia e a Europa no mapa e compare-as com a América do Sul: parece que possuem quase a mesma dimensão. Na realidade, a Groenlândia é oito vezes menor que a América do Sul, e a Europa tem aproximadamente 60% de sua área. Já na projeção de Peters as áreas são preservadas, porém as formas são distorcidas; veja como os continentes se apresentam bastante alongados.
150°
120°
90°
60°
30°
0°
30°
60°
90°
120°
150°
Fonte: duARtE, p. A. cartografia temática. Florianópolis : uFsc, 1991. p. 32-33. Adaptação.
A utilização de uma projeção ou outra pode priorizar e valorizar certas áreas do globo, demonstrando um caráter político e ideológico. Essa valorização está presente na projeção de Mercator. Elaborada no século XVI pelo holandês Gerhard Kramer (1512-1594), a projeção de Mercator valorizou as terras do continente europeu no momento da expansão mercantil e colonial europeia, e durante alguns séculos serviu à visão da Europa como centro do mundo, ou ao eurocentrismo. A projeção de Peters, elaborada pelo professor alemão Arno Peters no século XX (1973), por manter a proporcionalidade das áreas, passa, segundo alguns analistas, uma ideia de igualdade, valorizando as nações pobres e “quebrando” a visão de superioridade das nações ricas situadas no hemisfério norte. Essa interpretação do planisfério ficou conhecida como terceiro-mundista.
34 • Unidade 1 – a GeoGrafia
Escalas Segundo o Dicionário Cartográfico, de Cêurio de Oliveira, publicado pelo IBGE, escala é “a relação entre as dimensões dos elementos representados em um mapa e as correspondentes dimensões na natureza”. Na confecção de um mapa, podemos utilizar dois tipos de escala: a numérica ou a gráfica.
Escala numérica É expressa por uma fração (1/1.000.000) ou por uma razão (1 : 1.000.000). Assim, o numerador corresponde à unidade de distância do mapa, e o denominador, à unidade de distância da superfície real. A unidade de medida, tanto no numerador quanto no denominador, é a mesma. Por exemplo, 1 : 500.000 ou 1/500.000 (lê-se “1 por 500.000”), significa que cada centímetro no mapa corresponde a 500.000 cm da área real mapeada. Agora, suponha as escalas 1 : 50.000 e 1 : 5.000. Qual delas apresentará informações mais detalhadas sobre uma mesma área? Certamente, a escala de 1 : 5.000, pois cada centímetro do mapa corresponderá a 5.000 cm da realidade representada, ou seja, um número maior de detalhes será representado. Importante: em uma escala numérica, quanto menor o denominador, menor a área mapeada, mais detalhes serão destacados da área (esGGB1_cap02_planta.ai cala grande). Quanto maior o denominador, maior será a área mapeada e menos detalhes serão destacados (escala pequena).
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Praça Arquimedes da Silva thu
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Congonhas
Praça Damásio Paulo
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Cornélio Procópio
Cruzeiro do Norte
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Leópolis Rancho Alegre
EXEMPLO dE PLAnTA E ESCALA nUMÉRiCA
Quinzópolis
Sertaneja
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AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
EXEMPLO dE MAPEAMEnTO E ESCALA nUMÉRiCA
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
numerador: em uma fração, o número ou a expressão algébrica que se encontra na parte superior do traço. O número localizado na parte inferior desse traço na fração é chamado denominador
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 25. Adaptação.
Atlas Geográfico Escolar 2007 pag 25 4ª edição
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1 : 5.000
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R.
Como trabalhar com a escala numérica Suponha que você queira calcular qual é a distância real entre dois pontos indicados em um mapa. Por exemplo, qual é a distância entre a capital de seu estado e Brasília? (Caso você more em Brasília, escolha outro ponto para fazer esse cálculo.) Para determinar essa distância, siga os seguintes passos:
glia
Fonte: dados cartográficos © 2016 Google, Maplink. vila Mariana, são Paulo. Adaptação.
no
F
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 35
1o Verifique qual é a escala assinalada no mapa. Vamos supor que a escala do mapa seja de 1 : 200.000. o 2 A seguir, meça a distância entre a capital de seu estado e Brasília (ou, então, o outro ponto escolhido se você morar em Brasília). Suponha que a distância no mapa seja de 15 cm. Agora, calcule a distância entre as duas cidades (com o auxílio da regra de três): se para cada 1 cm de distância no mapa temos 200.000 cm na realidade, então, para 15 cm de distância no mapa temos x cm na realidade. 1 200.000 15 x x=
15 × 200.000
x = 3.000.000 cm
1
Como para grandes distâncias usamos outras unidades (metros ou quilômetros) que não o centímetro, podemos converter esse número para 30.000 m ou 30 km, que seria a distância entre os dois pontos procurados.
Escala gráfica
escala gráfica
NO EA PACÍ
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OCE
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OC
ICO NT LÂ
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O CÍFIC PA
Boa Vista AMAPÁ Macapá
RORAIMA
Belém
Transforme em escala numérica a escala
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
AMAZONAS
ACRE
ESCALA 162,5 km
Ceres Goias
Mineiros
GOIÁS
RONDÔNIA MATO GROSSO Cuiabá
0
Goianésia DF
ESCALA 490 km
Formosa
São Luís
Fortaleza CEARÁ RIO GRANDE DO NORTE Teresina Natal PARAÍBA João Pessoa PIAUÍ PERNAMBUCO Recife ALAGOAS Maceió SERGIPE Aracaju
MARANHÃO
Palmas TOCANTINS
BAHIA DF
Salvador
Brasília
GOIÁS Goiânia MINAS MATO GROSSO GERAIS ESPÍRITO SANTO DO SUL Belo Vitória Campo Horizonte SÃO Grande PAULO RIO DE JANEIRO Rio de Janeiro São Paulo PARANÁ Curitiba SANTA CATARINA Florianópolis RIO GRANDE DO SUL Porto Alegre
Brasília Anápolis Luziânia Goiânia Aparecida de Goiânia
Rio Verde Jataí
Posse
Niquelândia
325
PARÁ
Porto Velho
Rio Branco
Porangatu
0
6 750
km
EANO ÍNDICO OC
Manaus
gráfica de cada uma das representações cartográficas desta página. Depois indique qual dos mapas tem maior e qual tem menor escala.
ESCALA 3 375
0
Itumbiara
Morrinhos Catalão
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 32, 90, 180. Adaptação.
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
É a representação ACIAL OCEANO GL gráfica da escala numérica. Expressa, por meio de uma linha graduada, a relação entre o mapa e a área cartografada. O 350 700 AT EA Observe: 0 . Neskm se exemplo, cada unidade da escala (1 cm) corresponde, na realidade, a 350 km da área mapeada. Agora, observe as diferentes escalas e o grau de detalhamento nas várias representações cartográficas desta página.
36 • Unidade 1 – a GeoGrafia
Grafismos, linhas e cores A quantidade de informações nas representações cartográficas é muito grande e elas são indicadas por grafismos, figuras, linhas e cores. Como entender essa simbologia? Por meio da legenda, que tem a função de traduzir os símbolos. Linhas, cores e grafismos são os elementos mais comuns no simbolismo dos mapas. Eles podem representar fenômenos de várias ordens.
4 44 3 4 1 11 3 313 2 5 5 55
2 22
Jaboatão Jaboatão dos Jaboatão dos dosOlinda Jaboatão dos Olinda Olinda Olinda Guararapes Guararapes Guararapes Guararapes Caruaru RECIFE Caruaru RECIFE Caruaru RECIFE Caruaru RECIFE
PERNAMBUCO PERNAMBUCO PERNAMBUCO PERNAMBUCO
Cabo Cabo de Cabo de de Cabo de Santo Agostinho Santo Agostinho Santo Agostinho Santo Agostinho 0 00
0 68,4 68,4 136,8 68,4 68,4 136,8 136,8 136,8 2.do Ilha 2.Ilha Ilha do 2.2. Ilha do kmkmkm
Altitude: Altitude: Altitude: Altitude:
4.da Ilha da Rata Rata 4.Ilha Ilha da Rata 4.4. Ilha da Rata 3. Ilha 3.Ilha Ilha 3.3. Ilha do Meio Meio do Meio dodo Meio
1.das Atol das Rocas Rocas 1.Atol Atol das Rocas 1.1. Atol das Rocas ESCALA ESCALA ESCALA ESCALA
Garanhuns Garanhuns Garanhuns Garanhuns
Petrolina Petrolina Petrolina Petrolina
km
do 5.de Ilha de Fernando Fernando 5.Ilha Ilha de Fernando 5.5. Ilha de Fernando Cemitério Cemitério Cemitério Cemitério de Noronha Noronha de Noronha dede Noronha
Principais vias de transporte: Principais vias transporte: Principais vias de transporte: Principais vias dede transporte:
800 800 m m 800 mm800
Rodovia pavimentada Rodovia pavimentada Rodovia pavimentada Rodovia pavimentada
Limite de estado Limite de estado Limite de estado Limite de estado
500 500 m m 500 mm500
Ferrovia Ferrovia Ferrovia Ferrovia
Cidade Cidade Cidade Cidade
200 200 m m 200 mm200
Porto Porto Porto Porto
Capital Capital Capital Capital
100 100 m m 100 mm100
Aeroporto internacional ESCALA Aeroporto internacional Aeroporto internacional ESCALA Aeroporto internacional ESCALA ESCALA 490 980 490 490 980 980 980 0 00 0 490 Aeroporto nacional Aeroporto nacional Aeroporto nacional Aeroporto nacional km km kmkm
0
0 00
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 143, 167. Adaptação.
20 m 20 m
60
40
20
equidistância vertical
MônIcA suGuyIAMA/AcERvo dA EdItoRA
Curvas de nível
80
Quando falamos em curvas de nível estamos nos referindo às linhas altimétricas ou isoípsas. São linhas imaginárias que unem pontos de mesma altitude em determinada superfície. Esse método é um dos mais indicados para representar o relevo terrestre. As linhas indicam se o terreno é ondulado, plano, montanhoso, muito ou pouco íngreme etc. Assim, as formas das curvas de nível serão determinadas pelas características da topografia do terreno.
0
0
20
40
60
80
Fonte: coonEy, t. M.; PAsAcHoFF, J. M.; PAsAcHoFF, n. Earth Science. Glenview: scott, Foresman, 1990. p. 39.
stEllA RIBAs/AcERvo dA EdItoRA
MAPA FÍSiCO dE PERnAMBUCO E REdE ViÁRiA PRinCiPAL
Representação de curvas de nível. observe que as curvas de nível nunca se cruzam, são fechadas em si mesmas e apresentam equidistância vertical.
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 37
As novas tecnologias trouxeram grandes e positivas mudanças no que diz respeito à coleta e interpretação de informações espaciais e no desenvolvimento de sistemas de localização e orientação. A evolução da informática, o desenvolvimento de técnicas de sensoriamento remoto com o uso de fotos aéreas e imagens de satélites artificiais, e a evolução do sistema de posicionamento global (GPS) foram alguns dos fatores que fizeram com que a cartografia tivesse um importante aprimoramento.
(a)
(b)
Sensoriamento remoto De acordo com as definições mais atuais, sensoriamento remoto corresponde a um conjunto de técnicas pelas quais são utilizados equipamentos modernos e variados (satélites, aeronaves, espaçonaves, radares, entre outros), visando pesquisar e monitorar os ambientes planetários, por meio de imagens e dados. Essas informações são obtidas sem o contato físico com o que está sendo analisado. Os equipamentos captam e interpretam a radiação eletromagnética refletida ou emitida pela superfície da Terra.
concepção artística (a) do satélite sino-brasileiro cBERs-2 em órbita e (b) sequência de seu lançamento.
Satélites artificiais
InPE/cERBs-2B
Especialmente construídos para orbitar em torno da Terra ou de outro corpo celeste, os satélites artificiais são módulos que carregam equipamentos que enviam para nosso planeta dados dos mais diversos tipos: meteorológicos,
fotográficos, de distância, de velocidade, de comunicação etc. Por estarem no espaço, onde não há força de resistência ao deslocamento, eles não precisam de um “motor” para mantê-los em órbita. No entanto, para levá-los ao espaço é necessário um grande dispêndio de energia sendo carregado por foguetes ou ônibus espaciais. Imagem obtida a partir do satélite sino-brasileiro cBERs-2B, em 29 de setembro de 2007. o município de cacoal, em Rondônia, que aparece na parte central da imagem é cortado pela rodovia BR-364. É um dos municípios que se caracteriza por um acelerado processo de ocupação agrícola. As áreas em verde são remanescentes de cerrados, florestas ou áreas em regeneração. Áreas em vermelho são solos expostos ou pastagens. As imagens ccd/ cBERs-2B darão suporte aos monitoramentos e medições de desflorestados na Amazônia, e também ao monitoramento da ocupação do solo. disponível em: <http://www.dgi.inpe.br/cdsR>. Acesso em: 30 nov. 2012.
InstItuto nAcIonAl dE PEsQuIsAs EsPAcIAIs – InPE. AdAPtAÇÃo.
TECNOLOGIA: FUNDAMENTAL PARA A CARTOGRAFIA
AlEKsAndR MARKIn/sHuttERstocK
38 • Unidade 1 – a GeoGrafia
Aerofotogrametria Os termos fotointerpretação e aerofotogrametria referem-se a determinadas técnicas que se utilizam de fotos aéreas para a produção de mapas. As fotos aéreas são obtidas acoplando-se câmeras fotográficas de alta resolução a uma aeronave, uma na parte inferior de cada asa. A aeronave percorre, então, um trajeto de acordo com a área que se quer fotografar, e com as câmeras registrando imagens a uma frequência tal que seja possível sobrepor as bordas de uma fotografia com as bordas das fotografias de áreas vizinhas. Essa sobreposição é importante para corrigir as deformações das imagens, maiores nas bordas.
Foto aérea, cidade de sacramento na califórnia, Estados unidos.
Sistema de Posicionamento Global – GPS A partir das novas tecnologias disponíveis, criou-se um sistema de navegação baseado em satélites que tornou a navegação em terra, água, mar, e no próprio espaço, muito mais precisa. Tal sistema, conhecido como GPS (Global Positioning System – Sistema de Posicionamento Global), foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa estadunidense e seu uso civil intensificou-se na década de 1990; porém, países como França, China e Rússia também possuem seus próprios sistemas. GPS é um sistema que possui 24 satélites em operação, a uma altitude aproximada de 20.000 km da superfície da Terra. Com ele é possível saber o posicionamento geográfico de um ponto em qualquer local do globo terrestre. Esses satélites enviam continuamente sinais de rádio contendo cálculos de posições e dados do relógio de cada satélite, que são captados por aparelhos conhecidos como receptores GPS. Um receptor GPS procura os sinais de rádio, localiza os satélites “visíveis” naquele momento e, medindo os tempos que as ondas eletromagnéticas necessitam até atingir a antena, calcula por triangulação a posição no globo terrestre. Os dados obtidos, além de indicarem o posicionamento do objeto por meio das coordenadas geográficas, também revelam altitude, velocidade, tempo de deslocamento, entre outras informações.
o sistema GPs, embora tenha sido criado com fins militares, é bastante usado na atualidade não só na navegação marítima e aérea, mas também na navegação terrestre e no rastreamento de veículos. dEnys PRyKHodov/sHuttERstocK
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 39 MAPA PREViSiOnAL PARA OURO PROVÍnCiA MinERAL dO TAPAJÓS
Os avanços da informática facilitaram o tratamento dos dados obtidos no terreno e sua representação em mapas e cartas. A sigla SIG (Sistema de Informações Geográficas) ou GIS (Geographic Information System) é utilizada para sistemas computacionais desenvolvidos para o tratamento de dados geográficos. Com os SIG, torna-se possível correlacionar rapidamente valores (por exemplo, de altitude, população, renda) medidos em determinado local ao respectivo ponto captado por uma imagem de satélite ou fotografia aérea. Basta informar ao sistema as coordenadas geográficas de alguns pontos da suLegenda Favorabilidade perfície terrestre (obtidas com um GPS) para que alta ele integre as informações levantadas sobre eles (no baixa caso, os pontos da superfície terrestre) às da imagem digital, processo denominado georreferenciamento JAcQuEs, P. d. et al. Mapa previsional para ouro em sistema ou registro da imagem. Os dados, então, são apresen- Fonte: de informação geográfica (sIG). In: coutInHo, M. G. da n. (Ed). Província mineral do tapajós: geologia, metalogenia e mapa tados em uma representação cartográfica. previsional para ouro em sIG. Rio de Janeiro: cPRM, 2008. Há várias opções de SIG disponíveis, adequadas a disponível em: <http://www.cprm.gov.br/publique/media/cap11_ diferentes usos. A grande importância dessa tecnolo- Mapa_Previsional.pdf>. Acesso em: 30 maio 2016. Adaptação. gia foi conferir aos profissionais de empresas e órgãos Mapeamento pelo sistema de Informações Geográficas (sIG). públicos um meio rápido e prático de organizar as informações de grandes bancos de dados em mapas mais fáceis de manejar. As aplicações são inúmeras e vão desde a demarcação de fazendas e unidades de conservação, até o planejamento urbano ou a realização de grandes obras de engenharia.
cPRM
SIG ou GIS
FUSOS HORÁRIOS
• em qualquer momento, teremos sempre 24 horas distintas no planeta; dividindo os 360° da esfera terrestre pelas 24 horas de duração • do movimento de rotação, teremos 1 hora para cada 15° da esfera. A esse espaço denominamos fuso horário. Assim, cada fuso horário equivale a 1 hora e corresponde a 15° da esfera terrestre.
grafico_meridiano
meridiano de Greenwich 22°30' 15° 7°30' 7°30' 15° 22°30'
Os fusos têm sua hora definida pelo meridiano de Greenwich (0°) ou GMT (Greenwich Mean Time). Esse meridiano indica o “meio” do fuso inicial. Observe no desenho à direita. O sentido do movimento de rotação da Terra se dá de oeste fuso inicial para leste. Dessa forma, por convenção, ficou acertado que as áreas a leste do fuso de Greenwich terão sempre horas adiantadas em delimita-se o primeiro fuso a partir relação a ele, enquanto as que estiverem a oeste apresentarão horas do meridiano de Greenwich (0°), contando 7°30’ a leste e a oeste. atrasadas em relação a esse mesmo fuso.
stEllA RIBAs/AcERvo dA EdItoRA
Para entendermos os fusos horários, precisamos antes rever alguns dados sobre o movimento de rotação da Terra. O nosso planeta leva aproximadamente 24 horas para completar uma volta em torno de si mesmo, ou seja, girar 360° em torno do eixo polar. Com base nessa informação, podemos concluir:
linha internacional de data
40 • Unidade 1 – a GeoGrafia
O meridiano oposto a Greenwich (180°) também corresponde ao meio de um fuso horário. Esse meridiano é conhecido como Linha Internacional de Data (LID); nesse fuso, a hora é a mesma, porém em dias subsequentes. O Brasil apresenta, no sentido leste-oeste, extensão territorial muito grande (4.319,4 km) e, em decorrência disso, durante muitos anos adotou-se em nosso país quatro fusos horários diferentes. Em 2008, no entanto, foi aprovada uma lei que reduziu um fuso horário na Região Norte, passando o Brasil a apresentar três fusos horários. No entanto, em setembro de 2013, uma nova alteração fez com que o Brasil voltasse a ter 4 fusos horários, conforme mostra o mapa da página seguinte. A determinação das horas brasileiras, por motivos políticos, não segue estritamente os meridianos que determinam tais fusos. O segundo fuso brasileiro, localizado a menos três horas do fuso de Greenwich, é o oficial do país, pois corresponde à hora do Distrito Federal.
MônIcA suGuyIAMA/AcERvo dA EdItoRA
Lid 150°L
165°L
180°
165°O
150°O
OCEANO GLACIAL ÁRTICO 70° 66½°
60°
MAR DE BERING , 52°30 N
Is. Aleutianas 48°N 45°
Is. Marshall
11 horas (domingo)
Linha internacional de data
11 horas (segunda-feira)
30°
Is. Havaí 15°
Is. Gilbert
Por motivos econômicos e políticos, a conferência de Washington, em 1884, convencionou que a linha Internacional de data, também chamada de linha Internacional de Mudança de data, não coincidiria exatamente com o meridiano de 180°. Isso facilitou a mudança de data pelos países por onde essa linha imaginária passa. viajando de oeste para leste, teremos a mudança de data para o dia seguinte e se o deslocamento for no sentido leste para oeste ocorrerá mudança de data para o dia anterior.
0° 5°S
Is. Ellice
Is. Samoa , 15°30 S
15°
Is. Cook
Is. Fiji Is. Tonga
30°
NOVA ZELÂNDIA
Is. Chathan 45°
Is. Antipodas 51°30’ S
150°L
165°L
180°
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 35. Adaptação. 165°O
150°O
-12 -11 -10
-9
-8
-7
-6
-5
-4
-3
-2
-1
0
+1 +2 +3 +4 +5
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
MAPA-Múndi – FUSOS HORÁRiOS +6 +7 +8 +9 +10 +11 +12 90°
Reykjavik
60°
Moscou
Is.Aleutas
Londres
Vancouver
Berlim
Ottawa
Astana
Paris
Nova Iorque Washington
Açores
Los Angeles
Bucareste
Madrid Argel
Seul
Beijing Trípole
Is. Madeira
30°
Cairo
Is. Canárias
Tóquio
Teerã Nova Délhi
Riad
Hong Kong
Is.Havaí
Cidade do México
Cabo Verde
Dacar
Manila
Niamei
Georgetown
Adis Abeba
Bogotá
Meridiano de Greenwich (GMT)
Is.Galápagos
Lima Brasília Is.Tonga
Is.Pitcairn
Buenos Aires
Is.Falkland (Malvinas)
0°
Nairóbi Is.Maldivas
Luanda
Jacarta Is.Fiji
Maputo
30°
Cidade do Cabo
Sydney Melbourne
60° ESCALA 1:200 000 000 1 000
0
2 000 km
PROJEÇÃO DE ROBINSON
90° 180°
120°
60°
0°
Horário fracionado em meia hora
60°
120°
180°
Linha internacional de data
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 35. Adaptação. Fonte: Atlas geográfico. 3. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1986. Adaptado.
Brasil fuso horário
CAPÍTULO 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 41
Horário de verão O princípio básico do horário de verão é simples: adiantar os relógios em determinadas regiões, durante o período do ano em que os dias (período do dia com claridade) têm maior duração do que as noites (período do dia sem claridade). O primeiro a propor o horário de verão foi William Willett, em 1907, membro da Sociedade Astronômica Real, que iniciou uma campanha para que a Inglaterra o adotasse. O argumento na época era que as pessoas teriam mais tempo para lazer, haveria menor criminalidade e redução do consumo de luz. Todavia a campanha de Willett não deu resultado. Posteriormente, o primeiro país a adotar o horário de verão foi a Alemanha, em 1916.
60
50
Boa Vista RORAIMA
Penedos de S. Pedro e S. Paulo
AMAPÁ Macapá
Equador
0
40
0
0 30
Belém São Luís
Manaus
ACRE Rio Branco
10
Porto Velho RONDÔNIA
MATO GROSSO Cuiabá
Goiânia OCEANO PACÍFICO
Campo Grande
de C Trópico
apricórnio
Salvador
GOIÁS DF
Brasília
MATO GROSSO DO SUL
20
Arq. Fernando de Noronha 4
Atol das Fortaleza Rocas CEARÁ MARANHÃO 33 PARÁ Natal Teresina RIO GRANDE DO NORTE PARAÍBA João Pessoa PIAUÍ PERNAMBUCO Recife Palmas ALAGOAS Maceió 10 SERGIPE TOCANTINS Aracaju BAHIA
AMAZONAS
SÃO PAULO
PARANÁ
MINAS GERAIS
OCEANO ATLÂNTICO ESPÍRITO SANTO
30
Vitória
Belo Horizonte
RIO DE JANEIRO Rio de Janeiro São Paulo
I. da Trindade 20
20
Is. de Martim Vaz
Curitiba
SANTA CATARINA Florianópolis RIO GRANDE DO SUL Porto Alegre 30
0
ESCALA 440
880
30
km –5 horas
–4 horas
70
60
–3 horas 50
–2 horas 40
30
Disponível em: <7a12ibge.gov.br/images/7a12/mapas/Brasil/brasil_fusos_ horarios.pdf>. Acesso em: 30 maio 2016.
fuso_horario_brasil
Questão socioambiental SUSTENTABILIDADE
Horário de verão no Brasil: histórico do horário de verão e sua importância No Brasil, o horário de verão foi adotado pela primeira vez em 1931, visando à economia de energia elétrica e chamava-se “hora de economia de luz no verão”. O uso da hora chamada “de verão” foi instituído pelo decreto 20.166, de 1o de outubro de 1931: “O Chefe do Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil, Considerando que a hora de economia de luz no verão poder ser erário: tesouro adotada com público, conjunto dos grande proveirecursos financeiros de um país to para o erário público; Considerando que a prática dessa medida, já universal, traz igualmente grandes benefícios ao público, em consequência da natural economia da luz artificial;
Considerando que a execução dessa providência consiste apenas em avançar em uma hora os ponteiros do relógio, DECRETA: Artigo único – Fica adotado em todo o território nacional a hora de economia de luz no período de 3 de outubro de 1931 a 31 de março de 1932”. Apesar de a economia que o horário de verão proporcionava em termos nacionais, pois no horário de pico de consumo de energia (final da tarde) ainda estava claro e, portanto, não havendo necessidade de acender luzes em grande parte do país, o horário de verão foi adotado de forma precária até 1967, quando caiu em desuso. Foi somente em 1o de novembro de 1985 que esse horário especial foi novamente adotado e prevaleceu até a meia-noite do dia 14 de março de
ALLMAPS/ACERVO DA EDITORA
FUSOS HORÁRIOS NO BRASIL 70
42 • Unidade 1 – a GeoGrafia
MônIcA suGuyIAMA/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
HORÁRiO dE VERÃO nO BRASiL Horário de verão AP
RR
AM
PA
MA
CE PI
AC TO
RO MT
BA DF MG
EA
NO
SP
ES
CO
C
MS
RJ
TI
GO O
Â
N
PR
PA C Í F I C O
SC
0
RS C
ESCALA 570
E
AN
T O A
L
O
os estados do sul, sudeste e centro-oeste aderem sistematicamente ao “horário de verão”. As outras regiões, no entanto, não assumem uma posição comum para os seus estados. A Bahia e o tocantins, por exemplo, já aderiram ao “horário de verão”, porém optaram não mais participar a partir de 2014.
RN PB PE AL SE
1 140
km
1986, quando os relógios foram novamente atrasados em uma hora. A partir dessa data, tem sido adotado de forma sistemática a cada ano. As razões que levaram o governo federal a adotá-lo novamente foram: • a diminuição de chuvas, que provoca o baixo nível dos reservatórios nas Regiões Sul e Sudeste, afetando a geração de energia elétrica; • o crescimento da economia, que acarreta um forte aumento da demanda de energia elétrica. Entre os inúmeros benefícios que o horário de verão traz, devemos destacar a economia de energia elétrica no horário de pico entre as 17h e 21h (que varia de 1,5% a 5% de toda a energia gerada no país) e a geração de empregos (só o Estado do Rio de Janeiro cria
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 90. Adaptação.
cerca de 20.000 empregos diretos nas praias durante esse período). Os estados brasileiros que adotam o horário de verão são os que estão localizados predominantemente no centro-sul do país em virtude de: • ser essa região a de maior consumo de energia do país, exigindo medidas que visem a redução do consumo no período mais crítico do ano, garantindo, assim, o fornecimento contínuo de energia e evitando apagões; • estarem esses estados localizados mais distantes da linha do equador. Como resultado de sua posição geográfica são eles os que apresentam as maiores diferenças de fotoperíodo no dia, ou seja, maiores diferenças entre o número de horas claras e escuras. Prof. Carlos Geraldo Gaetano Barletta Júnior Graduado em Geografia pela Puc-sP
ã Brasileiros das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, de outubro a fevereiro, adiantam seus relógios em 1 hora. Por que isso acontece? Qual é a importância disso? ã Produza um texto sobre o desperdício em geral e sobre o de energia em particular ou ilustre, dramatize, crie slogans ou cartazes a esse respeito e faça, com seus colegas de grupo, um painel para expor aos colegas de classe.
A LEITURA DE GRÁFICOS A estatística é uma poderosa ferramenta para a interpretação, análise e compreensão da realidade do espaço geográfico. “Mas como?”, você deve estar se perguntando.
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 43
• a variável, que corresponde a determinado fenômeno; • a área, ou seja, os locais onde são coletados os dados referentes à variável; e • o tempo, isto é, o período determinado em que são levantados os dados de forma controlada e sistematizada.
GRÁFiCO dE LinHA
GRÁFiCO dE COLUnAS
Taxa geométrica média de crescimento anual Taxa de crescimento médio anual da brasileira (1872 a 2010) da população população brasileira – 1872 a 2010 (em %)
Nível de instrução das pessoas de 25 anos ou mais, por sexo – Brasil – 2010 (em %) 30
3,5 3,0 2,0
2,01
1,93 1,98
1,5
1,64
15 1,17
10 5 0 sem fundamental médio superior não instrução e completo completo completo determinado fundamental e médio e superior incompleto incompleto incompleto
2000/2010
1991/2000
1980/1991
1970/1980
1960/1970
1950/1960
1940/1950
1920/1940
1900/1920
1890/1900
0,5 0,0
mulheres
20
1,49
1,0
homens
25 2,48
2,39
Fonte: IBGE, censo demográfico de 2010.
Fonte: IBGE, censo demográfico de 2010.
fonte: IBGE/Censo Demográfico 2010
GRÁFiCO dE BARRAS GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
2,5
2,99 2,89
2,91
1872/1890
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
A mensuração numérica para a análise da realidade é cada vez mais importante. Qualquer que seja a instância de instância: jurisdição; governos, organismos território sobre o qual internacionais, empreuma autoridade ex_grafico_linha sas, centros de pesquisa exerce seu poder voltados para planejamento, todos trabalham com dados estatísticos.
Os dados coletados são tabulados e os resultados são apresentados na forma de tabelas e gráficos. Gráficos são representações de dados físicos, econômicos ou outros, por meio de grandezas geométricas ou figuras. A partir deles conseguimos visualizar as quantidades das variáveis e perceber os dados estatísticos apresentados de uma maneira rápida e simples. Há diversos tipos de gráficos: de linhas, de barras ou de colunas, setoriais (também chamados de setor) etc. Para montar um gráfico de linha, partimos do sistema cartesiano, em que duas variáveis são colocadas em dois eixos distintos: x (abscissa) e y (ordenada). Esse sistema de coordenadas permite representar no plano as relações entre essas duas variáveis. Gráficos de barras ou de colunas (estes também chamados de histogramas) são especialmente usados para representar valores e quantidades dos fenômenos em determinado período de tempo.
Distribuição percentual da população indígena, por localização do domicílio, Região Norte – 2010 Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins 0%
MônIcA RoBERtA suGuIyAMA/AcERvo dA EdItoRA
Dados de determinada área ou tema são levantados e analisados por meio das ferramentas estatísticas. Desse estudo, podemos perceber a extensão e as interrelações possíveis entre as diferentes variáveis. Os três elementos essenciais para a produção estatística são:
20%
40%
60%
80%
100%
nas terras indígenas fora das terras indígenas
Fonte: IBGE, censo demográfico de 2010.
44 • Unidade 1 – a GeoGrafia GRÁFiCO SETORiAL
Safra brasileira – Grãos 2014/2015 (em %) algodão em caroço 1,06%
arroz 5,34%
milho 40,51%
trigo 2,65%
soja 47,36%
feijão 1,58% outros 1,5%
MônIcA RoBERtA suGuIyAMA/AcERvo dA EdItoRA
Outra forma de representação gráfica é por meio de gráficos setoriais, denominados popularmente de “pizzas”, bastante usados para representar fenômenos categorizados. Os dados são apresentados em um círculo, dividido em pedaços que representam, de forma proporcional, os dados do fenômeno em estudo.
Fonte: conAB. disponível em: <http://www.conab.gov.br/olalacMs/uploads/ arquivos/16_05_27_09_24_04_boletim_graos_maio_2016_-_final.pdf>. Acesso em: 30 maio 2016.
piramide_etaria_2010
PiRÂMidE ETÁRiA GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
Ainda há gráficos especiais, como, por exemplo, as pirâmides etárias, que se constituem em representações gráficas de determinada população, considerando-se sexo e idade em determinado período. Cada pirâmide é constituída por base (crianças e jovens de 0 a 19 anos), corpo (adultos de 20 a 59 anos) e vértice (idosos de 60 anos ou mais), estabelecendo-se grupos de indivíduos categorizados por faixa etária – de maneira geral, a idade é contada por grupos de 5 em 5 anos.
Brasil – Censo 2010 100 anos e mais 95 - 99 90 - 94 85 - 89 80 - 84 75 - 79 70 - 74 65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4 Homens
Mulheres
Fonte: IBGE, censo demográfico de 2010.
CLiMOGRAMA
climograma
°C
mm
35
300
30
250
25
200
20
150
15
100
10
50
0
J
F
M
A M J J A S Florianópolis (SC)
O
N
D
0
Fonte: InMEt. disponível em: <http://www.inmet.gov.br/html/clima/graficos/plotGraf.php? chklist=4%2c2%2c&capita=florianopolis%2c&peri=99%2c&per6190=99& precipitacao=2&tempmed=4&florianopolis=21&Enviar=visualizar>. Acesso em: 30 maio 2016.
GRAsIElE FAvAtto/AcERvo dA EdItoRA
Muito utilizados para apresentar o clima de determinado lugar ou região, os climogramas representam, em um mesmo sistema de coordenadas, a variação anual da temperatura e do índice pluviométrico. Nesse gráfico duplo, há um gráfico de barras, representando a quantidade de chuvas (distribuídas pelos meses dos anos), e um gráfico de linha, apresentando a temperatura ao longo desse mesmo ano.
CAPÍTULO 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 45
ATIVIDADES PASSO A PASSO 1. Leia o texto a seguir e discuta a relação entre mapa e poder. A história dos mapas, como a de outros símbolos culturais, pode ser interpretada como uma forma de discurso. HARLEY, B. Mapas, saber e poder. Tradução de Mônica Balestrin Nunes. In: GOULD, P., BAILLY, A. (Org.). Le Pouvoir des Cartes: Brian Harley et la cartographie. Paris: Anthropes, 1995.
2. Quais são as diferenças e semelhanças entre as projeções de Peters e Mercator? 3. Quais são as diferenças entre a projeção plana, a cilíndrica e a cônica? 4. Que tipo de mapa pode ser utilizado para traçar o trajeto de sua casa até a escola? Qual escala é a mais adequada? 5. A utilização do GPS no cotidiano tem se popularizado cada vez mais. O que é o GPS? Qual é a sua relação com a latitude e a longitude? 6. Por que é importante conhecer os sistemas de horários do país e do mundo? 7. Uma pessoa vai realizar uma viagem de avião de São Paulo a Londres. Em sua passagem está escrito que ela sairá de São Paulo às 8h. Tendo em vista que o voo tem 10 horas de duração, que horas serão em Londres quando essa pessoa chegar a esse destino? 8. O que é o horário de verão e como ele foi adotado no Brasil? piramide_etaria_2010
IMAGEM & INFORMAÇÃO 1. Observe o gráfico ao lado.
GRASIELE FAVATTO/ACERVO DA EDITORA
BRASIL – PIRÂMIDE ETÁRIA (CENSO 2010) 100 anos e mais 95 - 99 90 - 94 85 - 89 80 - 84 75 - 79 70 - 74
Analise essa imagem e descreva a distribuição etária da população brasileira pelo Censo 2010.
65 - 69 60 - 64 55 - 59 50 - 54 45 - 49 40 - 44 35 - 39 30 - 34 25 - 29 20 - 24 15 - 19 10 - 14 5-9 0-4
Fonte: IBGE, Censo Demográfico de 2010.
50° O BRASIL – REGIÕES BRASILEIRAS
Equador
OCEANO ATLÂNTICO
AP Macapá
RR
São Luís
JOLY, F. A cartografia, 1990.
Considerando a definição de escala acima e o mapa ao lado, calcule a distância entre: a) o Distrito Federal e a cidade do Rio de Janeiro; b) Rio Branco e Macapá; c) São Luís do Maranhão e Salvador.
Mulheres
GRASIELE FAVATTO/ACERVO DA EDITORA
2. A escala de um mapa é a relação constante que existe entre as distâncias lineares medidas sobre o mapa e as distâncias lineares correspondentes, medidas sobre o terreno.
Homens
AM
PA
CE
MA
RN PB
PI
PE
AC Rio Branco
AL SE
TO
RO
BA
MT GO
Salvador
DF Brasília MG
OCEANO Regiões brasileiras PACÍFICO de Trópico
MS
ES SP
Nortenio
Capricór
Nordeste
PR SC
Sudeste Sul Centro-Oeste
RJ Rio de Janeiro
RS 0
ESCALA 700
1 400
km
Fonte: ATLAS escolar IBGE. 5. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2009. p. 90. Adaptação.
46 • Unidade 1 – a GeoGrafia BRASIL POLÍTICO GGB 2ED. P.10
3. Observe as representações abaixo. 50º O
stEllA RIBAs/AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
GEoloGy.coM
BRASiL – iMAGEM ViA SATÉLiTE
BRASiL – diViSÃO POLÍTiCA
50° O Boa Vista
AMAPÁ
RORAIMA
Equador
Macapá
Equador Belém São Luís
Manaus
AMAZONAS
ACRE
Porto Velho
Rio Branco
RONDÔNIA
Fortaleza
MARANHÃO CEARÁ RIO GRANDE DO NORTE Teresina Natal PARAÍBA João Pessoa PIAUÍ PERNAMBUCO Recife Palmas ALAGOAS Maceió TOCANTINS SERGIPE Aracaju MATO GROSSO BAHIA PARÁ
Salvador
Cuiabá
GOIÁS
DF
Brasília
Goiânia
OCEANO PACÍFICO Trópico
MINAS GERAIS
MATO GROSSO DO SUL SÃO PAULO
Campo Grande
icórnio de Capr
PARANÁ
Belo Horizonte
ESPÍRITO SANTO Vitória
RIO DE JANEIRO Rio de Janeiro
São Paulo Curitiba
SANTA CATARINA
OCEANO ATLÂNTICO
Florianópolis
RIO GRANDE DO SUL Porto Alegre
ESCALA 700
0
ESCALA 700
0
1.400
1 400
km
km
Fonte: AtlAs escolar IBGE. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. p. 90. Adaptação.
disponível em: <http://geology.com/world/brazil-satelliteimage.shtml#satellite>. Acesso em: 14 nov. 2012.
a) Qual é a diferença entre essas imagens? b) Explique como as inovações tecnológicas são empregadas na cartografia.
TESTE SEUS CONHECIMENTOS 1. (UERJ) De acordo com as anotações no diário de bordo, presume-se que o padre Caspar calculou sua localização a partir do meridiano que passa sobre a Ilha do Ferro, 18° a oeste de Greenwich. Para ele, seu navio estava no meridiano 180°.
a) 158° Leste b) 158° Oeste c) 162° Leste d) 162° Oeste
Adaptado de: ECO, U. A ilha do dia anterior. Rio de Janeiro: Record, 2006.
AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
2. (UNICAMP – SP) Abaixo, é reproduzido um PROJEÇÃO DE MERCATOR mapa-múndi na projeção de Mercator. GGB 2ED. P.8 75°
MônIcA suGuIyAMA/AcERvo dA EdItoRA
LOCALiZAÇÃO dO MERidiAnO dA iLHA dO FERRO 60°
18° 160° 140° 120° 100° 80° 60° 40° 20° 0°
20° 40° 60° 80° 100° 120° 140° 160° 180°
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
80°
80°
45°
Círculo Polar Ártico 60°
60°
América do Norte
40°
30°
Europa
Ásia
15°
40°
0°
Trópico de Câncer 20°
0°
África
Equador
América OCEANO do Sul ATLÂNTICO
OCEANO PACÍFICO
20°
OCEANO PACÍFICO OCEANO ÍNDICO
Trópico de Capricórnio
0 Círculo Polar Antártico 80°
15° 0°
30°
20°
45°
Oceania
40°
60°
20°
ESCALA 4 780 km
40°
9 560
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO Antártica
160° 140° 120° 100° 80° 60° 40° 20° 0°
60°
150°
120°
90°
60°
30°
0°
30°
60°
90°
120°
150°
Fonte: AtlAs Geográfico Escolar. 6. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. Adaptação.
80°
20° 40° 60° 80° 100° 120° 140° 160° 180°
Adaptado de: <www.nationalgeographic.com>.
O romance A ilha do dia anterior, de Umberto Eco, conta a história de um nobre europeu e de um padre, chamado Caspar, que participaram de duas expedições marítimas em meados do século XVII. O objetivo das expedições era tornar preciso o cálculo das longitudes. Tendo como referência o meridiano de Greenwich, a longitude do navio do padre Caspar corresponde a:
É possível afirmar que, nesta projeção: a) os meridianos e paralelos não se cruzam formando ângulos de 90°, o que promove um aumento das massas continentais em latitudes elevadas. b) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos de 90°, o que distorce mais as porções terrestres próximas aos polos e menos as porções próximas ao equador.
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 47
e) a projeção de Peters utiliza a técnica de anamorfose, o que explica o alongamento dos continentes no sentido Norte-Sul, mantendo a fidelidade à proporção de áreas. 4. (UEMG) Analise as informações e as ilustrações abaixo:
3. (UNESP) Observe os mapas. PROJEÇÃO DE MERCATOR GGB 2ED. P.8
AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
MAPA-Múndi – PROJEÇÃO dE MERCATOR
75°
60° 45°
1
30°
2
3
MônIcA suGuIyAMA/AcERvo dA EdItoRA
c) não há distorções nas massas continentais e oceanos em nenhuma latitude, possibilitando o uso deste mapa para a navegação marítima até os dias atuais. d) os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos perfeitos de 90°, o que possibilita a representação da Terra sem deformações.
BocHIccHIo, v. R. Atlas mundo atual. são Paulo: Atual, 2003.
15° 0° 15° 30° 45°
150°
120°
90°
60°
30°
0°
30°
60°
90°
120°
150°
PROJEÇÃO DE PETERS GGB 2ED. P.8
AllMAPs/AcERvo dA EdItoRA
MAPA-Múndi – PROJEÇÃO dE PETERS
90° 75° 60° 45° 30° 15° 0° 15° 30° 45° 60° 75° 150°
120°
90°
60°
30°
0°
30°
60°
90°
120°
150°
vAsconcElos, R.; AlvEs FIlHo, A. P. Novo atlas geográfico. são Paulo: Ftd, 1999. Adaptado.
A respeito destas projeções cartográficas é correto afirmar que: a) na projeção de Mercator, os meridianos e os paralelos são linhas retas, que se cortam em ângulos retos, provocando distorções mais acentuadas nas áreas continentais de baixas latitudes. b) a de Peters é frequentemente apontada como uma projeção que expressa o poderio do Norte sobre o Sul, visto que superdimensiona as terras do Norte. c) a de Peters é muito útil na navegação, pois respeita as distâncias e os ângulos, embora não faça o mesmo com o tamanho das superfícies. d) a projeção de Mercator é, comumente, utilizada em cartas topográficas e, no Brasil, é adotada como base do sistema cartográfico nacional.
“A transferência de uma imagem da superfície curva da esfera terrestre para o plano da carta sempre produz deformações, isoladas ou conjuntas, de várias naturezas: na forma, em área, em distâncias e em ângulo. As projeções cartográficas foram desenvolvidas para tentar oferecer uma solução conveniente para essas dicotomias”. Considere os conceitos, a seguir, que relacionam as informações do texto com as ilustrações 1, 2 e 3. Depois, indique a alternativa que aponta a sequência correta dessa relação. ( ) os meridianos convergem para os polos e os paralelos são arcos concêntricos situados a igual distância uns dos outros. ( ) a projeção deforma as superfícies nas altas latitudes, mantendo as baixas latitudes em forma e dimensão mais próximas do real. ( ) a construção se organiza em volta de um ponto central chamado “centro de projeção”. Está correta a relação sequencial indicada em: a) 1 – 2 – 3. c) 3 – 1 – 2. b) 2 – 3 – 1. d) 3 – 2 – 1. 5. (UFPR – adaptado) Para a produção dos mapas de uma determinada localidade, optou-se por utilizar as escalas 1 : 2.000 e 1 : 10.000, a projeção UTM (Universal Transversa de Mercator) e o Datum SIRGAS 2000. Nesse sentido, considere as seguintes afirmativas: 1. Os mapas deverão ser feitos na escala 1 : 10.000 e depois reduzidos para a escala 1 : 2.000. 2. Os mapas produzidos na escala 1 : 2.000 apresentam maior riqueza de detalhes que os produzidos na escala 1 : 10.000.
48 • Unidade 1 – a GeoGrafia
3. Uma estrada desenhada no mapa de escala 1 : 10.000 com 4 cm de extensão aparecerá representada no mapa com escala 1 : 2.000 por uma linha com 20 cm de extensão. 4. Uma quadra com área de 10 m x 10 m (100 m²) desenhada no mapa de escala 1 : 10.000 medirá 500 m² no mapa de escala 1 : 2.000. Assinale a alternativa correta. a) Somente o que se afirma em 2 é verdadeira. b) Somente o que se afirma em 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente o que se afirma em 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente o que se afirma em 2 e 3 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.
MônIcA suGuIyAMA/AcERvo dA EdItoRA
6. (FUVEST – SP) Observe a carta topográfica abaixo, que representa a área adquirida por um produtor rural.
900
00
10
1100
10
0
90
80 0
0,5 km
1000
IBGE, 1983. Adaptado.
Em parte da área representada, onde predominam menores declividades, o produtor rural pretende desenvolver uma atividade agrícola mecanizada. Em outra parte, com maiores declividades, esse produtor deseja plantar eucalipto. Considerando os objetivos desse produtor rural, as áreas que apresentam, respectivamente, características mais apropriadas a uma atividade mecanizada e ao plantio de eucaliptos estão nos quadrantes: a) sudeste e nordeste. b) nordeste e noroeste. c) noroeste e sudeste. d) sudeste e sudoeste. e) sudoeste e noroeste.
IMAGEM DE SATÉLITE
INPE/LANDSAT/CBERS-2.
FOTOGRAFIA AÉREA
Base Aerofotogrametria
Considere os exemplos das figuras e analise as frases abaixo, relativas às imagens de satélite e às fotografias aéreas. I. Um dos usos das imagens de satélites refere-se à confecção de mapas temáticos de escala pequena, enquanto as fotografias aéreas servem de base à confecção de cartas topográficas de escala grande. II. Embora os produtos de sensoriamento remoto estejam, hoje, disseminados pelo mundo, nem todos eles são disponibilizados para uso civil. III. Pelo fato de poderem ser obtidas com intervalos regulares de tempo, dentre outras características, as imagens de satélite constituem-se em ferramentas de monitoramento ambiental e instrumental geopolítico valioso. Está correto o que se afirma em:
00
0
7. (FUVEST – SP)
a) I, apenas.
d) I e III, apenas.
b) II, apenas. c) II e III, apenas.
e) I, II e III.
8. (ENEM) O sistema de fusos horários foi proposto na Conferência Internacional do Meridiano, realizada em Washington, em 1884. Cada fuso corresponde a uma faixa de 15º entre dois meridianos. O meridiano de Greenwich foi escolhido para ser a linha mediana do fuso zero. Passando-se o meridiano pela linha mediana de cada fuso, enumeram-se 12 fusos para leste e 12 fusos para oeste do fuso zero, obtendo-se, assim, os 24 fusos e o sistema de zonas de horas. Para cada fuso a leste do fuso zero, soma-se 1 hora, e, para cada fuso a oeste do fuso zero, subtrai-se 1 hora. A partir da Lei n. 11.662/2008, o Brasil, que fica a oeste de Greenwich e tinha quatro fusos, passa a ter somente 3 fusos horários. Em relação ao fuso zero, o Brasil abrange os fusos 2, 3 e 4. Por exemplo, Fernando de Noronha está no fuso 2, o Estado do Amapá está no fuso 3 e o Acre, no fuso 4.
CaPÍTULo 2 – A Aplicação da Cartografia nos Estudos Geográficos • 49
A cidade de Pequim, que sediou os XXIX Jogos Olímpicos de Verão, fica a leste de Greenwich, no fuso 8. Considerando-se que a cerimônia de abertura dos jogos tenha ocorrido às 20h08min, no horário de Pequim, do dia 8 de agosto de 2008, a que horas os brasileiros que moram no Estado do Amapá devem ter ligado seus televisores para assistir ao início da cerimônia de abertura? a) b) c) d) e)
9h08min, do dia 8 de agosto. 12h08min, do dia 8 de agosto. 15h08min, do dia 8 de agosto. 01h08min, do dia 9 de agosto. 04h08min, do dia 9 de agosto.
9. (UFPB) O sistema de coordenadas geográficas possibilita localizar os lugares no espaço ge-
ográfico, bem como definir os seus diferentes fusos horários. Nesse sentido, tome por base a situação hipotética da localização de dois pontos, A e B, admitindo que: • o ponto A localiza-se a 45° de longitude Oeste de Greenwich, tendo 21h como a hora de referência, tratando-se de uma cidade brasileira; • o ponto B localiza-se a 60° de longitude Leste de Greenwich, com o horário normal. A partir do exposto, é correto afirmar que, no ponto B, são: a) 4h do dia seguinte. d) 2h do dia anterior. b) 13h do mesmo dia. e) 14h do mesmo dia. c) 3h do dia seguinte.
10. (PASUSP) O mapa abaixo utiliza o recurso da anamorfose, ou seja, distorção do tamanho dos países representados para, nesse caso, demonstrar a importância relativa de seus respectivos níveis de emissão de CO2. EMiSSÕES GLOBAiS dE CO2 (2004) Federação da Rússia 1,5 Gt de CO2
Estados Unidos 6,0 Gt de CO2
China 5,0 Gt de CO2
União Europeia 4,0 Gt de CO2
América Latina 1,4 Gt de CO2
Japão 1,3 Gt de CO2 Norte da África 0,5 Gt de CO2
Índia 1,3 Gt de CO2
África Subsaariana 0,7 Gt de CO2 Total mundial 29,0 Gt de CO2
O tamanho de cada país é relativo às suas emissões anuais de CO 2 . O tamanho deste quadro é igual a 1 Gt de CO 2 .
Adaptado de: Pnud, 2007/2008.
De acordo com esse mapa, é possível verificar que, em 2004, as emissões de CO2 a) do Brasil são equivalentes às da Índia e às da França somadas. b) do Reino Unido são equiparáveis às da Alemanha. c) dos países da África são muito baixas e, por isso, não constam nesse mapa. d) do Japão são inexpressivas quando comparadas às da Espanha. e) da Itália são inexpressivas quando comparadas às dos países escandinavos.
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