Encarte de cd, Guia do Louvre

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O Museu O prédio do Louvre foi fundado em 1190 por Filipe II e servia como uma fortaleza para proteger Paris a oeste contra ataques de Vikings. O Palácio do Louvre foi a sede do governo monárquico francês desde a época dos Capetos medievais até o reinado de Luís XIV. Sua transformação em museu iniciou em 1692, quando Luís XIV ordenou a criação de uma galera de essculturas antigas na Sala das Cariátides. No mesmo ano, o palácio, então desabitado, tendo a corte se transferido para Versalhes, recebeu a Academia Francesa, e logo a Academia de Belas Letras e a Academia real de Pintura e Escultura também ali se instalaram. Em toda sua história, a antiga fortaleza militar nunca cessou suas transformações, se tornando um colossal complexo de prédios. Em vista disso, o Marquês de Marigny, Superintendente Geral dos Edifícios do Rei, e seu sucessor, o Conde de Angivillier, desenvolveram a idéia de tornar o Louvre um museu permanente. O projeto se transformou em lei em 6 de maio de 1791, quando a Assembléia Revolucionária decretou que o palácio deveria ser um repositório de todos os monumentos das ciências e das artes. Assim, foi o museu inaugurado como Museu Central das Artes em 10 de agosto de 1793, com um acervo formado principalmente por pinturas confiscadas à família real e aos aristocratas que haviam fugido da Revolução


Francesa, exibidas na Grande Galeria e no Salão Quadrado. O público tinha acesso gratuito, mas apenas nos fins de semana, ficando os outros dias reservados para o trabalho dos artistas que desejavam ali estudar as obras dos grandes mestres, determinação que ficaria em vigor até 1855. Gradualmente a coleção foi expandida e ocupou muitas outras salas do complexo. O Palácio do Louvre é uma estrutura quase rectangular, composto pela praça do Cour Carrée e duas alas que envolvem o Cour Napoléon a norte e ao sul. No coração do complexo, está a Pirâmide do Louvre, acima do centro dos visitantes. O museu é dividido em três alas: a Ala Sully a leste, que contém a Cour Carrée e as partes mais antigas do Louvre, a Ala Richelieu ao norte, e da Ala Denon, que faz fronteira com o Rio Sena para o sul. Em 1983, o presidente francês François Mitterrand propôs um plano o Grand Louvre a fim de renovar o prédio e transferir o Ministério da Fazenda, permitindo que exibisse todo o edifício. O Arquiteto I. M. Pei foi premiado com o projeto e propôs uma pirâmide de vidro para o pátio central. A pirâmide e seu átrio subterrâneo, foi inaugurado em 15 de Outubro de 1988. A segunda fase do plano do Grand Louvre, La Pyramide Inversée (A Pirâmide invertida), foi concluída em 1993. A partir de 2002, o atendimento dobrou desde a sua conclusão.


Antiguidades orientais Este departamento se concentra na história e arte do Oriente Próximo desde as primeiras civilizações até antes da presença muçulmana na região, e seu desenvolvimento acompanhou o desenvolvimento da arqueologia oriental na França. As primeiras aquisições ocorreram por obra de Paul-Émile Botta, que em 1843 realizou uma expedição a Khorsabad, e seus achados deram origem ao Museu Assírio do Louvre. O conjunto foi ampliado com as peças encontradas por Claude Schaeffer em Ras-Shamra e por André Parrot em Mari, na Síria. A coleção é particularmente notável pelas peças da Suméria e da cidade de Akkad, como a Estela dos Abutres, as estátuas de Gudea e de Ebih-il, touros alados de Khorsabad, capitéis tauromorfos e painéis de azulejos esmaltados de Susa, e o Código de Hamurabi.



Antiguidades egípcias

Com mais de 50 mil objetos, que atestam o profundo interesse francês na área da egiptologia no século XIX, abrange os períodos desde o Antigo Egito até a arte copta, incluindo os períodos helenístico, romano e bizantino, e seu conjunto oferece uma ampla visão da cultura e sociedade egípcias em todos os seus aspectos. Este departamento foi criado em 1826 por decreto de Carlos X, impressionado pela atuação do egiptólogo JeanFrançois Champollion. O acervo cresceu com as remessas de achados arqueológicos das expedições francesas ao Egito. Instalado na Ala Denon e em salas do Cour Carré, a coleção inclui arte, papiros, múmias, amuletos, vestuário, joalheria, instrumentos musicais, jogos e armas. Dentre as peças mais interessantes estão o famoso Escriba sentado, uma faca de pedra e marfim de Gebel-el Arak com punho decorado com cenas de guerra e de caça, a Estela do Rei Serpente, a cabeça do rei Djedefre, a estátua de Amenemhatankh, o Portador de oferendas, o busto de Akhenaton, e a estátua da deusa Hator, além de sarcófagos ricamente pintados, frascos para cosméticos e objetos votivos.



Antiguidades gregas, etruscas e romanas

Sua coleção inclui peças de toda a região do Mediterrâneo desde o Neolítico até o Helenismo, passando pela civilização cicládica e a cultura cipriota. O conjunto começou a ser formado no tempo de Francisco I, e neste início se concentrava em esculturas. Mais tarde passou a receber vasos, cerâmicas, marfins, afrescos, mosaicos, vidros e bronzes de várias procedências. Pontos altos deste vasto departamento são a Dama de Auxerre, a Vitória de Samotrácia, a Vênus de Milo, os retratos de Agripa, Marcellus e Marco Aurélio, o Gladiador Borghese, o Apolo de Piombino, a Diana de Versalhes, o Hermes amarrando as sandálias, e o vaso Hércules e Anteu, de Eufrônio.



Artes do Islã É o departamento mais recente do museu, mas sua coleção de mais de 6 mil itens cobre 13 séculos de história da arte islâmica da Europa, Ásia e África, entre vidros, metais, madeiras, tapetes, cerâmicas e miniaturas. Das suas peças se destacam como principais a Píxide de alMughira, uma caixa de marfim da Andaluzia; o Batistério de Saint-Louis, uma bacia de metal do período Mamluk; fragmentos do Shahnameh, um poema épico de Ferdowsi escrito em persa, e o Vaso Barberini, um vaso de metal da Síria.



Pinturas Sua grande coleção de pinturas enfatiza a arte francesa, que compõe cerca de dois terços do total, mas as seções de pintura do norte da Europa e da Itália são extremamente significativas. O conjunto começou a ser reunido por Francisco I, ainda no tempo em que o Louvre era uma fortaleza, com a aquisição de obras-primas de Rafael e Michelangelo, além de ter atraído Leonardo da Vinci para sua corte. Da seção de pintura francesa são especialmente notáveis a Pietá de Avignon, de Enguerrand Quarton; o Retrato do Rei João, o Bom, de Jean Fouquet; o Retrato de Luís XIV de Hyacinthe Rigaud; a Coroação de Napoleão e O Juramento dos Horácios, de Jacques-Louis David, a Grande banhista de Ingres, e A Liberdade guiando o Povo, de Eugene Delacroix. Do norte da Europa há um grande conjunto, e são célebres O astrônomo e A rendeira, de Vermeer, a Nau dos Insensatos, de Hieronymus Bosch, a Virgem do Chanceler Rolin de Jan van Eyck, A Ceia de Emaús e o Auto-retrato de Rembrandt, o grande ciclo de pinturas sobre Maria de Médici, de Rubens e outros. Na pintura italiana se destacam o Calvário de Mantegna, As bodas de Caná de Paolo Veronese, a Mona Lisa e a Virgem das Rochas de Da Vinci, e a Morte da Virgem, de Caravaggio, entre outros. A pequena seção de pintura espanhola, embora menos importante, possui obras expressivas de El Greco, Velásquez, Ribera e Zurbarán.



Esculturas Concentrado nas peças de escultura criadas antes de 1850 que não se enquadram no departamento de antigüidades etruscas, gregas e romanas. Desde o início o Palácio do Louvre foi um depósito de obras escultóricas, mas a sistematização de suas peças só aconteceu depois de 1824. Seu acervo primitivo era na verdade reduzido a cerca de 100 peças, por causa da mudança da corte para Versalhes, e assim permaneceu até 1847, quando Léon Laborde assumiu o controle do departamento, ampliando a seção de arte medieval, mas nesta época as obras ainda faziam parte do Departamento de Antigüidades. Somente na administração de Louis Courajod, a partir de 1871, a representação de esculturas cresceu, especialmente em peças francesas. Dos autores mais recentes e ilustres, cujos nomes se conhecem, se contam Jean Goujon, Simon Guillain, Jean-Louis Lemoyne, Germain Pilon, Antoine Coysevox, Guillaume Coustou, Nicolas Coustou, Étienne Maurice Falconet, Louis Petitot, Philippe-Laurent Roland, Pierre-Nicolas Beauvallet, Edmé Bouchardon, Jean Antoine Houdon, Augustin Pajou, Jean-Jacques Pradier, Jean-Baptiste Pigalle e François Rude. Dentre os estrangeiros são figuras principais Gregor Erhart, Antonio Canova, Giambologna, Adriaen de Vries, Francesco Laurana, Andrea e Giovanni della Robbia, Lorenzo Bartolini e Michelangelo.



Objetos de arte Este departamento cobre desde a Idade Média até meados do século XIX, tendo sido criado como uma subseção do Departamento de Esculturas, e incorporando obras confiscadas na Revolução Francesa e outras oriundas da Basílica de Saint-Denis, o mausoléu da monarquia francesa. O departamento recebeu grandes acréscimos com a aquisição das coleções Durand, Revoil, Sauvageot e Campana. As peças são exibidas no primeiro pavimento da Ala Richelieu e na Galeria de Apolo. Dentre seus itens mais preciosos estão a coroa de Luís XV, o cetro de Carlos V, o bronze Nesso e Djanira de Giambologna, o Vaso Suger, a tapeçaria A caça de Maximiliano, a coleção de vasos de Sèvres da Madame de Pompadour e a decoração dos apartamentos de Napoleão III.



Artes Gráficas A origem deste grande departamento, com mais de 100 mil peças, está nas coleções reais. Foi sendo aumentado com aquisições e doações, e foi primeiro aberto ao público em 1797. Hoje está organizado nas seguintes seções: o antigo Cabinet du Roi e seus acréscimos posteriores; as gravuras em metal, e a grande doação de Edmond de Rothschild, com mais de 40 mil obras, hoje exibidas no Pavilhão de Flora. Em virtude da sensibilidade do papel à luz, apenas uma pequena parte desta coleção se encontra em exposição, e as peças são constantemente substituídas, mas consultas podem ser efetuadas mediante agendamento. Alguns autores importantes com obras em desenho ou gravura são Antoine Louis Barye, Dürer, Leonardo da Vinci, Rembrandt, JacquesLouis David, Jean-Baptiste Chardin, Claude Gellée, Fragonard, Ingres, Delacroix e Charles Le Brun.



Artes da África, da Ásia, da Oceânia e das Américas A 13 de abril de 2000, cerca de cento e vinte obras da África, da Ásia, da Oceânia e das Américas entraram no Louvre para encher as salas do Pavilhão das Sessões, magnificadas pela museografia elegante e despojada de Jean-Michel Wilmotte. A cruzada para o reconhecimento destes povos e destas obrasprimas criadas por eles estpa inteiramente incarnada pelas salas das margens do Sena inundadas por luz. Majestosas na sua base de metal, as esculturas selecionadas pelo olho infalível de Jaques Kerchache entregam a sua mensagem estética sem complexos nem ênfase. É um percurso lógico que convida o visitante, começando pela África, depois abordando a Ásia, a OcenÇania, para caminhar em seguida da ilha de Páscoa para a América do Sul, antes de terminar pelo Ártico.






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