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Ano XII Edição 116 Agosto’15
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Negócios à vista Reportagem: Marcos Orsolon
Photovoltaic energy starts to advance in Brazil and creates opportunities for electrical cable companies. To meet the industry’s needs, suppliers need to develop cables with special features, which include high thermal and mechanical resistance and protection against UV radiation.
La energía fotovoltaica comienza a avanzar en Brasil y genera oportunidades para las empresas de cables eléctricos. Para satisfacer las necesidades de la industria, los fabricantes necesitan desarrollar conductores con características especiales que incluyen alta resistencia térmica y mecánica y contra la radiación ultravioleta.
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emorou, mas finalmente a energia solar fotovoltaica passa a caminhar no Brasil. Depois de um longo período em que a falta de apoio governamental e os custos de produção mais altos - na comparação com as fontes hídricas e eólica - impediram o avanço mais rápido e consistente nessa área, alguns projetos começam a sair do papel e a expectativa é que o mercado cresça e se consolide nos próximos anos.
Com a evolução do setor, os investimentos em produtos e equipamentos também devem ganhar força. E, com isso, a formação de uma cadeia produtiva local é uma tendência natural, com fornecedores de placas, inversores, dispositivos de proteção e condutores elétricos especiais. No que tange à área de fios e cabos elétricos, os fabricantes instalados no País se alinham aos que projetam crescimento na área. “Esse ainda é um mercado em desenvolvimento no Brasil. E isso tanto para os fabricantes e a cadeia de supri-
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Energia fotovoltaica começa a avançar no Brasil e gera oportunidades para as empresas de fios e cabos elétricos. mentos, como para os investimentos e foco da matriz energética nesse tipo de geração. No entanto, a expectativa (de vendas) é muito grande em função dos movimentos de evolução do mercado de energia renovável”, observa Mario Alonso, engenheiro de Produto da Nexans. Com a perspectiva de evolução, algumas empresas estão se preparando para atender ao provável aumento da demanda de condutores especiais para instalações fotovoltaicas. E, naturalmente, o primeiro passo para quem tem interesse em atuar nessa área é o desenvolvimento de produtos específicos, que realmente atendam às necessidades das plantas de geração. “A geração fotovoltaica tem como característica principal a instalação das placas solares em locais com grande intensidade de radiação solar. São nestas condições
que os cabos elétricos precisam manter suas características elétricas e mecânicas ao logo de toda a vida útil, considerando também as demais condições severas de intemperismo (ventos, salinidade, etc.) e o ciclo de carregamento das placas. Os cabos precisam operar e manter a boa conectividade da rede com os respectivos dispositivos ao longo de toda a sua vida útil”, comenta Mario Alonso. Francisco de Estácio Neto, gerente de Qualidade e Desenvolvimento de Novos Produtos da Wirex, completa: “Estas instalações necessitam de condutores elétricos com características especiais. Um fator determinante comum para todos os sistemas de energia fotovoltaica é a utilização de seus componentes em ambientes externos, trazendo a necessidade de operação em temperaturas ora elevadas, ora muito baixas, além de um alto índice de radiação UV. A resistência ao intemperismo e à umidade são características que devem ser consideradas. Além disso, aspectos como segurança e confiabilidade são muito importantes e devem ser levados em conta nessas instalações”.
As características desses projetos exigem que os condutores elétricos tenham aspectos construtivos especiais. Com isso, os produtos se diferenciam bastante dos fios e cabos padronizados, o que também interfere no desenvolvimento dos acessórios e sistemas de conexão. Mario Alonso, da Nexans, destaca que uma das principais características diferenciadoras dos cabos fotovoltaicos dos demais é a resistência aos raios ultravioletas (UVB) e às altas temperaturas (superior a 90°C). Além disso, ele cita que a qualidade das conexões através do uso de condutores flexíveis e estanhados associada a uma cobertura com elevadas características mecânicas, completam a lista de diferenciais. Francisco de Estácio Neto, da Wirex, explica que os condutores para instalações fotovoltaicas possuem os fios de cobre estanhados, de forma a facilitar as conexões elétricas de soldagem aos demais componentes do circuito. Além disso, os materiais utilizados na isolação e cobertura devem suportar temperaturas até 120ºC (enquanto os cabos comuns suportam normalmente até 70ºC) e manter uma elevada estabilidade mecânica nestas temperaturas. Sem
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contar, é claro, com o fato de serem produzidos com materiais não-halogenados. Sidney Marques, gerente de Produto da General Cable, relata que, apesar de necessitarem de condutores elétricos específicos, os projetos elétricos de parques fotovoltaicos também demandam alguns cabos padronizados, mais comuns, em suas instalações. No que tange aos cabos específicos para uso em parques fotovoltaicos, Marques cita os condutores de baixa tensão para a conexão entre as placas e os painéis fotovoltaicos, entre as células e delas aos inversores. “Estes cabos são especialmente projetados para esta aplicação, na medida que sua construção deve oferecer resistência às exigentes condições ambientais durante toda a sua vida útil, estimada por normas internacionais em 30 anos. Além de mecanicamente ter alta resistência ao impacto, à abrasão e ao rasgamento, os cabos devem também resistir às intempéries, às temperaturas extremas, à absorção de água e, especialmente, ao ozônio e aos raios ultravioletas”. Negócios
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Apesar de necessitarem de condutores elétricos específicos, os projetos elétricos de parques fotovoltaicos também demandam alguns cabos padronizados. Há também os cabos de média tensão para a conexão entre o transformador e a subestação. “Eles são projetados para o uso em grids de energia, com espessuras reduzidas e maior temperatura de operação, além de buscarem sustentabilidade utilizando compostos de isolação sem chumbo”, comenta Marques, que, para essas instalações, cita ainda os cabos de baixa tensão para a conexão entre os inversores e o transformador e os cabos de alumínio nu para uso em linhas de transmissão de energia. Obviamente, para se obter uma instalação segura não basta contar com os produtos corretos. É fundamental também fazer um bom dimensionamento e a aplicação adequada. “Assim como para toda instalação elétrica, existem recomendações específicas para arranjos fotovoltaicos, que precisam ser realizados por Foto: DollarPhotoClub
Investimentos em instalações fotovoltaicas geram oportunidades para as empresas de condutores elétricos.
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profissionais devidamente qualificados e seguindo as boas práticas de instalação. Um adendo da NBR 5410 (norma que regulamenta as instalações de baixa tensão em todo território nacional) sobre esse tipo de instalação está em fase de elaboração no âmbito dos comitês técnicos da ABNT”, alerta Mario Alonso, da Nexans. Sobre o tema normalização, Sidney Marques, da General Cable, lembra que os cabos específicos para uso em painéis fotovoltaicos ainda não estão normalizados no Brasil. “Dessa forma, a oferta no mercado brasileiro se dá com heterogeneidade”, observa. Quanto aos fornecedores de condutores elétricos específicos para aplicações fotovoltaicas, ainda não há no Brasil um grande número de players. E a explicação está justamente na complexidade dos produtos. “A produção requer o domínio de tecnologias específicas em termos dos materiais poliméricos utilizados e dos processos de produção necessários à sua transformação. Estas tecnologias ainda estão restritas a alguns fabricantes, o que explica o pequeno número de empresas neste nicho de mercado. A indústria necessita de linhas de produção específicas para os tipos de materiais utilizados, além de laboratórios devidamente equipados para avaliar e garantir continuamente o atendimento aos requisitos das especificações”, explica Mariana Kokron, gerente de Marketing e Planejamento da Wirex, destacando que a Wirex está investindo fortemente nos processos de certificação destes produtos junto a alguns organismos nacionais e internacionais.