"Civilização", de Eça de Queiroz: curiosidades e intertextualidades - dicotomia

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Trabalho elaborado por: Ana Soares Nº1 Daniela Fonseca Nº13 Joana Miranda Nº19 Lúcia Ribeiro Nº22

Curiosidades e intertextualidades - Dicotomia


Este trabalho pretende expor a dicotomia apresentada no conto “Civilização” de Eça de Queiroz; Dicotomia é a divisão de um elemento em duas partes, em geral contrárias, como a noite e o dia, o bem e o mal, o preto e o branco, o céu e o inferno, etc; Outros escritores, como Cesário Verde, usam também nas suas obras este tipo de oposição.


Com origem no grego dikhotomía, uma dicotomia indica uma classificação que é fundamentada numa divisão entre dois elementos.


<<A mesma linha de raciocínio, que sabe escapar às armadilhas da dicotomia, conduz a reafirmar a centralidade do processo de "individualização e regionalização.“>>


Há a falsa dicotomia que mostra uma situação com dois pontos de vista alternativos, e são colocados como se fossem as únicas opções , quando, na realidade, podem existir outras opções que não foram levadas em consideração, ou podem as duas ser escolhidas juntas.


I Foi quando em dois verões, seguidamente, a Febre E a Cólera também andaram na cidade, Que esta população, com um terror de lebre, Fugiu da capital como da tempestade. Ora, meu pai, depois das nossas vidas salvas (Até então nós só tivéramos sarampo). Tanto nos viu crescer entre uns montões de malvas Que ele ganhou por isso um grande amor ao campo! Se acaso o conta, ainda a fronte se lhe enruga: O que se ouvia sempre era o dobrar dos sinos; Mesmo no nosso prédio, os outros inquilinos Morreram todos. Nós salvámo-nos na fuga Na parte mercantil, foco da epidemia, Um pânico! Nem um navio entrava a barra, A alfândega parou, nenhuma loja abria, E os turbulentos cais cessaram a algazarra

Pela manhã, em vez dos trens dos batizados, Rodavam sem cessar as seges dos enterros. Que triste a sucessão dos armazéns fechados! Como um domingo inglês na city, que desterros!

Sem canalização, em muitos burgos ermos Secavam dejeções cobertas de mosqueiros. E os médicos, ao pé dos padres e coveiros, Os últimos fiéis, tremiam dos enfermos! Uma iluminação a azeite de purgueira, De noite amarelava os prédios macilentos. Barricas de alcatrão ardiam; de maneira Que tinham tons de inferno outros armamentos. Porém, lá fora, à solta, exageradamente Enquanto acontecia essa calamidade, Toda a vegetação, pletórica, potente, Ganhava imenso com a enorme mortandade!


Para Cesรกrio Verde, a cidade evidencia tudo o que hรก de mal, enquanto que o campo representa para ele a cura para a vida.


Esta imagem evidencia a oposição entre a cidade e o campo. Nesta imagem, a cidade é representada através do TGV, como referência a todos os engenhos de que se apropria, enquanto o campo está representado pelos animais transportando bens materiais.


Ocorre quando o escritor reinventa um texto pré-existente, resgatando para o leitor a sua filosofia originária. O termo provém do grego “paraphrasis”, que tem o sentido de reproduzir uma frase. Essa espécie de interação intertextual equivale a repetir um conteúdo ou um fragmento dele claramente, porém, em outros termos, preservando sempre a conceção inicial.


O conto “Civilização” teve como base o romance “A Cidade e as Serras”, ambos de Eça de Queiroz. O conto retrata parte da outra obra apenas alterando o nome de algumas das personagens e o nome do local onde se desenrola a ação.


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A dicotomia expõe extremos opostos; Muitos escritores utilizam a dicotomia entre o campo e a cidade, pretendendo realçar a diferença entre os mesmos;  A cidade representa o mal e simboliza a morte.  O campo representa o bem e simboliza a vida.

A intertextualidade pode ser compreendida como a produção de um discurso com base em outro texto previamente estruturado.


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