MARCOS Introdução Capítulo 1 Capítulo 2 Capítulo 3 Capítulo 4
Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo
5 6 7 8
Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo
9 10 11 12
Capítulo Capítulo Capítulo Capítulo
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Introdução Marcos era filho de uma irmã de Barnabé (Cl 4.10; At 12.12) chamada Maria, uma mulher piedosa de Jerusalém, em cuja casa reuniam-se os apóstolos e os primeiros cristãos. Supõe-se que o evangelista se converteu pelo testemunho do apóstolo Pedro, porque trata-o como sendo seu filho (1 Pe 5.13). Assim, pois, Marcos estava muito unido aos seguidores de nosso Senhor, devendo ele mesmo ser participante deste grupo. Marcos escreveu em Roma; alguns supõem que Pedro ditava para ele, mesmo que o testemunho geral diga que tendo o apóstolo pregado em Roma, Marcos, que o acompanhava, e que compreendia claramente aquilo que Pedro pregou, teve o desejo de escrevê-lo em detalhes. Podemos comentar que a grande humildade de Pedro é muito evidente onde quer que se fale dele. Apenas se menciona uma ação ou obra de Cristo em que este apóstolo não esteve presente, e as minúcias demonstram que os feitos foram relatados por uma testemunha ocular. Este Evangelho registra mais os milagres do que os sermões de nosso Senhor, e mesmo que em muitos aspectos relate as mesmas coisas que o Evangelho segundo Mateus, podemos colher vantagens pela repetição dos mesmos sucessos, emoldurados por cada evangelista, conforme o ponto de vista que mais afetasse a sua própria mente.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry)
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Marcos 1 Versículos 1-8: O trabalho de João Batista; 9-15: O batismo e a tentação do Senhor Jesus Cristo; 14-22: Cristo prega e chama discípulos; 25-28: Expulsa um espírito imundo; 29-59: Cura muitos enfermos; 40-45: Cura um leproso. Vv. 1-8. Isaías e Malaquias falaram sobre o princípio do Evangelho de Jesus Cristo no ministério de João Batista. Pelo que estes profetas dizem, devemos observar que Cristo, pelo Evangelho, vem a nós trazendo um tesouro de graça e um cetro de governo. A corrupção do mundo é tamanha, que existe uma grande oposição ao seu avanço. Quando Deus enviou o seu Filho ao mundo, e quando o envia ao coração, encarregou-se e encarrega-se de preparar-lhe o caminho. João se considera indigno de servir a Cristo até mesmo por meio do ofício mais vil. os santos mais iminentes têm sido sempre os mais humildes. Sentem, mais do que os outros, a necessidade que têm do sangue expiatório do Senhor Jesus Cristo, e do Espírito que santifica. A grande promessa que o Senhor Jesus Cristo faz em seu Evangelho aos arrependidos, cujos pecados foram perdoados, é que serão batizados com o Espírito Santo; purificados por sua graça e renovados por seu consolo. Utilizamos as ordenanças da Palavra e os sacramentos em sua maior parte sem proveito nem consolo, porque não temos a luz divina dentro de nós. E não a temos porque não a pedimos, porque a sua Palavra, que não pode falhar, diz que o nosso Pai celestial dará esta luz, o seu Espírito Santo, àqueles que o pedirem. Vv. 9-13. O batismo de Cristo foi a sua primeira aparição pública depois de ter vivido por muito tempo no anonimato. Quantos valores ocultos existem e não são conhecidos neste mundo! Porém, cedo ou tarde serão conhecidos, assim como o Senhor Jesus Cristo o foi. Tomou sobre si mesmo a semelhança da carne de pecados, e deste modo, por nossa causa, santificou-se a si mesmo para que nós também fôssemos santificados e batizados com Ele (Jo 17.19). Observemos com quanta honra Deus o reconheceu, quando sujeitou-se ao batismo de João. Viu o
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 3 Espírito Santo que descia sobre Ele em forma de uma pomba. Podemos ver que o céu se abre quando vemos o Espírito que vem sobre a nossa vida e que trabalha em nós. A boa obra de Deus em nós é uma prova certa de sua boa vontade para conosco, e de seus preparativos para nós. Marcos comenta a respeito da tentação do Senhor Jesus Cristo, que estava no deserto com as feras selvagens. Era um exemplo do cuidado que o seu Pai tinha para com Ele, o que o animava ainda mais em relação à provisão que receberia. As proteções especiais são primícias de provisões oportunas. A serpente tentou o primeiro Adão no jardim, o segundo Adão no deserto; sem dúvida, teve diferentes resultados, e desde então, continua tentando os filhos de ambos em todos os lugares e condições. A companhia e as conversas têm as suas tentações; e estar a sós, mesmo em um deserto, também tem as suas. Nenhum lugar nem estado é capaz de se eximir, bem como nenhuma ocupação, nenhum trabalho lícito, comer ou beber, e até mesmo jejuar e orar; a maioria dos assaltos costumam acontecer nestes deveres, mas neles está a vitória mais doce. O ministério dos anjos bons é algo de grande consolo, em contraste com os maus desígnios dos anjos caídos e maus. Porém, nos consola muito mais que os nossos corações sejam a morada do Deus Espírito Santo. Vv. 14-22. Jesus começou a pregar na Galiléia, depois que João foi encarcerado. Se alguém é afastado, outros serão levantados para executar a mesma obra. observemos as grandes verdades que foram pregadas por nosso Senhor Jesus Cristo. Por meio do arrependimento damos glória ao nosso Criador, a quem temos ofendido; pela fé damos glória ao nosso Redentor, que veio nos salvar dos nossos pecados. Cristo uniu ambos - a fé e o arrependimento, e que nenhum homem pense em separá-los. Cristo honra aqueles que são diligentes naquilo que se relaciona a Ele, e que são amáveis uns para com os outros, mesmo que sejam considerados como pessoas de pouca importância neste mundo. A laboriosidade e a unidade são boas e agradáveis, e o Senhor Jesus
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 4 abençoa aqueles que possuem estas qualidades. Aqueles que são chamados por Cristo, devem deixar tudo para segui-lo; Ele, por sua graça, faz com que estejam dispostos a que seja assim. Não significa que tenhamos de sair do mundo, mas que devemos nos desapegar dele; devemos abandonar tudo aquilo que seja contrário ao nosso dever para com Cristo, e que não possa ser conservado sem que traga dano à nossa alma. Jesus pregou e curou no dia de repouso, aplicando-se a ele, e sendo abundante na obra para a qual fora designado. Existem muitas coisas admiráveis na doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo; e quanto mais a ouvimos, mais causas vemos para admirá-la. Vv. 23-28. O Diabo é um espírito imundo porque perdeu toda a inocência de sua natureza, razão pela qual atua em oposição direta ao Espírito Santo de Deus, e por suas sugestões que contaminam o espírito dos homens. Em nossas congregações há muitos que, calados, dão atenção a mestres puramente formais; porém, se o Senhor enviar ministros fiéis e a sã doutrina, e por seu Espírito permanecer a convicção, estes estarão prontos a dizer como este homem: "Que temos contigo, Jesus Nazareno?". Nenhum transtorno capacita o homem para que saiba que Jesus é o Santo de Deus. Não quer ter nada a ver com Jesus, porque não esperava ser salvo, e teme ser destruído por Ele. Observemos a linguagem utilizada por aqueles que dizem ao TodoPoderoso: Aparta-te de nós. Este espírito imundo odeia e teme a Cristo porque sabe que Ele é Santo, porque a mente carnal é inimiga de Deus, sendo especialmente contra a sua santidade. Quando Cristo, por sua graça, liberta as almas das garras de Satanás, não é algo que aconteça sem um tumulto na alma. Porque este inimigo maligno inquietará aqueles a quem não pode destruir. Isto provavelmente fazia com que todos aqueles que o vissem pensassem: Que nova doutrina é esta? Agora é realizada uma obra tão grande, porém, os homens trataram-na com desprezo e descuido. Se não fosse assim, a conversão de um homem notoriamente mau a uma vida sóbria,
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 5 justa e santa, por meio da pregação do Salvador crucificado, faria com que muitos perguntassem a si mesmos: Que doutrina é esta? Vv. 29-39. Onde quer que o Senhor Jesus Cristo chegue, vem para fazer o bem. Ele nos cura para que possamos servi-lo, bem como ao nosso próximo que pertence a Ele, e por amor a Ele. Aqueles que não podem servir ao Senhor em público por estarem enfermos, ou por causa de outros impedimentos verdadeiros, podem esperar a graça e a presença do Salvador. Ele aliviará a tristeza e tirará as dores. observe quão numerosos eram os pacientes. o fato de outros andarem bem com o Senhor Jesus Cristo deveria ser um grande incentivo para que também o seguíssemos. O Senhor Jesus Cristo foi a um lugar deserto. Mesmo não correndo o risco de distrair-se, ou de ser tentado à vanglória, de todo modo se retirava. Aqueles que desempenham em público a maior parte de suas atividades, e da melhor categoria, devem, contudo, procurar estar a sós com Deus. Vv. 40-45. Aqui temos uma passagem em que o Senhor Jesus Cristo limpa um leproso. Ela nos ensina que devemos buscar ao Salvador com grande humildade e com total submissão à sua vontade, dizendo ao Senhor: "Se queres". Esta atitude deu ânimo imediato ao Senhor Jesus Cristo para que socorresse ao angustiado. observemos também o que é que podemos esperar do Senhor Jesus Cristo: que tudo será feito conforme a nossa fé. o pobre leproso disse: " Se queres". Cristo dispensa rapidamente favores àqueles que com prontidão encomendam-se à sua vontade. Ele não fez nada que aparentemente indicasse que buscava o louvor popular. Não há razão para que tenhamos dúvidas quanto ao dever de divulgarmos os louvores ao Senhor Jesus Cristo.
Marcos 2 Versículos 1-12: O Senhor Jesus Cristo cura um paralítico; 13-17: A chamada de Levi, e a hospitalidade que ele oferece a Jesus; 18-22:
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 6 Porque os discípulos de Cristo não jejuaram; 23-28: O Senhor Jesus Cristo justifica os seus discípulos por colherem milho no dia de repouso. Vv. 1-12. A desgraça deste homem fez com que tivessem de transportá-lo desta maneira, e mostra o estado de sofrimento da vida humana; foi uma demonstração de bondade dos que assim o transportavam, e ensina a compaixão que deveria existir no homem para com os seus semelhantes que têm dificuldades. A fé firme e verdadeira, é capaz de trabalhar de diversas maneiras, porém, será aceita e aprovada por Jesus Cristo. O pecado é a causa de todas as nossas dores e enfermidades. A maneira de eliminar o efeito é eliminar a causa. o perdão do pecado golpeia a raiz de todas as enfermidades. o Senhor Jesus Cristo provou que tem poder para perdoar pecados, quando mostrou o seu poder para curar o homem que era paralítico. A cura das enfermidades era também uma figura do perdão dos pecados, porque o pecado é a enfermidade da alma. Quando o pecado é perdoado, esta enfermidade é curada. Quando vemos a obra que o Senhor Jesus Cristo faz ao curar o corpo e a alma das pessoas, devemos reconhecer que jamais vimos algo igual. A maioria dos homens se considera íntegra; eles não sentem necessidade de um médico; portanto, desprezam ou rejeitam a Cristo e o seu Evangelho. o pecador humilde e convicto, que já não tem mais qualquer esperança de auxílio, exceto do Salvador, mostrará a sua fé recorrendo a Ele sem demora. Vv. 13-17. Mateus não era um homem bom; pelo contrário, porque sendo judeu, jamais deveria ter sido um publicano, isto é, um cobrador de impostos para os romanos. Contudo, o Senhor Jesus Cristo chamou este publicano para que o seguisse. Com Deus, através de Cristo, há misericórdia para perdoar os maiores pecados, e graça para transformar os maiores pecadores tornando-os santos. Um publicano fiel, que tratasse as pessoas e os fatos com eqüidade, era algo raro. Pelo fato de os judeus terem um ódio particular contra o ofício que demonstrasse a sua sujeição aos romanos, deram um mal nome aos cobradores de impostos. Porém, o
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 7 nosso bendito Senhor não vacilou em conversar com os tais, quando se manifestou. Não é novidade que aquilo que esteja bem feito e bem planejado seja caluniado, e transformado em algo reprovável para os homens supostamente mais sábios e melhores. O Senhor Jesus Cristo não se retrataria, mesmo que os fariseus se sentissem ofendidos. Se o mundo tivesse sido justo, não teria havido ocasião para que Cristo viesse para pregar o arrependimento ou comprar o perdão. Não devemos andar na companhia dos ímpios por amor às suas conversas vãs; porém, temos de mostrar amor para com a alma de cada um deles, lembrando-nos de que o nosso bom Médico tinha em si o poder de curar, e diferente de nós, não corria nenhum risco de contaminar-se com a enfermidade. Ao procurarmos fazer o bem ao nosso próximo, tenhamos o cuidado para não causarmos danos a nós mesmos. Vv. 18-22. Os praticantes da religião são bons para encontrar falhas em tudo aquilo que não esteja completamente de acordo com os seus pontos de vista. o Senhor Jesus Cristo também foi caluniado; nós devemos estar dispostos a enfrentar as calúnias, e termos todo o cuidado para não as merecermos. Devemos atender cada parte de nosso dever em sua ordem e em cada momento apropriado. Vv. 23-28. O dia do repouso era uma instituição sagrada e divina; um privilégio e um benefício, não era uma tarefa e nem uma escravidão. Deus jamais o concebeu para que fosse uma carga para o seu povo; portanto, não deveriam fazer com que fosse assim. o dia de repouso havia sido instituído para o bem da humanidade, porquanto vive em sociedade, tendo muitas necessidades e problemas, e preparando-se para um estado eterno de felicidade ou infelicidade. o homem não foi feito para o dia de repouso, como se guardando-o, pudesse estar prestando um serviço a Deus, nem lhe foi ordenado que guardasse as suas formalidades exteriores para seu verdadeiro prejuízo. Toda obediência a este respeito deve ser interpretada pela regra da misericórdia.
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Marcos 3 Versículos 1-5: A cura do homem que tinha uma das mãos mirrada; 6-12: A multidão vai a Cristo; 13-21: A chamada dos apóstolos; 22-30: A blasfêmia dos escribas; 31-35: Os familiares do Senhor Jesus Cristo. Vv. 1-5. O caso deste homem era triste; a sua mão ressecada o incapacitava de trabalhar e ganhar a vida. Aqueles que têm este tipo de problema são as pessoas mais apropriadas para serem objeto de nossa caridade. Aqueles que não podem valer-se por si mesmos devem ser socorridos. Porém, os infiéis obcecados, mesmo quando não podem dizer nada contra a verdade, ainda assim não se rendem. ouvimos o mal que foi dito, e vimos o mal que foi feito, mas Cristo olha para a raiz de amargura que está em cada coração, a cegueira e a dureza, e se entristece. Tremam os pecadores que possuem o coração endurecido, ao pensarem na ira com que o Senhor olhará para eles dentro de pouco tempo, quando chegar o dia de sua ira. O grande dia para que sejam curados é hoje; o dia de repouso e o lugar onde serão curados é a casa de oração, e o poder de curar é de Cristo. A ordem do Evangelho é tal como está registrada aqui: ainda que as nossas mãos estejam secas, mesmo assim, se não as estendermos, será nossa falta se não formos curados. Quando formos curados, o Senhor Jesus Cristo, o seu poder e sua graça, devem ter toda a glória por isto. Vv. 6-12. Todas as nossas enfermidades e calamidades provem da ira de Deus contra os nossos pecados. A eliminação destes, ou a sua transformação em bênçãos para nós, foi adquirida pelo sangue de nosso Senhor Jesus Cristo. Porém, devemos temer principalmente as pragas e as enfermidades de nossa alma e de nosso coração; Ele é capaz de sarálas também por meio de sua Palavra. Que mais e mais pessoas se apressem a ir a Cristo, para que sejam curados destas pragas, e livres dos inimigos de sua alma. Vv. 13-21. Cristo chama todos aqueles a quem Ele quiser, porque a graça lhe pertence. Havia pedido aos apóstolos que se apartassem da multidão e que fossem a Ele. Então deu-lhes poder para que curassem
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 9 enfermidades e expulsassem demônios. Que o Senhor envie muitos mais dentre aqueles que têm estado com Ele, e que têm aprendido com Ele a pregar o seu Evangelho, a serem instrumentos de sua bendita obra. Aqueles que possuem um coração que cresceu na obra de Deus, podem facilmente suportar aquilo que lhes é inconveniente, e preferirão perder uma refeição do que uma oportunidade de fazer o bem. Aqueles que andam com zelo na obra de Deus devem esperar atitudes prejudiciais por parte dos inimigos, e dos afetos equivocados dos amigos; devem ter cuidado com ambos. Vv. 22-30. Era claro que a doutrina do Senhor Jesus Cristo tinha a tendência direta de aniquilar o poder do Diabo; e também era claro que a sua expulsão dos corpos das pessoas confirmava esta doutrina. Como conseqüência, Satanás não podia suportar este desígnio. o Senhor Jesus Cristo fez uma advertência espantosa contra pronunciar palavras tão perigosas quanto estas. É verdade que o Evangelho promete o perdão para os maiores pecados, e para os maiores pecadores, porque Cristo comprou o perdão. Porém, pelo pecado de blasfêmia contra o bendito Espírito Santo, estes se opuseram aos dons do Espírito Santo, concedidos à Igreja após a ascensão do Senhor Jesus Cristo. Tal é a inimizade do coração, que aqueles que não são convertidos prefeririam que os crentes estivessem fazendo uma obra demoníaca, quando os pecadores são levados ao arrependimento e à nova vida. Vv. 31-35. É um grande consolo para todos os verdadeiros cristãos, saber que se forem santos, serão mais queridos para Cristo do que uma mãe, irmã ou irmão, como seriam os familiares naturais. Bendito seja Deus, este grande privilégio da graça já é nosso agora; porque ainda que não possamos desfrutar a presença física de Cristo, a sua presença espiritual não nos é negada.
Marcos 4 Versículos 1-20: A parábola do semeador; 21-34: Outras parábolas; 35-41: O Senhor Jesus Cristo acalma uma tempestade.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 10 Vv. 1-20. Esta parábola continha instruções tão importantes que todos aqueles que fossem capazes de ouvi-la estariam obrigados a atendê-la. Há muitas coisas que devemos saber; e se não entendermos as verdades claras do Evangelho, como aprenderemos as mais difíceis? Será fácil valorizarmos os privilégios que desfrutamos como discípulos de Cristo, se meditarmos seriamente no estado deplorável de todos aqueles que não possuem tais privilégios. No grande campo que é a Igreja, a Palavra de Deus é dispensada a todos. Dos muitos que ouvem a Palavra do Evangelho, alguns poucos recebem-na de tal maneira que no futuro darão frutos. Muitos daqueles que se sentem profundamente tocados pela Palavra momentaneamente, não recebem um benefício duradouro. A Palavra não deixa impressões permanentes na mente dos homens porque os seus corações não estão devidamente dispostos para recebê-la. o Diabo está muito ocupado com os ouvintes negligentes, assim como as aves do céu o estão com a semente que está sobre o solo. Muitos seguem uma profissão de fé falsa e estéril, e estão se dirigindo para o inferno. As impressões que não são profundas, não serão duradouras. Muitos não se importam com a obra no coração, sem a qual a religião não é nada. A abundância do mundo impede que outros sejam beneficiados pela Palavra de Deus. Aqueles que têm pouco do mundo, ainda podem ser destruídos por satisfazerem as concupiscências de seus próprios corpos. Deus espera e requer frutos daqueles que desfrutam do Evangelho, um temperamento mental e os devocionais cristãos exercidos diariamente, além dos deveres cristãos devidamente desempenhados. Contemplemos ao Senhor para que, por sua graça regeneradora, os nossos corações possam chegar a ser uma boa terra, e que a boa semente da Palavra de Deus produza em nossa vida estas boas palavras e obras que vêm por meio de Jesus Cristo para louvor e glória de Deus Pai. Vv. 21-34. Estas declarações estavam concebidas, para atrair a atenção dos discípulos para a Palavra do Senhor Jesus Cristo. Por este tipo de instrução, foram capacitados a instruir a outros. Como as velas
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 11 que se acendem, não para que estejam cobertas, mas para que sejam postas em um candelabro para que dêem luz ao ambiente em que estiverem. Esta parábola da boa semente, mostra a maneira pela qual o reino de Deus progride neste mundo. Que nada além da Palavra de Cristo, ocupe o lugar que esta deve ocupar na alma, e isto será demonstrado por meio da boa conversação. Ela cresce gradualmente; em primeiro lugar o broto; em seguida a folha; depois disto, o trigo maduro na espiga. Após ter brotado, continuará crescendo. A obra da graça na alma é, primeiramente, somente como o dia das coisas pequenas; contudo, já tem produtos poderosos, enquanto cresce. Porém, imaginemos o que haverá quando estiver aperfeiçoada no céu! Vv. 35-41. O Senhor Jesus Cristo estava adormecido durante a tormenta, para provar a fé de seus discípulos e insistir com eles para que orassem. A fé deles mostrou-se fraca, mas as suas orações poderosas. Quando o nosso malvado coração é como o mar tempestuoso que não tem repouso, quando as nossas paixões são ingovernáveis, pensemos que ouvimos a lei de Cristo dizendo: Cala-te, aquieta-te. Quando exteriormente existem pleitos e interiormente temores, o espírito está inquieto. Porém, se Ele disser: Fique em paz, tenha calma; haverá imediatamente uma grande calmaria. "Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?". Mesmo que existam causas para temer, não há, contudo, causas para sentir um terror como este. Aqueles que pensam que Jesus não se importou muito com o perigo do seu povo perecer, podem suspeitar que não têm fé. Quão imperfeitos são até mesmo aqueles que são considerados os melhores santos! A fé e o medo se alternarão enquanto estivermos neste mundo, porém, em breve, o medo será vencido e a fé se distanciará tanto dele, que o perderá de vista.
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Marcos 5 Versículos 1-20: A libertação do endemoninhado; 21-34: A cura de uma mulher. 35-43: A filha de Jairo é ressuscitada. Vv. 1-20. Alguns pecadores abertamente mal intencionados, são como este endemoninhado. Os mandamentos da lei mosaica são como cadeias e grilhões, para refrear os pecadores em seus maus caminhos. Porém eles despedaçam estes freios, e esta é uma das provas do poder do Diabo que opera neles. Uma legião de soldados era composta por seis mil homens ou mais. Quantas multidões de espíritos caídos devem existir, sendo todos eles inimigos tanto de Deus quanto do homem, e nesta passagem é relatado que havia uma legião em um único pobre homem infeliz! Há muitos que se levantam contra nós. Não somos adversários capazes de enfrentar os nossos inimigos espirituais com a nossa própria força, porém no Senhor, e com o poder de sua força, seremos capazes de resistir a eles, mesmo havendo legiões. Quando o transgressor mais vil é liberto da escravidão do Diabo pelo poder do Senhor Jesus Cristo, senta-se contente aos pés de seu Libertador e ouve a sua Palavra, que liberta os infelizes escravos de Satanás, e conta-os entre os seus santos e os seus servos. Quando o povo soube que os seus porcos haviam-se perdido, o Senhor Jesus Cristo já não lhes foi tão agradável. A paciência e a misericórdia podem ser vistas até mesmo nas medidas corretivas, pelas quais os homens perdem os seus pertences, porém salvam a sua vida, e são advertidos a que busquem a salvação de sua alma. O homem proclamou com júbilo as grandes coisas que Jesus havia feito por ele. Todos os homens se maravilharam, porém poucos o seguiram. Muitos que não possuem outra reação senão maravilhar-se por causa das obras do Senhor Jesus Cristo, não se apegam a Ele como deveriam. Vv. 21-34. O Evangelho desprezado se encaminhará para onde for melhor recebido. Um dos dirigentes de uma sinagoga buscou
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 13 fervorosamente ao Senhor Jesus Cristo, porque a sua filha, de doze anos, estava morrendo. Estando a caminho, o Senhor Jesus curou uma outra pessoa. Devemos fazer o bem não somente quando estivermos em casa, mas também quando estivermos andando pelo caminho (Dt 6.7). É comum que muitos não recorram ao Senhor Jesus Cristo, até que tenham tentado em vão todos os demais socorros, e concluído, como certamente costuma acontecer, que eram médicos sem valor. Alguns dirigem-se apressadamente às diversões e às companhias alegres; outros mergulham de cabeça nos negócios e até mesmo na completa embriaguez. Outros dedicam-se a estabelecer a sua própria justiça ou atormentam-se com vãs superstições. Muitos perecem em tais caminhos, porém, ninguém jamais encontrará repouso para a alma, utilizando tais métodos; enquanto que aqueles a quem o Senhor Jesus Cristo cura da enfermidade do pecado, dão-se conta de uma completa mudança para melhor em si mesmos. Como os atos secretos de pecado, assim os atos secretos de fé são conhecidos pelo Senhor Jesus Cristo. A mulher disse toda a verdade. A vontade do Senhor Jesus Cristo é que o seu povo seja consolado, e Ele tem o poder necessário para enviar consolo aos espíritos perturbados. Quanto mais claramente dependamos dEle, e esperemos grandes coisas dEle, mais encontraremos em nós mesmos que Ele tem chegado a ser a nossa salvação. Aqueles que por fé são curados de suas enfermidades espirituais, têm razões para estar em paz. Vv. 35-43. Podemos supor que Jairo teve dúvidas se deveria ou não pedir ao Senhor Jesus Cristo que fosse à sua casa, quando disseram-lhe que a sua filha estava morta. Porém, não temos a mesma oportunidade em relação à graça de Deus, e o consolo do Espírito Santo, pelas orações de nossos ministros e amigos cristãos, quando a morte está em casa, como quando ali está a enfermidade? A fé é o único remédio contra a tristeza e o temor em momentos como estes. Creia na ressurreição, e então não temas.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 14 O Senhor Jesus Cristo ressuscitou a menina morta com uma palavra de poder. Assim é o chamado do Evangelho para aqueles que por natureza estão mortos em delitos e pecados. É por meio da Palavra de Cristo que se dá a vida espiritual. Todos aqueles que vieram e ouviram, maravilharam-se diante do milagre e daquEle que o realizou. Mesmo que agora não possamos esperar que os nossos filhos ou familiares mortos sejam ressuscitados e voltem ao nosso convívio, podemos esperar consolo quando estivermos em provas.
Marcos 6 Versículos 1-6: O Senhor Jesus Cristo é desprezado em seu próprio país; 7-13: O comissionamento dos apóstolos; 14-29: João Batista é condenado a morte; 30-44: O regresso dos apóstolos O milagre da alimentação dos cinco mil; 45-56: Cristo caminha sobre o mar- Cura aqueles que o tocam. Vv. 1-6. Os compatriotas de nosso Senhor procuraram prejudicar o povo em relação a Ele. Não é este o carpinteiro? O nosso Senhor Jesus Cristo havia trabalhado com o seu pai neste ofício. Deste modo honrou o trabalho manual, e estimula cada pessoa a comer do trabalho de suas próprias mãos. Convém que os seguidores de Cristo se contentem com a satisfação de fazer o bem, mesmo que lhes seja negado o elogio por isto. Quanto estes nazarenos perderam por causa de seu obstinado preconceito contra o Senhor Jesus Cristo! Que a graça divina nos livre desta incredulidade, que faz corri que Cristo seja para a alma mais como odor de morte do que de vida. Vamos, como nosso Mestre, e ensinemos o caminho da salvação aos habitantes das aldeias e aos camponeses. Vv. 7-13. Mesmo estando os apóstolos conscientes de sua grande fragilidade, e sem esperarem vantagens mundanas por obedecerem ao seu Mestre, e dependendo de sua força, saíram para cumprir a sua missão. Não divertiram o povo com assuntos curiosos; diziam-lhes que deveriam arrepender-se de seus pecados e voltarem-se a Deus. Os servos
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 15 de Cristo esperam cooperar para que muitos se convertam das trevas a Deus, e para curarem as almas pelo poder do Espírito Santo. Vv. 14-29. Herodes temia João enquanto este estava vivo, e ainda temeu quando João morreu. Herodes colocou em prática muitas coisas que aprendeu por meio das pregações de João, porém, não basta fazer "muitas" coisas; devemos respeitar todos os mandamentos. Herodes respeitou João até que este tocou no assunto de sua Herodias. Do mesmo modo, muitos amam a boa pregação, desde que ela se mantenha longe do pecado que eles amam. Entretanto, é melhor que os pecadores agora persigam os ministros por causa de sua fidelidade, do que os maldigam eternamente por sua infidelidade. Os caminhos de Deus são inescrutáveis, e devemos estar certos de que Ele jamais considerará como perda o recompensar os seus servos por aquilo que suportam ou perdem por amor a Ele. A morte não podia chegar como uma surpresa tão grande a este santo homem; o triunfo do ímpio durou pouco. Vv. 30-44. Os ministros não devem fazer e nem ensinar nenhuma outra coisa, senão aquilo que estiverem dispostos a contar ao seu Senhor. Cristo observa o medo de alguns de seus discípulos, e o trabalho de outros dentre eles; dá repouso àqueles que estão fatigados, e refúgio aos atemorizados. o povo buscou o alimento espiritual na Palavra de Cristo e, então, Ele tomou as providências necessárias para que não tivessem falta de comida para o sustento de seu corpo. Se o Senhor Jesus Cristo e os seus discípulos suportaram coisas vis, é certo que nós também o podemos. Este milagre demonstra que Cristo veio ao mundo não somente para restaurar, mas para preservar e nutrir a vida espiritual. Nele há o suficiente para todos aqueles que o buscarem. Ninguém é despedido vazio por Cristo, senão aqueles que vão a Ele cheios de si mesmos. Ainda que Cristo tivesse o pão suficiente ao dar a ordem, ensinanos a não desperdiçarmos nada que tenhamos recebido pela generosidade de Deus, lembrando-nos de quantos sofrem necessidades. Pode ser que venhamos a precisar dos pedaços que agora jogamos fora.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 16 Vv. 45-56. A Igreja é freqüentemente como um barco no mar, rodeada por tormentas e aparentemente sem consolo; podemos ter o Senhor Jesus Cristo a nosso favor, mas o vento e a maré contra nós. É um consolo para os discípulos de Cristo, em meio a uma tormenta, que o seu Mestre esteja no monte intercedendo por eles. Não há dificuldades que consigam impedir a manifestação do Senhor Jesus a favor de seu povo, quando chega o tempo designado para tal. Ele aquietou os temores que sentiam, dando-se a conhecer a eles. Os nossos temores se desfazem imediatamente quando os nossos erros são corrigidos, especialmente os erros em relação a Cristo. Se os discípulos têm consigo o seu Mestre, tudo está bem. Por falta de um entendimento adequado das obras anteriores de Cristo, é que vemos as suas obras atuais como se jamais tivessem existido outras. Se os ministros do Senhor se lembrassem que têm à sua disposição o poder para curar enfermidades físicas, que grandes multidões se amontoariam em torno deles! É triste pensar que muitos se preocupam muito mais por seus corpos do que por suas almas.
Marcos 7 Versículos 1-13: As tradições dos anciãos; 14-23: Aquilo que contamina o homem; 24-30: A cura da mulher cananéia; 31-3 7. O Senhor Jesus Cristo restaura a audição e a fala de um homem. Vv. 1-13. Um grande objetivo da vinda de Cristo era colocar de lado a lei cerimonial; para dar lugar a isto, reprova as cerimônias que os homens acrescentam à lei de Deus. As mãos limpas e o coração puro que Cristo concede aos seus discípulos, e requer deles, são muito diferentes das formalidades exteriores e supersticiosas dos fariseus de todas as épocas. Jesus os reprova por terem rejeitado o mandamento de Deus. Fica claro que é dever dos filhos, se os seus pais forem pobres, aliviá-los o tanto quanto possível. E se os filhos que amaldiçoam os seus pais merecem morrer, muito mais aqueles que os deixam passar fome. Porém,
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 17 se um homem se conformasse com as tradições dos fariseus, eles encontrariam uma maneira de liberá-lo do cumprimento deste dever. Vv. 14-23. Os nossos maus pensamentos e afetos, palavras e atitudes, nos contaminam, e é somente isto que nos contamina. Assim como um manancial podre surge de águas podres, assim é o coração corrupto que produz argumentos corruptos, apetites e paixões corruptas, e todas as más obras e ações que deles surgem. o entendimento espiritual da lei de Deus, e a consciência do mal causado pelo pecado, farão com que o homem busque a graça do Espírito Santo, para suprimir os maus pensamentos e afetos que trabalham em seu interior. Vv. 24-30. O Senhor Jesus Cristo jamais rejeitou qualquer um daqueles que caíram aos seus pés, coisa que uma pobre alma temerosa pode fazer de modo confiante. Como esta era uma boa mulher, era também uma boa mãe. Isto fez com que ela fosse a Cristo. O fato de mencionar que os filhos deveriam ser saciados primeiramente, mostra que havia misericórdia para os gentios, e que esta não estava distante. Ela falou, não como se considerasse a misericórdia de modo precipitado, mas sim magnificando a abundância das curas milagrosas feitas em favor dos judeus, que em contraste com apenas uma única cura, era senão uma migalha. Assim, pois, enquanto os orgulhosos fariseus são abandonados pelo Salvador, Ele manifesta a sua compaixão pelos pobres pecadores humildes, que olham para Ele no aguardo do pão que concede aos filhos. o Senhor Jesus Cristo ainda continua buscando e salvando aquele que havia se perdido. Vv. 31-37. Nesta passagem temos a cura de um homem surdo e gago. Aqueles que trouxeram este pobre homem ao Senhor Jesus Cristo, suplicaram-lhe que examinasse o caso e que colocasse o seu poder em ação. o nosso Senhor utilizou mais atos externos do que de costume no caso desta cura. Estes eram sinais exclusivos do poder de Cristo para curar o homem, para exortar a sua fé, e a fé daqueles que o trouxeram. Ainda que encontremos uma grande diversidade nos casos e modos de aliviar aqueles que recorreram a Cristo, todos, contudo, tiveram o alívio
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 18 que buscaram. Assim, continuam sendo a grande preocupação de nossas almas.
Marcos 8 Versículos 1-10: O milagre da alimentação dos quatro mil; 11-21: A advertência de Cristo contra os fariseus e herodianos; 22-26. A cura de um cego; 27-33: O testemunho de Pedro a respeito do Senhor Jesus Cristo; 34-38: O Senhor Jesus Cristo deve ser seguido. Vv. 1-10. O Senhor Jesus exortou os mais vis, que foram a Ele em busca de vida e graça. Cristo conhece e considera o nosso estado de ânimo. A generosidade de Cristo está sempre preparada; para mostrar isto, repete este milagre. os seus favores se renovam, como ocorre com as nossas carências e necessidades. Aquele que tem a Cristo, e vive por fé, não deve temer a escassez, e deve viver pela fé com ação de graças. Vv. 11-21. A incredulidade obstinada terá algo a dizer, mesmo que seja muito irracional. O Senhor Jesus Cristo recusou-se a dar resposta à demanda daqueles homens. Se não sentirem a convicção do pecado, jamais se convencerão. Ah! Que razão temos para nos lamentar por aqueles que nos rodeiam, e destroem a si mesmos e aos demais por meio de sua incredulidade perversa e obcecada, e por sua inimizade contra o Evangelho! Quando nos esquecemos das obras de Deus e não confiamos nEle, devemos nos repreender severamente, assim como Cristo repreende aqui os seus discípulos. Como é que por tantas vezes nos equivocamos como significado daquilo que Ele nos diz, desprezamos as suas advertências, e não confiamos em seus cuidados para conosco? Vv. 22-26. Aqui está o caso de um cego que foi levado a Cristo por seus amigos. Aqui fica demonstrada a fé daqueles que o trouxeram. Se aqueles que estão espiritualmente cegos não orarem por si mesmos, em todo o caso os seus amigos e parentes devem orar por eles, para que o Senhor Jesus Cristo os toque. A cura foi realizada de forma gradual, o que não era comum nos milagres de nosso Senhor. Cristo demonstra o seu método comum para curar, por sua graça, àqueles que por natureza
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 19 estão espiritualmente cegos. Em primeiro lugar, o conhecimento que estas pessoas possuem é confuso. Porém, quando encontram-se com Cristo e buscam conhecê-lo, o seu conhecimento se torna como a luz da aurora, que vai aumentando até que seja dia perfeito e, então, eles vêm claramente todas as coisas. Não prestar a devida atenção aos favores do Senhor Jesus Cristo é renunciar a eles; e aqueles que o fazem, conhecerão o valor dos seus benefícios por meio da necessidade. Vv. 27-33. Estas coisas estão escritas para que creiamos que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus. Os milagres de nosso Senhor nos asseguram que Ele não foi vencido, mas que foi vencedor. Agora, os discípulos estão convencidos de que Jesus é o Cristo; estão em condições de suportar o conhecimento dos sofrimentos que o Senhor Jesus enfrentará, os quais o Senhor começa aqui a lhes revelar. Ele vê os erros naquilo que dizemos ou fazemos, dos quais nem sequer nós mesmos temos consciência, e sabe de que espírito somos, mesmo que não o soubéssemos. A sabedoria humana se toma algo néscio quando tema pretensão de limitar as intenções de Deus. Pedro não compreendia corretamente a natureza do reino de Cristo. Vv. 34-38. É freqüentemente informada a grande aglomeração de pessoas em volta do Senhor Jesus Cristo, para que ajudasse a multidão em diversos casos. Todos têm a obrigação de saber disto, se esperam que cure as suas almas. Eles não devem ser indulgentes para com o conforto de sua carne. Como a felicidade do céu com Cristo é suficiente para compensar a perda da própria vida por amor a Ele, assim, ganhar o mundo inteiro por meio do pecado não compensa o sofrimento da alma que é destruída pelo pecado. Chegará o dia em que a causa do Senhor Jesus Cristo aparecerá gloriosa, mesmo que alguns agora a considerem algo pequeno e desprezível. Pensemos nesta época e vejamos hoje tudo o que pertence a esta terra, do modo que o veremos naquele grande dia.
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Marcos 9 Versículos 1-13: A transfiguração; 14-29: A expulsão de um espírito maligno; 30-40: Uma repreensão aos apóstolos; 41-50: Deve-se preferir a dor ao pecado. Vv. 1-13. Aqui está uma profecia da proximidade imediata do reino de Cristo. Uma amostra deste reino foi dada na transfiguração do Senhor Jesus. Bom é nos afastarmos do mundo e estarmos a sós com Cristo. Que bom é estar com Cristo glorificado no céu, juntamente com todos os santos! Porém, quando as coisas não estão bem, temos a tendência de nos preocupar com o nosso próximo, e na plenitude de nossos deleites nos esquecemos das muitas necessidades de nossos irmãos. Deus reconhece Jesus, e aceita-o como o seu amado Filho, e está disposto a nos aceitar nEle. Portanto, devemos reconhecê-lo e aceitá-lo como nosso amado Salvador, e nos render para que Ele passe a comandar a nossa vida. O Senhor Jesus Cristo jamais deixa a alma quando o gozo e os consolos a deixam. Jesus explica aos discípulos a profecia a respeito de Elias. Esta era geralmente interpretada de tal maneira, que causava um mal-entendido a respeito de João Batista. Vv. 14-29. O pai do jovem que estava sofrendo mostrou a falta de poder dos discípulos; porém, o Senhor Jesus Cristo faz com que a sua desilusão seja atribuída à falta de fé. Muitas promessas nos são feitas, se crermos. Se tu não podes crer, é possível que o teu coração endurecido seja abrandado, as tuas enfermidades espirituais sejam curadas e, fraco como és, possas resistir até o fim. Aqueles que se queixam de incredulidade, devem olhar para Cristo, pedindo graça para que sejam ajudados, e a sua graça será suficiente para tal. Aqueles a quem o Senhor Jesus Cristo cura, são curados de modo eficaz. Satanás não quer ser expulso daqueles que têm sido os seus escravos por muito tempo, e quando não pode enganar ou destruir o pecador, causa-lhe todo o terror possível. os discípulos não devem
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 21 pensar que sempre farão a sua obra com a mesma facilidade; alguns serviços exigem algo mais do que as dores comuns. Vv. 30-40. O tempo do sofrimento de Cristo se aproximava. Se tivesse sido entregue nas mãos dos demônios, e estes tivessem feito aquilo que lhe foi feito, não teria sido algo estranho. Contudo, é surpreendente que sejam os homens aqueles que trataram de modo tão vergonhoso o Filho de Deus, que veio redimi-los e salvá-los. observemos que quando o Senhor Jesus Cristo falava de sua morte, sempre falava de sua ressurreição, a qual tirava dEle a reprovação da morte, e que deveria tirar de seus discípulos toda a tristeza. Muitos continuam sendo ignorantes por terem a vergonha de perguntar. Que situação! Mesmo que o Salvador ensine de modo tão claro as coisas que estão relacionadas ao seu amor e à sua graça, os homens estão tão cegos e surdos que não compreendem as suas palavras. Seremos chamados a prestar contas daquilo que falamos e de nossas disputas, especialmente os maiores dentre nós. os mais humildes e abnegados parecem-se mais com o Senhor Jesus Cristo, e Ele os reconhecerá de um modo mais terno. Jesus ensinou-lhes isto por meio de um sinal: "Qualquer que receber uma destas crianças em meu nome a mim me recebe". Muitos têm sido como os discípulos, dispostos a calar aqueles homens que têm conseguido pregar o arrependimento em nome do Senhor Jesus Cristo aos pecadores, somente porque não seguem juntamente com eles. o Senhor culpa os apóstolos, lembrando-lhes que aqueles que operam milagres em seu Nome não podem causar danos à sua causa. Se pecadores são levados ao arrependimento, a crerem no Salvador, e a levarem uma vida sóbria, justa e santa, então vemos que o Senhor é quem está trabalhando por intermédio de tal pregador. Vv. 41-50. É dito repetidamente sobre o ímpio, que o seu bicho não morre, como também que o fogo nunca se apaga. Sem dúvida o remorso na consciência, e a aguda reflexão em si mesmo, são o bicho que nunca morre. É por certo fora de comparação, que melhor é sofrer toda a dor,
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 22 dificuldade e negação de nós mesmos aqui neste mundo, e sermos felizes para todo o sempre no porvir, do que desfrutar aqui de todo o tipo de prazeres mundanos e temporais, e futuramente estarmos em desgraça para todo o sempre. Devemos ser temperados com sal, como os sacrifícios; os nossos afetos corruptos devem ser submetidos e mortificados pelo Espírito Santo. Aqueles que têm o sal da graça devem demonstrar que têm um princípio vivo de graça em seus corações, o qual elimina as disposições corruptas da alma, que ofendem a Deus ou às nossas próprias consciências.
Marcos 10 Versículos 1-12: A pergunta dos fariseus sobre o divórcio; 13-16. O amor de Cristo pelos pequeninos; 17-22: A conversa de Cristo com o jovem rico; 23-31: Os embaraços causados pelas riquezas; 32-45: O Senhor Jesus Cristo anuncia os Seus sofrimentos; 46-52: A cura de Bartimeu. Vv. 1-12. Onde quer que Jesus estivesse, multidões o seguiam e Ele as ensinava. Pregar era um costume constante do Senhor Jesus. Aqui Ele destaca que a razão pela qual a lei de Moisés permitiu o divórcio, era de tal natureza que eles não deveriam utilizar esta permissão; era somente por causa da dureza dos corações. O próprio Deus uniu um marido a uma mulher; preparou-os para que fossem tanto consolo quanto auxílio mútuo. Aquilo que Deus uniu não deve ser precipitadamente separado. Aquele que tem a intenção de abandonar a sua esposa deve pensar o que seria dele se Deus o tratasse deste modo. Vv. 13-16. Alguns pais ou pagens trouxeram crianças pequenas a Cristo para que Ele as tocasse, como símbolo de sua bênção sobre elas. Não parece que precisavam de alguma cura para os seus corpos, nem que fossem capazes de ser ensinadas. Porém, aqueles que estavam encarregados de seu cuidado, criam que a bênção do Senhor Jesus Cristo faria bem à alma de cada uma delas; portanto, levaram-nas a Ele. Jesus mandou que deixassem que viessem a Ele, e que nada fosse dito ou feito
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 23 para impedi-las. As crianças devem ser dirigidas ao Salvador, assim que forem capazes de compreender as suas Palavras. Além do mais, devemos receber o reino de Deus como crianças pequenas. Devemos ser carinhosos com Cristo e com a sua graça, assim como as crianças são para com os seus pais, pagens ou professores. Vv. 17-22. Este jovem rico demonstrou grande honestidade. Perguntou o que deveria fazer agora, para que pudesse ser feliz para sempre. A maioria pede bens que possam ser desfrutados neste mundo; qualquer bem (Sl 4.6). Porém, este jovem pede que lhe seja declarado qual é o bem que deve ser feito neste mundo, para que se possa desfrutar o bem maior no porvir. O Senhor Jesus Cristo estimula esta pergunta, dando assistência à fé do jovem e dirigindo-o à prática. Contudo, aqui há uma triste separação entre Jesus e este jovem. Ele pergunta ao Senhor o que deve fazer além daquilo que já vinha fazendo, para que pudesse alcançar a vida eterna. E o Senhor lhe responde que se ele tem, como sem dúvida aparentava ter, esta firme fé na vida eterna, e se a considera de elevado valor, se estaria disposto a suportar uma cruz no presente com a expectativa de uma futura coroa? O jovem lamentou não poder ser um seguidor de Cristo em condições mais difíceis. Lamentou também que não pudesse obter a vida eterna e reter ao mesmo tempo as suas posses mundanas. Retirou-se triste. Leia o texto em Mateus 6.24, que diz: "Não podeis servir a Deus e a Mamom". Vv. 23-31. O Senhor Jesus aproveita esta oportunidade para falar aos seus discípulos sobre a dificuldade de salvação daqueles que têm abundância de recursos neste mundo. Aqueles que ansiosamente buscam a riqueza deste mundo, jamais valorizarão de modo justo a Cristo e a sua graça. Além do mais, fala da grandeza da salvação daqueles que têm poucas posses neste mundo, e mesmo assim deixam-nas por amor a Ele. A maior prova da firmeza de um homem bom é produzida quando o amor a Jesus lhe pede que renuncie ao amor que tem pelos seus amigos e pelos seus familiares. Mesmo sendo vencedores por Cristo, ainda devem esperar sofrer por Ele
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 24 até que cheguem ao céu. Aprendamos a nos contentar mesmo em uma situação difícil, e a estarmos alertas contra o amor às riquezas quando estivermos em uma boa situação. oremos para ser capazes de deixar tudo, se assim for necessário, para servirmos a Cristo e utilizarmos em seu serviço tudo o que nos for permitido reter conosco. Vv. 32-45. Cristo segue adiante em seu empreendimento para a salvação da humanidade, o que foi, é e será para a surpresa de todos os seus discípulos. A honra mundana tem um determinado brilho, pelo qual os olhos dos próprios discípulos do Senhor Jesus Cristo podem ter se deslumbrado por muitas vezes. Vigiemos para que tenhamos a sabedoria e a graça necessárias, para que saibamos sofrer com Ele. E que possamos confiar que o Senhor proverá a glória que Ele mesmo nos quiser conceder. O Senhor Jesus Cristo mostra-lhes que os homens geralmente abusam do poder no mundo. Se Jesus nos concedesse todos os nossos desejos, logo se tornaria evidente que desejamos fama ou poder, e que não desejamos beber de seu cálice nem passarmos pelo seu batismo; podemos dizer que seria freqüentemente uma ruína se Ele respondesse, deste modo, as nossas orações. Porém, o Senhor nos ama, e concederá ao seu povo somente o que for bom para cada um. Vv. 46-52. Bartimeu, que tinha ouvido falar de Jesus e dos seus milagres, e sabendo que passaria por ali, esperava recuperar a visão. Quando nos dirigirmos a Cristo para pedir ajuda e saúde, devemos contemplá-lo como o Messias prometido. Os chamados de graça que Cristo nos faz, para que possamos ir a Ele, animam a nossa esperança de que, se formos a Ele, teremos aquilo que nEle buscamos. Aqueles que se aproximam de Jesus devem lançar fora a roupagem de sua autosuficiência, devem livrar-se de todo o peso e do pecado que, como roupas grandes, os assediam mais facilmente (Hb 12.1). Bartimeu pede que os seus olhos sejam abertos. Algo muito desejável é que sejamos capazes de ganhar o nosso pão; e onde quer que Deus tenha dado aos homens os seus limites de capacidade e sentidos, é
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 25 vergonhoso que, por serem néscios ou preguiçosos, tornem-se efetivamente cegos ou coxos. os olhos de Bartimeu foram abertos. A sua fé o salvou: a fé em Cristo como o Filho de Deus, e em sua compaixão e poder. Não as palavras que alguém repete constantemente, mas a sua fé; e o que o Senhor Jesus Cristo coloca para trabalhar é a nossa fé. Que os pecadores sejam chamados a imitar o cego Bartimeu. Jesus passa por onde se prega o Evangelho, ou pelos lugares onde circulam as Palavras escritas da verdade, e esta é a oportunidade. Não é o suficiente procurarmos ao Senhor Jesus Cristo para que recebamos a saúde espiritual, mas, quando estivermos curados, devemos continuar seguindo-o, para que possamos honrá-lo e recebermos as suas instruções. Aqueles que possuem visão espiritual vêem em Cristo esta beleza atraente, que fará com que busquem-no e sigam-no apressadamente.
Marcos 11 Versículos 1-11: A entrada triunfal do Senhor Jesus Cristo em Jerusalém; 12-18: A maldição da figueira estéril – A purificação do templo; 19-26. Orar com fé; 27-33: Os sacerdotes e os anciãos são interrogados sobre João Batista. Vv. 1-11. A chegada de Cristo a Jerusalém mostra, de forma notável, que Ele não temia o poder e nem a maldade dos seus inimigos. Isto alentada os seus discípulos, que estavam amedrontados. Além do mais, Ele não se mostrava inquieto por causa dos sofrimentos que se aproximavam. Contudo, tudo marcava a sua humilhação; e, assuntos como este nos ensinam a não nos preocuparmos por alcançar as coisas que estão em níveis superiores à nossa capacidade, mas a nos adequarmos àquelas que forem coerentes com a nossa capacidade. Que males são trazidos aos cristãos por ambicionarem aquilo que é demasiadamente alto para eles, aquilo que está acima de sua capacidade, quando Cristo esteve tão longe de reivindicá-las! Deram as boas vindas à sua pessoa: "Bendito o que vem em nome do Senhor!". Aquele que havia de vir, prometido, e
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 26 mencionado por tantas vezes, aguardado por tanto tempo, que vem em nome do Senhor. Que Ele tenha sempre os nossos melhores afetos. Ele é o Salvador bendito e nos traz bênçãos, e bendito seja aquEle que o enviou. os louvores sejam dados ao nosso Deus, que está nos mais altos céus, e que é Deus sobre todos, o Deus bendito para sempre. Vv. 12-18. O Senhor Jesus Cristo olhou para a figueira procurando algum fruto, porque o tempo de colher figos, embora próximo, ainda não havia chegado; porém, não encontrou sequer figos verdes. Fez da figueira um exemplo, não para as árvores, mas para os homens de todas as gerações. Esta era uma figura da condenação para a igreja judaica, à qual veio em busca de frutos, e não achou nenhum. O Senhor Jesus Cristo foi ao templo, e começou a reparar os abusos que eram cometidos em seus átrios, como um sinal de que quando o Redentor viesse a Sião, eliminaria a impiedade de Jacó. os escribas e os principais sacerdotes não procuravam um meio de estabelecerem a paz com Ele, mas de destruí-lo. Esta era uma intenção desesperada, pela qual somente poderiam temer, porque significava lutar contra Deus. Vv. 19-26. Os discípulos não podiam imaginar porque a figueira murchou tão rapidamente; porém, todos aqueles que rejeitam a Cristo murcham. Isto representa o estado da igreja judaica. Não devemos nos acomodar em uma religião que não nos torne férteis em boas obras. A partir disto, Cristo ensinou-lhes a orar com fé. Esta passagem pode ser aplicada à poderosa fé com que todos os verdadeiros cristãos são dotados, e que faz maravilhas em relação às coisas espirituais. Nos justifica, e deste modo elimina montanhas de culpas, que jamais tornarão a se levantar em juízo contra nós. Purifica o coração, e assim elimina montanhas de corrupção, tornando-as planas diante da graça de Deus. Um grande cuidado diante do trono da graça é orarmos pelo perdão de nossos pecados, e preocupar-nos com isto deveria ser o nosso afã diário. Vv. 27-33. O nosso Salvador demonstra o quanto a sua doutrina e o batismo de João estavam ligados; tinham o mesmo desígnio e tendência, que consistiam em trazer o Evangelho do reino.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 27 Estes anciãos não eram dignos de que alguém lhes ensinasse, porque era claro que não contendiam pela verdade, mas pela vitória. Jesus também não teve que dizer-lhes com que autoridade fazia as suas obras, porque as obras que realizou mostravam claramente que Ele tinha autoridade de Deus. E assim era porque nenhum homem seria capaz de fazer os milagres que Jesus fazia, a menos que Deus estivesse com ele.
Marcos 12 Versículos 1-12: A parábola da vinha e dos seus arrendatários; 1317: A pergunta acerca do tributo; 18-27: Quanto à ressurreição; 28-34: O grande mandamento da lei; 35-40: Cristo, chamado de Filho de Davi, contudo é Senhor de Davi; 41-44: O elogio à viúva pobre. Vv. 1-12. O Senhor Jesus Cristo mostrou em parábolas que deixaria de lado a igreja judaica. Entristece pensar no maltrato que os fiéis ministros de Deus encontraram em todas as épocas, por parte daqueles que desfrutaram os privilégios da Igreja, mas que não deram o fruto que lhes era requerido. Deus enviou, finalmente, o seu Filho, o seu Amado; e se poderia esperar que eles também respeitassem e amassem ao Amado de seu Senhor; não obstante, ao invés de honrá-lo porque era o Filho, e conforme a parábola, o "herdeiro", odiaram-no. Porém, a exaltação do Senhor Jesus Cristo foi obra de Deus Pai; e é sua obra exaltá-lo em nossos corações, e estabelecer ali o seu trono; e se isto for feito, não pode ser algo menos do que maravilhoso aos nossos olhos. As Escrituras e os pregadores fiéis, e a vinda próxima de Cristo em carne, nos chamam a render o devido louvor a Deus em nossa vida. os pecadores devem ter cuidado com o espírito orgulhoso e carnal; se injuriam ou desprezam os pregadores de Cristo, fariam o mesmo ao seu Senhor se tivessem vivido quando Ele esteve na terra. Vv. 13-17. Podemos imaginar que os inimigos de Cristo desejariam conhecer o seu dever, quando na realidade, apenas esperavam tomar qualquer partido para acusá-lo. É provável que nada seja mais enganoso
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 28 para os seguidores de Cristo do que serem levados a envolver-se nos debates da política secular. Jesus evitou esta armadilha referindo-se à sujeição que eles já haviam efetuado como nação. Muitos elogiarão as palavras de um sermão, porém, não obedecerão suas doutrinas. Vv. 18-27. O reto conhecimento das Escrituras, como fonte de onde flui agora toda a religião revelada, e o fundamento sobre o qual se constrói, é a melhor defesa contra o erro. O Senhor Jesus Cristo rejeitou a objeção dos saduceus, que eram infiéis e caluniadores da religião daquela época, afirmando, sob a luz verdadeira, a doutrina das coisas que futuramente sobreviriam. A relação entre marido e mulher, ainda que estipulada no paraíso terrestre, não será conhecida no paraíso celestial. É errado formar as nossas idéias sobre o mundo dos espíritos com base nos fatos que acontecem neste mundo dos sentidos. É absurdo pensar que o Deus vivo é a porção e a felicidade de um homem, se ele não estiver vivo para sempre. Deus é Deus de vivos. Portanto, com toda a certeza a alma de Abraão existe e vive, mesmo estando temporariamente separada do corpo. Aqueles que negam a ressurreição erram muito, e isto precisa ser dito. Procuremos passar por este mundo moribundo coma esperança jubilosa da felicidade eterna, e da gloriosa ressurreição. Vv. 28-34. Cristo guiará de modo justo aqueles que sinceramente desejam que lhes ensine o seu dever, e lhes ensinará o seu caminho. Disse ao escriba que o maior mandamento, que sem dúvida inclui a todos, é amarmos a Deus de todo o nosso coração. Aqueles que têm este princípio como o governante da alma, terão a disposição para cumprir todos os outros deveres. Amar a Deus com todo o nosso coração, nos compromete com tudo aquilo que lhe agrada. os sacrifícios somente representavam a expiação das transgressões da lei moral executada pelos homens; não tinham nenhum poder, exceto ao expressar o arrependimento e a fé no prometido Salvador, enquanto levaram à obediência moral. Como nós não havíamos ainda amado deste modo nem a Deus e nem aos nossos
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 29 semelhantes, mas vivíamos de um modo que demonstrava exatamente o inverso, éramos pecadores condenados; precisávamos de arrependimento e de misericórdia. o Senhor Jesus Cristo aprovou o que o escriba disse, e o animou. Ficou como conselho para o futuro, porque este conhecimento da lei conduz à convicção de pecado, ao arrependimento, a descobrirmos a necessidade que temos de receber misericórdia, e a entendermos o caminho da justificação por meio de Cristo. Vv. 35-40. Quando consideramos aquilo que as Escrituras nos dizem quanto à pessoa e a obra que Cristo realizou, seremos dirigidos a confessá-lo como nosso Senhor e Deus, a obedecê-lo como nosso Redentor exaltado. Se as pessoas comuns ouvem com alegria estes ensinamentos, enquanto os supostamente distintos e educados se opõem, aqueles serão felizes e estes devem ser motivo de compaixão. E como o pecado disfarçado com aparência de piedade é iniqüidade dobrada, assim a sua condenação será duplamente pesada. Vv. 41-44. Não nos esqueçamos de que o Senhor Jesus ainda observa a arca das ofertas. Ele sabe quanto e por que motivos os homens dão ofertas para a sua causa. Ele contempla o coração, e quais são as nossas opiniões ao darmos ofertas e esmolas, e se o fazemos como para o Senhor ou somente para sermos vistos pelos homens. É tão raro encontrarmos alguém que não critique esta viúva, que não podemos esperar encontrar a muitos que façam como ela. Contudo, o nosso Salvador a elogia; portanto, estamos seguros de que ela agiu bem e de modo sábio. os frágeis esforços do pobre para honrar o seu Salvador, serão elogiados no dia em que as ações esplêndidas dos incrédulos forem expostas ao desprezo
Marcos 13 Versículos 1-4: O anúncio da destruição do templo; 5-13: O discurso profético de Cristo; 14-23: A profecia de Cristo; 24-27: Declarações proféticas; 28-37: Exortação a velar.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 30 Vv. 1-4. Observemos quão pouco o Senhor Jesus Cristo valoriza a pompa exterior, onde não existe a verdadeira pureza de coração. Contempla com compaixão a ruína das almas preciosas, e chora por elas, porém, não o encontramos contemplando com tristeza a ruína de uma casa formosa. Então, lembremo-nos do quão necessário é que tenhamos uma morada mais duradoura no céu, e que estejamos preparados para ela por meio da obra do Espírito Santo, e que esta morada seja buscada por meio da fervorosa utilização de todos os meios da graça. Vv. 5-13. O nosso Senhor Jesus, ao responder a pergunta dos discípulos, não o faz tanto para satisfazer a curiosidade destes, mas para dirigir-lhes a consciência. Quando muitos são enganados, devemos por esta razão ser despertados para que examinemos a nós mesmos. os discípulos de Cristo, senão fosse pelas próprias faltas deles, poderiam desfrutar da santa segurança e da paz mental, mesmo quando tudo ao seu redor estivesse desordenado. Eles devem ter o cuidado de não serem afastados de Cristo, e nem de seu dever para com Ele, pelos sofrimentos com que se encontrarão por amor a Ele. Serão odiados por todos os homens: problema mais do que suficiente! Porém, a obra a que foram chamados deve seguir avante e prosperar. Ainda que eles sejam esmagados e derribados, o Evangelho não o pode ser. A salvação prometida é maior do que a libertação de todo o mal, é uma bênção eterna. Vv. 14-23. Os judeus apressaram o ritmo de sua ruína ao rebelaremse contra os romanos, e ao perseguirem os cristãos. Aqui temos uma profecia sobre a destruição que lhes sobreveio cerca de quarenta anos mais tarde; uma destruição e um estrago como jamais sofreram em toda a sua história. As promessas de poder para perseverar, e as advertências contra um afastamento, concordam entre si. Porém, quanto mais considerarmos estas coisas, veremos motivos mais abundantes para fugir sem demora a nos refugiarmos em Cristo, e a renunciarmos a todo objeto terrestre pela salvação de nossas almas.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 31 Vv. 24-27. Os discípulos haviam confundido a destruição de Jerusalém com o final do mundo. O Senhor Jesus Cristo corrigiu este erro, e demonstrou que o dia de sua vinda e o dia do juízo seriam posteriores àquela tribulação. Aqui anuncia a dissolução final do quadro e da trama do mundo presente. Além disto, é prevista a aparição visível do Senhor Jesus vindo nas nuvens, e a reunião de todos os eleitos com Ele. Vv. 28-37. Temos a aplicação do sermão profético. Quanto à destruição de Jerusalém, é preciso esperar, pois virá dentro de pouquíssimo tempo. Quanto ao final do mundo, não pergunteis quando virá, porque o dia e a hora não são do conhecimento de nenhum homem. Cristo, como Deus, não poderia ignorar nada, porque a sabedoria divina, que habitava em nosso Senhor, era comunicada à sua alma humana conforme o beneplácito divino. o nosso dever em relação aos dois casos é estar alertas e orarmos. o nosso Senhor Jesus, quando ascendeu ao alto, deixou algo para que todos os seus servos façam. Devemos estar sempre vigilantes esperando o seu regresso. Isto se aplica tanto à vinda de Cristo a nós em nossa morte, como também ao juízo geral. Não sabemos se o nosso Senhor virá nos dias de nossa juventude, na idade madura ou em nossa velhice, porém, assim que nascemos começamos a morrer e, portanto, devemos esperar pela morte. o nosso grande esforço deve ser no sentido de que, quando vier o Senhor, não nos encontre confiados, agradando a nossa concupiscência em conforto e preguiça, despreocupados em relação à nossa obra e dever. O Senhor diz a todos que velem, para que sejam encontrados em paz, sem manchas e irrepreensíveis.
Marcos 14 Versículos 1-11: Cristo é ungido em Betânia; 12-21: A páscoa – Jesus declara que Judas o trairá; 22-31: A instituição da Ceia do Senhor; 32-42: A agonia de Cristo no jardim; 43-52: Jesus é traído e preso; 53-65: Cristo diante do sumo sacerdote; 66-72: Pedro nega Jesus.
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 32 Vv. 1-11. Se Cristo derramou a sua própria alma morrendo por nós, pensaremos que exista algo demasiadamente precioso para Ele? Damos a Ele o ungüento precioso de nossos melhores afetos? Amemo-lo com todo o nosso coração, mesmo sendo comum que o zelo e o afeto sejam mal-entendidos e acusados; e lembremo-nos de que a caridade para com os pobres não será escusa de nenhum ato particular de piedade para com o Senhor Jesus. o Senhor elogiou a piedosa atenção desta mulher, para que isto fosse conhecido pelos crentes de todas as épocas. Aqueles que honram a Cristo serão honrados por Ele. A cobiça era a principal luxúria de Judas, e esta o traiu para que pecasse traindo o seu Mestre; o Diabo adaptou a sua tentação a isto e, deste modo, o venceu. observemos quantas armadilhas enganosas muitos têm em seus esforços pecaminosos; porém, aquilo que parece progredir em seus planos, ao final resultará ser maldição. Vv. 12-21. Nada poderia ter resultado menos da provisão humana, do que os sucessos aqui relatados. o nosso Senhor sabe todas as coisas a nosso respeito antes que elas aconteçam. Se o recebermos, habitará em nossos corações. O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito, como cordeiro ao matadouro; mas ai daquele homem por quem Ele é entregue! Se Deus permite aos homens que pequem, e glorifica-se por meio destes, não significa que os obrigue a pecar; e isto também não é desculpa para a culpa destes, nem diminuirá o castigo que sofrerão. Vv. 22-31. A Ceia do Senhor é alimento para a alma; portanto, é suficiente que seja celebrada com bem menos do que a quantidade de alimento que empregamos para o sustento de nosso corpo, contanto que sirva como sinal. Foi instituída pelo exemplo e prática de nosso Mestre, para que esteja em vigor até a sua Segunda vinda. Foi instituída com bênção e ação de graças, para que seja um memorial da morte de Cristo. O seu precioso sangue é freqüentemente mencionado como sendo o preço de nossa redenção. Quão consolador é isto para os pobres pecadores arrependidos, que o sangue de Cristo seja derramado por
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 33 muitos! Se o foi por muitos, por que não por mim? Foi o sinal da entrega dos benefícios adquiridos para nós, por meio de sua morte. Devemos aplicar a doutrina de Cristo crucificado à nossa própria vida; que seja comida e bebida para a nossa alma, fortalecendo e refrigerando a nossa vida espiritual. Seria primícias e um sabor antecipado da felicidade que haverá no céu, e, por isto, retira de nós o gosto pelos prazeres e deleites dos sentidos. Todo aquele que já saboreou as delícias espirituais deseja claramente as eternas. Mesmo tendo o Sumo Pastor passado por cruéis sofrimentos sem dar sequer um passo em falso, os seus seguidores têm sido, contudo, muitas vezes dispersos pela pequena medida de sofrimentos designados para eles. Quão inclinados somos a pensar bem de nós mesmos, e a confiarmos em nossos corações! Foi ruim Pedro responder deste modo ao seu Senhor, sem temor e nem tremor. Senhor, dá-me a tua graça, para evitar que eu te negue. Vv. 32-42. Os sofrimentos de Cristo começaram pelos mais dolorosos, os de sua alma. Começou a entristecer-se e a angustiar-se, palavras não empregadas em Mateus, porém repletas de sentido. os terrores de Deus o combateram, e Ele lhe permitiu contemplá-lo. Jamais houve, até agora, uma dor como aquela que Jesus sofreu. Ele foi feito maldição por nós; as maldições da lei foram lançadas sobre Ele por nossa causa. Ele então saboreou a morte em toda a sua amargura. Este era o medo a que o apóstolo se referia, o medo natural em relação à dor, e o medo da morte, diante da qual a natureza humana se sobressalta. Poderemos alguma vez ter pensamentos favoráveis ou sequer rápidos sobre o pecado, quando vemos os penosos sofrimentos que o pecado trouxe ao Senhor Jesus, mesmo que lhe tenham sido reconhecidos? Será leve para a nossa alma aquilo que foi tão pesado para a alma dEle? Cristo esteve em tal agonia por causa de nossos pecados, e nós jamais sequer sentiremos angústia por tê-los cometido? Como deveríamos olhar para aquEle a quem traspassamos, e como deveríamos sentir dor! É
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 34 nosso dever entristecermo-nos excessivamente por causa do pecado, porque o Senhor se entristeceu, e jamais riu deste assunto. O Senhor Jesus Cristo, como homem, rogou que se fosse possível, os seus sofrimentos passassem dEle. Como mediador, submeteu-se à vontade de Deus dizendo: "Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu queres". Observemos como a pecaminosa fragilidade retorna aos discípulos de Cristo e os vence. Que fardos tão pesados os nossos corpos são para as nossas almas! Porém, quando virmos os problemas às portas, devemos nos preparar para enfrentá-los. Ó, até mesmo alguns crentes costumam contemplar de modo errado os sofrimentos do Redentor, e ao invés de estarem prontos para morrer com Cristo, não estão preparados para velar com Ele sequer por uma hora. . Vv. 43-52. Cristo não se manifestou como um príncipe temporal, mas pregando o arrependimento, a conversão e uma vida santificada, e dirigiu os pensamentos, afetos e propósitos dos homens a outro mundo; por esta razão, os dirigentes judaicos procuraram destruí-lo. Pedro feriu um homem do grupo. É mais fácil lutar por Cristo do que morrer por Ele, mas existe uma grande diferença entre discípulos falhos e discípulos hipócritas. Estes últimos chamam o Senhor Jesus de Mestre, apressados e sem pensar, expressando-lhe um grande afeto, porém, entregam-no aos seus inimigos. Deste modo aceleram a sua própria destruição. Vv. 53-65. Nesta passagem temos a condenação de Cristo perante o grande conselho dos judeus. Pedro o seguiu, mas a proximidade ao fogo onde estava o sumo sacerdote judeu não era o lugar apropriado para Pedro, nem os servos dele eram a companhia adequada para o discípulo. Esta era uma porta para a tentação. Esforçaram-se muito para conseguir falsas testemunhas contra Jesus, mesmo que o testemunho deles não fosse equivalente a uma acusação de delito capital, por mais que eles forçassem a lei. Foi-lhe
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 35 perguntado: "És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito?", isto é, o Filho de Deus, o Messias. Jesus então faz referência à sua Segunda vinda para provar que é o Filho de Deus. Temos nestes ultrajes muitas provas da inimizade do homem contra Deus, e do amor gratuito e inexprimível de Deus para com o homem. Vv. 66-72. A negação de Cristo por parte de Pedro teve início quando este se manteve afastado dEle. Aqueles que se envergonham da santificação estão bem avançados no caminho de negar a Cristo. Aqueles que pensam ser perigoso andar em companhia dos discípulos de Cristo, porque daí podem ser levados a sofrer por Ele, verão ser muito mais perigoso estar na companhia dos seus inimigos, porque aí serão levados a pecar contra Ele. Quando Cristo era admirado e o seguiam, Pedro o confessou rapidamente, mas não reconheceu o seu relacionamento com Ele agora que estava abandonado e desprezado. Ressalvemos, porém, que o arrependimento de Pedro foi muito rápido. Aquele que pensa que está firme deve vigiar para não cair; e aquele que caiu deve pensar nestas coisas, em suas próprias ofensas e voltar-se ao Senhor com pranto e com súplicas. Busque o perdão para que seja levantado pelo Espírito Santo.
Marcos 15 Versículos 1-14: Cristo diante de Pilatos; 15-21: Cristo é levado a ser crucificado; 22-32:A crucificação; 33-41: A morte de Cristo; 42-47: O seu corpo é sepultado. Vv. 1-14. Eles amarraram a Cristo. É bom que freqüentemente nos lembremos das amarras do Senhor Jesus, como se estivéssemos amarrados junto com aquEle que foi amarrado por nós. Ao entregar o Rei, com efeito, eles entregaram o reino de Deus; portanto, este lhes foi retirado com o próprio consentimento deles, e dado a uma outra nação. Cristo deu uma resposta direta a Pilatos, mas não quis dar resposta às testemunhas que foram apresentadas contra Ele, porque era sabido que
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 36 as coisas que alegavam eram falsas, estando o próprio Pilatos convencido disto. Pilatos pensou que poderia apelar ao povo contra os sacerdotes, e livrariam Jesus das mãos destes, mas o povo foi mais e mais pressionado pelos sacerdotes, e gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o! Julguemos as pessoas e as coisas por seus méritos, e pela norma da Palavra de Deus, e não pelo conhecimento comum. O pensamento de alguém jamais foi tratado de modo tão vergonhoso, como foi o da única Pessoa que é perfeitamente excelente, santa e sábia, dentre todas aquelas que já existiram sobre a face da terra; este fato leva a mente séria a formar uma firme opinião sobre a maldade do homem e a inimizade contra Deus. Aborreçamos mais as más disposições que marcaram a conduta destes perseguidores. Vv. 15-21. O Senhor Jesus Cristo encontrou e enfrentou a morte em seu aspecto mais terrível. Foi a morte que era dada aos malfeitores mais vis. Assim, a cruz e a vergonha se unem. Deus fora desonrado pelo pecado do homem. Cristo fez a reparação submetendo-se à maior desgraça com que a natureza humana poderia ser afligida. Era uma morte maldita; assim era determinado pela lei judaica (Dt 21.25). Os soldados romanos zombaram de nosso Senhor como Rei; assim como os servos haviam escarnecido dEle como Profeta e Salvador no pátio da casa do sumo sacerdote. Será um manto púrpura ou escarlate uma questão de orgulho para um cristão, se foi uma questão de reprovação e vergonha para Cristo? Ele levou a coroa de espinhos que nós merecíamos, para que pudéssemos levar a coroa de glória que Ele merece. Pelo pecado, todos fomos condenados à vergonha e ao desprezo eternos. Ele foi contado com aqueles que cometiam a iniqüidade, mesmo não tendo cometido pecado. os sofrimentos do manso e santo Redentor são sempre uma fonte de instrução para o crente, da qual não pode se fatigar em seus melhores momentos. Jesus sofreu assim, e eu, vil pecador, me irritarei ou estarei descontente? Darei lugar à ira ou censurarei e ameaçarei por causa dos problemas e injúrias?
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 37 Vv. 22-32. O lugar onde nosso Senhor Jesus foi crucificado era chamado de lugar da caveira; era o lugar onde as execuções eram freqüentemente realizadas. Foi morto ali porque em todos os aspectos foi contado entre os transgressores. Cada vez que olharmos para Cristo crucificado, devemos nos lembrar da frase que foi colocada sobre a sua cabeça: Ele é o Rei, e devemos nos render para sermos os seus súditos, sem dúvida, como se fôssemos israelitas. Crucificaram com Ele dois ladrões, estando Ele no meio. Com isto pretenderam desonrá-lo muito, mas já havia sido profetizado que seria contado com os transgressores, porque foi feito pecado por nós. Mesmo aqueles que passavam por ali o insultavam. Diziam que descesse da cruz, e então acreditariam; porém, não creram até que lhes foi dado o sinal mais convincente; levantou-se da sepultura. Com que fervor o homem que crê firmemente na verdade buscará a salvação, como é dada a conhecer pelos sofrimentos de Cristo! Com quanta gratidão receberá a esperança que nasce do perdão e a vida eterna, que foram adquiridas pelo sofrimento e pela morte do Filho de Deus! E com que piedosa tristeza se condoerá pelos pecadores que crucificaram o Senhor da glória. Vv. 33-41. Houve uma densa escuridão sobre a terra, do meio-dia até às três horas da tarde. Os judeus estavam fazendo o máximo que podiam para apagar o Sol da Justiça. As trevas significavam a nuvem sob a qual estava a alma humana de Cristo, enquanto Ele a estava apresentando como oferta pelo pecado. Ele não se queixou de que os seus discípulos o tivessem abandonado, mas de que o seu Pai o tivesse desamparado, especialmente neste aspecto, porque foi feito pecado por nós. Quando Paulo ia ser oferecido como sacrifício a serviço dos santos, regozijava-se e alegrava-se (Fp 2.17). Porém, é muito diferente ser oferecido como sacrifício pelo pecado dos pecadores. No mesmo instante em que o Senhor Jesus morreu, o véu do templo foi rasgado de alto a baixo. Este fato foi motivo de terror para os judeus incrédulos, e foi o sinal da destruição tanto da nação quanto da igreja
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 38 deles. Expressa consolo para todos os cristãos crentes, porque significava abrir um caminho novo e vivo ao Lugar Santíssimo, por meio do sangue de Jesus. A confiança com que Cristo havia tratado francamente a Deus como seu Pai, encomendado a sua alma às suas mãos, parece ter tido um forte impacto sobre o centurião. os pontos de vista corretos sobre Cristo crucificado reconciliam o crente com o pensamento da morte; anela contemplar, amar e louvar como se deve, a este Salvador, que foi ferido e traspassado para salvar-nos da ira vindoura. Vv. 42-47. Nesta passagem é descrito o sepultamento do Senhor Jesus Cristo. Que possamos, pela graça, ser estabelecidos conforme a sua semelhança! José de Arimatéia foi um homem que esperava o reino de Deus. Aqueles que aguardam uma quota de seus privilégios, devem confessar a causa de Cristo, mesmo quando ela pareça estar esmagada. Deus levantou este homem para o seu serviço. Por uma providência especial, Pilatos foi muito estrito em sua investigação, para que não houvesse a pretensão de se dizer que Jesus estivesse vivo. Pilatos deu a José a permissão para descer o corpo de Jesus da cruz, e fazer com Ele o que lhe parecesse melhor. Algumas das mulheres viram o lugar onde o corpo de Jesus foi colocado, para que logo após o dia de repouso pudessem ungir o corpo morto, porque não tiveram o tempo necessário para fazê-lo antes. Prestaram bastante atenção na localização do sepulcro de Cristo, porque Ele se levantaria novamente. Ele jamais abandonará aqueles que nEle confiam, e que o invocam. A morte, privada de seu aguilhão rapidamente colocará fim aos sofrimentos dos crentes, assim como fez ao Salvador, que morreu e ressuscitou.
Marcos 16 Versículos 1-8: A ressurreição do Senhor Jesus Cristo é revelada às mulheres; 9-13: O Senhor aparece a Maria Madalena e a outros
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 39 discípulos; 14-18: A sua incumbência para os discípulos; 19,20: A ascensão de Cristo. Vv. 1-8. Nicodemos trouxe uma grande quantidade de especiarias, mas estas bondosas mulheres não creram que fossem suficientes. o respeito que outros mostram para com Cristo não nos deve impedir de demonstrar o nosso. Aqueles que são levados pelo santo zelo a buscar a Cristo com diligência, encontrarão que os tropeços do caminho desaparecem com rapidez. Quando nos expomos a problemas e gastos por amor a Cristo, somos aceitos mesmo que os nossos esforços não tenham êxito. A visão do anjo poderia ter-lhes dado ânimo, com justiça, porém elas se assustaram. Assim, pois, muitas vezes, aquilo que deveria ser o nosso consolo, produz terror devido aos nossos próprios erros. Ele foi crucificado, mas está glorificado. "Já ressuscitou, não está aqui". Não está morto, e vive novamente; mais adiante Ele será visto. Deste modo, será enviado o consolo oportuno àqueles que choram por causa do Senhor Jesus. Pedro é nomeado em particular. "Dizei a seus discípulos e a Pedro ..."; ele o receberá muito bem, porque está triste por causa do pecado. Ver a Cristo é algo muito bem recebido por um verdadeiro arrependido, e o verdadeiro penitente é muito bem recebido quando quer ver a Cristo. os homens correram a toda pressa para o lugar onde estavam os discípulos; porém, os temores inquietantes costumam nos impedir de fazer o serviço que poderíamos fazer a Cristo e às almas dos homens, se a fé e o gozo da fé fossem firmes. Vv. 9-13. Não poderiam ter sido levadas melhores notícias do que estas aos discípulos que choravam; contaram-lhes sobre a ressurreição do Senhor Jesus. Deveríamos consolar os discípulos doentes, dizendo-lhes aquilo que temos visto em Cristo. Foi uma atitude muito sábia de Deus ter dado as provas da ressurreição de modo gradual. Estas foram recebidas com cautela, para que a segurança com que os apóstolos posteriormente pregaram esta doutrina, fosse mais satisfatória. Contudo, quão lentos somos para admitir os consolos que a Palavra de Deus tem!
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 40 Então, enquanto Cristo consola o seu povo, vê que, muitas vezes, é necessário repreendê-los e corrigi-los pela dureza dos seus corações, que desconfiam da sua promessa, e não obedecem os seus santos preceitos. Vv. 14-18. As provas da verdade do Evangelho são tão completas, que aqueles que não as aceitam podem ser repreendidos de modo justo por sua incredulidade. O nosso bendito Senhor renova a eleição dos onze como seus apóstolos, e encarrega-os da missão de ir a todo o mundo e pregar o Evangelho a toda a criatura. Somente aqueles que são verdadeiros cristãos serão salvos por meio de Cristo. Simão, o mago, professou crer e foi batizado, mas declarou-se que estava nos laços da iniqüidade: leia-se a sua história em Atos 8.15-25. Sem dúvida, esta é uma declaração solene da verdadeira fé, que recebe a Cristo em toda a sua dignidade e ofícios, e para todos os propósitos da salvação, e produz o seu bom efeito no coração e na vida. Não é uma simples aceitação, que é como uma fé morta e sem proveito. A incumbência dos ministros de Cristo estende-se a todas as criaturas no mundo, e as declarações do Evangelho não contêm somente verdades, exortações e preceitos, mas também advertências temíveis. observemos com que poder os apóstolos foram dotados, para confirmar a doutrina que iam pregar. Estes milagres foram úteis para confirmar a verdade do Evangelho, e meios para difundi-lo às nações que não o haviam ouvido. Vv. 19,20. Depois que o Senhor falou, subiu ao céu. Sentar-se indica uma postura de repouso; havia concluído a sua obra. É também uma postura de governo; tomou posse de seu reino. Sentou-se à destra de Deus, o que denota a sua soberana dignidade e o seu poder universal. Seja o que for que Deus faça conosco, nos dê algo, ou nos aceite, será feito por seu Filho. Agora Ele está glorificado, com a glória que teve antes que o mundo existisse. Os apóstolos partiram e pregaram em todas as partes, em lugares próximos e distantes. Ainda que a doutrina que pregaram fosse espiritual
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew Henry) 41 e celestial, diretamente contrária ao espírito e temperamento do mundo, mesmo encontrando-se com muita oposição, foram absolutamente desprovidos de todos os apoios e vantagens do mundo, e, ainda assim, em poucos anos a sua voz alcançou até o último morador da terra. os ministros de Cristo têm o poder para fazer milagres, mas a mensagem bíblica já está comprovada; já está demonstrado que as Escrituras são de origem divina, e isto faz com que aqueles que as rejeitam ou as desprezam não tenham desculpas. Os efeitos produzidos pelo Evangelho, quando é fielmente pregado, quando se crê nele de modo verdadeiro, são de transformação de temperamentos e do caráter da humanidade. São assim uma prova constante e milagrosa de que o Evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.