HealthCare Brazil 2a Edição

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Maio 2007 - N° 2 - www.healthcarebrazil.com.br

DOUTORES! Chega de tanto contorcionismo Pay for Performance promete acabar com a cansativa e pouco produtiva maratona do pagamento por serviços e avança nos Estados Unidos e Reino Unido. Para especialistas, modelo se tornará rapidamente obrigatório e médicos que ainda resistem são os que temem responsabilidade por seus resultados

UTIs em estado crítico Baixa remuneração, ausência de leitos no setor público, ociosidade no setor privado e má gestão. Como tirar as UTI’s desse estado crítico?

Entrevista O brasileiro Hércules Pereira Neves, principal cientista do IMEC, maior centro europeu de pesquisas em micro e nanoeletrônica, conta como a nanotecnologia vai impactar a assistência em curto prazo

Hora de flexibilizar André Médici e Bernardo Weaver Barros, do BID, explicam por que a ANS deveria flexibililizar os reajustes dos planos de saúde

E MAIS: Para a ANS, TISS deve aperfeiçoar mecanismos de concorrência no setor MAIO 2007

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Suspensão que garante conforto para o motorista, os atendentes e os pacientes; c Boa manobrabilidade que aumenta a agilidade e a rapidez no atendimento médico. c Venha conhecer de perto o Furgão Sprinter. Você vai perceber na hora que ele foi feito exatamente para o que você está pensando. c

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CARTA AO LEITOR

MAIS UMA VEZ, A REMUNERAÇÃO MÉDICA

PRESIDENTE EXECUTIVO Edmilson Junior Caparelli diretoria@grupomidia.com

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CONSELHO ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO

á muito tempo se discute a questão da viabilidade financeira para a saúde no Brasil. As discussões em torno de uma solução passam sempre pelos mesmos temas: inovação, incorporação tecnológica, profissionalização da gestão, recursos humanos, custos, etc., e volta sempre para a questão da remuneração médica. Assunto que, mais uma vez, vem à tona com a adoção do Pay Por Performance na Europa e Estados Unidos, que deve em pouco tempo se tornar obrigatória. Nesta edição, conversamos com os principais especialistas nesta área que contaram como esse processo está ocorrendo no mundo e como o mercado tem recebido e pressionado à mudança do desgastado fee for service. Em se tratando de mercado, a HealthCare Brazil conversou com a Agência Nacional de Saúde Suplementar que vê no TISS uma forma de aperfeiçoar os mecanismos de concorrência do setor. Segundo Jussara Macedo, gerente da ANS, quem “surfar” nessa onda terá vantagens e sairá à frente. Os que só olharem para os custos terão dificuldades de sobreviver num ambiente cada vez mais competitivo. Mas para que esta sobrevivência ao mercado seja garantida, a própria ANS tem ainda um papel importante a cumprir. O artigo de André Médici e Bernardo Weaver Barros, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington, explicam por que a ANS deveria flexibililizar os reajustes dos planos de saúde e como a agência ameaça a viabilidade financeira do sistema e a própria qualidade dos planos ofertados. Um destaque da edição deste mês é a entrevista com o brasileiro Hércules Pereira Neves, cientista principal do IMEC, maior centro europeu de pesquisas em micro e nanoeletrônica. Herc, como é conhecido na Europa, tem a missão hoje de utilizar a tecnologia de integração de microsistemas para solucionar problemas ainda não explorados na medicina. Em entrevista exclusiva à HealthCare Brazil, explica que as aplicações da nanotecnologia estão muito mais próximas da vida das pessoas e essencialmente da realidade médica. Para o cientista, o uso de biochips em diagnósticos deve gerar um grande impacto no setor em um curto espaço de tempo, reduzindo custo e tempo no atendimento.

BOA LEITURA! EQUIPE HEALTHCARE BRAZIL

Conselho Administrativo Marcelo Novais financeiro@grupomidia.com Conselho Financeiro Lucia Caparelli lucia@grupomidia.com Secretária Executiva Nozy Venditti secretaria@grupomidia.com REDAÇÃO Editora Kelly de Souza kelly@healthcarebrazil.com.br Tradução Manuela Zapparolli Martins Costa manuela@grupomidia.com DEPARTAMENTO DE ARTE Projeto Gráfico Lucas Borges Ferreira lborgesf@hotmail.com Imagens Banco de imagens – Photos.com DEPARTAMENTO COMERCIAL Gerente Comercial Alessandro Alves alessandro@healthcarebrazil.com.br EXECUTIVOS DE CONTAS Luiz Ribeiro luizribeiro@healthcarebrazil.com.br Diogo Facirolli diogo@healthcarebrazil.com.br OPERAÇÕES Departamento Jurídico juridico@grupomidia.com Pesquisa Global Pesquisa Suporte e atendimento on-line Grupo Mídia Sistemas ATENDIMENTO AO LEITOR: (16) 4009 0860 Grupo Mídia Rua Marechal Rondon, 188. Jardim Sumaré - Ribeirão Preto – SP Cep: 14025-430 Tel: (16) 4009.0850 – Fax: (16) 4009-0857 www.grupomidia.com

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NESTA EDIÇÃO

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40 REPORTAGEM DE CAPA REMUNERAÇÃO POR RESULTADOS, SIM SENHOR! Não adiantou a resistência. Estados Unidos e Reino Unido se preparam para tornar o Pay for Performance em um modelo obrigatório de remuneração. Segundo os pioneiros, a maior diferença entre o P4P e o tradicional fee for service, é que existe uma expectativa clara que responsabiliza o médico pela qualidade e custo do cuidado que fornece. Apesar dos desafios operacionais significativos, os incentivadores do P4P estão usando uma grande variedade de padrões estruturais, processos e indicadores para comprovar a eficiência do modelo.

SEÇÕES

10 Editorial 12 On-line 13 Cartas

14 Entre Aspas

27 360° - Prestadores 57 360° - Política 65 360° - Health-IT 82 Up to date 86 Na estante 88 Guia de Empresas 90 Inside 6

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PRIMEIRA LEITURA

COMO FLEXIBILIZAR OS REAJUSTES DE PLANOS DE SAÚDE O artigo de André Médici e Bernardo Weaver Barros, do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Washington, apresenta uma visão da experiência americana sobre a flexibilização dos reajustes dos planos de saúde.

20 ENTREVISTA NANOTECNOLOGIA E O FUTURO DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE O brasileiro Hércules Pereira Neves, do IMEC, maior centro europeu de pesquisas em nanotecnologia, conta que a possibilidade de tornar portáteis uma grande parte de exames laboratoriais pode ter um impacto enorme na redução do tempo de internação ao paciente. Em termos de custos, a redução esperada é de até 20% nos próximos dez anos.

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ADMINISTRAÇÃO

UTIS EM ESTADO CRÍTICO Baixa remuneração, ausência de leitos no setor público, ociosidade no setor privado e má gestão. Como tirar as UTI’s desse estado crítico?

68 60 POLÍTICA NR-32 E A CRIAÇÃO DA FAP Saúde ocupa primeiro lugar no ranking de acidentes de trabalho, superando até mesmo a construção civil. Além da NR 32, Governo cria novo incentivo financeiro. Hospitais que reduzirem acidentes de trabalho poderão ter desconto de até 50% em alíquota. Os que acidentarem mais sofrerão aumento de até 100%.

66 HEALTH-IT TISS DEVE APERFEIÇOAR MECANISMOS DE CONCORRÊNCIA Jussara Macedo, Gerente Geral de Integração com o SUS da Agência Nacional de Saúde Suplementar, explica como a troca de informações entre governo, operadoras e gestores do SUS poderá impactar no planejamento, monitoramento e avaliação dos serviços de saúde.

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79 68 HEALTH-IT SAÚDE EM REDE As Organizações Regionais de Informações de Saúde (RHIOS) avançam nos Estados Unidos e Europa. Para Carlos Eduardo Kuhl Nogueira, diretor geral da InterSystems, empresa que conta com mais de vinte projetos de comunidades de saúde nos EUA, países emergentes começam a enxergam no modelo uma forma de ganhar qualidade e baixar custos.

79 INDÚSTRIA MÉDICA NOVO PRESIDENTE DA ABIMO Franco Pallamolla diz que vai acelerar ações que visem à isonomia tributária e promete pressionar o governo pela organização das compras de equipamentos nacionais

52 OPINIÃO A ADOÇÃO DO PAY FOR PERFOMANCE NAS MÃOS DO PACIENTE O artigo do consultor internacional Guilherme Hummel explica como o modelo P4P vem sendo incentivado pelos próprios usuários finais, que enxergam nele um formato mais apropriado para cobrar resultados quanto à forma de atendimento, a eficiência do tratamento, a preocupação com a prevenção, e, principalmente, quanto ao posicionamento do médico na sua relação com o cliente-paciente. MAIO 2007

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EDITORIAL

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CONTROLE NO QUE SE MEDE E O NO QUE SE GASTA POR KELLY DE SOUZA kelly@healthcarebrazil.com.br

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ma pesquisa divulgada o mês passado, pela Blue Cross and Blue Shield of Massachusetts, mostrou que mais de um quarto dos adultos ou alguém de sua família já passou por experiências com erros médicos enquanto estavam hospitalados. A maioria desses adultos gastou menos de duas horas pesquisando sobre a escolha de um médico ou hospital. Os consumidores têm raríssimas informações sobre o desempenho de seus prestadores de serviços. Existe um grande número de financiadores e empresas incentivando a transparência na qualidade e no custo do cuidado médico. O Governo de Massachusetts (www.mass.gov/healthcareqc) quer emplacar uma norma para melhorar a qualidade da informação passada pelos prestadores de serviços de saúde, para ajudar a diminuir os custos com os cuidados. A tese é que os consumidores que têm informações irão escolher e exigir mais qualidade de seus hospitais e médicos, e ao longo do tempo pressionarão aqueles que cobram altas taxas para se tornarem mais eficientes. Segundo a pesquisa, ao escolher um médico as pessoas com planos de saúde acreditam que a informação mais importante é referente à experiência do médico. Já ao escolherem um hospital, o critério passa a ser as taxas de infecções. A maioria escolhe baseando-se em recomendações de outros médicos, amigo ou parente. O governo de Massachussets está trabalhando com os prestadores de serviços com o objetivo de que até o ano que vem possam oferecer os índices públicos de infecções dos hospitais privados. Num outro cenário, os hospitais estão recompensando seus executivos principais além de suas habilidades em atrair mais pacientes e manter as contas dos hospitais equilibradas. Seus salários dependerão também de medidas de segurança, para reduzir erros nas medicações, além de infecção hospitalar e outros indicadores de qualidade. Um artigo no Boston Globe mostrou como os executivos do Boston’s Academic Medical Centers, por exemplo, ganharam mais de US$ 1 milhão por ano em salários e bônus. Cerca de metade dos hospitais americanos sem fins lucrativos não recebem os bônus a não ser que alcancem seus ob-

jetivos. O chefe executivo do Beth Israel Deaconess Medical Center pode perder até US$ 195 mil em bônus anuais, se entre outras coisas falhar no número de médicos e enfermeiras que não lavam a mão, entre um paciente e outro. Esse é o terceiro ano que o executivo segue a regra. O pagamento por performance saiu do âmbito da remuneração médica e está passando agora para “níveis mais altos”. O texto cita inúmeros casos de hospitais que passaram a adotar a estratégia. Entre as medidas de desempenho aplicadas aos “chefes” estão porcentagem de pacientes com códigos de barra no pulso e o tempo de atendimento ao paciente. Essas duas informações apresentam uma exigência clara do mercado, só há controle naquilo que se mede, e muito mais naquilo que se gasta. Informação e custo estarão cada dia mais próximos. E, entre esses fatores, o pagamento por performance passa a sustentar o tripé. Sem informação e sem indicadores de qualidade, nem consumidores, nem financiadores e muito menos o Governo estarão dispostos a pagar por serviços duvidosos. É assustador ver que a maioria dos hospitais ainda trabalha “às cegas” e recusa a implantar sistemas que acompanhem o desempenho de suas equipes. Mas, é mais assustador ainda ver que mundialmente médicos e prestadores de serviços não se interessam em conhecer os seus “índices de qualidade”, achando tudo isso natural. Só o consumidor que não tem achado isso nada natural, afinal, como diz a sabedoria popular, só tem medo quem deve. DIVULGAÇÃO

Kelly de Souza é editora da revista HealthCare Brazil e especializada em Economia da Saúde pela Universidade de São Paulo (USP). MAIO 2007

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WWW.

BRAZIL.COM.BR O CONTEÚDO EXTRA DA REVISTA NO SITE

O portal HealthCare Brazil disponibiliza dez diferentes canais de informações para que você possa acompanhar as notícias mais importantes do setor saúde de uma forma muito mais ágil.

NO SITE, VOCÊ PODERÁ CLICAR DIRETAMENTE NO SEU TEMA DE INTERESSE DIVIDIDO POR MEIO DOS SEGUINTES MERCADOS: • Prestadores de Serviços • Operadoras de Planos de Saúde • Medicina Diagnóstica • Indústria Médica • Indústria Farmacêutica • Pesquisa • Política • TI e Telecom • Entrevistas • Artigos DIARIAMENTE • Últimas Notícias: a cobertura dos fatos mais importantes do setor médico-hospitalar no Brasil e no mundo • Eventos • White Papers • Enquetes • Blog da redação • Opinião • Entrevistas NEWSLETTER • Economia e Finanças • Marketing • TI e Telecom • Indústria • Recursos Humanos • Política • Administração 12

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A OPINIÃO DO LEITOR Em relação à implantação do TISS, como você avalia a atuação da ANS: Recebi todas as informações e suporte para a implantação nos prazos

25% Atendimento foi insuficiente para esclarecer todas as dúvidas e necessidades

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CARTAS

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Parabéns pelo novo trabalho. Estou totalmente de acordo com os temas abordados e com a linha editorial desenvolvida.

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A revista é inovadora. Uma boa leitura, com conteúdo pertinente e útil ao nosso dia-a-dia. Concordo que existe um grande espaço para evolução do Personal Health System, até hoje boa parte dos hospitais privados esteve focado nos sistemas para cobrança de conta de paciente e não em sistemas para ajudar no atendimento a ele. Talvez com a evolução do mercado, os pacientes passem a perceber quem são os hospitais que dispõem deste diferencial e possam pressionar os seus médicos / plano de saúde no momento da escolha do local para o seu tratamento. Mais uma vez, parabéns.

Confesso que fiquei agradavelmente realizado com esta nova revista. Mais focada em assuntos de gestão, atualizada em temas que merecem nosso foco (dirigente de saúde) no dia-a-dia e, com certeza com uma agradável e moderna forma gráfica de apresentação. Desejo vida longa à Healthcare Brazil e sucesso a todos os envolvidos.

FRANCISCO BALESTRIN VICE-PRESIDENTE DO GRUPO VITA

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Foi com satisfação que recebi a primeira edição da HealthCare Brazil. Parabéns é pouco. EDSON SANTOS PRESIDENTE DO GRUPO VITA

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FERNANDO LUIZ S DUARTE GERENTE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO HOSPITAL SÃO LUIZ

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A publicação já nasce diferente, original e consistente. Parabéns e sucesso! Conte conosco!

JOÃO CARLOS BROSS DIRETOR BROSS CONSULTORIA E ARQUITETURA

ANDRE MEDICI INTER AMERICAN DEVELOPMENT BANK SENIOR SOCIAL DEVELOPMENT SPECIALIST - HEALTH

Acabei de receber a revista!!! Fico feliz em ver um padrão editorial que transcende as propagandas pessoais e institucionais, focando no que há de melhor na gestão da saúde. Muito sucesso. A propósito conte com a gente no que for preciso.

Parabéns pela nova revista. As matérias sobre o PHR e o LifeSensor ficaram excelentes. DANIEL N. SOLENTHALER B.A. HSG BUSINESS DEVELOPMENT MANAGER / ICW

Fale com nossa redação! Envie um e-mail com sua opinião, sugestão ou comentário para redacao@healthcarebrazil.com.br

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DR. ALEXANDRE BOMFIM FARIA SANTOS DIRETOR ADMINISTRATIVO INSTITUTO DANTE PAZZANESE DE CARDIOLOGIA

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ENTRE ASPAS

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O Estado sozinho não resolverá a questão da medicina no Brasil.

ADSON FRANÇA, COORDENADOR DO PACTO NACIONAL PELA REDUÇÃO DA MORTALIDADE MATERNA E NEONATAL, SOBRE A INCLUSÃO DA MORTE MATERNA NO SISTEMA DE DETECÇÃO DE EMERGÊNCIAS EPIDEMIOLÓGICAS, COM NOTIFICAÇÃO EM NO MÁXIMO 24 HORAS APÓS O ÓBITO.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO, DURANTE ENCONTRO COM GRUPO DE GESTORES DE HOSPITAIS PRIVADOS EM SÃO PAULO, DEFENDE O APOIO DA INICIATIVA PRIVADA PARA SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DO SETOR

Quanto maior for o uso, maior o valor do plano. Os pacientes que têm doenças graves, com altos gastos nos hospitais, diminuem muito o lucro das operadoras. Elas identificam esses pacientes e por isso não renovam o contrato.

ANTONIO CRUZ/ABR

ROBERTO LUIZ D’ÀVILA, PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DO CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, FALA DA PROIBIÇÃO AOS MÉDICOS DE PREENCHEREM O CID, NAS GUIAS DE CONSULTA DO PACIENTE.

GERVÁSIO BAPTISTA/ABR

O custo do aborto inseguro para o sistema de saúde é altíssimo, enquanto que se nós possibilitássemos a essas mulheres a informação de que elas necessitam e o acesso aos serviços seguros, esses custos baixariam dramaticamente.

CARMEM BARROSO, DIRETORA DA FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE PLANEJAMENTO FAMILIAR, ENTIDADE QUE ATUA EM 150 PAÍSES E DIVULGOU ESTUDO REVELANDO QUE 1 MILHÃO DE ABORTOS SÃO PRATICADOS NO BRASIL POR ANO O SUS GASTA R$ 33.7 MILHÕES COM COMPLICAÇÕES

SERINGA E BISTURI DE METAL Diante do advento da NR 32 e sobre as inúmeras recomendações especiais referentes à higiene e esterilização de materiais, e até mesmo sobre a polêmica para a reutilização, é possível imaginar que a Seringa e o Bisturi de metais eram comumente utilizados a partir da primeira metade do século XX? Obviamente, tudo esterilizado após o uso! A seringa, uma bomba portátil de metal para aplicações de injeções ou para retirar líquidos do organismo foi posteriormente substituída por seringas de vidro ou descartáveis. O Bisturi de metal, utilizado para incisões cirúrgicas, foi substituído pelas lâminas descartáveis. Fonte: Museu Joaquim Francisco do Livramento - Centro Histórico-Cultural Santa Casa da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre

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PRIMEIRA LEITURA ANDRÉ MEDICI E BERNARDO WEAVER BARROS, BID

REAJUSTES DE PREÇOS DE PLANOS DE SAÚDE: O BRASIL E A EXPERIÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS POR ANDRÉ MEDICI E BERNARDO WEAVER BARROS

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mercado de saúde suplementar no Brasil pratica uma política de reajustes uniformes nas mensalidades dos planos e prêmios de seguro. Estes reajustes são autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão regulador das operadoras de planos e seguros de saúde. Os aumentos são justificados por uma combinação de fatores inflacionários que estão direta ou indiretamente ligados ao mercado privado de saúde. Todos os chamados contratos novos, adaptados à legislação de 1998 (Lei 9656 de 4 de junho)[1], são necessariamente submetidos e limitados ao índice de aumento autorizado pela Agência. Em 2005, o aumento autorizado pela ANS foi de 11.69%, enquanto a inflação básica se manteve em 5.69%, segundo o índice oficial do governo, o IPCA. É fato conhecido que a inflação no setor de saúde, por diversos fatores como o alto custo da incorporação de tecnologia em insumos e equipamentos e outros de ordem demográfica, como o envelhecimento da população, acabe sendo maior do que a inflação dos demais setores. Esta é uma tendência histórica que se verifica há várias décadas e o Brasil não foge à regra. Portanto, numa conjuntura onde os preços são controlados, é natural que o mercado privado de planos de saúde necessite de uma

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por outro, que as operadoras não fiquem desprovidas de maior reposição das margens e perdas após oito anos de flexibilidade para aumentar sua fatia de mercado e maxicontrole das mensalidades e prêmios, tal como se vem mizar sua compensação financeira. Algumas regulações praticando no Brasil. estaduais, por exemplo, buscam garantir uma proporcioAtualmente, por conta da atuação da ANS, existe um nalidade financeira quanto ao risco atuarial. A National padrão mínimo de cobertura e qualidade que não pode Association of Insurance Comissioners (NAIC)[2], recoser ultrapassado por força de lei e cuja fiscalização tem menda, para incentivar a cobertura de seguro médico de sido bastante eficaz em cobrar multas e aplicar penalidapequenas empresas e de grupos vulneráveis em função des. Mas comparando-se ao contexto internacional, tanto da estrutura etária dos segurados, que o prêmio de um o controle de preços quanto à manutenção de uma coidoso não deve ser maior do que o dobro do premio de bertura básica, e de níveis mínimos de qualidade, existem um jovem. No entanto, em alguns Estados norte-ameritambém em vários países, só que de forma diferente. canos essa diferença chega a 3,5 vezes. No Brasil, a Lei Nos Estados Unidos, por exemplo, ainda que não 9656 permite que esta diferença possa ser de até seis exista uma Agência reguladora de planos e seguros de vezes. Isto se reflete na proporcionalidade dos reajustes saúde com abrangência nacional, a maioria das adminisdos prêmios de seguro e mensalidatrações estaduais pratica uma política des dos planos segundo a idade do ex-post de controles de preços assoEMBORA A EXPERIÊNCIA segurado, desincentivando a solidarieciados. Tal política é complementada dade entre gerações e a permanência por fiscalizações, quanto à cobertura NORTE AMERICANA NÃO dos idosos nos planos administrados básica, e por processos voluntários SEJA ISENTA DE PROBLE- pelas operadoras. de acreditação de planos e estabeleNos Estados Unidos, em geral, os cimentos de saúde, através de entida- MAS, ELA APRESENTA reajustes dos planos giram em torno des como a National Control Quality ALGUMAS LIÇÕES QUE da tendência do mercado, calculada Assurance (NCQA) e a Joint CommisPERMITEM FLEXIBILIZAR pelo regulador estadual. No entanto, sion for Hospital Accreditation. por recomendação do NAIC, o reajusNão obstante, existem algumas OS REAJUSTES DOS te dos prêmios de seguro pode atingir diferenças que merecem serem analiPLANOS DE ACORDO valores superiores (em alguns Estados sadas. Em primeiro lugar, nos Estados Unidos, a regulação é estadual e não COM AS NECESSIDADES E com um teto de até 15% acima da tendência estabelecida), desde que a federal como ocorre no Brasil. O regu- CONDIÇÕES ESPECÍFICAS operadora submeta informações atulador estadual não fixa um valor básico DOS SEGURADOS E DAS ariais, econômicas e financeiras que de aumento para prêmios de todos os justifiquem o aumento proposto com planos, mas sim indica, através de estu- OPERADORAS EM CADA base na sinistralidade do ano anterior. dos em profundidade sobre os fatores REGIÃO A operadora poderá reajustar o prêmio que pressionam os custos dos planos, no aniversário dos contratos, conforme permitido por lei, qual deveria ser, em caráter indicativo, o valor do reajuste e a informação submetida ao regulador será avaliada exa ser praticado pelas operadoras e divulga este valor entre post. Se houver algum erro, as diferenças deverão ser reos consumidores para que estes possam municiar-se para ajustadas no valor do prêmio do próximo ano. Em caso de negociar os reajustes dos preços dos planos e seguros de fraude contábil ou atuarial, poderá haver responsabilidade saúde de acordo com suas expectativas. criminal, grandes prejuízos financeiros e indenizações, No Brasil, o regulador federal determina o índice que que serão pagas pela operadora fraudadora. deverá ser aplicado, de forma ex-ante, a todos os planos. Existem ainda, nos Estados Unidos, incentivos para Somente alguns casos são passíveis de alteração, quanaumentar a proteção dos trabalhadores das pequenas e do se detecta desequilíbrio econômico financeiro da emmédias empresas no processo de asseguramento de saúpresa que possa comprometer sua solvência e ameaçar de. Em 12 estados, não é permitido cobrar diferenciais a cobertura futura dos segurados (Resolução da Diretoria adicionais por riscos associados ao gênero dos seguraColegiada No. 29, da ANS). dos que trabalham em pequenas e médias empresas. Em Nos EUA o controle é muito mais sútil e flexível. Busoito Estados não é permitido cobrar valores adicionais aos ca-se evitar, por um lado, que o consumidor se exponha a prêmios em função da idade dos empregados destas emgrandes aumentos repentinos no valor de seu prêmio e, MAIO 2007

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PRIMEIRA LEITURA ANDRÉ MEDICI E BERNARDO WEAVER BARROS, BID presas. Além do mais, em 11 estados a operadora não pode aumentar o prêmio por causa de perdas restritas a elas. Estas perdas serão incorporadas no reajuste médio do valor dos prêmios e diluídas por toda a base de segurados das empresas naqueles estados. O modelo norte-americano de saúde busca proteger o mundo do trabalho através do mercado privado, concentrando o gasto público nos grupos mais desprotegidos, pobres, idosos e aqueles que perdem sua capacidade de trabalho. Para tal, os governos estaduais regulam as empresas de seguro-médico sobre a base de alguns princípios como a viabilidade econômica, a solidariedade entre grupos de risco e entre empresas seguradas segundo seu tamanho e eficiência empresarial. Logicamente que este processo pode acarretar aumentos de custo nesse mercado. Com a inexorável onda de flexibilização dos mercados de trabalho e a necessidade de reduzir custos laborais, muitas empresas passam a optar pelo uso de contas de poupança médica (medical savings accounts) as quais se baseiam na transferência de parte dos custos, especialmente associados a riscos catastróficos, para fora da contabilidade dos planos de saúde. Este tem sido um dos pontos da agenda de reformas das políticas de saúde empurrado pelo Presidente George Bush e em discussão no Congresso norte-americano. Analogamente, o objetivo do mercado brasileiro é atender ao direito do consumidor. Este objetivo tem sido exercido através de um controle nominal dos preços dos planos, mesmo que o custo da saúde seja extremamente distinto de acordo com idade, gênero, planos individuais ou coletivos e, entre estes últimos, independentemente do tamanho da empresa. Assim, por mais que seja legítima a preocupação de proteger o consumidor através de SERIA PRUDENTE PARA A um controle uniforANS COMEÇAR A APROme de preços dos planos, ela corre o FUNDAR MECANISMOS risco de ameaçar MAIS FLEXÍVEIS DE REAa viabilidade financeira do sistema e JUSTE DE PREÇOS QUE a própria qualidade AVANCEM NOS DIREITOS dos planos ofertaREAIS DOS CONSUMIdos nos distintos mercados regio- DORES, REDUZINDO nais, em função INIQÜIDADES, DILUINDO de suas diferenRISCOS E EXPANDINDO ças. Neste sentido, seria prudente MERCADOS 18

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para a ANS começar a aprofundar mecanismos mais flexíveis de reajuste de preços que, por um lado, avancem nos direitos reais dos consumidores, reduzindo iniqüidades, diluindo riscos e expandindo mercados, e por outro permitam ajustar os preços dos planos às peculiaridades de cada operadora e de cada região, com vistas a aumentar a viabilidade e a consolidação desse mercado, assim como a qualidade dos planos oferecidos. Embora a experiência norte americana não seja isenta de problemas, como vimos anteriormente, ela apresenta algumas lições que permitem flexibilizar os reajustes dos planos de acordo com as necessidades e condições específicas dos segurados e das operadoras em cada Região. Para aproveitar desta experiência a ANS deveria avançar em passos concretos no sentido de: a) Estabelecer anualmente tendências de reajuste dos planos (através da fixação de bandas permitidas) que não sejam nacionais, mas que reflitam o mercado de cada Região (Estado, RMs e capital x interior, etc.). Tal política deveria incentivar mecanismos de solidariedade inter-geracional nos preços dos planos e estar baseada em estudos sistemáticos de atuária médica ao nível local. Estes estudos seriam realizados pela própria ANS ou por entidades regionais ou locais tecnicamente idôneas e reconhecidas, a serem contratadas para tal fim. A ANS deveria difundir essas tendências entre os consumidores e o mercado, com vistas a informar como os preços deveriam ser reajustados, apresentando as razões de ordem técnica ou econômica que justifiquem o reajuste. b) Ao mesmo tempo, permitir que as empresas reajustem seus preços como quiserem sem consulta prévia à ANS, apresentando posteriormente documentação que comprove e justifique o aumento, quando este ocorrer acima da banda recomendada regionalmente; c) Sobre a base da documentação apresentada, a ANS deveria revisar os reajustes ocorridos acima da tendência de forma ex-post, de acordo com normas e procedimentos transparentes, validando ou não aqueles que forem acima da tendência considerada no mercado, de acordo com a documentação a ser apresentada. A implementação deste tipo de política poderia demandar da ANS uma ação mais especializada, ao nível dos escritórios regionais, para que possa acompanhar todos os processos de formação de preços dos planos de saúde nas distintas regiões do país, a fim de estabelecer

DIVULGAÇÃO

André Medici é economista, atuando como especialista sênior em desenvolvimento social do Banco Interamericano de Desenvolvimento em Washington, notadamente em temas de saúde.

tendências realistas para o mercado de planos. Tal política permitiria, também, maior flexibilidade dos planos às variações e pressões de custos, impedindo que tendências altistas dos preços de algumas regiões sejam absorvidas de forma desnecessária por outras onde as pressões de custo são maiores e evitando desequilibrar a capacidade local de pagamento dos segurados, especialmente nas médias cidades e regiões mais distantes. Por outro lado, a ANS poderia dedicar-se também a incentivar, como ocorre nos Estados Unidos, processos voluntários de acreditação de planos e estabelecimentos de saúde. Tais processos, ao melhorar e aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços também poderão contribuir para evitar repasses de custos associados à ineficiência que ainda existe no mercado prestador.

Bernardo Weaver Barros é advogado e foi procurador da ANS. Atualmente é consultor do BID na área de seguros e planos de saúde.

NOTAS [1] OS CONTRATOS ANTIGOS, RELATIVOS A SEGURADOS QUE NÃO ACEITARAM MIGRAR PARA OS NOVOS PLANOS REGULADOS PELA LEI 9656, TEM SIDO OBJETO DE CONFLITOS ENTRE AS OPERADORAS E A ANS DADO QUE SUAS COBERTURAS NECESSITAM DE REAJUSTES DIFERENCIADOS. [2] ÓRGÃO QUE CONGREGA AS SUPERINTENDÊNCIAS ESTADUAIS DE SEGURO NOS ESTADOS UNIDOS. AS IDÉIAS MANIFESTADAS NESTE ARTIGO SÃO DE EXCLUSIVA RESPONSABILIDADE DOS AUTORES E NÃO REFLETEM, NECESSARIAMENTE, A POSIÇÃO OFICIAL DO BANCO INTERAMERICANO DE DESENVOLVIMENTO.

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ENTREVISTA HÉRCULES PEREIRA NEVES, IMEC

O FUTURO DA MEDICINA EM NANOPARTÍCULAS

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m 1997, o brasileiro Hércules Pereira Neves – então professor da Universidade Federal de Minas Gerais – foi liderar um grupo de pesquisas em microsistemas na Universidade Cornell (EUA). Lá trabalhou também com nanobiotecnologia, mais precisamente na integração entre nanodispositivos e biomoléculas. Mais tarde lecionou no Departamento de Bioengenharia da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), onde criou cursos sobre transdutores biomédicos, nanofabricação e eletrônica integrada para dispositivos biomédicos. Desde 2003, assumiu o posto de Cientista Principal em MicroSistemas Biomédicos do IMEC (www.imec.be), o maior centro europeu independente de pesquisas em micro e nanoeletrônica, nanotecnologia, metodologia de projeto e tecnologias para sistemas de informação e comunicação. O instituto, localizado em Leuven, na Bélgica, tem a missão de fazer e desenvolver pesquisas que estejam de três a dez anos à frente das necessidades da indústria. Estudos apontam que o tamanho do mercado para os produtos nanotecnológicos deve chegar a US$ 1 trilhão em 2010. Herc Neves, como é conhecido na Europa, tem a missão hoje de utilizar tecnologia de integração de microsistemas para solucionar problemas ainda não explorados na medicina, além de coordenar o projeto europeu NeuroProbes, que congrega 14 instituições em 10 países europeus para o desenvolvimento de conjuntos de sondas multifuncionais para aplicações cerebrais. Em entrevista exclusiva à HealthCare Brazil, Herc explica que as aplicações da nanotecnologia estão muito mais próximas da vida das pessoas e essencialmente da realidade médica. Para o cientista, o uso de biochips em diagnósticos deve gerar um grande impacto no setor em um curto espaço de tempo, reduzindo custo e tempo no atendimento. Ele explica também quais os impactos dessa incorporação e como o Brasil pode aproveitar as inúmeras oportunidades oferecidas neste setor.

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ENTREVISTA HÉRCULES PEREIRA NEVES, IMEC que se incorporam especificamente HealthCare Brazil: A realidade “nano” a um determinado tecido ou tipo de está sendo explorada para ser utilizada O USO DE BIOCHIPS EM célula, é possível aquecer a região de tanto no diagnóstico como na terapia. Na interesse em alguns poucos graus sua opinião, qual o principal foco atual DIAGNÓSTICOS OFERE(utilizando-se um campo eletromagde pesquisa para a indústria médica? CE A POSSIBILIDADE DE nético externo), o suficiente para que Hércules Pereira Neves: A nanotecuma aplicação de radioterapia tenha, nologia tem o potencial de disponibilizar SE OBTER RESULTADOS naquela região, um efeito mais proo que chamamos de medicina molecular. COM PRECISÃO, EXECUnunciado. Isso equivale a “focalizar” o Atualmente a nossa intervenção - tanTANDO VÁRIOS TESTES tratamento na região específica onde to para diagnóstico como para terapia ele é necessário, o que também impli- ocorre no nível celular, de tecido ou de SIMULTANEAMENTE, SEM ca em doses inferiores de radiação. sistema; com a nanotecnologia temos o INTERVENÇÃO HUMANA potencial de interagir com moléculas, o E EM TEMPO MUITÍSSIMO HCB: Qual o impacto real para hosque por sua vez pode propiciar uma maior pitais e outros prestadores de serespecificidade (e consequentemente efi- REDUZIDO. EM TERMOS cácia) tanto no diagnóstico como nas técPRÁTICOS, ISSO SIGNIFI- viços de cuidados médicos? E, em quanto tempo se dará? nicas terapêuticas. Atualmente a atenção está voltada sobretudo a interações ge- CA OBTER RESULTADOS Neves: O impacto já começa a ser nômicas, mas o trabalho em proteômica ALI MESMO, EM FRENTE sentido, uma vez que o setor médico tem aumentado substancialmente. Mas já está se preparando para absorver AO PACIENTE não devemos nos esquecer da importânessas novas tecnologias. Ao mesmo cia do trabalho com células, já que elas também respontempo em que há uma sede muito grande de novas soludem a agentes de escala nanoscópica. ções em medicina, existe também a necessidade de que as ciências médicas, até agora acostumadas a tecnologias HCB: Quais áreas da medicina o senhor considera mais relativamente tradicionais, se adapte às novas tendências. promissoras para o aparecimento de produtos? Não se pode culpar o profissional de saúde por esse aparente tradicionalismo; o que ocorre é que ele só se disporá Neves: É difícil falar de áreas específicas, já que a naa adotar algo fundamentalmente diferente daquilo que usa notecnologia promete muito na medicina como um todo. hoje caso haja um salto suficientemente grande nos benePessoalmente vejo como muito promissoras duas áreas: fícios obtidos com a tecnologia. diagnóstico utilizando biochips e tratamento de câncer através de hipertermia. O uso de biochips em diagnóstiHCB: Baseado nestas novas tecnologias, como será o pacos oferece a possibilidade de se obter resultados com ciente no futuro? Teremos um novo “tipo” de paciente? precisão, executando vários testes simultaneamente, sem intervenção humana e em tempo muitíssimo reduzido. Em Neves: Acho que a diferença do lado do paciente já termos práticos, isso significa obter resultados ali mesmo, pode ser observada hoje. Ela tem a ver sobretudo com o em frente ao paciente, sem ter que mandar material para nível de informação que se disponibiliza. Hoje é comum o laboratório e esperar alguns dias pela resposta. Para se que o paciente chegue ao consultório médico já conheter uma idéia da importância disso basta lembrar que uma cendo detalhes sobre sua condição. Com a internet não porcentagem considerável do período de internação de é necessário que se seja um profissional da área médiqualquer paciente se deve ao tempo necessário para se ca para se ter acesso a informações detalhadas sobre as obter os resultados de exames laboratoriais. Outra área mais diversas doenças, seu diagnóstico e tratamento. promissora é a da hipertermia. Utilizando-se nanopartículas O que deverá mudar, ao meu ver, é que o paciente terá

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acesso imediato a ferramentas que possam ajudar o profissional de medicina a fazer um diagnóstico mais rápido e preciso. Da mesma forma que hoje, ao telefonar para o médico numa emergência doméstica, fornecemos informações como a temperatura do paciente, será possível informar muito mais. Nada disso substituirá a intervenção do profissional de saúde, mas terá o potencial de ajudá-lo enormemente no seu trabalho.

ser feito para não perderem essa linha de evolução? Neves: Creio que os hospitais estarão suficientemente prontos a partir do momento que a nanotecnologia conseguir provar sua real utilidade. Para isso, acho que o mais importante é que a nanotecnologia procure se adequar o melhor possível às necessidades dos profissionais de saúde. Ou seja, é mais importante que a nanotecnologia se prepare para a realidade dos hospitais do que o contrário.

HCB: A medicina está se tornando cada vez mais personalizada? Neves: As tecnologias de que estamos falando oferecem a possibilidade de intervir de forma mais direta na causa real das doenças em vez de atuar de uma forma predominantemente sistêmica. Por isso ela não deixa de se tornar mais personalizada. Isso é reforçado pelo avanço em diagnóstico, que ajudará a conhecer as peculiaridades de cada indivíduo.

HCB: Existe ainda descrença por parte dos administradores da saúde de que isso aconteça? A indústria acaba enxergando mais longe, neste sentido? Neves: A possível redução nos custos de internação, diagnóstico e tratamento por si só representam fatores extremamente atrativos para o segmento. Portanto não será a tecnologia propriamente dita, mas sim as suas conseqüências econômicas que promoverão a adoção de soluções usando a nanotecnologia.

HCB: A gestão e monitoramento das doenças serão faHCB: Quem são os maiores investidores em nanocilitados? tecnologia? Neves: Certamente que sim. Com a possibilidade de Neves: Certamente os países que tradicionalmente se intervir em diferentes níveis estruturais do nosso orgainvestem mais em pesquisa tecnológica estão também à nismo - de sistemas até moléculas - tem-se a oportunidafrente do investimento no setor. Vale ressaltar, entretanto, de de exercer algum controle sobre eles. Há muitas doque a própria natureza da pesquisa em nanotecnologia, enças que embora não sejam curáveis assim como sua diversidade, facilitam podem ser gerenciadas para melhorar o envolvimento de países em desena qualidade de vida do paciente. Essas O SETOR MÉDICO JÁ volvimento. Ao contrário do que aconnovas tecnologias certamente camitece com indústrias de alto volume ESTÁ SE PREPARANDO nham nesse sentido. de investimento (como é o caso da microeletrônica), na nanotecnologia é PARA ABSORVER ESSAS possível começar com pouco e mesHCB: E a relação com as doenças raras? NOVAS TECNOLOGIAS. mo assim fazer algo extremamente Neves: Até os dias de hoje, o tratarelevante. Isso oferece possibilidades mento de doenças raras tem dependido AO MESMO TEMPO EM enormes para países como o Brasil. de haver interesse específico dos cen- QUE HÁ UMA SEDE MUItros de pesquisas médicas e da indústria TO GRANDE DE NOVAS HCB: Os investimentos do governo farmacêutica. Novas ferramentas como dos Estados Unidos na área de naa nanotecnologia oferecem a possibili- SOLUÇÕES EM MEDICInociência e nanotecnologia vêm audade de atacar os problemas de forma NA, EXISTE TAMBÉM A mentando a cada ano. Estima-se que mais global, por exemplo focalizando NECESSIDADE DE QUE AS estes investimentos alcancem os do sua atenção numa classe de proteínas Genoma. ou num tipo de célula. Assim, surgem CIÊNCIAS MÉDICAS, ATÉ novas possibilidades para a abordagem Neves: Os Estados Unidos estão AGORA ACOSTUMADAS de doenças que, pelo número reduzido numa situação extremamente favoráde casos, normalmente não vêm mere- A TECNOLOGIAS RELATIvel: desde cedo enxergaram o potencial cendo a atenção necessária. VAMENTE TRADICIONAIS, da nanotecnologia, apóiam maciçamente as áreas científicas essenciais a ela SE ADAPTE ÀS NOVAS HCB: Como os hospitais devem se (como a ciência dos materiais), atraem preparar para o futuro? O que deve TENDÊNCIAS profissionais de primeira linha de todo MAIO 2007

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ENTREVISTA HÉRCULES PEREIRA NEVES, IMEC o mundo e têm universidades onde não se poupa dinheiro com pesquisa. Além disso, especificamente no setor médico, têm um sistema de saúde altamente homogêneo (o que não é o caso na Europa). Nos Estados Unidos há um número substancial de empresas de todo porte empenhadas na exploração de produtos incorporando nanotecnologia. A Europa vem avançando a passos largos nesse sentido, mas o mercado americano é certamente mais propício e as condições oferecidas a empresas emergentes são bem melhores. HCB: Como o Brasil está posicionado em relação à infra-estrutura e investimentos em nanociência e nanotecnologia, se comparado à América Latina? Neves: Conheço relativamente pouco sobre o mercado brasileiro, mas certamente está muito à frente da América Latina. Estamos falando de uma área que caminha de mãos dadas com a pesquisa acadêmica e as atividades em centros de pesquisa e desenvolvimento. As redes de pesquisa em nanotecnologia no Brasil têm se mostrado prolíficas em sua produção científica; mesmo que sua produção se situe aquém dos países desenvolvidos, o Brasil tem feito muito mais do que seus vizinhos para fomentar a pesquisa. Até onde sei, no restante da América Latina não há centros de excelência como a Embrapa; o ideal para o Brasil seria ter várias Embrapas, em áreas como a nanotecnologia. HCB: A pesquisa ainda está limitada a universidades e institutos financiados pelos governos? As aplicações dependem também do investimento privado? Neves: As indústrias - sobretudo as pequenas - têm papel fundamental no desenvolvimento da nanotecnologia para uma transição rápida entre a idéia e o produto. Na minha opinião, isso tem sido um fator determinante na posição de liderança que os Estados Unidos têm tido no setor. HCB: Esse é o principal entrave para a disseminação de novos produtos? Neves: Um dos maiores entraves se refere à transição entre o resultado da pesquisa científica e o produto que possa ser efetivamente utilizado pelo profissional de saúde. Esse desenvolvimento intermediário normalmente não é do interesse do pesquisador nem tampouco da grande maioria das indústrias. HCB: Na indústria farmacêutica, o desenvolvimento de produtos tem o objetivo de tornar os tratamentos menos agressivos ao paciente, mas visam também à redução de custos. Neves: A nanotecnologia apresenta o potencial de aumentar a especificidade dos medicamentos. Mas acho que o maior 24

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Hércules Pereira Neves, cientista principal em microsistemas biomédicos do IMEC, maior centro europeu de pesquisas em nanotecnologia

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impacto nos custos se fará através das inovações em diagnóstico, sobretudo na aceleração dos resultados. Se a possibilidade de tornar portáteis uma grande parte dos exames laboratoriais (sangue e urina) já terá impacto enorme na redução do tempo de internação do paciente. Em termos de custo, acho possível uma redução de 20% nos próximos dez anos. HCB: A União Européia possui um plano conjunto de ações? Neves: A Comissão Européia tem dado atenção especial ao suporte à nanotecnologia. Os programas de pesquisa da União Européia - chamados Programas-Quadro para pesquisa e desenvolvimento tecnológico - se dividem em prioridades temáticas; desde o programa anterior (Programa-Quadro 6) há uma prioridade temática específica para nanotecnologia. No atual Programa-Quadro 7, além da prioridade temática “Nanociências, Nanotecnologias, Materials e Novas Tecnologias de Produção”, há também as prioridades “Tecnologias de Informação e Comunicações”, “Saúde”, “Energia”, “Bioeconomia Baseada no Conhecimento” e “Transportes” nas quais nanotecnologia está explicitamente contemplada. Para cada uma dessas prioridades temáticas há diversas chamadas para projetos colaborativos de pesquisa, redes de excelência e ações de coordenação e suporte. Além disso, existe uma Plataforma Tecnológica Européia em Nanomedicina, cuja função é identificar os grandes desafios sócio-econômicos encontrados pela Europa para prover altos padrões de serviços de saúde e na garantia de alta qualidade de vida, com enfoque em novas terapias a custos razoáveis. HCB: O senhor pode citar alguns projetos já em desenvolvimento que merecem destaque e a atenção da comunidade médica? Neves: São muitos os projetos. Em particular, gostaria de destacar o papel das redes de excelência como a Nano2Life, cujo objetivo é tornar a Europa líder em nanobiotecnologia através da aglutinação de conhecimento e experiência de diversas organizações. Ela é formada por 23 organizações européias.

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MÁ DISTRIBUIÇÃO MUNDIAL DAS DESPESAS EM SAÚDE Durante a 60ª Assembléia Mundial da Saúde, realizada em Genebra, a OMS alertou em relatório a má distribuição das despesas em saúde no mundo. Os 30 países mais industrializados, onde vivem menos de 20% da população mundial, dispõem de 90% do orçamento global no setor. Em 2004, os

9 SOLUÇÕES PARA A SEGURANÇA DO PACIENTE A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um documento em parceria com diversas entidades sugerindo nove soluções para a segurança do paciente. Nos países desenvolvidos, se estima que um em cada dez pacientes hospitalizados sofra danos originados da atenção recebida. Nos países em desenvolvimento, a OMS acredita que esse número seja muito maior. As nove soluções são baseadas em intervenções e ações que têm reduzido os problemas relacionados com a segurança dos pacientes em vários países. No último ano, a OMS se reuniu com cerca de 50 líderes e especialistas no assunto para identificar e adaptar as soluções a diferentes necessidades. Para ler o documento acesse: http://www.jcipatientsafety.org/24725/

países da OCDE gastaram US$ 3.080 por habitante em saúde, contra US$ 102 da África e do Sudeste Asiático.

2030: 80% DAS MORTES SERÃO CAUSADAS PELO FUMO O fumo matará 8,3 milhões de pessoas em 2030, 50% mais que hoje, e 80% das

MULHERES TÊM EXPECTATIVA DE VIDA DE 75 ANOS O relatório de Estatística Sanitária Mundial 2007, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), indica que as mulheres de todo o mundo vivem, em média, quatro anos a mais que os homens. A expectativa de vida delas é de 68 anos, e a deles, de 64 anos. As mulheres com probabilidade de viver mais são as japonesas (86 anos), seguidas das de Mônaco (85 anos). As mulheres brasileiras têm expectativa de vida de 75 anos, e os homens, de 68 anos. Já os homens, os que têm possibilidades de viver mais são os de San Marino, com uma média de 80 anos, um a mais que nas estatísticas de 2006.

vítimas serão habitantes de países de renda média e baixa. O estudo conclui que em 2030 as quatro causas mais comuns de mortalidade serão as doenças cardíacas e pulmonares, os ataques cerebrais e a Aids. Em 2030, as doenças não contagiosas deverão causar 70% das mortes. MAIO 2007

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CAUSA DE TRAUMAS EM IDOSOS Estudo realizado na Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto (EERP) mostra que a maioria dos traumas sofridos por idosos é decorrente de quedas. O estudo envolveu 121 idosos, de 60 a 74 anos, considerados assim idosos jovens, residentes em Londrina e Região Metropolitana, que sofreram algum trauma e necessitaram de internação hospitalar. O objetivo era analisar a capacidade funcional do idoso antes do trauma e depois de seis meses da alta hospitalar.

62% 25,6%

Dos traumas ocorreram em conseqüência de quedas.

De acidentes de trânsito, especialmente os atropelamentos, e em terceiro lugar, de agressões físicas ou violência, como ferimentos por arma de fogo.

CONTRATAÇÃO DE MÉDICO É “QUARTEIRIZADA” Relatório do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), apontou que parceiros da Prefeitura de São Paulo na gestão das unidades de saúde AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) que deveriam contratar médicos para esses serviços repassaram a tarefa a outras empresas e cooperativas de médicos. Quatro das sete parceiras privadas (Santa Marcelina, Santa Catarina, Seconci e Unisa) que atuavam no fim do ano passado adotaram a estratégia, chamada de “quarteirização”. A pesquisa do conselho mostrou uma tendência de aumento de procedimentos menos complexos com a chegada das AMAs, crescimento de mais de 1,3 milhão de consultas entre 2005 e 2006, mas também uma queda de atendimentos em prontos-socorros e postos de saúde. O modelo das AMAs foi implantado há dois anos pelo ex-prefeito José Serra (PSDB), atual governador do Estado. 28

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FISIOTERAPIA REDUZ TEMPO DE INTERNAÇÃO Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Fisioterapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP mostra que as sessões de fisioterapia reduzem em até 40% o tempo de permanência do paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quando aplicadas sem interrupções, ou seja, 24 horas por dia. O estudo avaliou 500 pacientes, num período de seis meses. Nos primeiros três meses, as atividades do fisioterapeuta levaram 12 horas e a média de internação do paciente na UTI foi de dez dias. Nos três meses seguintes, o atendimento foi de 24 horas e a média de permanência do paciente caiu para seis dias.

SANGUE ARTIFICIAL Pesquisadores da Universidade de Sheffield, na Inglaterra, apresentaram sua mais recente inovação: o sangue artificial. O produto é feito com moléculas de plástico que têm um átomo de ferro em seu centro, como a hemoglobina, que pode levar oxigênio pelo corpo. A idéia é desenvolver o produto em grande escala para ser usado em situações de emergência, como em áreas de conflito, onde os bancos de sangue natural nem sempre estão com estoques suficientes para salvar vidas. Segundo os cientistas, o sangue artificial é leve e fácil de transportar, não precisa de refrigeração e pode ser conservado por mais tempo. MAIO 2007

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NOVA ESTRUTURA NO FLEURY O Fleury implementou uma nova arquitetura organizacional que estabelece quatro Unidades de Negócio - Fleury Medicina Diagnóstica, NKB Medicina Diagnóstica, Fleury Hospital-Dia e Gestão de Saúde. As mudanças contemplam o plano de crescimento da empresa que envolve a consolidação no mercado como um provedor de soluções e produtos em toda a cadeia da saúde - prevenção, diagnóstico, gestão

SÃO CAMILO INVESTE EM DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

de doença e terapêutico.

O Hospital e Maternidade São Camilo Santana, localizado em São Paulo, investiu US$ 3,5 milhões na conclusão da primeira fase do novo Centro de Apoio ao Diagnóstico por Imagem. De acordo com José Carlos de Oliveira, diretor administrativo, com o investimento o São Camilo triplica sua capacidade de atendimento. Foram adquiridos duas máquinas de ressonância magnética, dois tomógrafos, um equipamento de densitometria óssea, um mamógrafo e três aparelhos de ultra-sonografia. A segunda fase de conclusão do novo CDI deverá ocorrer em cerca de dois anos e incluirá toda a área de Radiologia.

unidades de atendimento.

O Fleury realiza mais de 25 milhões de exames por ano na área diagnóstica, em 121 Em 2006, obteve receita de R$ 520,5 milhões.

MBA EXECUTIVO EM GESTÃO DE SAÚDE O IBMEC São Paulo está com inscrições abertas para o MBA Executivo em Gestão de Saúde até o dia 22 de junho. O curso é uma parceria entre o Hospital Israelita

MAIS UM PARA O DASA O grupo Diagnósticos da América (DASA) concluiu a aquisição do Laboratório Exame de Brasília. O valor da transação é de R$ 56 milhões. Com a aquisição, o DASA fica mais forte no mercado no Distrito Federal, terceira região do Brasil em cobertura de saúde privada, com 32% da população coberta por planos de saúde (ANS). O plano estratégico inclui o posicionamento do Exame no segmento executivo e a abertura de novas unidades, além da ampliação dos exames de análises clínicas. Em 2006, o Exame registrou receita bruta de R$ 38,8 milhões. 30

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Albert Einstein e o IBMEC São Paulo e foi desenvolvido para profissionais com formação na área de saúde, administração ou que atuem em instituições médicas e necessitam aprimorar seus conhecimentos em gestão. Mais informações no site www.ibmecsp.edu.br

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2,1 MILHÕES DE USUÁRIOS A Amil Assistência Médica confirmou a compra da Blue Life. O negócio deve ser efetivado apenas em julho, depois de auditoria e aprovação da ANS. Com o acordo, a Amil consolida sua posição de liderança em número de beneficiá-

EUA EM ÚLTIMO LUGAR

rios no ranking nacional

O sistema de saúde americano aparece em último lugar na lista que classifica a assistência sanitária nos países ricos em termos de qualidade, acesso e eficiência. O estudo realizado pelo Fundo Commonwealth, aponta que os Estados Unidos é o único país do grupo estudado que não garante acesso ao atendimento de saúde por meio de uma cobertura universal para seus cidadãos. Sob o título “Mirror, Mirror on the wall: an update on the quality of american health care through the patient`s lens” (Espelho, espelho meu: uma atualização sobre a qualidade do sistema de saúde americano do ponto de vista do paciente), o estudo baseou-se em entrevistas com médicos e pacientes da Austrália, Grã-Bretanha, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia e Estados Unidos, aos quais pediu para que falassem sobre suas experiências e opiniões com relação a seus sistemas de saúde. Enquanto isso, a GrãBretanha ficou com a maior pontuação entre os países estudados. A Alemanha ficou com a segunda posição, enquanto a Nova Zelândia e a Austrália, com a terceira. É possível ler o estudo no site da Commonwealth www.commonwealthfund.org

2,1 milhões de associa-

do setor, com cerca de dos. No ano passado, a operadora atingiu faturamento de R$ 3 bilhões. O Hospital Santa Bárbara, que conta com 108 leitos, também foi incorporado pela operadora.

VERTICALIZAÇÃO Até o final de 2007, a Prevent Sênior vai aumentar o número de hospitais em São Paulo. O terceiro hospital da companhia, que é especializado em planos para a terceira idade, será inaugurado em junho, na região da Avenida Paulista, com investimento de R$ 6

DIX COMPRA MED CARD A Dix Saúde comprou a carteira de clientes da operadora de planos Med Card – que deve operar com o mesmo nome depois da aquisição. Além dos 61.2 mil beneficiários, a empresa incorpora o Hospital Santo Amaro e dois centros médicos de São Paulo. Essa é a terceira aquisição da Dix Saúde em quatro anos. Em 2006, a empresa atingiu faturamento de R$ 805 milhões e mais de 1 milhão de vidas atendidas. Com a aquisição, espera fechar o ano com faturamento de R$ 1 bilhão. 32

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milhões. Mais dois outros empreendimentos estão no radar da Prevent – nos bairros da Liberdade e na região da Radial Leste. A previsão é que até 2011 a empresa passe a manter 12 hospitais próprios.

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Cursos de Curta Duração Cursos

Público-alvo

Duração 7h

Cursos de Orientação para Acreditação Primeiros Passos para Acreditação

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Gestão por Processos

16 h

Indicadores de Desempenho

16 h

Ferramentas da Qualidade

16 h

Administração Financeira de Serviços de Saúde

Profissionais da área da saúde

Atendimento em Serviços de Saúde

Recepcionistas, auxiliares de serviços de saúde e colaboradores que atuam em hospitais, clínicas e serviços afins

Atualização para Gestores da Saúde

Administradores, médicos, enfermeiros e demais profissionais de gestão

Auditoria em Serviços de Saúde

Enfermeiros, Médicos, Administradores, Chefes de Faturamento

7h

Auditoria em Enfermagem - Introdução

Enfermeiros coordenadores de serviços de enfermagem e enfermeiros com interesse em atuar em auditoria

7h

Como a Educação Continuada Pode Contribuir na Qualidade da Assistência

Enfermeiros e equipe de enfermagem

7h

Curso

Como a Enfermagem Pode Contribuir Para o Controle de Custos do Hospital Diagnóstico e Planejamento nos Serviços de Saúde

Profissionais de Enfermagem

7h

Profissionais da área de saúde do setor público ou privado

7h

Público-alvo Profissionais graduados em nível superior que já atuam ou pretendem atuar na área da saúde

Dimensionamento de Pessoal – Enfermagem

Enfermeiros Médicos, enfermeiros, biomédicos, bioquímicos, farmacêuticos, biólogos, administradores de serviços de medicina diagnóstica de cunho ambulatorial ou hospitalar. Enfermeiros, técnicos, auxliares de enfermagem e profissionais afins

7h

Estatística Hospitalar – Introdução

Profissionais da área de saúde do setor público ou privado

7h

Farmácia Hospitalar - Dose Unitária

7h

Faturamento Hospitalar e de Serviços de Saúde

Administradores, farmacêuticos, equipe de auxiliares de Farmácia Administradores, enfermeiros, chefes de áreas de atendimento e cobrança

Gerenciamento do Serviço de Enfermagem

Enfermeiros

Gestão de Custos Hospitalar

Profissionais da área da saúde

7h

Gestão de Hotelaria em Saúde

Profissionais da área de hotelaria, em instalações, arquitetura, decoração, mobiliário, serviço de govenança, gastronomia, lavanderia, limpeza, recepção e enfermagem

7h

Gestão de Suprimentos em Serviços de Saúde - Abordagem Jurídica e de Qualidade

Gestores da área da saúde e profissionais ligados a suprimentos

20 h

Gestão do Serviço de Prontuário do Paciente

Gestores da área da saúde e profissionais ligados ao SPP

20 h

Higiene Hospitalar e de Serviços de Saúde

Profissionais da área de apoio de higiene hospitalar

7h

Hospitalidade em Instituições de Saúde

Todos os profissionais da área da saúde

7h

Gestão de Laboratórios de Análises Clínicas Emergências de Enfermagem

7h 16 h

Pós-Graduação Administração Hospitalar e de Serviços de Saúde

Duração

460 h

Curso

Auditoria dos Serviços de Saúde

7h

7h

Público-alvo Graduação da Àrea da Saúde ou Profissionais de nível superior que atuam na área da saúde Duração

460 h

7h 20 h

Humanização da Assistência à Saúde

Profissionais da assistência e da gestão em saúde

7h

Enfermeiros

7h

Lavanderia Hospitalar

Funcionários de hospitais, administradores hospitalares, enfermeiros e demais interessados

7h

Liderança Estratégica I – Hospitais e Instituições de Saúde

Executivos, gerentes, coordenadores e demais lideranças da saúde

48 h

Planejamento Estratégico de Hospitais e Serviços de Saúde

Gestores da área da saúde

20 h

Programa de Gerenciamento de Resíduos em Serviços de Saúde

Administradores, enfermeiros, gerentes, em especial da área de limpeza e higienização, profissionais da saúde

Qualidade na Atenção à Saúde

Profissionais da área da saúde

Serviço de Controle de Infecção Hospitalar

Médicos, enfermeiros e estudantes da área da saúde

7h

Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE

Enfermeiros

7h

20 h

de cursos em Belo Horizonte (MG), Ribeirão Preto (SP), Vila Velha (ES) e

Indicadores Gerenciais e de Assistência de Enfermagem

7h

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ADMINISTRAÇÃO UTI

COMO TIRAR AS UTIS do estado crítico?

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Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) deve publicar nos próximos meses um novo regulamento que estabelece o funcionamento de serviços de atenção ao Paciente Crítico e Potencialmente Crítico. Em outras palavras, a partir da publicação da nova RDC não só as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e de Cuidados Intermediários (UCIs) do setor público serão regulados pela Anvisa, como também as do setor privado. O texto, que passou por consulta pública em abril do ano passado e está em fase de redação final, prevê uma série de mudanças e regras em relação aos recursos humanos, equipamentos, materiais e medicamentos necessários à operacionalização das unidades. Dentre as principais mudanças, a exigência do médico com título de especialista em medicina intensiva, o que ainda não é uma “figura” comum dentro das unidades de muitas regiões do País. Mas, essa é só uma ponta do iceberg que deixou as UTIs em um estado crítico - quase irreversível. Baixa remuneração, ausência de leitos no setor público, ociosidade no setor privado e má gestão são as principais causas que têm mantido os gestores em permanente alerta. Mas, como tirar as UTI’s desse estado crítico? A solução, segundo José Maria da Costa Orlando, presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), é uma união de esforços e parcerias entre o Governo e empresários do setor privado.

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ADMINISTRAÇÃO UTI Uma pesquisa divulgada em maio pela AMIB, única entidade oficial em medicina intensiva reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB), revelou aumento de um dia no tempo médio de internação nas UTI’s brasileiras, nos últimos dois anos. O estudo, que integra os dados do Sistema Quati (Qualidade em Terapia Intensiva), analisou 70 unidades – públicas e privadas - de diversas regiões do País. Em 2005, as UTIs adulto que integram o Sistema QuaTI registraram permanência média de pacientes de 5,7 dias. Já em 2006 esse número subiu para 6,7. Esses valores variam de acordo com as características do tipo e idade do paciente internado. Mas, segundo a associação pelo baixo número de hospitais/unidades participantes da pesquisa, ainda não é possível agrupar dados, como por faixa etária. “O tempo de permanência no Brasil é superior ao que observarmos em países desenvolvidos onde não há falta de leitos”, explica José Maria da Costa Orlando, presidente da AMIB. Um dos motivos desse aumento de permanência nos leitos de terapia intensiva é a carência de unidades intermediárias de internação, chamadas também de semi-intensivas. “Em outros países esse tipo de unidade é comum porque permite dar alta ao paciente que passou por um período de tratamento na UTI sem correr o risco de mandá-lo direto para uma enfermaria ou quarto numa condição que eventualmente pode gerar uma complicação, por ainda estar num estado de fragilidade. Está faltando aí um grau intermediário no processo de alta da UTI”, conta Orlando. Segundo ele, o fato de não dispormos dessas unidades em grande escala, especialmente em hospitais públicos onde há permanentemente uma alta demanda por internações, gera insegurança no médico, que acaba mantendo o paciente mais tempo neste tipo de leito, muitas vezes sem necessidade efetiva. “O resultado é que, ou o médico estica a permanência do paciente na UTI ou antecipa a alta do paciente para a enfermaria - o que acaba acontecendo é que alguns desses pacientes apresentam intercorrências e retornam para a UTI, o que gera mais custos já que a patologia normalmente se agrava”, conta. Segundo o estudo, a taxa de permanência das UTIs públicas é de 9,2 dias enquanto nas particulares é de 5,6. A gritante diferença reflete uma disparidade entre as áreas pública e privada. Faltam leitos no primeiro grupo, enquanto sobram no segundo. O Brasil conta atualmente com quase 35 mil leitos de UTI. Desses, 20 mil estão na rede pública – que conta com mais de 140 milhões de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) - e aproximadamente 15 mil encontram-se no setor privado – que 36

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representa uma parcela de 40 milhões tuições hospitalares a seguirem nesta de vidas atendidas. trilha. Motivo pelo qual também se enDe acordo com o presidente da A TAXA MEDIANA DE contram mais leitos de semi-intensiva AMIB, o ministério da Saúde vem se PERMANÊNCIA DAS UTIS nos hospitais privados e uma menor apoiando em uma recomendação da taxa de permanência. “Se consegue Organização Mundial da Saúde (OMS), PÚBLICAS É DE 9,2 DIAS antecipar a alta desses pacientes, com da década de 80, que apontava as ne- ENQUANTO QUE NAS uma rotatividade de leitos maior, à mecessidades de leitos de UTI para um dida em que se dispõe de suporte das hospital geral, na casa dos 4%, ou PARTICULARES É DE 5,6. semi-intensivas, reduzindo custos e seja, em um hospital de 100 leitos, A GRITANTE DIFERENÇA garantindo a segurança e a qualidade pelo menos quatro deveriam ser de teda assistência”, reforça. REFLETE UMA DISPARIrapia intensiva. “Essa é uma recomenOutra questão que pesa a favor da dação que tem quase 30 anos. De lá otimização dos leitos no setor privado DADE ENTRE AS ÁREAS para cá, a demanda por leitos na UTI é o processo de auditoria dos compraPÚBLICA E PRIVADA cresceu por diferentes motivos. Pridores de serviços. “As operadoras de meiro, a população está ficando mais planos não estão dispostas a ter um idosa – o que acaba demandando mais leitos intensivos. dispêndio de recursos maior para manter um paciente na Segundo, a violência urbana subiu muito no mundo inteiUTI quando ele já teria condições de ser monitorado em ro e, por último, a complexidade das cirurgias aumentou uma unidade intermediária, com custo menor. Então, os com as tecnologias, o que exige uma atenção pós-opepróprios compradores são grandes incentivadores da imratória maior”, explica. plantação desse tipo de unidade”, explica. Já no setor púHoje, a experiência mundial aponta como necessidablico, onde esse tipo de auditoria é frágil ou praticamente de mínima de 7 a 10% de leitos intensivos para um hosinexistente, esse incentivo deixa de existir, especialmente pital geral. O dobro do praticado atualmente no Brasil. porque não é contemplado e reconhecido nas tabelas de “Depois da implantação de cerca de 6 mil novos leitos, remuneração do SUS. nos últimos quatro anos, sabemos pelas informações do Mas, Orlando faz um alerta. “Embora sejamos favoministério da Saúde que finalmente atingimos a casa dos ráveis à implantação das unidades intermediárias, elas 4%, no setor público. O que é claramente insuficiente. não são uma porta de entrada e sim um degrau de saída Já no setor privado é o contrário, temos uma oferta gepara quem esteve internado na UTI. Em um determinanerosa e essa proporção sobe para 11%. E, quem tem do momento, o Governo chegou a supor que como já se acesso são os 40 milhões de privilegiados que são asvinha implantando mais leitos intensivos, estava na hora sistidos pela medicina suplementar. A grande massa de de partir para a implantação das unidades semi-intensivas brasileiros depende da rede SUS”. em hospitais públicos, onde ainda existe claramente uma O alto custo envolvido na operação de um hospital, demanda grande por leitos de UTI”, ressalta. com a medicina cada vez mais centrada no paciente, tirará O que fazer? de dentro do âmbito hospitalar muitos dos atuais serviços oferecidos. O hospital do futuro será uma grande UTI, e Para ampliar a disponibilidade de UTIs, um caminho deve – segundo Orlando – reunir tão somente algumas óbvio é implantar novos leitos. Mas, para o presidente atividades essenciais, como centro-cirúrgico para proda AMIB, é fundamental também melhorar a gestão dos cedimentos de grande porte, pronto-socorro para emerleitos existentes. “Melhora-se a gestão de diferentes gências de maior complexidade e as unidades de terapia maneiras. Uma delas é ter critérios claros de internação. intensiva. “Então, o que vai sobrar dentro do hospital? Saber exatamente que tipo de paciente pode e deve ser Estruturas enxutas, com tecnologia concentrada na emerbeneficiado, o que não é uma prática digamos forte em gência, centro cirúrgico, UTI e poucos exames de maior nosso contexto. E isso ocorre de uma forma geral no porte. O paciente que permanecer no hospital será aquele serviço público, como no privado. Esse último, incluque demandará maior vigilância, o resto será tratado em sive, como tem uma disponibilidade maior de leitos incasa, em sistema de home care ou em day hospital”. terna casos que na rede pública nem se cogitaria. Esse Para ele, esse é um fator irreversível já que os comtambém é um dos motivos em que há tantas diferenças pradores de serviços pressionarão cada vez mais as instiMAIO 2007

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ADMINISTRAÇÃO UTI

SOLUÇÕES PARA TIRAR AS UTIS DO ESTADO CRÍTICO • Implantação de mais leitos no setor público • Criação dos leitos intermediários • Melhorar a gestão das unidades existentes • Realizar parcerias público-privadas

nos índices de mortalidade de um e outro tipo”, analisa. Para Orlando, o problema vai além da criação dos protocolos de atendimento. “A disponibilidade desses protocolos, que definem critérios de internação, alta, etc, são muito comuns e, estão disponíveis em toda a literatura mundial. Esse não é o problema, e sim as reais condições que temos atualmente de aplicá-los. Na prática, se fossemos aplicar o protocolo recomendado deveríamos, por exemplo, avaliar os casos tendo em mente aquele paciente que poderia se beneficiar mais da internação na UTI e com mais chances de recuperação, e não necessariamente o caso mais grave. E, isso, certamente meus próprios colegas de emergência não admitiriam. Como levo um paciente que está estável e deixo um mais grave? É uma mudança cultural e estrutural”. (leia o quadro Hora de pensar na Ortotanásia). O caminho óbvio, de implantação de novos leitos, é só um passo e não é o único. A solução, segundo o presidente da AMIB, além da criação de leitos intermediários e melhorar a gestão das unidades existentes, é estabelecer parcerias públicoprivadas. “Se eu tenho 20 mil leitos A EXPERIÊNCIA MUNDIAL para 140 milhões APONTA COMO NECESde usuários e 15 mil leitos para 40 SIDADE MÍNIMA DE 7 A milhões, o ideal 10% DE LEITOS INTENSInão é sair construindo mais hosVOS PARA UM HOSPITAL pitais e sim estaGERAL. O DOBRO DO belecer convênios e contratos de PRATICADO ATUALMENTE serviços com a iniciativa privada, em NO BRASIL 38

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que os hospitais privados passem NA PRÁTICA, SE FOSSEa disponibilizar esMOS APLICAR O PROTO- ses leitos para o setor público”. DaCOLO RECOMENDADO dos apontam que a taxa de ocupaDEVERÍAMOS AVALIAR ção média de uma OS CASOS COM MAIS UTI pública está acima dos 90%, CHANCES DE RECUPEjá no setor privaRAÇÃO, E NÃO NECESdo a média nacional não supera os SARIAMENTE OS MAIS 60%. “Porque o GRAVES Governo não se propõe a utilizar esse tipo de serviço ao invés de ter um custo superior para implantar toda uma estrutura hospitalar e de UTI para abrir novos leitos?”, indaga. A solução não é simples porque passa pelo fator remuneração. A defasagem das tabelas de pagamento do Sistema Único de Saúde não estimula o interesse do setor suplementar para estabelecer esse tipo de convênio. A portaria 3432, de 1998, classifica as UTIs em três diferentes tipos de complexidade e estabelece diferenças na remuneração dependendo de cada grau. Para uma UTI nível 3, considerada a mais complexa, portanto, mais cara, a remuneração atual prevista não chega a R$ 220,00 a diária, no setor público. Um levantamento da AMIB com hospitais públicos do estado de São Paulo mostra que o custo diário de uma UTI nível 3 está entre R$ 900,00 e mil reais por dia. “No setor privado esse valor ainda é superior. Em um encontro recente com o atual ministro da Saúde, em que apresentei esses valores, a resposta dele foi óbvia: a conta não fecha porque não há recursos para estabelecer reajustes na tabela de remuneração do SUS, que possa atender essa expectativa”, conta. A aposta do atual ministro, José Gomes Temporão, se refere à implementação da Emenda 29, que estabelece um piso de repasse de verbas destinadas à saúde pelos estados. Atualmente, apenas sete estados brasileiros – incluindo São Paulo - cumprem a emenda. “À medida que os estados destinarem mais recursos para a saúde pode-se pensar em ampliar ou revisar as atuais tabelas do SUS. Mas, hoje, o ministro foi muito claro, não há como enfrentar esse problema. Existe uma defasagem muito significativa entre aquilo que é remunerado pelo SUS e o que realmente custa o serviço prestado”. A expectativa fica por conta da nova resolução.

HORA DE PENSAR NA ORTOTANÁSIA Uma questão polêmica, mas muito presente no dia-a-dia das unidades de terapia intensiva é até quando investir em pacientes terminais, com suporte e monitoramento tecnológico. No final do ano passado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou a resolução que permite ao médico suspender tratamentos e procedimentos que prolonguem a vida de doentes terminais e sem chances de cura - desde que a família ou o paciente concorde com a decisão, que deve constar no prontuário médico. A chamada ortotanásia tem o apoio da AMIB. Para José Maria da Costa Orlando, presidente da associação, está na hora de se pensar ativamente no assunto. Embora, a resolução do CFM tenha sido aprovada ela não tem efeito legal. A ortotanásia ainda é considerada crime pelo código penal brasileiro. “Chegou o momento de se rediscutir a prática da ortotánasia exatamente para não se fazer o oposto, que é a distanásia, prolongando uma vida sem nenhuma perspectiva de recuperação. Na verdade não se prolonga a vida, mas sim o processo de morte. E pelo critério bioético da justiça temos que levar em consideração o que é melhor para o paciente, mas sem desconsiderar o que é melhor para o conjunto da sociedade. Na hora em que decido levar para a UTI um paciente mais grave, mas com menos condições de se curar, ao invés de um com melhores chances, não estou fazendo justiça social. O beneficio coletivo está acima do pessoal. De qualquer forma costumamos dizer que a vida não tem preço, mas ela tem custo”.

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REPORTAGEM DE CAPA

REMUNERAÇÃO POR RESULTADOS, SIM SENHOR! POR KELLY DE SOUZA

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ão adiantou a resistência. Estados Unidos e Reino Unido se preparam para tornar o Pay for Performance em um modelo obrigatório de remuneração. O objetivo é acabar com a cansativa e pouco produtiva maratona do pagamento por serviços. Atualmente, cerca de 53 milhões de americanos estão de alguma forma envolvidos em programas de pagamento por performance (P4P) nos serviços de saúde. São, ao todo, 115 programas diferentes. A maior diferença entre o P4P e o tradicional fee for service, é que existe uma expectativa clara que responsabiliza o médico pela qualidade e custo do cuidado que fornece. A lógica é simples: pagar mais para quem oferece assistência com qualidade e menos para quem oferece serviços ruins. Simples... só no conceito. Prestadores de serviços – sejam eles médicos ou hospitais - não gostam de serem avaliados e comparados com seus “parceiros”. Apesar dos desafios operacionais e culturais significantes, os incentivadores do P4P estão usando uma grande variedade de padrões estruturais, processos e indicadores para comprovar a eficiência do modelo. 40

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REPORTAGEM DE CAPA

UMA OPORTUNIDADE IMEDIATA A consultoria Med Vantage - www.medvantage.com-, que atende operadoras de planos de saúde, grupos de empregadores, agências do Governo e outras instituições, divulgou no ano passado uma pesquisa comparando a adesão aos programas de P4P em 82 companhias americanas. O resultado é um crescimento de 25% nas iniciativas. Segundo Geof Baker, CEO da empresa, esse número leva a crer que em dois, três anos o número de programas dobre nos Estados Unidos. (Veja a pesquisa no boxe Pesquisa P4P). Outro fator importante destacado na pesquisa é que a satisfação do paciente continua em declínio: 79% em 2003, 56% em 2004 e 37% em 2005. Esse índice deve resultar de forma significativa que pacientes que têm seguros de saúde passem a buscar sistemas que tenham programas de P4P. Segundo François de Brantes, coordenador nacional do Bridges to Excellence (BTE), serviço de saúde americano que visa desenvolver programas de pagamento por performance para médicos, o P4P se tornará rapidamente obrigatório. Quase todos os planos de saúde começaram um programa de incentivo de qualidade/custo, ajustando uma parte do pagamento pago para hospitais e médicos através de seus desempenhos. “Estes esforços estão sendo fomentados principalmente pelo desejo de trocar o sistema de pagamento “por quantidade”, usado atualmente, para um sistema que não se preocupe com o volume, mas sim com a qualidade do cuidado que é fornecido por médicos e hospitais”, ressalta. As iniciativas nos Estados Unidos são públicas e privadas. “O Governo está se envolvendo intensamente no pagamento por performance”. Já as companhias de seguros privado também têm trabalhado para mudar os programas de pagamentos para hospitais e médicos, incluindo incentivos relacionados à qualidade e serviços com preços acessíveis. Os empresários são os principais interessados nessa mudança. Os custos com o seguro de saúde têm aumentado significativamente na última década. “Todos esses aumentos não refletiram em nenhum aumento de qualidade. Então os empresários estão exigindo que os médicos e os hospitais demonstrem que eles merecem mais dinheiro através da melhora da qualidade dos serviços que oferecem”, ressalta. Segundo Brantes, todos os países no mundo estão 42

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se esforçando para melhorar seus custos, com medidas claras de retorno. “Afinal o que está sendo produzido com todos esses recursos e qual ligação com resultados e pagamentos. Dessa forma, o P4P será incorporado na maioria das seguradoras de saúde do mundo”. A qualidade do atendimento à saúde está intimamente ligada ao seu sistema de pagamento. O modelo mais aplicado quase que na totalidade dos prestadores e financiadores brasileiros, fee for service, não reflete os valores importantes como qualidade clínica, medicina centrada no paciente e eficiência. Nem os sistemas de pagamento atual reconhecem a necessidade dos pagamentos de bônus para os bons prestadores de serviços. O conceito de pagar mais por um bom desempenho é fundamental em inúmeros setores da economia, mas nos serviços de saúde é ainda relativamente novo. Nos Estados Unidos, segundo o relatório Rewarding Provider Perfomance, do Institute of Medicine (IOM), o Medicare e o Medicaid, sistemas públicos dos EUA que atendem mais de 40 milhões de americanos, iniciaram uma série de projetos para explorar o potencial do pagamento por desempenho, de forma a melhor à atenção e o atendimento nestes sistemas. Para Peggy McNamara, analista senior da Agency for healthcare Research and Quality (AHRQ) - www.ahrq.gov, o número de programas continua crescendo também fora dos Estados Unidos. A pesquisadora analisou seis estudos de casos da adoção do P4P em diferentes países. Segundo ela, o presidente George W. Bush tem “encorajado” cada vez mais os pagamentos ligados à qualidade do prestador. “Esse interesse também cresce em outros países desenvolvidos”, explica. Peggy conta que além dos empresários e o governo, o próprio cliente está pressionando para as mudanças. “Através de inúmeros relatórios vimos que os problemas com a qualidade persistem, então estes clientes procuram valorizar seu dinheiro buscando fornecedores de alta qualidade”, conta. Por isso, a analista vê no Pagamento por Performance uma das muitas estratégias de qualidade que devem ser seguidas. “Outras estratégias incluem o CQI (Consumer Incentives for Quality), que visa justamente motivar os consumidores para a gestão qualidade, registros públicos, etc”. Para Tom Williams, diretor executivo da Integrated

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Healthcare Association (IHA), o P4P é um estímulo para inspirar medidas de desempenho, melhoria na qualidade e no final das contas, reforma no pagamento. “O Governo dos Estados Unidos, nos níveis federal e estadual, estão altamente interessados. A Inglaterra já instalou um programa nacional e muitos outros países estão começando a agir neste sentido ou mostrar grande interesse. A IHA patrocina anualmente um evento sobre este tema que conta com visitantes do mundo inteiro”, conta. Além do projeto da IHA, na Califórnia, que pagou US$ 90 milhões em bônus em 2005, outros grandes empregadores e operadoras têm oferecido recompensas para o desempenho dos médicos. Um exemplo é Bridges to Excellence - www.bridgestoexcellence.org -, programa de P4P que paga até US$ 100 por paciente se comprovado o desempenho. Desde 1999, o Hawaii Medical Service Association, afiliado a Blue Cross and Blue Shield, pagou prêmios individuais que variaram de US$ 500 a US$ 20 mil. Esses bônus representam 5.5% do salário total do médico. O programa nacional do Reino Unido, considerado até mesmo pelos americanos como o mais completo, avalia mais de 140 indicadores de qualidade. O programa compara os resultados dos médicos e paga de acordo com o desempenho, através da pontuação destes indicadores. Outro projeto com bons resultados, segundo Peggy McNamara, é o da CMS-Premier - www.premierinc. com -, que concedeu US$ 8.85 milhões de incentivos aos 250 hospitais que tiveram alto desempenho, além de registrar melhoria significativa na qualidade da assistência através de cinco áreas clínicas, e com indicadores aceitos de forma extensa. Segundo o relatório do IOM, o alto custo da assistência à saúde americana não resulta em qualidade e bons resultados. Em alguns casos, ele é até prejudicial, colocando a vida de muitos pacientes em risco. Em conseqüência, não somente a qualidade, mas também o valor total pago pelos serviços tornou-se questionável. Em 2004, a despesa com cuidados de saúde nos EUA alcançou US$1.9 trilhão, 16% do Produto Interno Bruto (PIB). O Governo americano estima que em 2014, a despesa projetada deve chegar a 18.4% do PIB. Apesar destes valores, os EUA ocupam o quarto lugar – dos paises industrializados – com maior taxa de mortalidade infantil. E, perde feio para outros países (onde o investimento per capita é mais baixo) em obesidade, doença do coração e diabetes. Para a população acima de 60 anos, por exemplo, a taxa de diabetes aumentou. Alguns desses programas começaram a mostrar que os prestadores de serviços respondem positivamente aos MAIO 2007

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REPORTAGEM DE CAPA cessos clínicos complexos. Duvidam também que os incentivos podem melhorar o cuidado e a saúde dos seus pacientes. O desafio principal para a introdução do pagamento por performance é superar o medo. Três alvos tiveram destaque no relatório do Institute of Medicine: domínio clínico, cuidado centrado no paciente e eficiência. Eventualmente, outros aspectos devem também ser medidos e recompensados. Em 2001, um outro relatório da IOM apontou dez diretrizes para redesenhar os sistemas de saúde, no qual tiveram destaques questões como compartilhar e incentivar o poder de decisão junto ao cidadão, adoção da medicina baseada em evidência, o atendimento não deve variar de forma ilógica de médico para médico, ou de prestador de serviço, antecipar-se às necessidades dos pacientes e não simplesmente reagir aos eventos; o sistema de saúde não deve desperdiçar recursos ou o tempo do paciente; os médicos devem ser ativamente colaborativos e assegurar troca de informação sobre o atendimento. O comitê que organizou o relatório considerou as estratégias de melhoria de desempenho de forma mais ampla e incluiu além das medidas de performance e os relatórios públicos, o uso de novas tecnologias, auxílio técnico, instrução dos prestadores de serviço e do consumidor, processos de certificação do fornecedores e novas estruturas organizacionais. Todos esses esforços podem ser amarrados aos incentivos financeiros.

incentivos de recompensar a melhoria de qualidade. O Medicare é o maior custo em programas de saúde dos EUA, com despesas totais de US$ 309 bilhões em 2004, e com tendência a crescimento. O gasto do Medicare em 2005, foi de mais de 332 bilhões. E a projeção para 2014 é de 748 bilhões. O sistema atual de pagamento, o fee for service, não promove a qualidade porque tende a recompensar o uso excessivo dos serviços, elevando o custo, procedimentos complexos e baixa qualidade. Pouca ênfase é colocada na eficiência (quando se consegue melhor qualidade clínica, com uma quantidade dada de recursos). A falta de incentivos desanima os prestadores de serviços. A esperança é que o estímulo à prática do cuidado de saúde, de forma global, estimule comportamentos organizacionais e individuais que resultarão na melhor qualidade do cuidado. O uso sistemático dos incentivos que recompensem níveis elevados de qualidade pode guiar o comportamento institucional do prestador de serviço para uma melhor qualidade. Os incentivos de pagamento por desempenho por si não serão suficientes para conseguir as mudanças institucionais necessárias e devem estar ligados ao uso de registros eletrônicos de saúde, relatórios públicos, incentivos ao beneficiário e a instrução dos diretores que poderiam conduzir ganhos significativos e a sinergia na melhoria de qualidade. Muitos prestadores de serviços são céticos de que as medidas de desempenho podem ser introduzidas nos pro-

INDICADORES A qualidade clínica tem recebido o maior peso (50%) para ser considerada na distribuição dos pagamentos, seguida de Experiência e Comunicação com o Paciente (30%), e investimento em Tecnologia da Informação (20%). Mas, outros dois modelos também são colocados em prática, aqueles que distribuem de forma igual o investimento para bonificação (exemplo: se 3 bilhões estivessem disponíveis, cada grupo de indicadores receberia US$ 1 bilhão). Uma terceira opção, parecida com o primeiro modelo, colocaria mais critérios para cada sub-grupo, tendo assim pontuações diferentes para cada um dos indicadores. Os recursos também seriam alocados de acordo com o tipo de prestador ( medico, hospital, operadora), condição, aderência aos programas, etc.

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Qualidade clínica

Experiência com o paciente

Tecnologia da informação

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E C I V R E S R O F FEE A MARATONA DE QUEM ATENDE “MAIS” O Pay for Performance, além de seus objetivos ligados à qualidade assistencial, promete acabar com a cansativa e pouco produtiva maratona do pagamento por serviço. No modelo fee for service, os médicos são incentivados a maximizar os seus resultados, sendo submetidos a uma grande sobrecarga de trabalho, além de terem que atrair mais pacientes para que não haja queda em sua renda. No Brasil, ainda há de se considerar as baixas tabelas de remuneração dos serviços. O que pode motivar também a uma concentração em procedimentos mais rentáveis. Tudo isso, significa elevar custos, fragmentar a atenção ao paciente e elevar a realização de intervenções. Segundo o relatório de Mariangela Leal Cherchiglia, do Programa de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Organização Pan-Americana da Saúde, sobre formas de pagamentos e práticas médicas, no

modelo fee for service existe um incentivo ao médico para maximizar seus resultados, isto é, a quantidade de produtos na tentativa de aumentar renda. “Se assumirmos que os médicos são maximizadores de renda, então, eles irão maximizar o lucro associado a cada um dos itens dos serviços providos, procurando reduzir os custos pessoais (tempo e esforço despendido) e financeiros (compras de equipamentos), maximizando a diferença entre renda (ganho) e custos”. Para isso, o médico pode incrementar seu ganho total aumentando o número de serviços produzidos (atraindo pacientes adicionais ou trabalhando por longas horas). Ou, até mesmo, segundo o relatório, tentando prover mais serviços do que os pacientes precisam, provocando o efeito de demanda induzida, o que pode gerar um número excessivo e desnecessário de tratamentos. MAIO 2007

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REPORTAGEM DE CAPA

P4P

E O MEDO DA AVALIAÇÃO

Para Peggy McNamara, da AHRQ, a resistência é exatamente porque profissionais e hospitais são contrários em ter seu trabalho observado e comparado. E poucos acreditam que os programas são realmente efetivos na questão da melhoria da qualidade. Mas, esse cenário também tem mudado. “As pesquisas com médicos que utilizam o modelo têm indicado receptividade desde que os indicadores utilizados sejam validados e confiáveis”. A resistência ao modelo de Pagamento por Performance, segundo François de Brantes, coordenador do BTE, vem de uma grande crença que medir resultados nos cuidados médicos é muito difícil. “Alguns dizem que é impossível”. Como resultado, os hospitais e médicos estão relutando para serem “medidos” e terem seus pagamentos ligados a suas performances. Um argumento usado é que nem sempre o médico e o hospital são responsáveis pelos resultados do atendimento ao paciente. Segundo Brantes isso é verdade, mas existem muitas maneiras, boas o bastante, para medir os resultados. “Esse argumento já não é válido, mas a resistência continua”. Para ele, a maneira mais usada e que assusta os profissionais é comparar o custo total do cuidado do paciente de um determinado médico, com pacientes de outros médicos. “Essas medidas de custos são ajustadas à gravidade dos pacientes e focadas em condições ou doenças específicas. Existem muitas, mas muitas medidas de qualidades que estão em três amplas categorias: estrutura (tipos de sistemas e tecnologias implantadas, como registros médicos), processo (os passos reconhecidos como necessários para assegurar o cuidado certo) e resultados (indicadores que o paciente está estabilizado ou curado)”, analisa. “Os únicos médicos que temem o P4P são os que resistem em serem responsabilizados pelos seus resul46

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MUITOS HOSPITAIS NÃO SÃO TÃO EFICIENTES COMO DEVERIAM SER E FORNECEM RESULTADOS MEDÍOCRES

François de Brantes, coordenador do BTE tados. A maior diferença entre P4P e o normal Fee-for-service é que existe uma expectativa clara que responsabiliza o médico pela qualidade e custo do cuidado que eles fornecem. Muitos médicos não querem ser responsáveis e estão certos de que a responsabilidade irá levar à queda de sua autonomia para administrar o paciente da maneira que eles querem. A maioria dos empresários das companhias de seguro de saúde quer o P4P pela mesma razão: buscam melhorar a aderência dos médicos à medicina baseada em evidências e empurram os médicos e hospitais a prestarem atenção nos resultados dos cuidados que eles fornecem”. Essa negativa acaba impedindo que muitos projetos não avancem de forma mais rápida. “Com exceção do Reino Unido que possui um programa nacional do P4P, que foi completamente revisado e está sendo implantando em todo o país. Nos Estados Unidos existem dúzias de esforços. Quase todos os planos públicos e privados se empenham na adoção do P4P. Mas, o resto dos países ainda está tentando projetar suas iniciativas”, comenta. François de Brantes não acredita que o fee for service se acabará, já que existem muitos tipos de intervenções que são adequados a esse tipo de pagamento (como casos ortopédicos, gripes, etc). “Mas, é bom frisar que estamos trabalhando duro para retirar o fee for service do mercado, que deve ser aplicado a um pequeno número de situações”, conta. Para ele, o principal ganho é realmente começar a deslocar o foco dos médicos e dos hospitais da questão do “volume”, passando para o foco da qualidade. “Ainda não é claro quanto os hospitais podem economizar implementando um programa P4P. O que nós sabemos é que muitos hospitais não são tão eficientes como deveriam ser e fornecem resultados medíocres. Então ainda existe muito chão para que as melhorias cheguem”, critica. Já a questão da qualidade pode ser significantemente

melhorada se o programa for bem projetado. “O P4P não é uma formula mágica. Ao contrário, isso é definido como um progresso na reforma para um pagamento com mais fundamentos. Qualquer país ou sistema de seguro que esteja projetando e implantando um programa P4P deve fazê-lo com objetivo de criar e implantar uma reforma mais ambiciosa no pagamento”, disse. Williams, da IHA, ressalta a importância de coletar dados e divulgar relatórios públicos com base nos resultados. “A resistência continua grande em alguns sentidos, mas, nos programas de hospitais onde os processos foram implantados, houve colaboração e a resistência foi menor. Trabalhamos duro para fazer com que os médicos compreendam porque as medidas são necessárias”, afirma. Segundo Williams, os médicos normalmente não seguem à risca as diretrizes do hospital, apoiadas pela medicina baseada em evidência. Então, a qualidade do cuidado costumar ser irregular. “Nós podemos ter um serviço de saúde muito melhor. E isso deve começar através de medidas que nos façam entender nossas deficiências. O Pay for Performance é uma maneira de levar a atenção para este problema”, conclui.

Tom Williams, da IHA MAIO 2007

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A REALIDADE NO BRASIL em relação a isso”, ressalta. No Brasil, a negativa ao modelo não Florisval Meinão diz que há alguns é diferente. Para o vice-presidente da AQUI, PERFORMANCE É anos os gastos das empresas com Associação Paulista de Medicina (APM), honorários médicos atingiam 44%. Florisval Meinão, as sociedades são QUANTO AS EMPRESAS Hoje, variam entre 20-22%. “Há uma contrárias à avaliação de performance. DE PLANOS DE SAÚDE evidente transferência de recursos “O médico tem que ser pago pelo que VÃO LUCRAR para outras áreas. Nossa luta é para ele faz. As tentativas que se fizeram aqui recompor a remuneração do médico, para alavancar esse tipo de pagamento independente do modelo”. Para ele, é inaceitável que, no visa só reduzir custos. Isso é uma perversidade”, ressalPlano Real, as empresas tenham tido reajustes de 170%, ta. Meinão não vê como o pagamento por perfomance e para o médico esse valor não tenha atingido 40%. “Sempoderia ser aplicado ao modelo brasileiro. “Grande parpre vemos as novidades com um pé atrás. Mas, tenho te dos médicos não tem vínculo com o hospital e com que reconhecer que nossa preocupação com qualidade os indicadores que ele impor. Seria muito complicado é tão grande, que qualquer proposta que tenha esse fim impor esses indicadores aos médicos de consultório”. será bem-vinda. E, aqueles médicos que se recusarem a No entanto, o vice-presidente da APM reconhece que serem avaliados por qualidade não serão apoiados pelas qualquer sistema de saúde que esteja vinculado a crisociedades médicas”, conclui. térios de qualidade é aceitável, desde que não sejam Para Sérgio Lopes Bento, Superintendente Geral de embutidos mecanismos para controlar despesas. “Aqui, Operações do Hospital Samaritano de São Paulo, o modelo performance é quanto as empresas de planos de saúde atual no Brasil (fee for service) remunera a doença e não vão lucrar. Nossos mecanismos de controles são frágeis a saúde. “Com uma mão tento privilegiar o médico, com a outra tenho que negar recursos”. Para o executivo, os hospitais no Brasil estão começando lentamente a investir em pesquisas endicadores, mas os indicadores de performance assistenciais são quase um tabu. “Isso porque não Sérgio Lopes Bento, estamos falando nem de ligar essa performance à questão Superintendente Geral financeira. É o médico quem toma a decisão, é ele quem de Operações do tem a caneta na mão. E, nesta questão eles ainda são refraHospital Samaritano de tários”, conta. Para ele, independente da resistência essa São Paulo é uma tendência, que deve oferecer muita credibilidade à classe médica e alterar o defasado modelo atual. 48

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COMO FINANCIAR OS PROGRAMAS No sistema americano existem três diferentes fontes para custear um programa de desempenho: (1) fundos existentes, (2) economias geradas, (3) dinheiro novo. A combinação destas fontes é usada em experiências atuais. Os incentivos no pagamento podem reduzir os baixos pagamentos de médicos.

RELATÓRIOS PÚBLICOS A divulgação de relatórios públicos de informações, obviamente com proteção à confidencialidade do paciente, podem também estimular níveis elevados de qualidade, comparando o desempenho de um determinado hospital, operadora de saúde ou médico com àqueles de seus “pares”. Muitos fornecedores do Medicare, incluindo hospitais e empresas de home care, já estão submetendo dados de desempenho para estes relatórios públicos. Há também medidas de performance para outros fornecedores, tais como laboratórios clínicos e centros cirúrgicos. Neste momento, o governo americano tem iniciado um programa de envio voluntário do documento, com critérios pré-selecionados, que são ligados aos pagamentos adicionais ou a um up to date anual do pagamento do médico. O departamento de saúde americano pretende, após esse programa que deve durar três anos, checar se essa participação é suficiente ou se ações mais fortes serão exigidas dos prestadores.

PORQUE NÃO PENALIZAR? Uma discussão que tem acirrado os ânimos de médicos e hospitais, é que muitos incentivadores do P4P defendem a punição para aqueles maus prestadores de serviços. Hoje, os bons fornecedores recebem “bônus” no pagamento. Mas, aqueles que prestam um atendimento ruim ou de nenhum valor para o paciente, simplesmente não têm nenhum tipo de punição. A proposta é que no futuro se comprovado um atendimento ruim, o médico ou hospital também deve ter prejuízos financeiros. No Reino Unido, as penalidades financeiras para o desempenho baixo e persistente são consideradas. Segundo a IOM, consequentemente aqueles que “executarem mal seus serviços pagariam penalidades além da redução de seus pagamentos. Um sistema com penalidade criaria incentivos mais fortes para a atenção para o desempenho. No entanto, o modelo pode gerar resistência considerável entre os prestadores de serviços.

PESQUISA P4P 3 A razão principal para criar um programa de P4P continua sendo a melhoria clínica; reduzir custo é o quarto na lista. 3 Entre os programas de P4P, os mais comuns estão nas áreas de Obstetrícia e Ginecologia (70%), Cardiologia (58%), e Endocrinologia (47%) 3 Todos os programas incluem os primeiros cuidados, mas agora 52% incluem também as especialidades. Em 2004, esse índice era de 42%. 3 64% medem o desempenho individual do médico 3 Os indicadores mais comuns para os médicos são a qualidade clínica (91%), a eficiência (50%) e a adoção de tecnologia da informação (42%). 3 Os programas de P4P em hospitais também estão em ascensão, 37% contra os 27% de 2004. Dos programas desenvolvidos por hospitais, os indicadores envolvem a qualidade clínica (100%), segurança do paciente (77%) e a eficiência (50%). 3 Apenas 30% submetem seus resultados a relatório público, embora 43% pretendem fazê-lo em 1-2 anos. 3 O relatório interno de desempenho está cada dia mais freqüente. 30% usam relatórios internos. 3 Embora não haja números comparáveis, a eficiência parece ter aumentado se comparada a 2004. 3 A maioria dos financiadores (88%) usa algum tipo de bônus para o médico. Para os hospitais, esse índice refere-se a 60% dos bônus. 3 Há evidências que esses bônus devem aumentar, embora não haja dados referentes à questão em 2004. Para 2005, o bônus máximo médio do médico foi de 9%, com programas adicionais chegou a 15-20%. 3 Os incentivos não financeiros também influenciam o comportamento do fornecedor. Para os médicos, a simplificação administrativa (46%) é a mais comum, seguida por título de reconhecimento (30%). FONTE: PESQUISA REALIZADA PELA CONSULTORIA MED VANTAGE, COM 82 PLANOS DE SAÚDE E EMPRESAS AMERICANAS, REFERENTE AO ANO 2005.

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REPORTAGEM DE CAPA

O PAPEL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Os registros eletrônicos de saúde e outras tecnologias da informação e comunicação (TICs), devem trabalhar cada dia mais próximos aos programas de pagamento por performance. Esses sistemas facilitam a documentação clínica, permitindo que médicos tenham informação mais completa sobre seus pacientes, melhorando assim a segurança, eficácia e a eficiência. Segundo a Institute of Medicine, o pagamento por performance deve incentivar a adoção da TI. Alguns estudos apontam que apenas 12-27% dos médicos utilizam os registros eletrônicos. Os hospitais maiores tendem também a ter taxas mais elevadas do uso da tecnologia de informação do que hospitais menores. Um exemplo, é que em 2005, muitos hospitais americanos (aproximadamente 50%) tinham automatizado seus sistemas clínicos e incorporavam aqueles dados nos arquivos clínicos que permitem o acesso do médico à revisão e recuperam resultados. Entretanto, poucos implantaram sistemas digitais mais sofisticados (8%). O próprio Governo americano, em adequação ao P4P tem incentivado e investido milhões de dólares nos prontuários pessoais do pacientes e nas comunidades regionais de saúde (RHIOS).

PROJETOS IMPORTANTES NOS EUA Blue Cross of California A mais popular seguradora dos EUA implementou metas operacionais incluindo o envolvimento eficiente dos médicos ao pagamento dos profissionais. Bridges to Excellence (BTE) O grupo distingue os médicos através de avaliações específicas. Em relatório, a BTE disse que os médicos que trabalham por performance apresentam de 15 a 20% a menos de custos do que os médicos que não participam de nenhum tipo de projeto. Excellus/Rochester Individual Practice Association (RIPA) Aprimorou a gestão de pacientes através do fornecimento de medidas de qualidade aos médicos, responsabilidade e satisfação. Em 2004, investiu U$$1 milhão em tecnologia da informação da saúde, e reduziu os custos dos cuidados a saúde em cerca de US$ 3 milhões. Integrated Healthcare Association (IHA) Por meio da comparação da performance dos médicos, a IHA identificou melhoras em todas as medidas de qualidade. Alguns planos de saúde do grupo viram uma melhora de 40% na visita do paciente, reduzindo hospitalização – especialmente em pacientes diabéticos. Local Initiative Rewarding Results (LIRR) Cinco dos sete planos melhoraram a taxa de consultas de bebês saudáveis, com um aumento de 4 para 35%. As consultas de adolescentes com médicos aumentou de 7 para 14% em seis dos 7 planos. Massachusetts Health Quality Partners (MHQP) Trabalhando com cinco planos de saúde e organizações médicas do estado, o MHQP projetou e implementou um relatório de desempenho que pela a primeira vez permitiu a comparação das performances dos médicos da organização através da aplicação de medidas simples de qualidade. Michigan Blue Cross Blue Shield (BCBS) Baixou taxas de infecções para 45% em pacientes nas unidades intensivas de cuidado. Com o sucesso nesta área, iniciou processo de expansão do uso de pagamentos por performance, incluindo procedimentos cardíacos, cirurgias gerais e vasculares, perda de peso e cuidados com o câncer de mama. FONTE: ROBERT WOOD JOHNSON FOUNDATION

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DEZ LIÇÕES 1. É necessário incentivos financeiros para motivar mudanças. Mas eles precisam ser expressivos para fazerem diferença na qualidade. Algumas organizações dizem que esse valor deve ser de pelo menos 10% da renda anual do médico. 2. Incentivos não financeiros também podem fazer diferença. Apenas com o fornecimento de apoios adicionais fazendo com que o trabalho do médico se torne mais fácil ou apoiando uma infra-estrutura para adicionar tecnologia pode motivar o médico a alcançar melhores índices de qualidade. 3. Atrair médicos é uma atividade crítica. Se os médicos não forem apresentados aos processos antes como colaboradores para assegurar que os objetivos são clinicamente significativos, eles não adotarão nem apoiarão as mudanças. 4. Ainda não existe nenhuma certeza sobre o retorno do investimento. Estima-se que o retorno do investimento do P4P é essencial, mas alguns projetos estão sendo administrados para uma pesquisa mais rigorosa sobre esse tópico. Ainda existem questões sobre o benefício vindo com a economia nos custos e em quanto tempo o retorno do investimento deve ser calculado. 5. Relatórios públicos são grandes catalisadores dos prestadores para a melhoria da saúde. Mas de qualquer forma os fornecedores necessitam de ferramentas adequadas e dados para continuarem melhorando. Para maximizar o aprimoramento, os fornecedores também necessitam de recompensas para a instalação e utilização a tecnologia de informação da saúde e uma infra-estrutura construída para rastrear e comparar o desempenho. 6. Os médicos necessitam de um retorno sobre os seus desempenhos. Retornos freqüentes, claros são essenciais. Muitos dos projetos de Resultados por performance emitem cartas de relatos para ajudar os médicos a compararem seus desempenhos com outros e fazer com que seu desempenho seja mais transparente para os consumidores. Os médicos precisam perceber em que aspecto de seu desempenho será avaliado; como a atuação será calculada; e como a atuação se relaciona com o estímulo. Eles também precisam receber ferramentas e orientações de como eles podem se aperfeiçoar. 7. Os médicos são inundados por informações clínicas e precisam receber informações de P4P. Para qualquer financiador, até mesmo para aqueles com uma grande

concentração no mercado, pode ser desafiante atrair a atenção do médico. Mas eles necessitam encontrar ferramentas de um entendimento eficaz para alcançarem os conhecimentos do P4P; se eles não conseguirem, os médicos irão ignorar a demanda de melhorias à saúde, ou em alguns casos, descuidadamente atirar bônus no lixo por não estarem cientes do programa. 8. Integridade dos dados é importante. Os médicos provavelmente participarão e adotarão o P4P se eles enxergarem as medidas claras e com bases científicas. Os alvos da qualidade necessitam ser clinicamente relevantes. 9. Experiência no gerenciamento de problemas. Onde as avaliação dos serviços foi vista como um modo seguro parecem mais sociáveis com o P4P porque os médicos e o público em geral estão mais acomodados com assuntos relacionados com a melhora da qualidade tanto como sua transparência, responsabilidade e semelhança na atuação. 10. P4P não é uma ferramenta mágica. Essa é uma de várias atividades a serem encaminhadas pelos setores públicos e privados para melhorar a qualidade e incentivos para mudança que está impedindo com que o cuidado da saúde seja entregue e financiado. Se isso for bem implementado e alinhado a outros incentivos incluindo o acompanhamento, relatórios públicos, e apoio para a introdução dos sistemas, ele será uma ferramenta extremamente funcional. FONTE: ROBERT WOOD JOHNSON FOUNDATION

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REPORTAGEM DE CAPA OPINIテグ

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“A ADOÇÃO DO PAY FOR PERFOMANCE NAS MÃOS DO PACIENTE” POR GUILHERME S. HUMMEL

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egina Herzlinger, da Harvard Business School, num recente estudo observou que um paciente norte americano típico normalmente espera em média uma semana para conseguir uma consulta, e depois espera mais de uma hora no consultório médico para ser atendido. Herzlinger salienta que “qualquer rede de lavanderias que operasse dessa maneira iria à falência”. Bingo! Certamente que no Brasil esses números estão longe de chegar perto da média. Se a consulta for pública, o referencial de espera passa a ser “meses” e o serviço de atendimento nunca ocorre antes de duas horas, quando ocorre. Na rede privada o problema não é diferente. A primeira pergunta que a atendente lhe faz, antes mesmo de você revelar seu nome ao telefone é: “qual é o plano de Saúde?”. Dependendo da resposta, o “mês” volta a ser o referencial de tempo para o agendamento da consulta. Quanto à espera nos consultórios e ambulatórios, chegamos à beira do padrão “cortina de ferro”, isto é, não existe qualquer possibilidade de você ser atendido no horário, com as honrosas exceções de sempre. MAIO 2007

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REPORTAGEM DE CAPA OPINIÃO O que isso tem a ver com a forma de remuneração médica? Tudo. Vamos à novela: as Operadoras de Saúde contratam os prestadores de serviços médico-hospitalares e os remuneram de acordo com os serviços executados, normalmente lastreados em tabelas de honorários e procedimentos clínicos. É o famigerado fee-for-service. O prestador tem autonomia para decidir os procedimentos necessários para o tratamento e a remuneração ocorre conforme os serviços efetuados. Conclusão: o modelo estimula o aumento das despesas assistenciais, não privilegia o bom atendimento tampouco a cura ou a prevenção à doença. Baixo risco para o prestador, alto risco para o Sistema e nenhum controle de qualidade por parte do paciente. Em 2002, o consórcio IHA - Integrated Health Association, sem fins lucrativos, composto por representantes de várias empresas de planos de saúde americanos, lançou um projeto centrado em um sistema de remuneração baseado na bonificação em função do alcance de metas por parte da rede prestadora. Trata-se do iluminado P4P, ou Pay for Perfomance. O sistema baseia-se em pagamentos de bônus por cumprimento de metas estabelecidas a partir de critérios padronizados. Em 2003, houve distribuição de bonificação da ordem de 37 milhões de dólares e em 2004 de aproximadamente 54 milhões de dólares. Atualmente já operam com o P4P mais de 220 prestadoras de serviço, com cerca de 45 mil médicos, sendo a grande maioria da Califórnia e do Texas, onde o modelo foi inicialmente proposto . Em agosto de 2006, um decreto do presidente George W. Bush, intitulado “Promoting Quality and Efficient Health Care in Federal Government Administered or Sponsored Health Care Programs”, autoriza a adoção do P4P nos programas de saúde governamentais. Isto é, aquilo que nasceu para ser uma opção espontânea e não obrigatória, corre para ser um modelo irreversível e quiçá daqui a alguns anos, compulsório em muitos países. Informações do governo dos EUA (abril/2007) mostram que 85% dos Estados americanos estarão remunerando por desempenho em até cinco anos (Medicaid). O mais importante é que o modelo P4P vem sendo incentivado pelos próprios usuários finais, que enxergam nele um formato mais apropriado para cobrar resultados quanto à forma de atendimento, a eficiência do tratamento, a preocupação com a prevenção, e, principalmente, quanto ao posicionamento do médico na sua relação com o cliente-paciente. De acordo com a American Academy of Family Physicians, os programas de P4P já afetam mais de 30 milhões 54

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de pessoas nos EUA. No Reino Unido, a NHS (National Health Service) iniciou o projeto em 2004 (Quality and Outcomes Framework - QOF) e provê aos médicos de família um contrato de remuneração centrado em 146 indicadores de qualidade, cobrindo 10 grupos de doenças. Pesquisa realizada pela empresa Thompson Medstat (vendas de 70 bilhões de dólares em 2005) e apresentada na conferência Connection 2006, em Phoenix, mostrou que dos 154 gerentes e executivos de hospitais, planos de Saúde, seguradoras e agências do Governo entrevistados, 42% disseram que suas organizações estão atualmente envolvidas em projetos de P4P. Outros 45% revelaram que esperavam entrar em projetos P4P ainda em 2006. A conclusão é que 85% dos pesquisados mostrou que o P4P é, ou poderia ser, a grande saída para sua Organização, sendo que desses, 41% descreveu o modelo como muito ou extremamente valioso para sua empresa e para o mercado em geral. O projeto de P4P do Estado da Califórnia (The Califórnia Pay for Performance Program) é um dos maiores e mais bem-sucedidos exemplos de como o modelo pode ser um grande divisor de águas para todos os Sistemas de Saúde. No início contou, como sempre, com uma forte resistência dos setores conservadores encastelados nos Planos de Saúde e, principalmente, nas Organizações Prestadoras de Serviços. Desnecessário salientar a brutal pressão contrária da comunidade médica logo na apresentação do projeto. Passados mais de cinco anos, ainda há muito que o fazer e muitas arestas a serem aparadas. Mas com o tempo as entidades financiadoras e prestadoras, notadamente os médicos, começam a perceber os primeiros resultados positivos. Tom Williams, diretor executivo da Integrated Healthcare Association (IHA), organização que gerencia o projeto, revela que “existe uma constante avaliação do programa por parte dos membros da cadeia de assistência, e passado esse período de implementação os resultados e as opiniões são favoráveis e encorajadoras”. O formato de remuneração no projeto da Califórnia está centrado na aferição de desempenho em 3 verticais distintas, com seus respectivos pesos: clínica (50%), experiência do paciente (30%) e tecnologia de informação (20%). No quesito “experiência do paciente”, a IHA leva em consideração 5 itens para avaliação da performance: (1) comunicação com o médico, (2) avaliação global da assistência, (3) atendimento especializado , (4) acesso rápido ao atendimento e (5) organização e estrutura do atendimento. Como se vê a elaboração desses indicadores depende diretamente das informações coletadas junto aos pa-

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cientes. Pela primeira vez o usuário é chamado a “depor” para direcionar a composição da remuneração a ser paga ao “fornecedor do serviço médico”. É aqui que começa uma brutal transformação dentro dos Sistemas de Saúde, públicos e privados. Ainda que ela comece tímida e suave, não existe possibilidade de reversão: médicos e demais membros da cadeia de assistência terão de se dobrar ao mercado consumidor. Uma dura jornada à frente, onde a comunidade médica, na primeira leitura, é e será contrária. Mas para a “tribo” que consome os serviços, os usuários dos Sistemas de Saúde, a notícia não poderia ser melhor. A bem da verdade falta um pouco mais de “atrevimento” aos financiadores da Saúde Suplementar para perceberem que seu grande aliado na implementação de soluções tipo P4P é o seu cliente. Falta sentar com ele e convidá-lo a participar desse movimento, que afinal o tem como grande beneficiário. É a opinião do usuário que indica à indústria automobilística o que ela deve produzir, que mostra à indústria farmacêutica no que ela deve se concentrar ou que provê uma massa de informações à indústria financeira informando quais devem ser os melhores meios de pagamento (não foi ela que inventou o cheque pré-datado, mas o consumidor). É o consumidor que está destruindo a indústria fonográfica quando opta pela Internet para ter acesso às músicas. É o mesmo consumidor que tira o sono da gigante Microsoft quando “adota” um “google da vida”, ou quando mostra aos médicos que ele tem cada vez mais acesso às informações clínicas (web driver) e está cada vez mais preparado para conversar com eles. Os Sistemas de Saúde mundo afora estão aprendendo a duras penas que uma das melhores estratégias é resgatar a participação e a comunicação com seus usuários, colocando-os na trincheira da luta contra o eterno “apagão da saúde”. Ele, quando bem treinado, é um poderoso soldado na guerra contra a escalada dos custos, contra a mediocridade assistencial ou contra a omissão do Estado. É necessário deixar de tratá-lo como um espectador, que só é lembrado quando qualquer Órgão gestor anuncia os “anuais” reajustes de preço. Se os Sistemas não trouxerem o consumidor para a luta serão massacrados pelo seu Poder, que só para citar um exemplo, quebrou mais de 27 grandes redes de varejo no país nas últimas décadas (Mappin, G. Aronson, Sears, etc.). O modelo fee-for-service é um cadáver insepulto. Vai ficar pelo caminho da história focado em grupos de procedimentos específicos, altamente complexos e vocacionados a uma remuneração de taxímetro. Nunca deixará

de existir, mas sua forma é reducionista, sectária e totalmente na contramão do que o consumidor do século XXI precisa (ou impõe). Pagar por desempenho não é nenhuma panacéia e os desafios para que isso ocorra abundam. Mas, como diz a jornalista Mary Grayson, editora da Hospitals & Health Networks Magazine, “o P4P oferece um maior potencial para equilibrar as forças e equalizar a autonomia das partes (prestador e paciente), e isso é crítico para a prática de medicina responsável, assim como é crítico para os pacientes sentirem pelo que e para que estão pagando seu seguro saúde”. Completa Grayson: ...”ninguém sabe com certeza se a qualidade poderá conviver com a redução de custos. Muitos apostam nisso. Mas pelo menos com a qualidade no banco do motorista, nós teremos uma definição melhor do que estamos vendendo e comprando. E isso é mais do que uma tendência, é uma montanha delas!”. Se o mote para a implementação dos modelos de remuneração por desempenho é o custeio, ótimo. Vamos triturar os números, trazer transparência ao sistema e utilizá-los para reduzir a espiral crescente dos preços da assistência médica. Mas não se iludam, é na ponta da melhoria da qualidade do atendimento que mora a sobrevivência de qualquer “p4p”. É o usuário que vai se entusiasmar com um modelo que lhe consulta para remunerar a quem ele consulta. A verdadeira indução do processo está nas mãos do paciente. Se os Sistemas quiserem florescer o P4P deve germinar o usuário final, ele é o seu grande aliado. Quando a lavanderia atrasa a entrega das roupas, trocamos de fornecedor. Quando o médico atrasa a consulta, esperamos o fornecedor. Afinal, dirão os óbvios, Saúde e Roupa têm lá a sua enorme distância. Absolutamente correto. Mas com a cadeia de prestação de serviços clínicos sendo remunerada pelo desempenho, a distância será cada vez menor. DIVULGAÇÃO

Guilherme S. Hummel Consultor Internacional e autor do livro “eHealth – O Iluminismo Digital chega a Saúde” www.ehealth-summit.com MAIO 2007

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FIM DE LIMITE PARA VASECTOMIAS NO SUS O coordenador da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Ádison França, afirmou que acabou o limite para a realização de vasectomias na rede pública e conveniada com o Sistema Único de Saúde (SUS). Na Bahia, por exemplo, o teto era de 100 cirurgias por mês. Isso agora não existe mais. Segundo França, a área de saúde tem recursos. O que falta, em sua opinião, é uma boa gestão. Ele informou que o

GOVERNO GARANTE FUNCIONAMENTO DO INCOR-DF

ministério envia verbas para os municípios e parte delas retornam, porque não são aplicadas.

O Instituto do Coração do Distrito Federal (Incor-DF) continuará funcionando sob administração da Fundação Zerbini por mais seis meses, até que o Ministério da Saúde defina o destino da gestão do hospital. Até lá, o hospital será financiado pelo Ministério da Saúde, Governo do Distrito Federal e também por recursos da Câmara dos Deputados e do Senado. Cerca de R$ 5 milhões poderão ser remanejados pelo governo do estado e a meta é quitar as dívidas, além de adequar a folha de pagamento à receita do hospital. As decisões foram tomadas pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, o governador do DF José Roberto Arruda; o ministro da Saúde, José Gomes Temporão; o ministro da Defesa, Valdir Pires; o presidente da Fundação Zerbini, David Uip; o presidente do Conselho Curador da mesma fundação, Jorge Kalil; o promotor Diaulas Ribeiro, da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT); e o secretário de Saúde, José Geraldo Maciel. A crise no Incor-DF atingiu seu auge depois que o Governo de São Paulo impediu repasses da Fundação Zerbini – que também enfrenta problemas financeiros – para a unidade do DF, em março deste ano. Desde sua inauguração, em 2002, o Incor-DF gerou prejuízo operacional para a Fundação Zerbini de R$ 56 milhões. Além disso, acumula dívidas com fornecedores de R$ 13 milhões.

CFM PROÍBE PREENCHIMENTO DE CID NAS GUIAS DO TISS O Conselho Federal de Medicina (CFM) proibiu os médicos brasileiros a

PORTABILIDADE NOS PLANOS

preencherem a Classificação Internacional de Doenças (CID), tempo

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) vai propor ao Congresso

de doença ou qualquer outro tipo de

Nacional uma mudança nas regras que regulamentam a carência nos planos de

identificação do paciente e diagnósti-

saúde individuais. A proposta prevê que o cliente seja autorizado a trocar de ope-

co nas guias da TISS. A proibição tem

radora e carregar consigo a carência de atendimento já paga à empresa contrata-

exceção para a transmissão eletrônica

da anteriormente. Para planos novos, a carência deve continuar valendo.

de informações. MAIO 2007

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POLÍTICA E DIREITO EM SAÚDE

FURP REDUZ PREÇO DE MEDICAMENTOS A Fundação para o Remédio Popular (FURP), o maior laboratório público do País, vinculado à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo alterou sua tabela comercial e reduziu o preço de 20 de seus 67 medicamentos. O que viabilizou a redução dos preços foi a modernização dos processos de produção e a maior eficiência na aquisição de matérias-primas nos últimos anos. A FURP é responsável pela produção dos medicamentos distribuídos pelo Dose Certa, programa de assistência farmacêutica do país. O laboratório também atua em cerca de 3,2 mil municípios brasileiros e atende mais de cinco mil clientes como secretarias estaduais de saúde, hospitais públicos, prefeituras, entre outros. Sua produção atual é de 2,5 bilhões de unidades farmacêuticas por ano e apresentou crescimento de 31% na última década. MP TENTA DERRUBAR RESOLUÇÃO SOBRE ORTOTANÁSIA O Ministério Público Federal quer revogar a resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) que regulamenta e autoriza a prática da ortotanásia, propondo Ação Civil Público, com pedido de liminar. A resolução, aprovada em novembro do ano passado, permite aos médicos limitar ou suspender tratamentos e procedimentos empregados para prolongar a vida de pacientes terminais. Segundo o MP do Distrito Federal, o CFM não tem poder para regulamentar sobre o direito à vida, matéria de competência exclusiva do Congresso Nacional. A ortotanásia e a eutanásia são crimes tipificados pelo Código Penal Brasileiro. Para o Ministério Público Federal, a decisão de pôr fim à vida não pode ficar a cargo apenas dos médicos e do paciente ou seu representante legal, como prevê a resolução do Conselho. Aspectos psicológicos, sociais e econômicos também devem ser considerados.

APROVADO PROJETO PARA DOAÇÃO DO CORDÃO UMBILICAL E PLACENTA A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 30/07 que estimula a doação de sangue do cordão umbilical e placenta, usado no tratamento contra leucemia. A proposta diz que toda mulher deve ter acesso a informações sobre possibilidades e benefícios da doação voluntária durante as consultas de pré-natal e também no momento do parto. A autora, Rita Camata (PMDB-ES), justifica que há dificuldade para encontrar doadores deste material genético. O projeto altera a Lei 9434/97 referente à remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante. Há atualmente cerca de 100 bancos desse tipo no mundo. No Brasil, a Portaria 2381/GM de 2004, do Ministério da Saúde, criou a Rede Nacional de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário para Transplantes de Células-Tronco Hematopoiéticas (BrasilCord), para regulamentar o acesso, a disponibilização e a utilização de células-tronco Hematopoiéticas e Sangue de Cordão Umbilical e Placentário.

Seringa de Segurança e Prevenção de Reuso EM BREVE 58

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PÓLITICA NR - 32

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LIDERANÇA INDESEJADA Saúde ocupa primeiro lugar no ranking de acidentes de trabalho, superando até mesmo a construção civil. 85,5% dos casos são com materiais perfurocortantes. Além da NR 32, que define diretrizes de proteção e segurança aos trabalhadores dos serviços de saúde, Governo aposta em novo incentivo financeiro com redução de até 50% de alíquota para empresas que reduzirem ocorrências.

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PÓLITICA NR - 32 O Brasil registra anualmente mais de 490 mil acidentes de trabalho. Segundo o Ministério da Previdência Social, cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) é gasto em função destas ocorrências, um montante de R$ 30 bilhões por ano. O setor da saúde – contrariando sua própria lógica - não cuida da saúde dos seus trabalhadores e ocupa o primeiro lugar no ranking de ocorrências, superando até mesmo a construção civil. Só o Estado de São Paulo registrou mais de 14 mil ocorrências nos últimos cinco anos, 85,5% dos acidentes são com materiais perfurocortantes. A maior incidência é com os auxiliares de enfermagem, que respondem por 46,4% dos casos. De acordo com a Divisão de Vigilância Epidemiológica do estado, o índice de sub-notificação chega a 45%, e embora não existam dados nacionais consolidados, a realidade de São Paulo se estende ao restante do Brasil. Preocupado com o alto custo dos acidentes de trabalho e com o número de aposentadorias especiais vindas desse mercado, além do altíssimo número de casos nos estabelecimentos de saúde, o Governo Federal publicou em novembro de 2005 a NR 32, desenvolvida pelo Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE) com diretrizes e medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde. A norma, que ainda gera muitas dúvidas, teve seu prazo de implantação vencido em abril, tendo como única exceção a obrigatoriedade do uso de materiais perfurocortantes com dispositivos de segurança, que ainda não tem prazo definido e deve demandar investimentos para a adequação. Com a NR 32, as instituições de saúde poderão desenvolver programas específicos para reduzirem esses índices. Mas, o Governo resolveu dar mais uma “mãozinha” e incentivar financeiramente as empresas, incluindo os hospitais, que tiverem os índices de acidentes reduzidos. Bom para uns, nem tanto para aqueles que não seguirem “a cartilha”. Em fevereiro deste ano, o Ministério da Previdência Social publicou decreto estabelecendo novas alíquotas para a contribuição que as empresas fazem para cobrir os custos da Previdência com os acidentes de trabalho, o chamado Seguro Acidente de Trabalho (SAT). A publicação do Decreto 6042 faz com que o Fator Acidentário Previdenciário (FAP) passe a valer (veja cronograma abaixo). Com a criação do FAP, as

empresas que reduzirem os acidentes de trabalho, investindo em prevenção, segurança e saúde do trabalhador, poderão ter desconto de até 50% no valor de sua alíquota. Já aquelas que acidentarem mais sofrerão aumento de até 100%. Hoje, a alíquota para todos os hospitais é de 2%, independente do índice de acidentes. Com a nova regra, ela poderá variar de 1% a 4%. Segundo o consultor Mauro Daffre, a regra traz justiça tributária para o mercado. “Se o hospital não tem acidente, ele não dá custo para a sociedade. Será a primeira vez nesse país que se premia quem investe em segurança e saúde”. Mas, nem tudo são boas notícias. Para o consultor, há de se ter cuidado para que a norma não se torne apenas uma válvula de arrecadação. “O foco tem que ser a saúde do trabalhador e da própria empresa. E, não uma política de arrecadação do Governo”, ressalta. Um outro ponto discordante da nova regra é que com o FAP o trabalhador acidentado passa a ser registrado através da Classificação Internacional de Doenças (CID). Antes da regra, se havia uma ocorrência busca-se uma causa. Com o CID, essa ligação é direta com a atividade da empresa. “Existe uma grande polêmica sobre isto porque conceitualmente nem todos os eventos estão relacionados com a atividade do hospital”, comenta Daffre. Na prática, antes o trabalhador tinha que provar que a doença ou o acidente estavam relacionados à sua atividade profissional. Com o novo modelo, o INSS enquadra automaticamente pelo CID x atividade do hospital, e é a empresa que fica com a missão de se defender. Para Daffre, essa pode ser uma grande “dor de cabeça” para os administradores de hospitais. “O hospital tem o direito de contestar ou pedir revisão para a previdência. Mas, o gestor terá que estar bem mapeado de argumentos, programas, gestão de segurança, controle e educação. Ou seja, terá que ser bem organizado para provar que uma devida ocorrência não está relacionada ao trabalho”, observa. O principal ganho da nova regra, segundo o consultor, é que ela será um importante fator de competitividade. Um hospital do mesmo segmento e porte poderá variar muito no imposto pago, o que poderá dar boas margens econômicas para a empresa.

CRONOGRAMA 01/04/07 – Perícias enquadram doenças ocupacionais conforme Decreto 6042 01/06/07 - 2% para CNAE hospitais passam a vigorar 01/09/07 - Sai o FAP individualizado para pagar 01/01/08 – Recursos até 31/12/07 01/06/2010 – Novas alíquotas individualizadas ou por setor. FONTE: MAURO DAFFRE

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TI NA HOSPITALAR SISTEMA PARA FILANTRÓPICAS A Wareline lança o W-AIH, sistema que automatiza o cálculo das cobranças a serem registradas pelo SUS, evita erros de consistências manuais e minimiza o prejuízo causado pelas glosas, contas não faturadas por estarem fora do padrão exigido pelo SUS.

ENGENHARIA CLÍNICA A NExT Saúde apresentará um novo aplicativo de engenharia clínica para gerenciar as manutenções relativas à estrutura física da instituição e equipamentos clínicos, com rapidez, precisão e economia nos processos.

REGISTRO DIGITAL PESSOAL NO BRASIL Consórcio formado por grandes empresas nacionais e internacionais da área

RADIOLOGIA

de e-Health lança durante a Hospitalar 2007, o primeiro Registro Digital Pessoal

A GE Healthcare destacará o RIS-

do Paciente. Trata-se do LifeSensor, a primeira aplicação de Personal Health

PACS que permite que radiologistas

Records a ser disponibilizada no Brasil e na América Latina. O Registro Pessoal

tenham em uma única estação de

do Paciente estará disponível ao mercado consumidor a partir de outubro deste

trabalho todas as imagens e dados

ano e poderá ser acessado por qualquer um de seus usuários através da WEB

dos pacientes, facilitando e tornando

ou do Celular. Com ele, o paciente poderá armazenar todas as suas informações

mais ágil o diagnóstico. O sistema

clínicas, bem como de sua família, obtidas ao longo de sua vida, construindo

mantém todas as informações arma-

um histórico médico de grande importância para a Saúde familiar. O produto,

zenadas em segurança, e elas podem

já lançado na Europa há alguns anos, chega ao Brasil pela ICW Corporate, líder

ser requisitadas a qualquer momento

mundial em projetos de e-Health, em conjunto com vários parceiros da área

e em qualquer estação de trabalho.

de TI e Telecom. O Personal Health Records é a maior revolução da indústria mundial de Saúde nos últimos 10 anos, e o consórcio prevê 150 mil usuários do LifeSensor até o final do ano e perto de um milhão até o final de 2009.

PRONTUÁRIO PEROPERATÓRIO A Wheb Sistemas desenvolveu o

JORNADA DE GESTÃO EM TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE

PEPO – Prontuário Eletrônico Perope-

A 7ª Jornada de Gestão em Tecnologias da Informação em Saúde, que ocorre no dia 14 de junho na Feira Hospitalar, em São Paulo, trará uma visão sobre o e-hospital, a transformação do Personal Health Record e a grande revolução que vem ocorrendo em todo o mundo. Abordará a questão dos Devices e Sensores Clínicos e demais instrumentos móveis que estão transformando a medicina e fomentando os programas de prevenção. Outro tema de destaque são as Regional Health Information Organizations, além de como os EUA e a Europa estão construindo as Redes Digitais de Atendimento à Saúde. Os novos desafios tecnológicos para a implementação dos padrões da Troca de Informações em Saúde Suplementar (TISS) e o que muda dentro da cadeia de saúde.

ratório. A ferramenta tem o objetivo de substituir a ficha anestésica, comumente utilizada em cirurgias, proporcionando maior segurança aos profissionais envolvidos no procedimento, além de garantir mais qualidade no atendimento ao paciente. MAIO 2007

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HEALTH-IT TISS

TISS DEVE APERFEIÇOAR MECANISMOS DE CONCORRÊNCIA NO SETOR

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esmo com muita discussão, resistência e cara fechada, não teve jeito. O prazo para a implantação do TISS (Troca de Informações em Saúde Suplementar) para o chamado grupo 1, composto pelas operadoras e prestadores de serviços de assistência à saúde venceu no último 31 de maio. E, mesmo com todos os entraves iniciais de incorporação às tecnologias e padrões, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que está preparando uma pesquisa sobre a implantação da norma, diz que a adesão já é bastante significativa. Além dos ganhos relativos à gestão e pro-

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fissionalização do mercado, um ponto deve ser levado em consideração: o da concorrência. Para Jussara Macedo, gerente geral de integração com o SUS da ANS e principal coordenadora do projeto, o TISS vai contribuir para aperfeiçoar os mecanismos de concorrência do mercado. “Quem tiver mais informação vai ter vantagens, ou seja: as empresas que saírem na frente levarão vantagens no setor. Muitas operadoras e prestadores já perceberam isso e fizeram investimentos consideráveis para surfar nessa onda. Os que só olham para os custos da implantação e não vislumbram os benefícios desse investimento terão dificuldades em sobreviver num ambiente cada vez mais competitivo”, explica.

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tro. Também há um intenso esforço Neste caso, informação vai deterde construir padrões internacionais minar a existência ou permanência de na área, pois há unanimidade que muitas companhias que atuam no se- COM A DISPONIBILIDADE somente através de padrões pode se tor. Para a ANS, o mercado se profis- DE INFORMAÇÕES MAIS evitar desperdício e atingir a interopesionalizará e dará foco na gestão com rabilidade semântica, requisito essenmaior qualidade com o intercâmbio ele- CONFIÁVEIS, GOVERNO, cial para a troca de informação eletrôtrônico de informações, promovendo OPERADORAS E GESTOnica entre os players do setor”. não só uma simplificação administratiRES DO SUS PODERÃO Para ela, não há porque ter medo va, mas, gerando eficiência, agilidade do TISS, já que ele reflete uma necesnos pagamentos e maior transparência TRABALHAR DE FORMA sidade. “Sempre que há mudanças, na relação entre operadoras e presta- MAIS ARTICULADA E nossa parte conservadora se assusta. dores de serviços, o que contribuirá UTILIZAR ESSAS INFORPrincipalmente se há necessidades para reduzir os conflitos entre os dois de investimentos, porém, os resulplayers. “Com a disponibilidade de in- MAÇÕES PARA O PLAtados esperados revolucionarão o formações mais confiáveis, governo, NEJAMENTO, MONITOmodo de gestão desse mercado, que operadoras e gestores do SUS podeRAMENTO E AVALIAÇÃO mais informado combaterá o desperrão trabalhar de forma mais articulada e utilizar essas informações para o pla- DOS SERVIÇOS DE SAÚDE dício e utilizará seus recursos de forma mais eficiente e efetiva”. O TISS nejamento, monitoramento e avaliação é um projeto de EDI - Electronic Data dos serviços de saúde, o que sem dúInterchange –, também chamado de e-business, o qual vida vai gerar mais benefícios para o setor”, analisa. em todo o setor produtivo que foi implantado beneficiou Existe grande expectativa de que o TISS seja incortoda a cadeia, e por isso são denominados projetos “gaporado ao DATASUS, órgão da Secretaria Executiva do nha-ganha”. Ministério da Saúde responsável por coletar, processar e disseminar informações e bases de dados nacionais De olho nas datas sobre saúde. O que não foi descartado pela gerente da Mesmo sem temer, como sugerido pela gerente da ANS. “O TISS é, sobretudo, um projeto de integração de ANS, é prudente que os grupos 2 e 3, que terão os prainformação na saúde. Estudos dos sistemas de informazos estendidos para o final de 2007 e 2008, fiquem de ção do Ministério da Saúde fizeram parte da pesquisa olho nas datas de implantação. Segundo ela, os prazos para modelagem do TISS”. devem ser respeitados – já que o objetivo da ANS é moJussara Macedo conta que o próprio Governo será nitorar esse processo com o auxílio do próprio mercabeneficiado com a utilização das informações, de diverdo. “Sendo um padrão obrigatório, previsto em norma, sas formas. “Uma delas, por exemplo, é através da coleo descumprimento da resolução configura uma infração ta de indicadores para construção de bancos de dados passível de punição. Não há como a ANS deixar de utique permitam analisar com segurança e confiabilidade lizar esse dispositivo legal. Lembramos que o padrão e os parâmetros da saúde suplementar. O órgão regulador os prazos de implantação foram elaborados em parceria necessita de informações confiáveis do setor para criar como o setor, representado no Comitê de Padronização suas políticas públicas”, ressalta. de Informação em Saúde Suplementar (COPISS). A ANS Diversos países no mundo caminham para a integratem um programa de divulgação, além de a norma (cuja ção da informação em saúde através da internet e para a publicação foi precedida por consulta pública) datar de adoção universal do Registro Eletrônico de Saúde. “Nos outubro de 2005, havendo tempo suficiente para o setor Estados Unidos a lei HIPAA de 1996 trata disso; no Case preparar para a implantação. A RN 124 também prevê nadá a agência INFOWAY busca adotar padrões para dispositivos para análise “caso a caso”, dos problemas desenvolver o setor de saúde; na Austrália a NEHTA, na de não conformidade. Havendo dificuldades operacioInglaterra o Connecting for health e na Europa há um nais comprovadas por parte de operadoras e/ou prestaprojeto internacional o E-health Europe. Há um investidores para cumprir os prazos, a ANS acordará um prazo mento considerável nessa área, que é percebida como para que a entidade afetada atenda à norma, antes de o maior instrumento disponível para enfrentar custos aplicar uma penalidade”, conclui. crescentes de um lado e limitações financeiras do ouMAIO 2007

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HEALTH-IT INTERSYSTEM

As Organizações Regionais de Informações de Saúde (RHIOS) avançam nos Estados Unidos e Europa. Para Carlos Eduardo Kuhl Nogueira, diretor geral da InterSystems, empresa que conta com mais de vinte projetos de comunidades de saúde nos EUA, os países emergentes começam a enxergam no modelo uma forma de ganhar qualidade e baixar custos. No Brasil, iniciativas são lentamente fomentadas pelos Governos estaduais e municipais, dependendo ainda da visão do gestor público. Para ampliar oportunidades em mercados como a Ásia e a América Latina, companhia anuncia aquisição da parceira Trakhealth, incrementa portfólio e espera crescimento de 30% em 2007 68

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SAÚDE EM REDE

A

s redes digitais de atendimento à saúde, as chamadas Regional Health Information Organizations (RHIOs) crescem de forma intensa nos Estados Unidos e Europa. O alto custo da medicina tem motivado os Governos a rediscutirem o modelo atual de assistência, e buscam na gestão da informação uma forma de minimizar desperdícios e ampliar a eficiência do atendimento. Independente de onde o paciente esteja credenciado, toda a rede compartilha as informações, o que pode gerar redução de custo por meio de uma visão macro, de atendimento com qualidade e em escala. Nos países desenvolvidos, especialmente nos Estados Unidos, estima-se que 17% do Produto Interno Bruto (PIB) são para cobrir os custos da saúde. De acordo com estudos do Congresso Americano se nada for feito, em dez anos esse índice pode chegar a 30% do PIB. Os países europeus não ficam atrás e variam de 13 a 15%. Os RHIOS surgem como opção – especialmente no setor público, já que na saúde suplementar ainda existe pouco interesse em dividir informações, seja com outras empresas similares do mercado ou com a fonte pagadora. Os países em desenvolvimento, que caminham para o mesmo colapso gerado pelo alto custo com a saúde, também estão enxergando nas redes digitais uma opção atraente de modelo. Se tudo isso parece óbvio, o que foge à regra é que grande parte desses países, incluindo o Brasil, sofre com a falta de infra-estrutura e, mais grave ainda, das resistências culturais em se trabalhar de forma integrada. Segundo Carlos Eduardo Kuhl Nogueira, diretor geral da americana InterSystems para países emergentes, os prestadores de serviços ainda têm muitas resistências para as chamadas comunidades de saúde. A empresa conta atualmente com mais de vinte projetos de integração regional nos Estados Unidos. Tudo feito em tempo recorde. “Esse assunto comeMAIO 2007

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HEALTH-IT INTERSYSTEM atraso para novos projetos. “Temos que çou a ser discutido há menos de dois educar o médico, e isso não é algo simanos no congresso americano. Para iniEXISTE UMA FALÁCIA DE ples. É uma classe diferenciada, são prociarmos dois projetos, um deles praticafissionais inteligentes, estão salvando mente o piloto, levamos dezoito meses. QUE NÃO EXISTE DINHEIvidas, mas são resistentes! É preciso Nos últimos dois meses esse número RO PARA A SAÚDE. MAS, sensibilizar para o uso da tecnologia, que saltou para vinte. Como a necessidade é O DINHEIRO ESTÁ LÁ, E ainda fica restrita a equipamentos e se premente, a partir do momento em que esquece da gestão da informação”. Para se apresenta uma idéia toda a rede fica ESTÁ SENDO MAL GASTO Nogueira, a universidade – além dos formuito aberta à adoção”, explica. necedores – tem o dever de promover a discussão sobre a Para Nogueira, qualquer país emergente que quiser cresadoção de TI nos currículos. “Essa mudança de cultura passa cer tem que investir em saúde e educação. No Brasil, as inipor uma renovação curricular. O médico com menos de 35 ciativas para a implantação das RHIOS partem dos estados anos adota a tecnologia de forma muito mais fácil porque é e municípios, e ainda são muito dependentes da visão do usuário dela antes mesmo da universidade. Então é uma bargestor público. “Quando falamos do setor público, que é a reira que tem que ser quebrada. Saúde é um negócio como grande massa do mercado de saúde brasileiro, existe uma qualquer outro. Tem que ter processo, controle.”, afirma. falácia de que não existe dinheiro. Mas, o dinheiro está lá, No setor privado o problema passa pela “briga” entre e está sendo mal gasto. Falta muito mais um esforço de prestadores e operadoras, o que gera uma barreira para educação e venda do conceito”, ressalta. O executivo cita o a troca de informações. “Os hospitais e laboratórios são projeto piloto em comunidade de saúde no Brasil, que tem para as operadoras de saúde máquinas de ATMs, gastanparceria com a empresa Trakhealth, na região de Brasília e do dinheiro. E, tudo isso é conseqüência de má gestão e cidades vizinhas e visa à implantação do sistema em toda a transparência na troca de informação”, analisa. O executivo rede de atendimento. Ao todo serão interligados dados de 6 critica também a falta de integração das associações remilhões de pessoas. “Brasília tem servido de exemplo para presentativas em TI na área de saúde, onde nos EUA e Euoutros países emergentes, que não querem referenciais ropa têm intensa atuação política e econômica. “Aqui não americanos ou europeus, e sim projetos com realidades siexiste esse movimento forte. Existem pequenos grupos e milares. E o Brasil sempre teve essa característica de correr que não têm uma visão comum. O debate ainda é frouxo. riscos e inovar. Somos ávidos consumidores de tecnologia, Vemos isso até pela questão do TISS (Troca de Informaabsorvemos e testamos conceitos de forma mais ágil que ções em Saúde Suplementar). Tem gente que ainda acha outros países”, explica. que não é pra valer, olhando de forma pontual, como obriPara ele, os países emergentes compartilham da mesma gação. Não notam que essa é uma grande oportunidade visão. “O modelo americano e europeu não funciona. Ele se de se construir uma grande malha de informações sobre a provou ineficaz, muito caro, que nenhum país emergente saúde da população no Brasil”. vai conseguir implementar. Ao mesmo tempo a arquitetuSe os projetos das RHIOS se ampliam de forma rápida, ra de atendimento dos países emergentes é praticamente a Intersystem – que apostou suas fichas e adequou seu porigual com médico de família, posto de atendimento, hospital tfólio com foco para as Organizações Regionais de Informaregional e central. Em qualquer país emergente, Chile, Veções de Saúde -, cresce na mesma velocidade. Nos últimos nezuela, Índia, Brasil, África do Sul, é a mesma coisa – não cinco anos dobrou faturamento, e a subsidiária brasileira esexiste gestão da informação. Aqui o que muda é o tamanho pera fechar 2007 com crescimento de 30%, e mundial 20%. da fila de espera”. Destes países, só o Chile mantém infra“Nenhuma empresa que trabalha com software de infra-esestrutura adequada. “Existe internet de norte a sul, alta velotrutura cresceu tanto. As que ampliaram, foram com crescicidade, banda larga, fibra ótica. É só plugar”. mento marginal, acompanhando a inflação. Crescemos muiSe por um lado o executivo comemora a atratividade do to em função desse conceito da gestão de saúde em rede e mercado brasileiro, por outro aponta a barreira cultural como

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DIVULGAÇÃO

Carlos Eduardo Kuhl Nogueira, diretor geral da InterSystems para países emergentes

das comunidades”, explica. Segundo o executivo, o próprio TISS deve fomentar novos negócios para a companhia. Em 2006, o crescimento global da empresa foi de 20%, no Brasil 13%. No Chile e Índia a empresa espera crescer 50%, uma expectativa natural já que a empresa iniciou operações há menos de dois anos nestes países.

AQUISIÇÃO A atuação conjunta desde 1991 entre Intersystems e a australiana Trakhealth rendeu mais do que uma boa parceria. A companhia americana anunciou oficialmente a compra da parceira complementando dessa maneira seu leque de produtos com plataforma de integração e soluções de gestão clínica e hospitalar. O negócio, que não teve seu valor negociado revelado, não surpreendeu já que as duas empresas dividiam há alguns meses a mesma estrutura física em São Paulo, e mantém o mesmo CEO, Terry Ragon. Para Ragon, a união aumentará novas oportunidades em mercados internacionais como Ásia e América Latina. Já para Nogueira, em mercados emergentes não existem grandes fornecedores de sistemas de gestão clínica, que estão normalmente concentrados em mercados maduros, como EUA e Europa. “A aquisição reforça nossa solidez e aumenta a visibilidade da InterSystems no segmento de saúde em todo o mundo e acelera nosso crescimento internacionalmente”, conclui. MAIO 2007

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IMPORTAÇÃO MOVIMENTOU US$ 1,94 BILHÃO As empresas importadoras de equipamentos e produtos médico-hospitalares no Brasil movimentaram cerca de US$ 1,94 bilhão em 2006, com um crescimento de 22 % em relação a 2005. O presidente da Abimed – associação que representa as companhias -, Aurimar José Pinto, disse que as empresas associadas, “ao colocarem à disposição dos profissionais da área médica produtos de última geração produzidos no exterior, estão contribuindo para a inovação tecnológica do setor”. FIESP LANÇA COMITÊ DA CADEIA PRODUTIVA DA SAÚDE A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) criou o Comitê da Cadeia Produtiva do Setor da Saúde (COMSAÚDE), com o objetivo de fomentar o setor industrial por meio de ações baseadas em análises, estudos, projetos e pleitos para identificação dos principais gargalos da cadeia produtiva. O COMSAÚDE será composto por representantes que compõem a cadeia produtiva da industria da saúde, convidados pelo presidente e pelo coordenador do comitê. A comissão será presidida por Ruy Baumer, presidente do SINAEMO, auxiliado por Franco Pallamolla, presidente da Abimo, que assume o cargo de vice-coordenador do projeto.

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ANVISA EXIGE MAIS DOS PRODUTOS NACIONAIS O Brasil está permitindo que luvas e outros artigos médicos produzidos em fábricas ultrapassadas e localizadas em regiões paupérrimas da Ásia entrem no mercado nacional sem qualquer tipo de controle e certificação, enquanto , para o produto nacional, é exigido a certificação e o cumprimento de uma legislação rigorosa. A opinião é do senador Francisco Dornelles (PP-RJ). Segundo ele, as luvas cirúrgicas importadas, que tinham uma participação histórica de apenas 5% do mercado nacional, fecharam o ano passado com mais de 50% de participação nas vendas internas Para Rui Dammenhain da INBRAVISA - Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária, entidade que presta serviços de consultoria para regularização de empresas e produtos, a agência trata de forma

QUALIDADE MUNDIAL

“extremamente liberal” produtos

A ABECbpf – Associação Brasileira das Empresas Certificadas – Boas Práticas

importados, enquanto a indústria

de Fabricação quer sensibilizar os profissionais que atuam na aquisição de

nacional é obrigada a arcar com al-

produtos para a saúde, sobre a importância de contar com fornecedores qua-

tos custos de registro além de exi-

lificados. Segundo o presidente da ABECbpf, Benedito Fittipaldi, o certificado

gências praticamente impossíveis

de Boas Práticas de Fabricação colocou o Brasil em igualdade de condições de

de serem atendidas por empresa

qualidade de produtos com os maiores fabricantes do mundo.

de pequeno e médio porte. MAIO 2007

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INDÚSTRIA

SEGURO DE VIDA NA FARMÁCIA A Cardif, seguradora do Grupo BNP Paribas, e a rede de Farmácias Fleming, que possui 14 lojas no estado do Paraná, acabam de firmar parceria para o lançamento de dois novos seguros de acidentes pessoais. Com preços baixos, a estratégia é conquistar o público de baixa renda. Segundo Cristiano Saab, superintendente comercial da Cardif, antigamente o brasileiro associava seguro a carro e a banco. “Agora, cada vez mais essa percepção está mudando. O mercado de seguros está sempre lançando produtos diversificados e criando novos canais de distribuição”. A formalização da parceria Cardif e Farmácias Fleming foi intermediada pela Dellana Corretora de Seguros.

EXCELSIOR SEGUROS EXPANDE NO NORDESTE O Grupo Excelsior Seguros está expandindo atuação pela região do Nordeste (AL,PE,PB e RN), e prevê iniciar operações em João Pessoa ainda este ano. Segundo Múcio Novaes, vice-presidente da empresa, a meta é atingir 110 mil vidas até o final deste ano, com investimentos estimados em R$ 3 milhões. A expectativa é que a receita consolidada do grupo tenha um incremento de 40% em comparação ao ano de 2006, devendo atingir o montante de R$ 220 milhões, entre prêmios emitidos de seguros e mensalidades de planos de saúde. Em pesquisa sobre o mercado brasileiro segurador realizada recentemente pela Revista Conjuntura Econômica, da Fundação Getúlio Vargas-FGV, e publicada na edição deste mês, o Grupo Excelsior Seguros aparece com o 2° maior crescimento (368%) em prêmios ganhos ano de 2006, entre os pequenos e médios grupos. 74

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LINHA DE CRÉDITO ESPECIAL PARA MÉDICOS O PanAmericano, especializada em financiamentos e consórcios, disponibiliza uma nova linha de crédito para médicos que queiram investir em seu consultório, renegociar dívidas (pessoais ou profissionais) ou adquirir algum bem. O Imóvel Pan disponibiliza empréstimos tomando como garantia da operação um imóvel comercial (como um consultório ou clínica) ou residencial (desde que não-domiciliar), o que garante juros a partir de 1,85% ao mês e um prazo de pagamento de até 60 meses. Os interessados poderão financiar até 70% do valor do imóvel dado em garantia e o valor mínimo do empréstimo é de R$ 30 mil.

SIEMENS LANÇA REDE PETNET A Siemens anunciou as operações da PETNET do Brasil, primeira rede de distribuição de FDG (Flúor-deoxy-glicose F18), material radioativo necessário para a realização de exames de diagnóstico precoce do câncer, que possui tempo máximo de uso de aproximadamente oito horas. A rede começará a operar com quatro pontos de produção – Brasília, Campinas, Rio de Janeiro e Salvador – e será responsável também pela distribuição dos radiofármacos a hospitais, clínicas e instalações de pesquisa para diagnóstico por imagem PET. Para a criação desta rede, quatro instituições estão investindo, inicialmente, cerca de U$ 16 milhões de dólares. A rede PETNET Solutions existe nos Estados Unidos desde 1996 e hoje opera a maior rede de radiofarmácias do mundo, com mais de 53 unidades e centros de distribuição em diversos locais, sendo mais de 450 mil doses vendidas por ano.

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360 GRA

US

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S

RAU

G 360

INDÚSTRIA

TYCO ADQUIRE A BRASILEIRA POLYSUTURE

NOVA FÁBRICA DA LIFEMED DEVE SER ENTREGUE EM SETEMBRO

A americana Tyco Healthcare’s Surgical Devices acaba de

A Lifemed, empresa fabricante de equipamentos

concluir um acordo para a aquisição da Polysuture, fabrican-

hospitalares para infusão de medicamentos, inves-

te brasileiro de material de sutura. “A aquisição demonstra

tiu R$ 36 milhões na construção de uma nova planta

o nosso comprometimento com o mercado global”, explica

industrial em Pelotas, Rio Grande do Sul, crescendo sua

Richard Meelia, CEO da Tyco Healthcare. Segundo o execu-

produção na região. A nova unidade ampliará a atual

tivo, o mercado de saúde na América Latina está crescendo

fabricação de bombas de infusão, campos cirúrgicos

rapidamente e a aquisição permitirá competir mais efetiva-

e embalagens descartáveis. As obras começaram em

mente na região. Em 2006, a Tyco International teve receita

junho do ano passado e o prazo de conclusão estimado

bruta de US$ 41 bilhões.

é de 15 meses.

CARESTREAM HEALTH INICIA ATIVIDADES NO BRASIL Com aproximadamente US$ 2,5 bilhões em vendas anuais, a Carestream Health começa, oficialmente, a operar como empresa independente em 150 países. No Brasil, as operações sob a denominação Carestream Health começarão oficialmente no último 1 de junho. A empresa foi inicialmente criada como uma unidade de negócios da Eastman Kodak Company e continuará a utilizar a marca Kodak em seus produtos. “Não poderíamos estar mais animados”, disse o CEO (Chief Executive Officer) da Carestream Health, Kevin Hobert. “Temos agora uma oportunidade incrível de solidificar nossa história de inovação, de investir em nosso futuro e de ampliar nossos negócios”.

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ATHON GROUP LANÇA FERRAMENTA DE GESTÃO A Athon Group criou o programa Motiva, que oferece suporte direto ao usuário ao longo do tratamento. O produto é direcionado às operadoras de planos de saúde que querem racionalizar custo e qualificar a assistência médica. Após analisar a carteira de uma operadora e estratificar a população de risco, cada grupo selecionado entra em um setor específico do programa, para atender sua condição de saúde. Para Fernando Fernandes, diretor da empresa, cerca de 15% de uma carteira de saúde possui perfil epidemiológico para ser acompanhada pelo programa. “Normalmente encontramos de 3 a 5% de pacientes crônicos avançados e de 10 a 12% nas fases intermediárias da evolução de suas doenças de base”. Segundo a empresa, a estimativa de retorno sobre o investimento é da ordem de 1,7, ou seja, para cada R$1 investido no programa, espera-se um retorno de R$1,7 ao final de 12 meses de acompanhamento. Esses valores geram impacto direto de 35 a 40% no sinistro da população atendida pelo programa.

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INDÚSTRIA PERFIL

A NOVA CARA DA INDÚSTRIA

MÉDICO-HOSPITALAR NOVO PRESIDENTE DA ABIMO DIZ QUE VAI ACELERAR AÇÕES QUE VISEM À ISONOMIA TRIBUTÁRIA E PROMETE PRESSIONAR O GOVERNO PELA ORGANIZAÇÃO DAS COMPRAS DE EQUIPAMENTOS E INSUMOS MÉDICOS, LABORATORIAIS, ODONTOLÓGICOS E HOSPITALARES, PRODUZIDOS NO BRASIL

A

Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo) tem um novo presidente. O administrador de empresas Franco Pallamolla, que dirige o grupo Lifemed, assumiu o cargo com grandes expectativas: quer isonomia tributária e pretende pressionar o governo pela organização das compras de equipamentos e insumos médicos, laboratoriais, odontológicos e hospitalares, produzidos no Brasil. Em 2006, o setor movimentou cerca de R$ 6.5 bilhões e exportou US$ 442 milhões, 11% a mais em comparação a 2005. A associação, em conjunto com o SINAEMO – Sindicato da Indústria de Artigos e Equipamentos Odontológicos, Médicos e Hospitalares do Estado de São Paulo, representa 303 empresas filiadas, que respondem por 80% do faturamento total do setor. Para o novo presidente da Abimo, o impacto da queda do dólar, abaixo de R$ 2, os danos causados pela pesada carga tributária e a vulnerabilidade aos produtos estrangeiros podem causar uma forte desintrustrialização. “Existe uma grande quantidade de fabricantes brasileiros em regime de recuperação judicial”. Para ele, de acordo com a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior brasileira, como o setor é estratégico deveria ter sido contemplado com os benefícios anunciados recentemente pelo Ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para cinco áreas da indústria (têxtil e de vestuário, automobilística, naval, de calçados e móveis). As medidas de emergência anunciadas pelo governo para os 5 setores contemplam a redução dos tributos incidentes na folha de pagamento e o aumento de alíquotas de importação para proteger alguns produtos. Segundo o executivo, sua gestão dará continuidade aos programas que estão sendo conduzidos com sucesso, como o projeto de exportação, o incentivo às certificação e qualificação de mão-de-obra. Em entrevista à HealthCare Brazil, Pallamolla conta como pretende criar novos projetos, sobretudo para incremento do mercado interno e de inovação tecnológica.

Franco Pallamolla é Presidente do Grupo de empresas Lifemed, já atuava como diretor conselheiro da entidade, e da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. É formado em administração de empresas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

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DIVULGAÇÃO

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INDÚSTRIA PERFIL HealthCare Brazil: O senhor representa hoje um grupo que corresponde a 80% do faturamento da indústria médica nacional. Quais as principais demandas atuais? Franco Pallamolla: No momento estamos estudando medidas que acelerem nossa ação para a conquista de isonomia tributária, inclusive como proteção adicional para o efeito negativo do câmbio, para promover a inovação tecnológica e para pressionar o governo pela organização das compras de equipamentos e insumos médicos, laboratoriais, odontológicos e hospitalares, aqui produzidos. Principalmente isonomia tributária. Os outros pontos são a questão da inovação tecnológica, a organização das compras governamentais, a criação de linhas de financiamento e programas de recuperação de hospitais.

FP: O câmbio ajuda muito e as empresas internacionais entram em uma posição muito favorável, pois elas contam com linhas de financiamento em seus países de origem e encontram um mercado sem barreiras técnicas. Fora o problema do contrabando que também está se agravando. HCB: Nossos produtos são competitivos para o mercado internacional? FP: Fizemos grandes esforços e conseguimos inserir muitas empresas no mercado internacional. A ação com a APEX foi decisiva no sentido de qualificar as empresas e prepará-las para exportar, auxiliá-las nos processos de certificação e na inteligência de mercado. Também o convênio com a ABDI foi decisivo, inclusive para identificação das rotas tecnológicas. Os produtos brasileiros a cada dia estão mais competitivos pelos seus preços, qualidade e tecnologia.

HCB: Se compararmos com outros mercados, a indústria médico-hospitalar tem uma atuação política consideravelmente tímida. Como o senhor pretende trabalhar com o goHCB: Quais serão os investimentos necessários para garantir verno, na parceria ou no confronto? a competitividade e alta nas exportações? FP: O governo entendeu que o nosso setor é estratégico FP: É difícil mencionar o valor de um e nossas relações são muito construtivas. investimento destes. Com o apoio da Para a resolução dos problemas nós senABDI temos trabalhado para identificar os taremos à mesa e discutiremos com muita A TAXA DE CÂMBIO gargalos. Um exemplo são as Rotas Tecética, levando sempre as sugestões e as ATUAL TEM EFEITO nológicas, ou seja, o planejamento estratéreivindicações pertinentes ao nosso setor. gico da tecnologia para os próximos 10/15 Pretendemos conduzir estas reivindicações CORROSIVO PORQUE anos. O custo desses estudos é elevado. com muito diálogo e com base em uma ar- EXPÕE O MERCADO A Mas, através do Convênio da ABDI com a gumentação consistente e fundamentada ABIMO, estamos concretizando esse imem dados técnicos. Por exemplo, a melhor UMA VULNERABILIDAportante projeto. forma de reivindicar mudanças na tributa- DE MAIOR E FAVORECE ção é demonstrando os desequilíbrios triA ENTRADA DE PRODUHCB: Existe uma grande preocupação butários que existem. Para mudar a forma em torno da capacidade e da disposição das compras governamentais na área de TOS ESTRANGEIROS das empresas em investir... saúde é preciso alertar que o critério não FP: O marco legal é a maior barreira, a insegurança jupode ser somente preço, seremos parceiros do governo. rídica. Além disso, se o governo praticasse uma política de saúde que premiasse o esforço industrial nacional, o setor HCB: A carga tributária brasileira chegou a 38,8% do Produestaria atraindo investimentos. As coisas se amarraram na to Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2006. Qual é o impacto política pública, essa será uma das lutas em conjunto com para o mercado da saúde? o SINAEMO. Trabalharemos também para corrigir as injusFP: A carga tributária é grande e gera distorções, inclutiças tributárias, para que importar não seja mais barato do sive de questões que ferem a Constituição. Por exemplo, a que produzir aqui. questão da isonomia tributária. Neste momento, por questões legais, alguns produtos importados não estão sujeiHCB: O que os empresários devem esperar de sua gestão? tos ao PIS e COFINS enquanto que os mesmos produtos FP: Será uma gestão comprometida com as diretrizes aqui produzidos estão isentos apenas do COFINS. Por isto criadas pelo conselho da ABIMO. Temos o compromisso de a questão tributária é prioritária, uma das metas da nova continuar a perseguir o desenvolvimento da base produtiva e gestão. Além disso, esta enorme carga tributária exige um a disponibilização de tecnologias a preços acessíveis. O Brasil capital de giro cada vez maior, sufocando as empresas. pode se tornar cada vez mais auto-suficiente neste segmento e, também, ser um importante player internacional. HCB: E os novos entrantes no mercado brasileiro? 80

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UP TO DATE FEIRA HOSPITALAR 2007

INCUBADORA NATAL CARE ST A Alliance lança a Incubadora Natal Care ST. O desenho da cúpula permite melhor visualização do bebê durante os procedimentos. Um sistema eletrônico realiza o posicionamento da cúpula em Trendelenburg ou reverso de Trendelenburg com centralização automática. Possui ainda dois canais para monitoração da temperatura da pele, central e periférica, que podem ainda serem utilizados para o atendimento de gêmeos na mesma unidade. A solução ainda traz painel de controle microprocessado com tecnologia LCD, balança incorporada ao leito e os módulos de servocontrole de Umidade, Temperatura e Oxigênio.

A Hospimetal apresenta a Cama de Parto projetada para

TECNOLOGIA NA ÁREA DE VENTILADORES

as pacientes que requerem cuidados de maternidade-gi-

A Magnamed, empresa voltada ao desenvolvimento de

CAMA DE PARTO

módulos OEM, lança o módulo ventilador para anestesia,

necologia, em todos os estágios da gestação: pré-natal, parto e pós-natal. Há possibilidade de transformar a cama

onde todas as interligações são realizadas num único bloco

na posição de cadeira para assegurar que a equipe médica

e uma eletrônica compacta de baixo consumo de energia

tenha fácil acesso, para conforto e total assistência durante

elétrica. As principais modalidades de ventilação disponíveis são: ventilação de volume controlado (VCV), ventilação de

o parto. A construção da cama possibilita proceder com todos os estágios do parto sem a necessidade de mover a paciente para outra cama.

pressão controlada (PCV), ventilação mandatória sincronizada intermitente (SIMV) com ou sem pressão de suporte (PSV).

ULTRA-SOM SONOACE X8 A Medison traz o Sonoace X8, um ultra-som inovador, que alia design, funcionalidade, precisão e as mais recentes tecnologias da ultra-sonografia. Quanto às funções do equipamento, destacam-se a simplicidade na operação em 3D/4D, o Dynamic MR, que deixa as imagens 2D muito mais nítidas e também o 3D XI, que possibilita a visualização das estruturas em cortes paralelos na mesma tela, de forma similar às ressonâncias e tomografias. 82

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DRÄGER APRESENTA SOLUÇÃO PARA INTEGRAR TECNOLOGIAS A Dräger Medical apresenta o Infinity Acute Care System – sistema que integra desde a monitoração de pacientes e funções terapêuticas, até o gerenciamento de informações. A empresa alemã também anuncia mais duas novas linhas próprias de máscaras para anestesia, denominadas Litestar e Comfortstar.

A Nilko lança o Armário Multi-Uso com tinta especial: a WEG Nobac, que inibe a proliferação de fungos e bactérias. Outro lançamento será o armário de canto, que funciona como solução para locais onde a otimização de espaço é essencial.

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MC 250/07

ARMÁRIOS COM AÇÃO ANTIMICROBIANA

04-2008-EMD-07-BR-250-J

Melhorar a vida É isso que a gente faz Fazer a diferença na vida das pessoas Esse é o papel do médico Esse é o nosso papel E esse é o nosso grande estímulo na busca de necessidades médicas ainda não atendidas: saber que estamos contribuindo para que o profissional médico continue lutando contra os limites que a doença muitas vezes impõe ao paciente salvando vidas e fazendo o paciente mais feliz É o que nos motiva a pesquisar e buscar sempre novas soluções Colocar o paciente sempre em primeiro lugar Esse é o compromisso do médico Esse é o nosso compromisso

83 lugar MAIO 2007 em primeiro O paciente

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UP TO DATE FEIRA HOSPITALAR 2007

CHAMADA DE ENFERMAGEM A Salutem Indústria Eletrônica, deten-

MESA PARA CIRURGIA VASCULAR

tora da marca SINCRON, apresenta

A Barrfab lança na

uma nova pêra de paciente com design

Hospitalar 2007 a

ergonômico e que pode ser desinfec-

Mesa Cirúrgica BF-

tada por imersão. A empresa também

683. Indicada para

está em processo de desenvolvimento

alta cirurgia e cirurgia

de equipamentos que terão a possibili-

vascular, o equipa-

dade de integrar o sistema de chamada

mento traz como diferenciais a possibilidade de uso

de enfermagem com outros sistemas em funcionamento

de intensificador de imagem e o tampo confeccionado

nos hospitais, tais como softwares de gestão, sistemas de

com fibra de carbono, atendendo inclusive as normas

monitoramento e alarme, etc.

européias EN IEC 60601.

BALANÇA PEDIÁTRICA ELETRÔNICA Uma balança pediátrica eletrônica é a novidade da Welmy. O produto tem estrutura em plástico moldado à vácuo com cadeira injetada, capacidade máxima de 15 kg; divisões de 5g; concha anatômica em polipropileno 540 x 300 mm injetada anti germes; pés reguláveis; função TARA; possibilidade de tara de até 9,895 Kgs; display com 5 dígitos; e chave seletora de tensão de 110/ 220 v.

OXÍMETRO DE PULSO E DE MÃO A IMFtec apresenta uma nova linha de oxímetros de pulso e portáteis de mão com inovações. A oximetria (SpO2) é empregada para determinar a saturação de oxigênio na hemoglobina do sangue rico em oxigênio. As principais novidades são o visor em LCD e a apresentação da curva pletismográfica. Já na linha portátil de mão, a inovação fica com o alarme e tendência 24 horas.

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ELETROCIRURGIA E MECÂNICA RESPIRATÓRIA A Tyco Healtchare apresenta o Force Triad, um avançado equipamento em eletrocirurgia, que possui uma plataforma que conjuga gerador eletrocirúrgico. Também conta com o novo sistema de fusão de vasos Liga Sure para selagem de vasos e tecidos de até 7mm de diâmetro. Outra novidade é o software Mecânica Respiratória e Tendências para o ventilador Puritan Bennett 840. Com capacidade de realizar manobras e monitorar fatores como: Pressão Inspiratória Máxima, P0.1, Capacidade Vital Lenta, Complacência e Resistência Dinâmicas, Fluxo Expiratório Final para determinação de Auto-PEEP. Também armazena dados importantes, permitindo monitoração completa do paciente, facilitando a rotina da equipe e ajudando a adotar as melhores condutas na arte da ventilação mecânica.

MENOR MEDIDOR DE GLICOSE O aparelho Sidekick, considerado o menor medidor de glicose que existe atualmente no mercado mundial, será a grande novidade da Chase Diagnostics. O aparelho foi desenvolvido em tamanho reduzido para facilitar a vida dos pacientes que trabalham, praticam esportes e que precisam se deslocar constantemente. O produto gera resultado em menos de 10 segundos, tamanho da amostra de sangue de apenas 1 microlitro, e ainda tecnologia de medição através de biosensor.

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NA ESTANTE À BEIRA DO LEITO: GERIATRIA E GERONTOLOGIA NA PRÁTICA HOSPITALAR Para os desafios do século XXI, os profissionais da saúde precisam de informações e propostas de diagnóstico e tratamento ágeis e eficientes. À Beira do Leito traz um resultado prático dessa reflexão e traduz em algoritmos e instrumentos uma estratégia rápida, simples e possível de ser reproduzida por diferentes profissionais. Obra foi estruturada a partir de discussões de casos clínicos, das quais tomaram parte, simultaneamente, médicos, enfermeiras, dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, psicólogas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. Autores: João Toniolo Neto, Vitor Last Pintarelli, Talita Hatsumi Yamatto Editora: Manole Nº de páginas: 324 www.manole.com.br

O MÉDICO COMO PACIENTE O Médico como Paciente é uma leitura clara, precisa e agradável, que trata dos desafios e grandezas que envolvem o médico desde a sua formação. A obra é fruto da extensa pesquisa e experiência da psiquiatra Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, realizada para sua tese de doutorado. A obra resgata, do sistema racional em que está inserido o médico, a figura do homem: o médico como pessoa. Nesse aspecto, o livro prepara o estudante de Medicina para as reais condições de seu futuro trabalho, e também o médico já em exercício da profissão, funcionando como um programa de conscientização e orientação. Autora: Alexandrina Maria Augusto da Silva Meleiro Editora:Segmento Farma Nº de páginas: 191 www.segmentofarma.com.br

SÍNDROME METABÓLICA: UMA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR Inédito na literatura médica nacional, no livro Síndrome Metabólica são encontrados os fatores de risco: hipertensão, hipercolesterolemia, tabagismo, sedentarismo, obesidade e diabetes. Quando dois ou mais desses fatores ocorrem no mesmo indivíduo, acentua-se a probabilidade da doença arterial coronariana. Por outro lado, cinco dos mesmos aparecem como critério diagnóstico da Síndrome Metabólica: (1) pressão arterial, (2) obesidade central, (3) aumento dos triglicerídeos, (4) HDL - colestereol reduzido, e (5) alterações do metabolismo da glicose. Autor: Heno Ferreira Lopes Editora: Atheneu Nº de páginas: 228 www.atheneu.com.br

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GUIA DE EMPRESAS A Alban.......................................................................Pág. 89 Site: www.alban.com.br ABEC........................................................................Pág.56 Site: www.abecbpf.com.br AGA..........................................................................Pág.72 Site: www.aga.com.br B Basf.........................................................................3° Capa Site: www.basf.com.br BD............................................................................Pág. 58 Site: www.bd.com/brasil/ C Celm........................................................................Pág. 76 Site: www.celm.com.br Cirucan.......................................................................Pág. 86 E-mail: cirucan@uol.com.br Cristália...................................................................Pág. 31 Site: www.cristalia.com.br Cristófoli.................................................................Pág. 75 Site: www.cristofoli.ind.br F Feira Hospitalar......................................................Pág. 15 Site: www.hospitalar.com Fiat..........................................................................4ª Capa Site: www.fiat.com.br G GE...............................................................................Pág. 25 Site: www.geultrasound.com Grupo Mídia............................................................Pág. 63 Site: www.healthcarebrazil.com.br H Hcenter....................................................................Pág. 88 Site: www.hcenterhospitalar.com.br L Lavexmil..................................................................Pág. 89 Site: www.lavexmil.com.br

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Laktus.....................................................................Pág. 71 Site: www.laktus.com.br M Mercedes Benz.......................................................2ºCapa Site: www.mercedes-benz.com.br Merck Sharp & Dohme...........................................Pág. 83 Site: www.msd-brazil.com MedPej....................................................................Pág. 04 Site: www.medpej.com.br Melhoramentos......................................................Pág. 26 Site: www.melhoramentos.com.br/papeis Microem..................................................................Pág. 81 Site: www.microem.com.br Missner...................................................................Pág. 85 Site: www.missner.com.br P Plataforma..............................................................Pág. 08 Site: www.plataforma.com.br Pró-Saúde...............................................................Pág. 33 Site: www.prosaude.org.br Plusoft.....................................................................Pág. 64 Site: www.plusoft.com.br R Roche......................................................................Pág. 29 Site: www.roche.com.br S Sercon.....................................................................Pág. 59 Site: www.sercon.ind.br Sevengel.................................................................Pág. 89 Site: www.sevengel.com.br T Têxtil Sabie ............................................................Pág. 87 Site: www.sabie.com.br W WEM....................................................................... Pág. 77 Site: www.wem.com.br

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