Na Praia da Saudade - Parte III

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PARTE III

AS

SUBSEDES

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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CABO FRIO S 22º57’ W 42º01’

ocalizada na chamada Região dos Lagos, Cabo Frio fica a aproximadamente 70 milhas náuticas do Rio de Janeiro. É atravessada pelo Canal Itajuru, que faz a interligação entre o mar e a Lagoa de Araruama. Guarda o nome da Ilha do Cabo Frio, onde há importante farol de navegação, e, em conjunção com uma série de ilhas que começa com a de Papagaios, caminhando em linha até a Âncora, já ao largo de Búzios, e passando por Dois Irmãos, Redonda, Comprida, Capões, Pargos, Breu, Filhotes e Gravatá, forma um magnífico arquipélago, sem contar as Emerências, pequenas pedras afloradas junto à costa, um extraordinário manancial de enchovas e cavalas na época de ouro, a década de 1950.

L

A subsede

Eduardo Souto de Oliveira, que deu seu nome à subsede Cabo Frio

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Uma vez recebida a doação do terreno em que hoje está localizada, a relação dos associados do Iate Clube com a subsede de Cabo Frio começou com os pio-

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

neiros mergulhadores da época, dentre os quais lembramos Victor Wellisch, João e Arnaldo Borges e Eduardo Souto de Oliveira. Este último usava um par de óculos do tipo “fundo de garrafa”, justificando o apelido “Coruja” com que o mimosearam os velhos companheiros em face dos múltiplos atropelos que sua insuficiência visual ensejava. Foi um dos grandes animadores da instalação da subsede e até o autor do primeiro projeto desenvolvido no local, de apenas 3 quartos, sala, banheiro e uma pequena cozinha. Por seus méritos, a subsede recebeu o seu nome (o de batismo). Outros pioneiros atuaram em anos seguintes, como os irmãos Linhares (Carlos e Fernando), Eduardo Moniz, os irmãos Genaro e Abelardo Acceta, Wlander Noronha, Oscar Sjostd, Izy Schwartz, Toufic Saad, Hugo Warlich e Helio Barroso. Sob a Comodoria Raul Pinto de Carvalho, o Iate Clube do Rio de Janeiro recebeu da Companhia Industrial Odeon S.A., preciosa doação de uma área à margem do Canal Itajuru e bem próxima do boqueirão de acesso, efetivada em escritura lavrada em 16 de fevereiro de 1951. Entre os empresários doadores estavam nossos fundadores Octávio Reis, Eugenio


O notável fotógrafo Malta retrata, em 1915 e 1936, visistantes pitorescos observando a área em que hoje se encontra a subsede de Cabo Frio, em que ainda aparece um velha senzala

Honold, Renato e Luiz da Rocha Miranda, que tinham, naturalmente, o duplo propósito de beneficiar o clube e de gerar progresso para a área, destarte valorizando suas operações imobiliárias na região. O terreno doado tinha cerca de 81 m de frente para o canal, e destinava-se à construção de uma sede para o clube no local. Para que não se frustrasse esse propósito, a doadora fez introduzir diversas cláusulas resolutórias no instrumento de doação. Entre elas, sobrelevou a que estabelecia prazo de dois anos para que o donatário construísse e fizesse funcionar a subsede, o que, infelizmente, o clube não pôde cumprir. Deste modo, a doadora notificou judicialmente o Iate, intentando o cancelamento da doação. Então, em 22 de junho de 1976, sob a direção do comodoro Chafik Saad, firmou-se um acordo que preservou para o clube metade da área doada. Sobre ela erigiu-se o primeiro barracão. “Salva a pátria”, foi posta em funcionamen-

to, ainda que precariamente, a subsede que hoje tanto nos orgulha. Em agosto de 1984, sob o comodoro Carlos de Brito, o clube adquiriu outra área adjacente, de 392 m2 que se prolonga até a rua onde hoje estão as bombas de combustíveis e o corredor com 10 confortáveis apartamentos. O espaço retomado pela Odeon foi vendido ao dr. Homero Souza e Silva, que ali erigiu uma bela residência de veraneio conhecida como Casa de Pedra, por ele usufruída por muitos anos. Em 1998, na administração do comodoro Paulo Fabiano Ferreira, esse conjunto foi, afinal, comprado pelo Iate para formar, ao reincorporar-se à metade que já nos pertencia, a magnífica dependência que muitos conhecem e que estamos mostrando nestas páginas, depois que obras de adaptação foram realizadas, inclusive com a ampliação do cais onde hoje são disponíveis água e eneriga para cerca de 40 barcos de associados.

NA PRAIA DA SAUDADE

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Os pioneiros da caça submarina Desde que os mergulhadores do ICRJ “descobriram” Cabo Frio, a captura de meros que se entocavam até mesmo nos boqueirões próximos ao clube e ao Arraial do Cabo foi simplesmente extraordinária, numa época em que as armas utilizadas não eram nenhuma “Brastemp”. Bons mesmo eram os nossos atletas, capazes de grandes conquistas subaquaticas. Eduardo Souto de Oliveira (Coruja), Luiz Carlos Vital (Bisão), Luiz Louro, Bruno Hermanny, Victor Wellisch, Rubens Torres (Garça Triste) com diversos olhos-de-boi, em 1950

Ângelo Machado novamente, o terror dos grandes meros

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A HISTÓRIA ISTÓRIA DO DO IATE ATE CLUBE LUBE DO DO RIO IO DE DE JANEIRO ANEIRO

Com grandes meros, Carlos Linhares, Ângelo Machado e seu filho


Nas condições primitivas da subsede, Eduardo Souto de Oliveira, com muita eficiência

Fred, Angelo Machado, João e Arnaldo Borges e Carmona, pioneiros também na captura de meros nos primeiros dias da subsede de Cabo Frio

Tarpão de Álvaro Varanda

Os caçadores submarinos Victório Berredo, Roberto Marinho e Carlos Tavares, e uma boa colheita a partir do barco Tamarind

NA PRAIA DA SAUDADE

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Antar PPadilha adilha e algumas de suas boas capturas

Mestre Antar Padilha, Álvaro Varanda e suas conquistas

Com um olhete

Com um belo robalo

Com dois badejos

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Com um tarpão (camuripim)


Os pioneiros da pesca de linha de fundo na subsede

1948: Helio Barroso, Roberto Lage, Belmiro Tibau, Jorge Rodrigues de Lima e Eduardo Moniz com dourados, lagostas e miudezas

Peixes da Miss Flamengo, com Helio Barroso, Renato Costa, o Caca, o marinheiro Antônio Soares, Alcides e o visitante Tobias Rothier, deslumbrado com as proporções que não conhecia

Com a colheita do dia, Aldo Franco, Genro Fernando e o grande Toufik Saad

Manoel Leão, olhos-de-boi, garoupas e seu fidelíssimo marinheiro “Antônio da Titânia”

O ex-prefeito de Cabo Frio, Hermes Barcelos, e um cherne monumental

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Manoel Leão e seu fiel escudeiro Antônio Ramos Mota, o Antônio da Titânia

Com sua descoberta por nosso mergulhadores, Cabo Frio, suas ilhas e seus barrancos do profundo (que os profissionais chamavam por nomes como Mar de Nossa Senhora) converteram-se num paraíso e numa fonte de prazeres e alegrias, para os pescadores de linha do clube, apesar dos ventos constantes. De princípio, algumas poucas lanchas organizaram equipes eficientes, incorporando pescadores locais, carregados de tradição e conhecimento da região, como GPS’s humanos, como foram Filhinho e Antônio Branco. Mantinham-se ainda em atividade apenas nas encostas do Cabo e das ilhas onde a pescaria era abundante e permitia até a escolha do peixe do dia entre os badejos quadrado ou branco, o olhode-boi e as grandes enchovas e xaréus de Gravatá e Âncora e os olhetes, cavalas e olhosde-boi das Emerências. Aos poucos, melhoradas as embarcações, como a Miss Flamengo, de Helio Barroso,

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Alberto Faria, sra. e filhos ainda pequenos, um constante pescador da subsede, 1950

a Golias, de Toufic Saad, e outras, a pesca foi se estendendo para o mar aberto e os chernes e as grandes garoupas foram sendo localizados e capturados em abundância, como mostra a série de fotos aqui exibidas.

Antônio Soares, Helio Barroso, Renato Costa (Caca) e Antônio Branco com um tubarão-martelo e chernotes


Equipe Miss Flamengo, com chernes e badejos em 1970, composta por Helio Barroso, Carlos de Brito, Toufic Saad, o marinheiro Antônio Soares e o guia Antônio Branco, este o GPS humano da época. Ajoelhados, Toninho Branco, atual prefeito de Búzios e o marinheiro Alcides

Raymundo Castro Maya pesquisou as águas do Cabo Frio até que o primeiro bico fosse capturado de bordo do Nemesis, como comentamos nas páginas seguintes. A pesca oceânica na região era ocasional e individual, até que um grupo de associados decidiu criar o “Torneio Cabo Frio Marlin

Invitational”. A palavra invitational significa que era indispensável o convite para quem quisesse participar, tanto associados quanto membros de clubes congêneres, dadas as limitações de atracação na subsede, diante do avantajado número de adesões, atraindo lanchas de Santos, Ilhabela, Vitória e Salvador.

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O momento Castro Maya: nasce a pesca oceânica no Brasil Mantendo uma boa casa em Arraial do Cabo, na época um distrito de Cabo Frio, Castro Maya cultivava forte vínculo com a cidade. Devotado pescador, mantinha ancorado o seu Nemesis nas proximidades da residência local do amigo Alberto Faria, no Canal Itajuru, de onde partia para suas pesquisas oceânicas. Durante 12 anos, não logrou o seu in-

tento de capturar os bicudos que conhecia de Cabo Blanco, no Peru, onde subscreveu em 1950 a ata de fundação do clube de Cabo Blanco, base das grandes pescaria de marlinsnegros do Pacífico. Metódico, mantinha atualizado o diário de bordo no qual registrava os resultados de cada saída ao “mar novo” ou de suas pescarias costeiras, com indicação de datas, tipos de caniços e iscas usados, peso do peixe e autoria da captura. Foi dessa forma que ficaram registradas as primeiras conquistas de bicudos no Brasil, por ele alcançadas em 15 e 16 de janeiro de 1955.

Identidade FYC do fundador Castro Maya

Bandoleiro e quase impróprio para pesca, foi com o Nemesis que Castro Maya praticou suas pesquisas e conquistou o primeiro “bico” brasileiro

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Dia 15 de janeiro de 1955: os primeiros sails capturados em águas brasileiras

Castro Maya com o primeiro “bico” brasileiro (marlim-branco), de 66 lb, capturado ao sul do Cabo Frio

Depois de tantos anos de pesquisas in-

companheiros de Cabo Blanco, como o histo-

frutíferas utilizando os equipamentos pesados

riador da pesca S. Kip Farrington e o peruano

que conheceu no Peru, Castro Maya desco-

Enrique Pardo. Eles, porém, não puderam ope-

briu, com as primeiras capturas, que a maioria

rar o milagre da desejada captura, porque eram

dos bicudos podia ser trabalhada de forma mais

igualmente adeptos da teoria da contraposição

racional e esportiva.

de força e equipamento pesado aos bicudos,

Passou a utilizar, então, aparelhos leves e

que melhor se renderiam a técnicas mais refi-

iscas deglutíveis, diferentes daquelas chamadas

nadas. Ademais, em suas longas pesquisas,

“panamá”, produzidas com a barriga de bonitos

Maya muito demorou a encontrar as águas

e dourados e assim denominadas porque oriun-

pisicosas e jamais chegou aos pesqueiros hoje

das do país que tem esse nome.

explorados acima de 40 milhas a sul.

Raymundo de Castro Maya, dedicado

Nas artes, legou à Cidade do Rio de Ja-

cultor da pesca e das belas-artes, procurou, na

neiro o extraordinário acervo cultural do Museu

primeira atividade, refinar seus conhecimentos,

da Chácara do Céu, onde hoje estão deposita-

trazendo ao Brasil eméritos pescadores, seus

dos os registros de sua vida esportiva.

NA PRAIA DA SAUDADE

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Do diário de bordo do Nemesis

“Depois de

outro agulhão de 64

duas tentativas, em

lb, que deu mais tra-

dezembro de 1954,

balho, levando cerca

no Mar Novo, onde

de 20". No dia se-

se avistou somente

guinte, com o mar

um peixe, que ata-

um pouco mais agita-

cou a linha e não pe-

do, saímos a sul, Ge-

gou, saímos, Geral-

raldo, Raymundo,

do e Raymundo, no dia 15 de janeiro

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Beti e Lourdes. Mais Diário de bordo do Nemesis

ou menos na mesma

rumo sul do Cabo, com mar muito calmo e

distância vi um peixe atacando a lapa de

azul – aos 45” e a cerca de 8 milhas, levando

dourado, deixei que ele batesse, larguei (free

no outrigger uma pena grande –, tive um

spool) dez segundos e ferrei; era um marlim-

strike de um agulhão que se fisgou – deu vá-

branco, alguns pulos e em 12 minutos esta-

rios pulos – e, aos dez minutos, estava a bor-

va embarcado. Peso 116 lb, comprimento

do o primeiro agulhão-de-vela sailfish fisgado

2,36 m. Pouco depois um sailfish (agulhão)

com vara e carretel nas águas de C. Frio –

atacava a pena do Geraldo e, num aparelho

peso 66 lb, comprimento 2,20 m. Seguimos

leve para dourado, partiu a linha; o cabo de

mais longe, não avistamos nada, regressando

aço da pena era muito curto e prova-

para cerca de 9 milhas do Cabo – nova bati-

velmente o corpo do peixe cortou a linha;

da na pena; depois de dois pulos largou. Pou-

tivemos mais um ou dois strikes na pena,

co depois o peixe atacava a lapa de bonito,

mas não pegaram. Primeiro marlim pesca-

tendo deixado bater e soltando a linha para

do no Brasil.”

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Manoel LeĂŁo e Alberto Faria com sails no cais da subsede, na dĂŠcada de 1960

Raymundo Castro Maya, acima, e Alberto Faria, abaixo, em data imprecisa, cada um com o seu pequeno marlimazul, tendo ao fundo o Canal de Itajuru

Helio Barroso, em 1964, com o seu primeiro marlim-branco e mais dourados e atuns

NA PRAIA DA SAUDADE

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O desen de esenvvolvimen vimentto da subse subsed

1 Sede com 5 apartamentos 2 Lavanderia 3 Jogos infantis 4 Sinuca 5 Casa de força 6 Almoxarifado 7 Sauna e vestiário 8 Jardim

9 Cais 10 Hangar 11 Quiosque 12 Sala de rádio 13 Restaurante 14 10 apartamentos 15 Deque de madeira 16 Rampa 17 Pátio

Agora com 164 m lineares de frente para o canal, a subsede pode abrigar cerca de 40 embarcações com todo o conforto e apoio de água, eletricidade e serviços indispensáveis na espécie. A área total é de 10.280 m2, na qual não está incluída a Pedra do Arpoador, doada ao clube pelo associado Wlander Martins Noronha, e que foi objeto de ação expropriatória, promovida pela Prefeitura de Cabo Frio para uso como área pública de lazer

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A HISTÓRIA

DO IATE

CLUBE

DO

RIO

DE JANEIRO

Em 1956 era assim...

em 2005 é assim


A Casa das Pedras, que se vê na foto à esquerda (telhado vermelho), foi construída pelo dr. Homero de Souza e Silva na área que o Iate perdeu, mas que recuperou posteriormente por aquisição, criando um cais magnífico sobre o Canal Itajuru

Participantes da 10ª versão do Torneio Cabo Frio Invitational

O novo cais comporta até 40 embarcações regulares

As nossas embarcações que, na foto à esquerda, entram no Canal Itajurú, encontram abrigo confortável no cais da modernizada subsede, como mostra a foto seguinte

NA PRAIA DA SAUDADE

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Os jardins cada vez mais verdes

O cais, vendo-se, ao fundo, o guindaste utilizado na pesagem dos grandes marlins e levantamento de pequenas embarcações

O salão da Casa das Pedras, com vista esplendorosa para o canal

A Casa das Pedras, parte principal da subsede

Nova concepção do hangar

Vila de apartamentos

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Sede velha renovada

Bar da Casa das Pedras

Restaurante original

Churrasqueira da Casa das Pedras

Jardim pitoresco

Casa das Pedras, sala de estar

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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Principais eventos de vela na subsede de Cabo FFrio rio 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000

2001 2002

2003

Julho Julho Julho Julho Janeiro Julho Julho Agosto Fevereiro Junho Julho Junho Maio Junho

Julho Julho

Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Brasileiro Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Estadual Campeonato Brasileiro Torneio Zé Carioca Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Leste Brasileiro Torneio Zé Carioca Campeonato Estadual Campeonato Sudeste Brasileiro Copa Standard e 4.7 Campeonato Leste Brasileiro Campeonato Leste Brasileiro

Snipe Snipe Snipe Snipe 470 Snipe Snipe Laser Laser Optimist Snipe Snipe Optimist Star 470 e 420 Laser Std. e 4.7 Snipe Snipe

Novembro de 1977, a subsede de Cabo Frio acolheu o 3º Mundial de Laser promovido pelo Búzios Iate Clube cujas instalações não se concluíram a tempo. A foto mostra os barcos 101 de Andreas von Eicken e 96 de Greg Tawastst Jerma

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Campeonato Brasileiro da classe 470, de 1998

Campeonato Brasileiro da classe Laser, ano 2000

Daniel Pinho acessando o Canal Itajuru para encontrar na subsede outros participantes de uma regata da classe Laser

NA PRAIA DA SAUDADE

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ANGRA

DOS

REIS

S 23º02’ W 44º2 1’ 44º21

ma das cidades mais antigas do Brasil, Angra dos Reis está situada numa região de extraordinária beleza. Foi descoberta, em 1502, pelo navegador André Gonçalves, que encontrou no local a tribo dos Goianás. Os colonizadores, porém, só chegaram para fundar um povoado no ano de 1556, elevado no princípio dos anos 1600, à categoria de vila, com o nome de Vila dos Reis Magos da Ilha Grande. Depois da construção da estrada de ferro D. Pedro II, ligando Rio e São Paulo pelo Vale do Paraíba, tornou-se viável o desenvolvimento econômico da região, que hoje inclui expressivos investimentos particulares e governamentais, entre eles a construção de estaleiros, da Central Nuclear e do Terminal da Baía da Ilha Grande, pertencente à Petrobras. No seu entorno, restam 360 mil hectares de Mata Atlântica, em harmonia com as águas cristalinas ocupadas por cerca de 360 ilhas de diversos tamanhos, com destaque para a maravilhosa Ilha Grande. Em cooperação com o governo estadual, participa da administração de diversos parques ecológicos, como os da Ilha Grande, da Serra da

U

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

A subsede de Angra dos Reis ontem

Bocaina, do Marinho de Aventureiro e da Reserva Biológica da Praia do Sul. Proliferam, no local, fazendas criadoras de frutos do mar, como camarões, ostras e mexilhões, que asseguram sustento aos pescadores, depois do decréscimo da produção pesqueira artesanal a que se dedicavam.


A Subsede Mas, a riqueza principal sempre foi o extraordinário ambiente em torno da Ilha Grande que alguns associados como Octávio Reis, Paulo Albuquerque, Losir Vianna e Henry Benson costumavam, com suas embarcações, usufruir nos fins de semana, hospedando-se, eventualmente, na casa senhorial de John Lowndes que acabou, em 1961, por oferecer ao grupo a venda do imóvel. O negócio não interessou a nenhum deles, individualmente, mas ocorreu-lhes levar ao então comodoro Carlos Pires de Melo a hipótese de fazer-se ali uma subsede para o clube.

Aprovando o Conselho Deliberativo a aquisição, a escritura de compra à família Lowndes foi lavrada em 23.8.1961, sendo o ICRJ representado pelo recém eleito comodoro Cecil R. L. Davis e o tesoureiro Raul de Miranda Santos. O imóvel foi então convertido na bem instalada subsede de Angra dos Reis que passou por sucessivas reformas e melhorias, oferecendo aos sócios hospedagem, cais de atracação, rádiocomunicação, serviços diversos e um restaurante de bom nível em que a especialidade são os frutos do mar.

A subsede de Angra dos Reis hoje

N NAA PPRAIA RAIA DA DA SAUDADE AUDADE

269 269


1 Sede e restaurante 2 Lavanderia 3 Vestiário de funcionários 4 Apartamentos 5 Sauna 6 Píer 7 Depósitos 8 Reservatórios de água 9 Portaria

Acesso ao cais aportável

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ISTÓRIA DO DO IATE ATE CLUBE LUBE DO DO RIO IO DE DE JANEIRO ANEIRO A HISTÓRIA

Os associados presentes com suas embarcações


Acesso à praia

Anexo

Anexo

Uma bonita visão do terreno

O cais aportável

Varanda agradável

Conforto e lazer internos

Sono tranqüilo

NA PRAIA DA SAUDADE

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Angra também foi um paraíso para a caça submarina

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Gert Friederich, Victor Welisch, Genaro Acceta, Luiz Corrêa de Araujo e Bruno Hermanny em expedição de mergulho, no costão da Ilha Grande

João Vogt, Vitorio Berredo, Cesar Monarcha, C. A. Audiface Brito, Antar Padilha e Gert Friederucg

Renato Costa (Caca) e seu companheiro embarcam um belo mero da Ilha Grande

João Borges Filho, um notável caçador de meros

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


João Borges e mais mero

João Borges, Carlos Tavares e um cação

Quem gostaria de encarar essa barracuda? O João Borges!

Um mako de 157 kg da Ilha de Jorge Grego exigiu o esforço conjunto de Abel Gazio, Alfredo Lobo, Henrique Soledade, Rubens Torres e José Carlos A. Brito

João Borges e ainda mais meros

Mais João Borges e mais meros, Ilha Grande

José Carlos A. Brito e Henrique Soledade com um mero gigante e um olhete

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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ILHA

DE

PALMAS

S 22º47’ W 43º09’

Foto aérea (outubro de 2003), obtida com o apoio do associado Carlos Alberto Vieira

E 274 274

m 9 de julho de 1965, o comodoro Carlos

A ilha, assim como outras na área, fora

Pires de Mello e o diretor Henrique Se-

utilizada, a partir de 1915, como depósito tran-

reno, autorizados por deliberação do Con-

sitório e de segurança para explosivos.

selho Deliberativo de 28 de abril de 1965, adqui-

Desde então o clube efetivou algumas

riram à Nobel’s Explosives Company, de

melhorias, mas, como a ilha era pouco freqüen-

Glasgow, para uso do clube, a Ilha de Palmas,

tada pelos associados, foi objeto de estudos pelo

situada dentro da Baía de Guanabara, na Fre-

Conselho Deliberativo. Ora pensava-se em sua

guesia de Nossa Senhora da Ajuda, Ilha do

venda, ora procuravam-se alternativas de uso,

Governador.

como a instalação de um estaleiro privado para

A HISTÓRIA ISTÓRIA DO DO IATE ATE CLUBE LUBE DO DO RIO IO DE DE JANEIRO ANEIRO


atendimento de nossas embarcações. Seriam afastados da sede os casos de grandes reformas, que causavam a ocupação de áreas nobres por muito tempo. Nenhuma dessas hipóteses prosperou. Lentamente e com o empenho de sócios como o conselheiro Waldemar Nunes da Costa, a ilha foi progredindo e, hoje, é um lo1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

cal aprazível e acolhedor, onde freqüentes eventos são realizados. Além de churrascos em comemorações esportivas, ela acolhe veleiros e lanchas de lazer de associados e famílias, em

Sede 4 apartamentos Quadra poliesportiva Piscina Cais Churrasqueira Parquinho Píer de atracação Casa do gerador Píer Ravazanno

suas vilegiaturas domingueiras pela Baía de Guanabara.

Subsede Ilha de Palmas

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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276

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE

DO

RIO

DE JANEIRO


PARTE IV

O ICRJ

NO EXTERIOR

Caça submarina e pesca oceânica

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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PESCA

E CAÇA SUBMARINA

Primeira incursão conhecida de uma equipe brasileira ao exterior liderada por Raymundo de Castro Maya e integrada por Mario Ornardes, Carlos Figueiredo, Bento Soares Sampaio e Victor Lage, pescando os grandes atuns-azuis em Wedgeport, Nova Escócia, Canadá, no princípio da década de 1950

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A HISTÓRIA

DO IATE

CLUBE

DO

RIO

DE JANEIRO


Castro Maya, signatário da ata de fundação do Clube de Cabo Blanco, Peru, na foto à direita, com um belo marlim-negro. Em conjunto com notáveis pescadores da época (decáda de 1950), originários de diversos países, participou do maior momento da pesca oceânica em sua história, quando, a cada dia, eram batidos os recordes mundiais do dia anterior, no chamado Marlin Boulevard, na verdade a corrente Humboldt, que percorre a costa noroeste da América do Sul, passando às portas do Cabo Blanco

Alberto Faria (Beti) foi um constante companheiro de Castro Maya em Cabo Frio e no Peru e ostenta um marlim-negro de 840 lb

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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Na África do Sul

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Em 1976, uma equipe formada pela antiga CBD e composta por Helio Barroso, Augusto Monarcha, Alberto Emílio Dumortout e Jonas Mattos, este do ICB, foi à Africa do Sul disputar um torneio de que participaram diversas equipes da África e Oceano Pacífico, colocando-se em 2º lugar.

Jonas Mattos, Helio Barroso, Antônio Monarcha e Alberto Dumortout, a equipe e o parco resultado numérico do último dia do torneio

O atum-amarelo de Helio Barroso, recorde all-african da espécie, obtido no último dia do torneio, foi um prêmio que acabou por punir a equipe porque a luta demandou quase duas horas durante as quais os sul-africanos puderam distanciar-se com um volume de capturas que não foi mais alcançado pelos brasileiros

Edmundo Souto de Oliveira, com um muele cracker, Knysna, África do Sul, 1988

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Na Austrália

A região norte das grandes Barreiras de Coral, na Austrália, a partir da ilha de Lizard, é um pesqueiro fenomenal para marlins-negros remanescentes no mundo, mostrados, em diferentes oportunidades, por Augusto Nobre, Helio Barroso, Justino Magalhães e Richard Paul Matheson

NA PRAIA

DA

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Caça submarina nos Açores (Blue W ater Spearfishing Championshi Water Championshipp). Ilha de Santa Maria

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Eduardo Souto de Oliveira, Açores, 1998

Edmundo Souto de Oliveira e Marçal de Melo Jr., Açores, 1998

Equipe brasileira, Açores, 1998

Eduardo e Edmundo Souto de Oliveira exibem a bandeira do ICRJ, Açores, 1998

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Mergulhando no México (Campeonato Mundial em Águas Azuis). La PPaz, az, Baixa Califórnia, 2000

Grupo competidor

Edmundo Souto de Oliveira com um magnífico olho-de-boi

Edmundo Souto de Oliveira, 3º colocado na competição, com o campeão e o vice-campeão

Edmundo Souto de Oliveira, com atum

NA PRAIA DA SAUDADE

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Aqui e ali

Na Isla la Plata, na costa do Equador, a equipe da lancha Miss Flamengo, de Helio Barroso, pesando marlins-brancos em uma autêntica balança romana, em 1970 Helio Barroso, com uma truta arco-íris, lago Llao Llao, Argentina, na década de 1960

Paulo Pantaleão e Sergio Rothier com marlins-listrados em Salinas, Equador, julho de 1971

284 284

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

O então presidente da International Game Fish Association, Elwood Harry, cumprimenta Helio Barroso pela captura de um swordfish, em torneio realizado em Miami, 1987


Evandro Soares com um swordfish de 50 kg, na Venezuela, em abril de 2005 Eliseu Soares Filho, Kona, Havaí, 1981

Carlos de Brito com um belo marlim-azul de 273 kg, capturado no Havaí, agosto de 1985, cuja réplica está na antesala do restaurante do clube

Eduardo Souto de Oliveira, em Hathera, EUA, 2002

NA PRAIA

DA

SAUDADE

285 285


Algumas assinaturas ilustres no Livro de Honra 286 AH I C R J ISTĂ“RIA DO ATE

LUBE DO

IO DE ANEIRO


PARTE V

EVENT OS VENTOS

SOCIAIS

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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VISIT ANTES ISITANTES IL USTRES ILU

Fotomontagem: a ilustre visitante de 1968 sobreposta ao Corredor da Rainha, em 2005

Rainha Elizabeth II, que nos honrou com sua visita em 1968, hospedou-se a bordo do iate real, o Britania, e vinha para terra cumprir sua agenda trazida por um tender. Desembarcava no Cais da Bandeira, onde era recebida por altos funcionários britânicos, pelo comodoro e diretores do Iate, caminhando em seguida pelo corredor que

A 288 288

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

hoje é, por isso, conhecido como o Corredor da Rainha. Uma curiosidade ocorreu com o sistema de comunicação de rádio entre o Iate e o Britania, porque ninguém conseguia, com a necessária precisão, entender o linguajar do operador de bordo que usava algum dialeto típico de marinharia britânica, certamente não praticado do lado de cá. Buscando encontrar alguém


que desse solução à deficiência, descobriu-se que o nosso comin (ajudante de garçom) Andrade – figura folclórica da varanda, pequenino e bem-

humorado – fora embarcadiço em navios da Mala Real Inglesa, onde era chamado pelo apelido de Mack, e falava o complicado idioma do rádio-operador do iate real. Daí resultou que o Mack foi promovido a operador de rádio pelo tempo da permanência de Sua Majestade no Brasil, livrando-se, pelo período, das brincadeiras de que era alvo por antigos e irreverentes associados, seus amigos, entretanto.

entado a contragosto no antigo balcão do bar da varanda e cercado pelos associados José Carlos da Silva Costa e Vlander Martins Noronha (certamente autores do seu desconforto), e por outros garçons, entre os quais os igualmente folclóricos Marcelino Nieto e Pedro Busila, Mack faz o que lhe restava, já que não podia saltar da incoveniente posição, por causa de um problema físico: observa a “banda passar” e respeitosamente cumprimenta os sócios que transitam, ansioso para que o devolvessem aos seus deveres.

S Desembarcando do iate Britania, a Rainha Elizabeth e o Príncipe Philippe são recebidos no Cais da Bandeira pelo comodoro Carlos de Brito, caminham pelo Corredor da Rainha e assinam o livro de visitantes ilustres

NA PRAIA DA SAUDADE

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O Príncipe Charles, em companhia de Carlos de Brito, cumprimenta Luiz Carlos Peixoto, o almirante Monerat, Fernando Pimentel Duarte, Phillip Jenks e Francisco Guise

A visita do Príncipe Philippe, em 30 de março de 1962, congregou ilustres associados como Carlos de Brito, L. C. Peixoto, Harry Adler, Jorge de Mattos, Cecil Davis, Floresta de Miranda, Raul Pinto de Carvalho, Ernesto Bicalho, Raul de Miranda Jordão, Pedro Theberge e Edgard Souto de Oliveira, entre outros

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Jantar ao Rei Olav e comitiva. Presente o associado Victor Wellisch, década de 1970

Rubens Israel, Paulo Monteiro Lima e Ernesto Bianchi recepcionam a Princesa Sarah Fergunson, em 1989

Em sua visita em 1980, o presidente americano Jimmy Carter e a sra. Rosalyn Carter preparam-se para um passeio de barco pela Baía de Guanabara

Dignitário da Dinamarca homenageado pelos membros da Comodoria, Paulo Fabiano, Carlos Jardim e Euclides Janot, em 1996

Frederik, Príncipe da Dinamarca, assina o livro de visitantes ilustres e visita o clube em companhia do então comodoro Paulo Fabiano Ferreira, do conselheiro Carlos Cairo e outros dignitários

NA PRAIA DA SAUDADE

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Visita do presidente Humberto Castelo Branco, acompanhado do general Ernesto Gaisel, em 1965

Chateaubriand é recebido por Petrônio de Almeida Magalhães e outros dignitários, em 1940

O comodoro Fernando Pimentel Duarte recebe o presidente Figueiredo, em 1978

O comodoro Helio Barroso recepciona o governador John Deere, de Adelaide, Austrália, em 1981

Em 1986, o presidente Sarney foi recebido pelo comodoro Carlos de Brito

Vinicius Valadares, Maria Stela Kubitschek, presidente JK, Nascimento Brito, Paulo Duprat Serrano, Murilo Neri, Antonio Vilaverde de Faria, Carlos de Brito e Edson Colaço Veras, em 1960

Visita do governador Carlos Lacerda, acompanhado de Mario Neiva, Tannay de Faria e comitiva, em 1963

O vice-comodoro Domício Barreto, o comodoro Carlos de Brito e Edson Colaço Veras recebem o prefeito Marcos Tamoio, em 1976

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Presidente Hugo Banzer, da Bolívia, com o comodoro Chafik Saad

Anchyses Lopes, comodoro Carlos Pires de Mello, J. L. e Fernando Pimentel Duarte, Jorge Geyer e o vice Sergio Carneiro, entre outros, conversam com o presidente JK, em 1960

João Havelange e o benemérito Carlos de Brito, em 1982

Dom Hélder Câmara é abraçado pelo comodoro Edgard Souto de Oliveira, assistido por Roberto Müller Bueno

Hikosaburo Okonogi, ministro do Comércio do Japão

A embaixatriz da Irlanda e comitiva

Prefeito César Maia e o comodoro Carlos de Brito, em 1999

A Rainha Sonja, da Noruega, é recebida pelo vice Ibaté Jost e pelo conselheiro Carlos Cairo, em 2003

NA PRAIA DA SAUDADE

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Zezé Mota, Norma Bengel e Ney Latorraca visitam o clube, trazendo sua arte para deleite dos associados

Ministro Alm. Adalberto de Barros Nunes, doador do mastro do Cais da Bandeira, mais tarde sócio proprietário do clube

O acadêmico Austregésilo de Athayde e Vilma Guimarães Rosa em noite de autógrafo

O presidente Médici e o prefeito Marcos Tamoyo, recebidos pelo comodoro Chafik Saad e sra. Tereza Saad

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

O Alm. Maurício Dantas Torres foi comodoro do Clube Naval e presidente da Federação Brasileira de Vela e Motor de 1966-1980, além de um grande amigo do clube


Roberto Carlos, Flávio Lemos e o conselheiro Cury Neto, em 1981

J. A. Siqueira, Sammy Davis Junior e Ibrahim Sued

O jornalista João Saldanha, em solenidade da EDN, em 1970

Alberto Sordi, do cinema italiano, em boa companhia durante recepção na piscina

O Rei Pelé participa de uma recepção no clube, em 1997

NA PRAIA DA SAUDADE

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O BAILE

DO

HAVAÍ

m seu tempo, que durou de 1965 a 1991, o Baile do Havaí foi o marco do carnaval carioca e a mais importante festa aberta do gênero na cidade do Rio de Janeiro, realizando-se na sexta-feira anterior ao sábado de carnaval. Tinha lugar na piscina e era organizado com esmero e decoração especial.

E

Havaí de 1981/1982. Administrados por Ana Maria Tornaghi, os bailes foram precedidos de encontros sociais promocionais de grande sucesso que nos trouxe a presença da bela Martha Rocha

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Muito concorrido pela nossa alta sociedade, atraía a atenção de toda a imprensa local e estrangeira. Nele a revista Manchete buscava as fotos que publicaria no seu notável suplemento especial de carnaval. Mais tarde, a freqüência foi-se deteriorando e o clube suspendeu sua realização. Deixou saudades e lembranças.


Carnaval infantil

Ibrahim Sued participa da alegria carnavalesca infantil no clube

Os grupos, principalmente femininos, esmeravam-se nas fantasias, a música era excepcional, a ceia um serviço de primeira do próprio clube, a segurança era exercida por verdadeiros “armários” que, com facilidade, abafavam os excessos e a noite terminava sempre em harmonia, num refrescante banho de piscina

Anualmente, o carnaval infantil é realizado com muita animação e as crianças associadas e seus convidados se divertem a valer

NA PRAIA DA SAUDADE

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CONFRATERNIZAÇÃO TRADICIONAL COM AS FORÇAS ARMADAS E A JUSTIÇA ESTADUAL Faz parte do calendário social do clube confraternizar anualmente com as FForças orças Armadas e a Justiça Estadual, nas suas respectivas datas magnas, congregando seus oficiais superiores e desembargadores com os integrantes do Conselho Deliberativo e os militares e advogados associados. Essa relação de cordialidade perdura há 50 anos com a Marinha, 39 anos com o Exército, 37 anos com a Aeronáutica e 9 anos com o Justiça Estadual. Fotos relativas a alguns desses gratos eventos estão inseridas nas próximas páginas. Com este capítulo, reiteramos nossas homenagens a esses dignos segmentos da sociedade brasileira. 298

A HISTÓRIA

DO IATE

CLUBE

DO

RIO

DE JANEIRO


Marinha

Comodoro Fernando Pimentel Duarte, o desembargador João Spyrides, o ministro da Marinha almirante Geraldo Azevedo Henning, Dirceu Fontoura e o comodoro Luiz Carlos Peixoto a bordo do Atrevida, capitânea do ICRJ aproximando-se do cais no trajeto anual trazendo, como era a tradição, os oficiais superiores presentes ao almoço de 1975

1981, ministro Maximiano da Fonseca e comodoro Helio Barroso

Sra. e sr. almirante Roberto Mário Monerat e, nos extremos, o ministro Flores e o comodoro Carlos de Brito

Comodoros Carlos de Brito, Jorge de Matos e João L. Barbará, com o comandante Blower

Mesa de Honra do 49º evento de confraternização com a Marinha, em dezembro de 2003. Presentes o ministro da Defesa José Viegas Filho, almirantes Euclides Janot (comodoro), Roberto Guimarães Carvalho (comandante da Marinha) e sr. Ibaté Jost (vice-comodoro)

NA PRAIA DA SAUDADE

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Em dezembro de 2004, foi comemorado o cinqüentenário do relacionamento em alto nível da Marinha Brasileira com o ICRJ, momento em que o comandante da Marinha AE Roberto de Guimarães Carvalho entregou a condecoração da Ordem do Mérito Naval com que foi distinguido o nosso clube, comenda que se juntou aos demais símbolos dessa convivência colecionados no Recanto da Marinha, inaugurado na mesma data pelo comodoro Euclides Janot no Corredor da Rainha.

Discursa o comandante da Marinha almirante Roberto G. Carvalho na condecoração da bandeira do ICRJ, aparecendo o presidente do Conselho Helio Souto de Oliveira

Momento da condecoração da bandeira Recanto da Marinha, no Corredor da Rainha, congregando as condecorações e os símbolos do ICRJ, simbolizando a concessão do seu relacionamento com o ICRJ ao clube da Ordem do Mérito Naval

Almirantes Rayder Alencar da Silveira, Roberto G. Carvalho, ex-comodoro Luiz Carlos Peixoto, vice-comodoro Antonio Augusto Monarcha e o ex-ministro Alfredo Karan

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Almirante Euclides Janot, comodoro, na solenidade de condecoração da bandeira do ICRJ

Sras. Eliana E. Souto de Oliveira, Ângela Maria Souza da Silveira Carvalho e Vera Faissol Janot


Exército

Conselheiro Carlos Cairo e general V. Brisida

Conselheiro Lino Pereira da Silva, general Gentil Marcondes Filho, comandante do 1º Exército, e comodoro Helio Barroso, em 1980

Conselheiros Spyro Spyrides e L. C. Peixoto, comodoro Janot, general Zenildo Z. de Lucena, general Manoel L. Valdevez de Castro, comandante Militar do Leste

Conselheiro Carlos Cairo, general Zenildo Z. de Lucena, conselheira Joisete Del Vecchio, comodoro Euclides Janot, general de Exército Manoel L. Valdeves Castro, sra. Luiz Alfredo Gama e conselheiros Luiz Carlos Peixoto e Alexandre Duarte, em 2004

38º almoço de confraternização com o Exército. Cumprimentam-se o comodoro Euclides Janot e o general de Exército Manoel L. Valdeves Castro, comandante Militar do Leste, em setembro de 2003

Carlos Jardim, comodoro Gabriel Vilela, general Tinoco, conselheiro Spyro Spyridis e Fernando Weibert, em 1994

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Aeronáutica

36º almoço de confraternização com a Aeronáutica, outubro de 2003. Presentes o brigadeiro Flávio O. Lencastre e o comodoro Euclides Janot

Brigadeiro Millon, conselheiro Paulo Monteiro Lima, almirante Roberto M. Monerat e os brigadeiros E. Reinsch e Carvalho Netto

Brigadeiro Ruy Mendonça e Vilela Brigadeiro Ruy Mendonça e comodoro Gabriel Vilela

Brigadeiros Gandra, Mendonça e Pessoa, comodoro Gabriel Viella, contra-comodoro Paulo Monteiro Lima, desembargador João Spyrides e outros convidados

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Brigadeiro Juniti Saito e o vice-comodoro Antônio Augusto Monarcha, em 2004


Justiça Estadual

Desembargadores Laerson Mauro, Roberto de Abreu e Silva, Ronaldo Santos Valladares, Celso Guedes, José Geraldo Antonio, Sergio Cavalieri, Sylvio Capanema, José Carlos Maldonado, Luiz Eduardo G. Rabello, Carlos Coelho L. de Lemos e Mauro Dikstein, acompanhados do comodoro Euclides Janot e convidados

Helio Barroso, comodoro Janot, presidente do TJ Miguel Pachá, advogados Musnich, José Geraldo Costa e presidente do Conselho Fiscal Carlos Alberto de Oliveira

Conselheira Joisete Del Vecchio, comodoro Janot e desembargador Marcus Faver, conselheiros Helena e Spyro Spyrides

Presidente do TJ Miguel Pachá, Helio Barroso e desembargador Walter Dagostino

Presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Marcus Faver e sra. e o benemérito Carlos de Brito

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FESTAS

E SHOWS

Aniversário de 81 anos do clube. Adolpho Bloch, comodoro Helio Barroso e conselheiros Achiles Stephan e José Armando de Siqueira

Sra. Graziela de Brito, sr. Helio Barroso e o almirante Alfredo Karan

Os comodoros Helio Barroso e Carlos de Brito homenageiam Max Naegeli Jr., autor do livro comemorativo dos 70 anos do clube, na oportunidade do lançamento

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Comodoros Helio Barroso, Edgard Souto de Oliveira, Carlos de Brito e Jorge de Mattos. Ao fundo, vice-comodoro Ernesto Bicalho e conselheiros Cury Netto e Lino Pereira da Silva


Sr. e sra. Hélio Lyra, sra. Vera Janot, sra. José Buarque, vice Ibaté Jost, conselheira Moema Sá, comodoro Euclides Janot, casal Tereza e contra-comodoro José Roberto Braile comemoram o 83º aniversário do clube, em março de 2003

Conselheiros Carlos Alberto de Oliveira, Spiro Spyrides, José Arnaldo Guedes, Joisete Del Vecchio, Paulo Rego Lins, comodoro Carlos de Brito, vice Paulo Tupper e conselheira Moema Sá

Conserto de músicas renascentistas e barrocas, em 2003

D. Lúcia Regina Lucena apresenta a Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais, em 2003

Cantando com Joana, em 2003

Elba Ramalho, em 2003

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Em festa da pesca, Carlos de Brito e Alberto Dumortout usufruem uma piada de Jô Soares

O excepcional Nat King Cole encantou a platéia do ICRJ

Conserto do pistonista Harry James na pérgula da piscina

Elis Regina, sua voz e seu encanto

Na pérgula, a excepcional e inesquecível Orquestra Glen Miller

Flavio Lemos e Anthony Queen

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Conjunto da Casa da Suíça toca para enlevo dos associados no Festival de Comidas Alemãs, em 2004

Em pé, da esquerda para a direita: Alrino, sax, Bebeto,Tamba Trio, Elcio, Luizinho Eça. Sentados: Sebastião Neto, contrabaixo, maestro Cipó, os convidados especiais, Luiz Carlos Vinhas e Sérgio Mendes, e Edson Machado, baterista, em uma composição eventual que enriqueceu o esplêndido som da orquestra do maestro Cipó, num espetáculo oferecido ao quadro social na década de 1950

Dança típica no Festival de Comida Árabe, em 2003

Balé Jaime Arôxa, em 2003

Música típica no Festival de Comida Nordestina, em 2003

Orquesta Brasileira de Harpas sob a regência de Maria Celia Machado, em 2003

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O Coral da Universidade Gama Filho comemora com o quadro social o Natal de 2003

Coral La Voce D´Italia, 2003

Uma noite cigana, com o grupo Mio Vacite, em 2003

Exposição Marinha Brasil na Antártica, em 2004

Comodoro Janot, Claive Vidiz (palestrante) e o convidado F. L. Ricco Nunez no Festival do Whisky Escocês, em 2003

Helio Barroso abre com o comodoro Euclides Janot a exposição iconográfica histórica do ICRJ, em abril 2004

A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


PARTE VI

FATOS,

PES SOAS ESS E CURIOSIDADES

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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FATOS

Participação do clube no patrulhamento da Baía de Guanabara durante a Segunda Guerra Mundial Em 1942, enquanto os corsários nazistas acossavam as costas brasileiras, o Fluminense Yacht Club foi chamado a incorporar-se ao esforço de guerra, convocado pelo ministro da Marinha, vice-almirante Henrique Aristides Guilem, através o Ofício nº 1410, de 1º de setembro de 1942, a participar da defesa do Porto do Rio de Janeiro (fac-símile ao lado), cedendo as maiores lanchas dos seus associados para serem empregadas no patrulhamento da área. Especialmente preparadas para a missão, armadas inclusive com bombas de profundidade, metralhadoras, estações de radiotelegrafia e de sinais visuais, cinco lanchas foram entregues ao comando de oficiais da Marinha de Guerra e tripuladas inclusive pelos próprios marinheiros particulares que nelas trabalhavam, incorporados ao serviço militar. Em

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


22 de setembro de 1942, as lanchas Potyra, Piratininga e Mersburg foram transferidas para o controle da Defesa Flutuante do Porto do Rio de Janeiro, mas mantidas em abrigos no próprio clube onde ficou sediado um posto da Marinha, posteriormente transferido para a Escola Naval, não obstante conservadas no clube, já sob a bandeira do ICRJ. O clube se responsabilizou pelas operações de abastecimento, manutenção e abrigo das lanchas cedidas, permanecendo essa situação até o final das operações de guerra. Essas embarcações foram classificadas militarmente como P1 a P5 (indicativo de barco de patrulha) e a Potyra foi comandada, primeiro,

pelo segundo-tenente Lélio Cavalcanti e depois pelo também segundo-tenente Fernando Hortala Ridel. A P3, ou Piratininga, teve como comandante o segundo-tenente Ernest Wlater Ulrich Tobler e a P4 (nome desconhecido) o segundotenente Renato de Paula Silva Tavares. A P5 não teve seu nome nem o seu comando preservados e a propriedade de todas elas não chegou a ser identificada, seja nos arquivos do ICRJ como nos escaninhos da Marinha, impedindo-nos de homenagear aqui os sócios que contribuíram com desprendimento para o patrulhamento da Baía de Guanabara.

Rede de aço anti-submarino colocada pela Marinha de Guerra entre as ilhas de Boa Viagem e Villegagnon, depois transferida para a área entre as fortalezas de Santa Cruz e Lage

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Núcleo de FFormação ormação de R eservistas Reservistas do Iate Clube – Nuforiate O Nuforiate, criado em 1970 pelo então ministro da Marinha almirante Adalberto de Barros Nunes para promover a formação de reservistas navais nos clubes náuticos do País, foi instalado no Iate Clube do Rio de Janeiro, onde funcionou até 1976, quando o processo foi reformulado.

A atividade do Nuforiate foi efêmera, mas enquanto durou, permitiu que os filhos de associados se familiarizassem com a atividade militar, inclusive com o uso das armas, tornando-se reservistas da Marinha

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Na foto, com os senhores Helio Barroso e Alberto Dumortout, alguns dos marinheiros portugueses que atuam ou atuaram por muitos anos no Iate, dando insuperável apoio aos pescadores e velejadores em suas aventuras oceânicas. Abaixo, talvez com alguma omissão, a relação desses profissionais portadores do instinto do mar, não fossem todos, afinal, descendentes dos grandes navegadores que um dia aportaram ali nas imediações do Monte Pascoal. Esta é uma homenagem que lhes é prestada em retribuição aos seus serviços e à sua insuperável dedicação

Marinheiros portugueses da vela e da pesca Marinheiros Alberto de Barros Alberto Martins Eiras Albino de Oliveira Ramos Albino Dias dos Reis Albino Martins da Costa Antônio André Eiras Antônio da Rocha Soares Antônio Graça

Embarcações Castalia Mistral Singoala Marisco Regina Cayru Miss Flamengo Santo Antônio

Marinheiros Antônio Manoel Machado Antônio Ramos Motta Custodio Gomes Penetra Jr. Domingos da Silva Souza Firmino Passos da Graça João da Silva Pinto João Viga Manoel Carneiro Martins Manoel J. Tavares da Cunha Manoel Maria da Silva Souza Manoel Martins Reis

Embarcações Tamarind Titânia Ema Don Quixote Atrevida Vendaval Maristela Vida Mansa Wikaka e Patty Ponta Negra Aldebaran

Ao tempo em que o governador Negrão de Lima se mostra votando nas eleições para metade do Conselho Deliberativo, a apuração era manual e o resultado só chegava depois de uma noite inteira de contagem de votos. Com a introdução do sitema eletrônico (foto ao lado), o resultado é conhecido dez minutos após o voto do último eleitor

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PESSOAS

Mais amigos do que empregados Adauto Antunes Vieira Admitido em julho de 1944, percorreu diversos cargos na área financeira, encerrando, em 1995, 51 anos de bons serviços devotados ao clube que elegeu como sua segunda casa e de onde não se afastou, mesmo após a aposentadoria. Foi agraciado com o Diploma de Funcionário-padrão e sempre foi estimado por todos que o conheceram. José Soares José Soares, o Zezinho da Vela, tornou-se gerente do setor em 1960. Eficiente e competente na organização de eventos e na montagem dos percursos das regatas, fun-

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

O carpinteiro Elyseu de Souza Pires, o primeiro empregado do FYC, admitido em 6 de junho de 1927

cionário de jeito tímido e poucas palavras, acompanhou o crescimento e o desenvolvimento de 3 gerações de velejadores do ICRJ, em 33 anos dedicados ao clube. Participou da organização e realização de 3 Campeonatos Mundiais (Star em 1960 e 1980, Snipe em 1971, Soling em 1978, Optimist em 1983 e Flying Dutchman em 1986), de várias edições das regatas Buenos Aires-Rio, Cape Town-Rio e Santos-Rio, além de todas as regatas tradicionais do calendário do ICRJ, nas décadas de 1960 a 1980. Foi honrado com medalha e diploma oferecidos pela Marinha do Brasil.


Manoel da Terra Pereira Manoelzinho era habilidoso em duas atividades em que sempre se aperfeiçoou: a de marceneiro supervisor e a de cultor de amigos. Orgulhava-se por socorrer, com sua competência profissional, o clube e os associados em tudo de que careciam. Aposentou-se em 2004, com a mesma sabedoria com que operou sua profissão, agora reservando tempo para viver com sua família, depois de 38 anos de devoção ao Iate Clube do Rio de Janeiro.

Maria Antonia A partir de novembro de 1951, quando foi admitida como telefonista, D. Maria identificava cada sócio habitual pelo som de sua voz e era capaz de dizer, destes, quem estava ou já tinha saído do clube. Sua voz tinha timbre especial, que emanava a simpatia com a qual convivemos até 1999. Aposentou-se após 48 anos de convívio com os amigos que aqui deixou, muitos dos quais só tiveram o prazer de ouvi-la. Foi agraciada como o Diploma de Funcionária-padrão.

Albérico Arruda Paranaense de Clevelândia, nascido em janeiro de 1942, é técnico em contabilidade e diplomado em administração financeira pela FGV. Foi admitido no clube em 1971 como auxiliar de contabilidade, progredindo na carreira até chegar a sua atual condição se superintendente do clube desde 1992, o mais alto cargo na hierarquia funcional, passando pela subcontadoria, gerência de custo, coordenação financeira e administrativa. Acumula grande conhecimento de toda a estrutura da casa e traz de suas origens a condição de ser excelente churrasqueiro.

Alegria dos funcionários do clube nos dias de Natal

Às vésperas do Natal e depois de uma pelada de futebol, os empregados de todas as categorias usufruem um pouco do clube a que servem, apossando-se com suas famílias da piscina, onde lhes é servido um churrasco e são distribuídos presentes em movimentado sorteio. Tudo é seguido de música, dança e confraternização com os associados e dirigentes

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Uma figura parar lembrar Alberto Ravazzano, o “bom baiano”, veio para o clube em novembro de 1959 e muito não demorou a integra-se dedicadamente à Classe Star, na administração e na raia, tornando-se um dos mais constantes participantes das regatas da categoria, em que ambicionava, mais do que tudo, o prazer de governar o seu Joca, vivendo o mar e o vento. Participou de todas as Regatas da Amizade em que a tripulação dos Stars mesclava pescadores e velejadores em harmonia e muito humor. Como político, discute-se se foi mentor ou aprendiz do Carlos de Brito, com quem conviveu nas artes eleitorais até o dia em que nos deixou, não sem antes “praticar” a comodoria enquanto o seu comodoro Carlinhos esteve vinculado à OIT, em Brasília.. Por sua extraordinária capacidade de conduzir uma campanha politica, foi um verdadeiro Maquiavel do bem, contribuindo para os muitos ganhos do seu grupo, de que o clube não se arrependeu. Exerceu a Diretoria da Vela de 1966 a 1972 e foi eleito vice-comodoro primeiro em 1976 e depois de 1982 a 1984, desempenhando-se também em diversas comissões.

Em dois momentos, os comodoros João Lagoeiro Barbará, Carlos de Brito, Helio Barroso, Euclides Janot e o superintendente Albérico Arruda participam da tradicional Boate Espelho, uma pequena festa anual de encerramento do exercício de trabalho, como prévia do Natal. De fato, não se trata de boate e nem há relação com espelho, sendo apenas uma confraternização entre a administração e os funcionários, que são agraciados com prêmios “sorteados” com muita liberalidade, prevalecendo respeitosa cordialidade

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A AH HISTÓRIA ISTÓRIA DO DO IATE ATE C CLUBE LUBE DO DO RIO IO DE DE JJANEIRO ANEIRO


CURIOSIDADES

Em 1939, boas notícias no FYC: Em 26 de abril de 1939, a DIRECTORIA DO FLUMINENSE YACHT CLUB apresentou ao Conselho Deliberativo seu relatório relativo ao exercício de 1938, revelando que: - o quadro social atingiu o número de 524 associados; - as “realizações esportivas dos Departamentos de Lanchas, de Aviação e de Pesca muito contribuíram para a situação em que nos encontramos”; - estão sendo desenvolvidos intensos esforço no sentido de se fazer construir os

“hangars” para lanchas leves e pesadas e os pavilhões sociais; - o projeto nesse sentido, sob supervisão do Diretor Social, Dr. Petronio de Almeida Magalhães, já estava na Prefeitura do Distrito Federa para aprovação, assim alterando-se, por oneroso, o primitivo projeto aprovado em 1937 pelo Ministério da Fazenda, por serem foreiros os terrenos do clube; - finalmente, alvíssaras, “pelo exame que ides proceder no Relatório da Tesouraria, podeis verificar quão proveitosa foi a gestão de 1938” que apresentou um “superávit” de Rs. 45:914$900.

Directoria

Commodoro 1º Vice-Commdoro 2º Vice-Commodoro Secretario 1º Thesoureiro 2º Thesoureiro Director Social Director de Pesca Director de Aviação Director de Vela

Dr. Arnaldo Guinle Dr. Antonio Eugenio Richard Junior Dr. João Gomes da Cruz Dr. Cypriano Castello Branco Alexandre José Braga Dr. Raphael C. de Oliveira Dr. Petronio de Almeida Magalhães Dr. Custodio Marques Vasques Major Francisco C. de Mello Comte. Ayres da Fonseca Costa

Commissão Fiscal Dr. Renato da Rocha Miranda, Dr. Raymundo O. de Castro Maya e Dr. Octavio Monteiro Reis

NA PRAIA DA SAUDADE

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Assinada pelo comodoro Arnaldo Guinle, a carteira social do FYC, relativa ao título nº 634, que pertenceu ao dr. Helio da Rocha Miranda, membro da família de um dos fundadores

Fac-sílime do título de sócio proprietário nº 473, do Fluminense Yacht Club, emitido em nome do dr. Themistocles Vivacqua, datado de 20 de julho de1937

1933 – Preliminares de Estatuto do FYC

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Os arquivos do clube preservam muitos documentos como a licença de obras acima, emitida em 12.9.1939, pela Prefeitura do Distrito Federal, relativa à construção do “angar C semelhante ao B de área de 1.140 metros”


Políticos no ICRJ

FYC

Propostas de admissão como sócios proprietários dos presidentes Juscelino Kubitschek de Oliveira e João Goulart e dos governadores Tancredo de Almeida Neves e Francisco Negrão de Lima

Quadro de Honra do Fluminense Yacht Club

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O Hino do ICRJ Iate Clube do Rio de Janeiro Ontem, hoje e sempre, um amigo do peito É o meu porto seguro e feliz Glória e história do Brasil

De braços dados com o Rio de Janeiro Vivo o meu Clube o ano inteiro Tenho o sossego nas sombras do cais Tenho alegria e carnavais

Nos anos 20 surgiu o pioneiro Brilham as estrelas, são três mensageiros Livre a bandeira amarela e azul Tece no horizonte um véu de luz

Iate Clube, Iate Clube Essa é a minha emoção Iate Clube, Iate Clube Canta o meu coração

Primeiro as asas, cruzando o céu Depois nas águas, senhor do mar Eu vejo as velas, mergulho e pesca Esquis, regatas, vitórias vou festejar

Iate Clube, Iate Clube Essa é a minha emoção Iate Clube, Iate Clube Canta o meu coração

O Hino do ICRJ foi composto por Rogério Imbuzeiro (letra) e Alice Ramos Sena (música), e gravado pela Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais

Transcrição: PECO PREZADO AMIGO E CONSELHEIRO NAO FALTAR REUNIAO EXTRAORDINARIA CONSELHO DELIBERATIVO IATE CLUBE RIO DE JANEIRO CONVOCADA PARA 16 CORRENTE AS 21 HORAS NOSSA SEDE AFIM TOMAR CONHECIMENTO RENUNCIA NOSSO COMODORO OUTROS MEMBROS DIRETORIA ATUAL E PROCEDER ELEIÇAO DAQUELES DEVERAO TERMINAR RESPECTIVO MANDATO CORDEAES SAUDACOES JORGE DE MATTOS

No telegrama, Jorge Bhering de Oliveira Mattos incentiva o comparecimento de conselheiros à reunião do Conselho Deliberativo ocorrida em 16 de maio de 1944 em que se registrou a renúncia do comodoro

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Octavio da Rocha Miranda e demais componentes da Comodoria e a subseqüente eleição para a Comodoria, episódio que encerrou o ciclo desgastante do processo de superação da fusão com o Fluminense Foot-ball Club.


Um participante inesperado

Os competidores da Regata Circuito Rio de 1999 foram surpreendidos pela “adesão” inesperada do porta-aviões Minas Gerais que atravessou a raia, em cujo curso permaneceu, sem causar todavia maiores danos, embora com alguma confusão. Foi desclassificado por não possuir velas...

NA PRAIA DA SAUDADE

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Passeando antigamente na enseada do clube...

Com Helio Barroso, Carlos de Brito e Arthur Redig os funcionários reinauguram as instalações da Manutenção em 1981, local que hoje abriga a sede da EDN

A mesa de reuniões da sala do Conselho Deliberativo está servida por seis cadeiras produzidas ao tempo do Fluminense Yacht Club, portanto, antes de 1943, tendo em seu espaldar o logotipo FYC, que pode ser observado na foto acima

O primeiro computador, um Cobra, adquirido em 1981, quando se iniciou o processo de informatização do clube

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A HISTÓRIA

DO IATE

CLUBE

DO

RIO

DE JANEIRO

... no barco motorizado de Arturo Vechio (1920) e na canoa, então luxuosa, de Paulo da Rocha Viana, era o tanto que os sócios usufruiam do mar quando a atividade esportiva não tinha nascido...

... e jovens, mais esportivos, manifestam alegria no passeio de outra canoa, já em 1930


Legenda original da foto de 3 de maio de 1952: “Grupo de Senhoras e Senhoritas concorrentes ao título de representante do Iate Clube do Rio de Janeiro no desfile de elegância, promovido pela Fábrica de Tecidos Bangú”

A procissão do padroeiro dos pescadores

Por muitos anos, o dia do padroeiro dos pescadores, o 29 de junho, foi comemorado com uma procissão de barcos de pesca que, oriunda das colônias do fundo da baía, visitava o Iate Clube, onde era recebida com todas as honras, conduzindo-se a imagem de São Pedro até a nossa igrejinha. Infelizmente, por circunstâncias, esse evento de fé não pôde mais prosseguir. Na foto, de 1980, o então comodoro Helio Barroso recebe os devotos e a imagem, vendo-se ainda, como um dos condutores, o marinheiro Albino Martins, conhecido como Poporoca

NA PRAIA DA SAUDADE

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No então chamado Bingo Monstro, realizado pelo clube em 27 de junho de 1952, ganhador de um Skoda prepara-se para usufruir seu valioso prêmio, sob o olhar dos demais concorrentes

Em data imprecisa, famílias de associados usufruem o sol e a vista da enseada de Botafogo, confortavelmente acomodados no local fronteiriço à varanda da sede antiga, hoje denominado “Coqueiros”, em que hoje estão distribuídas nodernas mesas protegidas por “hombrelones”.

Comodoro Arnaldo Guinle, Luiz Pedro Gomes, Waldemar Sampaio, Paulo V. Rocha Vianna, em rara foto de premiação esportiva, final da década 1930

O comorodo Arnaldo comodoro de honra, comodoro honorário, ministro da Marinha cerca de 1935

Guinle recebe o presidente presidente Getúlio Vargas, e o AE Henriqe A. Guilhem, e outras autoridades,

O novo bar “Ponto de Encontro”, calmo e agradável, foi inaugurado em maio de 2005, e é uma agradável preliminar das refeições para quem procura o restaurante social, em cuja ante sala está a réplica de um marlim-azul havaiano, comentado no capítulo Iate Clube no exterior - pesca e caça submarina

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Episódio Arpoador – a linha de chegada

Em certo momento, o ICRJ pleiteou o aforamento da área que ocupava no Arpoador para substituir a casinhola de observação da linha de chegada das grandes regatas por um farol sem luz que realmente embelezaria o local. Nas fotos, a perspectiva do sonhado farol, frustrado pelo Patrimônio da União, e a realidade da simplória construção que prevaleceu até o fim da concessão

A origem dos coqueiros

A curta pista utilizada pelos nossos aviadores ensejava, de fato, operações de risco por ser, além disso, muito próxima da Av. Pasteur, levando as autoridades da Prefeitura e da Aeronáutica primeiro a criar normas para os pousos e decolagens que deveriam ser praticados sempre do mar e para o mar e, finalmente, a interditá-la, sem conseguir impedir que os pilotos continuassem a utilizá-la. O clube encontrou um meio de coibir o abuso, plantando coqueiros ao longo da pista que geraram o ambiente bonito da orla e da Belém-Brasília, que até hoje se conserva

O hangar 6 foi projetado e construído fora dos padrões e é o único que não pôde ser fechado pelos gradeados aplicados nos demais

NA PRAIA DA SAUDADE

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O associado Luiz Santos Reis oferece a bandeira do Iate no ato de sua condecoração pela Marinha com a Medalha do Mérito Tamandaré

Barraca caracterizada da Inglaterra na Feira da Providência realizada no ICRJ, em 1955

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A HISTÓRIA ISTÓRIA DO DO IATE ATE CLUBE LUBE DO DO RIO IO DE DE JANEIRO ANEIRO

Em fevereiro de 1973 a porta-bandeira Andréia Barros de Carvalho Israel, filha do conselheiro Samuel Rubens Israel, bem representou a sua turma da colônia de férias do clube

Mucio Lodi com seus auxiliares administrou a velha sala de rádio e ajudou a trazê-la aos padrões atuais. Radioamadores convictos, Mucio (PY 1 RI) e seus companheiros associados à Labre (Liga Amadora Brasileira de Rádio Emissores), em certo momento, chegaram a organizar uma pequena associação dentro do clube, de efêmera existência


Estas fotos, associadas àquelas do interior do livro, nos retornam ao esforço evolutivo das obras que geraram a sede da Av. Pasteur, 333

N NAA PPRAIA RAIA DA DA SSAUDADE AUDADE

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Adeptos do saudável regime do “pesque e libere”, integrantes do Departamento de PPesca esca do clube fazem freqüentes incursões ao rios da Bacia Amazônica e do PPantanal antanal Mato -grossense Mato-grossense

Helio Barroso, com uma piraíba no rio Paunini, AM

Homero Mendes, com um belo dourado no rio Cuiabá, Pantanal, MS

Patrick Joskin, com um tucunaré no rio Paunini, AM

Três homens suportam o jaú de Sérgio Rothier, no rio São Benedito, PA

Alan Ryffer, com um tucunaré-paca e um tucunaré-açu no rio Cuinini, AM

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO

DE JANEIRO

Angela Saad Rodrigues, campeã na captura de tucunarés no rio Paunini, AM


Ao fundo, visão do histórico rio Roosevelt, explorado por Rondon e Theodoro Roosevelt

Sergio Carvalho, com um tambaqui no rio Madeirinha

Sergio Rothier, atraído pelas presas de uma cachorra no rio São Benedito, PA

Luiz Carlos Nolasco, com uma corvina no rio Roosevelt, AM

Afrânio Faro, com um trairão no rio Cururu, PA

Eliseu Soares, com um matrinxã no rio Cururu, PA

RAIA DA DA SAUDADE AUDADE NAA PRAIA

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Sócios proprietários, postulantes e freq üentadores freqü Proprietários, postulantes e demais freqüentadores Homens Mulheres Categoria Titulares Dependentes Titulares Dependentes Proprietário 2.321 850 507 4.405 Postulante 139 89 33 248 Vinculado 65 39 14 74 Veterano 76 3 7 95 Benemérito 1 0 0 0 Honorário 7 1 0 7 Trip.Temp. Senior 5 0 1 0 Trip.Temp. Master 18 0 4 2 Trip.Temp. Junior 14 0 5 0 Trip.Temp. Mirim 20 0 6 0 Temporário 1 0 0 0 Soma 2.666 982 577 4.831 Total geral 9.056

Sócios proprietários – Tempo de clube Tempo de clube Até 5 anos 10 anos 20 anos 30 anos 40 anos 50 anos Mais de 50 anos Total

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

Sócios 552 471 670 535 322 201 77 2.828

Contingente de serviços Funcionários 305 Concessionários de serviços 274 Marinheiros particulares 430


Títulos honoríficos Beneméritos

Honorários

Antenor Mayrink Veiga

09.09.1929

Almirante Adalberto Barros Nunes

22/12/1969

João Gomes da Cruz

09.09.1929

Angelo Bevilacqua

31/03/1926

Antonio Eugênio Richard Junior

06.06.1938

Antonio Gonçalves Mello

31/03/1926

Petrônio de Almeida Magalhães

08.05.1940

Almirante Augusto Rademaker

22/12/1969

Francisco de Assis Chateaubriand – Jornalista

Carlos Lacerda

27/06/1963

15.10.1943

Durval Guimarães Vianna

27/10/1965

Joaquim Pedro Salgado Filho – ministro da Aeronática

15.10.1943

Eduardo Henrique Gomes Penido

14/11/1980

Jorge Bhering de Oliveira Mattos

04.03.1947

Monselhor Emanuel Dornellas Barbosa

12/11/1974

Gal. Emilio Garrastazu Medici

13/10/1970

Angelo Mendes de Moraes – Prefeito do Distrito Federal

22.09.1948

Guglielmo Marconi - Marquês

30/04/1936

Carlos Pires de Mello

12.04.1961

Henrique Toledo Dodsworth

27/09/1944

Bruno Otero Hermanny

24.04.1964

Hermes Machado

22/12/1969

Armando Level da Silva

28.04.1965

Jayme Severiano

31/03/1926

Carlos Alberto F. N. de Brito

24.04.1970

Brigadeiro Jerônymo Bastos

27/12/1972

Pedro Theberg

24.04.1970

João Havelange

28/10/1964

Edgar Souto de Oliveira

22.07.1970

Joaquim Dutra Da Fonseca

28/04/1930

Manoel de Azevedo Leão

22.07.1970

Marcos Pinto Rizzo Soares

14/11/1980

Raul Pinto de Carvalho

22.07.1970

Mario Cardim

24/09/1929

Almiranate Maurício Dantas Torres

30/07/1968

Principe Philippe da Inglaterra

30/07/1968

Rei Olav V da Noruega

30/07/1968

Roberto Muller Bueno

31/07/1978

Victor Danin Wellisch

14/07/1994

Vito Dumas – Navegador Solitário

06/11/1945

Willian T. Moore

12/04/1961

Patrono Dr. Arnaldo Guinle

24.09.1929

Presidente de honra do clube e do Conselho Deliberativo Dr. Antônio Prado Júnior

24.09.1929

Honrarias especiais Presidente Getúlio Vargas Almirante Henrique Guilhem (Ministro da Marinha)

NA PRAIA DA SAUDADE

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A HISTÓRIA

DO IATE

CLUBE

DO

RIO

DE JANEIRO


PARTE VII

ACONTE CEU... ONTEC

Abertura da Av. Ligação, fim do sonho da primeira sede

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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ACONTECEU... 1920 • Em 23 de março reúnem-se 28 associados do Fluminense Foot-ball Club e fundam o Fluminense Yacht Club. • Eleita sua primeira Diretoria em 31 de março, liderada por Arnaldo Guinle. • É destinada a área da “Bateria do Morro da Viúva” para instalação da sede do FYC. • Iniciadas e mantidas por longos anos as reuniões da Diretoria na sede das Organizações Guinle. 1926 • Em compensação pela perda das áreas do Morro da Viúva, o FYC recebe a primeira carta de aforamento da Praia da Saudade e sucessivamente, até 1929, três outras absorvendo os aterros ou acrescidos de marinha que realizou. • Aprovados os novos estatutos do FYC. 1927 • O clube contrata com Christiani & Nielsen a realização dos aterramentos e a construção do cais acostável, obra que atravessa os anos de 1928 e 1929, no valor de R$ 2.027.045$600. • Chega a 243 o número de associados. 1928 • O comodoro Arnaldo Guinle viaja para a Europa e é substituído pelo vice Mário Pollo.

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

1929 • São construídas as oficinas, o almoxarifado e a primeira garagem, bem como as rampas para baleeiras e hidros, um cais flutuante e adquiridos na França os faróis ainda hoje instalados e funcionando na Piscina de Barcos. • O clube atinge 200 sócios e é constituído o Conselho Deliberativo com 50 membros sob a Presidência (aclamada) formal de Renato Pacheco de Castro e Honorária do prefeito Antônio Prado Júnior. • Cria-se o primeiro setor informal para administrar o esporte das lanchas rápidas. • Em face de efeitos da crise na economia mundial, suspende-se a cobrança da taxa de transferência de “acções” durante o 1º semestre de 1930. 1930 • São instalados dois depósitos de gasolina. • Realizam-se excursões de barcos com sobrevôo de aviões da Marinha. • O prefeito Prado Júnior intervém para facilitar as importações de aviões para o clube e inaugura o cais do FYC. • Realiza-se uma excursão para o quadro social com um vapor e a flotilha de lanchas do clube. • O dr. Guilherme Guinle adianta os re-


cursos para pagamento dos faróis da Piscina de Barcos. 1931 • O FYC associa-se à Federação e à Confederação de Remo e é vencedor do campeonato da especialidade realizado em Monteviéu. • O clube participa do primeiro campeonato de remo na enseada de Botafogo, organizado pela Liga de Esportes da Marinha. • Lindolpho Collor visita o FYC. • Presentes muitos associados, ocorre a primeira regata de lanchas rápidas na enseada de Botafogo. 1932 • É apresentado o primeiro projeto arquitetônico da sede social da Av. Pasteur, recusado pela Prefeitura e pelo Plano Agache. • Com efeito indutivo à atividade da vela, o clube recebe a visita dos velejadores gaúchos Joachim D. Bormann e Afonso Hombach que, a bordo do Irmã, desenvolvem um cruzeiro entre Porto Alegre e Manaus. • O navegador solitário Vito Dumas, francês, chega ao Brasil e é festejado pelo clube por seu feito e se integra à Escola de Aviação do FYC, pela qual é brevetado. 1933 • O comodoro interino, sr. Richard Jr., autoriza o segundo tesoureiro a tomar um empréstimo de R$ 300:000$000 a serem aplicados na construção do Pavilhão Misto.

• O comodoro apressa démarches com autoridades para o início da prática do esporte da aviação. 1934 • São criados os departamentos i) de Pesca; ii) Social; iii) de Barcos a Vela; e iv) de Barcos a Motor, conferindo ao clube características de atividades institucionais, conforme o seu estatuto. • Como conseqüência, o clube adquire da Mestre & Blagé quatro barcos da classe Sharpie para aprendizado pelos associados da atividade veleira, providenciando para esse fim o balizamento da milha (1.609 m) na área fronteira à sede. • Realiza-se a 1ª Regata de Barcos a Vela sediada pelo clube e o comodoro Arnaldo Guinle, motivado pelo sucesso do evento, promove a criação da Liga Carioca de Vela e Motor, filiando o clube, outrossim, à Federação Aquática do Rio de Janeiro. 1935 • Inicia-se a prática da aviação na Av. Pasteur, usando-se a pista criada pelo aterro realizado pelo clube, disponível porque não havia ainda recursos para desenvolvimento das obras planejadas. • O comodoro recusa proposta do Cassino da Urca para construir a sede social do clube e nela explorar o jogo. • O comodoro interino Richard Jr. se refere aos planos gerais de loteamento do clube, apresentando cálculos das despesas eventuais e da receita que a respectiva venda produziria.

NA PRAIA DA SAUDADE

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• O comodoro interino informa que deu entrada no SPU a um pedido de prorrogação do prazo de ocupação dos terrenos da Av. Pasteur por mais dez anos. • O antigo hangar de propriedade do sr. Darke de Mattos passa ao domínio do clube por dois contos de réis, asssim como o outro, construído pelo dr. Antônio Seabra, por sete contos. • Darke de Mattos e Antônio Seabra constroem outro hangar no lugar do atual hangar 3 e o cedem à propriede do clube por cerca de 75 contos, mantendo-o sob o aluguel de R$ 6.000$000 mensais, valor com que o clube amortizará o preço da aquisição. • O sr. Darke de Mattos informa ao clube haver conseguido, por intermédio de seu irmão Jorge de Mattos, a prorrogação do prazo de ocupação dos terrenos por mais cinco anos. 1936 • É construído o primeiro pavilhão normando e, em seqüência, outros dois, do mesmo estilo, formando a sede social da A. Pasteur, concluídos em 1939. • A primeira delegação do clube, composta por Castelo Branco, Costa Pereira e Arthuro Vecchio, participa de regatas promovidas pelo Yacht Club Paulista, realizadas na Represa Santo Amaro. • O diretor da área comunica à Diretoria o início da temporada de pesca com um concurso patrocinado pelo dr. Richard Júnior.

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

• A aviação continua a desenvolver-se, apesar de ainda faltar licença oficial para sua prática na área. • Sob a tutela do instrutor Armando Level, conclui seu curso a primeira turma de pilotos formados no clube, justificando-se, com o desenvolvimento conseqüente, a contratação do instrutor americano David MacMenamim e, mais tarde, de Rubens Abrunhosa. • Os raids entre cidades e a participação de paulistas levaram nossos pilotos à Campos, Porto Seguro e outras, utilizando os Bandeirantes de fabricação nacional. • É proposta no Conselho, pela primeira vez, a mudança do nome do clube, não aprovada. • É construído o primeiro muro isolando o clube da rua. 1939 • São construídos os dois primeiros hangares, obras a cargo da firma Pires & Santos. • O clube recebe a doação de duas aeronaves, a primeira oferecida pelos irmãos Jorge e Darke Bhering de Mattos e a outra por Mario d’Oliveira, dentro do programa incentivado por Assis Chateaubriand, “Asas para o Brasil”. 1940 • Realiza-se a Regata Pau a Pino, a primeira oceânica promovida pelo FYC. 1941 • Entre 1939 e 1945, é intensa a prática da aviação no FYC e os acidentes são inevitáveis, sacrificando, primeiro, o piloto


1942

1943

1944

1945

Bento Oswaldo Cruz, e depois, René Taccola. • Perece em acidente aviatório Darke Bhering de Oliveira Mattos, pilotando o seu Culver Cadet prefixo PP-THX. • Renuncia em 23 de junho o comodoro Arnaldo Guinle. • O clube assume nova identidade, passando a chamar-se Iate Clube do Rio de Janeiro por deliberação do Conselho Deliberativo de 23 de julho de 1943. • Assume a Comodoria em 27 de setembro Octavio da Rocha Miranda. • O esqui aquático começa a ser praticado no clube. • Renunciam o comodoro Octavio da Rocha Miranda e sua equipe. • É eleito o novo Conselho Deliberativo em 24 de março. • Eleito, recebe o cargo de comodoro em 16 de maio Jorge Bhering de Oliveira Mattos. • Pimentel Duarte funda, juntamente com outros, em 19 de agosto, a flotilha de Snipes. • Jorge de Mattos, com a colaboração do vice Carlos Pires de Mello, dá inicio à construção, no próprio clube, dos três primeiros barcos da classe Star. • O comodoro Jorge de Mattos interliga com uma varanda os pavilhões normandos. • Realiza-se a 1ª Regata Darke de Mattos, da classe Star.

• O quadro de sócios proprietários é ampliado para 2.200 a fim de trazer desafogo financeiro para os projetos do clube nos anos seguintes. • Carlos Sansoldo, com humor, cria a “Chulipa de Ouro” para “premiar” o último colocado nas Regatas Darke de Mattos. • Tem início a prática da caça submarina no clube. 1946 • O Brasil, representado pelos associados Antônio e Ernani Simões, faz-se representar pela primeira vez no exterior, participando do Mundial de Star realizado em Cuba. • Construído nas oficinas do clube o primeiro barco da classe Brasil, de Joaquim Belém, chamado Ondina. • O Conselho Deliberativo extingue a Escola de Aviação. • Realiza-se o primeiro baile de carnaval na sede social. 1947 • Acontece a 1ª Buenos Aires-Rio. • Custódio Marques Vaz exerce a Comodoria no período de 4 de março a 26 de setembro. • Eleito, assume a Comodoria Manoel de Azevedo Leão. • Funda-se no clube a Flotilha 159, da classe Snipe. • Duas equipes de staristas brasileiros participam da Olimpíada da Inglaterra (Torquay), compostas pelos irmãos Ernani e Mario Simões e por João José Bracony e Carlos Bittencourt.

NA PRAIA DA SAUDADE

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1948 • Aprovado o primeiro regulamento de pesca do clube. 1949 • Realiza-se o 1º Torneio de Caça Submarina do clube, no Arquipélago das Cagarras. 1950 • Raul Pinto de Carvalho assume a Comodoria. 1951 • Roberto Muller Bueno e Gastão Pereira de Souza trazem dos Jogos Panamericanos de Buenos Aires a medalha de ouro na classe Star. • Realiza-se a 1ª Regata Santos-Rio, vencida pelo veleiro Ondina, de Joaquim Belém. 1952 • Realiza-se no Rio o 1º Campeonato Sulamericano da classe Star. • Tacarijú Tomé de Paula é o representante brasileiro da classe Star nas Olimpíadas de Helsinque. 1953 • Carlos Pires de Mello é eleito comodoro. • Dá-se a primeira vitória brasileira na Regata Buenos Aires-Rio, no tempo corrigido, com o Cairú II, de Jorge Geyer. 1954 • Múcio e Zezé Lodi, Andrew Moura Castro e Sergio Carneiro, entre outros, fundam o Clube de Esquiadores do Iate Clube. 1955 • Raymundo Castro Maya captura nas águas de Cabo Frio o primeiro peixe de bico em águas brasileiras. 1956 • Carlos Pires de Mello conquista o seu segundo mandato na Comodoria.

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

1957 • Aprovada a construção da piscina com os recursos provenientes da venda dos últimos 100 títulos de sócios proprietários. 1958 • É criada a EEN – Escola de Esportes Náuticos e implantada a classe Pingüim. • Manoel e Aristides de Azevedo Leão trazem à doca do ICRJ os primeiros peixes de bico, capturados ao sul da Ilha Rasa. 1959 • Carlos Pires de Mello é eleito para o seu terceiro mandato na Comodoria. 1960 • Bruno Hermanny conquista o 1º lugar individual no Campeonato Mundial de Caça Submarina, em Nápoles, na Itália. • O ICRJ sedia o 36º Mundial da classe Star, o primeiro de que participam seus staristas. • Inaugurada a piscina do clube, um projeto do arquiteto Sergio Bernardes. 1961 • Cecil Davis é eleito para a Comodoria. • Inaugurada a subsede de Angra dos Reis. • Autorizada pelo CD a compra do imóvel para a subsede de Angra dos Reis. 1962 • Acontece o primeiro Baile do Havaí. • Instituído o Torneio de Pesca Oceânica. 1963 • Edgard Souto de Oliveira é eleito comodoro. • Adquirida a Ilha de Palmas. • O clube sedia o Mundial de Caça Submarina, colocando-se em 2º por equipe e em 1º individual com Bruno Hermanny.


• Acontece no clube a 3ª Feira da Providência. • O quadro social chega a 3.000 sócios proprietários. • A lancha Erna, de Herbert Renaux, vence o 1º Torneio de Pesca Oceânica. 1964 • Carlos Pires de Mello é eleito para a Comodoria, em seu quarto mandato. • Inaugurada a capela do clube. • A Erna, de Herbert Renaux, vence o 2º Torneio de Pesca Oceânica. 1965 • A Erna, de Herbert Renaux, vence o 3º Torneio de Pesca Oceânica. 1966 • Carlos Pires de Mello conquista o seu quinto mandato na Comodoria. • A lancha Zazá, de Herbert Richer, vence o 4º Torneio de Pesca Oceânica. 1967 • A lancha BB, de Sergio Pinheiro, vence o 5º Torneio de Pesca Oceânica. 1968 • Carlos de Brito vence disputa e elegese comodoro. • A Rainha Elizabeth II da Inglaterra visita o clube e batiza o Corredor da Rainha. • Construído o Centro Vélico. • A lancha Luamar, de Mário Veiga de Almeida, vence o 6º Torneio de Pesca Oceânica. 1969 • A lancha Maira, de Ivan Brigs, do ICB, vence o 7º Torneio de Pesca Oceânica. 1970 • Eugenio Gonzales Vilarino é eleito comodoro e falece antes de concluir seu mandato. • O vice-comodoro João Lagoeiro Barbará é empossado na Comodoria.

1971

1972

1973

1974

• Eduardo Brennand, de bordo da lancha Polaris, captura o primeiro recorde brasileiro de marlim-azul, com 300,4 kg. • A lancha Miss Flamengo, de Helio Barroso, vence o 8º Torneio de Pesca Oceânica. • O clube realiza o Campeonato Mundial da classe Snipe. • O clube integra a organização e sedia 1ª Regata Cape Town-Rio. • O Pluft, de Israel Klabin, vence a Regata Buenos Aires-Rio. • A Miss Flamengo, de Helio Barroso, vence o 9º Torneio de Pesca Oceânica. • Carlos de Brito é eleito para a Comodoria, em segundo mandato. • Criadas as flotilhas Zé Carioca da classe Optimist e a da classe Laser. • O ICRJ organiza e sedia o 1º Torneio Internacional de Pesca Oceânica. • A lancha Maira, de Ivan Briggs, do ICB, vence o 10º Torneio de Pesca Oceânica. • Inaugurada a grande reforma da sede social. • A lancha Aquárius, de Antônio Monarcha, vence o 11º Torneio de Pesca Oceânica. • Carlos de Brito elege-se comodoro para exercer seu terceiro mandato. • Francisco Olival, comandante da Marrequinha, embarca o recorde brasileiro de dourado, com 34,2 kg. • John King vence na classe Optmist na Semana de Kiel, Alemanha, e fica no 2º geral no Campeonato Europeu de Davos, Suíça.

NA PRAIA

DA

SAUDADE

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• A lancha Arataca, de Sergio Kastrup, vence o 12º Torneio de Pesca Oceânica. 1975 • Alexandre Levi e Ibaté Jost vencem o Campeonato Brasileiro de Tornado. • A lancha Wikaka II, de Athur Redig, vence o 13º Torneio de Pesca Oceânica. 1976 • Chafik Elias Saad é eleito comodoro. • Carlos Fernando Annechino, a bordo da Quebec, captura um sailfish de 50,3 kg, novo recorde brasileiro. • A lancha Bandida, de Antônio Pinhão, do ICB, vence o 14º Torneio de Pesca Oceânica. 1977 • Lauro Wolner, Dohnert e Nelson Alencastro Guimarães alcançam as primeiras colocações no Mundial de Pingüim realizado em Richmond, Estados Unidos. • O clube sedia o 35º Torneio da International Light Tackle Tournament Association – ILTTA. • A lancha Andréa-Rio, de Adolpho Mayer, vence o 15º Torneio de Pesca Oceânica. 1978 • Fernando Pimentel Duarte é eleito comodoro. • O ICRJ organiza e sedia o Mundial da classe Soling e conquista o 1º lugar com Gastão Brun, Vicente Brun e Roberto Luiz Martins. • Realiza-se o 1º Torneio Safira de Pesca Oceância – Leonardo Bochner é campeão aos 17 anos. • A lancha Ricamar, de Raul S. Francisco, vence o 16º Torneio de Pesca Oceânica.

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

1979 • O veleiro Madrugada, de Pedro Paulo Couto, vence a Buenos Aires-Rio. • O clube sedia o 39º Torneio da International Light Tackle Tournament Association – ILTTA. • A lancha Striker, de Antonio Bali, vence o 17º Torneio de Pesca Oceânica. 1980 • Helio Barroso é eleito comodoro. • O clube realiza o Campeonato Mundial da classe Star. • Marcos Rizzo Soares e Eduardo Penido, ambos do clube, conquistam a medalha de ouro da classe 470 na Olimpíada de Moscou. • O clube sedia novamente o Campeonato Mundial da classe Star. • O clube instala sua rede interna de esgotos e a Cedae complementa com a captação que despeja no emissário de Copacabana. • A lancha Macunaíma, de Raymundo de Brito, vence o 18º Torneio de Pesca Oceânica. 1981 • Francisco Caneppa e Camilo Carvalho vencem o Estadual de Star em Angra dos Reis. • O Madrugada, de Pedro Paulo Couto, vence a Santos-Rio e ganha também a Fita Azul. • É instalado o primeiro posto bancário no clube. • A lancha Ponta Negra, de José Vasco T. Costa, vence o 19º Torneio de Pesca Oceânica.


1982 • Carlos de Brito é eleito comodoro, em seu quarto mandato. • Frederico Gomes da Silva, a bordo da Tarawana, captura um marlim-branco de 78,8 kg, novo recorde brasileiro. • A lancha Ponta Negra, de José Vasco T. Costa, vence o 20º Torneio de Pesca Oceânica. 1983 • O clube organiza e realiza o Campeonato Mundial da classe Optimist. • O Madrugada e o Neptunus IV obtêm as primeiras colocações no 1º Circuito Salvador de Vela Oceânica. • José e Paulo Ribeiro na 470 e Pedro Bulhões na Laser ficam com a medalha de ouro no Jogos Pan-americanos de Caracas. • A Binoca, de Leonardo Bochner, vence o 21º Torneio de Pesca Oceânica. 1984 • Carlos de Brito elege-se comodoro para exercer seu quinto mandato. • Os iatistas Torben Grael, Daniel Adler e Ronaldo Senfft conquistam a medalha da prata da classe Soling na Olimpíada de Los Angeles. • Maurício Paixão, da Mach III, bate o recorde mundial de marlim-branco em linha de 80 lb, com 68,8 kg. • A lancha Patty, de Sergio Tristão, vence o 22º Torneio de Pesca Oceânica. 1985 • O Neptunus V vence o Circuito RioSalvador-Rio, conquistando ainda a respectiva Fita Azul.

• Carro Chefe, Indigo e Saga compõem o seleto grupo de veleiros brasileiros participantes na Admiral´s Cup, na Inglaterra. • Torben Grael, Daniel Adler e Ronaldo Senfft são vice-campeões no Mundial de Soling no Canadá. • A lancha Binoca, de Leonardo Bochner, vence o 23º Torneio de Pesca Oceânica. 1986 • Luiz Carlos Peixoto de Lima Ramos é eleito comodoro. • O ICRJ realiza o Mundial da classe Flying Dutchman. • Claus Buckmann, de bordo da lancha San Cocho, bate o recorde mundial de marlim-azul na linha de 30 lb, com o peso de 274 kg. • José Paulo Barcelos e Peter Transcheit ficam com as primeiras posições no Campeonato Brasileiro de Laser de Búzios. • Carlos Dohnert e Cintia Knot participam dos Jogos da Amizade em Moscou na classe Prancha a Vela ou Mistral. • É instalada a sede da Ilha de Palmas, com piscina. • A lancha Miss Flamengo, de Helio Barroso, vence o 24º Torneio de Pesca Oceânica. 1987 • A equipe formada por Eliseu Soares Filho, Evandro Soares e José A. Esteves Corrêa vence o Torneio de Peixes de Bico na Costa Rica. • Peter Tanscheit vence o Sul-americano de Laser e obtém o 3º lugar no Mundial da classe realizado na Austrália.

NA PRAIA

DA

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• Augusto Barrozo, comandando seu Soling de nome Feitiço, ganha o Sul-americano no Uruguai. • Ivan Pimentel e Ricardo Lebreiro vencem o Mundial de Snipe. • A lancha Emília Maria, de Antônio E. Correa, vence o 25º Torneio de Pesca Oceânica. 1988 • Hamilcar Veiga da Silva elege-se comodoro. • Ivan Pimentel e Luiz Pjonovic vencem o Campeonato Mundial Masters da classe Snipe no Canadá e o Campeonato Masters do Hemisfério na mesma classe, realizado nas Bermudas. • A lancha Ricamar, de Raul S. Francisco, vence o 26º Torneio de Pesca Oceânica. 1989 • Alan Adler e Nelson Falcão conquistam na Sardenha a Estrela de Ouro na classe Star. • A lancha Marrequinha, de Francisco Olival, vence o 1º Torneio Raymundo de Castro Maya. • A lancha Trapac, de Antônio Carlos Lobato, vence o 27º Torneio de Pesca Oceânica. 1990 • Carlos de Brito, reeleito, conquista o seu sexto mandato na Comodoria. • Gastão Brun e André Lekszycki vencem o Campeonato Norte-americano de Star em Boston. • Realizam-se grandes reformas na sede e nas subsedes.

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

• O clube abriga o 1º Congresso Brasileiro de Vela. • A lancha Patty, de Sergio Tristão, vence o 28º Torneio de Pesca Oceânica e o Torneio Raymundo Castro Maya. 1991 • Nos Jogos Pan-americanos de Cuba, Peter Tanscheit, no masculino, e Marion Sheel, no feminino, conquistam medalhas de ouro na classe Laser. • Na Finn, a medalha de prata vai para Christoph Nergmann; na 470, o bronze vai para Mônica Sheel e Claudia Swan. • Eliseu Soares Neto, da equipe Binoca, embarca um marlim-azul de 422 kg, novo recorde brasileiro. • Peter Tanscheit é campeão Mundial na classe Laser, na Grécia. • A lancha Dang, de Denison Duque Silva, vence o 29º Torneio Internacional de Pesca Oceânica. 1992 • Carlos de Brito, é eleito comodoro, para exercer seu sétimo mandato. • Leonardo Bochner, comandante da equipe Binoca, captura um sailfish de 51,2 kg, novo recorde brasileiro. • A lancha Miss Flamengo, de Helio Barroso, vence o 30º Torneio de Pesca Oceânica. 1993 • Os irmãos Edmundo e Eduardo Souto de Oliveira, com Renato Pacheco, conquistam todos os prêmios no Campeonato Nacional de Caça Submarina. • Gilberto Barreto e sua tripulação vecem o Sul-americano de J24 em Ancon, Peru.


• A equipe Binoca, de Leonardo Bochner, vence o último Torneio Raymundo de Castro Maya. • É inaugurado o Espaço Cultural do clube. • A lancha Baccarat, de Carloman Maia de Oliveira, vence o 31º Torneio de Pesca Oceânica. 1994 • Gabriel Vilela é eleito comodoro e falece antes do fim de seu mandato, sendo substituído pelo vice Paulo Fabiano Ferreira. • O Conselho Deliberativo outorga o título de Honorário a Victor Wellisch. • A lancha Baccarat, de Carloman Maia de Oliveira, vence o 32º Torneio de Pesca Oceânica. 1995 • Marcia Pellicano ganha a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos em Mar del Plata, na classe Europa. • O Conselho Deliberativo baixa resolução regulamentando a concessão da Medalha do Mérito Esportivo ICRJ. • O Conselho Deliberativo autoriza a aquisição da Casa das Pedras, completando a subsede de Cabo Frio. • A lancha Mala, de Arnaldo Matos Filho, vence o 33º Torneio de Pesca Oceânica. 1996 • Paulo Fabiano Ferreira é eleito comodoro. • O clube sedia novamente o Mundial de Star e Peter Siemsen e André Mirsky vencem na categoria Senior. • Maurício Santa Cruz e Eduardo Cos-

ta Neves conquistam o Campeonato dos Hemisférios Ocidental e Oriental da classe Snipe, em Larchmont, Estados Unidos. • Maurício Paixão, da equipe Kaiala, embarca um marlim-branco de 60,2 kg, conquistando o recorde mundial em 16 lb. • Maurício Santa Cruz e Eduardo Costa Neves vencem o Campeonato dos Hemisférios Ocidental e Oriental, nos EUA, na casse Snipe. • A lancha Mala, de Arnaldo Matos Filho, vence o 34º Torneio de Pesca Oceânica. 1997 • O clube acolhe a BT Global Challenge (regata de volta ao mundo). • Maurício Santa Cruz e Eduardo Costa Neves vecem o Mundial de Snipe em San Diego, Estados Unidos. • Paulo Fabiano Ferreira Filho conquista o recorde de marlim-branco em linha de 20 lb, com um peixe de 79 kg. • O Conselho Delibetarivo outorga a Medalha do Mérito Esportivo do ICRJ a Maurício Santa Cruz e Eduardo Costa Neves. • A lancha Flying Fish, de Fernando Garcia, vence o 35º Torneio de Pesca Oceânica. 1998 • Mais um mandato na Comodoria para Carlos de Brito, o oitavo. • Na Copa do Mundo de Caça Submarina, nos Açores, Edmundo e Eduardo Souto de Oliveira classificam-se, respectivamente, em 1º e 4º lugares.

NA PRAIA DA SAUDADE

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• Luiz Sapienza conquista o Campeonato Sul-americano de Natação Masters, em Vitória (ES). • Eduardo Pantaleão Beaumeier, a bordo da Isabel, conquista o recorde mundial de namorado com um exemplar de 20,2 kg. • Carloman Maia de Oliveira, comandante da lancha Baccarat, atinge o recorde mundial de marlim-branco com linha de 130 lb embarcando exemplar de 50,2 kg. • Morre em Hamburgo, aos 91 anos, o grande starista Walter von Hüstschler. • Eleito comodoro, em seu oitavo mandato, Carlos Alberto de Brito. • A lancha Ximbica, de Luiz Costa, vence o 36º Torneio de Pesca Oceânica. 1999 • Bibi Juetz vence o Mundial Masters da classe Snipe. • Eduardo Pantaleão Beaumeier captura os primeiros swordfishes pescados esportivamente em águas brasileiras, pesando 11,7 kg e 19 kg. • Eliseu Soares Neto, pescando na lancha Dito & Feito, bate o recorde mundial de marlim-branco em linha de 16 lb com peso de 61,6 kg. • É instalado guindaste com capacidade de 2 toneladas na subsede de Cabo Frio. • Edmundo e Eduardo Souto de Oliveira e Tacarijú Tomé de Paula são agraciados pelo Conselho Deliberativo com a Medalha do Mérito Esportivo ICRJ.

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO

• A lancha Ximbica, de Luiz Costa, vence o 37º Torneio de Pesca Oceânica. 2000 • Carlos Alberto de Brito é eleito comodoro para cumprir seu nono mandato. • O clube é sede dos Campeonatos Sulamericanos Aberto e Masters da classe Snipe, vencidos, respectivamente, por Bruno Bethlem e Maxim Wengert, e Ivan Pimentel e Ivan Lebreiro. • O clube sedia também o Sul-americano de Star, vencido por Augusto Barrozo e Ricardo Ermel. • No Mundial de Caça Submarina do México, Edmundo Souto e Francisco Lefreddi conquistam o 1º lugar por equipe. • Luiz Sapienza e José Francisco Barcelos Dias batem, respectivamente, os recordes brasileiro e sul-americano de natação Masters. • O ICRJ volta a ser campeão do Circuito Rio, com o Sorsa, de Celso Quintela. • Realizam-se em Cabo Frio o Torneio Zé Carioca da classe Optimist, com 96 barcos, e o Campeonato Leste Brasileiro de Snipe, com 24 participantes de vários estados. • A Baccarat, de Carloman Maia de Oliveira, vence o 38º Torneio de Pesca Oceânica. 2001 • O veleiro Neptunos ganha para o ICRJ a Fita Azul da Santos-Rio e o Circuito Rio. • A lancha Baccarat, de Carloman Maia de Oliveira, vence o 39º Torneio de Pesca Oceânica.


2002 • João Signorini ganha o Sul-americano e é o 3º colocado na semana Pré-olímpica de Atenas na classe Finn. • É eleito comodoro o almirante Euclides Duncan Janot de Matos. • A lancha Baccarat, de Carloman Maia de Oliveira, vence o 40º Torneio de Pesca Oceânica. 2003 • Bruno Bethlen e Dante Bianchi são campeões no Brasileiro da classe Snipe, realizado no ICRJ, e ganham a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, vencendo também Ricardo Vinicki, o “Bimba”, na classe Mistral. • Alan Adler, Daniel Santiago, João Carlos Jordão e Maurício Santa Cruz conquistam a medalha de prata em Santo Domingo, na classe J24. • O Neptuno Express é campeão brasileiro de vela de oceano. • João Signorini obtém o bicampeonato Sul-americano na classe Finn. • André Mirsky e tripulação consagramse vice-campeões no Mar Egeu, Grécia, na classe Oceano. • O veleiro Sorsa é bicampeão da Santos-Rio. • O Conselho Deliberativo outorga a Medalha do Mérito Esportivo Iate Clube aos srs. Peter Dirk Siemsen, Ricardo Winick Santos, o “Bimba”, Dante Valdetaro Bianchi e Bruno Bethelm de Amorim.

• A lancha Binoca, de Leonardo Bochner, vence o 41º Torneio de Pesca Oceânica. 2004 • O clube realiza o Campeonato Mundial da classe Finn. • A lancha Kabira, comandada por Erik Baumaier Filho, vence o 42º Torneio de Pesca Oceânica. • O veleiro Sorsa II vence com recorde a Regata Vitória-Trindade. • Bruno Bethlen e Fernando Sesto são campeões Brasileiros da classe 470. 2005 • O comodoro Euclides Janot é reeleito para o período 2004/2006. • André Mirsky e Lucas Brun selecionados para a tripulação do 2º barco brasileiro a participar da Volvo Ocean Race, a regata de volta ao mundo. • Ricardo Winick, o Bimba, vence o Mundial da Classe Mistral, em Mondello, Itália. • O Brasil 1, veleiro representante brasileiro e do ICRJ, na Volvo Ocean Race, é batizado pela primeira dama sra. Marisa Letícia. • Os velejadores Alan Adler, este um dos líderes do projeto, Henrique (Kiko) Pelicano e João Signorine, integram a tripulação do Brasil 1. • Concluídas as obras de recuperação do cais em torno da piscina de barcos e do patamar do hangar 1. • Inaugurada a Rosa dos Ventos sob o mastro no cais da bandeira. • Inaugurada a 2ª quadra poliesportiva e a terminada a reforma do ginásio.

NA PRAIA

DA

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A HISTÓRIA

DO IATE

CLUBE

DO

RIO

DE JANEIRO


PARTE VIII

O

CL UBE CLUBE DOS COMODOR OS OMODOROS

NA PRAIA

DA

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O

CLUBE DOS COMODOROS

Arnaldo Guinle

É curioso observar o quanto a memória graciosamente demora a chegar aonde os olhos vertem lágrimas. Hugo Pratt

Otavio da Rocha Miranda Q

uando, em agosto de 1963, Arnaldo Guinle chegou à dimensão onde o tempo não conta, encantou-se com a beleza sóbria e calmante do ambiente composto por jardins deslumbrantes cobertos por suave céu azul dando a sensação de se poder tocá-lo, tão próximo estavam os horizontes. De princípio, a ninguém avistou, parecia-lhe que estava no vazio. Deixou-se conduzir para um caramanchão onde uma voz suave anunciou que alguém o viria saudar. Leu, surpreendendo-se por entender o hebraico, que se tratava do Pavilhão de Recepção, avistando, em seguida, a figura do conciliador primeiro comodoro do ICRJ, o caro Octavio da Rocha Miranda, chegado em 1949, que o vinha receber. Depois de desfilar notícias sobre os progressos do Iate, que soaram muito bem aos ouvidos do amigo Octavio, sobretudo por saber que a criatura de ambos se havia convertido na sala de visitas da cidade, o sempre imaginativo Arnaldo cometeu o pecadilho de comentar, olhando em volta: “Que maravilhoso clube se poderia fazer aqui neste belo e infinito espaço!” Concordando Octavio, os dois riram e aí emergiu a idéia – quem não pode o mais pede o menos – de estabelecerem, com as permissões devidas, uma agremiação congregando os comodoros, sabendo-se que outros fatalmente viriam juntar-se a eles, de sorte a manter-se o grupo atualizado sobre o evolução do clube de sua devoção. Enquanto divagavam sobre sua convivência tão alongada quanto agradável, chega em fevereiro de 1970 o comodoro Cecil Davis, o industrial do cimento. Nenhum dos dois o conhecia, mas o sentimento de cordialidade logo os conduz ao diálogo e Cecil diz que sabia, por tradição, do perfeito e elevado procedimento de Arnaldo Guinle no episódio da fusão que Octavio relembrou. Depois, falou de sua desdita de ver antecipada a conclusão do seu mandato por episódio banal em que reconheceu que lhe faltou uma boa dose de habilidade política ao contrapor-se a alguns próceres a respeito – imaginem – da abertura ou fechamento de um portão. Passado o episódio, logo a coletividade reconheceu os excessos das partes, deixando-o moralmente confortado. Mas, ainda pôde assinar a escritura de compra da casa senhorial que hoje é a subsede de Angra dos Reis, adquirida à família Lowndes numa iniciativa do então futuro comodoro Carlos de Brito.

Cecil Davis

Eugênio Gonzales Vilarino Carlos Pires de Mello

Jorge Bhering de Mattos

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Raul Pinto de Carvalho

Os três falavam de amenidades quando, em agosto de 1971, chegou o comodoro Eugênio Gonzales Villarino, um dedicado praticante do esporte da vela. De origem espanhola, lembrou, na informalidade das primeiras palavras, da antiga Casa Villarino, que seu pai mantinha na Av. Presidente Wilson, no Rio, onde se degustavam bons “papos” e melhores vinhos e especiarias, um agradável local de encontro de associados do clube. Cerimonioso a princípio, Villarino foi aos poucos abrindo sua voz característica e contou aos presentes que havia sido abatido pelo coração na cidade de Paris onde estava em missão esportiva. Por isso, não concluiu o seu mandato. Falou da respeitabilidade e do sentimento de gratidão que cobrem os nomes de Arnaldo Guinle e dos fundadores. Em junho de 1978, com a presença de Carlos Pires de Mello, médico e solteirão, comodoro de cinco mandatos, afloram os contidos ressentimentos em Arnaldo Guinle para acolher a convivência de alguém que, à época, opunha-se à fusão. Bem-falante e simpático, administrador famoso por sua “mão fechada”, o recém-chegado preenche a curiosidade dos presentes, informandoos do muito que havia sido feito pelo desenvolvimento da vela e da pesca ao longo dos últimos anos, processo de que participara em seus diversos mandatos, preliminarmente, como vicecomodoro, em cooperação com Jorge de Mattos. Percebendo-se aceito pelo grupo e recebendo de Arnaldo sinais de acolhida, Carlinhos explica que no episódio da carta em que o Fluminense Foot-ball Club liberou o FYC da fusão, pretendeu apenas, em seu discutido aparte, analisar no Conselho, item por item, o conteúdo do ofício recebido daquele clube, mas não conseguiu levar avante o seu intento, retirando-se da reunião em que, afinal, foi selada a desistência da unificação das duas casas. Implantada a cordialidade, Pires de Mello ensejou boas risadas ao contar que, pretendendo alguns membros da sua Diretoria desenvolver o projeto de construção da piscina, o belo equipamento de que hoje o clube desfruta, valeu-se o vice Sergio da Costa Carneiro de ausência sua por motivo de viagem e, simplesmente, colocou em ação as escavadeiras, abrindo a verdadeira cratera onde, afinal, foi implantada a piscina, projetada pelo notável arquiteto Sergio Bernardes, consumindo verbas que o orçamento destinava a outros fins e provocando uma pequena chamada de capital, com a venda de 100 títulos de sócios proprietários. Fato consumado e sem outra alternativa, o “golpe” foi, afinal, absorvido com bom humor e reconhecido proveito para a associação. Pires de Mello confraternizou particularmente com Cecil Davis e Eugênio Villarino, dandolhes a satisfação de saber que seus nomes haviam sido dados a cada um dos dois píeres construídos pelo clube, notícia que motivou o aplauso de todos e o júbilo dos homenageados. Sentiam-se à vontade quando, em maio de 1982, foi anunciada a presença do comodoro Jorge Bhering de Mattos, uma liderança antifusão, talvez recebido com reservas por Arnaldo Guinle.

Hamilcar Veiga da Silva

Edgard Souto de Oliveira Manoel de Azevedo Leão Gabriel F.A.Vilela

Carlos Alberto de Brito Chafik Elias Saad

NA PRAIA

DA

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Sensibilizou a todos a forma pela qual foi vitimado, perdendo a vida em um acidente doméstico produzido pela quebra de um galho de árvore em sua casa, o que provocou a queda de telhas que o atingiram fatalmente. Entre os presentes, quatro haviam comparecido à reunião do Conselho Deliberativo de 1943 em que foi anunciada a renúncia de Arnaldo Guinle: este, Jorge de Mattos, Carlos Pires de Mello e Octavio da Rocha Miranda, resultando que todos procediam de forma cortês, sobretudo contornando o assunto que poderia sensibilizar a um ou a outro, destarte produzindo oportunidade para o relaxamento a partir do momento em que Jorge manifestou seu respeito e admiração por Arnaldo Guinle, cujo retrato em óleo havia inaugurado no clube, enaltecendo, na oportunidade, a grandeza da atuação do fundador na implantação de um projeto que, afinal, gerou o mais belo clube do Rio de Janeiro. Por seu turno, Jorge de Mattos lembrou, com o apoio de Carlinhos Pires de Mello, que havia desenvolvido as oficinas e os meios para a construção de barcos a vela no próprio clube, das classes Star e Brasil, resultando a iniciativa em forte impacto no almejado progresso do grande esporte que empolga a nossa gente e os nossos jovens. Em 1986, chega o simpático comodoro Raul Pinto de Carvalho, elegante e de grande estatura, banqueiro cauteloso cuja principal característica na administração do clube fora o controle rigoroso das finanças, mantidas em equilíbrio durante toda sua proveitosa gestão, por todos também elogiada por haver instituído a Regata Comodoro do ICRJ, que congrega diversas classes e é hoje uma arraigada tradição no calendário veleiro do clube. Bom de conversa, fez avaliação positiva da administração de cada um dos presentes, enaltecendo o quanto o clube se fortalecera graças ao desempenho de homens de tão elevado padrão. Setembro de 1989 registra a presença de Hamilcar Veiga da Silva, médico de coração vulnerável, que o prostrou antes que concluísse o seu mandato. De temperamento extrovertido, relembrou, a seu modo especial, que sua eleição para a Comodoria fora produto de manobra política de Carlos de Brito reagindo à surpreendente derrota que a sua Chapa Azul havia sofrido na disputa com a Chapa Amarela na precedente eleição para o Conselho Deliberativo. Adicionou expressivos elogios aos presentes, ressaltando o respeito que mantinha pela obra e pela pessoa do fundador dr. Arnaldo Guinle e, afinal, integrou-se completamente ao grupo. Em agosto de 1990 apresenta-se o comodoro Edgard Souto de Oliveira, substituto de Cecil Davis, sobrenome de família ilustre que acabou por compor, com seus irmãos e respectivos descendentes, quatro gerações na vida socioesportiva do clube, uma administração calma e sem percalços. Bem conhecia os presentes, alguns seus amigos pessoais, confessando-se, como todos, admirador da obra e da personalidade de Arnaldo Guinle e dos demais fundadores.

Arnaldo Guinle

Otavio da Rocha Miranda Cecil Davis

Eugênio Gonzales Vilarino Carlos Pires de Mello

Jorge Bhering de Mattos

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A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DO RIO DE JANEIRO


Raul Pinto de Carvalho

Famoso por sua atuação na pesca, Manoel de Azevedo Leão chegou em março de 1993, despertando a curiosidade dos mais antigos sobre suas conquistas oceânicas, um campeão de marlinsazuis, pescando de bordo da sua Titânia e que, em 1958, como pioneiro, trouxe ao cais do clube os primeiros peixes de bico juntamente com seu irmão Aristides. Na administração do ICRJ retomou, ao seu estilo suave, a política de finanças controladas de que não se afastou até o final do mandato. Homenageou seus amigos presentes e rememorou a atuação dos fundadores, fazendo referência especial a Raymundo de Castro Maya, que teve intensa participação na vida do clube, um apaixonado pescador internacional, precursor na pesca dos bicudos no Brasil. Em abril de 1995, chega o almirante Gabriel F. A. Villela, outro comodoro a encerrar prematuramente sua participação na administração do clube e que hoje é homenageado por doar, por méritos, o seu nome ao nosso Centro Cultural. Cerimonioso mas falante, Villela foi muito bem acolhido pelo grupo, manifestando-se admirador de todos que o precederam e reafirmando conhecer a tradição e o respeito que os fundadores inspiram a quantos convivem no excepcional ICRJ. Julho de 2003 registrou a presença do benemérito Carlos Alberto de Brito, o Carlinhos, para os seus amigos, que foi festejado pelos que o precederam como o mais hábil político do clube que dominou a administração por nove mandatos intermitentes, ou 18 anos de Comodoria, sem contar o tempo que devotou a outros cargos, e cuja atuação foi elogiada por todos por suas realizações e pelo fato de ter exercido verdadeiro fascínio sobre os muitos associados que o levavam à renovação de seus mandatos. Esportista, atuou na vela e na pesca e realizou numerosas obras meritórias no curso do seu desempenho, inclusive a grande reforma da sede em que foram unificados os famosos prédios normandos. Chafik Elias Saad, capixaba de Muqui, experimentado empreiteiro de estradas, chegou em outubro de 2004 e foi recebido por seu amigo Carlos de Brito, a quem abraçou fraternalmente relembrando as oportunidades em que exerceu diretorias em suas administrações, lisonjeando-o com a notícia de que agora havia no clube o Salão Nobre Benemérito Carlos de Brito. Lembraram-se de que foram parceiros na criação do patamar do hangar 1, o primeiro obtendo a permissão governamental e o outro realizando os trabalhos de consolidação do aterro, um ganho de 5.000 m2 de grande utilidade sobretudo para as atividades de apoio à vela e à pesca. Levado a confraternizar com os demais membros do Clube dos Comodoros, foi relembrada a habilidade com que Chafik conduziu o acordo que preservou metade da área da subsede de Cabo Frio. Sentindo-se muito bem acolhido pelos demais comodoros, apenas lamentou que o jogo do “pontinho” ali não tivesse vez. Em longos encontros, os participantes mantêm ativo o clube, conservando-se informados e atentos a tudo que se refira ao Iate, ao qual todos ofereceram seus melhores esforços em sua passagem pela Av. Pasteur, 333, ali onde um dia foi a Praia da Saudade!

Hamilcar Veiga da Silva

Edgard Souto de Oliveira Manoel de Azevedo Leão Gabriel F.A.Vilela

Carlos Alberto de Brito Chafik Elias Saad

NA PRAIA

DA

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A nova Rosa dos Ventos do Cais da Bandeira, ao pé do mastro

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artindo de 1920, navegou-se nestas páginas até 2005 contando ao sócio o que foi e o que é o seu clube na expectativa de inspirar um futuro tão grandioso quanto o passado, extraindo do espírito dos A HISTÓRIA DO IATE CLUBE DOcriadores RIO DE JANEIROe daqueles que o desenvolveram a decisão de superar incertezas e mantê-lo no rumo de vante.




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