Acontece 52 final

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Responsabilidade

Letras

Crescimento

Preservação do patrimônio público é o primeiro tema da Campanha Quem Curte, Cuida! que pretende levar mensagens de boas práticas a estudantes e servidores do IFPE - Pág. 5

Biblioteca do Campus Recife se reestrutura para atrair mais leitores e visitantes em busca de pesquisas acadêmicas e do prazer da leitura – Pág. 10

Presidente da Comissão de Expansão conta o que está sendo feito para garantir o início de atividades nos novos

Campi do IFPE em Abreu e Lima, Cabo, Igarassu, Jaboatão, Olinda, Palmares e Paulista, até o segundo semestre de 2014 – Pág. 11

Ilustração: Hiago Mota

Informativo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco Edição 52 | Abril 2013

Projeto vai recuperar matas ciliares e ambientes degradados na zona rural de Vitória de Santo Antão com a plantação de 200 mil mudas, além de capacitar 1200 famílias – Pág. 6 e 7


Palavra da Reitora

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Pela conscientização política

Cláudia Sansil gabinete@reitoria.ifpe.edu.br

A sociedade brasileira vivencia um momento histórico: consolidação de sua democracia, aquecimento na economia (destacadamente Pernambuco que cresce mais do que a média nacional), valorização dos direitos humanos, ampliação das conquistas trabalhistas, a exemplo da PEC das colaboradoras do lar, dentre outras. O IFPE insere-se nesse contexto, contribuindo com o maior bem público: a Educação, e uma das dimensões dessa área sagrada é a conscientização política. Se a pensarmos como sistemas de regras respeitantes à direção dos negócios públicos, verificaremos sua importância e a necessidade em

auxiliar na formação cidadã, com vistas à construção de uma nação ainda melhor. Nessa trilha, é histórico e história a assinatura de dois convênios com o Tribunal Regional Eleitoral – TRE–, tendo como título: O Eleitor do Futuro. A proposta é a de mobilizar jovens e futuros eleitores, fornecendo-lhes subsídios acerca da importância do exercício livre e consciente do direito de votar e ser votado. O Eleitor do Futuro estimulará a reflexão sobre vários assuntos da atualidade, como a importância do voto, o papel da Justiça Eleitoral no fortalecimento da democracia, corrupção, abuso de poder econômico e político, uso indevido dos meios de comunicação, avanços constitucionais etc. Temas como o voto do adolescente entre 16 e 17 anos e analfabetos, políticas públicas e participação cidadã também integram a pauta. A conscientização e fortalecimento dessas temáticas serão apoiados em atividades como concurso de redação e de frases, esquetes e peças teatrais e eventos lúdico- pedagógicos. Já o segundo Termo de Cooperação destina-se à captação de estudantes do Instituto para

atuarem como mesários voluntários. A proposta é considerar as horas trabalhadas para a Justiça Eleitoral como atividades extracurriculares. Esses convênios envolvem a Escola Judiciária Eleitoral (EJE) do TREPE. O presidente do TRE-PE, desembargador Ricardo de Oliveira Paes Barreto, elogiou nossa iniciativa e afirmou ser ela uma de suas contribuições ao Tribunal. Segundo afirmou, esses convênios foram os últimos assinados na gestão dele. Com essa ação, demos mais passos na construção de uma cidadania coletiva para o bem comum.

Ilustração: Hiago Mota

Convênios firmados entre o IFPE e o Tribunal Eleitoral de Pernambuco vai mobilizar futuros eleitores para a importância do voto consciente

Expediente Reitora: Cláudia Sansil | Textos: Cláudia Sansil, Érika Targino, Gil Aciolly, Greiciane Souza, Houldine Nascimento, Hugo Peixoto, Juliana Costa, Marcella Queiroga, Manassés Freitas e Mônica Melo | Estagiários de Jornalismo: Houldine Nascimento e Marcella Queiroga | Diagramação: Adriana Oliveira, Fernando Filipine e Hiago Mota | Ilustrações: Fernando Filipine e Hiago Mota | Revisão: Xênia Luna | Jornalista Responsável: Patrícia Yara Rocha (DRT: 2807) | Reprodução: Gráfica São Mateus LTDA | Tiragem: 10 mil exemplares IFPE | Instituto Federal de Pernambuco | Reitoria | Assessoria de Comunicação | Av. Professor Luiz Freire, 500 - Cidade Universitária | Recife/PE | CEP: 50740-540 | Fone 55 81 2125.1760 | acontece@reitoria.ifpe.edu.br


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Educação

O lixo nosso de cada dia No Campus Garanhuns, coleta seletiva dá destino mais correto aos resíduos Greiciane Souza greiciane.souza@garanhuns.ifpe.edu.br

Sabe aquele ditado de que lugar de lixo é na lata do lixo? Pois ele merece um complemento: lugar de lixo é na lixeira certa. Mas, não basta apenas separar, é preciso limpar e entregar os dejetos em lugares que possam reciclá-los ou reutilizá-los. Essas ações são etapas da coleta seletiva, que objetiva tornar mais fácil o reaproveitamento do que seria descartado, gerando ganho ambiental. No IFPE Campus Garanhuns, a coleta seletiva já é uma realidade e começa a ser uma preocupação para os estudantes. Cestos apropriados para cada tipo de lixo estão disponíveis, para que a comunidade acadêmica dê destino certo ao refugo. A professora Cristiane Tessmann, do curso Técnico em Meio Ambiente, explica a importância dessas ações. “Até existem formas mais criteriosas de separar o lixo, mas, como a maioria das pessoas não é educada para destinar o seu refugo de modo correto, estamos fazendo aqui uma ação que ajuda na conscientização”, afirma a docente. Naiara Ferreira, caloura do curso Técnico em Meio Ambiente, conhece bem a dificuldade em conscientizar a população para as questões do lixo: “No bairro em que moro, há coleta seletiva duas vezes por semana, mas alguns dos vizinhos não fazem a separação dos materiais”, lamenta a estudante. Se com a coleta já há problemas, em locais onde não existe o serviço, a situação complica ainda mais. Sua colega de sala, Iara Nunes, é moradora da zona rural da cidade de Angelim, vizinha a Garanhuns, e afirma que é difícil colocar em prática o que aprendeu em casa desde criança e agora é reforçado no curso. “Na minha comunidade, fazemos reuniões

para ensinar educação ambiental, mas, sem a coleta seletiva, o lixo vai todo para o aterro sanitário”, pondera Iara. No Campus Garanhuns, todo lixo seco é recolhido pela Associação de Catadores de Papel e Material Reciclável Nova Vida (Asnov). Lá, os resíduos passam por triagem, onde são separados, limpos, prensados e, depois, vendidos para reciclagem. “Hoje, temos 19 associados e toda doação de materiais que recebemos é importante, para aumentarmos nossas vendas”, afirma a vice-presidente da Associação, Aparecida Gueiros. Sobre as vantagens desse tipo de tratamento ao lixo, Tessmann explica: “Em aterros sanitários, por exemplo, a equipe de coleta e gerenciamento, contratada pelo governo, é paga por volume de refugo, então, quanto mais reciclagem e reutilização dos materiais, menor o gasto de dinheiro público”, destaca. Mas, para quem pensa que a coleta seletiva traz benefícios apenas ao meio ambiente ou economia aos cofres públicos, Maria Clara Mavia, professora de Meio Ambiente, aponta outros benefícios. “Com o trabalho, principalmente em associações e cooperativas, é possível também transformar o que é lixo em renda e proporcionar o resgate social do catador, devolvendo-lhe a cidadania”, afirma a educadora. João Silva, catador e associado da Asnov, há dez anos, é exemplo desse resgate, ao dizer orgulhoso que o trabalho com o lixo ajuda no complemento de renda. “Sou aposentado, mas o dinheiro que recebo aqui é muito importante em casa”, atesta o catador. O orgulho de João, o entusiasmo e esperança de Naiara e Iara e a convicção de Cristiane e Maria Clara só reforçam a ideia de que lixo pode ser mais do que simples lixo.

O que é reciclável? Garrafas, tampas, embalagens de limpeza e higiene, garrafas PET, CD e DVD, tubos vazios de creme dental e utensílios plásticos, como canetas e escovas de dente Garrafas, potes, frascos limpos de produtos de limpeza, produtos alimentícios e cacos desses itens

Envelopes, cartões e cartolinas, cadernos, papéis de embrulho limpos e papéis impressos em geral, como jornais e revistas

Lata e papel limpo de alumínio, talheres de aço, embalagens limpas de marmita de alumínio, panelas, fios, geladeiras, pregos e parafusos

Papel higiênico, fotografia, papel carbono, adesivos, guardanapos, lenços sujos, fraldas descartáveis, embalagens com lâminas metalizadas, cristais, espelho, lâmpadas, cerâmicas, porcelanas, pyrex, esponjas de aço, grampos, clipes, latas de tinta e embalagens de aerossóis

Saiba mais Pilhas, baterias, lâmpadas, embalagens de agrotóxicos e equipamentos eletrônicos devem ser levados ao local onde foram adquiridos, ou recolhidos em depósitos específicos. Não se deve descartá-los no lixo doméstico, devido ao alto teor de contaminação.

Entenda a diferença entre Lixão, Aterro controlado e Aterro Sanitário Lixão - Espaço onde o lixo não tem nenhum tipo de tratamento. O chão não é impermeabilizado, causando contaminação do solo e lençóis freáticos. Atrai insetos e polui visualmente a cidade.

Aterro Controlado - O solo é impermealizado e o espaço tem cobertura. No entanto, não é o ideal, por não oferecer destinação aos dejetos.

Aterro Sanitário – É o modelo ideal, pois possui cobertura e solo impermealizado. O gás produzido pelo lixo é captado para produção de energia. Por lei, todas as cidades brasileiras devem ter aterros sanitários até 2014.


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Saúde

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Todos contra o bullying Promoção de cultura da paz é missão em todo o IFPE

Juliana Costa jcosta@barreiros.ifpe.edu.br

Recentemente,

o

bullying ganhou espaço nas discussões e trabalhos de pesquisadores e educadores e os noticiários passaram a abordá-lo com frequência. “O bullying faz a pessoa sofrer, sem ter forças para relatar o que está passando. Acho que isso pode interferir muito na vida adulta”, acredita Juscelino de Souza, aluno do curso Técnico em Agropecuária integrado ao Ensino Médio, no Campus Barreiros. Nas palavras de Juscelino, nenhuma surpresa para a psicóloga e consultora Valéria Rezende. “Podemos definir bullying como atitudes agressivas sem motivação evidente, contra um ou mais alunos, numa relação desigual de poder, provocando na vítima dor e angústia pela humilhação e pela intimidação. A vítima é incapaz de reagir”, explica ela. Autora do livro Bullying Não é Brincadeira, Valéria garante que o assunto é delicado. Segundo a consultora, no caso do bullying escolar a responsabilidade da instituição de ensino é enorme, já que é dentro deste ambiente que ele acontece. “É necessário uma política de combate e prevenção, própria a cada escola e elaborada por membros de todos os segmentos – pais, professores e alunos”, enfatiza. No IFPE, o esforço para combater iniciativas de violência

ou intimidação ganhou mais força com o surgimento do Fórum Permanente pela Paz nas Instituições de Ensino. Idealizado pela reitora Cláudia Sansil, e presidido pela pedagoga Emely Albuquerque, o Fórum tem ação itinerante entre os Campi do IFPE e conta em sua pauta de discussão, com outros temas, bullying e cyberbullying, propondo alternativas que atenuem tais problemas. “A promoção de uma cultura de paz é uma missão”, garante Emely. Ela explica que o Fórum planeja ações a serem desenvolvidas em todos os Campi do IFPE, mas que isso não impede que, localmente, sejam realizadas iniciativas com esse objetivo. “O Fórum estimula a realização de trabalhos pelas equipes locais e apóia toda e qualquer ação que tenha como consequência o fortalecimento de uma cultura de paz”, diz. E as ações são muitas. No Campus Barreiros, o ano letivo começa com a recepção dos alunos pela Coordenação Geral de Assistência ao Educando (CGAE), que passa aos estudantes orientações a respeito do tema e realiza acompanhamento contínuo. Segundo o coordenador Anselmo Barreto, a idéia é que os estudantes exercitem o respeito e a solidariedade. Para a psicóloga do Campus, Rozemere dos Santos, os estudantes também devem atuar como multiplicadores. No Campus Belo Jardim, a

docente Gesilda Marques desenvolveu trabalho transdisciplinar, onde os estudantes puderam explorar temas como “Não ao Bullying” e “Não ao Preconceito” em diferentes linguagens, como vídeo e teatro. No Campus Vitória, há a Brigada Antibullying que, segundo Alexandra Xavier, psicóloga do Campus, mobiliza estudantes voluntários a passarem nas salas de aula e falar sobre o tema, sensibilizando mais estudantes sobre o combate ao problema. Segundo a diretora de Ensino do Campus Caruaru, Cíntia Pereira, a unidade vai ganhar em 2013 projeto sobre o tema, com dinâmicas de grupo, envolvendo pais, alunos e professores. No Campus Recife, a assistente social Leda Franco e a psicóloga Ivalda Marinho ressaltam a importância do atendimento individual e a detecção de queda na quantidade

de casos. A psicóloga Josy Cavalcante e a assistente social Alaíde Cavalcanti contam que, no Campus Pesqueira, um questionário disponibilizado no Q-Acadêmico terá resultados mensurados e vai basear ações para 2013. No Campus Afogados da Ingazeira, o foco é prevenção: a psicóloga Denise Duarte e a assistente Joelma Letícia contam que palestras e oficinas contra diferentes tipos de violência vão acontecer. Tantos esforços fazem diferença. Que o diga Juscelino, o estudante do Campus Barreiros citado nesta matéria. “Vejo no Campus a importância de cada ação realizada. Como consequência, há o fortalecimento da amizade, do respeito e da solidariedade”, enfatiza.


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Extensão

Quem curte, cuida! Houldine Nascimento acontece@reitoria.ifpe.edu.br

No

mundo globalizado em que vivemos, as redes sociais têm-se revelado uma ferramenta de grande utilidade no alcance de pessoas. Conscientes dessa realidade, representantes do Grêmio Estudantil do Campus Recife e da Diretoria de Assistência Estudantil (DAE) decidiram lançar, no Facebook, uma campanha de boas práticas sobre a preservação do patrimônio público. Intitulada “Quem curte, cuida!”, a ação tem dado o que falar no IFPE. O diretor de Assistência Estudantil, Clécio Gomes, é um dos líderes do Projeto. Ele explica o objetivo da Campanha. “A ideia é de tentar conscientizar os alunos a respeito da importância que tem a preservação do patrimônio público em benefício, não só deles, mas também dos estudantes novatos”, afirma. A medida foi implantada em fevereiro de 2013, visando coincidir com o início do semestre letivo. Por meio de cartazes espalhados no Campus e tirinhas elaboradas pelo designer Fernando Filipine (vinculado à Assessoria de Comunicação da Reitoria) – as quais são divulgadas semanalmente na página do IFPE no Facebook, novos e velhos estudantes, além de servidores, tomam conhecimento da ação. Promoções também são lançadas na fanpage, na tentativa de obter mais adeptos. Segundo Gomes, a Campanha, colocada em vigor no Campus Recife, é apenas o começo de uma série de ações que se estenderão aos demais Campi. “O Campus Recife surge como executor desse projeto-

piloto, numa atitude bastante louvável dos representantes do Grêmio, que nos convidaram para integrar a Campanha, junto com a Ascom - Reitoria”, revela. Estudante de Edificações do Campus Recife, Matheus Galindo também é um dos integrantes do Grêmio Estudantil. Ele foi um dos idealizadores do projeto. “O plano surgiu durante as férias. A gestão do Movimento Atitude (que gere o Grêmio) começou este ano e já nos reunimos, definindo o foco da Campanha”, explica. Naquele momento, dois projetos haviam sido pensados: um em curto prazo (campanha de preservação do patrimônio) e outro a ser posto em prática gradativamente, que aborda a relação entre professor e aluno. O docente de Licenciatura em Geografia, Igor Sacha, tem papel essencial no desenvolvimento da medida de boas práticas. Conforme relata Galindo, “foi ele quem deu o impulso necessário ao começo da campanha”. A DAE já possuía um projeto de preservação do patrimônio público semelhante ao proposto pelo Grêmio. Mas isso não foi um empecilho para que a parceria entre os dois setores pudesse se firmar. “Não houve problema em unir as duas ideias”, destaca Galindo. Na recepção aos novos estudantes, cartazes e panfletos foram distribuídos. As medidas educativas não param. Aliado a essa campanha de conservação do patrimônio público, existe o planejamento de uma série de ações que são consequência desta, relativa à formação da cidadania dos estudantes. De acordo com Clécio

Ilustração: Fernando Filipini

Ações desenvolvidas na internet buscam alertar os estudantes para a conservação do patrimônio do Instituto

Gomes, trata-se de “um passo incipiente de algo maior que se vislumbra num futuro próximo”, destaca. Matheus Galindo diz que há muita coisa por vir. “Temos em mente a gravação de um vídeo, com um evento que o lançará no Campus Recife. Mostrará

os problemas da unidade, as responsabilidades dos alunos e dos professores, visando à conscientização de ambos”, finaliza. Para saber mais sobre a campanha acesse a página do Instituto Federal de Pernambuco no Facebook: http://www.facebook.com/ifpeoficial


Sustentabilidade

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Caminhos para um futuro melhor Áreas de Vitória de Santo Antão serão reflorestadas através de um projeto de extensão rural audacioso

Hugo Peixoto hugo.peixoto@vitoria.ifpe.edu.br

Ilustração: Hiago Mota

Na comunidade de Mocotó, zona rural de Vitória de Santo Antão, são produzidas hortaliças, grãos e frutas que abastecem feiras do município e da capital pernambucana, a 50 km de distância. Em meio aos diversos tons de verde das plantações que compõem a paisagem do lugar, o contraste é uma área de encosta com cerca de 300 m², onde a terra desgastada já não permite que nada seja cultivado. “O local não é utilizado há oito anos, mas aqui já produzimos coentro, alface e cebola”, conta o agricultor Pedro Antônio dos Santos, 33 anos. São áreas como essa que serão recuperadas através de um projeto grandioso desenvolvido pelo Campus Vitória de Santo Antão do IFPE. Aliando reflorestamento e educação ambiental, o Projeto intitulado Recuperação de matas ciliares e ambientes degradados por meio transferência de tecnologias sustentáveis irá recompor a vegetação de margens de rios, lagos e nascentes, áreas degradadas, matas de encostas e topos de morros de 43 comunidades rurais, assentamentos e engenhos de Vitória, através do plantio de 200 mil mudas de espécies nativas. Além disso, 1200 famílias serão capacitadas por meio de oficinas e cartilhas a serem distribuídas na última etapa dos trabalhos. O Projeto, fruto de uma cooperação entre o IFPE e a Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, terá vigência até dezembro de 2015 e está orçado em R$ 504.831,98 – recursos adquiridos através da emenda parlamentar nº 32040022, de autoria do deputado federal pernambucano Fernando Ferro. As atividades do Projeto já começaram, com a realização das primeiras oficinas de apresentação da proposta e sensibilização das comunidades. Em uma segunda etapa, os encontros com os moradores terão como objetivo traçar um perfil completo de cada localidade. “Será utilizada a metodologia do Diagnóstico Rápido Participativo, o DRP, em que agricultores e equipe técnica do Projeto traçarão os perfis ambientais das áreas em processo de degradação, além de realizarem diagnósticos socioeconômicos”, explica a coordenadora do Projeto, a professora Brígida Lima Candeia, que também conduz a Coordenação de Extensão do Campus. Nessa fase, serão identificadas as espécies nativas da região e as Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal, de acordo com o Novo Código Florestal (Lei Nº 12.651/2012), que precisem ser recuperadas.


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O Projeto em números R$ 504.831,98 é o orçamento do projeto 2 estufas com cobertura móvel automatizada serão utilizadas 50.000 mudas é a capacidade de produção de cada estufa 200.000 mudas de espécies nativas serão produzidas e plantadas, no período de dois anos 43 comunidades rurais, engenhos e assentamentos serão beneficiados 86 oficinas serão realizadas nas comunidades 1200 famílias da agricultura familiar serão capacitadas 1000 cartilhas serão distribuídas

A previsão é que, a partir do segundo semestre deste, ano seja iniciada a produção das 200 mil mudas que serão plantadas nas comunidades, no período de dois anos. Para isso, serão utilizadas duas estufas com cobertura móvel por sistema mecânico, sistema de irrigação por nebulização e acionamento automatizado. Cada uma das estruturas terá capacidade para produzir 50 mil mudas por ano. De acordo com o projeto, o plantio dessas espécies será realizado em parceria com as comunidades, e o processo de cultivo inclui ainda o preparo e a correção do solo, atendendo às técnicas de preservação e manutenção das atividades da fauna e flora. Com a execução dessa etapa, boa parte do Campus Vitória estará envolvida no Projeto: os laboratórios de Biologia, de Química e de Análise do Solo serão utilizados como suporte para análises de água, solos e verificação da capacidade de geminação das sementes, por exemplo. Já as oficinas, minicursos e palestras serão coordenadas pela equipe executora do Projeto e contarão com a colaboração de estudantes e servidores, docentes e administrativos, de diversos setores do Campus. A capacitação das famílias e a formação de uma consciência ambiental para atitudes sustentáveis são preocupações constantes do Projeto, por isso toda a experiência desenvolvida será registrada e, junto com a sistematização dos processos e os resultados alcançados, farão parte de uma cartilha. Os 1000 exemplares serão compartilhados com os agricultores através da distribuição junto a associações e sindicatos rurais, secretaria municipal de Agricultura e outros atores sociais. Os benefícios - Mesmo em sua fase inicial, o Projeto de recuperação das matas ciliares e áreas degradadas já colhe um dos principais resultados. É a esperança de um futuro melhor. “O reflorestamento será uma coisa maravilhosa para nossa comunidade, vamos mostrar que é possível recuperar uma área degradada. Isso vai servir de exemplo para outros locais e é importante para cuidar do futuro dos nossos filhos”, comentou Pedro dos Santos, que foi aluno do curso de Agricultura ofertado pelo Campus Vitória através do Proeja e hoje é presidente da cooperativa de produtores da comunidade de Mocotó e do Conselho Rural do município. Na opinião da Coordenadora do Projeto, os benefícios para a comunidade vão além da recuperação da vegetação nativa: a experiência favorecerá a prática da agricultura, a sustentabilidade e a troca de conhecimento com a equipe técnica. “O projeto também oportunizará a nossos estudantes praticarem a abordagem da assistência técnica junto às famílias, de forma participativa, bem como contribuirá significativamente

Quer saber mais sobre reflorestamento e educação ambiental? Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente: www.pnuma.org.br/ publicacoes Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEAAF), do Ministério do Meio Ambiente: www.mma.gov.br/educacao-ambiental/formacao-deeducadores Novo Código Florestal Brasileiro: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20112014/2012/Lei/L12651.htm

Para a coordenadora Brígida Lima, o Projeto favorecerá também a prática de atitudes sustentáveis e a troca de conhecimento entre agricultores e equipe técnica

para a ampliação dos conhecimentos na área técnica”, destaca Brígida Lima. O Ministério do Meio Ambiente, através da Assessoria de Comunicação, avalia que a proposta do Projeto desenvolvido pelo Campus Vitória está em sintonia com os objetivos do Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar do Departamento de Educação Ambiental (DEA - PEAAF), que visa “contribuir para o desenvolvimento rural sustentável e a regularização ambiental das propriedades rurais, voltado para a agricultura familiar, tendo como referência a agroecologia e práticas produtivas sustentáveis, por meio de processos educacionais críticos e participativos que promovam a formação, capacitação, comunicação e mobilização social, considerando o ambiente em sua totalidade e interdependência entre o meio natural, socioeconômico e cultural.”


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Cursos

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Indústria, muito prazer! Com ampla formação para atender uma indústria avançada, o técnico em Automação Industrial ainda se depara com dificuldades para praticar seus conhecimentos Laboratórios propiciam aos alunos vivência de ambiente industrial

Érika Targino erikatargino@ipojuca.ifpe.edu.br

Profissionais multifuncionais. Esta característica bastante cobiçada por empregadores de diversos setores da economia define bem um profissional que surge para atender exigências de uma indústria mais automatizada a cada geração. O técnico em Automação Industrial reúne conhecimentos em mecânica, eletroeletrônica e instrumentação industrial, mas por desconhecimento de grande parte dos empregadores seu potencial nem sempre é bem explorado. Fabiano Ferreira, técnico em Automação Industrial, formado em 2011 pelo Campus Ipojuca, explica que, antes de retornar à Instituição como servidor, atuou no setor industrial, mas nunca conseguiu colocar em prática os conhecimentos amplos de sua formação. “Automação é uma área muito abrangente que trabalha, desde a eletricidade industrial, até redes industriais e supervisórias, mas, quando chegamos às empresas, na maioria das vezes, ficamos bitolados a trabalhar apenas com

Eletroeletrônica”, argumenta. Habilitados para atender a demandas de variados setores, esses profissionais podem atuar em refinarias de petróleo a estaleiros, parques industriais, empresas da construção civil, empreiteiras de serviços elétricos e empresas de desenvolvimento e gestão de softwares. Mas se existem técnicos nas áreas de Instrumentação Industrial, Mecânica, Elétrica e Eletrônica, o que motivou o surgimento da profissão? Quem esclarece esta questão é o coordenador do curso de Automação do Campus Ipojuca, Thiago Santos. “O profissional de automação surge para exercer atividades que precisam reunir os eixos tecnológicos de Mecânica e Elétrica para atender as especificidades do maquinário moderno e acompanhar o desenvolvimento da indústria e suas novas tecnologias”, explica. Outra problemática é o desconhecimento do perfil do profissional. “O mercado pernambucano ainda não está preparado para absorver o profissional de automação e usufruir de todo seu potencial. Essa realidade muda, quando eles são contratados por multinacionais”, argumenta.

Perspectivas – A realidade de limitação desses profissionais vem caminhando para o fim. Com a implantação de empresas multinacionais com altos níveis de automação, em Pernambuco, como é o caso da Fiat, este cenário tem boas perspectivas de mudança. Em fevereiro, o IFPE iniciou uma articulação com possibilidades de parceria com a referida montadora de veículos, tendo como principal interesse profissionais de Automação para comporem o quadro funcional da nova unidade a ser implantada em Goiana. Durante visita realizada ao Campus Ipojuca, os consultores da montadora levantaram como pontos positivos na avaliação a expertise do Instituto na qualificação de profissionais na área e o Consultor da Fiat avalia maquinário dos laboratórios

investimento em tecnologia de ponta nos laboratórios. De acordo com a Coordenação de Registros Acadêmicos e Diplomação (CRAD), devido ao nível de exigência da formação, desde a implantação do curso, apenas 40 técnicos conseguíram concluí-la e estão prontos para os desafios do mercado. Você sabia? A média de remuneração para estágios em Automação Industrial varia de R$ 600,00 a R$ 1.100,00 Os profissionais diplomados recebem em média de R$ 1.800,00 a R$ 3.000,00. No IFPE o Campus Ipojuca é o único a ofertar o curso, desde sua fundação, em 2007. 57 é o número de empresas conveniadas com o Campus em busca de profissionais da área Atualmente 65 alunos de Automação estão estagiando ou trabalhando em empresas localizadas no complexo industrial portuário de Suape Para atender as demandas do setor industrial foram implantado seis laboratórios de Automação Industrial no Campus e todos equipados com tecnologias de ponta.


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Extensão

Espanhol na terra da Renascença Projeto de extensão do Campus Belo Jardim leva o ensino do espanhol a jovens camponesas artesãs Professor André Luis e estudantes de Belo Jardim, bolsistas do projeto

Manassés Freitas manases.freitas@belojardim.ifpe.edu.br

Xucuru é o distrito de Belo Jardim mais distante da sede do município. A chegada a essa localidade só é possível por vias de terra bastante acidentadas, o que faz a duração da viagem, partindo do Campus do IFPE, durar mais de uma hora. Também é uma região em que rendeiras fazem as famosas toalhas “renascença” e as vendem por preços ínfimos para atravessadores. Nela, centenas de jovens sonham em sair de lá para outros Centros maiores. É, ainda, um lugar em que, com a seca, a oferta de água é algo cada vez mais difícil e onde não existe acesso à telefonia celular. Ao mesmo tempo, é uma localidade de um clima ameno, circundada por belas elevações e onde os jovens, ao falarem de cultura, exibem um brilho nos olhos que entusiasma qualquer visitante. É nessa localidade que o Campus Belo Jardim está realizando um trabalho de extensão, denominado “Jovens Camponesas: O Espanhol

Estudantes visitam a comunidade para conhecer de perto o trabalho das rendeiras

a serviço da promoção social”, em que garotas de 14 a 27 anos têm a oportunidade de, em encontros semanais, aprenderem a língua de Cervantes, aliando essa aprendizagem ao conhecimento de técnicas agrícolas e agroindustriais. “Partimos da ideia de que é preciso fixar a jovem no campo, dando condição a essa parcela da população de ter conhecimentos que melhorem sua renda e a de sua família, para que continuem no seu local de origem”, afirma o professor André Luís Gonçalves, idealizador do Projeto. Duas monitoras: as estudantes Tuanne Batista (concluinte do curso Técnico Integrado de Agropecuária) e Elaine Alves (concluinte do curso Técnico Integrado de Agroindústria) estão envolvidas com o Projeto. Tuanne não consegue conter sua alegria:”estou gostando muito, pois posso ajudar diretamente outras pessoas com o conhecimento adquirido no IFPE”, afirmou. Sessões de cinema com exibição de filmes espanhois, visita aos sítios da região, são algumas das atividades que estão sendo realizadas na

esteira dessa iniciativa: “Nossas aulas se dispõem a levar, em língua espanhola, conhecimentos historicamente construídos sobre saberes agrícolas e industriais, aliados a uma discussão sobre a situação da mulher na sociedade”, reforça o docente. Um elemento importante desse Projeto é a parceria com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município, inclusive é na sub-sede do STR, no distrito de Xucuru, que são realizadas a maioria das atividades. José Araújo, presidente da entidade, destaca a importância desse trabalho junto com o Campus Belo Jardim. “Muito nos alegra essa parceria com o Instituto Federal, que é um aliado do homem do campo, do produtor familiar”, ressaltou. O professor André Gonçalves assegura que a presença do Instituto no distrito já detectou várias demandas e reivindicações que merecerão atenção do grupo de extensionistas. “A ideia é fazer com que a presença da Instituição no distrito seja um catalizador de

anseios e reivindicações, que serão atendidos com a organização dos moradores da localidade. O IFPE como Instituição Pública tem o dever de estar atenta aos setores mais marginalizados da sociedade”, completou.


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Cultura

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Um bom lugar pra ler um livro Biblioteca Joseph Mesel serve de espaço para que estudantes e servidores possam fazer da leitura não só uma obrigação, mas, sobretudo, um ato de prazer

Mônica Melo monicamelo@recife.ifpe.edu.br

Conhecer

mundos imaginários, estabelecer um link com a realidade, incorporar novos saberes, além de despertar ou reforçar o espírito crítico. A literatura abre várias vertentes promissoras para a vivência de mundo de seus adeptos, principalmente, quando se pensa no público jovem, na área da educação e na formação de cidadãos. Entusiasta do universo da leitura, Guttenberg Senna Júnior, estudante do curso de Design Gráfico do Campus Recife, acredita que a maior contribuição

Espaço dispõe de quase 8 mil títulos e total aproximado de 23 mil exemplares

da produção literária é oferecer um repertório imaginário denso, capaz de ser aplicado como benefícios concretos no dia a dia, tanto no âmbito pessoal, como no profissional. O estudante de 23 anos conta que aprecia desde HQs e mangás, até clássicos da literatura brasileira, como O Cortiço e Capitães da Areia. Sua predileção, contudo, é pelo mestre Monteiro Lobato. Uma vez que costuma realizar suas leituras também no local onde estuda, o jovem diz ter ficado satisfeito com a reformulação estrutural do espaço da Biblioteca do Campus, que, inclusive, passou a ser chamado Biblioteca Joseph Mesel, nome escolhido pela

SAIBA MAIS SOBRE JOSEPH MESEL O educador Joseph Mesel ingressou na antiga Escola Técnica Federal de Pernambuco (um dos nomes já recebidos pelo IFPE) em 1961, sendo responsável por lecionar a disciplina de Resistência dos Materiais e Desenho de Estruturas. Durante 10 anos (1967/1977), assumiu a Direção Geral da Instituição. Em sua gestão, foram criados os cursos de Telecomunicações, Refrigeração e Ar Condicionado, Segurança do Trabalho, Saneamento e Edificações. Em 1992, aposentou-se, e, no ano de 2011, veio a falecer.

comunidade acadêmica, por eleição, no ano passado. Entre as mudanças físicas realizadas no espaço, destaca-se o acesso direto ao acervo pelos usuários. O local dispõe de cerca de 8mil títulos, perfazendo um total aproximado de 23 mil exemplares, os quais contemplam as áreas das Ciências Humanas, Sociais, Aplicadas, da Natureza, Saúde e Tecnologia. Dispõe, também, de espaço individual para consulta e de ambientes para estudos em grupo. Os frequentadores ainda irão usufruir de laboratório de informática, a ser direcionado às pesquisas, utilizando o Portal de periódicos da Capes. De acordo com a coordenadora da Biblioteca, Helena Azevedo, o espaço vem cumprindo melhor seu

papel na democratização do uso da informação. “Direcionamos os pesquisadores, para que eles construam seu conhecimento. Registramos 65% de aumento, nos últimos 3 meses de 2012, em relação ao mesmo período de 2011”, comemora. Guttemberg comemorou a acessibilidade ao acervo. “Passei a ter mais facilidade para localizar os livros que me interessam. Com o espaço individual disponível para realização de leituras, é possível ficar mais reservado para mergulhar no fantástico mundo dos livros”, arremata. SERVIÇO Biblioteca Joseph Mesel · Campus Recife Funcionamento: De segunda a sexta, das 8h às 20h45 Telefones: (81) 2125.1652/1690 E-mail: cbib@recife.ifpe.edu.br


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Entrevista

Foto: Juliana Costa

ifpeacontece

Expandindo oportunidades Comissão trabalha para garantir que até 2014 os novos Campi do IFPE em Abreu e Lima, Cabo, Igarassu, Jaboatão, Olinda, Palmares e Paulista comecem suas atividades Rinaldo Malaquias preside a comissão responsável pela implantação dos novos Campi. Gil Aciolly gilaciolly@reitoria.ifpe.edu.br

A

té 2014, o IFPE ganhará sete novos Campi, durante a terceira fase da expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Após o primeiro ano de atividades, serão, no mínimo, 3.360 novos estudantes aprendendo uma profissão e trilhando um caminho rumo ao mundo do trabalho. Antes mesmo dos alicerces serem construídos, o Instituto contratou uma pesquisa de empregabilidade, realizada por uma empresa especializada na área. O estudo, já concluído, aponta demandas e traça perspectivas, baseadas nos arranjos produtivos locais onde os novos Campi são localizados, para os próximos dez anos. Traz indicações de cursos a serem oferecidos. O material é analisado pela Subcomissão Acadêmica/Pedagógica, que cuida para que não haja sobreposição de ofertas, não só entre os novos Campi que são geograficamente próximos, mas também com outras instituições, como as escolas técnicas do Estado, Senai e Senac. A definição só ocorrerá após diálogo com a sociedade. Enquanto isso, questões jurídicas que impedem o início das obras são resolvidas. Nesta entrevista, o presidente da Comissão de Expansão, Rinaldo Malaquias, apresenta um retrato do processo que levará a educação profissional em Pernambuco a novas dimensões.

Qual o quadro da terceira fase da expansão no IFPE? O que falta para as obras começarem? Para que iniciemos a construção de um Campus da Expansão III, é necessário que o município contemplado oficialize a doação de um terreno ao IFPE em condições para que as obras sejam iniciadas. A partir do cumprimento dessa contrapartida do município, é que poderemos realizar a concretização do novo Campus, com a elaboração dos projetos arquitetônicos, licitação da obra e de equipamentos para começar as atividades. O investimento inicial é da ordem de sete milhões e meio de reais, por unidade.

Todos os municípios contrapartidas?

cumpriram

essas

Hoje, contamos com a doação efetiva do terreno para a construção dos novos Campi em quatro municípios: Abreu e Lima, Cabo de Santo Agostinho, Palmares e Paulista. Essas cidades apresentaram ao IFPE a escritura pública de doação. Os municípios de Igarassu, Jaboatão e Olinda ainda estão resolvendo as questões de dominialidade.

Quais questões de dominialidade ocorrem nesses municípios, cuja doação dos terrenos ainda não foi realizada? Em Jaboatão, o terreno ofertado pelo município foi autorizado para doação pela Câmara Municipal dos Vereadores apenas na segunda semana de março. Estamos aguardando a escritura pública de doação a ser lavrada no Cartório de Imóveis da cidade, e que será entregue ao IFPE, em cerimônia. Na cidade de Olinda, o terreno aprovado para doação, localizado no bairro de Casa Caiada, próximo ao Conjunto Vaticano, é objeto de desapropriação judicial por parte do município. Já houve decisão judicial favorável para tal objetivo em 14 de março deste ano. O próximo passo do município é proceder aos trâmites necessários à doação através da escrituração em nome do IFPE. Já em Igarassu, houve uma mudança na proposta da área para a construção do Campus. Essa nova área passa para um terreno às margens da BR 101 Norte, próximo à comunidade de Botafogo, naquele município.

Quando as obras devem começar? Estamos trabalhando para iniciar as obras, ainda este ano, nos municípios que já doaram o terreno em condições de início das obras. Nos demais municípios, os projetos serão iniciados após a efetivação da doação do terreno ao IFPE.

A previsão de início das atividades dos novos Campi continua para 2014? Quais cursos serão oferecidos? A previsão de início do funcionamento é para o segundo semestre de 2014, com três cursos subsequentes em cada nova unidade. Os cursos serão escolhidos através de Audiência Pública, a partir uma lista contendo nomes de cursos nos eixos profissionais mais demandados pelos arranjos produtivos locais (APL). Esse processo é desenvolvido pela Subcomissão Acadêmica, a partir da pesquisa de empregabilidade, realizada por empresa contratada pelo IFPE. Ressalto que a Audiência Pública será realizada com a participação de representantes do Instituto e dos municípios contemplados, além da presença da população.


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Um outro olhar para o mundo A arte da fotografia atrai estudantes do IFPE que do hobby podem descobrir um caminho para profissionalização

Arte da fotografia encanta por captar momentos únicos de rara beleza

Marcella Queiroga e Cleiton Zambianchi acontece@reitoria.ifpe.edu.br

Fotografia,

ao pé da letra, significa “escrever com luz” (Foto: Luz / Grafia: Escrever). É a técnica de criar uma imagem, por meio da exposição luminosa, é um registro de algo que realmente aconteceu. Mas, para muitas pessoas, a fotografia é muito mais do que isso. É a arte de conseguir expressar um instante em um olhar, congelando o tempo e tornando-o inesquecível, criando e recriando uma imagem da forma que o fotógrafo vê o mundo. É essa forma de visão diferente, muitas vezes do mesmo tema, que faz da fotografia um elemento inesgotável, produzindo, através de diferentes imagens, efeitos variados nas pessoas. Como as músicas ou os filmes, as fotos têm o poder de gerar diversos sentimentos. Mais do que ser uma linguagem visual, a fotografia é, também, uma linguagem universal, capaz de mexer com o sentimento de

muitos, seja de qual for o país ou que língua fale. Por isso, a paixão pela fotografia está cada vez maior. Mas se engana quem acha que trabalhar com a fotografia é algo fácil. Assim como qualquer profissão, a fotografia exige estudo, aperfeiçoamento, criatividade e, acima de tudo, paixão. O estudante do 4º período do curso Tecnológico de Gestão de Turismo do Campus Recife, Jeisell Augusto, diz que a fotografia faz parte da sua essência. Jeisell fazia curso de Geografia e sempre foi fascinado em imagens, devido a isso surgiu o interesse pelas fotos. Há um ano, ele descobriu na fotografia um prazer e, por causa do seu dom para fotografar, foi chamado para estagiar no setor de Comunicação no Campus Recife. Ele já fez um curso de fotografia com duração de três meses no próprio Instituto, mas pretende fazer outros cursos para se especializar ainda mais. Apesar de todo o seu amor pela arte de fotografar, Jeisell afirma que

Da esquerda para a direita : Fotos 1,2 e 3, de Rhaíza Oliveira; fotos 4 e 5, de Jeisell Augusto

não quer seguir carreira exclusiva de fotógrafo. “Meu sonho é fazer faculdade de Direito e atuar na área jurídica, mas jamais penso em abandonar a fotografia”, declarou. (M.Q.) Equilíbrio – Já a estudante do 7º período do curso Técnico Integrado de Saneamento Ambiental do Campus Recife, Rhaiza Oliveira, vê na arte de fotografar seu equilíbrio com o mundo. O que surgira de uma breve experimentação e tentativa de registrar, com mais detalhamento, os momentos vividos, hoje, para ela, é um acervo de registros imensuravelmente majestosos. Segundo afirma, a fotografia vai muito além de poder fixar momentos fora da memória, “ela nos dá a oportunidade de registrar sonhos, amores, sentimentos”, ressalta. Ex-integrante do Grupo Arte em Movimento, Rhaiza vivencia

o mundo das arte e seu trabalho começa a ganhar destaque fora do Instituto. Membro e fotógrafa do Coletivo Rua das Vadias, que defende a igualdade de gênero e luta contra o machismo, foi selecionada pela Revista UNA como foto performance, categoria Fotografia Cênica. “Fotografar se tornou mais do que uma paixão, é admiração pela naturalidade das coisas, é reconhecer o belo e brincar com o feio, é transformar tudo em um único mundo, um mundo mágico sobre a realidade. Hoje, a fotografia é a minha alma gêmea, é o meu maior refúgio. Isso, acima de qualquer coisa, é amor. Um amor por trás das lentes e dos flashes e extremamente verdadeiro”, define. Estamos numa Casa de Educação que, incontestavelmente, possui uma carga artística explorável.(C.Z)

Para conhecer mais sobre o trabalho de Jeisell e Rhaiza, acesse: http://www.facebook.com/jeisellaugusto http://www.facebook.com/RhaizaOliveiraFotografia

Foto: Jeisell Augusto

Leitor Pauteiro


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