Revista BrOffice No 14

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Revista

Ano 4 | N° 14 |Agosto 2010

Fique ligado! O sonho da construção de uma carreira no setor público pode passar pelo conhecimento no aplicativo. Veja como se preparar!

Entrevista

Revista BrOffice.org inspira criadores do site PASL, portal gratuito de oferta e busca de suporte em software livre

Escritório aberto

Organize-se!

Modelos de documentos para fazer bonito na hora de conseguir um emprego

BrOffice.org mais rápido Saiba o que fazer para abrir e fechar o aplicativo com mais agilidade

Aprenda a usar o Base para armazenar a sua agenda de contatos

SpechOO Não é ficção científica! Extensão em desenvolvimento permitirá digitar textos por comando de voz

Artigos | Dicas | Tutoriais | e muito mais... | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Agosto | 2010 Diagramado no BrOffice.org Draw


índice |

| carta do leitor Carta do leitor

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| como nós ... … fazemos a tradução da Revista BrOffice.org

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| reportagem 10 anos de projeto - Comemorações começam no OOoCon, em Budapeste

09

BrOffice.org em Concursos Públicos

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Fisl11: Evento Comunitário BrOffice.org

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| artigo A co-autoria na era das redes informacionais

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| escritório aberto 20

nathancolquhoun

Concurso Público | novas tecnologias Reconhecimento de voz para BrOffice.org

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| entrevista As páginas amarelas do Software Livre

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| dica rápida Dica rápida

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| dica Abrir e salvar documentos BrOffice.org mais rápido

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Edição de duas ou mais seções de um documento

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| tutorial Agenda de contatos usando assistente de banco de dados Gerenciamento Eletrônico de Documentos Integração do BrOffice.org

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| cultura Redblade Episódio 05 - Quatro num carro

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Dica de filme - Invasor de Mentes

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| resumo do mês Resumo do mês

| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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| editorial Revista BrOffice.org: Comunidade viva e atuante

E

m tempos nos quais valores individuais, muitas vezes,

falam mais alto, a Revista BrOffice.org mostra como fazer a diferença. Não somos melhores. Nem piores. Também não somos medíocres. Mas acreditamos que fazemos a diferença na vida das pessoas. Somos muito mais que bases instaladas. Somos muito mais que linhas de código, bits e escolhas mecânicas de como resolver um problema. Somos um exemplo do que o trabalho colaborativo é capaz de fazer. Uma comunidade vibrante, atuante e dona da própria história. Quando vocês, leitores, baixam a Revista BrOffice.org, leem artigos, reportagens, dicas e tutoriais, estão fazendo download de um trabalho que só pode existir com o comprometimento de muitas pessoas. Na equipe, impera a lógica da colaboração, do exercício do que existe de melhor no ser humano: a capacidade de compreender dificuldades, de doar tempo (seja qual for) para somar esforços em favor de pessoas que, muitas vezes (a maioria das vezes), não conhecemos. Nossa meta é a perfeição que, sabemos, jamais poderemos atingir. Não porque nos falta competência e qualidade, mas porque sabemos da impossibilidade da tarefa. Por outro lado, temos consciência da nossa responsabilidade com os leitores e isso nos faz acreditar que, se a perfeição é impossível, buscá-la, cotidianamente, é a nossa missão maior. Mas de onde vem essa vontade? Vem do espírito de nobreza dos envolvidos nesta empreitada. E vem dos retornos que recebemos de vocês, leitores. Não se trata apenas dos elogios e parabéns, mas sim do reconhecimento e respeito que demonstram em suas manifestações, nas suas sugestões, que engrandecem o nosso trabalho e agregam. E é com este sentimento que um grupo de pessoas conseguiu um feito histórico: a internacionalização da Revista BrOffice.org. Sim! Em poucas semanas, um grupo de colaboradores assumiu o projeto que estava parado e finalizou duas edições da Revista para o inglês. Se a comunidade brasileira já era vitrine nos encontros internacionais agora passou a ser modelo a ser seguido, um “case” de sucesso. Enfim, ao ler as páginas que relatam inovações, como o SpechOO, as dicas e tutoriais publicados para facilitar o dia a dia dos usuários, a entrevista que relata uma iniciativa em prol do Software Livre, queremos que compreendam que por trás desse trabalho há um coração que pulsa forte, que chora, que sonha, que se desespera e até pensa em desistir por limitações humanas, mas sempre aparece uma mão salvadora, duas mãos, três, provando mais uma vez que juntos podemos muito mais. Boa leitura!

Colaboradores desta edição Redação: Carlisson Galdino Cícero Rocha Clóvis Tristão Luiz Oliveira Pedro Ciríaco Rochele Prass Dicas e tutorial: Edgard Costa Raul Pacheco da Silva Wilkens Lenon Diagramação: Cícero Rocha Duilio Neto Eliane Domingos Luiz Oliveira Maria Aparecida Coltro Rochele Prass Revisão: Antonio Hermida Cícero Rocha Claudia Fontenele Clóvis Tristão Fátima Conti Luiz Oliveira Maria Aparecida Coltro Petro Ciríaco Renata Marques Rochele Prass Capa: Duilio Neto Edição: Luiz Oliveira Rochele Prass comunicacao@broffice.org Jornalista responsável: Luiz Oliveira – Mtb.31064 | luizheli@openoffice.org Coordenador Geral BrOffice.org: Claudio Ferreira Filho | filhocf@openoffice.org Escreva para a Revista BrOffice.org: revista@broffice.org Edições anteriores: www.broffice.org/revista O conteúdo assinado e as imagens que o integram são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores, não representando necessariamente a opinião da revista BrOffice.org e de seus responsáveis. Todos os direitos sobre as imagens são reservados a seus respectivos proprietários O que é o BrOffice.org É o produto, ferramenta de escritório multiplataforma, livre, em bom português, desenvolvido sob os termos da licença LGPL, composto por editor de texto, planilha de cálculo, apresentação, matemático e banco de dados, mantido pela comunidade e OSCIP, que trabalha para a difusão do SL/CA no País. Desenvolvimento Esta revista foi elaborada no BrOffice.org, editor de texto, planilha eletrônica, apresentação e, diagramação. A reprodução do material contido nesta revista é permitida desde que se incluam os créditos aos autores e a frase: “Reproduzido da Revista BrOffice.org – www.broffice.org/revista em local visível. O BrOffice.org declara não ter interesse de propriedade nas imagens. Os direitos sobre as mesmas pertencem a seus respectivos autores/proprietários. O conteúdo da Revista Broffice.org está protegido sob a licença Creative Commons BY-NC-SA, disponível no www.creativecommons.org.br. Esta licença não se aplica a nenhuma imagem exibida na revista, e para utilização delas obtenha autorização junto ao respectivo autor.

Luiz Oliveira e Rochele Prass comunicacao@broffice.org

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carta do leitor |

Esta é a sua seção! Na “Carta do Leitor”, você pode tirar dúvidas sobre o BrOffice.org, seja produto, comunidade ou desenvolvimento, enviar críticas ou sugestões que possam enriquecer ainda mais a nossa revista. Envie um email para revista@broffice.org. Participe!

Oi!

Olá! Parabéns!

Sem dúvida, um trabalho maravilhoso.

Tenho o orgulho de ser um participante do BrOffice.org. Obrigado!

Estou aproveitando que a maioria de meus clientes e colaboradores não se adaptaram à interface Ribbon do Office 2007 e estou "implantando" licenças do BrOffice.org. Sem pirataria para alguns e sem custo para outros.

Dominique Silva Neves Só parabéns... Pois é, só passei para dar parabéns mesmo.

Mais uma vez, parabéns pelo trabalho da equipe!

Primeiramente ao trabalho na revista apresentando ótima qualidade nos assuntos debatidos e excelente meio de divulgação de novidades...

Reinaldo de Oliveira Pereira

Também gostaria de agradecer aos palestrantes que estão enriquecendo o fisl11 com assuntos e novidades sobre o BrOffice.org. Hoje (22/7) participei da palestra do Willian (Colen), que falou sobre extensões, muito bom!!!

Opinião É maravilhoso poder participar junto com vocês, pois esta revista é sensacional. Faz com que as pessoas se conscientizem. Desde já, estou agradecida.

...mais uma vez, valeu pessoal!

Cleonice de Souza Naice

Luciano da Cunha

Promoção! Concorra a cinco ingressos para o Solisc 2010 Quer ganhar um ingresso para o 5º Congresso Catarinense do Software Livre? Então escreva para a Revista BrOffice.org! Envie um e-mail com o assunto “Ingresso Solisc” para revista@broffice.org com seu nome completo, RG e o local em que você mora. Serão cinco ingressos sorteados, através de parceria entre a Revista BrOffice.org e a organização do evento. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

O sorteio será realizado no dia 30 de setembro pela equipe da Revista. Os ganhadores serão contatados pela organização do Solisc e receberão um código para retirada do ingresso no local do evento, que acontece em Florianópolis, nos dias 22 e 23 de outubro. Confira o site do Solisc: http://www.solisc.org.br/2010/ 4

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http://www.openclipart.org/detail/13039

...fazemos a tradução da Revista BrOffice.org Por Luiz Oliveira

O

desafio como sempre foi o tempo. Colocamos como meta deixar pelo menos duas edições prontas antes da Conferência Internacional do OpenOffice.org que acontece em Budapeste de 31 de agosto a 03 de setembro. Paralelamente, havia a produção desta edição e o planejamento de edições especiais; um presente que queremos oferecer ao nosso público leitor que em breve vai saber mais detalhes.

A ideia é traduzir todas as edições para o inglês.

Voltando ao assunto, o projeto de tradução já existia; equipes já haviam sido formadas. Há projetos de tradução em andamento para o Galego, Francês, Inglês e Castelhano. Também há pessoas interessadas em traduzir a Revista para o Japonês, Alemão e Hindi. Entretanto, a Zine 01 e a Zine 09 são as primeiras traduções a saírem. Textos traduzidos por equipes anteriores e disponíveis em nosso Wiki foram aproveitados. Daí a importância do trabalho coletivo.

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E quanto aos novos desafios? A ideia é traduzir todas as edições anteriores para o Inglês até chegarmos ao ponto de termos edições bilíngues saindo simultaneamente. E se você quiser integrar a equipe de tradução mande-nos um email: revista@broffice.org.

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como nós ... |


como nós ... | ...fazemos a tradução da Revista BrOffice.org | Por Luiz Oliveira

A seguir, três depoimentos sobre o trabalho de tradução da Revista BrOffice.org pelos próprios tradutores, Paulo S. Lima, Rogério Luz e Clóvis Tristão: “Quando me juntei ao grupo da Revista BrOffice.org, em novembro de 2009, fui muito bem recebido. Algum tempo depois soube da intenção de se fazer edições em Inglês da revista, que já contava com projetos semelhantes para Francês, Galego e Castelhano.

viveu fora do Brasil muitos anos. A partir daí começamos a traduzir. Levamos algum tempo para aparar algumas arestas. Mas, devagar fomos prosseguindo. No início do mês de Agosto, tínhamos traduzido metade da edição 9, mas ainda faltava muito. O objetivo era traduzir a edição 9 e a 1 totalmente, além de produzir uma edição especial bilíngue. Isso coincidiu com vários contratempos. Mas, logo o Clóvis deu um gás que eu não acreditei. Em uma semana traduzimos a edição 9, na semana seguinte a 1. Combinamos de eu revisar os textos do Clóvis e ele os meus. Em seguida, o Rogério começou o trabalho para tornar os textos inteligíveis para "los gringos". Pareceu uma coisa muito desorganizada e mal feita, mas as coisas fluíram de uma maneira tão natural que me fez crer que o tal modelo "bazar" funciona de maneiras muito além da nossa imaginação. É um grande prazer e um privilégio fazer parte desse time.”

Mas foi no IV Encontro Nacional BrOffice.org que o desafio de lançarmos a revista em Inglês, em definitivo ganhou corpo. A forma de se fazer isso ficou para o time de tradução decidir. Após algumas conversas preliminares surgiu a principal dúvida: “O que precisarí“É um grande prazer e um privilégio fazer amos para viabilizar o projeto? Na parte desse time” (Paulo S. Lima) minha opinião um revisor, de preferência nativo no idioma, pois traduzir do inglês para o português é uma coisa. O contrário é mais difíEu me envolvi com a Revista BrOfcil para quem não tem um conhefice.org quando fui convidado a facimento muito íntimo do idioma. zer um artigo com base em um Curiosamente, no mesmo dia em post que fiz no Grupo de usuários. que disse isso, o Rogério Luz se Fiz o artigo, foi publicado e achei a dispôs a começar como tradutor experiência toda o máximo! Em 15 na revista, mas ele foi escalado dias me convidaram para ver como para ser revisor já que estudou e organizaríamos um grupo de tradução bilíngue inglês/português. Eu pensei: "tudo bem, eu já nem estou atolado de trabalho, mas como as coisas devem ir num ritmo lento eu topo". Obviamente eu não sabia que existia um complô contra a minha vida, o Clóvis e o Paulo decidiram que seriam duas metralhadoras de traduções e não tardou eles tinham a tradução não de uma, mas de duas revistas inteiras para eu revisar ... é claro, amigo leitor que me vi em apuros. Mas dei uma olhada nas traduções, uma correçãozinha aqui e ali, e toca a lenha. Ambas as traduções estão decentes, e se gringo não entender é porque não quer se esforçar (brincadeirinha). Eles vivem tentando me dar crédito por algum processo de revisão que eu tenha feito (acho que eles têm medo de me assustar com a quantidade e velocidade da tradução que são capazes) mas a verdade é que tanto a RB09 quanto a Zine1 não tem quase um dedo sequer meu. Esses “Não tardou para eu ter não uma, mas dois e sua fábrica de traduções são a alma do projeto do qual me duas revistas inteiras para fazer orgulho de poder participar de vez em quando. Parabéns ao Clóvis e revisão.” ao Paulo e a equipe da Revista BrOffice.org por mais essa iniciativa. (Rogério Luz)

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como nós ... | ...fazemos a tradução da Revista BrOffice.org | Por Luiz Oliveira da Zine 01 para o Inglês, a mosca da curiosidade aliada ao desafio me "picou". Afinal, somos movidos por desafios e superação de metas a todo o momento. Fiquei me perguntando, será que consequimos fazer isso em uma semana? Coloquei isso como meta, e comecei a trabalhar nas traduções, conversando com o Paulo, traçamos objetivos e prazos. Como ele e Rogério já estavam com o processo de tradução iniciado na RB09, propus terminarmos a tradução da RB09 e depois começarmos a Zine 01, que já tinha algumas matérias traduzidas. Para minha surpresa, todo esse processo da RB09 e Zine01, foi realizado em uma semana. Pra ser mais exato, concluímos o processo em 02 noites.

“A nossa equipe é bem Unida” (Clóvis Tristão) A nossa equipe é bem unida, basta apenas um chamado e todos já se mobilizam e ajudam como podem; essa ideia de bazar funciona mesmo. Unidos somos fortes... O texto do Paulo resume todo o processo que passamos para a tradução dos exemplares Zine01 e RB09. Não tenho muito o que acrescentar. Essa ideia de Bazar citada pelo Paulo, funciona bem, pois cada um dá o seu esforço e tempo na medida certa, sem muitas cobranças. Bom, aqui vai um bit de informação sobre a minha impressão de todo o processo: "Quando o Luiz me ligou dizendo que precisava de uma ajuda na tradução da Revista BrOffice.org 09 e

Uma ideia que tive e passei para o Paulo, era de traduzir direto no Draw, assim o processo de cópia e cola, ficou bem mais rápido, agilizando os trabalhos de revisão e diagramação, pois a revista já sai pronta, com o formato do modelo original e texto em inglês. A minha intenção, para o futuro, seria a tradução para o Inglês de todas as Revistas BrOffice.org. E sendo mais ousado, lançamento das próximas edições nas versões em português e inglês."

A Catedral e o Bazar (em inglês: The Cathedral and the Bazaar) é um ensaio de Eric S. Raymond sobre métodos de engenharia de software, baseado em suas observações do processo de desenvolvimento do Linux e suas experiências administrando o projeto open source fetchmail. Foi primeiramente apresentado pelo autor no Linux Kongress em 27 de Maio de 1997 e publicado como parte do livro com o mesmo nome em 1999. É normalmente considerado como o manifesto do movimento Open source. O ensaio apresenta dois diferentes modelos de desenvolvimento de um software livre: * O modelo Catedral, no qual o código fonte está disponível para cada release do software, mas o código desenvolvido entre dois releases é restrito a um exclusivo grupo de desenvolvedores. Os projetos Emacs e GCC são apresentados no ensaio como exemplos. * O modelo Bazar, no qual o código é desenvolvido de forma totalmente aberta e pública, utilizando a Internet. Raymond credita Linus Torvalds, líder do projeto Linux, como o inventor deste modelo de desenvolvimento de software. Ele também fornece alguns relatos anedóticos da aplicação desse modelo ao projeto Fetchmail.

Arquivo pessoal

A tese central do ensaio de Raymond é que "Dado um número de olhos suficiente, todos os erros são triviais" (que é o enunciado da Lei de Linus): se o código fonte está disponível para teste, escrutínio e experimentação pública, então os erros serão descobertos rapidamente. Em contraste, Raymond alega que uma irregular quantidade de tempo e energia devem ser gastos procurando por erros no modelo da Catedral, quando as diversas versões de código são avaliadas por um número limitado de desenvolvedores. Este ensaio ajudou a convencer a maioria dos projetos open source e softwares livres a adotar o modelo do Bazar, completa ou parcialmente — incluindo os projetos Emacs e GCC, os exemplos originais para um modelo Catedral. Mais notavelmente, isso ainda providenciou o empurrão final para a Netscape Communications Corp abrir o código fonte do Netscape Communicator e iniciar o projeto Mozilla. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/A_Catedral_e_o_Bazar

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reportagem |

10 anos de projeto Comemorações começam no OOoCon, em Budapeste Por Clóvis Tristão e Rochele Prass

Neste ano, novamente o BrOffice.org estará presente no evento, sendo representado por uma comitiva. Além do Coordenador Geral da BrOffice.org, Claudio Ferreira Filho, e o Diretor da Associação BrOffice.org, Olivier Hallot, que também é integrante do Conselho Internacional OpenOffice.org, esta edição do evento contará com a presença de Carlos Braguini e Gustavo Pacheco, ambos colaboradores da comunidade brasileira e conselheiros da Oscip. “Minha expectativa é de representar bem todos que se mobilizam e trabalham a favor do projeto, especialmente aos que se entregam às diversas atividades de organização e mobilização do Encontro Nacional”, diz Braguini.

nathancolquhoun Divulgação

A

Conferência Anual do Projeto OpenOffice.org, que acontece dos dias 31 de agosto a 3 de setembro, em Budapeste, é marcada pelo aniversário de 10 anos do aplicativo. Organizada pela comunidade local, apoiada por patrocinadores, a Conferência OpenOffice.org – OOoCon, é o principal evento da comunidade internacional do projeto. O encontro reúne representantes de vários países para celebrar, trocar conhecimento sobre as realizações ao longo do ano, além de discutir estratégias e desafios.

A conferência de 2010 não será apenas um encontro anual para desenvolvedores, adeptos, entusiastas, evangelizadores, mas também será o início das comemorações das comunidades locais ao redor do mundo. Conforme dados do Marketing Internacional OpenOffice.org, estudos mostram que a suíte de escritórios ocupa mais de 20% do mercado. Desde a sua criação, em 2000, mais de 300 milhões de downloads já foram registrados. Somente na versão atual, a 3.2, foram mais de 43 milhões de downloads. A suíte está disponível para mais de 90 idiomas e tem suporte para os principais sistemas operacionais. "Nossa equipe tem trabalhado muito duro para fazer desta conferência de aniversário a melhor OOoCon de todos os tempos", afirma Peter Szakal da SKM Open, líder da equipe e do comitê de organização em Budapeste, encarregados de hospedar o evento.

"Com a ajuda de nossos patrocinadores, e com o apoio não só da comunidade local, mas dos projetos ao redor do mundo, nós estamos diante de um acontecimento extraordinário na capital da Hungria. Emoldurada por muitos eventos da comunidade, estamos confiantes de que a Conferência OpenOffice.org 2010 será um evento memorável para todos", diz. "Há 10 anos, o OpenOffice.org possui milhões de usuários ao redor do mundo, sendo um dos aplicativos mais premiados e de fácil uso, em termos de produtividade", diz Michael Bemmer, vice-presidente da Oracle. "Na Oracle, estamos orgulhosos de ser o principal contribuinte para o OpenOffice.org, assim como uma patrocinadora Platinum da conferência deste ano. Estamos orgulhosos e ansiosos, e com certeza passaremos diversas conferências juntos”, diz.

Fonte: Divulgação Marketing Internacional OpenOffice.org / Tradução: Clóvis Tristão / Adaptação: Rochele Prass | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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A co-autoria

na era das redes informacionais Por Wilkens Lenon Silva de Andrade

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ma obra cultural, seja literária, artística, tecnológica

Por isso mesmo que Pierre Levy, após ter captado bem o espírito do nosso tempo, disse que:

ou de qualquer outro tipo é sempre o resultado do trabalho com

“O ser cognoscente é uma rede complexa na qual os nós biológicos são redefinidos e interfaceados por nós técnicos, semióticos, institucionais, culturais (…) É preciso pensar em efeitos de subjetividade nas redes de interfaces e mundos emergindo provisoriamente de condições ecológicas locais” (Levy, 1993, p. 161).

ideias que já existem. Não há autoria como algo sui generis, originada de conhecimento realmente novo, pensado por um su-

Na citação acima Levy (1993) faz referência ao conceito de Ecologia Cognitiva, onde deixa claro que o conhecimento é o resultado das complexas interações entre os sujeitos que pensam e articulam ideias, portanto, sujeitos cognoscentes com e o meio, cuja pluralidade se compõe de natureza, instituições humanas, artefatos culturais, signos e símbolos semióticos e culturas diversas. Nessa perspetiva, podemos afirmar, junto com Levy, que o conhecimento e, por conseguinte a autoria, é o resultado das relações interativas na coletividade. Sobre isso ele ainda afirma o seguinte:

jeito sem a interação com a realidade. Pelo contrário, a realidade e as relações são as fontes primárias das ideias e, portanto, dos conceitos, das definições e dos valores humanos que deram e darão origem a todas as produções culturais existentes e que

“Já vimos que um grande número de processos e de elementos interveem em um pensamento. Mais uma vez não há mais paradoxo em pensar que um grupo, uma instituição, uma rede social ou uma cultura, em seu conjunto “pensem” ou conheçam. O pensamento já é sempre a realização de um coletivo. (Levy, 1993, p. 161).”

ainda virão do exercício criativo dos/as autores/as. As produções culturais são sempre resultado da interatividade. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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http://www.123rf.com/photo_6881387_concept-for-cyber-space-3d-computer-render.html

artigo |


artigo | A co-autoria na era das redes informacionais | Por Wilkens Lenon Arquivo pessoal

O direito autoral não pode cercear o acesso ao conhecimento de quem quer que seja. Muito pelo contrário, o compartilhamento é necessário para retroalimentar a autoria

Se o pensamento, suporte de todas as formas de saber, surge como resultado desse conexionismo, podemos concluir que o desenvolvimento da cultura e a sua diversidade se dá dentro de um contexto colaborativo proporcionado pela teia de relações que é estabelecida entre sujeitos individuais, grupos sociais, somados a outros elementos presentes na cultura, tornando-se significativo, possibilitando avanços, transformações individuais e coletivas. E, com isso, criando no tempo e no espaço, mas especialmente no ciberespaço, terrenos férteis a autoria e co-autorias de obras diversificadas com base no compartilhamento das ideias. Nesse sentido, Levy diz que:

“O conjunto das mensagens e das representações que circulam em uma sociedade pode ser considerado como um grande hipertexto móvel, labiríntico, com cem formatos, mil vias e canais. Os membros da mesma cidade compartilham de grande número de elementos e conexões da megarrede comum. Entretanto, cada um tem apenas uma visão pessoal dele, terrivelmente parcial, deformada por inúmeras traduções e interpretações. São justamente estas associações indevidas, estas metamorfoses, estas torções operadas por máquinas locais, singulares, subjetivas, conectadas a um exterior que reinjetam movimento, vida no grande hipertexto social: na 'cultura'” (LEVY – 1993, p. 185).

A diversidade é fonte de inspiração para quem cria, mas também para quem cria em cima da criatividade dos outros. É fonte de remixagem. É a pluralidade e o compartilhamento dentro desse contexto cultural que geram as recombinações e o reaproveitamento das ideias para aumentar e melhorar o conhecimento existente. É da pluralidade que se alimentam as produções culturais. No meio desse caos de diversidade, há um complexo mundo de autores compartilhando conhecimento, cultura e arte. Não há linearidade nem algo pronto e acabado, mas existe uma maravilhosa organização de mentes e corações interfaceados pela lógica da generosidade. As redes sociais e as Comunidades de software livre são exemplos vivos da megarrede de interatividade e colaboratividade articulada em nosso tempo.

O texto acima é uma síntese do pensamento de Levy em relação à grande teia de relações que dão forma à cultura e, consequentemente, aos diversos saberes existentes e criações culturais. O autor insiste em afirmar que todo conhecimento é resultado de uma megarrede colaborativa formada por “mil vias e canais”. Nesse aspecto, concordamos com ele pois, se “as nossas mentes pensam por associação, não seria estranho supor que nossa cultura realiza-se também por conexão, por constantes recombinações.” (SILVEIRA et. al. apud BUSH, 2007). Justamente por essas razões e por muitas outras é que digo que o direito autoral não pode cercear o acesso ao conhecimento de quem quer que seja. Muito pelo contrário, o compartilhamento é necessário para retroalimentar a autoria.

O resultado disso é a produção de saberes comunitários que têm como semente o desejo de contribuir, de pertencimento, de reconhecimento mútuo, de autoria que é reconhecida produção e desenvolvimento em conjunto. O nome disso é meritocracia. No interior das redes informacionais, já não há mais espaço para o meu conhecimento, mas para a colaboração. A rede é feita de comunidades e essas de autores e coautores. Por isso, o absurdo da leis contemporâneas dos direitos autorais e da indústria de patentes que, além de tentarem retirar do autor o direito sobre sua obra tentam acabar com as fontes primárias de produção desses saberes.

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Arquivo pessoal

É o compartilhamento das ideias que possibilita a criatividade porque sem isso não há fontes onde se possa buscar o material necessário para as produções culturais. A música é um exemplo fantástico do que estou afirmando. A harmonia e os acordes musicais é o resultado das misturas de diferentes notas. As músicas mais belas são compostos harmônicos de sons que sozinhos não fazem sentido. Outra belíssima metáfora da pluralidade que faz emergir de si beleza e sentido é a natureza cheia de cores, tonalidades e biodiversidade.

O que seria da ciência se as fórmulas de Aristóteles estivessem sob patentes ou fossem distribuídas sob copyright? Se as descobertas de Newton pertencessem a uma pessoa ou a um grupo? Que tipo de avanço científico conheceríamos se o método científico fosse privativo? Se a ciência não fosse livre? Se o conhecimento dos antigos

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artigo |

A divulgação cultural massiva pré-cibercultura, com raras exceções, fica nas mãos daqueles que controlam os meios de comunicação, fonte de poder político, de prestígio e de influência sobre o que é ou não dito às massas

Arquivo pessoal

A co-autoria na era das redes informacionais | Por Wilkens Lenon

nos fossem negados. Essas e outras questões semelhantes estão na base das discussões dos problemas gerados pelas leis de patentes e pela indústria do copyright. Questões amplamente discutidas por Lemos (2004): “A cultura de massa marcou a esfera e a opinião públicas dos séculos XVIII ao XX. Adorno (1974) mostrou bem como a cultura de massa se configura como uma “indústria cultural”, distribuindo os diversos produtos culturais de forma padronizada, em série, homogeneamente acessível, protegidos pela propriedade intelectual como obra inviolável (diga-se, cópia e circulação não autorizada). A cultura de massa marca a sociedade industrial do século XX. Os mass media agem, nesse contexto, como fluxo massivo, difundindo os produtos culturais (emissões de rádio, TV, cinema, fotografia, música, artes plásticas, literatura…) a partir de um pólo emissor (as emissoras de rádio e TV, os jornais, os editores de revistas e livros, as gravadoras de música etc.) a uma massa de consumidores (receptores)” (LEMOS, 2004, p 8) O verdadeiro objetivo dessa indústria é tornar a produção cultural humana em artigo seriado, do tipo homogêneo, irradiado por uma ou algumas poucas fontes, sem a participação dos usuários, portanto, sem a riqueza cultural das

comunidades de usuários ou instituições locais que, neste caso, servem apenas como consumidores desses produtos. A prática é transformar as obras culturais em produtos para consumo de massa com vistas ao aumento dos lucros das grandes empresas monopolizadoras. Os mecanismos utilizados para a legalização dessa prática capitalista é a lei de patentes e o copyright. Por isso, o autor acima é enfático ao afirmar que: “A liberdade e autonomia de um povo passa por essa inflação do fluxo informativo. No entanto, essa emissão, controlada e proprietária, reduz a uma minoria as vozes de emissão da informação e homogeneíza a recepção das massas. Mesmo não conseguindo essa homogeneização de forma total e implacável, como mostram os estudos de recepção, os mass media controlam a emissão. A divulgação cultural massiva pré-cibercultura, com raras exceções, fica nas mãos daqueles que controlam os meios de comunicação, fonte de poder político, de prestígio e de influência sobre o que é ou não dito às massas. Controlar os mass media é controlar a opinião das massas, barrar a diversidade cultural e forjar uma

identidade essencialista, purista e imutável”. (LEMOS, 2004, p. 9). Nossa luta pela mudança da Lei dos direitos autorais é em defesa do crescimento desse fluxo informativo nas redes informacionais. As riquezas culturais se multiplicam na medida em que encontram a necessária liberdade aos fluxos de conhecimento. Tornar o conhecimento posse de alguns poucos polos emissores, como deseja a indústria cultural, é empobrecer a humanidade naquilo que tem de mais rico, que é a capacidade sinérgica de produzir saber de forma coletiva. A era das redes é também tempo da multiplicação do conhecimento, da remixagem pelas recombinações dos saberes e da arte. Por isso, é chegado o tempo da fluência e da influência das Comunidades cibernéticas. É tempo da co-autoria e do desenvolvimento entre pares. O sujeito é convidado à participação e a ação em defesa da diversidade cultural na rede e em rede, onde as fontes são diversas e diversificadas. Com vários rostos, corpos e mentes, mas com um único sentimento chamado de generosidade.

Referências: Levy, Pierre. As Tecnologias da Inteligência – O futuro do pensamento na era da informática. São Paulo. Editora 34. 2004, 13a Edição. Lemos, André. Cibercultura, cultura e identidade. Em direção a uma “Cultura Copyleft”? André Lemos Contemporânea, vol. 2, no 2 p 9-22 Dez 2004.Silveira, Sérgio Amadeu. et. al. DIVERSIDADE DIGITAL E CULTURA. 2007. em http://www.cultura.gov.br/site/2007/06/20/diversidade-digital-e-cultura-por-sergio-amadeu-e-associados/. Acesso em 23 de agosto de 2010 . | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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leocub's

reportagem |

Conhecer BrOffice.org é diferencial para conquistar uma vaga

Por Rochele Prass

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stabilidade no emprego, salários vantajosos e outros benefícios atraem milhões de brasileiros, que se preparam para concorrer a uma vaga em órgãos públicos. Conforme dados da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos Públicos (ANPAC), anualmente são cerca de 12 milhões de inscrições, número que vem crescendo nos últimos cinco anos. Tal aumento leva, evidentemente, à maior exigência por qualificação dos candidatos. Ainda de acordo com dados da ANPAC, entre 2003 e 2009, cresceu em 26% o número de servidores civis do Executivo Federal com curso superior, enquanto os funcionários somente com o fundamental caíram 14%. E diante de um quadro em que vários órgãos públicos estão adotando o BrOffice.org como suíte de escritórios padrão, a exigência por candidatos que conheçam o aplicativo não poderia ser diferente. Professor de cursos preparatórios de candidatos a concursos desde 2004, Áriston Jorge Meireles, 40 anos, conta que está com salas lotadas nas duas instituições em que atua em Goiás. São cerca de 120 alunos em cada turma, em dois turnos diferentes, visando ao concurso do MPU. Segundo ele, o número de alunos que procuram apoio para estudar a suíte de escritórios BrOffice.org registra aumentos significativos: “A demanda vem crescendo bastante, pois muitos órgãos públicos vêm adotando BrOffice.org”. Ele ministra aulas preparatórias para concursos de esferas municipais a federais.

Conforme o presidente da Associação Brasileira de Candidatos a Concurso Público, José Vânio Sena, a exigência de conhecimentos em software livre está crescendo. “É uma tendência a utilização de softwares livres. É natural exigir seu conhecimento, pois os candidatos terão que exercer o manuseio após serem nomeados”, afirma.

Arquivo pessoal

É o caso, por exemplo, do concurso para Analista e Técnico dos quadros do Ministério Público da União, que inclui nos objetos de avaliação em informática para níveis superior e médio conhecimentos em BrOffice.org. São 594 vagas, com rendimentos que variam de R$ 3.993,09 a R$ 6.551,52, dependendo do cargo escolhido. O concurso dos Correios, que recebeu 1.064.209 inscrições, também prevê conhecimentos no aplicativo, para quase todas as 6.565 vagas. Os salários variam entre R$ 706,48 e R$ 3.108,37. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Graduado em Sistemas de Informação, Áriston também é Auxiliar Judiciário – Tecnologia da Informação no Tribunal de Justiça do estado, órgão que usa BrOffice.org. Em sua opinião, a inclusão de questões sobre o aplicativo em provas Agosto | 2010


reportagem | Arquivo pessoal

BrOffice.org em Concursos Públicos | Por Rochele Prass de concurso é muito importante para o andamento do trabalho de candidatos aprovados. “É perceptível o conhecimento que alguns concursados têm em relação aos mais antigos ou comissionados que não se interessam tanto por novas tecnologias”, diz. Conforme relata, os alunos chegam aos cursos geralmente com pouca noção sobre a ferramenta, quando o foco é concurso público. As pessoas que já têm experiência no serviço público, explica, costumam estar mais familiarizadas à ferramenta. Evidentemente, um assunto a mais para conhecer nem sempre deixa feliz quem pretende superar os concorrentes. Mas o quesito BrOffice.org não é visto pelos alunos como um obstáculo, e sim um aliado: “No início, muitos alunos reclamavam por terem que estudar mais um pacote de aplicativos, porém hoje eles veem isso como um diferencial na preparação”, afirma Áriston.

Áriston Jorge Meireles, professor de cursos preparatórios para concursos.

atento a essas falhas. A dica que o professor deixa para quem está se preparando para prestar concurso público é estudar através da resolução de provas já aplicadas. Em caso de dúvidas, diz, consultar a ajuda do software e participar de grupos de discussão também são recomendáveis.

O Diretor de Relações Trabalhistas da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio Grande do Sul (ABRH), Paulo Delfino, explica que o questionamento sobre custos é uma realidade de empresas privadas e órgãos públicos. Nesse contexto, o uso de software livre é uma tendência. “O domínio completo de software livre coloca o candidato na posição de competitividade, seja na prova objetiva, seja no teste prático”, afirma. Delfino lembra que muitos concursos realizam, além de testes objetivos, exames práticos para admitir o candidato. “Só isso já te coloca em posição de vantagem”, fala ao enfatizar que os profissionais devem se atualizar.

Para o Diretor da ABRH, Paulo Delfino, o processo de aprendizagem deve ser constante, e não apenas visando a um concurso específico. Para tornar-se competitivo no mercado de trabalho, é preciso transformar essa questão numa tarefa diária. O Diretor ressalta que os concursos são elaborados com o objetivo de selecionar os melhores inscritos. “Se estou concorrendo com melhores, tenho que treinar diariamente”, afirma. Outro ponto que salienta é que o nível dos concorrentes de concursos públicos costuma ser alto, reunindo pessoas com bom nível de instrução e bem preparadas.

Como se preparar

A postura de alguém que almeja essa conquista deve passar por uma disciplina séria e de dedicação. Além disso, Delfino também aconselha os concurseiros a realizarem simulados, pesquisar provas de concursos anteriores e treinar, repetindo as condições do processo de seleção com o número de questões e tempo disponível para completar a prova. Apesar de as questões mudarem, abrangem os mesmos tipos de conhecimentos. “Não é possível decorar o caminho, mas é possível treinar para se submeter a uma situação semelhante”, explica. Arquivo pessoal

As dificuldades que os alunos têm em relação ao BrOffice.org, explica o professor Áriston Jorge Meireles, são praticamente as mesmas em relação a suítes semelhantes. Os pontos que geram mais dúvidas são as fórmulas e funções do Calc. Para auxiliar os concurseiros, ele procura focar em questões que já caíram em outros concursos. Quando um edital aponta necessidade de conhecimentos em duas suítes, o professor adota a prática de comparar as duas ferramentas, mostrando as diferenças. “Os alunos que dedicam um tempo para a resolução de provas anteriores e, a partir delas aprendam novas funções, não acham difíceis as questões”, diz.

O presidente da Associação Brasileira de Candidatos a Concurso Público, José Vânio Sena, também salienta a importância de o candidato conhecer a forma como as questões são elaboradas. Mas aconselha os estudantes a ficarem atentos à teoria. “O candidato pode perfeitamente dominar o manuseio prático, em um computador, e, na teoria, se enrolar com os termos técnicos de informática”, diz.

Segundo Áriston, o problema está, muitas vezes, em questões mal elaboradas pelos organizadores dos concursos. Para os concurseiros, a melhor saída é estar | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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No início, muitos alunos reclamavam por terem que estudar mais um pacote de aplicativos, porém hoje eles veem isso como um diferencial na preparação

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reportagem | Em busca de uma vaga...

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BrOffice.org em Concursos Públicos | Por Rochele Prass

Foto: Daniel Hammes

A estabilidade e a garantia de uma aposentadoria estável atraíram a atenção do jornalista Luis Henrique Silveira. Ele é um dos inscritos para o concurso do MPU e conta que pretende se preparar para a prova por conta própria. Como estratégia, está montando um plano de estudos a partir de conteúdos listados no edital do concurso, além de analisar outras provas.

Luis Henrique Silveira dedica manhãs e tardes aos estudos, para o concurso do Ministério Público da União.

“Quando eu li o programa, achei muito interessante porque a parte de informática contempla software livre”, diz. Usuário de BrOffice.org, Luis conta que sua maior preocupação é com questões relativas à outra suíte de escritórios. Além disso, pretende dar maior atenção às planilhas, já que as usa esporadicamente no seu dia a dia. “Nestes casos terei que estudar ambos”, conta.

Na opinião de Luis Henrique, muitas das questões de concurso sobre informática são até fáceis para quem usa a ferramenta. “São perguntas do tipo, para você fazer tal coisa precisa fazer quais passos?”, analisa. Entretanto, pondera que muitas perguntas são do tipo verdadeiro ou falso, o que pode gerar confusão na hora da prova.

O mercado de trabalho

carreira em empresas privadas, “mas isso nem sempre é possível”, lembra Delfino.

Arquivo Pessoal

Paulo Delfino, Diretor de Relações Trabalhistas da ABRH - RS.

A carreira no serviço público, entretanto, é também uma questão de perfil. “Tem pessoas que não se acostumam com o processo que deve ser seguido no setor, mas raramente fazem concurso”, diz. Porém, essa estabilidade no emprego não significa falta de espaço para realização pessoal e construção de uma carreira promissora. “É uma questão de personalidade. O jovem que entra em concurso está sendo desafiado e isso coloca uma pressão sobre os órgãos para que lidem com a necessidade de reconhecimento mais imediata dos jovens”, explica.

O jovem que entra em concurso está sendo desafiado e isso coloca uma pressão sobre os órgãos para que lidem com a necessidade de reconhecimento mais imediata

Conforme analisa o diretor, as gerações que estão se colocando no mercado de trabalho procuram concurso público também por reconhecer que os órgãos estão mais sérios e vêm se estruturando melhor. A partir da década de 60, as empresas privadas passaram a ser modelo de organização. “Existe a 'recuperação' da qualidade do serviço público que foi modelo nos anos 50”, explica. A busca pelos melhores profissionais, regras de crescimento e de desempenho também estão atraindo as melhores pessoas. “Se acomodam os que querem se acomodar”, diz. E, diante desse contexto, chegar a um ambiente de trabalho sabendo como lidar com tarefas da rotina é muito importante para a integração do novo profissional ao grupo.

Um cargo no setor público é o sonho de muitos brasileiros. Isso porque o mercado de trabalho atual é mutante e flexível, conforme a análise de Delfino. Muitos trabalhadores de gerações passadas conseguiram fazer uma boa

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reportagem | Arquivo pessoal

Análise: questões BrOffice.org em concursos públicos Prepare-se! Veja algumas perguntas que já caíram em provas de seleção Pesquisa e comentários | Por Cícero Rocha

Questão 1: Integrante do Grupo de Usuários BrOffice.org CE, Cícero Pinho Rocha é colaborador da Revista BrOffice.org. Possui graduação em Licenciatura Plena em Computação pela Universidade Estadual do Piauí (2005).

Considere a figura a seguir, extraída do BrOffice.org Calc 3.2.0 (configuração padrão do fabricante):

Atualmente, é professor da Escola Estadual de Educação Profissional Monsenhor Expedito da Silveira de Sousa. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Informática Educativa e em Matemática e Física.

Questão 2: Com relação ao BrOffice.org Writer 3.2.0 (configuração padrão do fabricante), as opções de recortar um objeto selecionado qualquer no documento (imagem ou um trecho do texto) e colar esse objeto em um local específico no texto, podem ser realizadas a partir do teclado, utilizando, respectivamente, as teclas de atalho:

Considerando que na célula C3 o usuário digita a fórmula =MÉDIA(A1/B1;A2*B2), o valor resultante nesta célula (C3) será de: a) 2,25.

a) CTRL + Y e ALT + V.

b) 2,5.

b) ALT + C e ALT + V.

c) 3,0.

c) CTRL + T e CTRL + X.

d) 3,25.

d) CTRL + X e CTRL + V.

e) 3,5.

e) CTRL + C e CTRL + V.

Comentário: Com os dados da questão, podemos observar que a função MÉDIA, primeiro irá resolver a divisão e multiplicação, para depois realizar a média que neste caso será 3. Portanto, a resposta correta é letra C.

Comentário: Como padrão da informática, e também dos processadores de textos atuais, os atalhos das funções recortar/colar é, respectivamente, CTRL + X e CTRL + V, e no BrOffice.org Writer 3.2.0, não seria diferente. Portanto, a resposta correta é letra D.

*Prova organizada pela Coordenadoria Permanente de Seleção da Universidade Federal do Piauí (COPESE/UFPI). Edital 05/2010 – Cargo: Agente Administrativo. Data de realização: 11/07/2010.

*Prova organizada pela Coordenadoria Permanente de Seleção da Universidade Federal do Piauí (COPESE/UFPI). Edital 05/2010 – Cargo: Agente Administrativo. Data de realização: 11/07/2010.

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reportagem | Pesquisa e comentários | Por Cícero Rocha

Questão 3:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Pencil.jpg

A respeito do ambiente BrOffice.org, assinale a opção correta.

a)

O Base permite acessar dados armazenados em diversos formatos de arquivos de banco de dados, tais como o formato dBase, e também permite a conexão com bancos de dados relacionais, como MySQL ou Oracle. b) Para localizar ou substituir palavras, o Writer disponibiliza ferramenta acessível por meio do ícone, enquanto, no Calc, essa ferramenta é obtida a partir do ícone .

Questão 4:

c) Os documentos elaborados no Writer podem ser armazenados em arquivos nos formatos HTML e PDF, mas não em arquivos com extensão .doc, que é restrita a documentos criados no Word.

Um técnico de informática estava utilizando o programa Calc do BrOffice 3.2.0 e, ao pressionar a tecla delete, deparou-se com uma janela denominada “Excluir Conteúdo”. Marque a opção que NÃO pode ser escolhida nesta janela.

d) O Impress disponibiliza a opção de criar gráficos vetoriais, slides, objetos em três dimensões, com o auxílio de grades e guias.

a) Formas.

e) O Math disponibiliza vários operadores, funções e assistentes de formatação, que permitem a inserção automática de uma fórmula em um documento em edição no Writer. No entanto, o Math deve ser reiniciado a cada fórmula inserida no documento, já que não é possível a sua edição e formatação.

b) Números. c) Formatos. d) Excluir Todas. e) Fórmulas.

Comentário: A questão requer um conhecimento um pouco mais profundo de toda a suíte BrOffice.org. Contudo, pelas próprias alternativas, torna-se fácil a resposta, visto que o Base, realmente acessa banco de dados, esta é sua função. Portanto, a resposta correta é letra A.

Comentário: Sabendo que o Calc é uma planilha eletrônica e que o técnico estaria excluindo o conteúdo de uma célula na tela que surge, a opção que não é exibida é Formas. Portanto, a resposta correta é letra A.

*Prova organizada pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos – UERN da Universidade de Brasília. Cargo: Técnico de Nível Superior. Data de realização: 25/04/2010.

*Prova organizada pela Coordenadoria Permanente de Seleção da Universidade Federal do Piauí (COPESE/UFPI). Edital 05/2010 – Cargo: Técnico em Informática. Data de realização: 11/07/2010.

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reportagem | Pesquisa e comentários | Por Cícero Rocha A figura a seguir serve para responder as 2 próximas questões.

Questão 6 Considerando ainda a figura do BrOffice.org Writer 3.0, assinale a opção que indica o procedimento correto para exportar o texto para o Word. a) Clicar a opção Exportar arquivo do menu Ferramentas , selecionar a pasta desejada e por fim clicar OK. b) Clicar a opção Word do menu Exibir, selecionar a pasta desejada e, em seguida, clicar OK. c) Ao se clicar sobre a opção , será apresentada a opção referente ao tipo de arquivo para exportação. Após clicar o tipo de arquivo desejado, é suficiente selecionar a opção Word e clicar OK.

Questão 5

d) Clicar o menu Janela e arrastar o texto para uma janela do Word, necessitando dessa forma abrir uma nova tela do BrOffice Writer 3.0.

Com relação à figura e à utilização do BrOffice.org Writer 3.0, assinale a opção correta.

e) Clicar a opção Salvar Como do menu Arquivo, selecionar a opção Microsoft Word (versão válida) e clicar o botão Salvar.

a) A figura apresenta a página 1 de um texto que contém 10 páginas. Comentário: Primando pela portabilidade dos arquivos gerados no BrOffice.org, é possível criar arquivos para serem abertos no Word. Dessa forma, basta seguir os procedimento da alternativa e, portanto, a resposta correta é a letra e.

b) A indicação apresentada no canto inferior direito da tela evidencia que uma senha para acesso está sendo requisitada. c) A opção na parte inferior da tela indica que o texto foi inserido a partir de uma página da Internet. d) Para se exportar o texto para o formato PDF é suficiente clicar sobre a opção , digitar o nome do arquivo apropriado e clicar a opção Salvar.

*Prova organizada pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos – UERN da Universidade de Brasília. TRE/MT – Área Judiciária

e) Para se limpar a formatação do texto é suficiente selecioná-lo e clicar a ferramenta .

Comentário: Diferentemente do pacote de escritório proprietário, o BrOffice.org já traz nativamente uma ferramenta de conversão para o formato PDF. Portanto, a resposta correta é letra D.

Trazendo dicas e informação, todos os dias e na dose certa

*Prova organizada pelo Centro de Seleção e Promoção de Eventos – UERN da Universidade de Brasília. TRE/MT – Área Judiciária | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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escritório aberto | O Projeto Escritório Aberto tem como objetivo fornecer modelos de arquivos para o BrOffice.org totalmente gratuitos, prontos para usar e excelentes para o aprendizado. Assim, futuros usuários contarão com aplicações práticas para demonstração dos diversos usos do BrOffice.org por meio de exemplos utilizáveis. Trata-se de arquivos de uso diário, enviados por colaboradores e que servem perfeitamente

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às nossas necessidades, todos licenciados pela GPL.

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O ingresso no mercado de trabalho através de concurso público é atualmente o sonho de milhares de pessoas no Brasil. O BrOffice.org está sendo cada

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vez mais exigido nesse tipo de provas. Porém o que alguns não sabem é que o Escritório Aberto, projeto

Um bom cartão de visitas valoriza o seu relacionamento interpessoal.

da comunidade BrOffice.org, dá uma força extra aos “concurseiros” com esses modelos:

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Download: Currículo Elegante | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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reportagem |

fisl11:

Evento Comunitário BrOffice.org TCE/MT apresenta caso de migração e aponta caminhos para sustentabilidade dos projetos de implantação Por Rochele Prass Rochele Prass

Um dos maiores cases de migração para BrOffice.org foi o tema principal do evento comunitário do BrOffice.org, realizado durante o fisl11. Segundo o Coordenador Técnico de Tecnologia da Informação do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso, Edmar Maragon, e o analista técnico responsável pelo BrOffice.org na entidade, Claudio Ferraz, que apresentaram parte do evento, o planejamento de implantação da suíte de escritório iniciou em 2002,

quando os

auditores

do

TCE/MT ainda precisavam extrair manualmente informações dos bancos de dados para composição de relatórios. BrOffice.org discute sustentabilidade de projetos de migração em evento comunitário

O

órgão usa o BrOffice.org para uma das missões mais importantes diante da população: o controle externo de recursos públicos. São cerca de 120 auditores e 180 técnicos de fiscalização que usam o aplicativo na tarefa de analisar o fluxo de recursos de 667 unidades gestoras no estado, por onde circula anualmente uma média de R$ 13 bilhões. A suíte já está presente em 90% das 700 estações de trabalho, meta projetada para 2011, mas que foi atingida ainda no primeiro semestre deste ano. Anualmente, os auditores do TCE/MT geram aproximadamente 20 mil documentos.

Para conseguir o respaldo necessário para a migração, a entidade procurou auxílio externo. A estratégia foi buscar no mercado quem conhecesse o assunto. “Obviamente, a escolha foi pela Associação BrOffice.org”, explica Maragon. Conforme ressalta, a contratação da entidade pelo TCE/MT foi por meio de inexigibilidade de licitação. De acordo com a Lei, explica, quando uma instituição é notória na sua área de atuação, o procedimento administrativo para a contratação de seus serviços é dispensado. A partir dessa parceria, técnicos da entidade iniciaram uma capacitação pela própria Associação BrOffice.org, tornandose multiplicadores de conhecimento para outros usuários da entidade. Os treinamentos duravam cerca de três horas uma vez por semana e cumpriam um papel a mais: a cada problema identificado, a equipe de multiplicadores era acionada. “Com a contratação da BrOffice.org, nós conseguimos o apoio qualificado para resolução de problemas”, afirma Maragon. Em 2006, o TCE/MT instituiu o BrOffice.org como ferramenta corporativa, por meio de decreto administrativo.

Arquivo pessoal

Conforme o coordenador, o motivo predominante para a implantação do BrOffice.org foi econômico, o que significa redução de custos para os cofres públicos. A entidade calcula poupar até R$ 800.000,00 por ano com pagamento de licenças proprietárias de suítes de escritórios. Mas também já chamava a atenção da equipe as questões sobre interoperabilidade e o formato ODF, padrão de armazenamento de documentos do BrOffice.org. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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reportagem | Arquivo pessoal

fisl11: Evento Comunitário BrOffice.org | Por Rochele Prass Evidentemente, houve resistências iniciais, conta Maragon, principalmente entre os que já conheciam outras ferramentas. “É aqui que o gestor tem que se preocupar”, enfatiza. Conforme aponta, o caminho deve ser o de quebra de paradigmas, tratando de mudar a cultura das pessoas, os usuários. “E foi neste ponto que o TCE/MT teve êxito”, afirma. Ele explica que o processo é contínuo e todo o esforço se repete cada vez que um novo colaborador passa a integrar o quadro. Muitos usuários que reclamam não se dão conta de que as dificuldades de aprendizagem são idênticas as que teriam com uma suíte proprietária, constata. “Mas não são só problemas que a gente encontra. Tem benefícios também”, declara.

Outra palestra realizada no Encontro Comunitário BrOffice.org foi sobre técnicas de conversão de documentos, ministrada pelo diretor da Oscip e responsável pela tradução do aplicativo para português, Olivier Hallot. Conforme explica, uma das maiores dificuldades para empresas e entidades que migram para BrOffice.org é a conversão de documentos. Hallot demonstrou, na prática, formas que facilitam o processo. Leonardo Cezar, integrante das comunidades BrOffice.org e PostgreSQL, que é administrador de bancos de dados, apresentou ao público maneiras possíveis de acessar informações armazenadas num banco de dados PostgreSQL através do Base. De acordo com ele, essa integração é uma solução que facilita o acesso a dados, aproveitando recursos disponíveis da suíte de escritório.

Conforme ressalta Claudio Ferraz, que é o especialista em BrOffice.org no TCE/MT, o sucesso na adoção do BrOffice.org está também na integração do BrOffice.org com os principais sistemas legados no TCE/MT, responsável pelo controle de processos.

Rochele Prass

Uma das dificuldades técnicas foi quanto à inserção de imagens em lote no editor de texto para geração de relatórios. O caminho encontrado esteve novamente na parceria com a BrOffice.org: foi desenvolvida uma extensão que permite inserir em um documento imagens a partir de um diretório determinado. Depois de testada e aprovada, a extensão foi disponibilizada para todos os usuários do BrOffice.org como uma contribuição do Tribunal ao trabalho colaborativo do projeto. A AddPics está disponível para download no repositório do de extensões do OpenOffice.org. Conforme Claudio Ferraz, uma outra vantagem de estar em permanente contato com a Associação BrOffice.org é a possibilidade de sugerir melhorias no aplicativo na medida em que necessidades são identificadas na rotina de trabalho dos usuários. Uma das questões foi com os gráficos gerados no Calc. Quando as imagens eram coladas no editor de texto, o Writer, os dados desapareciam. O problema estará solucionado a partir da versão 3.3 do BrOffice.org.

TCE/MT destaca ao público que apoio aos usuários é contínuo

esclarece a importância de discuti-las e até mesmo prevêlas durante o planejamento de uma migração. “A tendência, com esse tipo de planejamento, registro e acompanhamento é que os resultados efetivos sejam cada vez mais rápidos, pela proximidade que o BrOffice.org proporciona entre usuário e desenvolvedor”, diz. Arquivo pessoal

O Conselheiro e sócio fundador da OSCIP BrOffice.org Gustavo Pacheco, que prestou consultoria à entidade durante o processo de implantação, ressaltou que o caso do TCE/MT é importante porque representa um dos grandes desafios pós migração: a sustentabilidade desses projetos. “O TCE/MT tem um histórico de sucesso na migração e de suporte de apoio de desenvolvimento do aplicativo, dando contribuições ao projeto internacional”, diz.

A OSCIP BrOffice.org mantém com o TCE/MT um contrato que prevê prestação de consultoria e parte de desenvolvimento. Além disso, a organização atua como intermediária junto à comunidade internacional OpenOffice.org.

Referente às dificuldades técnicas encontradas ao longo do processo de migração e no dia a dia dos usuários, Pacheco | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

Baixe a extensão: http://extensions.services.openoffice.org/pt-br/project/AddPics

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novas tecnologias |

Reconhecimento de voz para BrOffice.org Por Rochele Prass

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forma como o homem interage com o computador vem se modificando significativamente desde a década de 90, a partir da exigência por recursos mais sofisticados na computação. Nesse novo conceito, uma das diretrizes é de que os sistemas devem se adaptar às formas multi sensoriais pelas quais o homem se relaciona com o mundo, e não o contrário. Imagine produzir um texto inteiro sem precisar do teclado para digitar. É isso que pretende o SpeechOO, uma extensão de reconhecimento de voz para o OpenOffice.org. O projeto é brasileiro e open source.

A ideia de desenvolver a ferramenta surgiu há cerca de quatro meses e foi lançada oficialmente durante o fisl11. O projeto é dos pesquisadores Pedro Batista, que trabalha com aplicações de reconhecimento de voz dentro do Grupo FalaBrasil, e do pesquisador William Colen, responsável pelo Corretor Gramatical CoGrOO. Os dois juntaram as experiências e o resultado, ainda em fase de amadurecimento, é promissor, como explica Pedro na entrevista a seguir:

A interação homem máquina está mudando... Podemos considerar o SpeechOO uma amostra de vanguarda do que ainda está por vir nessa relação? Sim, o SpeechOO é um aplicativo bastante novo. Na verdade, uma possibilidade nova, pois a ideia de se usar a voz para interagir com o computador já vem sendo apresentada por filmes de ficção científica há bastante tempo. Porém, somente agora a possibilidade de criar aplicações livres com essa tecnologia para o português brasileiro é possível, graças ao trabalho do Grupo FalaBrasil que vem desenvolvendo o reconhecedor de voz Coruja. Existem outras aplicações que estamos colocando em prática no Grupo FalaBrasil, que podem ser conferidas na página: http://www.laps.ufpa.br/falabrasil

Visite o site do projeto: http://code.google.com/p/speechoo | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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novas tecnologias | o projeto ainda está em

Arquivo pessoal

Reconhecimento de voz para BrOffice.org | Rochele Prass

Os desenvolvedores do SpechOO Pedro dos Santos Batista é estudante de Engenharia da Computação e membro do Grupo FalaBrasil, da Universidade Federal do Pará. Atua também no desenvolvimento do Coruja, um reconhecedor automático de voz para português brasileiro.

fase de testes e muitos erros

poderão ser encontrados

Que funcionalidades o SpeechOO já oferece? Ou seja, o que os usuários que desejam testar imediatamente podem esperar ou não dele?

William Colen é mestrando em Ciência da Computação no IME – USP. É membro do Centro de Competência em Software Livre e responsável pelo desenvolvimento do Corretor Gramatical CoGrOO.

Disponibilizamos recentemente uma versão com uma melhor taxa de reconhecimento. Atualmente, o que ele faz é simplesmente reconhecer a voz e colocar o texto na tela do BrOffice.org. Estamos trabalhando para que possamos incluir nele comandos para controlar o BrOffice.org. É importante que a comunidade use para nos reportar bugs e ideias. Porém, ao usar é importante entender que o projeto ainda está em fase de testes e muitos erros poderão ser encontrados.

melhor. Porém, ainda não alcançamos a taxa de reconhecimento desejada e o Grupo FalaBrasil vem trabalhando para melhorar o Coruja, consequentemente nos ajudando com o SpeechOO. Outra questão é a integração com o BrOffice.org, já que o Coruja é nativamente um código em C++ e tivemos que integrar com o BrOffice.org usando Java, isso foi possível graças a JNI (Java Native Interface). Outra questão que estamos trabalhando é na modelagem dos comandos de controle do BrOffice.org.

Percebe-se que a ferramenta é de grande utilidade para várias pessoas, mas tem um potencial muito grande para portadores de necessidades especiais. Isso foi pensado na concepção do projeto? Quando pensamos em desenvolver o SpechOO, era apenas uma ideia que parecia legal. Combinamos e então começamos a desenvolver. Quando o projeto foi amadurecendo, percebemos a sua importância principalmente para pessoas com deficiência motora. E então tivemos mais essa motivação.

E além das questões técnicas? Estamos buscando desde financiamento, principalmente por parte do governo, para que possamos contar com mais pessoas no desenvolvimento, até divulgação para atrair desenvolvedores voluntários. Como sabemos, um software livre cresce com a ajuda da comunidade.

Quantas pessoas colaboram? Quando se fala em reconhecimento de voz o trabalho se deve ao Grupo FalaBrasil, que é o desenvolvedor do reconhecedor Coruja e este pode ser usado em inúmeras aplicações. Quando se fala de SpeechOO, apenas eu e o William, que usamos a tecnologia do Coruja no desenvolvimento. O LaPS (Laboratório de Processamento de Sinais da UFPA) recentemente se interessou pelo projeto e custeou a passagem para o fisl11. Pelo LaPS, também recentemente propomos um projeto para o CNPQ e estamos aguardando a resposta, para podermos contratar mais bolsistas e amadurecer o SpeechOO.

Ou seja, está aberto a colaborações... Como a comunidade pode ajudar? Quem tem algum conhecimento de programação pode ajudar no desenvolvimento. Uma questão importante é que, para possibilitar o reconhecimento de voz, precisamos de uma grande base de áudio com texto transcrito. Para conseguir isso, a ajuda da comunidade é essencial. Existe uma iniciativa livre que faz a coleta de voz e a distribui livremente, este pode ser encontrado em http://www.voxforge.org. Além disso, sugestões são bemvindas.

Quais são os principais desafios técnicos para o projeto?

Quer ver o SpeechOO

A questão do reconhecimento de voz por si só já é um grande problema. Podemos observar isso quando ligamos para centrais de atendimento e não conseguimos fazer com que a máquina nos entenda. Aqui a situação é parecida, porém um pouco melhor, pois a qualidade do som é | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

em ação? Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=bcc9tvnHjr8

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| Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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entrevista |

As páginas amarelas do Software Livre Por Rochele Prass

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Não adianta apenas instalar o novo software, precisa dar treinamento. E depois do treinamento, suporte e acompanhamento

o ar há menos de um mês, o site PASL Páginas Amarelas do Software Livre – chegou para unir duas pontas. Trata-se de um local de acesso público, em que tanto a busca, quanto a oferta de serviços em Software Livre são gratuitos. O projeto foi idealizado pelo técnico em eletrônica, Paulo Souza Lima, a partir de reportagem publicada na edição 9 da Revista BrOffice.org. “A reportagem sobre BrOffice.org nos municípios brasileiros deu a base de sustentação para o que eu já desconfiava, mas ainda não tinha muito claro na mente”, diz ao citar que a matéria levanta a discussão sobre a importância do suporte continuado nos projetos de migração.

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“Não adianta apenas instalar o novo software, precisa dar treinamento. E depois do treinamento, suporte e acompanhamento”, lembra. Paulo compartilhou a ideia com Carlos Alberto Vega Loyola Junior, administrador do fórum Tutolinux, que ofereceu um espaço em servidor para a iniciativa e trabalhou no desenvolvimento da interface. Recentemente, duas pessoas passaram a ajudar no desenvolvimento do site, Marco Aurélio Fonseca de Almeida (lelocrow), programador e suporte técnico em software, de São Paulo/SP e o professor Dyego Garcia, de Pernambuco. Nos primeiros dias após as primeiras divulgações em algumas listas de discussão e redes sociais, o volume de acessos aumentou. O número de cadastros e de pessoas oferecendo serviços de suporte, gratuitos ou pagos, conta Paulo, chegou a 60, reunindo profissionais de todo o Brasil. Já foram registrados picos de 80 pessoas online. Em cada estado, o site registrou uma média de 200 acessos. Paulo e Carlos contam os detalhes do projeto em entrevista a seguir:

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entrevista | Arquivo pessoal

As páginas Amarelas do Software Livre | Por Rochele Prass

Paulo Souza Lima é técnico em eletrônica e administrador. Trabalha no Instituto de Tecnologia do Paraná como metrologista.

O que essa iniciativa pretende gerar em se tratando de difusão e uso pleno do software livre? Muito se fala da tal sustentabilidade dos negócios com software livre. Iniciativas como o projeto Cauã de John “Maddog” Hall, visam oferecer qualificação para pessoas carentes de modo que possam gerar renda com o software livre, mas onde está a demanda? Onde estão as pessoas que precisam dos serviços desses novos técnicos? O software livre já possui uma base de sustentação nas empresas e no governo, mas não nos usuários domésticos. A demanda doméstica é tão importante quanto a demanda corporativa, se não mais. Recentemente houve uma discussão sobre o suporte. Chegamos à conclusão de que o suporte presencial é muito importante, porque as pessoas não têm tempo nem disposição para buscar ajuda em fóruns. A maioria das pessoas gosta e precisa de suporte presencial. Então nos ocorreu a questão: porque não juntar num só local, quem busca suporte presencial e quem o oferece? Por que a demanda doméstica pode ser mais importante que a demanda corporativa? Quando falamos de “inclusão digital” estamos necessariamente falando de pessoas e de computadores domésticos. O governo e as empresas já estão digitalmente incluídos. Quem necessita ser incluído, neste momento, são as pessoas que ainda não têm acesso a todos os serviços e informações disponíveis na grande rede. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Por isso, a demanda doméstica tende a ser mais importante do que a empresarial e governamental. Além disso, mesmo na situação atual, a pirataria é muito mais disseminada no âmbito da computação doméstica do que na corporativa, o que pode ser um nicho interessante para o software livre. O software proprietário não é predominante apenas porque as empresas o utilizam. Ele é predominante porque conquistou o âmbito doméstico na forma do pirata. Redes sociais e sites de relacionamento foram criados para pessoas, não para empresas. Então por que insistimos em dizer que o sucesso está nas empresas e no governo, se ambos são feitos de pessoas? O sucesso está nas pessoas, onde quer que elas estejam. O SL já está bastante presente no governo e nas empresas. É hora de o colocarmos nas residências. Quais são as maiores dificuldades que vocês identificam para que os usuários sigam usando software livre após terem o primeiro contato com ferramentas e sistemas operacionais open source? Com o software livre, a maior dificuldade que enfrentamos é, justamente, a de manter as pessoas usando o SL depois da instalação. Todas as vezes que esse acompanhamento não foi feito, a pessoa abandonou o SL e voltou para o pirata. Em muitos casos, frustrada. Na maioria dos fóruns, blogs e listas de discussão, fala-se muito da "preguiça do usuário" em aprender coisas novas. Todo suporte gratuito para SL, passa necessariamente pelos fóruns e listas. Os suportes pagos são raros e caros. Nas listas de discussão, sempre falam para os iniciantes serem específicos e claros nas suas perguntas, mas esquecem que essas pessoas sequer têm ideia do que perguntar. Resumindo: a dificuldade do iniciante é muito maior do que apenas técnica. Para o usuário final vem a pergunta: porque vou utilizar Linux se o que as empresas precisam é de profissionais para sistemas proprietários, que são maioria nas empresas? Consequentemente, esses usuários não têm um estímulo para aprender o sistema Linux. Arquivo pessoal

Gerar renda com o software livre, mas onde está a demanda? Onde estão as pessoas que precisam dos serviços desses novos técnicos?

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Paulo: Meu pai, por exemplo, é um senhor de 65 anos, que mora numa cidade no Norte do Paraná. Eu instalei uma versão do Ubuntu para ele há uns dois anos. Não durou um mês, porque ele precisava fazer certas coisas funcionarem e o único suporte disponível era o das listas de discussão. Nas listas, o mote é o seguinte: seja educado e faça perguntas objetivas. Acontece que quem sofre de Mal de Parkinson, tem 65 anos e pouquíssima intimidade com computadores, não sabe exatamente o que perguntar. Isso, somado ao fato de que a maioria dos voluntários das listas são de áreas técnicas, não contribui em nada para que as listas sejam mais, digamos, “humanas”. Temos aí conflitos entre visões, gerações etc. Claro, há exceções. Segundo: Há cerca de dois meses, instalei o Ubuntu para uma amiga com a expressa condição de que eu estivesse por perto quando ela precisasse. Até agora, ela me chamou apenas duas vezes para resolver problemas simples. Mas está totalmente segura em usar o Ubuntu e BrOffice.org para suas atividades. As pessoas gostam e se sentem mais seguras e atendidas com uma pessoa por perto. Não adianta nada para elas receber um email do outro lado do País, ou do mundo, dizendo “faça isso ou aquilo”. Elas não querem aprender a resolver os problemas, elas querem que a máquina funcione e que alguém as faça funcionar quando ela apresenta problemas. Existem dois tipos de iniciantes: os que possuem o viés técnico e querem aprender os aspectos técnicos do SL, e os típicos usuários de computador, que não têm interesse em aprender os detalhes técnicos. É principalmente a esses últimos, a imensa maioria, que pretendemos oferecer o portal. A dica para quem está na segunda categoria, e quer iniciar o uso do SL, é: antes de se aventurar a migrar por sua conta, procurar alguém próximo, ou mesmo online, que possa ajudá-lo quando você precisar. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

As pessoas gostam e se sentem mais seguras e atendidas com uma pessoa por perto. Não adianta nada para elas receber um e-mail do outro lado do país, ou do mundo, dizendo 'faça isso ou aquilo'

Vocês consideram que os projetos de migração podem ter mais sucesso se usuários domésticos tiverem mais conhecimento sobre software livre de antemão? Os de migração, com toda certeza. Quando dizemos “migração” estamos afirmando que já existe algo que precisa ser mudado. Não dá para mudar, e é um erro fazê-lo, quando não se conhece a direção, as ferramentas, os recursos. É como vendar o cidadão, colocá-lo próximo a um precipício e dizer para ele dar um passo em qualquer direção. Ele pode até dar, mas a possibilidade de cair é grande. No que se refere ao acompanhamento dos projetos, qual deve ser a conduta de gestores, no universo empresarial, ou monitores de telecentros, por exemplo?

Paulo: Eu tive contato com duas “escolas”: a técnica e a social/humana. Na vertente técnica, tem a tendência de classificar as pessoas em grupos muito muito genéricos. Assim colocam-se todos dentro de um mesmo saco e aplica-lhes o “atendimento padrão” para o grupo. No entanto, as pessoas são diferentes, têm diferentes interesses e objetivos. Acreditamos que quem ensina precisa saber identificar qual é o objetivo e o interesse de quem aprende. A maioria não quer saber o que é o “root”. Eles querem saber como é que o Ubuntu, o Fedora ou o BrOffice.org vão fazer seu trabalho mais ágil, mais seguro e menos burocrático.

Quem ensina precisa saber identificar qual é o objetivo e o interesse de quem aprende. A maioria não quer saber o que é root 28

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Vocês podem citar exemplos dessas dificuldades e dar dicas aos iniciantes que buscam ajuda?

Carlos Alberto Vega Loyola Junior é programador desde 2003. Atualmente, tem uma empresa de desenvolvimento de software e web design, a Include Web.

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entrevista | As páginas Amarelas do Software Livre | Por Rochele Prass

Quais são os próximos passos do PASL?

Gostaríamos muito de poder chegar a um ponto onde a iniciativa se tornasse uma ferramenta para todas as comunidades de software livre e para as pessoas que querem começar a usar o SL.

Gostaríamos muito de poder chegar a um ponto onde a iniciativa se tornasse uma ferramenta para todas as comunidades de software livre e para as pessoas que querem começar a usar o SL. Para quem busca ajuda, é a possibilidade de encontrar quem entende do assunto na sua localidade, ou próximo dela. Para quem anuncia, há um duplo benefício: primeiro, consegue oferecer seus serviços na sua localidade e tornar-se conhecido nela. Em segundo, pode ser pesquisado por empresas que precisam de profissionais com seu perfil e conhecimentos. Ou seja, o site pode ser um local de divulgação de habilidades profissionais. Como o assunto é limitado a apenas software livre, os currículos não estarão diluídos junto com os currículos de outros profissionais que trabalham com outras tecnologias.

Ou seja, os objetivos vão muito além do conceito de “Páginas Amarelas”... Há alguma outra ideia em vista? Sim, depois que começamos a desenvolver mais a ideia, percebemos que poderíamos oferecer muito mais. Em nossa lista de melhorias estão: Banco de currículos; Biblioteca online; Catálogo de fontes de suporte; Automatização da publicação de anúncios e currículos; Página de prestação de contas de recursos vindos de doações.

Veja como proceder para enviar anúncios: Ir até o portal www.pasl.net.br e cadastrar-se como usuário. Assim que o cadastro for habilitado, a pessoa terá acesso a um formulário de inclusão de anúncio. Preenchido o cadastro do anúncio, ele será rapidamente avaliado e, caso esteja tudo certo, incluído no lugar próprio do site. No formulário, as informações mais importantes são as do mini currículo, que é onde a pessoa informa o que sabe fazer e no que quer dar suporte, e as comunidades onde atua. Essa última informação é fundamental para dar referências para quem procura ajuda. A participação ativa nas comunidades pode dar, entre outras referências, a qualidade das respostas que o profissional oferece nas listas de discussão, sua conduta com os iniciantes, entre outras particularidades. Por isso, é aconselhável informar também o “nick” nessas comunidades. Quem quiser, também pode optar por ficar de plantão no chat IRC, cuja interface está disponível no portal.

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dica rápida |

Congelando Células no Calc.

Formatação condicional de células no Calc.

Por Cícero Pinho Rocha

Por Paulo de Souza Lima

Imagine a seguinte situação: um professor precisa fazer uma tabela de notas de 41 alunos. No entanto, ele só consegue visualizar 20 alunos (com fonte legível), como mostra a figura abaixo(Figura 1). Quando chegar no aluno 23, ele não terá mais acesso ao cabeçalho da tabela (em negrito). Então, fica difícil saber o que digitar.

Se você quiser que uma determinada célula se comporte de maneiras diferentes, de acordo com os dados inseridos nela, a dica é usar a formatação condicional. Para isso, selecione a célula que você quer configurar e clique no menu Formatar > Formatação condicional. É possível configurar até três parâmetros para a célula. Supondo que você queira, por exemplo, que o fundo da célula apareça em azul com letras brancas, se o valor da célula for positivo, fundo vermelho com letras brancas em negrito, se o valor for negativo, e preto com letras pretas se o valor for zero, para isto basta seguir os passos abaixo:

Para resolver este problema, é necessário congelar as linhas que possuem o cabeçalho.

1 - Habilite as três condições nas caixas de verificação à esquerda do menu de Formatação condicional. 2 - Para cada condição, clique em “Novo estilo” para editar as configurações da célula. 3 - Não esqueça de dar um nome para o estilo antes de incluí-lo na lista de estilos.

Figura 1 : Visualizando os 20 primeiros alunos.

Como fazer isso? Simples! 1 - Digite os dados como na figura acima; 2 - Selecione as linhas de 1 a 3, clicando em cima dos cabeçalhos de linhas e arrastando até a 3; 3 - Em seguida, vá ao menu Janela e clique em dividir; 4 - Arraste a linha que surgir até abaixo da linha 3; 5 - Feito isso, clique novamente no menu janela em seguida congelar; Pronto! As células estão congeladas e você pode digitar todas as informações e o cabeçalho da sua tabela não “sumirá”.

Figura 1 : Procedimento da formatação condicional.

Figura 2 : Cabeçalho congelado - Páginas posteriores. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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Abrir e Salvar documentos

BrOffice.org mais rápido U

Por Raul Pacheco da Silva

m dos motivos para o BrOffice.org demorar para abrir e salvar documentos é o fato de ele salvar imagens, texto e formatação do documento em uma forma compactada, resultando em arquivos menores. Em contrapartida, exige muito mais processamento para serem criados e abertos. Uma forma de reduzir o tempo de carregamento dos arquivos e evitar pausas durante a edição é aumentar o tamanho do Cache de figuras, no menu "BrOffice.org > Ferramentas > Opções > Memória". Usar um cache maior faz com que o BrOffice.org consuma mais memória RAM, mas fique perceptivelmente mais rápido.

Entretanto, se você tem um micro com 256 MB ou menos, terá melhores resultados colocando no "Número de etapas" 20, "Utilizar para o BrOffice.org" 32 MB (ou até menos, dependendo da memória disponível), "Memória por objetos" para 16 MB (para o BrOffice.org manter na memória apenas os objetos do trecho que estiver editando).

Em um PC com 1 GB de RAM (ou mais), se terá bons resultados aumentando o "Número de etapas" para 100, se na opção "Utilizar para o BrOffice.org" reservando 196 MB, e ao aumentar a "Memória por objeto" para 20 MB. Isso fará com que as imagens e outros elementos incluídos nos documentos BrOffice.org mantenham-se carregados na memória, ao invés de serem lidos a todo instante do arquivo origem, salvo no HD. Logicamente, 196 MB de memória é apenas um limite, atingido somente na edição de documentos muito pesados.

Nos PCs atuais, os ajustes acima farão com que o BrOffice.org fique, na verdade, mais lento, já que não poderá manter muitos elementos na memória. Entretanto, em PCs antigos a redução no uso de memória acaba superando o impacto devido à redução nos caches.

A opção "Remover da memória após" indica por quanto tempo os arquivos serão mantidos no Cache. Se o BrOffice.org fica aberto o tempo todo, editando os mesmos documentos na maior parte do tempo, use um valor alto (como algo em torno de 6 horas) para evitar que o cache para os documentos que estão abertos fiquem se atualizando constantemente. Arquivo pessoal

Como pode imaginar, o "Carregar o BrOffice.org na inicialização do sistema" ativa o pré-carregador, fazendo com que ele mantenha parte das bibliotecas carregadas na memória para início rápido. Essa opção é interessante apenas para quem tem o hábito de abrir e fechar os aplicativos com frequência.

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Fonte: http://www.gdhpress.com.br/blog/mais-dicas-openoffice/

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http://www.imotion.com.br/imagens/details.php?image_id=5400

dica |


dica |

Edição de duas ou mais seções

de um documento Por Rubens Queiroz

P

or desconhecimento, muitas pessoas deixam de usar um recurso importante e muito útil da suíte de escritórios BrOffice.org: a edição de um documento, planilha, apresentação etc. utilizando duas janelas.

Isto feito, é aberta uma nova janela editando o mesmo documento. Se o seu monitor for mais largo, você pode alinhar as duas janelas lado a lado, podendo consultar e editar diferentes partes do documento simultaneamente, como podemos ver pela figura abaixo:

Este recurso é especialmente interessante para pessoas que frequentemente precisam trabalhar com documentos grandes. Ao invés de ficar indo e vindo para o começo e para o fim do documento, podemos abrir duas ou mais janelas de edição de um mesmo documento. Tudo que for feito em uma janela imediatamente se reflete nas demais. Geralmente, duas janelas é mais do que suficiente, mas se quiser (ou puder trabalhar com mais), vá em frente. Para abrir uma janela adicional, vá até o menu Janela e em seguida selecione Nova Janela:

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Mas você não precisa se limitar a trabalhar com a edição do documento. Você pode realizar em cada uma das janelas, de forma independente, qualquer função que desejar. Uma destas funções é visualizar a impressão em uma das telas e na outra você pode ir corrigindo os erros de formatação que encontrar. O que normalmente fazemos é invocar o modo de visualização do documento, navegar por ele e, ao encontrar um erro, sair do modo de visualização para corrigir o proble-

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dica | Arquivo pessoal

Edição de duas ou mais seções de um documento | Por Rubens Queiroz ma para logo em seguida retornar ao modo de visualização. Cansativo até para se descrever, imagine ficar trabalhando assim. Vemos a seguir um exemplo desta forma de trabalhar:

Um pouco poluído, não? Ao trabalharmos desta forma, é conveniente desativarmos algumas das opções de exibição de ferramentas, como os painéis laterais. Com isto, temos mais espaço para trabalhar. Com apresentações, uma forma de trabalho interessante, é ter em uma das janelas o Classificador de Slides, e na outra os slides individuais, como mostrado na figura abaixo:

Todas as operações que fizermos na janela de edição, à direita, imediatamente se refletem na tela de visualização do documento, que está à esquerda: O classificador de slides nos dá uma visão mais ampla do documento, nos permitindo organizar melhor as ideias. Já na tela da direita, acima, podemos ir fazendo os ajustes individuais. Finalmente, podemos fazer o mesmo em planilhas com múltiplas páginas. Se precisarmos referenciar valores em páginas diferentes, basta abrir uma janela em cada uma das páginas com que trabalharemos e tudo fica muito mais fácil. No exemplo acima, selecionei um parágrafo, aumentei o tamanho da fonte e apliquei o atributo negrito. Imediatamente a modificação realizada se reflete na tela de visualização. Evidentemente, este recurso não se restringe apenas a documentos de texto. Qualquer tipo de documento suportado pelo BrOffice.org pode ser editado desta forma. Vemos a seguir um exemplo de edição simultânea de uma apresentação:

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Na figura anterior temos uma planilha com duas páginas: Totais e Fluxo de Caixa Pessoal, em que simulamos a cópia em uma célula da página Totais de uma célula da página Fluxo de Caixa Pessoal. No processo normal, digitamos o caractere “=” na célula que referenciará um valor da outra página, alternamos para a página que contém o dado que queremos copiar e selecionamos a célula com o mouse. É útil para referenciar um ou dois valores, mas se tivermos que efetuar um grande número de operações fica demorado. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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tutorial |

Agenda de contatos usando assistente de

banco de dados

Por Wilkens Lenon Que tal organizar todos os seus contatos, para localizá-los facilmente? O BrOffice.org Base é uma ferramenta que pode ser usada para criação de pequenos aplicativos de entrada e saída de dados e tem funcionalidades que atendem a várias necessidades. Neste tutorial, vamos mostrar como utilizar o Assistente de banco de dados para, rapidamente e sem complicações, fazer uma Agenda de contatos. Mãos à obra!

Abra o BrOffice.org Base e clique em:

Aplicativos > Escritório > Banco de Dados

Deixe marcada a opção Criar novo banco de dados e clique em Próximo.

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Em seguida, aparecerá uma tela conforme mostra a figura ao lado.

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tutorial | No próximo passo, observe a tela de Criação do Banco de Dados, ao lado:

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Agenda de Contatos usando assistente de Banco de Dados | Por Wilkens Lenon

Deixe marcadas as opções Sim, registre o banco de dados para mim e marque também a opção Criar tabelas utilizando o assistente de tabelas. Clique em concluir.

Digite um nome para o seu banco de dados, escolha uma pasta para armazená-lo e clique no botão Salvar e em Próximo.

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Conforme Figura abaixo, você escolherá a Categoria (negócios ou Pessoal), e a Tabela que será usada para guardar as informações dos contatos e os Campos da tabela escolhida que serão usados para editar informações dos seus contatos como nome, endereço, telefone, etc. Dessa maneira deixe marcada a opção Pessoal em Categoria, escolha a Tabela Endereços em Exemplos de tabelas.

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tutorial | Agenda de Contatos usando assistente de Banco de Dados | Por Wilkens Lenon

A seguir, selecione os campos que desejar inserir na Tabela Endereços. Isso pode ser feito campo a campo, individualmente, selecionando o campo desejado e clicando no botão > ou clicando no botão >> para selecionar todos os campos de uma única vez, conforme abaixo:

Na sequência, você definirá os tipos de dados (formatos), item 2 em Etapas para cada Campo da sua Tabela, conforme Figura ao lado. Neste tutorial vamos usar o mesmo formato (tipo de dado para todos os campos, ou seja, Text [VAR CHAR]. Todos os campos terão o formato texto, serão manipulados como texto. Mesmo aqueles que, normalmente, são tratados como números. Em um tutorial futuro, explicaremos a diferença entre esses tipos de dados ou formatos.

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tutorial | Agenda de Contatos usando assistente de Banco de Dados | Por Wilkens Lenon

Em seguida, será definida a chave primária (um campo de valor único que servirá para identificar cada registro em particular), como apresentado ao lado. Em nosso caso, esses registros serão os contatos que irão ser inseridos em nosso aplicativo quando estiver pronto. Se você estiver seguindo este tutorial neste momento, deixe a janela com as opções – Criar chave primária, Adicionar uma chave primária automaticamente e Valor automático.

Agora digite o nome da Tabela, na figura ao lado e marque a opção Criar um formulário baseado nessa tabela como na Figura abaixo e depois clique em Concluir.

Da mesma forma como escolhemos os campos da tabela, escolheremos os campos do formulário, porém lembre-se de que os campos da tabela são exatamente os mesmos que estão à disposição para serem utilizados no formulário. Poderíamos fazer uma seleção dos campos que desejaríamos inserir, mas, neste tutorial, iremos inserir todos, coincidindo os campos do nosso formulário com os campos criados originalmente na tabela. Detalhe: Nosso banco de dados só tem uma tabela, mas poderia ter várias. Clique em Avançar. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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tutorial | Agenda de Contatos usando assistente de Banco de Dados | Por Wilkens Lenon

Em seguida, aparecerá a Figura ao lado. Apenas clique em Avançar sem marcar nada.

A parte a seguir é bem legal, porque nela você escolherá o layout do seu formulário. Conforme a figura abaixo, escolha a quarta opção da esquerda para a direita na opção Disposição do formulário principal. É a opção Em Blocos – Rótulos em cima. Clique em Avançar.

Deixe a próxima janela com as opções desmarcadas, conforme a figura abaixo. Assim, você poderá usar o formulário para editar as informações que estão armazenadas na tabela podendo inserir, modificar ou excluir informações dos seus contatos através do formulário. Poderia fazer isso diretamente na tabela, mas é bem melhor através do formulário. Avançar.

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Agenda de Contatos usando assistente de Banco de Dados | Por Wilkens Lenon A seguir, escolha o estilo (o design do seu formulário). Nós escolhemos, para esta demonstração, a cor azul como fundo (opção Aplicar estilos) e Visual 3D na opção Borda do campo. Fique à vontade para escolher o design que achar melhor. Perceba que a medida que você vai clicando nos estilos e tipos de bordas verá, por detrás da janela, que as suas escolhas são aplicadas imediatamente. Podemos visualizar essas mudanças na figura ao lado. Após, clique em Avançar. Na próxima tela, digite o nome o seu formulário e deixe Marcada a opção Trabalhar com o formulário como na figura abaixo: Clique em Concluir.

Voilá. Aí está o seu formulário. Com ele, você pode Inserir, Excluir, Modificar, imprimir e até exportar seus dados para um arquivo PDF. No entanto, o grande benefício de poder criar um pequeno aplicativo como este usando o BrOffice.org Base é a possibilidade de poder manipular suas informações rapidamente.

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Gerenciamento Gerenciamento Eletrônico Eletrônico de de Documentos Documentos Integração do BrOffice.org Por Edgard Costa

O

Já temos normas que permitem que os acervos sejam totalmente digitalizados e desmaterializados. Ou seja, todo o conteúdo permaneça somente, digital

momento que o Brasil está começando a viver é o de não trabalhar com papel. Desde a criação do ITI-ICP (Instituto Nacional de Tecnologia da Informação), a digitalização de grandes acervos está possibilitando a transformação dos arquivos de papel em arquivos digitais mesmo que ainda existam discussões nas instâncias superiores da Justiça Brasileira sobre a materialidade ou imaterialidade do arquivo eletrônico.

Trata-se de uma tecnologia que provê um meio de facimente gerar, controlar, armazenar, compartilhar e recuperar informações existentes em documentos. Os sistemas GED permitem aos usuários acessar os documentos de forma ágil e segura, normalmente via navegador Web por meio de uma intranet corporativa acessada interna ou externamente, sendo esta última forma mais presente nos dias de hoje. A capacidade de gerenciar documentos é uma característica indispensável para a gestão do conhecimento.

Precisamos nos acostumar com alguns termos que são importantes neste mundo dos documentos. O primeiro é ECM - Enterprise Content Management ou Gestão de conteúdo empresarial – que é o conjunto de normas que regem a digitalização de documentos, sua guarda e indexação em local específico. Muitos documentos têm vida de armazenamento diferentes. Alguns são para trinta anos. Outros para um ano apenas. Já temos normas que permitem que os acervos sejam totalmente digitalizados e desmaterializados. Ou seja, todo o conteúdo permaneça somente, digital. Para que a desmaterialização seja efetiva, deve-se cumprir normas estabelecidas pelo Conarq, órgão que regulamenta todos os critérios para que a operação tenha total controle.

Definição encontrada em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Gerenciamento_eletrônico_de_documentos

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O terceiro conceito do mundo dos documentos, é workflow – fluxo de trabalho – que em conjunto com o GED determina a fluidez dos documentos entre departamentos e mesmo entre o ciclo completo de produção, incluindo clientes, fornecedores e entidades governamentais.

O segundo termo com o qual precisamos nos familiarizar é o GED – Gerenciamento Eletrônico de Documentos. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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http://www.flickr.com/photos/estherase/52172823/sizes/l/in/photostream/

tutorial |


tutorial | Integração do BrOffice.org com softwares de Gerenciamento Eletrônico de Documento | Por Edgard Costa

BrOffice.org e Alfresco O BrOffice.org é uma suíte de escritórios completa e se encaixa perfeitamente no contexto de GED e Workflow com uma plataforma denominada Alfresco, que tem duas versões. Uma de código fechado, Enterprise; e uma de código aberto Community.

Para que as estações de trabalho consigam trabalhar com o Alfresco é necessário baixar e instalar uma extensão denominada Conector para Alfresco CMS. Tal extensão pode ser encontrada no repositório de extensões do OpenOffice.org, acessível no endereço:

A versão Community é encontrada para sistemas operacionais Windows, Linux e Mac e pode ser obtida em:

http://extensions.services.openoffice.org/project/alfrescoconnector

Sua instalação é fácil e tranquila.

http://wiki.alfresco.com/wiki/Download_Community_Edition

Depois de configurado o Alfresco, duas interfaces estarão à disposição dos usuários. Uma de gerenciamento de documentos e outra de compartilhamento denominada Shared.

O Alfresco trabalha muito bem com os banco de dados MySQL ou PostgreSQL e existem versões para trabalhar em conjunto com Jboss e Tomcat.

Visão Geral do Alfresco para gerenciamento de documentos Pode-se trabalhar com o Gerenciador de documentos de duas formas:

a) Via Browser

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Tela de login

Tela de trabalho inicial

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tutorial | Integração do BrOffice.org com softwares de Gerenciamento Eletrônico de Documento | Por Edgard Costa

Diretório

b) via desktop – (Em ambiente Windows) Uma vez instalada a extensão, o BrOffice.org terá uma aparência similar à seguinte no seu menu principal, podendo variar em função de configurações pessoais, conforme se observa abaixo:

Para que este acionamento seja perfeito, é necessário configurar o BrOffice.org para que entre em contato com o servidor Alfresco via Fermentas-> Opções > Alfresco.

Destaque para: → mostra que o plugin está pronto para trabalhar. Uma vez acionado o ícone, temos à direita da tela:

→ Alfresco pronto para trabalhar

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Outra forma de acionar o Alfresco é via menu Arquivo:

Ferramentas->Opções ->Alfresco

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tutorial | Integração do BrOffice.org com softwares de Gerenciamento Eletrônico de Documento | Por Edgard Costa Clicando-se em Alfresco faz-se a configuração desta forma:

Uma vez a configuração esteja concluída podemos abrir nossos documentos de forma transparente:

Abrindo documentos do Servidor Alfresco

Salvando documentos no Alfresco

c) Via desktop (Ambiente Linux) No Desktop Linux as coisas são mais tranquilas. Não há necessidade da instalação do plugin, já que o protocolo webdav, nativo no Alfresco e também do Linux, é facilmente reconhecido. Basta localizar a pasta, tanto via interface do Broffice.org como via Navegador de arquivos, que todas as operações: salvar, copiar, colar, editar serão totalmente transparentes. | Revista BrOffice.org | www.broffice.org/revista

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tutorial | Integração do BrOffice.org com softwares de Gerenciamento Eletrônico de Documento | Por Edgard Costa

Alfresco Share Alfreco Share é uma plataforma colaborativa via internet local (lan). É muito eficiente para colaboração de projetos. Tem wiki, reconhece e adiciona usuários da mesma rede ou de rede externas, desde que devidamente autorizados pelo administrador.

Uma vez logado a interface de trabalho é a seguinte:

Ambiente colaborativo. A tradução para pt-br já está pronta

Numa breve exposição, mostramos que um ambiente colaborativo e de produção não tem mais a necessidade de trabalhar com uma folha de papel sequer. Todos os documentos podem ser guardados, enviados e trabalhados por qualquer instância do mundo produtivo e permanecer intacto livre de intempéries, fungos, traças,

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desastres naturais, por tempo indeterminado e em pequenos espaços físicos. Uma conjunção da suíte de escritórios BrOffice.org com o Alfresco consegue aumentar a produtividade com enorme redução de custos. Agora é só tomar a decisão e implementar.

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cultura | Década de 1990, quando a Magia volta à Terra, trazendo caos. Redblade narra a jornada de um grupo de aventureiros por países devastados. A história acontece no mesmo mundo que Marfim Cobra e Jasmim, romances do mesmo autor, mas tem uma abordagem diferente...

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Episódio 05: Quatro num carro

Por Cárlisson Galdino

Enfim, estamos aqui saindo do hotel com a bagagem. Há mortos por aqui também, mortos andantes por todo canto. Permanecemos por alguns longos minutos no quarto, fazendo um lanche preparatório e definindo nosso futuro. Foi consenso – exceto talvez por Richard, mas ele simplesmente não se pronunciou a este respeito – que nós deveríamos partir imediatamente para Paris, para chegarmos lá o quanto antes. Sem luz, sem rádio, televisão ou telefone não temos a menor ideia do que está acontecendo em nível maior. Essa praga digna de filmes trash afetou Le Mans apenas? Cidades vizinhas? Toda a França? Toda a Europa? O mundo? Simplesmente não temos resposta para esta pergunta, mas temos esperança de que o caos habite apenas aqui e, se for este o caso, adoraríamos estar em um lugar seguro ao anoitecer. Um lugar com mais eletricidade, comida e conforto, e com menos mortos andantes...

Quatro estranhos num carro E o caminho se forma É estranho e bizarro Mas é o que acontece

Agora todos no carro. O Professor Álvaro dirigindo, eu ao seu lado. No banco de trás, Jörg e Richard, já com armas próximas.

Por quem foi, uma prece Mesmo que ir não queira

- Sabe, Fábio, é realmente algo assustador tudo isto! Mas estamos presenciando um momento histórico. Le Mans tem sua importância no mundo.

Buscamos o horizonte Não há outra maneira

- E que cidade não tem sua história... - Aqui ocorre todo ano a corrida de 24 horas. - Nunca ouvi falar...

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cultura | Arquivo pessoal

Redblade - Episódio 05: Quatro num carro | Por Cárlisson Galdino - É uma corrida de resistência, uma competição que ocorre desde a década de 1920. Imaginas o que seja!? É mundialmente conhecida.

Que cidade não tem histórias para contar? Espero que esta seja apenas mais uma história que Le Mans possa contar daqui a uns anos, ainda que por meio de seus descendentes ora ausentes...

- E como será que estarão os outros participantes do nosso evento?

- Também espero...

- Creio que a esta altura mortos.

“Cidade fantasma” é uma expressão que assusta. Imagine uma cidade totalmente vazia... A expressão não assusta por haver fantasmas, mas porque cidades vazias não são uma boa coisa. E o que se pode dizer de uma cidade cheia de zumbis?

- Cuidado! O carro atropela alguém, que cambaleava na rua. A rua está cheia de mortos. Não é fácil conseguir passagem. Sorte temos que tem sido possível.

É como se não tivesse caído a ficha ainda que estamos lidando com pessoas. Pessoas como nós quatro, como você. Pessoas que morreram e, não se sabe porque, continuam se movendo. Tenho a impressão de que estamos em um pesadelo, anestesiados pela surpresa e que a realidade guarda um golpe severo para nós, esperando apenas essa ficha cair.

O professor começa a falar com a galera do banco de trás, em Inglês. Pelo que entendo, praticamente está falando do mesmo que falou a mim em Português. Dessa corrida de 24 horas de Le Mans... - Estás vendo, Fábio? Todos conhecem a corrida de Le Mans, só tu que nunca ouvistes falar a respeito.

Temos que sair daqui urgentemente, antes que a ficha caia. De um jeito ou de outro. Vamos em frente torcendo que Paris não seja Le Mans.

- É, não há como a gente conhecer tudo...

Arquivo pessoal

Original ilco

- Não há... Mas é como bem dissestes. Na Europa que cidade não tem sua importância?

Cárlisson Galdino

Bacharel em Ciência da Computação e pós-graduado em Produção de Software com Ênfase em Software Livre. Membro da Academia Arapiraquense de Letras e Artes, é autor do Cordel do Software Livre, do Cordel do GNU/Linux, do Cordel do BrOffice.org e do Cordel da Pirataria. Líder, vocalista e baixista da banda Infinnita. http://bardo.cyaneus.net

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cultura |

nathancolquhoun

Dica de Filme |

Paranoia

TEXTO

ou realidade? Dica de filme: Invasor de Mentes | Por Luiz Oliveira

Neste filme de ação, que em vários momentos se parece com um videogame, grandes empresas dominam o mundo, entre as quais a Microsoft. Sem ter mais espaços publicitários onde divulgar produtos, uma empresa inventa um chip que, instalado no cérebro das pessoas, pode curar, mas também levar o indivíduo à loucura e à morte. O protagonista é o personagem Lucas Gibson (Cuba Jr.), que se envolve em um estranho acidente, perde a esposa, a memória e quando acorda o mundo não é mais o mesmo que conheceu. Aos poucos, descobre que tem um implante no cérebro que salvou sua vida, mas ao mesmo tempo pode matá-lo a qualquer momento.

A empresa responsável pelo chip tem o controle total de todas as 660 pessoas escolhidas para testar o novo dispositivo e se alguém começa a fazer perguntas demais corre o risco de ser eliminado. A sorte de Lucas, no entanto, está em um grupo de hackers que invade o sistema “controlador de mentes” e bloqueia as ações homicidas e, de quebra, ajuda o “escolhido” a encontrar os responsáveis pela morte da sua esposa, que, por acaso, são os mesmos que implantaram o chip em sua cabeça. O Hardwired, título original do filme, foi lançado em 2009. A direção é de Ernie Barbarash. Quer conferir? O trailler legendado está disponível no Youtube. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=BTGiirsFLDo

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resumo do mês | Braile no OpenOffice.org

Palestra sobre a Revista BrOffice.org no RS

aos participantes o método de produção da publicação, além de canais onde é possível buscar ajuda e conhecer mais sobre a suíte de escritórios. O projeto de Inclusão Digital do Serpro fornece computadores, o projeto elétrico e lógico e a formação de monitores. Atualmente, no Rio Grande do Sul, existem 48 telecentros inaugurados e 18 em fase de pré-inauguração. As formações de monitores são realizadas na sede da entidade em Porto Alegre, sob demanda. São cerca de três treinamentos por ano, reunindo participantes de vários municípios do Estado.

Fonte: http://br-linux.org/2010/odt2braille-braille-no-openoffice/

Indonesia vai migrar documentos oficiais para ODF

Prefeitura Municipal de Silva Jardim, RJ, adere ao Protocolo de Brasília

Isso deve acontecer depois que todos os computadores das agências governamentais forem migrados para Open Source, em 2011.

Trata-se de um documento público de intenção para adoção de formatos abertos de documentos. A adesão aconteceu durante o 2º Encontro dos Signatários do Protocolo Brasília, no Palá-

A informação foi anunciada por Ashwin Sasongko, Ministro das Comunicações e Informática, no IOSA (Indonesian Open Source Awards 2010) em Jakarta. O governo fez ainda um apelo para que as empresas que prestam serviços de interesse público também migrassem para o padrão ODF

cio Itamaraty. O município de Silva Jardim foi a primeira cidade no Estado do Rio de Janeiro a aderir ao Protocolo.

Arquivo pessoal

Segundo o servidor Marcelo Massao, representando o prefeito Marcello Zelão, além de Silva Jardim, apenas os municípios de Novo Hamburgo (Rio Grande do Sul) e Nova Aurora (Paraná) já aderiram ao protocolo.

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http://www.flickr.com/photos/thegeekshallinherittheearth/2811121093/#/

Uma universidade belga disponibilizou o odt2braille, extensão que oferece suporte a Braille no OpenOffice.org. Após instalada, a extensão cria um menu “Braille” com opções para traduzir documentos para formatos Braille como o .brf ou .pef, ou enviar o conteúdo para impressoras Braille. O suporte inclui diversos detalhes, preservando o layout, permitindo a entrada de texto diretamente em Braille se desejado, e até mesmo com suporte a fórmulas e símbolos matemáticos.

Foto: Tânia Pinheiro

A Revista BrOffice.org foi tema de palestra durante curso de formação de monitores de telecentros. O treinamento faz parte de projeto de inclusão digital no Serpro RS. Foi apresentado

http://www.broffice.org/investimos

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