gases e vapores Substâncias liberadas por produtos inflamáveis colocam em risco a segurança das plantas.
CADERNO
ATMOSFERAS EXPLOSIVAS
junho’2013
Motores Elétricos Cresce a demanda por equipamentos que aliam menor consumo de energia e melhor desempenho.
A NO 9 N º 92
E l é t r i ca , E l e t rô n i ca , i l u m i na ç ã o e ene r g i a
Redes Subterrâneas ANO 9 – Nº 92 • Potência
Busca por maior segurança e aumento da confiabilidade na distribuição de energia estimula investimentos em sistemas subterrâneos. Parque brasileiro instalado ainda é pequeno se comparado às redes aéreas, mas avanço registrado na última década anima fornecedores de produtos e serviços, que projetam crescimento para os próximos anos. Alto investimento inicial ainda é entrave para novos projetos.
entrevista Georges Blum fala sobre o processo de profissionalização da ABilumi e analisa o avanço da logística reversa e dos produtos de LED na área de iluminação no Brasil.
sumário | Potência| 3
10
14
24 48 10
Entrevista
Novo presidente-executivo da ABilumi, Georges Blum fala sobre a importância do processo de profissionalização da associação e destaca os avanços da logística reversa no setor de iluminação e a entrada dos produtos de LED no mercado.
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Matéria de Capa
Parque brasileiro de redes subterrâneas ainda é pequeno se comparado às redes aéreas, mas avanço registrado na última década anima fornecedores de produtos e serviços, que vislumbram oportunidades e preveem crescimento para os próximos anos.
24
Mercado
Atentos às necessidades dos usuários, fabricantes investem no desenvolvimento de motores elétricos mais eficientes, que aliam menor consumo de energia elétrica e melhor desempenho operacional nos processos produtivos.
48
Ilumexpo 2013
Transferência dos ativos de iluminação pública das concessionárias de energia para as prefeituras domina os debates durante o evento.
• Foto: Dreamstime • Capa: Sérgio Ruiz
4
Ponto de Vista
6
Ao Leitor
6 Cartas 8 Holofote 38 Espaço Abreme 42 Sigamt 44 Radar 46 Praticando Ideias 51 Vitrine 52 GTD 54 Economia 57 Link Direto 58 Agenda
Exclusivo
CADERNO ATMOSFERAS EXPLOSIVAS Substâncias inflamáveis podem liberar gases e vapores que oferecem riscos relevantes às instalações industriais. Prevenção passa pelo Estudo de Classificação de Áreas e, muitas vezes, por medidas simples e de baixo custo.
PÁGINA
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4 | Potência | ponto de vista
Luzes sobre a realidade
Beth Bridi
diretora de redação
potencia@grau10.com.br
Quando o povo sai às ruas, levantando bandeiras contra gastos excessivos em certas áreas, em detrimento de outras, prioritárias, os holofotes se voltam para estas situações, que não destoam em nada do que há muito falamos aqui. A infraestrutura brasileira merece cuidados. Hospitais e es-
E X P E D I E N T E
Diretores: Habib S. Bridi (in memorian) Elisabeth Lopes Bridi ano
IX
•
nº
92
•
Junho'13
Publicação mensal da Grau 10 Jornalismo e Comunicações Ltda, com circulação nacional, dirigida a indústrias, compradores corporativos, distribuidores, varejistas, home centers, construtoras, arquitetos, engenharia e instaladores que atuam nos segmentos elétrico, eletrônico e de iluminação; geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia elétrica. Órgão oficial da Abreme - Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos. Redação redacaopotencia@grau10.com.br Diretora de Redação: Beth Bridi Editor: Marcos Orsolon Repórter: Paulo Martins Fotos: Ricardo Brito Jornalista Responsável: Beth Bridi (MTB nº 17.775)
colas, sim, mas também portos, aeroportos, hidrovias, estradas
Conselho Editorial potencia@grau10.com.br
e transporte público.
Beth Bridi, Francisco Simon, José Luiz Pantaléo, Mauro Delamano, Nellifer Obradovic, Paulo Roberto de Campos e Roberto Said Payaro.
A sociedade de maneira geral sente a falta de esforços dos governantes naquilo que é básico, exatamente como a classe empresarial, em específico, naquilo que envolve o escoamento da produção, condições de competitividade nas exportações, entre outros pontos. O Brasil tem uma das mais competentes produções agrícolas do mundo, graças ao empenho e investimento do produtor, mas perde competitividade nas estradas e portos, no tempo que leva para o deslocamento, nas péssimas condições nas estradas, nos obsoletos e morosos portos, sem contar o Custo Brasil. Parece que a sociedade brasileira cansou de medidas paliativas. Quer dar um basta na política populista e pede ações. Ações estas que levem o país a um melhor posicionamento social e econômico. A grande maioria das empresas e cidadãos cumpre com seus deveres, paga seus impostos, se esforça em prol do desenvolvimento. Quer, apenas, que os impostos voltem para a sociedade, na forma de estradas, escolas, hospitais, portos e aeroportos, metro, sistema viário e energia. E de quebra, estádios de futebol! Desde que nada disso seja super faturado.
Publicidade publipotencia@grau10.com.br Diretor Comercial: Edvar Lopes Coord. de Atendimento: Cléia Teles Contato Publicitário: Silvana Ricardo e Christine Funke Produção Visual e Gráfica layout@grau10.com.br Chefe de Arte: Sérgio Ruiz Designer Gráfico: Márcio Nami Atendimento ao Leitor leitorpotencia@grau10.com.br Coordenação: Paola Oliva Administração administracao@grau10.com.br Gerente: Edina Silva Assistentes: Bruna Franchi e Ana Claudia Canellas Impressão Prol Editora Redação, Administração e Publicidade Sede Própria: Rua Afonso Braz, 579 - 11º andar Vila Nova Conceição - 04511-011 - São Paulo-SP PABX: (55) (11) 3896-7300 Fax redação: (55) (11) 3896-7303 Fax publicidade: (55) (11) 3896-7307 Site: www.grau10.com.br Fechamento Editorial: 16/07/2013 Circulação: 24/07/2013
Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e colaboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista e de seus editores. Po- Filiada ao tência não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios, informes publicitários. Informações ou opiniões contidas no Espaço Abreme são de responsabilidade da Associação. Não publicamos matérias pa- Circulação gas. Todos os direitos são reservados. Proibida a reprodução total ou e tiragem parcial das matérias sem a autorização escrita da Grau 10 Editora, asauditadas sinada pela jornalista responsável. Registrada no INPI e matriculada de acordo com a Lei de Imprensa. ISSN 2177-1049
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cartas
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
6 | Potência | ao leitor
Manifestações e o setor elétrico
N
ão é novidade que o Brasil passa por um momento diferente. Depois de anos adormecida, a população (ou pelo menos parte dela) parece ter acordado em meio ao aconchego das festas juninas. E a fogueira ganhou corpo, cresceu, incendiou o País e ninguém, nem mesmo os analistas políticos mais experientes e perspicazes, sabem ao certo o que virá pela frente. Mas como fica o setor elétrico nesse contexto? Bem, assim como ocorre com o resto da sociedade, não há como precisar o que irá acontecer. No entanto, a expectativa geral dos empresários que atuam no mercado eletroeletrônico é que a cúpula política desperte para questões relevantes para o País, como as reformas política e tributária, e avanços na logística, apenas para citar alguns pontos. De concreto, temos alguns aspectos que podem até ser comemorados no campo econômico. O primeiro deles é o câmbio. Há anos o empresariado do setor, representado pela Abinee, vinha se queixando da valorização do real frente ao dólar. O principal argumento é que a indústria eletroeletrônica nacional tem sofrido com a entrada de produtos importados, e que o real valorizado colaborava, e muito, para este cenário. Pois em 2013 o quadro mudou, e o dólar se aproximando da casa de R$ 2,30 dá certo alívio a nossas empresas. Outra reivindicação antiga foi atendida no início de julho, com a aprovação do Projeto de Lei Complementar nº 200/2012, que extinguiu o adicional de 10% do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) pago ao governo em caso de demissão sem justa causa. Evidente que é pouco para dar mais competitividade à indústria, mas é fato que é um custo a menos num cenário preocupante. De outro lado, na área de energia os projetos não pararam. Os leilões seguem acontecendo, assegurando investimentos nos próximos anos, que abrem oportunidades de negócios para fornecedores de produtos e serviços. Como se vê, em meio aos protestos há muita coisa acontecendo. Agora é ficar de olho e trabalhar por um País mais justo. E que dias melhores venham para o setor e para o Brasil.
Leitura importante Estive na FIEE deste ano e tive a oportunidade de visitar o estande da Grau 10 Editora, onde recebi um exemplar da Revista Potência. Gostaria muito de, a partir de hoje, receber os exemplares desta revista. Sou engenheiro eletricista e julgo ser muito importante me manter inteirado acerca dos assuntos do nosso setor. Jader Costa | Engenheiro Eletricista | São Paulo | SP
Redação responde: Sua solicitação foi encaminhada ao setor de atendimento ao leitor, que tomará as devidas providências.
Errata Na edição 89 publicamos uma nota sobre Sensores de Presença da marca Soprano. Porém, a imagem não condiz com o texto. Abaixo, as informações e foto corretas. A Soprano lança, por meio de sua Divisão de Materiais Elétricos, os Sensores de Presença para Iluminação. Com grande aplicabilidade, os sensores estão disponíveis nos modelos: de teto, de parede, de embutir com e sem interruptor e para soquete E27, tensão 220V/110V. De fácil manuseio, os produtos apresentam fotocélula e tempo ajustáveis. São capazes de detectar o movimento de fontes de calor, como pessoas e carros, através de um sensor infravermelho. Isso, acionando a carga e desligando-a após a sua ausência, de acordo com o tempo programado, de uma distância máxima pré-determinada e um raio de ação específico.
Marcos Orsolon, editor
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8 | Potência | holofote Notícias do Setor
Para quem Conquista comemorada curtir
A Carbinox entra no segundo semestre com o objetivo de fortalecer o relacionamento com os clientes. A empresa aposta no Facebook como um canal estratégico para conversar com os parceiros e fornecer informações sobre a companhia e os mercados em que atua. A empresa criou a campanha “Eu curto a Carbinox”, que dará Ipads 4, DVDs para carro e câmeras digitais. A campanha será finalizada em dezembro com o sorteio de uma motocicleta. “Queremos que o Facebook da Carbinox tenha participação qualitativa, que as pessoas que curtem a nossa página estejam relacionadas ao nosso negócio, pois acreditamos neste canal como um meio de estreitamento das relações e de diálogo com os clientes, muitas vezes atendendo até uma necessidade comercial dele”, enfatiza Maurício Moura Jr, gerente Comercial da Carbinox. Para participar os clientes da Carbinox precisam acessar a fanpage www.facebook.com/carbinox, clicar no menu “Eu curto a Carbinox”, preencher o cadastro com seus dados pessoais e indicar um vendedor da Carbinox.
A Havells Sylvania renovou sua certificação no Inmetro na categoria de lâmpadas eletrônicas, que possui 16 linhas. Significa que a marca atende todas as mudanças ocorridas na norma do órgão regulatório, garantindo assim que os produtos são adequados para comercialização no mercado nacional. Hoje, a maioria dos produtos da empresa possui selo de aprovação junto ao Inmetro e também o selo Procel, administrado pela Eletrobras, indicando
que o item possui padrões de eficiência superiores, ou seja, é classificado como mais econômico e eficiente. Segundo a empresa, as lâmpadas Sylvania apresentaram durabilidade de 7 anos e 2 meses. “Estamos felizes em continuar no mercado brasileiro, onde hoje somos referência no setor de lâmpadas”, comenta o responsável da área, Celso Santos. Até o final deste ano, a empresa pretende lançar sete produtos para o complemento da linha.
Identidade visual
A Divisão de Elétricos da 3M resolveu integrar inovação e tradição com a modernidade e familiaridade exigida pelo mercado ao apresentar as novas embalagens da linha de fitas isolantes: Scotch 33+, Scotch 23BR, Highland, Imperial e Imperial Cores. “A padronização da linha dá mais visibilidade e auxilia na identificação visual entre as fitas no ponto de venda. O desafio foi transmitir uma percepção clara de mudança, sem romper de vez com a imagem sedimentada ano após ano entre os profissionais eletricistas”, explica Bruno Marques, gerente de Marketing da Divisão de Elétricos da companhia. Cores vivas e bem definidas, design moderno e dinâmico, além de informações claras e destacadas, marcam as novas embalagens que já estão disponíveis no mercado e podem ser encontradas em lojas de materiais elétricos e de construção.
Foto: Dreamstime
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Descarte correto
Com foco na correta destinação dos resíduos sólidos, a Avant participou da Semana do Meio Ambiente promovida pela Secretaria de Meio Ambiente do município de São Francisco do Conde (BA), onde a empresa do setor de iluminação mantém uma unidade fabril. A companhia doou à cidade cerca de 100 urnas coletoras de lâmpadas queimadas. A iniciativa vai ao encontro do Programa Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que prevê a responsabilidade compartilhada dos resíduos urbanos entre governo, empresas e população. Com o mote “De bem com a natureza”, as urnas da Avant estão disponíveis nos pontos comerciais da cidade e são o primeiro passo para a destinação correta dos produtos, de forma a não poluir o meio ambiente, nem gerar resíduos que possam ser acumulados em lixões ou aterros.
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Para Gilberto Grosso, CEO da empresa, o programa e a parceria com a Prefeitura de São Francisco do Conde antecipam o atendimento da PNRS, que prevê a Logística Reversa de produtos que podem ser tóxicos se descartados sem os cuidados necessários. “A expectativa é que a prefeitura colete em torno de cinco mil lâmpadas ao ano, independentemente da marca do fabricante, que serão encaminhadas para a correta descontaminação e descarte, dando continuidade ao seu ciclo de vida como matéria-prima na fabricação de novos produtos”. Com o aumento do consumo das lâmpadas conhecidas como econômicas ou compactas que, gradativamente, substituem as incandescentes, cresce a necessidade de cuidar desses produtos depois de utilizados. Isto porque, se quebradas, as lâmpadas fluorescentes emitem pequenas quantidades de mercúrio, um metal pesado tóxico e contaminante que pode gerar problemas de saúde pública.
Holofote | Potência | 9 Notícias do Setor
por ajustes para a máxima eficiência energética, captação e aproveitamento da água da chuva, gerenciamento de resíduos, melhora na qualidade do ar, controle de erosão, uso de tintas com baixo índice de compostos orgânicos voláteis, além da adaptação nos serviços de limpeza, dedetização e jardinagem. “A obtenção do LEED Gold é um reconhecimento dos programas e ações da Siemens que visam o desenvolvimento sustentável. Essa importante conquista reforça a responsabilidade da companhia em promover o equilíbrio entre meio ambiente, negócios e sociedade. Receber este selo do Green Building Council é motivo de grande orgulho para todos nós”, afirma Jose Kuhn, diretor de Real Estate da Siemens no Brasil. Entre as principais adaptações realizadas no prédio está a redução no consumo de água potável nas torres de resfriamento, que integra o sistema de ar-condicionado.
Foto: Divulgação
Novo desafio
O engenheiro Mauricio A. Affonso assumiu a diretoria de Vendas da Rockwell Automation do Brasil. Ele aplicará toda a sua experiência, tanto nas áreas técnica e comercial, quanto no mercado brasileiro, para contribuir com os planos da empresa de acelerar o crescimento no País. Engenheiro eletricista formado pela USP e com MBA pela FGV, Maurício começou sua carreira como trainee na Rockwell Automation, onde trabalhou por 17 anos, tendo atuado também como gerente de Vendas em São Paulo, gerente de área CCM e gerente de Controles Industriais para o Brasil.
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O principal prédio administrativo da Siemens no Brasil é o segundo no País a receber a certificação LEED Gold (Leadership in Energy and Environmental Design) para Operação de Manutenção de Edifícios Existentes do U.S. Green Building Council (USGBC). Localizada na Avenida Mutinga, em São Paulo, a sede da companhia atingiu 66 pontos no índice de avaliação ambiental de edificações (de 60 a 79), o que garantiu a obtenção do LEED Gold à empresa. Atualmente, o selo criado pelo USGBC é o maior reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o mundo. A subsidiária brasileira é a segunda do grupo Siemens a receber a certificação Gold. A conquista do selo é o resultado de diversas ações implementadas ao longo dos anos. Construído em 1977, o prédio da Siemens integra uma área construída de 18 mil m² e passou
A SIL dispõe de uma nova campanha publicitária para ser veiculada no segundo semestre do ano. Com o tema “Sou mais Brasil, sou mais SIL”, as peças de cunho institucional reforçam a origem nacional da empresa, fato que contribui para o desenvolvimento de produtos e políticas mais adequadas às necessidades e características do mercado brasileiro. Um dos diferenciais das duas peças que compõem a campanha é que foram criadas com foco em todo o povo brasileiro e não apenas em públicos específicos, como revendedores e eletricistas, mostrando que a empresa é “100% brasileira”, mas sempre associando a marca SIL a seus principais atributos: qualidade e modernidade. Segundo o responsável pelo mar keting da SIL, Rodrigo Morelli, o objetivo da campanha é que todos os públicos se identifiquem com a mensagem apresentada nos anúncios.
Di vul g
Certificação LEED
Campanha publicitária
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o:
Para facilitar o dia a dia de revendedores, profissionais especificadores e até dos consumidores finais, a Forjasul Eletrik, fabricante de materiais elétricos com a marca Tramontina, disponibiliza na sua página na internet o catálogo completo de sua linha de produtos. A novidade é que foi totalmente reformulado e atualizado e está disponível para download também em inglês e espanhol. No catálogo, o visitante pode conhecer detalhadamente cada produto que compõe o portfólio da empresa e obter informações quanto ao uso, funcionalidades e características técnicas de cada item. De fácil visualização, é organizado de acordo com a área de aplicação, começando pela descrição de cada uma das diversas linhas de interruptores (placas e módulos), e seguindo pelos plugues e tomadas da linha Priscus, extensões, caixas de derivação, acessórios para eletrodutos e outros. “Além de ter à mão todos os códigos e características, com o catálogo digital os lojistas podem tirar dúvidas dos clientes no próprio ponto de venda”, explica Roberto Aimi, diretor da Forjasul Eletrik. Para conhecer o novo catálogo, basta acessar o endereço www.tramontina.com.br, clicar no link Downloads, no alto da página e, na seção Material Elétrico, fazer o download do catálogo Materiais Elétricos. Para acessar as versões em inglês e espanhol clique em um dos idiomas no canto direito da página inicial do site.
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Catálogo na rede
Mauricio Affonso
10 | Potência | entrevista Georges Blum
Evolução e organiz C
riada em 2005, a Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação (ABilumi) nasceu para dar voz no mercado às empresas que importam itens para o setor de iluminação. Hoje, com 21 companhias associadas, a associação ganhou corpo e respeito, participando das principais discussões que envolvem sua área de atuação, inclusive junto a en-
tidades como Inmetro e Eletrobras. A evolução do setor levou a associação a iniciar, no começo desse ano, uma nova fase em sua história. Após a eleição que definiu sua nova diretoria, ocorrida em fevereiro, ficou decidido que para atender às crescentes demandas a melhor opção seria a profissionalização da entidade, sendo que a ação principal foi a adoção de um presidente-executivo, cargo que
foi ocupado por Georges Blum. Na entrevista que segue, Blum comenta a nova fase da ABilumi, destaca a importância do seu processo de profissionalização e ressalta que dois assuntos têm dominado a pauta na associação: a logística reversa e o avanço das lâmpadas de LED. “São temas importantes e que não têm volta. É apenas uma questão de tempo”, afirma o executivo, destacan-
Qual a área de atuação da ABilumi?
não tinham uma associação que coordenasse todos os interesses. Eles atuavam isoladamente e resolveram se unir para defender os interesses comuns. Na época do apagão, em 2001, alguns temas já eram discutidos por algumas dessas empresas, como a eficiência energética. Inclusive, alguns importadores já participavam das reuniões do Inmetro para começar a colocar critérios técnicos mínimos para poder importar produtos de qualidade. Este foi o começo. Foram nessas reuniões que eles passaram a discutir a criação da ABilumi, que foi formalizada em 2005.
decidido que para atender às demandas precisávamos de uma pessoa que tivesse tempo disponível para tocar o dia a dia da associação. Foi quando me convidaram para ser o presidente- executivo da ABilumi.
A ABilumi existe oficialmente desde 2005. Hoje, ela congrega 21 empresas que importam produtos de iluminação. Não apenas lâmpadas (de todos os tipos), mas também luminárias (públicas, decorativas, etc.) e componentes relacionados à iluminação. O objetivo da entidade é defender os interesses dos associados no que tange à qualidade dos produtos importados, tributação, divulgação e participação no desenvolvimento de normas técnicas, portarias do Inmetro, e ações da Eletrobras. Um detalhe é que quando falo de importadores, são empresas brasileiras que apenas importam e outras que importam e também têm fábricas e produzem no Brasil alguns produtos de iluminação.
Podemos dizer que a associação nasceu para ajudar a organizar o mercado de iluminação? Isso mesmo, envolvendo os importadores. Ocorre que, no passado, eles
Hoje, a associação vive um novo momento, passando por um processo de profissionalização. Quando teve início esta etapa? Começamos a discutir este assunto em 2012. Na época eu era o diretor Técnico da associação e consultor de uma empresa. Em fevereiro desse ano teve a eleição da nova diretoria e foi
O que muda na associação a partir dessa profissionalização? Em que aspectos ela se fortalece ao contar com um executivo dedicado exclusivamente a defender os interesses dos associados? Antes, qualquer que fosse o presidente, ele também era dono de uma das empresas. Portanto, a preocupação principal dele era a empresa. Só que de 2012 para cá a demanda de trabalho aumentou muito na ABilumi, tanto pela parte técnica, quanto pela tributária. Então, há eventos que o presidente precisa participar, muitas vezes até dando palestra, entrevista, enfim, o montante de trabalho foi se avolumando e ficou difícil para uma pessoa
entrevista | Potência | 11 Georges Blum
ação Entrevista a Marcos Orsolon
do que, no caso do LED, a qualidade está melhorando, a tecnologia tem se desenvolvido e os preços estão caindo rapidamente. “Em um ano muita coisa vai acontecer nessa parte. Em nossos estudos já verificamos que a importação de lâmpadas de LED tem aumentado bastante. É fato que os preços ainda estão altos, mas em um ano já vamos sentir algumas mudanças”, ressalta.
fazer um bom trabalho na associação, tendo que se dividir com uma empresa. Isso funcionou até um determinado momento, mas em 2012, com o aumento do volume de trabalho, começou a faltar tempo. E como hoje eu tenho uma maior disponibilidade de tempo, minha dedicação à associação é maior. E isso ajuda, pois precisamos divulgar a associação, conquistar novos sócios, aumentar a participação da associação nos diversos fóruns de discussão, etc.
No momento é a logística reversa. Estamos num momento muito importante. Nós fizemos um acordo setorial atendendo à Lei (de resíduos sólidos), que é uma proposta sobre como fazer a logística reversa. No entanto, a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), que é uma entidade
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
Quanto ao trabalho realizado pela ABilumi, há algum tema mais importante, ou urgente, que esteja sendo discutido no momento?
12 | Potência | entrevista Georges Blum
Vocês pegaram as duas propostas, discutiram todos os pontos e se chegou a um consenso? Exatamente. Fizemos uma proposta e já apresentamos ao governo para ser analisada.
das as marcas. A ideia é que, no ato da importação da lâmpada, a importadora pague os R$ 0,40 que irão para esta empresa. Foi a maneira que encontramos para que todas as companhias que importam paguem o valor referente ao seu volume de importação, inclusive aquelas companhias que não são associadas à ABilumi ou à Abilux. Este valor vale para todos os modelos de lâmpadas vendidas no Brasil, importadas ou fabricadas aqui. Para o produto fabricado no País, vamos controlar através dos componentes importados. O critério será o mesmo. Foto: Ricardo Brito/Grau 10
similar à nossa, enviou outra proposta de acordo. Isso foi no início desse ano. Aí o governo federal, através do Ministério do Meio Ambiente, disse que queria uma proposta só para o setor. Com isso, nos reunimos com a Abilux para fazer uma proposta única para apresentar ao ministério.
Um ponto crítico quando se fala em logística reversa é o custo envolvido em todo o processo. Na proposta elaborada com a Abilux, como vocês trataram desse aspecto? A lâmpada tem um problema sério, porque o custo do resíduo é praticamente zero. Embora a gente vá trabalhar para poder reaproveitar todo o material, na fase inicial, para subsidiar a operação, estamos propondo a cobrança de uma taxa. Hoje, 90% das lâmpadas comercializadas no País são importadas. Há apenas uma fábrica no Brasil que produz lâmpadas. Então, a proposta é que, no ato da importação, toda empresa pague uma taxa de R$ 0,40 por lâmpada importada. Trata-se de um valor que foi calculado num estudo grande de logística feito para se chegar ao custo de toda a operação em nível nacional - que será completado em cinco anos, atingindo todo o País. Estes R$ 0,40 por lâmpada é o valor para subsidiar todo o processo, desde a compra de contêineres, os dispositivos para recolhimento nas lojas, transporte, descontaminação, enfim, toda a sequência. E será criada uma entidade para administrar todo este processo de logística.
Essa entidade será organizada pelo próprio setor? Será uma empresa privada que vai administrar o trabalho em nome de to-
Outro tema que tem sido bastante discutido no setor de iluminação é o avanço do LED. Hoje, qual a situação dessa tecnologia no Brasil? Depois de discutirmos por um longo tempo as lâmpadas compactas, chegou a vez das lâmpadas de LED. Antes das compactas se discutiu muito o futuro das incandescentes, quando foi estabelecido um critério mínimo de qualidade e foi publicada uma Portaria que estabeleceu a saída delas do mercado até 2016. Agora vemos algumas reuniões da Eletrobras falando de LED. E nós, na ABilumi, já estamos estudando este assunto. Porque a lâmpada a LED envolve outra tecnologia. Até hoje, quando falávamos de lâmpadas, tínhamos um engenheiro elétrico que entendia do assunto. Para o LED é preciso também um engenheiro eletrônico, porque é estado sólido, é outro conceito, tudo novo. Então, é uma nova tecnologia não só de fabricação, mas também de entendimento. Muda tudo.
E, obviamente, nesse processo há a necessidade também de uma base normativa para os produtos. Essa parte tem caminhado no Brasil?
O grande mercado das lâmpadas de LED é o que é ocupado hoje pelas incandescentes e compactas.
Sim. Já há normas ABNT de lâmpadas LED sendo desenvolvidas. Inclusive, há algumas que estão em fase de consulta pública para a publicação. Saindo essas normas, elas serão a base para a Portaria do Inmetro.
Nesse caso o caminho natural seria a inclusão das lâmpadas no programa de etiquetagem? Exatamente. E terão os ensaios específicos para as lâmpadas LED e todas as demais exigências.
Com o avanço das lâmpadas LED no País, num primeiro momento há o risco de entrada de produtos de baixa qualidade, como ocorreu em 2001 com a chegada das compactas? Acho que são casos distintos. Estamos
entrevista | Potência | 13 Georges Blum
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
em outra fase, com os importadores mais maduros e mais preparados. O que ocorre é que cada marca tem o seu fabricante na China, o que pode levar a algumas variações na qualidade. No entanto, essas fábricas chinesas produzem para o mundo inteiro, incluindo os Estados Unidos e países da Europa. As lâmpadas são as mesmas que estão sendo trazidas para o Brasil. Por isso entendo que não corremos este risco de entrada de produtos de má qualidade. Sem contar que as normas nacionais, quando forem publicadas, trarão os parâmetros mínimos a serem seguidos.
Na ABilumi, vocês estão otimistas com a evolução do mercado de lâmpadas de LED no País? Sim. O avanço do LED não tem volta,
é uma questão de tempo. Porque a qualidade está melhorando, a tecnologia tem se desenvolvido e os preços estão caindo rapidamente. Em um ano muita coisa vai acontecer nessa parte de LED. Em nossos estudos já verificamos que a importação de lâmpadas de LED tem aumentado bastante. Já notamos que em algumas áreas, como a de lâmpadas de facho dirigido, como dicróicas, halógenas e AR, o LED começa a avançar. Mas essa é uma pequena parte da iluminação, é muito específica. O grande mercado das lâmpadas de LED é o que é ocupado hoje pelas incandescentes e compactas. Em um ano já vamos sentir algumas mudanças nesse segmento, principalmente em função da queda nos preços.
14 | Potência | Matéria de Capa Redes Subterrâneas de Energia
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Redes Subterrâneas de Energia
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Benefícios das redes subterrâneas de energia Valorização dos imóveis Possibilidade de manutenção de mais árvores nas áreas urbanas Incremento do turismo e do comércio local Valorização de áreas históricas Redução do número de interrupções de energia elétrica Redução do impacto de grandes intempéries climáticas no fornecimento de eletricidade Geração de empregos com as obras de conversão da rede Redução de perdas técnicas e comerciais de energia elétrica
Fonte: AES Eletropaulo
Além das vias públicas, as redes subterrâneas vêm ganhando espaço também em condomínios empresariais e residenciais, shoppings, estádios e outros empreendimentos. Esse crescimento está provocando uma agitação positiva no mercado e gerando boas oportunidades de negócios para toda a cadeia, incluindo fabricantes de produtos e soluções, concessionárias e prestadores de serviços como instaladores elétricos, empreiteiras de obras e escritórios de projetos. O Brasil já dispõe de modelos tecnológicos adequados para a implantação das redes subterrâneas de energia e a regulamentação necessária está a caminho. Entre os desafios a serem vencidos, é impossível não citar a busca pela maior viabilidade financeira. De qualquer forma já houve progresso, e, conforme revelam os especialistas que concederam entrevista para esta matéria, as perspectivas são bastante positivas. Tecnicamente, a composição da rede subterrânea se assemelha ao sistema aéreo. A estrutura envolve condutores elétricos, transformadores e demais equipamentos. Porém, em vez de postes, ela depende de dutos enterrados para a instalação de cabos e de câmaras subterrâneas para abrigar transformadores e chaves. Pelo fato do cabeamento estar protegido de agentes externos como árvores, chuvas e ventos, a rede subterrânea acaba tendo um desempenho técnico melhor. A vida útil de ambos os sistemas é similar, chegando a aproximadamente 30 anos. Entretanto, a operação da rede subterrânea exige profissionais com treinamento e qualificação diferenciada, além de equipamentos especiais para localização de falha e diagnóstico de cabos. A manutenção de cabos subterrâneos geralmente é mais barata. A exceção é quando ocorrem defeitos. Apesar de raros, esses episódios têm
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Redes Subterrâneas de Energia
Redução de acidentes envolvendo a população (diminuição do contato com a rede elétrica) Redução do número de acidentes de veículos com postes e estruturas
custo de reparo consideráveis. Quanto ao processo de implantação, as redes subterrâneas apresentam desafios distintos. Quando o ambiente em questão é um condomínio fechado tem-se uma situação totalmente controlada, pois é possível saber onde estão as eventuais interferências existentes e o terreno normalmente está livre de capa asfáltica e calçada. Assim, o trabalho é mais simples e barato. Quando se trata de instalar um sistema subterrâneo nas cidades, a coisa muda de figura. William Fernandes, diretor Regional da AES Eletropaulo, concessionária que distribui energia para 24 municípios de São Paulo, incluindo a capital, destaca duas dificuldades, em especial: o congestionado subsolo das grandes metrópoles e a interferência na rotina das imediações devido à realização de obras civis em vias públicas. Walter J. Valente, executivo de Vendas da fabricante de cabos General Cable, fala sobre a aventura que é abrir um simples buraco em determinadas zonas urbanas: “Cada metro que você cava é uma surpresa, porque muitas vezes dispomos de um cadastro de interferência de solo extremamente desatualizado, que não contempla a realidade. Uma obra que é planejada para um determinado tempo acaba acontecendo em prazo maior, devido à complexidade da parte civil”, relata. Isso acontece porque as redes elétricas precisam dividir espaço no subsolo com tubulações de água, esgoto e gás e com os sistemas de telefonia e televisão a cabo. Para complicar ainda mais, normalmente é preciso trabalhar à noite, pois fechar uma grande avenida durante o dia produziria transtornos inimagináveis. Entretanto, o período noturno também apresenta uma série de restrições, como a lei do silêncio. Esse fato pode provocar aumento de prazos e, consequentemente, de custos. Apesar de tudo, Valente reconhece
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que esses contratempos são inerentes ao tipo de serviço, e destaca que resta aos profissionais do setor se adaptar
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à realidade: “Temos uma cidade em movimento, viva. Fazer a obra em um condomínio ou parque é uma coisa.
Fazer em uma avenida movimentada requer adequação ao ambiente em que se está”.
Segurança Rede aérea está sujeita a acidentes diversos envolvendo a população, como o abalroamento de postes.
Benefícios, motivações e principais desafios
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
Os benefícios proporcionados pelas redes subterrâneas de energia são diversos. O primeiro deles envolve a qualidade do fornecimento, que tende a apresentar ganho por conta da redução da frequência e da gravidade dos desligamentos acidentais. Afinal, o sistema aéreo sempre está sujeito a fenômenos climáticos, como fortes chuvas, que costumam provocar a queda de árvores sobre a rede de distribuição e interrupção no fornecimento.
O aumento da segurança da população é outra vantagem, uma vez que as redes aéreas de distribuição de energia são vulneráveis a acidentes como abalroamento de postes por veículos e eletrocussão de pessoas ao empinar pipas e ao executar serviços de construção ou limpeza próximos à fiação. Do ponto de vista urbanístico, o sistema subterrâneo contribui para melhorar o aspecto visual das regiões atendidas, valorizando áreas históricas e imóveis e fomentando o turismo e o comércio local. Ainda em relação ao aspecto econômico, o enterramento de cabos pode ajudar as concessionárias a reduzir as perdas técnicas e comerciais de energia e estimular a geração de empregos. O aspecto ambiental também é valorizado, pois sem os condutores elétricos para disputar o espaço aéreo torna-se possível manter mais árvores nas ruas. As redes subterrâneas ajudam ainda a reduzir o número de ligações clandestinas - os populares ‘gatos’.
É preciso discutir formas viáveis para os projetos de enterramento de redes de energia. William Fernandes | AES Eletropaulo
A Light, concessionária de energia elétrica que atende 31 municípios do Estado do Rio de Janeiro e administra mais de 10 mil quilômetros de redes subterrâneas, explica que a opção pela implantação de um sistema ou de outro depende da análise da densidade de carga. Este fenômeno envolve a junção de dois fatores: a quantidade de carga necessária para abastecimento dos consumidores e a densidade populacional do local. Segundo a companhia, o sistema subterrâneo constitui uma alternativa interessante para aplicação em áreas urbanas que apresentam média ou alta densidade de carga. Por exemplo: em uma região com grande crescimento vertical, como o centro da cidade do Rio de Janeiro, é inviável, hoje, a colocação de postes com os transformadores necessários para suprir aquele bairro. Mas nem sempre o sistema de rede subterrânea é tecnicamente viável. No caso da existência de terrenos rochosos, por exemplo, essa implantação não é possível. “Com relação a ambientes rurais, esta não é uma prática usual em outras concessionárias por haver uma característica de baixa con-
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Foto: Ricardo Brito/Grau 10
centração de carga. Porém, respeitadas as limitações técnicas e regulatórias, o sistema pode ser implantado”, pondera William Fernandes. Em relação aos motivadores para a implantação das redes subterrâneas, tem causado certa polêmica a pressão exercida pelo Poder Público. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a Lei Municipal nº 14.023 propõe a meta de enterramento de 250 km/ano de fiação aérea (iluminação pública, telefonia, TV a cabo e energia). Cabe à prefeitura elaborar o que se chama de Programa de Enterramento da Rede Aérea, que definirá quando, como e onde esse serviço terá de ser feito por cada uma das empresas que hoje ocupam a rede aérea. “Até o momento a AES Eletropaulo não teve acesso às informações do programa”, conta Fernandes. O executivo garante que a AES Ele-
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Influência Proximidade de árvores e ação das chuvas podem provocar desligamentos de energia nas redes aéreas.
tropaulo é favorável “ao que for melhor” para as cidades onde atua e destaca a necessidade de se discutir formas viáveis para os projetos de enterramento de redes de energia. “É importante lembrar que os postes possuem fiação de outras empresas, como telecomunicações e iluminação pública, que também são envolvidas no processo de enterramento”, ressalva. Para Fernandes, é preciso criar uma câmara gestora para operacionalizar e intermediar o programa de enterramento. Outro aspecto fundamental inerente a essa melhoria preocupa Walter Valente, da General Cable: os custos. “A lei é complexa, porque ela fala que tem que enterrar os cabos, mas não diz quem tem que pagar por isso”, observa. E, geralmente, os valores envolvidos são consideráveis. Segundo estudo divulgado pela empresa de consultoria e engenharia InovaTec, quanto maior
o nível de tensão do circuito, maior é o custo por quilômetro ou MVA de cabos subterrâneos, comparado com uma linha aérea equivalente. Na faixa de tensão de 110 a 219kV, o custo de investimento em cabos subterrâneos é de cinco a dez vezes maior do que em uma linha aérea. Na faixa de tensão de 220 a 362kV, essa proporção sobre para algo entre 9 e 16 vezes. Já na faixa de tensão de 363 a 764kV, os gastos podem variar entre 15 e 25 vezes mais. Isso obriga os setores envolvidos a buscarem a otimização dos custos, em especial em relação às obras civis, que representam 60% dos gastos com o enterramento de redes. Outro desafio importante a ser equacionado passa pelo entendimento e adoção das novas tecnologias, em especial aquelas que compõem as chamadas redes inteligentes de energia (Smart Grids).
Perspectivas positivas para o Brasil Segundo análise da InovaTec, devido a motivos como as restrições do uso do solo, é esperado um aumento do enterramento de linhas de distribuição no Brasil, em especial as de tensões mais baixas, que apresentam menor relação de custo. Já para tensões mais
elevadas, dentro do horizonte futuro previsível, as linhas aéreas tendem a predominar. De qualquer forma, a empresa observa que continuam sendo feitos esforços no sentido de desenvolver novos produtos e técnicas de instalação com
a finalidade de reduzir o diferencial de custos existente hoje. A Arteche é uma das empresas que consideram o Brasil um mercado significativo e em expansão, no que se refere ao desenvolvimento das redes subterrâneas de energia. Presente em
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Relação de custos das linhas subterrâneas Quanto maior o nível de tensão do circuito, maior é o custo por quilômetro ou MVA de cabos subterrâneos, comparado com uma linha aérea equivalente. A relação entre o custo de investimento de cabos subterrâneos e linhas aéreas são as seguintes:
Fonte: InovaTec
Faixa de tensão de 110 a 219kV 5 a 10 vezes Faixa de tensão de 220 a 362kV 9 a 16 vezes Faixa de tensão de 363 a 764kV 15 a 25 vezes
mais de 150 países, a companhia fornece soluções e produtos para as áreas de geração, transmissão e distribuição de energia e indústria. Vinícius de Medeiros Ferraz, gerente de Vendas da Arteche, identifica que a tendência crescente dos grandes centros urbanos aderirem às redes subterrâneas tem provocado aumento na demanda de produtos, contribuindo assim para a otimização dos custos diretos e auxiliando na execução de projetos importantes. “As concessionárias de energia intensificaram a procura por soluções técnicas e economicamente viáveis para redes subterrâneas, principalmente para serem implantadas nos grandes centros urbanos, não só na ampliação de cargas, mas também na revitalização de redes antigas com equipamentos elétricos compactos, de alta confiabili-
dade, manutenção reduzida e seguros”, completa o executivo. Segundo Ferraz, a Arteche está atenta às oportunidades existentes no mercado nacional. “Temos boas perspectivas e queremos participar de forma significativa no mercado de equipamentos para manobra e proteção em redes subterrâneas, oferecendo produtos tecnologicamente avançados e de fabricação nacional, como os cubículos de média tensão até 36kV, compactos e com isolamento integral em SF6”, exemplifica o porta-voz. Marcos Banduk, diretor de Vendas para o segmento de Transmissão e Distribuição de Energia da Nexans, destaca que este é um mercado muito importante para a empresa, pois envolve produtos de alto valor agregado e grande tecnologia. De acordo com ele, a expectativa é de que haja forte crescimento. “A demanda por produtos vem crescendo entre 6% e 8% ao ano. Os itens mais requisitados ainda são os cabos de média tensão (1-36kV), mas vemos uma tendência importante de crescimento para os cabos de alta tensão (69-230kV)”, revela. São Paulo Avenida 23 de Maio é um exemplo de via pública sem fiação aérea na capital paulista.
Conforme destaca Banduk, as perspectivas para o mercado de redes subterrâneas são promissoras pelo fato desse sistema gerar maiores confiabilidade elétrica, segurança e qualidade de energia, além de resolver o problema da falta de espaço para novas redes aéreas e para construções nos grandes centros. “As redes subterrâneas geram excelentes oportunidades de negócios na construção civil, pois ao enterrar os cabos a superfície dos terrenos fica livre para a construção de novos empreendimentos”, complementa o executivo. Marcos Banduk diz ainda que os sistemas subterrâneos são importantes para melhorar o visual das ruas e avenidas, eliminando significativamente a poluição e proporcionando maior segurança para a população. Walter Valente, executivo de Vendas da General Cable, aponta que o mercado de redes subterrâneas está em plena ascensão devido principalmente às atuais políticas de restrição à construção e implementação de redes aéreas. “A demanda está em franco crescimento. Há muitos mercados para as redes subterrâneas: desde condomínios residenciais, que utilizam principalmente cabos de média tensão, até redes de transmissão de energia elétriFoto: Dreamstime
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Redes Subterrâneas de Energia
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Redes Subterrâneas de Energia
Avenida Paulista Redes subterrâneas contribuem para visual limpo e moderno do centro financeiro paulistano.
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
ca cujo principal produto são os cabos de alta tensão”, revela. De acordo com Valente, a empresa atende a demanda por redes subterrâneas até a tensão de 500kV, fornecendo produtos para todo tipo de
cliente, incluindo condomínios residenciais, indústrias e concessionárias de energia elétrica. “A General Cable tem know-how para implementar soluções completas, desde o projeto do sistema até a montagem. Esta tecnolo-
gia foi adquirida em mais de 15 anos atendendo ao mercado nacional em projetos turn-key e na compra da Silec, empresa francesa especializada em fabricação e instalação de sistemas elétricos até 500kV”, comenta.
Mercado demanda produtos e serviços específicos Embora a composição básica dos sistemas de distribuição de energia elétrica seja relativamente semelhante, as redes subterrâneas apresentam diferenciações, no que se refere às características de alguns de seus componentes. Cabos, acessórios e equipamentos precisam ser isolados e submersíveis, de forma a manter o desempenho mesmo em ambientes onde ocorrem inundações. A proteção contra explosão e até mesmo a dispensa de manutenção Há muitos mercados para as redes subterrâneas, e a demanda está em franco crescimento. Walter Valente | General Cable
são outras características apresentadas por determinados equipamentos. Marcos Banduk, diretor de Vendas da Nexans, explica que os cabos de média tensão para redes subterrâneas geralmente possuem dimensionamento de blindagem ou barreira radial e metálica com cobertura e isolação reforçadas, garantindo o bloqueio longitudinal contra a penetração de água. Já os cabos de alta tensão são submetidos a gradientes elétricos mais elevados. “Para atender a esta condição mais rigorosa, a Nexans possui uma tecnologia diferenciada da armação ou blindagem do cabo, com tubo de alumínio soldado a laser, proporcionando
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Sistemas subterrâneos melhoram visual das ruas e proporcionam maior segurança para a população.
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Marcos Banduk | Nexans
estanqueidade radial e evitando qualquer contaminação, assegurando assim um melhor desempenho do cabo e vida útil prolongada”, informa Banduk. Walter Valente, executivo da General Cable, destaca que os produtos para redes subterrâneas precisam ainda contar com alto grau de confiabilidade e tecnologia de ponta. “Um ponto importante neste tipo de rede é a segu-
rança pessoal”, complementa. O cabo Tous-Terrains (Todo Terreno) é uma das inovações desenvolvidas pela General Cable para a área. O objetivo é reduzir o tempo de instalação de cabos de média e baixa tensão diretamente enterrados. Segundo a empresa, a utilização do cabo Tous-Terrains no lugar de um produto normal permite fazer valas mais rasas e estreitas para o
enterramento. Além disso, é possível o recobrimento com solo do próprio local. Também tem havido evolução na tecnologia construtiva utilizada para implantação das redes subterrâneas. A AES Eletropaulo, por exemplo, informa que vem utilizando peças prémoldadas para a construção de novas câmaras subterrâneas, o que proporciona maior agilidade e qualidade ao processo de construção. Em relação à operação do sistema, as redes subterrâneas têm demandado novos sistemas de automação, além de profissionais especializados para a realização de manutenção.
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Alto rendimento Fabricantes investem no desenvolvimento de motores elétricos mais eficientes para atender a demanda da indústria por equipamentos que aliam menor consumo de energia e melhor desempenho operacional nos processos produtivos. Reportagem: Marcos Orsolon
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um momento em que a economia se mostra instável, empresas de todas as áreas têm procurado alternativas para ganhar competitividade, principalmente através da diminuição de custos e aumento da produtividade. Nesse contexto, entre as principais ações adotadas na indústria, seja qual for o seu segmento de atuação, está a redução do consumo de energia através da utilização de máquinas mais eficientes, capazes de produzir mais, com menos. E quando se fala em uso de eletricidade pelas máquinas, deve-se pensar nos motores, que figuram entre os principais consumidores de energia em
unidades produtivas. Estima-se que os motores elétricos sejam responsáveis por cerca de 70% da energia consumida na indústria e por aproximadamente 26% da energia total consumida no Brasil. Ou seja, se considerarmos o alto custo da eletricidade no País, faz todo o sentido a busca por motores elétricos e acionamentos mais eficientes e de alto rendimento. E é esse o caminho que muitas empresas têm trilhado. Dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) indicam que, em 2012, o mercado de motores elétricos fechou em 1,3 milhão de unidades vendidas, incluindo motores para uso industrial, comercial e de eletrodomésticos. E a tendência é de
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Motores ElĂŠtricos
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crescimento para esse ano. Segundo a Abinee, o mercado de motores elétricos trifásicos apresenta-se melhor que nos anos anteriores, tendo registrado crescimento de 7% no primeiro trimestre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado. “O mercado em geral vem apresentando um crescimento médio de aproximadamente 1% ao ano. Acreditamos que essa tendência aumentará sutilmente nos próximos anos, estando sujeita a variáveis como investimentos do governo e exportação de commodities como minerais e grãos”, prevê Daniel Eidelwein, gerente do departamento de Vendas Técnicas e Marketing da WEG. Cezar Raposo, gerente de Motores de Média e Alta Tensão da ABB, comenta ainda que o mercado de motores elétricos trifásicos está apresentando bons sinais depois de passar por um período de dificuldades, iniciado em 2008, logo após a crise financeira mundial. “Os anos que sucederam
esta crise foram marcados por uma lenta retomada da atividade industrial e, aos poucos, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria foi retornando ao seu padrão e sinalizando a necessidade de investimentos em alguns setores”, destaca o executivo. Cezar Raposo completa: “No primeiro semestre de 2013 a indústria de bens de capital apresentou crescimento, o que sinaliza uma lenta retomada dos níveis de atividade na indústria brasileira. Essa retomada, mesmo que lenta, traz boas perspectivas para a expansão do parque industrial instalado e o investimento em plantas industriais passa obrigatoriamente pela aquisição de motores elétricos. Para uma expansão mais robusta deste mercado, vamos depender dos investimentos e políticas que o governo está propondo como, por exemplo, o Plano Brasil Maior e as desonerações fiscais em alguns segmentos da economia”. Do ponto de vista da concorrência,
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Motores Elétricos
Rendimentos mais elevados, simplicidade de manutenção e níveis de ruído mais baixos, são realidades que norteiam desenvolvimentos. Daniel Eidelwein | WEG
Raposo entende que o futuro se desenha com um cenário mais competitivo devido aos investimentos de empresas estrangeiras em produção local. “Isso trará outras alternativas aos clientes”, pondera o gerente da ABB, acrescentando que, atualmente, há no Brasil sete players atuando no setor de motores elétricos, sendo que cinco deles possuem produção local.
Tendência tecnológica aponta para mais eficiência energética
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No que tange às inovações tecnológicas apresentadas nos últimos anos, pode-se destacar a busca por motores mais sustentáveis e com maior eficiência energética (baixo consumo e menor emissão de CO2); que emitem níveis menores de ruído, vibração e temperatura; com tamanhos e pesos menores, e com novas aplicações em função das novas tecnologias, com destaque para os motores com ímãs permanentes com o objetivo de aumentar o rendimento e reduzir o consumo de energia. No que diz respeito à boa performance dos motores, os fabricantes citam que algumas condições básicas devem ser atendidas. Por exemplo, desde o
projeto, é preciso pensar no design da máquina de forma a atender os requisitos de rendimento. Além disso, devese optar pelo uso de matérias-primas adequadas, como metais mais nobres e com grau de pureza maior. Daniel Eidelwein, da WEG, explica que a própria consciência ambiental, que tem crescido por parte dos consumidores desse tipo de produto, tem influenciado no desenvolvimento dos motores, principalmente no sentido de ajudar a reduzir a pegada de carbono. “A busca contínua por rendimentos mais elevados, associada à simplicidade de manutenção e níveis de ruído mais baixos, já são realidades que norteiam nossos desenvolvimentos. Visualizamos também o desenvolvimento de materiais alternativos para o au-
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eficiência e confiabilidade com o intuito de ajudar as indústrias a aumentarem sua competitividade. Para isso, o executivo revela que o processo de P&D na companhia está fundamentado em três pilares básicos. O primeiro consiste em pesquisar para entender o comportamento dos produtos; descobrir novos materiais e novas técnicas de projetos com o objetivo de aperfeiçoar os produtos atuais e desenvolver produtos e processos mais competitivos, de melhor desempenho e mais confiáveis, colocando-os à disposição do mercado. O segundo consiste em fixar o conhecimento gerado, elaborando documentos que perpetuem o conhecimento adquirido e formem uma base tecnológica para as pesquisas e inovações futuras. Por último, vem a difusão do conhecimento com o objetivo de capacitar pessoas relacionadas com inovação. O resultado deste trabalho tem se refletido em produtos mais eficientes que têm alavancado os negócios da companhia. “A WEG é uma empresa inovadora e na Divisão de Motores Elétricos 90,7% do faturamento de 2012 decorreu de produtos lançados nos últimos cinco anos. O investimento da companhia em P&D no ano passado foi de 3,15% da Receita Operacional Líquida, totalizando R$ 143 milhões”, comenta Eidelwein. Pelo lado do usuário, importante
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mento de eficiência, desenvolvimento contínuo da tecnologia de motores e sistemas de acionamento para veículos elétricos”, afirma Eidelwein, destacando que os motores elétricos tendem a se tornar cada vez mais eficientes sob o ponto de vista elétrico. “Este continuará sendo um requisito importante, senão o mais importante, em qualquer novo desenvolvimento”, completa. Ainda em relação aos novos produtos, Adriano Carvalho, engenheiro de aplicação da ABB, comenta que uma tendência importante é a utilização de máquinas síncronas de ímãs permanentes e motores de relutância magnética, que possuem níveis de rendimento acima dos valores exigidos atualmente pelas normas brasileiras. Carvalho destaca que, hoje, o grande desafio para os fabricantes de motores elétricos é desenvolver produtos cada vez mais eficientes, daí a necessidade de mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “A ABB investe constantemente no desenvolvimento de novos produtos e os resultados vêm sendo apresentados ao mercado através de novos conceitos em motores elétricos, como, por exemplo, os motores de relutância magnética e ímãs permanentes”, afirma. Da mesma forma, Daniel Eidelwein diz que a WEG procura investir em novas tecnologias de motores com maior
destacar que a adoção de motores de alto rendimento é viável não apenas em novos projetos, mas também no parque fabril já instalado. Aliás, especialistas afirmam que as oportunidades de ganhos em eficiência energética no parque instalado são maiores do que o potencial de ganhos nas plantas em construção. Primeiro porque o parque instalado é bem maior que o em construção. Segundo, porque a idade média dos equipamentos instalados é bastante elevada, o que significa que grande parte dos produtos está defasada. “Existe um volume expressivo de motores elétricos em operação, mas tecnicamente eles estão desatualizados em termos de eficiência energética. As linhas de motores WEG especificadas para estes projetos apresentam rendimentos superiores aos exigidos por lei, podendo atingir altos índices de economia de energia, tendo a eficiência otimizada com o uso de inversores de frequência. Estes projetos trazem retornos de investimento bastante interessantes e temos visto o aumento crescente na demanda por este tipo de trabalho, atestando o interesse da indústria em aumentar sua competitividade, associada à maior conscientização am-
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Motores Elétricos
Produtos especiais Para garantir a segurança, ambientes como o de áreas classificadas exigem a utilização de motores com características específicas.
biental da sociedade em geral”, destaca. Eidelwein cita que implementar ações voltadas ao uso eficiente da energia cria diferenciais competitivos e vantagens relacionadas à produtividade, disponibilidade de energia e sustentabilidade. “O incentivo à eficiência energética na indústria traz a melhor relação custo-benefício entre investimento e energia economizada. Além disso, é mais viável aplicar recursos em bons projetos de eficiência energética do que investir na ampliação do fornecimento de energia elétrica. A maio-
ria das indústrias tem em seus parques industriais equipamentos que estão em operação há 10, 20 anos ou mais, como é o caso dos motores elétricos, em que o ganho vem pela substituição deles por produtos novos, que contam com a tecnologia de maior rendimento. Os profissionais das áreas técnicas das indústrias sabem que ao substituir motores elétricos antigos por novos obtém-se redução no consumo de energia, que pode ser ainda maior com a variação de velocidade através do uso de inversores de frequência”, ressalta.
Incentivo governamental ajudaria toda a cadeia Para alguns especialistas, a principal barreira na implantação desses projetos é a disponibilidade de recursos financeiros mais atrativos. Neste sentido, Daniel Eidelwein cita que uma política de incentivos do Governo Federal para projetos de eficiência energética nas instalações existentes traria benefícios para todos, a começar pela redução dos custos operacionais na indústria. De outro lado, os stakeholders se beneficiariam com a redução da emissão de CO2, aumento da arrecadação de impostos e geração
de empregos na cadeia de fornecimento de produtos e serviços associados. “Uma possibilidade concreta de viabilizar isto seria o retorno da linha de financiamento do BNDES Finame PSI a taxas de juros de 2,5%. Outro ponto que pode melhorar é o aumento da fiscalização de equipamentos importados acionados por motores elétricos com o objetivo de garantir o atendimento pleno à Lei de Eficiência Energética, válida em todo o território nacional”, sugere Eidelwein. Além de financiamento, também é necessário que os fabricantes invistam
na conscientização dos usuários, visto que muitos deles desconhecem as vantagens que os motores mais modernos e eficientes podem oferecer. Por isto os fabricantes devem investir em equipes de vendas, engenharia de aplicação, treinamento e assistência técnica devidamente estruturadas, treinadas e disponíveis para orientar os clientes quanto à correta forma de especificação, armazenamento, instalação e manutenção dos produtos “Por se tratar de um produto complexo, com muitos itens a serem ob-
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erro comum cometido pelos usuários é o superdimensionamento dos motores achando que isso aumenta a confiabilidade. Na verdade, isso pode levar ao uso ineficiente da energia elétrica, pois quanto mais “folgado” o motor, menor o seu rendimento. “Podemos considerar um motor bem dimensionado aquele que opera consumindo de 75% a 100% de sua potência nominal. Caso ele opere abaixo de 75%, os níveis de rendimento e de
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servados para um correto dimensionamento, é comum encontrar usuários com níveis de conhecimento variados e muitos deles desconhecem os detalhes essenciais que garantirão a longevidade do produto. Pensando sempre em propor parcerias com foco orientado à satisfação dos clientes, a ABB possui uma equipe de vendas completa e pronta para orientá-los a encontrarem as melhores soluções para cada aplicação”, afirma Raposo, da ABB. Eidelwein, da WEG, cita que um
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Motores Elétricos
fator de potência se reduzem, ou seja, quanto menor o percentual de carga do motor, menor o nível de rendimento. Como consequência, há aumento dos custos de consumo de energia desnecessariamente”, explica.
Mercado nacional conta com o que há de melhor no mundo panhias oferecem opções específicas para alguns nichos de mercado, como os produtos para áreas classificadas, mineração, siderurgia e indústrias de alimentos, bebidas, açúcar e etanol, entre outros. Foto: Dreamstime
Um aspecto positivo no mercado brasileiro de motores elétricos é que ele está bem servido em relação à tecnologia, qualidade, variedade e desempenho dos produtos, que têm padrão mundial. Além disso, algumas com-
Consumo Motores elétricos são responsáveis por 70% da energia consumida na indústria.
Da mesma maneira, o País também está bem coberto por normas técnicas, fazendo com que o mercado se mantenha regulado e com produtos de alto nível. “A norma brasileira que rege o setor de motores elétricos é a ABNT NBR 17094-1 e, atualmente, todos os fabricantes nacionais cumprem com o exigido”, garante Cezar Raposo, da ABB. Daniel Eidelwein comenta ainda que está em evidência uma lei específica que determina os níveis de rendimento mínimos de eficiência energética para motores elétricos trifásicos de indução, que é a Portaria Interministerial nº 553. Essa Portaria estabelece os níveis máximos de consumo específico de energia, ou mínimos de eficiência energética, para motores elétricos trifásicos de indução, rotor gaiola de esquilo. “Esta Portaria foi publicada em dezembro de 2005 e foi definido um prazo de quatro anos, a contar da data de publicação, para a mesma entrar em vigor. No dia 12 de dezembro de 2009 ela passou a ser aplicada, implicando na obrigatoriedade de atendimento dos novos níveis de rendimentos estabelecidos para motores elétricos trifásicos de 1 a 250cv (carcaça 315)”, comenta o executivo.
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Gases e vapores oriundos de substâncias inflamáveis constituem um grande risco à segurança. Prevenção exige cuidados especiais das empresas, a começar pelo Estudo de Classificação de Áreas. Reportagem: Paulo Martins
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o número 86 da revista Potência (novembro/2012), o Caderno Atmosferas Explosivas abordou os riscos inerentes aos ambientes onde existem poeiras e fibras combustíveis. Dando continuidade ao tema, nesta edição será discutida a classificação de área pela presença de gases e vapores inflamáveis. São várias as atividades profissionais onde existem espaços sujeitos a essa condição. Indústrias farmacêuticas, químicas, petroquímicas, do petróleo, de tintas, de fertilizantes e de fragrâncias, usinas de açúcar e álcool e montadoras de veículos são alguns exemplos no ramo industrial. O risco pode estar presente ainda em espaços urbanos, tais como postos de gasolina, distribuidoras de GLP, no comérFoto: Dreamstime
cio, nas galerias das concessionárias e até em hospitais. Para começo de conversa, convém repassarmos alguns conceitos. Muitos acreditam que Área Classificada é todo lugar onde há risco de explosão. Na verdade, trata-se do local onde existe a probabilidade da presença ou da formação de uma Atmosfera Explosiva. Uma Atmosfera Explosiva, por sua vez, forma-se quando ocorre a mistura entre o ar ambiente e substâncias inflamáveis - no caso, gases e vapores em uma proporção tal que, diante da existência de uma fonte de ignição, ocorrerá a combustão e propagação de chamas. Assim, a simples existência de um tambor fechado com líquido inflamável em um ambiente não basta para
dizer que essa é uma Área Classificada. Enquanto o tambor não for aberto não haverá a mistura entre o vapor que pode ser liberado e o ar ambiente. Consequentemente, a Atmosfera Explosiva não será formada. “Uma substância inflamável não ‘pega fogo’ na sua forma líquida. O vapor por ela liberado é que tem a possibilidade de formar a Atmosfera Explosiva”, reforça Ivo Rausch, gerente de Projetos da Project-Explo, empresa especializada em soluções para prevenção, proteção, controle e eliminação de riscos de explosões. Além da evaporação, existe outra possibilidade de formação de Atmosfera Explosiva a partir de líquidos inflamáveis ou combustíveis: a pulverização - fenômeno comum, por exemplo, na linha de pintura da indústria
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automobilística. “A pulverização forma uma névoa, constituída por minúsculas partículas do produto combustível. Se houver uma fonte de ignição no local haverá a rápida propagação das chamas. Portanto, essa é uma Área Classificada”, explica Rausch. O ponto de fulgor dos líquidos inflamáveis ou combustíveis é outro aspecto importante a ser considerado em qualquer processo. Se uma determinada substância que tem ponto de fulgor de 100ºC estiver sendo manipulada a uma temperatura ambiente de 30ºC, a evaporação será pequena, não chegando a constituir uma Atmosfera Explosiva. O risco existe se houver aumento considerável da temperatura a que a substância é submetida durante a operação. “Se chegar aos 100ºC, ela
irá evaporar em quantidade suficiente para formar a Atmosfera Explosiva”, alerta Rausch. Além disso, não é qualquer quantidade de gás ou vapor que forma uma mistura explosiva. Todo gás ou líqui-
do inflamável possui o que se chama Faixa de Explosividade. Abaixo do limite inferior e acima do limite superior dessa faixa não ocorre concentração suficiente para constituir uma Atmosfera Explosiva.
Ambientes de risco Controlar as Atmosferas Explosivas e as fontes de ignição é fundamental em indústrias químicas e petroquímicas, entre outras.
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Às vezes, bastaria a pessoa conhecer o risco com o qual ela estava lidando para evitar o acidente. Ivo Rausch | Project-Explo
passa em frente”, pondera o especialista da Project-Explo. Para estas condições, complementa Rausch, aplicam-se os Planos de Emergência Partindo para a ação, propriamente dita, melhorar a ventilação do ambiente é uma maneira de reduzir os riscos. Para isto podem ser instalados
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O Estudo de Classificação de Áreas é um mecanismo fundamental para a análise dos riscos existentes em um ambiente. Entretanto, é difícil atingir um estágio de proteção total contra acidentes. “Quando se fala em risco, é possível controlá-lo, mas não eliminálo totalmente”, reconhece Ivo Rausch. Por exemplo: imagine uma central de gás liquefeito de petróleo, onde há uma série de conexões, flanges e válvulas interligando os cilindros. Todos esses itens estão sujeitos a falhas ou defeitos, que podem levar a vazamentos e que devem ser considerados no Estudo de Classificação de Áreas. Mas algo mais extremo, como o rompimento desses cilindros, normalmente nem chega a ser considerado, pois trata-se de uma probabilidade mais remota. “Esse é um evento raro. Não é impossível de acontecer, mas é improvável. Nessas condições, onde é possível, mas improvável, não se classifica a área. Senão, seria preciso classificar toda a empresa, desde o refeitório até o prédio administrativo, além da rua que
Foto: Ricardo Brito/Grau10
Identificar para controlar
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sistemas eficientes de exaustão de forma a diminuir a concentração de gases e vapores na área em questão. Evitar que recipientes contendo substâncias inflamáveis permaneçam abertos é outra providência básica, mas importantíssima. Também é possível inertizar sistemas fechados. Tanques normalmente possuem respiro, o que pode proporcionar a mistura entre o vapor do líquido inflamável armazenado e o ar. Assim, em vez de permitir a entrada de ar no tanque para contrabalancear a pressão, pode-se adicionar nitrogênio, um gás que ‘não pega fogo’, portanto, não propicia a formação de Atmosfera Explosiva. Pode ser interessante, ainda, substituir produtos de limpeza inflamáveis por outros que não tenham essa característica. Caso não seja possível administrar satisfatoriamente a Atmosfera Explosiva, deve-se investir no melhor controle possível das fontes de ignição presentes no ambiente. Primeiramente é preciso manter instalações elétricas adequadas. Nesse aspecto, utilizar equipamentos certificados conforme o tipo de risco que se tem é obrigatório. O aterramento também merece atenção especial. Vale lembrar que instalações mecânicas produzem faíscas que podem desencadear grandes acidentes. Ademais, para executar serviços que geram fontes de ignição, como o uso de máquina de solda, é preciso obter uma Permissão de Trabalho específica. De forma geral, fazer uma boa manutenção também é essencial para evitar certos problemas. “Todos os sistemas que visam a segurança dos ambientes têm que passar por inspeção frequente Apoio Institucional:
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Brasil vem apresentando boa evolução no que se refere à elaboração de normas aplicáveis às Atmosferas Explosivas. Charles de Aquino Amorim | WEG
formas de prevenção é o conhecimento. Às vezes, bastaria a pessoa conhecer o risco com o qual ela estava lidando para evitar o acidente”, destaca Rausch.
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para que mantenham as características de proteção”, lembra Ivo Rausch. Por fim, mas não menos importante, é obrigatório que os trabalhadores que frequentam Áreas Classificadas recebam amplo treinamento para conscientiza-los sobre os riscos a que estão sujeitos e sempre sigam os procedimentos corretos. “Uma das melhores
Equipamentos especiais e evolução normativa
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Manter as instalações elétricas adequadas aos riscos que se tem no ambiente é fundamental para garantir a segurança nas empresas que possuem Áreas Classificadas. Nesse quesito, um dos livros de cabeceira dos profissionais responsáveis por esse gerenciamento deve ser a norma técnica ABNT NBR IEC 60079-0. O documento especifica os requisitos gerais para construção, ensaios e marcação de equipamentos elétricos e componentes ‘Ex’ destinados à utilização em atmosferas explosivas. Presentes em praticamente todos tipos de indústrias e oficinas, os motores elétricos são um bom exemplo de equipamento que exige atenção especial na
sua especificação. A aplicação de motores para uso geral em uma atmosfera potencialmente explosiva pode causar explosão, seja por centelhamento e/ou temperatura superficial (interna e/ou externa) em operação normal ou durante falhas de operação. “Esta explosão é tão mais provável quanto maior a concentração de líquidos, gases ou poeiras combustíveis presente no ambiente”, observa Charles de Aquino Amorim, gerente do Departamento de Vendas, Revenda e Assistência Técnica da fabricante WEG. Segundo o executivo, Áreas Classificadas por Gases e Vapores exigem a especificação de motores elétricos projetados e construídos para operar em ambientes onde são manuseados, estocados ou processados produtos inflamáveis, de modo que sua operação não cause ignição da mistura explosiva. “Quando instalados nesses locais, devem eliminar ou isolar a fonte de ignição, evitando a ocorrência simultânea dos três componentes que formam o triângulo do fogo: combustível, oxigênio e fonte de ignição”, complementa Amorim. O especialista explica que os tipos de proteção para aplicação em atmosferas potencialmente explosivas variam
em função das técnicas construtivas que são incorporadas ao equipamento. Para cada tipo de proteção é atribuída uma simbologia, precedida da sigla ‘Ex’, seguida de uma letra minúscula indicando os vários tipos de proteção previstos nas normas técnicas. Por exemplo: um motor da categoria ‘Ex d’ - À Prova de Explosão possui um tipo de proteção na qual as partes que podem causar a ignição de uma atmosfera explosiva são confinadas em um invólucro capaz de suportar uma explosão interna sem permitir que se propague para o meio externo. Já um modelo ‘Ex n’ - Não acendível possui a proteção aplicada ao material elétrico de modo que, em funcionamento normal e em certas condições anormais específicas, não possa inflamar o ambiente. Na opinião de Charles Amorim, nas últimas décadas, o Brasil vem apresentando uma boa evolução também no que se refere à elaboração de normas e regulamentos aplicáveis às Atmosferas Explosivas. Para ele, um marco neste processo evolutivo ocorreu em 2008, com a publicação da norma ABNT NBR IEC 60079-19 - Reparo, Revisão e Recuperação de Equipamentos. O referido documento estabelece requisitos técnicos para a realização de serviços de reparo
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em equipamentos elétricos que operam em Atmosferas Explosivas. A norma foi regulamentada pelo Inmetro por meio da Portaria Nº 179, publicada em maio de 2010. Segundo este instrumento, a partir de maio de 2013, os serviços de reparo de equipamentos para a área ‘Ex’ devem ser prestados por empresas que estejam em conformidade com a referida norma. Amorim garante que a WEG investe constantemente no processo de qualificação de sua rede de Assistência Técnica Autorizada, promovendo programas específicos de capacitação, avaliação e certificação das oficinas de serviços de reparos de motores ‘Ex’. Atualmente, a empresa dispõe de 22 ‘Assistentes Técnicos - Atmosferas Explosivas’ certificados por organismos acreditados pelo Inmetro conforme as normas ISO 9001 e NBR IEC 60079-19.
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Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos
As certificações no segmento elétrico Daniel Tatini | Diretor Colegiado Abreme | abreme@abreme.com.br
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ema recorrente nas mídias especializadas, a certificação dos materiais elétricos é fundamental para garantir a segurança dos usuários e para a adequada regulamentação do segmento. Cada vez mais o Brasil tem desenvolvido normas técnicas que visam justamente atender estes objetivos e o impacto destas normas acaba se estendendo por toda a cadeia de fornecimento e organismos representativos. As normas técnicas brasileiras são desenvolvidas na ABNT com a participação de especialistas representantes da indústria, da academia, de entidades de classes e do consumidor. Estas prescrevem as regras mínimas, as diretrizes ou as características necessárias para garantir um padrão de qualidade aceitável dos produtos para comercialização no País, inclusive no que diz respeito aos parâmetros técnicos de construção, de segurança e de desempenho dos materiais. Todas as normas são essenciais para nortear o mercado e, embora normalmente sejam utilizadas de forma voluntária, podem tornar-se obrigatórias quando explicitado em algum instrumento do Poder Público, como lei, decreto, portaria ou resolução, ou então em um contrato de fornecimento, por exemplo. Além disso, as normas também são referências para as avaliações de conformidade, como a certificação realizada por organismos ou entidades acreditadas para esse fim. A modalidade de certificação de produtos mais adotada no Brasil é o Modelo 5, que consiste na realização do ensaio do tipo de produto, na avaliação e na aprovação do sistema de qualidade adotado pelo fabricante, além do acompanhamento posterior por meio de auditorias e ensaio em amostras retiradas no comércio e no fabricante. Atualmente, novas normas estão surgindo,
trazendo em seu escopo conceitos atuais, como a eficiência energética e o nível de informação que deve ser repassada aos clientes ou usuários (utilizando-se principalmente das embalagens), mostrando um alinhamento direto com as necessidades da sociedade e da sustentabilidade em nosso planeta. Todo este movimento crescente em prol do estabelecimento de normas e da realização de certificações é benéfico e essencial para o desenvolvimento e profissionalização cada vez maior do segmento. Entretanto, a tratativa das certificações deve ir além das particularidades e especificações técnicas dos produtos e precisa envolver também as instalações elétricas, visto que produtos certificados instalados de maneira inadequada ou fora da norma de instalação (NBR 5410) podem ter sua durabilidade, seu funcionamento ou seu desempenho comprometido. A NBR 5410, que no momento encontra-se em processo de revisão, prevê que sejam utilizados nas instalações produtos conforme as normas de desempenho, preferencialmente certificados. Vale ressaltar que no caso da certificação das instalações, esta tem, atualmente, caráter voluntário e não compulsório, e o organismo responsável para fazer as verificações das instalações é a CERTIEL Brasil, que após a inspeção da instalação elétrica indica se a mesma está ou não em conformidade com a norma de referência. Quanto maior o número de projetistas, construtoras, instaladores, eletricistas que realizarem as suas obras em conformidade com as normas e utilizando produtos certificados, maior será a garantia da segurança da instalação, protegendo as pessoas e o patrimônio ali instalados. Fomentar a disseminação destas informa-
ções e possibilitar a oferta de produtos e soluções alinhados com estes objetivos é uma tarefa que compete não apenas aos fabricantes e associações, mas também aos distribuidores, visto que o portfólio trabalhado pelos revendedores acaba impactando no nível destas instalações. Para que haja um real e progressivo avanço na qualidade das instalações elétricas brasileiras, a conscientização e o engajamento de toda a cadeia são, definitivamente, fundamentais.
Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos FUNDADA EM 07/06/1988
Rua Oscar Bressane, 291 - Jd. da Saúde 04151-040 - São Paulo - SP Telefone: (11) 5077-4140 Fax: (11) 5077-1817 e-mail: abreme@abreme.com.br site: www.abreme.com.br
Membros do Colegiado Roberto Said Payaro Nortel Eletricidade Suprimentos Industriais S/A Francisco Simon Portal Comercial Elétrica Ltda. José Jorge Felismino Parente Bertel Elétrica Comercial Ltda. José Luiz Pantaleo Everest Eletricidade Ltda. Roberto Varoto Fecva Com. de Mat. Elétricos e Ferragens Ltda. Paulo Roberto de Campos Meta Materiais Elétricos Ltda. Marcos Sutiro Comercial Elétrica PJ Ltda.
Conselho do Colegiado Nemias de Souza Nóia Elétrica Itaipu Ltda. Carlos Soares Peixinho Ladder Automação Industrial Ltda. Daniel Tatini Grupo Sonepar
Secretária Executiva Nellifer Obradovic
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Schneider electric
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Líder em soluções inovadoras e integradas para
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energia elétrica pode representar até 30% das despesas operacionais das empresas. A redução desses custos só pode ser feita por meio de um controle eficaz e da adoção de uma gestão inteligente. A Schneider Electric é líder global em gestão de energia e oferece uma arquitetura de energia inteligente, inovadora e sustentável. Desde a sua criação como produtora de ferro e aço na França, em 1836, a empresa vem evoluindo para oferecer as melhores soluções a seus clientes. No Brasil desde 1947, a Schneider Electric conta com 5 mil funcionários; 10 fábricas, que atendem às normas nacionais e internacionais de qualidade e segurança; 13 filiais comerciais, 1 moderno centro de distribuição e a matriz, em São Paulo (SP). Em 2012, a companhia alcançou, globalmente, o faturamento de 24 bilhões de euros, sendo que 41% do resultado foi conquistado nos países denominados ‘novas economias’.
Hoje a Schneider Electric oferece soluções integradas para diversos segmentos de mercado, como Energia e Infraestrutura, Indústrias e Fabricantes de Máquinas, Data Centers e Networks e Prédios residenciais e não residenciais, por meio de suas seis unidades de negócios: Industrial, Energia, TI, Predial, Residencial e Partner. Focada em oferecer energia mais segura, confiável, produtiva e sustentável, busca ajudar as pessoas e as organizações a utilizarem a energia de maneira mais eficiente.
Para isso, possui em seu portfólio tecnologias, produtos e soluções desenvolvidos por marcas relevantes mundial e localmente, como APC, CP Eletrônica, SoftBrasil, Microsol, Steck e Telvent. Somente no Brasil, foram mais de 20 aquisições nos últimos anos. A Schneider Electric também investe pesado em inovação. Em 2012, foram aplicados mais de 1 bilhão de euros em Pesquisa & Desenvolvimento, o que garante à companhia posições de liderança em quase todos os mercados em que atua.
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rante o Xperience Efficiency 2013, tecnologias que permitem gerenciar de forma mais eficaz o uso de energia e ainda reduzir o impacto desse insumo nos negócios e no meio ambiente. O evento ocorreu em junho, simultaneamente no Brasil, nos Estados Unidos, na China, na Colômbia e na Rússia. Contou, ainda, com palestras de convidados, como o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, e a apresentação de cases villaSmart Projeto leva de eficiência de empresas líderes em seu energia elétrica a comunidades ribeirinhas do Amazonas. segmento de atuação, como o Hospital Sírio Libanês, a HP e a Coca-Cola. Entre os lançamentos apresentados pela Schneider Electric, destacam-se o Altivar 1200 e o Premset. O primeiro auxilia na economia de energia e na otimização de recursos ao permitir o acionamento correto e na faixa adequada do motor. Com tecnologia exclusiva, resultado de
Eficiência Energética Os centros urbanos concentram hoje 50% da população mundial, consomem 75% da energia e emitem 80% dos gases de efeito estufa. Calcula-se que, até 2050, a demanda por energia dobrará, enquanto a emissão de gases deve ser reduzida pela metade. Para equilibrar essa equação, a Schneider Electric exibiu, du-
uma aquisição feita pela empresa na China, o Altivar 1200 amplia a oferta de tecnologias que promovem a eficiência energética na indústria eletrointensiva. Já o Premset é o primeiro painel de distribuição de média tensão que combina dupla Isolação Sólida (2 SIS) com elevada compactação e completa modularidade. A associação dessas tecnologias representa uma evolução tecnológica ao oferecer proteção, solidez e flexibilidade para otimizar o desempenho desse produto e estender sua vida útil em 30%. A solução conta, ainda, com componentes que estabelecem uma comunicação inteligente, ao tornar possível a utilização de smartphones ou tablets para controlar seu uso, por exemplo. No mercado de energia elétrica, o Premset é a melhor opção na combinação de secciona-
xperience 2013 Empresa aproveitou evento para apresentar seu portfólio de soluções.
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doras, seccionadoras fusíveis ou disjuntores usados para manobrar, interromper e isolar painéis de média tensão. Também é uma solução para redes inteligentes (Smart Grid) e o primeiro produto global que utiliza duplo isolamento sólido earth-screened (um sistema que reduz drasticamente o risco de arco interno e eleva a segurança e confiabilidade em qualquer ambiente, inclusive em locais agressivos). Além de prolongar a vida útil do equipamento em até 40 anos, a solução proporciona mínima manutenção preventiva gerando, assim, uma economia ainda maior.
Sustentabilidade também dentro de casa A Schneider Electric também busca integrar seus objetivos de negócios ao desenvolvimento das comunidades onde está inserida. Listada nos principais índices de investimento socialmente responsável (Dow Jones Sustainability Index, Ethibel Sustainability Index Excellence e ASPI Eurozone Index), a companhia possui diversas iniciativas voltadas para o desenvolvimento sustentável, como o Barômetro Planeta e Sociedade e o BipBop. Somente no Brasil, a Schneider Electric já formou mais de 6 mil jovens eletricistas em mais de 100 municípios de 20 estados. Também ampliou o acesso à energia, de 4 para 24 horas, de duas comunidades ribeirinhas do Amazonas. “O projeto levou em consideração a realidade do local e a necessidade do baixo custo de implantação para que pudesse ser replicado em outras comunidades pequenas”, explica a presidente da Schneider Electric para a América do Sul, Tânia Cosentino. O trabalho da Schneider Electric vem sendo reconhecido nacional e internacionalmente. Além de ser considerada uma das melhores empresas para se trabalhar, a multinacional francesa foi a vencedora do Prêmio Eco 2012, concedido pela Câmara Americana de Comércio (AmCham); foi eleita, em 2013, uma das 100 empresas mais sustentáveis do mundo, pela consultoria canadense Corporate Knights; e uma das companhias mais éticas do mundo, segundo o Ethisphere Institute.
42 | Potência | Evento SIGAMT
Troca de informações
Reportagens: Marcos Orsolon
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capital paulista foi sede, entre os dias 10 e 12 de junho, de um dos mais importantes eventos do setor de transmissão, o SIGAMT – III Seminário Internacional de Gerenciamento de Ativos, Manutenção da Transmissão e Desempenho do Sistema Elétrico. Com organização da CTEEP, promoção e coordenação técnica do Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (Cigré) e apoio institucional da Comissão de Integração Energética Regional (CIER), o encontro teve como objetivo principal estimular a discussão sobre gestão da
Foto: Dreamstime
Evento realizado em São Paulo reúne agentes da área de transmissão de energia, que promoveram discussões sobre os desafios e futuro do setor.
manutenção e desempenho do setor de transmissão diante das transformações que estão acontecendo no mercado, com destaque para as oportunidades com a renovação das concessões e o atual ambiente regulatório. “O SIGAMT é um importante informe que promove o intercâmbio de conhecimento e apresenta experiências de sucesso a respeito de temas cada vez mais relevantes para o desempenho dos profissionais do segmento. Estamos passando por um momento de grandes transformações no setor elétrico, com desafios significativos do ponto de vista da eficiência operacional e da adminis-
tração dos riscos inerentes ao negócio de energia elétrica. Ao mesmo tempo, a evolução das tecnologias nos oferece as ferramentas para que possamos repensar a gestão de ativos que realizamos atualmente, em busca de resultados mais seguros e efetivos”, comentou César Ramirez, presidente da CTEEP, em seu discurso na abertura do evento. Ramirez também destacou que as demandas de infraestrutura necessárias para que o Brasil alcance um novo patamar de expansão econômica se mostram cada vez mais urgentes, e que elas têm mobilizado tanto a esfera governamental, quando o setor privado.
Evento | Potência | 43 SIGAMT
este há empresas que se preocupam com o conhecimento. Entidades como o CIER e o Cigré fazem este papel de produzir, compartilhar e disseminar o conhecimento técnico, que é importante para a sustentabilidade do setor e do País”, destacou. Entre os temas levantados durante o SIGAMT, sem dúvida um dos destaques foi o gerenciamento de ativos, tema que, segundo Godoy, vem sendo estudado pelo Cigré desde 2004. Júlio César Rezende Ferraz, da Aneel, ressaltou ainda a importância da manutenção das instalações para a prestação de um serviço público de transmissão de boa qualidade e da extensão da vida útil dos equipamentos. “Hoje, a regulação dos serviços de transmissão é feita por meio de incentivos econômicos e considerando alguns parâmetros técnicos, visando estimular a disponibilização das instalações para os usuários. Há incentivos para que as transmissoras programem a manutenção de forma a deixar indisponíveis suas instalações pelo menor tempo possível. O que temos buscado na Aneel é aumentar o incentivo. No próximo semestre pretendemos colocar em audiência pública, para a discussão com a sociedade, algumas maneiras de tornar isso ainda mais eficiente”, revelou Ferraz.
Manutenção das instalações é importante para a prestação do serviço de transmissão de boa qualidade.
Setor vive desafios do ponto de vista da eficiência operacional e da administração dos riscos inerentes ao negócio da energia elétrica.
Conhecimento técnico é importante para a sustentabilidade não só do setor elétrico, mas também do País.
Júlio César Rezende Ferraz | Aneel
César Ramirez | CTEEP
Antonio Varejão de Godoy | Cigré
Fotos: Ricardo Brito/Grau 10
“Com este complexo cenário em mente é que esta edição do seminário foi organizada. A ideia não é trazer respostas prontas ou definitivas, afinal, as constantes mudanças no setor nos levam a fazer análises e redirecionar esforços continuamente. O objetivo é incentivar a troca de ideias e o fortalecimento de uma cultura voltada para a gestão estratégica de ativos de riscos, contribuindo para o gerenciamento das companhias e também para o crescimento da sociedade brasileira”, completou o executivo. Para assegurar um bom nível aos debates propostos, a organização apostou na pluralidade dos profissionais convidados. Entre os participantes estiveram especialistas nacionais e internacionais, autoridades do setor público, fabricantes, fornecedores, representantes de centros de pesquisa e profissionais do meio acadêmico. Antonio Varejão de Godoy, presidente do Cigré, ressaltou que mais de 150 profissionais foram reunidos para discutir temas de extrema importância para o País e para o setor. “E isso se dá porque por trás de um evento como
44 | Potência | Radar Comemoração
Siemens entrega turbina de número 1.000 para cliente do interior de São Paulo que atua no setor sucroenergético. Equipamento possui potência de 20MW. Reportagem: Paulo Martins
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dia 6 de junho de 2013 ficará gravado definitivamente na história da Siemens no Brasil. Na ocasião, uma grande comemoração realizada no Complexo Industrial de Jundiaí (SP) marcou a entrega da milésima turbina a vapor produzida pela empresa no País. O equipamento - uma turbina de condensação com extração modelo
SST300 - possui potência de 20MW e destina-se ao setor sucroenergético. Ela irá para o município de Guaraci (SP) - mais especificamente para a Usina Vertente, que faz cogeração de energia a partir do bagaço da cana-de-açúcar. A usina tem como sócias a CLEEL Empreendimentos (empresa do Grupo Húmus Agroterra) e a Guarani, através de sua controladora Cruz Alta Participações S/A. A comemoração reuniu executivos e
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Marca histórica
clientes da Siemens, além de autoridades políticas das esferas municipal, estadual e federal. O cônsul-geral adjunto da Alemanha, Rainer Müller, parabenizou a unidade brasileira pela conquista e lembrou as boas relações existentes entre o Brasil e o país onde fica a matriz da Siemens. Não por acaso, o evento esteve inserido no calendário oficial do ano “Alemanha + Brasil 2013/14”. A marca atingida pela companhia também ficará registrada no livro “Turbina 1000. A milésima união entre experiência e tecnologia Siemens”. A publicação resgata a história da fabricação de turbinas a vapor da empresa no Brasil e no mundo. Thiago Pistore, diretor da área de turbinas a vapor da Siemens no Brasil, destacou que o fato representa um marco, não só para a companhia, mas também para a indústria de máquinas e para a própria engenharia brasileira.
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Foto: Divulgação
Comemoração
Linha do Tempo Inauguração oficial da fábrica da AKZ em Cravinhos (SP) Década de
Primeiros projetos de exportação de energia para o sistema elétrico a partir do bagaço da cana-de-açúcar Venda da AKZ para ABB Venda da divisão de turbinas da ABB para Alstom. Mudança da fábrica de turbinas no Brasil de Cravinhos para Taubaté (SP) Siemens adquire divisão de turbinas da Alstom Siemens decide construir nova fábrica de turbinas em Jundiaí (SP) Início da produção de turbinas a vapor, com os modelos SST300N e SST600 Primeira ampliação da fábrica de turbinas da Siemens em Jundiaí. Grande evento de inauguração do Complexo Industrial Jundiaí Inauguração da balanceadora de rotores em alta rotação em Jundiaí Venda das maiores turbinas já fabricadas no Brasil, com três unidades destinadas à exportação Siemens entrega milésima turbina produzida no Brasil
Parceiros (Da esq. para a dir.): Paulo Stark, CEO e presidente da Siemens no Brasil; Hugo Cagno, diretor da Usina Vertente; Fábio Pelegrini, gerente de Cogeração de Energia e Confiabilidade da Guarani e Ricardo Lamenza, diretor-geral de Energia da Siemens no Brasil.
E os desafios continuam. Markus Tacke, CEO mundial da unidade Industry Power do setor Energy da Siemens, disse que o foco agora volta-se para a produção das próximas mil turbinas. O executivo falou sobre as perspectivas de crescimento do PIB brasileiro, lembrou que o nível global de consumo de eletricidade deverá aumentar 2,8% ao ano e que os combustíveis fósseis tendem a perder espaço para as fontes renováveis, como biomassa, eólica e solar. Tacke destacou que toda essa movimentação terá de ser suportada por energia segura e sustentável e que a Siemens está pronta para oferecer suporte a essas necessidades por meio de suas tecnologias. José Aníbal, secretário de Energia de São Paulo, falou sobre o potencial de geração de bioeletricidade. Segundo ele, o estado tem hoje a maior implantação sucroalcooleira do Brasil, liderando a cogeração de energia a partir da palha de cana. O dirigente mencionou algumas diretrizes do Plano Paulista de Energia 2020. Entre as metas, destaca-se a manutenção da expectativa de crescimento econômico, mas atendendo à política estadual de mudanças climáticas. A intenção é que em 2020 as emissões de poluentes sejam 20% menores do que em 2005. Existe ainda a preocupação de tornar a matriz energética de São Paulo cada vez mais limpa, aumentando a participa-
ção das energias renováveis de 55% para 69%. Isso será possível, por exemplo, com o maior uso dos produtos da cana (bagaço e etanol) - o que abre perspectivas de novos negócios para fornecedores de equipamentos como a Siemens. Com três décadas de trabalho na área, Eduardo Angelo, diretor geral da divisão de Wind Power da Siemens no Brasil, repassou as principais etapas e desafios vencidos pela companhia até chegar a este momento. A Siemens possui sete fábricas de turbinas no mundo, sendo uma delas em Jundiaí. Nos últimos anos a produção local foi triplicada, graças aos investimentos em ampliação e modernização. Hoje, a unidade do interior paulista responde por 10% do volume mundial de vendas desses equipamentos. A filial brasileira produz todos os produtos e serviços para turbinas de até 50MW. Para isso, adquiriu um avançado equipamento de teste de rotores, a balanceadora Schenck DH7/DH50. A máquina permite fazer localmente o balanceamento de rotores de turbinas e compressores em alta velocidade gerando grande economia de tempo, já que antes o serviço precisava ser feito na Europa. A fábrica da Siemens em Jundiaí recebeu a incumbência de fornecer a linha industrial de turbinas a vapor e gás para toda a América do Sul, mas já atendeu também pedidos dos demais continentes.
46 | Potência | Praticando Ideias
Fotos: Ricardo Brito/Grau 10
Estratégia
Experiência
sustentável Schneider Electric realiza evento global no Brasil e reforça imagem de especialista em gestão de energia. Reportagem: Marcos Orsolon
A
cidade de São Paulo foi escolhida para abrigar um dos mais importantes even tos realizados pela Schnei der Electric no mundo: o Xperience Efficiency. Ocorrido entre os dias 4 e 7 de junho, o encontro aconteceu simul taneamente em outras sete cidades, de quatro países (Estados Unidos, China, Colômbia e Rússia), e foi arquitetado de modo que a companhia tivesse a opor tunidade de apresentar seu amplo port fólio de soluções voltado a temas como sustentabilidade e eficiência energética.
A ideia dos organizadores foi mon tar um evento para mostrar a clientes, parceiros da indústria e governos algu mas tecnologias que podem auxiliá-los na busca por mais eficiência na parte de energia, de forma que todos possam fazer mais, consumindo menos. “A energia tem impacto significa tivo na competitividade econômica e na inclusão social. Também contribui consideravelmente para a emissão de gases de efeito estufa, influencia na qualidade de vida dos cidadãos e, por ser um recurso limitado, impacta for
temente nos custos das cidades e das empresas. Para equilibrar essa equação, há hoje tecnologias que permitem ge renciar de forma mais eficaz o uso de energia, tornando-se a forma mais ba rata e rápida de reduzir o consumo e garantir o acesso a uma energia segu ra, ininterrupta e inteligente”, comen ta Rogério Zampronha, presidente da Schneider Electric no Brasil. O executivo completa: “A Schnei der hoje se posiciona como especialista global em gestão de energia. Acredita mos que gestão de energia e eficiência energética sejam estratégias relevantes para a nossa empresa, não simples mente porque é uma estratégia de ne gócios, mas principalmente porque ela pode ajudar empresas e cidades a se rem melhores. Através do uso mais efi ciente de energia, as empresas podem ser mais competitivas, pois vão operar num nível de custo menor. E as cida des serão mais eficientes porque darão mais conforto aos cidadãos”. Para reforçar a importância do tema eficiência energética para a sociedade, Zampronha apresentou dados de uma pesquisa de mercado encomendada
Praticando Ideias | Potência | 47
Foto: Divulgação
Estratégia
As empresas estão se mexendo em função da mobilização da sociedade em prol de um mundo mais sustentável. Rogério Zampronha | Presidente
pela Schneider Electric especialmente para o evento, junto a 50 das maiores empresas do Brasil. A intenção foi en tender a visão dessas companhias so bre o tema eficiência energética. “E tivemos surpresas interessantes. Uma delas foi que 61% das empresas acredita que a questão de eficiência energética é fundamental para o ne gócio em que estão inseridas. Outras 28% entendem que este é um tema im
portante”, revela o presidente, acres centando que também surpreendeu as respostas referentes aos motivos que levam estas companhias a investir em eficiência energética, onde se destaca ram o compromisso social e as pres sões sociais. “Isso é muito bom porque indica que as empresas estão se me xendo em função da mobilização da sociedade em prol de um mundo mais sustentável”, comemora.
Soluções em forma de cidade inteligente
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
Seria impossível comunicar para este pessoal tudo o que a gente faz de uma maneira mais eficaz. O Xperience Efficiency foi um sucesso. Edgard Franco | vice-presidente Brasil de Buildings Business
centros. Para facilitar o entendimento por parte dos visitantes, muitas des sas soluções foram de fato instaladas para que todos tivessem a chance de vê-las em funcionamento. E, a julgar pelo balanço feito pelos executivos da companhia, os objetivos foram atendidos. A sensação geral foi que a Schneider Electric conseguiu refor çar a imagem de empresa especialis ta em gestão de energia. Além disso, ao reunir em um local uma grande quantidade de soluções, permitiu que clientes de diferentes setores ti vessem a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os produtos e serviços ofertados. Para Edgard Franco, vice-presiden te Brasil de Buildings Business, os efei tos se estendem aos próprios colabo radores da empresa. “Foi uma transfor mação para a Schneider. Para os pró prios funcionários da empresa foi uma aula de tudo o que a gente faz. Acho que não tinha ninguém na companhia que soubesse até onde poderíamos chegar, ou que conhecesse com algum nível de detalhes todas as nossas solu ções. E isso foi muito bom”, ressalta. Franco também acredita que o even to tende a ajudar no incremento dos ne gócios na área de eficiência energética, que já tem crescido a níveis relevantes. E ele completa: “Diria que o even to ajudou muito porque os clientes de outras áreas, de outras unidades de ne
gócio, passam a entender nosso discur so de eficiência energética e sustenta bilidade. Quem compareceu para ver um disjuntor, o distribuidor que vende nosso material elétrico, o integrador de automação, enfim, eles chegaram ao evento, viram tudo junto e falaram Foto: Ricardo Brito/Grau 10
Com o intuito de atingir a todos os públicos que compareceram ao Xpe rience Efficiency, a Schneider Electric montou um ciclo de palestras diver sificado, procurando cobrir todos os aspectos que caracterizam suas solu ções. Para facilitar, trabalhou em cima de quatro temas principais: tendências de mercado, sistemas e soluções, tec nologias e inovações, e testemunhos de clientes, onde foram apresentados alguns cases. No entanto, o ponto alto do even to foi a reprodução de uma cidade inteligente, que reuniu numa ampla área de exposição as soluções desen volvidas pela Schneider Electric para aumentar a eficiência nos grandes
Cidade Inteligente Área de exposição concentrou soluções desenvolvidas para aumentar a eficiência nos grandes centros.
‘puxa, quanta coisa que eu não sabia que a Schneider fazia em termos de sustentabilidade e eficiência energéti ca’. Então, acho que fizemos um tre mendo investimento aqui no evento. Seria impossível comunicar para este pessoal tudo o que a gente faz de uma maneira mais eficaz. O Xperience Effi ciency foi um sucesso”.
48 | Potência | Evento Ilumexpo/2013
Momento de transição Especialistas aproveitam evento para discutir transferência dos ativos de iluminação pública das concessionárias para os municípios. Reportagens: Marcos Orsolon
A
2ª Exposição e Fórum de Gestão de Iluminação Pública, ou Ilumexpo/2013, se consolidou como um importante espaço para a troca de ideias e debates nessa área. Organizado pela RPM Brasil e com o apoio da Revista Potência, o evento ocorreu em São Paulo, entre os dias 10 e 12 de junho, contando com a presença de especialistas da indústria, das várias esferas de governo e de entidades como Eletrobras e Inmetro. A edição desse ano foi diretamente influenciada pelo processo em andamento de transferência dos ativos de iluminação pública (IP) das mãos das concessionárias de energia para as prefeituras. Hoje, estima-se que o País con-
te com 15 milhões de pontos de IP e, considerando os seus 5.474 municípios, cerca de 36% dos ativos ainda estão sob responsabilidade das distribuidoras. Mas por que existe a necessidade de se efetuar esta transferência? A resposta foi dada por Marcos Bragatto, superintendente de Regulação dos Serviços Comerciais da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Durante sua apresentação, Bragatto relatou que a iniciativa atende a uma exigência da Constituição Federal promulgada em 1988, que estabelece que compete aos municípios organizar e prestar os serviços púbicos de interesse local, incluindo a iluminação pública, o que pode ser feito diretamente ou através de permissões ou concessões.
Assim, para atender à Constituição e organizar o trabalho de transição, a Aneel publicou em setembro de 2010 a Resolução Normativa nº 414, que estabelece o prazo limite de 31 de janeiro de 2014 para que a transferência ocorra, obviamente, seguindo a um cronograma previamente definido entre distribuidora e prefeitura, de acordo com as possibilidades e realidade de cada um. Aliás, o relacionamento entre município e concessionária é fundamental nesse difícil processo. Isso porque a prefeitura irá assumir uma responsabilidade que até então não tinha, com aspectos técnicos que desconhece e que envolve um serviço essencial para a população. Ou seja, o apoio da empresa de distribuição no período de transição
Evento | Potência | 49
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Fotos: Ricardo Brito/Grau 10
Ilumexpo/2013
Prefeituras precisam se organizar para gerenciar e operar os ativos de iluminação pública a partir de 2014.
É preciso um período de adaptação para que os conhecimentos sejam transferidos para as prefeituras.
Transferência dos ativos para as prefeituras atende a uma exigência da Constituição Federal de 1988.
Fernando Mirancos | Inovafocus
José Renato Filippini | CPFL Serviços
Marcos Bragato | Aneel
e, em alguns casos, até mesmo após a sua conclusão, se torna imprescindível. Em sua palestra, José Renato Filippini de Oliveira, supervisor de Projetos da CPFL Serviços, ressaltou a necessidade das prefeituras se prepararem para assumir a nova atribuição. E, de outro lado, a obrigação das concessionárias darem todo o apoio necessário. “Temos visto uma quantidade enorme de dúvidas decorrentes do distanciamento que as prefeituras têm das operações técnicas, como operações de rede e de iluminação pública. Na CPFL, nosso projeto visa suprir este espaço e,
a partir daí, conviver com o município e municiá-lo com conhecimento para as operações”, comentou Oliveira. Fernando Mirancos da Cunha, consultor da Inovafocus, também falou sobre as responsabilidades das duas principais partes envolvidas no processo. No que tange às concessionárias, as ações incluem passar informação para as prefeituras sobre prazos e cronograma de transferência; relatório sobre os ativos mobilizados em serviço; algumas providências internas tomadas pelas empresas do ponto de vista de dimensionamento, reorganização do
seu call center, agência e treinamento para a desmobilização dos funcionários que não vão mais operar IP, e o envio para a Aneel de relatórios, minutas e cronogramas preparados. Do ponto de vista das prefeituras, Cunha ressaltou a necessidade da definição da data de transferência, tanto dos ativos quanto da operação propriamente dita do sistema; as assinaturas dos contratos; e dois pontos muito importantes: um relacionado à organização e implantação da estrutura de gestão, e a inclusão nos planos plurianuais de orçamento da prefeitura.
Transição impõe desafios e oferece oportunidades Diante da complexidade do trabalho, a migração dos ativos tende a ser mais difícil em municípios de menor porte, visto que muitos deles sequer têm condições de manter equipes específicas para cuidar da iluminação pública. Uma alternativa, nesse caso, seria a formação de um consórcio entre várias cidades que, juntas, teriam melhores condições para manter equipes dedicadas a essa área. No entanto, as dificuldades não se limitam aos municípios menores. E, entre os fatores que preocupam alguns prefeitos, está o custo para assumir os ativos. Para auxiliar as cidades, em 2002 o Con-
gresso Nacional aprovou uma emenda constitucional que criou a Contribuição de Iluminação Pública (CIP). O mecanismo de arrecadação pode ser feito de diversas maneiras, cabendo a cada município definir a forma de arrecadação, que pode ser anual, mensal, via rateio, etc. O problema é que muitas cidades ainda não se movimentaram para tirar proveito da contribuição. “Muitos municípios ainda não contam com a arrecadação da CIP e nesse momento estudam uma maneira de formular essa proposta para as suas respectivas Câmaras Municipais. Só que
alguns dos prefeitos já se pronunciaram e não conseguirão desenvolver o projeto da CIP”, relatou José Filippini de Oliveira, da CPFL Serviços. Um aspecto que poderia ajudar algumas prefeituras na transição seria a troca de informações com outros municípios, no sentido de se verificar práticas que deram certo. Mas, infelizmente, esse contato não é muito comum. “O fato é que na questão da iluminação pública parece que o pessoal do Brasil inteiro conversa pouco, troca poucas experiências. Desde 2002, quando foi criada a CIP, até hoje, o conhecimento é pe-
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
50 | Potência | Evento Ilumexpo/2013
LED ganha espaço e traz vantagens Quanto à evolução tecnológica, a maioria dos especialistas que participaram do evento entende que o futuro da iluminação pública passa pela utilização de equipamentos com LED. Embora ainda existam alguns entraves a serem superados, como os custos do sistema e o próprio conhecimento sobre o seu comportamento e durabilidade em projetos de maior porte. Em busca de respostas, recentemente a Eletrobras assinou dois memorandos de entendimento com entidades internacionais. Um com a Clinton Foundation, que tem contato com diversos municípios e empresas no exterior, cujo objetivo é ter acesso a informações sobre o que tem sido feito na implantação do LED em larga escala. O outro memorando foi assinado com uma ONG através do ator Arnold Schwarzenegger, onde a intenção é fazer estudos e promover o intercâmbio de conhecimento nessa área. “O que buscamos com essas entidades são as experiências de projetos implantados em larga escala. São municípios que já fizeram sua total troca por iluminação a LED. E nesse sentido, visando tirar dúvidas que temos em relação a como fica essa tecnologia ao longo do tempo exposta, em uso, porque temos muitos dados de laboratório, mas temos dúvidas principalmente com relação à qualidade da iluminação ao longo do tempo”, ar-
gumentou Jailson José Medeiros Alves (foto), gerente substituto da Divisão de Eficiência Energética no Setor Público da Eletrobras/Procel. Alves também destacou que, dentro das novas fontes de financiamento que estão sendo viabilizadas dentro do ProcelReluz, há a possibilidade de aumento na participação em projetos na área de LED. Custos, gargalos e regulamentação Ainda dentro do Ilumexpo/2013, a evolução técnica e mercadológica do LED recebeu atenção especial no dia 12, com a realização do Workshop com foco na iluminação pública. Isac Roizenblatt, consultor da Pro Light and Energy Consultants e diretor técnico da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação), iniciou as discussões falando sobre a crescente eficiência atingida pelos LEDs. Já existiriam no mercado mundial LEDs que produzem 170 Lúmens por Watt. O próximo passo será buscar a marca de 200lm/W. Só para comparar, uma lâmpada incandescente de 60W possui eficiência luminosa de aproximadamente 15lm/W. Outra inovação tecnológica em andamento consiste na elaboração de um software de interface para controlar e monitorar protocolos heterogêneos da rede pública de iluminação, o que vai permitir a ‘conversa’ entre sistemas diferentes.
Quanto aos custos, as perspectivas são de que os preços das lâmpadas a LED caiam significativamente nas próximas décadas. Atualmente o investimento em iluminação baseada nesse sistema ainda é alto, mas existiriam vantagens em relação aos gastos menores com manutenção, operação e descarte desses produtos. Mas o desenvolvimento dos LEDs também pode esbarrar nos conhecidos gargalos estruturais do País. Num momento em que se discute a regulamentação da utilização dessa tecnologia, Oscar Armando Maldonado Astorga, professor titular da Unesp, lembra que o País pode sofrer por conta da falta de maior capacitação laboratorial para fazer frente à enorme quantidade de pontos de iluminação existente no Brasil. Só para exemplificar: enquanto existem milhões de pontos de luz, estão disponíveis poucos goniofotômetros - equipamento utilizado na realização de testes em luminárias e lâmpadas. Alexandre Paes Leme, especialista do Inmetro, falou sobre o processo de regulamentação de luminárias a LED para iluminação pública e também das lâmpadas LED. Iniciados em 2009, os trabalhos encontram-se agora em fase final de elaboração do RAC e RTQ. A expectativa é de que a fase de consulta pública tenha início até agosto deste ano.
queno. Recentemente tivemos a oportunidade de ver municípios com a lei aprovada, mas com muitas impropriedades”, lamentou Carlos Kirchner, da Federação Nacional dos Engenheiros. Desafios à parte, a transição também oferece oportunidades significativas aos municípios. Mas elas apenas serão aproveitadas se houver evolução na gestão dos ativos. “Se houver uma boa gestão obtêm-se a melhoria da qualidade da iluminação pública e a redução de consumo. Há municípios
que após assumirem a gestão dos ativos reduziram em 40% o consumo de eletricidade, o que tem reflexo imediato na conta de energia que o município paga para a distribuidora local”, destacou Marcos Bragatto, da Aneel. Para Fernando Mirancos da Cunha, da Inovafocus, uma questão fundamental é que os prefeitos passem a considerar, de fato, a iluminação como uma política pública, assim como ocorrem em áreas como saúde ou a coleta de lixo. “Por isso, recomendamos que os gesto-
res dos municípios tenham dentro do seu plano diretor um capítulo específico sobre iluminação púbica”, destacou. Cunha observou ainda que o fato da concessionária cuidar de praticamente tudo, até então, fez com que muitos gestores públicos transferissem a ela a obrigação de cuidar da iluminação pública. Só que agora a situação é outra e não há espaço para repassar a responsabilidade. “O gestor público tem de entender que a iluminação é uma política pública”, afirmou.
vitrine | Potência | 51 Produtos e soluções
Distribuição de cabos O Grupo Legrand, através da marca Cablofil, oferece a Eletrocalha Aramada, solução indicada para a distribuição de cabos sob piso elevado e sobre racks, voltada a aplicações em data centers e indústrias alimentícias. Com acabamento eletro zincado, galvanizado a fogo e Inox, o produto conta com exclusiva borda de segurança, um sistema de borda soldada em “T”, patenteada pela marca, e um sistema de instalação rápida de alto nível de desempenho mecânico e elétrico, feito por meio de engates que dispensam o uso de parafusos.
Botões de comando e sinalização A ACE Schmersal traz ao Brasil os botões da linha Clean para utilização em botões de comando e sinalização para aplicações em sala limpa, uma vez que possuem baixa emissão de partículas – com pureza de ar classe 1, em conformidade com a norma ISO 14644-1. As peças se destacam pela alta qualidade, longa vida útil e variedade de itens, como botões de impulso, seletores, sinalizadores luminosos e botões de emergência. Os botões têm desenho que impede o acúmulo de resíduos, são de fácil limpeza e, graças ao grau de protecção IP 69K, podem ser limpos com lavadoras de alta pressão.
Iluminação eficiente A OSRAM Opto Semicondutores disponibiliza ao mercado o LED Duris E5, dispositivo voltado para retrofit de tubos fluorescentes e lâmpadas incandescentes. O produto é indicado para o desenvolvimento de produtos que exigem iluminação homogênea e pode ser utilizado em ambientes como indústrias, residências e escritórios. Características como dimensões compactas (5,6x3,0mm), brilho estável e ângulo de 120º do feixe o tornam perfeito para distribuir luz de maneira uniforme. Com potência de 0,4W e vida útil de 50 mil horas, o Duris E5 apresenta versões com temperaturas de cor que variam de 2.700 a 6500K. O dispositivo chega a entregar 140lm/W em 6.000K e IRC de 70.
52 | Potência | GTD Geração, Transmissão e Distribuição
PCHs em pauta
centando que o Plano Decenal 2021, publicado pelo Ministério de Minas e Energia, prevê crescimento de 65% da capacidade em PCHs neste horizonte. “As pequenas centrais têm um apelo imediato, se comparadas com alternativas como usinas eólicas e fotovoltaicas: a energia que geram não é tão volátil. Além disso, utilizam a tecnologia de geração de energia elétrica mais tradicional que existe, com mais de um século de maturação”, reforça Regina.
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A redução proporcional da capacidade de armazenamento vai exigir a construção de mais usinas termelétricas, conforme ratificado pela presidente Dilma Rousseff. Entretanto, as informações do Plano Decenal de Energia (PDE 2021) apontam crescimento maior nos próximos anos da participação das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), empreendimentos de pequeno porte com potência instalada entre 1 e 30MW. “Hoje, segundo dados da Aneel, estão em operação 456 PCHs, com potência total de 4.502MW”, comenta Regina Pimentel, assessora de gestão de risco na Trade Energy, comercializadora independente de energia, acres-
Comunidade consciente
Potência total de 4.502MW
Leilão de Energia
A fase de cadastramento de projetos interessados em participar do primeiro Leilão de Energia A-5/2013, que será realizado no dia 29 de agosto para abastecer o mercado consumidor do País no ano de 2018, foi encerrada totalizando 68 empreendimentos inscritos. A capacidade instalada das usinas cadastradas na EPE soma 7.552 megawatts, entre termelétricas e hidrelétricas. Entre as 12 hidrelétricas inscritas da EPE, a usina Sinop deverá ser a única a entrar neste primeiro leilão para 2018. O empreendimento, que terá potência instalada de 400MW e está situado no
rio Teles Pires (MT), possui a Licença Ambiental Prévia exigida no processo de habilitação técnica. A maior parte dos outros projetos hidrelétricos cadastrados na EPE para o Leilão A-5/2013 de agosto ainda não obteve a Licença Prévia necessária para participar desse certame. No entanto, eles poderão, eventualmente, ser incluídos no segundo Leilão de Energia A-5/2013, agendado pelo governo para o dia 13 de dezembro. Neste grupo está a UHE São Manoel, também no rio Teles Pires, com 700MW de capacidade instalada.
1º Leilão de Energia A-5/2013
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Resumo do cadastramento (por fonte)
FONTE PROJETOS OFERTA (MW) Termelétricas a Biomassa 30 1.472 Termelétricas a Carvão 4 2.140 Termelétricas a Gás Natural 2 1.607 Pequenas Centrais Hidrelétricas 20 405 Hidrelétricas 12 1.928 TOTAL 68 7.552
Educação para o uso consciente da energia e inclusão social são os pilares do Projeto Comunidade Eficiente, que a Light desenvolve desde 2003. Na cidade do Rio de Janeiro, as comunidades Cantagalo, Santa Marta, Cidade de Deus, Babilônia, Batan, Complexo do Alemão, Morro dos Cabritos, Complexo do Borel, Chácara do Céu, Cosmos, complexos do Andaraí, Macacos, São Carlos, Santa Teresa e Rocinha estão entre as beneficiadas pela ação. “O Comunidade Eficiente é grande aliado da política de pacificação de comunidades no Rio, ao contribuir para a sustentabilidade do processo de formalização de clientes. Por outro lado, a iniciativa colabora no combate às perdas de energia e na melhoria dos indicadores de adimplência da companhia”, destaca o superintendente de Relações Institucionais da Light, Eduardo Camillo. Ao longo desses dez anos, foram executadas reformas em mais de nove mil instalações elétricas de residências com risco elétrico em comunidades. Cerca de 360 mil visitas educativas e mais de 1,2 mil eventos foram realizados no período. A Light promove ainda a troca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes e a substituição de geladeiras antigas por novas, com selo Procel. As geladeiras e lâmpadas obsoletas trocadas são descartadas seguindo as normas ambientais. Em dez anos, foram trocadas cerca de 1,5 milhão de lâmpadas e substituídas quase 54 mil geladeiras.
GTD | Potência | 53 Geração, Transmissão e Distribuição
Em fevereiro de 2013 a fabricante de papel Ibema passou a atuar no Mercado Livre de energia em razão da sua produção nas duas Pequenas Centrais Hidrelétricas: a PCH Cachoeira, com capacidade instalada de 2,92MW no Rio Cachoeira, e a PCH Boa Vista II, com capacidade instalada de 8MW no Rio Marrecas, ambos no Paraná. Para entrar nesse mercado, a empresa adequou a sua rede de transmissão para a conexão ao Sistema de Distribuição da Copel, Companhia Paranaense de Energia Elétrica. De fevereiro até maio, o total de geração de energia nas duas PCHs foi de pouco mais de 23,7 mil MWh e o consumido pela fábrica e pela Vila Ibema durante o mesmo período foi de 17,8 mil MWh. Desta maneira, sobraram 5,8 mil MWh, energia que a Ibema comercializou no Mercado Livre.
De olho no Brasil
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A italiana CESI, especialista mundial em consultoria e testes de sistemas de energia, anunciou a abertura de seu primeiro escritório na América Latina. O Rio de Janeiro será a base para a nova expansão na região.
Com mais de 50 anos de experiência em operações em áreas como transmissão e distribuição elétrica, energias renováveis e de armazenamento, geração de energia, testes, certificação e garantia de qualidade e engenharia & meio-ambiente, a CESI é uma das três maiores fornecedoras mundiais de células solares de alta eficiência em multi-junção avançada para aplicativos espaciais e terrestres. Segundo o presidente Matteo Codazzi, a abertura da sede das operações da empresa no Brasil representa outra importante etapa para o CESI.
Desempenho de Itaipu
Em um ano atípico, com cenários hidrológicos extremos, a usina de Itaipu conseguiu um feito: repetiu a façanha de 2012 e, pela segunda vez, ultrapassou a marca dos 50 milhões de megawatts-hora (MWh) em um semestre, de forma consecutiva. “Com segurança, vamos buscar no segundo semestre os outros 50 milhões de MWh para bater nosso novo recorde anual”, diz o diretor-geral brasileiro, Jorge Samek. Em 29 anos de operação, desempenho similar só foi registrado em 2012, quando obteve uma produção histórica anual de 98,2 milhões de
MWh. Recordista mundial de geração de energia, Itaipu tem como meta anual atingir os 100 milhões de MWh. Para o superintendente de Operação de Itaipu, Celso Torino, fechar o semestre com 50 milhões de MWh tem como uma das explicações a qualidade do desempenho operacional da Itaipu, que vem progredindo ano a ano desde o início de sua operação, em maio de 1984. “Questões como disponibilidade hidrológica do Rio Paraná, onde está instalada a usina de Itaipu, demanda por energia do Brasil e do Paraguai, alta disponibilidade dos equipamen-
Conservação de energia
A Eletrobras lançou o Relatório de Resultados do Procel relativo ao ano base de 2012. As ações executadas pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica no ano passado proporcionaram economia de energia elétrica de 9,097 bilhões de kWh. O programa do governo federal é executado pela Eletrobras desde 1985, sob a coordenação do Ministério de Minas e Energia. O resultado de 2012 equivale a cerca de 2,03% do consumo total de energia elétrica no Brasil no período. O montante de energia que não precisou ser gerada evitou a emissão de 624 mil toneladas de gases de efeito estufa na atmosfera. O aumento de mais de 36% na energia economizada em relação ao ano anterior pode ser creditado à melhoria na eficiência energética de equipamentos com Selo Procel, bem como ao aumento nas vendas desses equipamentos.
tos da hidrelétrica e qualidade técnica das equipes da empresa sempre foram e continuam sendo determinantes na conquista de grandes resultados”, avalia Torino.
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Autoprodução de energia
54 | Potência | economia finanças & investimentos
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A Mazak Sulamericana, subsidiária brasileira da japonesa Yamazaki Mazak, especializada na produção de máquinas-ferramenta e máquinas de corte a laser, inaugurou em Vinhedo (SP) seu novo Centro Tecnológico no Brasil. Segundo o general manager da Mazak Sulamericana, Martin Vay, a nova sede faz parte do processo de expan-
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Centro Tecnológico
são da empresa. “Em 2012, crescemos 15% em relação a 2011. As expectativas para 2013, com o novo CT, são aumentar o faturamento em cerca de 20%, ampliar o market share da companhia no País e ter maior visibilidade no mercado”. Os Centros Tecnológicos têm como objetivo ser provedores de soluções para clientes que utilizam as máquinas- ferramenta e de corte a laser da companhia. “Nosso foco é oferecer todo o suporte aos clientes na utilização de nossas máquinas, desde a pré-venda e treinamento, até complexas integrações e automações, para que possam extrair o máximo em produtividade dos equipamentos”, explica Martin Vay.
Segurança digital
A Gemalto inaugurou em junho uma fábrica com tecnologia de ponta em Pinhais (PR), voltada a produtos de tecnologia de segurança digital, incluindo cartões com chip no padrão EMV e cartões SIM (SIM cards). A unidade estabelece um novo parâmetro para as práticas de produção sustentável e aumenta a capacidade de produção, atendendo à crescente demanda do mercado por produtos de tecnologia de segurança digital. “A inauguração da fábrica faz parte do plano de diversificação e expansão permanente da Gemalto para promover a capacidade produtiva do País, atender às crescentes oportunidades de mercado e preservar o ecossistema circundante e meio ambiente global”, afirma José Luiz Pellegrini, diretor de Operações da Gemalto Brasil, que completa: “Além da contratação de mão de obra e do fomento da economia local, que beneficia toda a região, a fábrica estabelece Pinhais e o Paraná como um centro de tecnologia, o que, certamente, atrairá outras empresas, centros de ensino e instalações de treinamento”.
Negócios internacionais Doze empresas brasileiras fabricantes de luminárias e associadas ao Programa Setorial Lux Export, parceria entre a Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação) e a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), se reuniram com importadores, distribuidores e atacadistas vindos da República Dominicana, Panamá, Peru, Costa Rica, Namíbia, Tanzânia e Quênia para participar de mais um Projeto Comprador do setor. A edição, que foi realizada no âmbito do Projeto da Copa das Con-
federações da FIFA através da Apex- Brasil, aconteceu nos dias 24 e 25 de junho na sede da CNI, em São Paulo (SP). Um showroom com montagem e instalação especial das peças possibilitou que as indústrias apresentassem as luminárias em pleno funcionamento aos potenciais compradores. O resultado foi a realização de 71 encontros de negócios que devem gerar nos próximos meses exportações da ordem de US$ 1,260 milhão, segundo estimativas indicadas pelas empresas participantes do evento.
A Siemens recebeu pedidos no valor de 1 bilhão de euros para os projetos de infraestrutura para os megaeventos esportivos agendados para o Brasil. Os projetos envolvem estádios, abastecimento de água, fornecimento de energia, proteção, segurança, saúde e transporte. Ao Estádio Nacional Mané Garrincha, por exemplo, a empresa está for-
necendo sistemas de proteção, segurança e construção. Em Manaus, uma das cidades-sede da Copa do Mundo 2014, a Siemens e suas parceiras estão construindo a usina termelétrica de ciclo combinado Mauá 3, com capacidade instalada de 580MW e que substituirá um grande número de geradores a diesel.
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58 | Potência | agenda Julho/Agosto 2013
MEC Show 2013 – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação Data/Local: 23 a 26/07 – Serra – ES Informações: (27) 3434-0600 / www.mecshow.com.br
FaiMinas 2013 – Feira Internacional de Automação Industrial Data/Local: 31/07 a 02/08 – Belo Horizonte – MG
Eventos
Informações: (31) 3592-5428 / www.faiminas.com.br
Construsul 2013 – Feira Internacional da Construção Data/Local: 31/07 a 03/08 – Novo Hamburgo – RS Informações: (51) 3225-0011 / www.feiraconstrusul.com.br
14º Encontro de Energia – Matriz Segura e Competitiva Data/Local: 05 e 06/08 – São Paulo – SP Informações: (11) 3549-4499 / www.fiesp.com.br
Construir Rio 2013 – Feira Internacional da Construção Data/Local: 14 a 17/08 – Rio de Janeiro – RJ Informações: (21) 3035-3100 / www.feiraconstruir.com.br/rio
Greenbuilding Brasil – Conferência Internacional & Expo Data/Local: 27 a 29/08 – São Paulo – SP Informações: (11) 3060-5000 / www.expogbcbrasil.org.br
Projeto de Instalações Elétricas de Baixa Tensão Data/Local: 22 a 24/07 – São Paulo – SP Informações: (11) 5031-1326 / www.barreto.eng.br
Geradores Elétricos Data/Local: 22 a 24/07 – Uberlândia – MG
Cursos
Informações: (34) 3210-9088 / www.tllv.com.br
Energia Solar Fotovoltaica Data/Local: 24 e 25/07 – Salvador – BA Informações: (21) 3872-0355 / www.ambienteenergia.com.br
Automação de Sistemas Elétricos Data/Local: 29/07 a 01/08 – Itajubá – MG Informações: (35) 3629-3500 / www.fupai.com.br
Proteção de Sistemas Elétricos de Potência Data/Local: 12 a 14/08 – Uberlândia – MG Informações: (34) 3210-9088 / www.conprove.com.br
Floodlight e Illumination II Data/Local: 20/08 – Vinhedo – SP Informações: (19) 3856-9680 / www.schreder.com.br