ELIVELTON WALLACE DE JESUS

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO – CAMPUS SÃO ROQUE

ELIVELTON WALLACE DE JESUS

CONHECENDO AS DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA, FORMADOS NO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO- CAMPUS SÃO ROQUE

São Roque 2015


INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PAULO – CAMPUS SÃO ROQUE

ELIVELTON WALLACE DE JESUS

CONHECENDO AS DIFICULDADES ENFRENTADAS POR PROFESSORES EM INÍCIO DE CARREIRA, FORMADOS NO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO- CAMPUS SÃO ROQUE

Trabalho de Conclusão de curso apresentado como requisito para obtenção do título de licenciatura em Ciências Biológicas sob orientação do Professor Doutor Marcio Pereira

São Roque 2015


J585 Jesus, Elivelton Wallace de Conhecendo as dificuldades enfrentadas por professores em início de carreira, formados no curso de licenciatura em ciências biológicas do Instituto Federal de São Paulo – Campus São Roque. / Elivelton Wallace de Jesus. – 2015. 31 f.: il.; 30cm Orientador: Prof. Dr. Marcio Pereira TCC (Graduação) apresentada ao curso de Ciências Biológicas do Instituto Federal de São Paulo – Campus São Roque, 2015. 1. Professor iniciante 2. Carreira docente 3. Formação de professores I. Jesus, Elivelton Wallace de II. Título CDU: 574


Nome: Elivelton Wallace de Jesus Título: Conhecendo as dificuldades enfrentadas por professores em início de carreira, formados no curso de licenciatura em ciências biológicas do instituto federal de São Paulo- campus São Roque. Trabalho de Conclusão de curso apresentado ao Instituto

Federal

de

Educação,

Ciência

e

Tecnologia do Estado de São Paulo – Campus São

Roque,

para

obtenção

do

título

de

Licenciado em Ciências Biológicas.

Aprovado em: ___/___/___

Banca Examinadora

Prof. Dr. Marcio Pereira

, Instituição

Julgamento:

. Assinatura:

Prof. Dr.

, Instituição

Frank Viana de Carvalho

Julgamento:

IFSP –São Roque

. .

IFSP- São Roque

. Assinatura:

. .

Prof. MSc. Mauricio de Mattos Salgado, Instituição IFSP- São Roque Julgamento:

. Assinatura:

. .


"Não sabendo que era impossível, ele foi lá e fez." Lao Tsé


AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à Deus por me permitir concluir o meu sonho que é de me formar como professor de biologia em uma instituição tão estimada como o IFSPSão Roque. Agradeço de forma muito especial ao meu amigo, orientador e Professor Doutor Márcio Pereira por se permitir a me auxiliar durante todo o percurso, me aconselhando e me ajudando no crescimento acadêmico. Agradeço meus Pais e Familiares por me darem o suporte nesses 4 anos, sempre me apoiando em todas as etapas. Agradeço meus amigos pessoais, que sempre me deram um apoio enorme, além dos meus colegas de sala que fizeram os 4 anos, os anos mais incríveis de minha vida. Agradeço os alunos já formados por participarem da pesquisa. Agradeço os professores e funcionários do IFSP, por sempre me apoiarem e me ajudarem


JESUS, E.W. Conhecendo as dificuldades enfrentadas por professores em início de carreira, formados no curso de licenciatura em ciências biológicas do instituto federal de São Paulo- campus São Roque. [Trabalho de Conclusão de Curso de Licenciatura

em Ciências Biológicas], Instituto Federal de São Paulo. São Roque, 2015

RESUMO O conhecimento da realidade educacional é de grande importância para a formação do professor nos cursos de licenciatura. A formação inicial do professor é alvo de muitos estudos, pesquisas e reformulações curriculares, entretanto, ainda não se chegou a uma formação que leve o professor recém-formado a umas práxis eficazes. É somente no período de sua inserção profissional na docência que esses novos professores enfrentarão a realidade cotidiana de uma atividade de trabalho. O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus São Roque foi iniciado no segundo semestre de 2010. No ano de 2014 ocorreu a formatura das duas primeiras turmas do curso. Neste contexto, partindo do pressuposto que a profissão professor é eminentemente conflituosa e que os primeiros passos potencializam esses conflitos, esta pesquisa busca relatar alguns dos principais problemas vividos por alguns professores em início de carreira, buscando aproximação horizontal entre universidade e os profissionais por ela formados.

Essas

informações

serão

fundamentais

para

a

construção

de

conhecimentos sobre as necessidades formativas dos professores nas diferentes etapas da carreira docente. Os sujeitos da pesquisa foram 18 professores em formação ou recém-formados no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas pelo Instituto Federal de São Paulo – IFSP (Campus São Roque). A metodologia adotada será a da pesquisa com aplicação de questionários e entrevistas semiestruturadas visando conhecer as dificuldades enfrentadas pelos professores em formação e recém-formados no que tange as relações interpessoais, institucional/contextual, professores/professores, e relacionados a currículo e instrução. Palavras-Chave: Professor iniciante, Problemas enfrentados, Início de carreira docente, Formação de professores.


JESUS, E. W. Knowing the difficulties faced by teachers in career start, formed in the degree course in science of federal institute of biological are São Paulo- campus Sao Roque. [Academic Coursework in Biological Sciences], São Paulo Federal Institute.

São Roque, 2015

ABSTRACT The knowledge of the educational reality is of great importance to the training of teachers in undergraduate courses. The initial teacher training is the subject of many studies, research and curricular changes, however, it has not yet reached a formation that takes the recently formed an effective teacher practice. It is only within the period of professional integration these new teachers will face the daily reality of the work activity. The course of Biological Sciences Degree from the Federal Institute of São Paulo (IFSP) - Campus São Roque was initiated in the second half of 2010. In the year 2014 was the graduation of the first two classes of the course. In this context, assuming that the teacher profession is highly contentious and the first steps leverage these conflicts, this research seeks to report some of the main problems experienced by some early-stage teachers, seeking horizontal approach between universities and professionals by it formed. These informations are fundamental for the knowledge construction about the training needs of teachers in the different stages of the teaching career. The study subjects were eighteen teachers in training or graduates in Bachelor's Degree in Biological Sciences by the Federal Institute of São Paulo - IFSP (Campus São Roque). The methodology is the research with application of semi-structured questionnaires and interviews in order to know the difficulties faced by teachers in training and recent graduates regarding interpersonal relationships, institutional/contextual, teachers/teachers, and related to curriculum and instruction.

Keywords: Professor Beginner, faced problems, teaching early career, Teacher training.


LISTA DE FIGURAS Figura 1- Tempo de atuação dentro da carreira do magistério dos estudantes do último semestre e de professores recém-formados no curso Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de São Paulo (Campus São Roque) Figura 2- Relação e porcentagem das disciplinas, além da formação de Biologia e Ciências, que alguns dos entrevistados tiveram que trabalhar no início de carreira. Figura 3 – Dificuldades relatadas na relação entre o professor iniciante e o coordenador da escola. Figura 4 – Dificuldades indicadas pelos professores em início de carreira em relação à interação entre docentes e diretor da escola. Figura 5 – Dificuldades enfrentadas pelos docentes em início de carreira quanto à estrutura física da escola e disponibilidade de recursos didáticos. Figura 6 – Dificuldades enfrentadas durante o cotidiano da atividade docente.


SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO................................................................................................................................13 2. JUSTIFICATIVA.............................................................................................................................16 3. OBJETIVOS...................................................................................................................................16 4. METODOLOGIA............................................................................................................................17 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................................17 6- CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................26 7. REFERENCIAS.............................................................................................................................26 8. ANEXO...........................................................................................................................................29


1.INTRODUÇÃO O conhecimento da realidade educacional é de grande importância para a formação do professor nos cursos de licenciatura. A formação inicial do professor é alvo de muitos estudos, pesquisas e reformulações curriculares, entretanto, ainda não se chegou a uma formação que leve o professor recém-formado a umas práxis eficazes (PAGANINI, 2012). Entretanto é somente no período de sua inserção profissional na docência que esses novos professores enfrentarão, pela primeira vez, a realidade cotidiana de uma atividade de trabalho na qualidade de professores plenamente qualificados (EURYDICE, 2002; LIMA et al, 2007).

Nesse sentido, é no exercício da profissão

que se consolida o processo de tornar-se professor, ou seja, o aprendizado da profissão a partir de seu exercício possibilita configurar como vai sendo construída a função docente. Segundo Brostolin & Oliveira (2013) o início da carreira docente é marcado por momentos decisivos e críticos para continuação ou para o abandono da profissão. Ainda segundo esses autores isto dependerá, obviamente, do comportamento de cada sujeito, de suas limitações, determinações, dedicação e de como sua identidade se constitui no decorrer do tempo. Não distante disso, está também à responsabilidade com a formação desses profissionais, principalmente, em desvelar os dissabores da docência e levar à discussão temas, como o choque da realidade, problemas enfrentados por professores iniciantes, formação continuada, entre outros. É nesse período da carreira que uma série de dificuldades e desafios começa a se delinear para o docente iniciante. Para muitos autores o início do trabalho docente configura-se como uma fase onde o professor vivencia situações inesperadas, difíceis e até constrangedoras (HUBERMAN, 2000; TARDIF e RAYMOND, 2000). Além dos estudos voltados para o ciclo de vida dos professores, é necessário também pesquisas sobre o choque de realidade, conceito citado por Veenman (1984). De acordo com o autor, o choque da realidade é o colapso dos ideais missionários formados durante o treinamento de professor pela realidade árdua e rude da vida diária em sala de aula.


Para Quadros et al. (2006) vários obstáculos contradizem o imaginário formado pelos licenciandos sobre a escola, sobre o papel do professor e do aluno, e sobre o conteúdo

a

ser

ensinado.

Dentre

esses

obstáculos

destacam-se

alunos

indisciplinados, violência, baixos salários e condições precárias de trabalho. Algumas pesquisas relatam que a solidão somada com um sentimento de isolamento toma conta do professor iniciante, sendo fruto da inexperiência e insegurança no início da carreira (MARIANO, 2005). Segundo

dados da

Organização

para

Cooperação

e

Desenvolvimento

Econômicos (OCDE, 2006), obtidos a partir de um trabalho que buscou analisar questões relacionadas à atratividade da docência, as taxas de redução no número de professores tendem a ser mais altas no início da carreira docente. Nos Estados Unidos, 18% dos professores que se iniciaram na profissão em 1994 deixaram a docência em 1997. Nesse mesmo país, na transição entre os anos letivos 1999/2000 e 2000/2001, cerca de 9% dos professores que possuíam de 1 a 3 anos de experiência abandonaram a profissão, em comparação aos 6% dos professores que tinham de 10 a 19 anos de magistério. Assim, pode-se compreender porque Perrenoud (1993) apud Gauthier (1998) fala de um ofício impossível, ou seja, um ofício no qual a posse de um saber universitário não garante em nada um grau elevado de bom êxito. Perrenoud (2002 apud NONO, 2011) também indica algumas características do professor em início de carreira e discute que ao mesmo tempo em que o profissional se disponibiliza para a busca do saber, ele também pode se fechar nas suas próprias incertezas. Para Marques (2002), os conceitos em que o professor é formado, muitas vezes deve se deixar de lado, pois a formação acadêmica muitas vezes não contempla todos os impactos da região onde o aluno está inserido, problematizando assim a aprendizagem do aluno. Por muito tempo, a formação de professores esteve ligada à concepção de responder aos problemas da educação com as teorias e técnicas científicas, colocando a prática somente no final dos cursos de graduação, em segundo plano. Segundo Dias e André (2009) não é dada atenção especial à formação de professores para a prática de ensino concreta e real nas escolas. A difusão desse paradigma acontecia por parte de alguns autores que acreditavam que a prática


apenas remodelava ou reproduzia práticas estabelecidas por professores mais experientes, e que não permitia a construção de novos saberes nos profissionais em início de carreira. Restava, portanto, à universidade apresentar as teorias que, posteriormente, iriam servir para aplicar na prática, isso quando o profissional já estava em exercício na carreira. (ANDRÉ & DIAS, 2009). A formação do novo professor do século XXI deve ser diferente, pois estamos em um momento social diferente das dos professores de décadas passadas. No momento histórico que vivemos, com o grande crescimento da população brasileira, o aumento de dificuldades sobre o ensino de ciências e também da biologia vem aumentando. Segundo Fourez (2003) os maiores prejudicados por estes problemas são, além dos próprios alunos, os professores, a economia local e nacional, os pais e toda a sociedade. Assim a falta da formação eficaz de biologia e ciências gera ao final um grave problema não somente local e sim como um pais como todo. Dentro desse contexto, o professor novato ao observar a realidade de seu trabalho pode desenvolver conflitos e preocupações educacionais, especialmente em contextos que afrontem suas construções psíquicas (BEJARANO e CARVALHO, 2003). Tais conflitos podem ser entendidos como situações em que o professor não esperava encontrar ou que está em contradição com suas próprias crenças e expectativas do que é ser professor (QUADROS et al., 2006). Segundo Mariano (2006), essas dificuldades, essa sensação de estar sempre sendo testado em suas tarefas pode levar muitos professores iniciantes a desistirem de sua profissão. Conhecer as dificuldades enfrentadas pelos docentes permite uma maior aproximação entre a universidade e os profissionais por ela formados além de sugerir alterações na proposta de ensino da didática, usualmente desenvolvidas nos cursos de graduação, pois existe um grande distanciamento entre as abordagens de educação expressas nos seus planos de ensino e a prática desenvolvida. Compete às instituições de formação docente, de nível superior, conhecer essas dificuldades enfrentadas pelos professores em início de carreira dando atenção suficiente e explícita, na formação inicial, para preparar o futuro professor para o seu ingresso no trabalho docente, indicando a necessidade de construir um projeto institucional, no qual sejam previstas ações voltadas à inserção profissional


dos professores na docência, além de proporcionar apoio sustentável aos egressos em seus primeiros anos de exercício do magistério.

2. JUSTIFICATIVA

O curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) – Campus São Roque foi iniciado no segundo semestre de 2010. No segundo semestre de 2014 ocorreu a formatura das duas primeiras turmas do curso. Neste contexto, partindo do pressuposto que a profissão professor é eminentemente conflituosa e que os primeiros passos potencializam esses conflitos, esta pesquisa busca relatar alguns dos principais problemas vividos por alguns professores em início de carreira, buscando aproximação horizontal entre universidade e os profissionais por ela formados. Essas informações serão fundamentais para a construção de conhecimentos sobre as necessidades formativas dos professores nas diferentes etapas da carreira docente.

3. OBJETIVOS Conhecer as dificuldades enfrentadas por professores em formação e recém-formados no curso Licenciatura em Ciências Biológicas e o desafio de articular e gerir as situações desafiadoras do cotidiano, utilizando os saberes adquiridos na academia.

4. METODOLOGIA Com o intuito de identificar os conflitos enfrentados por professores iniciantes, participaram da presente pesquisa 10 estudantes do último semestre e 8 professores recém-formados no curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do


Instituto Federal de São Paulo (IFSP) - Campus São Roque que ministravam aulas na Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo. A coleta de dados foi realizada durante o segundo semestre de 2015. A metodologia utilizada foi a da pesquisa com aplicação de questionário (Anexo 1) visando conhecer as dificuldades enfrentadas pelos professores em formação e recém-formados no que tange as relações interpessoais, institucional/contextual, professores/professores, e relacionados a currículo e instrução. As questões foram enviadas via correio eletrônico e preenchidas pelo google formulários, para ser feito a análise.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados abaixo fornecem um panorama geral dos sujeitos da pesquisa. Analisando a figura 1 é possível notar que apenas duas pessoas nunca trabalharam como docentes. O restante dos entrevistados trabalha no magistério há pelo menos seis meses.


Figura 1- Tempo de atuação dentro da carreira do magistério dos estudantes do último semestre e de professores recém-formados no curso Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de São Paulo (Campus São Roque)

Esses dados indicam que os alunos do último semestre do curso e os professores recém-formados não estão tendo dificuldades em se inserir no mercado de trabalho. Essa facilidade em conseguir trabalho pode ser explicada pela enorme carência de profissionais dentro da área de Ciências e Biologia. De acordo com o relatório “Escassez de professores no ensino médio: soluções estruturais e emergenciais”, publicado em maio de 2009 pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), um número cada vez menor de jovens segue a carreira do magistério. Para suprir a carência de professores no ensino médio, o País precisaria de aproximadamente 235 mil docentes, particularmente nas disciplinas de Física, Química, Matemática e Biologia. Em 2001, formaram-se pela Universidade de São Paulo (USP), a maior do Brasil, apenas 172 professores para lecionar nessas quatro disciplinas. A figura 1 mostra também que nove (50% do total) trabalham como professores dentro do período de 6 a 12 meses. O restante dos entrevistados exerce a profissão há mais de um ano, o que parece sugerir que essas pessoas já trabalhavam como docentes mesmo antes de estarem formados no curso de licenciatura. Essa suposição seria uma hipótese completamente plausível dentro do cenário nacional da educação.

O estudo exploratório sobre o professor brasileiro

realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do Ministério da Educação em 2007 indica a existência de 196.006 professores que ainda não possuem a habilitação legal requerida para atuar nos anos finais do ensino fundamental, o que corresponde a 26,6% do total em análise. Entretanto o mesmo estudo também aponta que um mesmo docente pode possuir até três cursos de graduação. Especificamente nos anos finais do ensino fundamental, dos 579.271 professores que apresentam nível superior, 65.834 têm mais de um curso de graduação. Uma pequena parcela dos estudantes que procuram o curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do IFSP (Campus São Roque) apresenta essa característica, entretanto não é possível saber por essa pesquisa quantos e quais são os alunos entrevistados que já possuíam mais de uma graduação antes de procurar o curso de Licenciatura em Ciências


Biológicas. Pesquisar o que leva um estudante universitário a ter mais de uma formação é um tema interessante a ser estudado.

De qualquer forma, doze entrevistados começaram a carreira ministrando aulas de Ciências ou Biologia. Entretanto seis tiveram que passar pelo desafio de iniciar na docência ministrando uma disciplina que não é a sua especialidade (Figura 2). Esses dados indicam mais uma vez o fenômeno relativamente comum na educação brasileira que é a carência de professores com formação adequada à disciplina que lecionam. Novamente também observamos que a falta de docentes de química, física e matemática faz com que a direção da escola acabe por “empurrar” esse problema ao docente em início de carreira, que na maioria das vezes acaba ficando em desvantagem na atribuição de aula frente aos docentes mais experientes e com preferência de escolha.

Física; 14.29%

Eventual; 42.86% quimica; 28.57%

matemárica; 14.29%

Figura 2- Relação e porcentagem das disciplinas, além da formação de Biologia e Ciências, que alguns dos entrevistados tiveram que trabalhar no início de carreira.

Também é alarmante observar na figura 2 a grande porcentagem de entrevistados que assumiram ter iniciado a docência ministrando “outras disciplinas”. Bem ou mal os estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Biológica recebem conhecimentos de Matemática, Física e Química, integrados aos conhecimentos da Biologia, para que o Licenciado em Ciências Biológicas tenha uma formação geral das Ciências bastante sólida e abrangente com os diversos campos da Biologia. Entretanto essa formação


não permite ao docente licenciado em Ciências Biológicas trabalhar as disciplinas citadas acima no ensino médio. Pior ainda é pensar que professores de Biologia possam ter que assumir disciplinas como história, Educação Física, Geografia entre outras, seja no ensino fundamental ou médio. Assim, além do desafio de vencer as inseguranças normais do início de carreira, alguns docentes devem também vencer a falta de habilitação legal e adequada para exercer a docência em uma disciplina a qual não é a sua especialidade. Isso certamente gera uma pressão a mais que pode contribuir com uma desistência precoce dentro da carreira do magistério. Outro desafio a ser vencido pelo professor novato é a sua interação inicial com a coordenação pedagógica e direção escolar Apenas sete entrevistados disseram não apresentar nenhum problema no relacionamento com o coordenador pedagógico da escola. A maioria (61,1%) relatou algum tipo de dificuldade nessa interação (Figura 3). As principais queixas são a falta de comunicação e orientação desse profissional ao professor iniciante. 7 4

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Figura 3 – Dificuldades relatadas na relação entre o professor iniciante e o coordenador da escola. Dez pessoas relataram não enfrentar nenhuma dificuldade na relação com o diretor da escola. Entretanto oito entrevistados (44,4%) enfrentam algum tipo de


obstáculo nesse sentido. A maioria das reclamações vem da dificuldade em encontrar o diretor na escola ou na falta de tempo dele para atender aos professores (Figura 4). Muitas vezes o professor é “lançado” no mercado de trabalho sem obter um maior acompanhamento sistemático por parte da coordenação pedagógica e direção escolar. A equipe escolar é base fundamental para o desenvolvimento e acompanhamento do trabalho pedagógico do professor (SILVA & MORAIS, 2011). Ainda segundo esses autores a coordenação, orientação e direção escolar devem munir-se do conhecimento necessário para apoiar o docente que, em muitas situações, encontra-se solitário nesse emaranhado de experiências marcantes e, porque não dizer, até determinantes em seu trabalho.

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1

Figura 4 – Dificuldades indicadas pelos professores em início de carreira em relação à interação entre docentes e diretor da escola. Mesmo a relação com outros professores pode ser um problema nos momentos iniciais da carreira. No presente estudo 78% dos entrevistados disseram não apresentar problemas ao trabalhar com outros professores. Entretanto, algumas vezes, até mesmo os colegas de trabalho se voltam para o iniciante com rispidez,


falta de companheirismo e parceria, dificultando o relacionamento no ambiente escolar e dificultando ainda mais o processo inicial da carreira (HUBERMAN, 2000). Para o autor, estudioso da carreira e ou ciclo de vida do professor, esse período que se estende até o terceiro ano de docência, é denominado de período de sobrevivência e descoberta. A sobrevivência caracteriza-se pela vivência da complexidade da docência e pelas discrepâncias entre o que foi idealizado na formação inicial e a realidade da sala de aula. Apesar da variedade em termo de opções, muitas escolas no país apresentam problemas quanto à quantidade e disponibilidade de recursos didáticos dentro dos estabelecimentos de ensino. A figura 5 destaca a falta de laboratórios e equipamentos ou materiais didáticos como a maior preocupação entre os entrevistados. 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Figura 5 – Dificuldades enfrentadas pelos docentes em início de carreira quanto à estrutura física da escola e disponibilidade de recursos didáticos. Na visão de Borges (2007), muitos professores acreditam que o ensino de Ciências poderia ser melhorado se houvesse aulas práticas nas escolas. De acordo com Rezende (2007), os professores de biologia devem recorrer a aulas práticas na intenção de dinamizar o ensino dessa disciplina. Tendo em vista essas ideias, muitos docentes de biologia e Ciências se ressentem da falta de laboratórios nas escolas.


É evidente que instalações adequadas e materiais disponíveis certamente tornam o aprendizado muito mais eficiente. Entretanto, frente a situação de carência de recursos e de estrutura de muitas escolas públicas no Brasil, o professor deve muitas vezes viabilizar práticas dentro da disciplina de Biologia mesmo na ausência de laboratórios e recursos para vencer as limitações de muitas escolas públicas do Brasil. Para Hodson (1998 apud LEITE et al, 2008) a própria sala de aula se torna um ambiente de prática, através do deslocamento de materiais para a mesma. Para isso, o professor precisa de uma formação que forneça alternativas para contornar esse tipo de problema ou que pelo menos lhe dê consciência da realidade que deverá ser enfrentada. Os cursos de licenciatura devem levar em conta essa preparação. Além disso, nas escolas que possuem laboratório de Biologia, este local é pouco é utilizado, mostrando também uma falta na formação do professor, que muitas vezes não se sente capaz de utilizar esse recurso. Dessa forma, a preparação destes profissionais para o exercício da profissão constitui o diferencial. Apesar do ensino no Brasil esbarrar em várias dificuldades quanto a recursos disponibilizados, principalmente em escolas públicas, isso não isenta os professores das suas responsabilidades com a aprendizagem dos alunos. Frente às limitações da escola, cabe ao professor selecionar o melhor material disponível diante de sua realidade. Mesmo com limitações de materiais, um professor capacitado consegue superar problemas e contribuir para que seus alunos possam aprender. A utilização de qualquer recurso deve ser feita de maneira que possa constituir um apoio efetivo (BIZZO, 2007). É importante também que o professor conheça a forma correta de utilizar os recursos disponíveis para que as suas aulas sejam satisfatórias para a aprendizagem dos alunos. De nada adianta a escola oferecer recursos didáticos aos professores se estes não estão habilitados a utilizálos de forma eficiente. Esse é um grande desafio para as universidades que pretendem preparar seus estudantes para a docência. Muitas vezes pouco tempo é disponibilizado nas grades curriculares dos cursos de licenciatura para preparar seus alunos para explorar diferentes recursos com o objetivo de tornar o ensino mais dinâmico e efetivo. A própria evolução dos recursos didáticos obriga os docentes a


estarem sempre se atualizando. Assim a formação docente deve também estar focada em provocar uma mudança de atitude do professor em relação às metodologias de ensino por ele utilizadas, inclusive estimulando o professor a procurar constante atualização durante a carreira. Apesar de um professor bem preparado poder superar limitações e contribuir para que seus alunos possam aprender, é preciso também deixar claro que é um direito e dever dos docentes pleitear e lutar pela conquista de instrumentos que lhes permitam trabalhar melhor (KRASILCHIK, 2008). Com relação ao cotidiano da carreira docente, doze entrevistados afirmaram encontrar dificuldades. Os dois principais problemas enfrentados são relativos a como lidar com a indisciplina dos alunos e com o pouco tempo de preparação e planejamento das aulas (Figura 6). 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0

Figura 6 – Dificuldades enfrentadas durante o cotidiano da atividade docente. Como foi dito anteriormente, o professor se depara com o excesso de carga horária, stress, queixas psicológicas e físicas já nos primeiros meses de exercício da profissão. A percepção desses problemas pode ocorrer ainda no período dos estágios, porém a intensidade com que essas dificuldades são sentidas e vivenciadas difere do momento em que o professor passa a ser o regente da turma, e não mais um estagiário. Essas situações podem gerar mudanças de


comportamento além do desencantamento e desilusão com o que havia sido idealizado para a profissão durante o período de formação docente. Os baixos salários obrigam os professores a assumir muitas aulas e turmas, algumas vezes em escolas diferentes e distantes entre si. Essa situação acaba por refletir em excesso de trabalho e pouco tempo de preparação das suas atividades didáticas. Isso afeta diretamente a qualidade das aulas e na aprendizagem dos alunos. Muitas vezes o docente é levado a repetir estratégias que deram certo no passado. Entretanto essa atitude não é garantia de sucesso no presente. A acomodação não combina com a carreira docente. Os estudantes exigem, cada vez mais, que as aulas apresentadas de forma diferente. Assim o professor deve estar constantemente procurando novas técnicas e formas mais eficientes de ensinar. Esse mesmo processo de acomodação pode surgir diante da indisciplina dos alunos. Para manter a sala controlada e não causar maiores problemas com a coordenação e direção da escola, o professor muda seu comportamento permissivo para

um

comportamento

autoritário,

admitindo

soluções

imediatas

que

provavelmente, poderiam ser resolvidas através de conversas e reflexão. (VEENMAN, 1984). Infelizmente não há receita pronta para que o professor vença esses problemas. Portanto também não deve haver padronização de ações para resolver essas dificuldades. Entretanto, devido à inexperiência, muitos professores padronizam sua forma de ensinar ou agir frente às diferentes dificuldades, não levando em consideração à diversidade que há na individualidade do aluno. Esse é um erro que pode dificultar muito a vida desse profissional. A forma de trabalhar deve ser modificada devido ao fato de que cada aluno age e aprende de maneira diferente. Os alunos também evoluem ao longo do tempo. Não é possível usar toda a carreira as mesmas técnicas e métodos que se utilizava no passado. Dessa forma o curso de licenciatura deve deixar claro ao futuro professor de que ele deverá se adaptar às mudanças e evoluir junto com a sociedade. A maioria dos entrevistados tem consciência de que é necessário conhecer a realidade dos alunos e da escola em que trabalha e que as técnicas de ensino devem mudar de acordo com as necessidades dos estudantes e sofrer evolução ao longo do tempo. Apenas um dos professores entrevistados acredita que não é tão


importante conhecer a realidade dos alunos e que a aula ser adequada para todos de uma forma impessoal.

6- CONSIDERAÇÕES FINAIS O pesquisa realizada permite concluir que as dificuldades dos alunos em seus primeiros anos de formação estão ligados além de relações interpessoais, e também a falta de preparo, pois muitos são inseridos prematuramente ao mercado de trabalho, e isto pode gerar ao final dificuldades na relação professor aluno, devido o licenciando não saber se relacionar, tanto com a direção, coordenação e alunos. A falta

de

preparo

dos

licenciandos,

permite

aulas

padronizadas,

impossibilitando assim aulas mais direcionadas ao padrão sociocultural onde o aluno esta inserido, isto compromete a aprendizagem dos alunos, cabe a instituição trabalhar isto de maneira direta, e não indireta sobre o tema “Preparação de aula”, respeitando as individualidades de cada turma. Observando os dados, muitos relatam a indisciplina dos alunos, o que gera este resultado, são inúmeros os fatores, dentre eles, o stress do professor, má preparação da aula, condição sociocultural e psicológica do aluno, etc. Entretanto é possível modificar esta situação buscando ferramentas para melhora desta condição colocando ordem em sala de aula, dentre estas ferramentas, está uma aula preparada para a realidade do aluno, inserindo ele no tema, não o excluindo. Conhecendo a realidade do aluno, sabendo se relacionar de maneira eficaz com a coordenação e direção, observando a situação social, psicológica do aluno e por fim, se preparando para alcançar este aluno, está ai a chave para a melhora em seu ambiente de trabalho e com isso melhora na sua prática de licenciando.

7. REFERENCIAS

1. ACADEMIA BRASILEIRA DE CIENCIAS. O ensino de ciências e a educação básica: propostas para superar a crise. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 2008 pág. 56.


2. AMORIM, A. C. R. O Ensino de Biologia e as relações entre Ciência / Tecnologia / Sociedade: O que dizem os professores e o Currículo de Ensino Médio? VI Encontro “Perspectivas do Ensino de Biologia” – Coletânea. Universidade de São Paulo - Faculdade de Educação. 1997. 3. ANDRÉ, M.; DIAS, H. A incorporação dos saberes docentes na formação de professores. Revista Brasileira de Formação de Professores, América do Norte, p. 1-14, 2009. 4. AUSUBEL, David. P. Aquisição e Retenção de Conhecimentos: Uma Perspectiva Cognitiva. Lisboa: Plátano, 2003. 5. BEJARANO, N. R. R.; CARVALHO, A. M. P. Tornando-se professor de ciências: crenças e conflitos. Ciência e Educação, v.9, n. 1, p. 1-15, 2003. 6. BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil? – 2ª ed. São Paulo: Editora Ática, 2007. P.24-75. 7. BORGES, R. M. R.; LIMA, V. M. Tendências contemporâneas do ensino de Biologia no Brasil. Revista Electrónica de Enseñanza de lãs Ciências. Vol. 6 Nº 1. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. 8. BROSTOLIN, M. R.; OLIVEIRA, E. A. C. Educação infantil: Dificuldades e desafios do professo iniciante. Interfaces da Educ., Paranaíba, v.4, n.11, p.4156, 2013. 9. Estudo exploratório sobre o professor brasileiro com base nos resultados do Censo Escolar da Educação Básica 2007 / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. – Brasília: Inep, 2009. 63 p.: II 10. EURYDICE. Red Europea de Información em Educación. Formación inicial y transición a la vida laboral. Temas Clave de la Educación em Europa. La Profesión docente em Europa: perfil, tendencias y problemática. v. 3. Unidade

Europea:

Secretaría

General

Técnica,

2002.

Disponível

em:

<http://www.eurydice.org>. Acesso em: 03 jan. 2015. 11. FOUREZ, G. Crise no Ensino de Ciências? Investigações em Ensino de Ciências – v. 8, n. 2, p. 109-123, 2003. 12. GAUTHIER, C. Por uma teoria da Pedagogia. Ijuí: Ed. Unijuí, 1998. 13. HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores, 1989. In: Nóvoa, A. Vidas de professores. Porto, Portugal: Porto, 2000. 14. KRASILCHIK, M. Prática de Ensino de Biologia. 4ª ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008. 15. LEITE, A. C. S.; SILVA, POLLYANA A. B.; VAZ, A. C. R. A importância das aulas práticas para alunos jovens e adultos: uma abordagem investigativa sobre a percepção dos alunos do PROEF II. Ensaio: 2008. Disponível em:


www.fae.ufmg.br/ensaio/volume7especial/artigo_leiteetal.pdf Acesso em: 18 de outubro de 2015. 16. LIMA, E. F.; CORSI, A.M.; MARIANO, A.L.S.; MONTEIRO, H.M. PIZZO, S.V.; ROCHA, G.A; SILVEIRA, M.F.L. Sobrevivendo ao início da carreira docente e permanecendo nela. Como? Por quê? O que dizem alguns estudos. Educação e Linguagem. São Paulo, ano 10, n. 15, p. 138-160, jan. /jun. 2007. 17. MARIANO, A. L. S. Aprendendo a ser professor no início da carreira: um olhar a partir da ANPED. In: 28ª REUNIÃO ANUAL DA ANPED, Caxambu - MG, 2005. Disponível em: <http://www.anped.org.br/reunioes/28/textos/gt08/gt0872int.rtf>. Acesso em: 03 jan. 2015. 18. MARIANO, A. L. S. O início da docência e o espetáculo da vida na escola: abrem-se as cortinas... in: Lima, E. F. (Org.). Sobrevivências no início da docência. Brasília: Líber Livro Editora, 2006. 19. NONO, M. A. Professores Iniciantes: o papel da escola em sua formação. Porto Alegre: Mediação, 2010. 20. OCDE

(ORGANIZAÇÃO

PARA COOPERAÇÃO

E

DESENVOLVIMENTO

ECONÔMICOS). Professores são importantes: atraindo, desenvolvendo e retendo professores eficazes. São Paulo: Moderna, 2006. 249 p. 21. PAGANINI, E.L. Superando (in)Seguranças no início de Carreira Docente. In: IX ANPED SUL,2012,Caxias do Sul – RGS. Seminário de Pesquisa em Educação da Região Sul, 2012. 22. PRAIA, J.; CACHAPUZ, F. Un Análisis de Las Concepciones acerca de la Naturaleza del Conocimiento Cientifico de los Profesores Portuguese de la Enseñanza Secundaria. Enseñanza de las Ciencias, 1994, v. 12, n. 3, p. 350354. 23. QUADROS, A. L.; GOMES, A. F.; ALMEIDA, A. M; ALEME, H. G; FONSECA, M. T; FIGUEIREDO, R. A; SILVEIRA, V. A. Professor em início de carreia: relato de conflitos vivenciado. Revista Varia Scientia, v. 06, n. 12, p. 69-84, 2006. 24. REZENDE, R. C. S.; SILVA, M. A. Diagnóstico do ensino de biologia em escolas públicas de Ilhéus e Itabuna (BA). In. XIII Seminário de Iniciação Científica e 9ª Semana de pesquisa e Pós-Graduação da UESC Ciências Humanas, 2007. 25. SILVA, F. S. S.; MORAIS, L. J. O. Dificuldades dos professores de Biologia em ministrar aulas práticas em escolas públicas e privadas do município de Imperatriz (MA). Revista Científica da Unisulma UNI, Imperatriz, p. 135 - 149, 01 jul. 2011.


26. TARDIF, M.; RAYMOND, D. Saberes, tempo e aprendizagem do trabalho no magistério. Revista Educação & Sociedade, v.21, n. 73. pp. 209-244, Campinas, dez. 2000. 27. VEENMAN, S. Problemas percebidos de professores iniciantes. Review of Educational Research, v. 54, n. two. 1984.

7. ANEXO


QUESTÕES

RELATIVAS

À

PESQUISA SOBRE

DIFICULDADES

ENFRENTADAS

PELOS

PROFESSORES EM FORMAÇÃO E RECÉM FORMADOS NO CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DO INSTITUTO FEDERAL DE SÃO PAULO - CAMPUS SÃO ROQUE - SP O objetivo do trabalho é conhecer as dificuldades e problemas enfrentados professores em início de carreira no que tange a: 1- Relações interpessoais; 2- Relação do professor com a instituição ou o seu contexto; 3- Desenvolvimento do trabalho na escola; 4- Realização das aulas e atividades com os alunos; 5- Dificuldades na relação com outros professores; 6- Problemas relacionados ao currículo e instrução. Questões: 1- Há quanto tempo você participa ministra aulas? () nunca ministrou aulas () Menos de 6 meses () de 6 e 12 meses () de 13 a 24 meses () de 25 a 36 meses () outros. Indique quanto tempo: _____________________

2- Começou ministrando aulas de ciências ou de outra disciplina? 3- Caso tenha começado ministrando aulas de outra disciplina, indique qual é ela? 4- Com relação à sua relação com o coordenador da escola, você percebe algum problema em relação a: a) encontrar o coordenador na escola. Ele tem pouco tempo livre para atender aos professores. b) O professor coordenador é muito severo no trato com os professores. c) O coordenador não aceita as ideias dos professores. d) Falta de orientação durante a realização das atividades. e) O coordenador não é organizado f) Ele não apresenta domínio do conhecimento técnico g) outros: Indique a dificuldade: ________________________________________________________


_________________________________________________________________________________ h) não tenho nenhum problema relacionado a isso. 5- Com relação à sua relação ao diretor da escola, você percebe algum problema em relação a: a) encontrá-lo (a) na escola. Ele (a) tem pouco tempo livre para atender aos professores. b) O diretor é muito severo com os professores. c) O diretor não aceita as ideias dos Professores. d) Falta de orientação durante a realização das atividades. e) O diretor não é organizado f) Ele não apresenta domínio do conhecimento técnico g) outros: Indique a dificuldade: ________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ h) não tenho nenhum problema relacionado a isso. 6- Com relação à escola em que você trabalha, percebe algum problema em relação a: a) Dificuldade no deslocamento da sua casa para a escola. b) Funcionários da escola não ajudam quando você precisa. c)

outros.

Indique

a

dificuldade:

_________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ d) não tenho nenhum problema com esse tópico. 7- Com relação à estrutura física da escola, você sente dificuldade com a: a) Falta de acesso fácil à INTERNET. b) Falta de laboratórios. d) Falta de equipamentos ou materiais didáticos. e)

outros.

Indique

a

dificuldade:

_________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ f) não tenho nenhum problema com esse tópico. 8- Você apresenta algum tipo de problema em trabalhar com o seu grupo? () Sim

( ) Não

9- Caso tenha respondido sim à questão anterior indique qual é a sua dificuldade: a) Falta de comunicação entre professores. b) Falta de organização do grupo de professores. c) Falta de empenho e dedicação de alguns professores. d) Falta de iniciativa de alguns professores. e) Algumas pessoas não aceitam sugestões do grupo.


f) Alguns indivíduos do grupo são severos com os demais colegas. g) outros. Indique a dificuldade: _______________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________________________________

10- Em relação à realização das aulas, você percebe algum problema referente à: a) O tempo dado para o planejamento das ações é muito pequeno. b) Atividades em excesso. c) as ações são muito difíceis de serem realizadas. d) faltam verbas para a compra de materiais que serão usados nas aulas. e) Comportamento inadequado dos alunos durante a realização das atividades. f)

outros.

Indique

o

problema:

__________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ __ g) não tenho esse tipo de dificuldade. 11- Você conhece a realidade da escola e dos alunos com o qual trabalha? () Sim

( ) Não.

12- Caso tenha respondido não à questão anterior, indique a razão deste desconhecimento: a) b) c) d)

Falar de interesse Não sabe onde procurar essas informações. Sabe onde estão estas informações, mas o acesso e elas é difícil Outro______________________________________________________________________ _____

13- Você acha importante conhecer a realidade pessoal dos alunos para desenvolver melhor suas atividades? Explique sua resposta. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ 14- Você acha que a sua formação na licenciatura apresentou alguma falha em rela~]ao ao currículo ou à instrução que dificultou seu início de carreira? Em caso de positivo, indique qual foi esta falha. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________


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