agosto’2013
Potência entra em seu décimo ano mantendo a seriedade, inovação e respeito com leitores e parceiros.
Especial de Aniversário
E l é t r i ca , E l e t rô n i ca , i l u m i na ç ã o e ene r g i a
ANO 10 N º 94
ANO 10 – Nº 94 • Potência
Ano
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sumário
• Capa: Márcio Nami
12 26
Outras seções 04 › Ponto de vista
12 Especial
Revista Potência entra no décimo ano com o compromisso de levar informação de qualidade ao mercado eletroeletrônico.
08 › ao leitor 08 › cartas 74 › espaço abreme 78 › vitrine
26 Matéria de Capa
81 › link direto 84 › agenda
No aniversário da Revista Potência, um balanço dos últimos dez anos do mercado eletroeletrônico no Brasil.
34
› 34
36
Fios e cabos elétricos
Segurança e eficiência marcam evolução.
› 36 Iluminação
LEDs avançam no mercado.
› 44 GTD
Planejamento ainda faz falta.
62
› 50 Smart grid
Aplicação em larga escala está próxima.
› 54 energia alternativa Geração eólica se consolida.
› 58 Comércio 50
Lojistas se profissionalizam.
44
62 mercado
Busca por mais segurança nas instalações elétricas pode ajudar setor de plugues e tomadas industriais a crescer.
66 caderno ex
Últimos dez anos do setor de áreas classificadas foram marcados por evolução normativa e maior conscientização por parte dos usuários.
58
54
66 potência
3
E X P E D I E N T E
ponto de vista
Que venham mais dez anos...
Diretores: Habib S. Bridi (in memorian) Elisabeth Lopes Bridi ano
X
•
nº
94
•
Agosto|2013
Publicação mensal da Grau 10 Jornalismo e Comunicações Ltda, com circulação nacional, dirigida a indústrias, compradores corporativos, distribuidores, varejistas, home centers, construtoras, arquitetos, engenharia e instaladores que atuam nos segmentos elétrico, eletrônico e de iluminação; geradoras, transmissoras e distribuidoras de energia elétrica. Órgão oficial da Abreme - Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos.
Fazer aniversário é sempre uma benção.
tir... Essa é a contribuição a ser dada aos nos-
É a conclusão de mais um ciclo e as boas vin-
sos leitores da indústria, da distribuição, do
das para o que o futuro nos reserva. Potência
varejo, aos profissionais de instalação e aos
Redação redacaopotencia@grau10.com.br
entra, com esta edição, em seu décimo ano de
especificadores e decisores de compra em ge-
vida. E o tempo só trouxe benefícios. O ama-
ral. As páginas da Potência são dedicadas aos
durecimento veio acompanhado da aprendiza-
que fazem o segmento eletroeletrônico. É para
Diretora de Redação: Beth Bridi Editor: Marcos Orsolon Repórter: Paulo Martins Fotos: Ricardo Brito Jornalista Responsável: Beth Bridi (MTB nº 17.775)
gem, mas nunca foi abandonada a busca pela
o “trade” que dedicamos nossos espaços, cada
inovação. Toda a equipe que atua na Potência
título e cada texto, nos colocando como um
trabalha com a mesma garra do lançamento,
verdadeiro elo entre quem produz, quem dis-
mas agora motivada para abrir as portas para
tribui e quem compra material elétrico e ele-
mais uma década.
trônico neste País.
Conselho Editorial potencia@grau10.com.br Beth Bridi, Francisco Simon, José Luiz Pantaléo, Mauro Delamano, Nellifer Obradovic, Paulo Roberto de Campos e Roberto Said Payaro. Publicidade publipotencia@grau10.com.br Diretor Comercial: Edvar Lopes Coord. de Atendimento: Cléia Teles Contato Publicitário: Silvana Ricardo e Christine Funke
Juntos, motivação e conhecimento darão
O desafio é grande. E ao comemorar esse
à Potência ainda mais segurança para levar
10º Ano a motivação é o sentimento que toma
aos leitores, a cada mês, temas que se per-
conta da nossa equipe. Temos o compromisso
Produção Visual e Gráfica layout@grau10.com.br
petuarão na história deste setor. Já foi assim
de aprimorar, crescer, revigorar e engrandecer
Chefe de Arte: Sérgio Ruiz Designer Gráfico: Márcio Nami
nesses primeiros anos. E será ainda mais forte
esta publicação, já tão elogiada e reconheci-
nos próximos.
da. Um agradecimento especial aos leitores
Atendimento ao Leitor leitorpotencia@grau10.com.br Coordenação: Paola Oliva
O levantamento realizado em nossos ar-
que nos tratam com tamanho carinho e aos
quivos, que publicamos como uma espécie
nossos anunciantes que acreditam na publi-
Administração administracao@grau10.com.br
de retrospectiva de uma década, mostra cla-
cação como meio para levar a sua mensagem
Gerente: Edina Silva Assistente: Bruna Franchi e Ana Claudia Canellas
ramente o que este período significou para o
a este mercado.
Impressão
setor. Os avanços desse segmento, as lutas a
Foi muito produtivo esses anos passados.
serem vencidas, os entraves, os progressos, o
Que agora venham mais dez, repletos de con-
desenvolvimento e os desafios a serem ultra-
quistas e sucesso para nós e todos os que fa-
passados. Nada é fácil, mesmo para um seg-
zem o futuro deste segmento.
mento pujante e de grande importância para a economia nacional. Mas as conquistas são visíveis e estão registradas em nossas páginas.
além da notícia. Quer agregar valor à leitura, ir além do fato, inferir, analisar, debater, discu-
Beth Bridi
diretora de redação
potencia@grau10.com.br
potência
Redação, Administração e Publicidade Sede Própria: Rua Afonso Braz, 579 - 11º andar Vila Nova Conceição - 04511-011 - São Paulo-SP PABX: (55) (11) 3896-7300 Fax redação: (55) (11) 3896-7303 Fax publicidade: (55) (11) 3896-7307 Site: www.grau10.com.br
Fechamento Editorial: 27/09/2013 Circulação: 10/10/2013
Potência sempre assumiu o desafio de ir
4
Prol Editora
Conceitos e opiniões emitidos por entrevistados e coFiliada ao laboradores não refletem, necessariamente, a opinião da revista e de seus editores. Potência não se responsabiliza pelo conteúdo dos anúncios, informes publicitários. Informações ou opiniões contidas no Espaço Circulação Abreme são de responsabilidade da Associação. Não e t i ra g e m publicamos matérias pagas. Todos os direitos são reauditadas servados. Proibida a reprodução total ou parcial das matérias sem a autorização escrita da Grau 10 Editora, assinada pela jornalista responsável. Registrada no INPI e matriculada de acordo com a Lei de Imprensa. ISSN 2177-1049
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ao leitor
cartas
anos de conquista
E
ste é um mês muito importante para a equipe que faz a Potência. Isso porque ele marca a entrada da
revista em seu décimo ano de vida. Por isso, optamos por montar uma edição especial. Uma edição que faz um balanço desse período, apontando vários dos acontecimentos que marcaram o setor eletroeletrônico desde 2004, e que foram noticiados em nossas páginas. Lidar com essa edição comemorativa também fez
com que olhássemos para trás e víssemos tudo o que foi feito, desde a primeira revista, que foi recebida com certo grau de desconfiança do mercado, até a última, no mês
Fonte de conhecimento Olá pessoal. Sou José Amaro de Santana, da Santana Eletricista & Encanador, e recebo a revista Potência desde o seu lançamento. Agora eu mudei e, se possível, gostaria muito de continuar recebendo a revista com minha assinatura cortesia no novo endereço, pois ela é uma das melhores maneiras de conhecer as novidades do mercado. Se isso não for possível pela distância ou qualquer outro motivo, quero aqui agradecer de coração por todos esses anos de conhecimento que vocês me proporcionaram. Muito sucesso a todos e fiquem com Deus, forte abraço. José Amaro de Santana | Santana
passado, quando o nome Potência já havia se tornado parte desse, que é um dos setores mais importantes da economia brasileira. Fico particularmente feliz com o trabalho que fizemos
ao longo destes anos, pois fica a certeza de que acertamos mais do que erramos. Nosso balanço, sem dúvida é positivo. Mais que isso, conseguimos atingir o objetivo de
parabéns
praticada até então. Com uma linha editorial que grada-
todos os portes e segmentos, e que se propõe a manter
“Acabo de saber durante a Feicon Nordeste que a revista Potência, que me acompanha há tempo, vai completar 10 anos. Não hesitei em deixar essas poucas palavras escritas, dirigidas aos responsáveis por tão bela publicação. Só constrói sua história quem tem força para ultrapassar seus desafios. Parabéns, de coração, por essa excelente revista. Que Deus os abençoe sempre e os ilumine para que todo mês possamos ser contemplados com suas matérias, fotos, capas e artigos de tão elevada qualidade”
as páginas abertas para reportagens e discussões que
José Eleutério M. Soares | M. S. Santos Com. Matl. Elétrico |
e colaboradores. Hoje, tenho a certeza de que a Revista Potência se
consolidou como um importante veículo de comunicação desse mercado. Um veículo que dá voz às empresas de
colaborem para o crescimento do setor como um todo. Agora, o desafio é outro. Os objetivos para os próximos dez anos passam por manter a revista moderna e atualizada, trabalhando com os mesmos valores e compromissos, e procurando se reinventar a cada edição, mas sem perder a essência que nos trouxe até aqui. Essência motivada pelo desafio de fazer melhor. E nós gostamos de desafios. Boa leitura hoje, amanhã e nos próximos dez anos! Marcos Orsolon, editor
potência
Redação Responde: José, nosso departamento de atendimento ao leitor já providenciou a atualização dos seus dados em nosso cadastro. Assim, já a partir da próxima edição você passará a receber a revista Potência no novo endereço. Grato pelo contato e pelas palavras de incentivo, sempre tão importantes em nosso dia a dia.
abordar o mercado de uma maneira diferente da que era tivamente foi entendida e assimilada por nossos leitores
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Eletricista & Encanador | Recife | PE
Jaboatão dos Guararapes | PE
Fale com a Revista Potência F ALE DIRETO COM A DIRETORA DE REDAÇÃO editoria@grau10.com.br PARA ENVIAR RELEASES E INFORMAÇÕES EDITORIAIS redacaopotencia@grau10.com.br PARA ENVIAR OPINIÕES/CRÍTICAS E SUGESTÕES potencia@grau10.com.br PARA RECEBER A REVISTA OU ALTERAR CADASTRO leitorpotencia@grau10.com.br PARA ANUNCIAR publipotencia@grau10.com.br
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potência
9
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ESPECIAL
Potência: 2004-2013
Divulgando desde as novas tendências tecnológicas até as últimas mudanças na legislação, Potência tornouse um importante instrumento de informação para a indústria, o comércio e a área de serviços no mundo elétrico e eletrônico.
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potência
D
e 2004, data de publicação da primeira edição, até este momento, quando chegou ao número 94, a revista Potência tem se destacado por algumas características que acabaram se tornando sua marca registrada. Textos bem elaborados, linguagem acessível a todo tipo de público e matérias atuais e abrangentes, pautadas pela imparcialidade, sempre marcaram o tom da linha editorial que conquistou o respeito e a admiração dos leitores. Logo no número 1 a revista daria mostras da contribuição que proporcionaria ao mercado ao analisar o novo modelo do setor elétrico. Esse segmento, a propósito, sempre esteve bem representado nas páginas da Potência, que dedicou espaço tanto para novas fontes de energia, como eólica e solar, como para as fontes tradicionais, como hídrica e nuclear. As oportunidades decorrentes do crescimento dos mercados sucroalcooleiro e petrolífero, o advento dos veículos elétricos e os sempre preocupantes acidentes com eletricidade também mereceram destaque nas páginas da revista. No comércio, temas como fusões e aquisições, venda direta, gestão de estoque e Substituição Tributária foram esmiuçados no momento oportuno de forma a manter o distribuidor de material elétrico atualizado às novas tendências e obrigações. Já a indústria, que volta e meia se via no interior de um furacão de novidades, sempre pode contar com a segurança e a qualidade das informações levantadas pela revista. Ao longo das 94 edições, Potência abordou temas como pirataria, nanotecnologia, certificação de produtos, atmosferas explosivas, logística reversa, qualificação profissional, redes subterrâneas, responsabilidade social, sustentabilidade, concorrência chinesa, desindustrialização e até o efeito das redes sociais. Também merece destaque a cobertura e a participação da publicação nos mais diversos eventos, como seminários, congressos, workshops e feiras nacionais e internacionais. Enfim, foram anos de muito trabalho, mas muito mais ainda virá pela frente. E o leitor pode ter certeza de que sempre poderá contar com o empenho e a perícia da equipe da revista Potência para acompanhar o que de mais importante acontecer ou estiver previsto dentro daquela que é uma das mais dinâmicas e importantes áreas da economia brasileira e mundial: o setor eletroeletrônico. potência
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ESPECIAL
Potência: 2004-2013
Edição 1 Governo Lula regulamenta novo modelo do setor elétrico no Brasil. Setor elétrico se mantém dividido em relação à adoção da NBR 14136.
Edição 4
Edição 3
Edição 2 Empresas do setor eletroeletrônico sofrem com aumento da pirataria. Abreme faz pesquisa que dimensiona tamanho do setor de material elétrico de baixa tensão. Agentes do setor tentam alavancar certificação voluntária das instalações elétricas.
Fabricantes de disjuntores residenciais travam briga na justiça.
Multinacionais investem para transformar Brasil em base exportadora.
Edição 6
Edição 5
Setor de iluminação discute o descarte correto de lâmpadas com mercúrio. Mercado brasileiro tenta viabilizar a tecnologia de transmissão de dados via rede elétrica.
Política industrial completa um ano com poucos resultados positivos.
Edição 7
Edição 8
Empresas investem em pesquisa e desenvolvimento na área de nanotecnologia.
Crise política coloca empresas do setor eletroeletrônico em alerta.
Edição 10
Edição 9 Baixa qualificação dos profissionais preocupa empresas do setor. Goldman Sachs compra operações de cabos da Pirelli e dá origem à marca Prysmian. 14
potência
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Fabricantes de condutores elétricos sofrem com o aumento no número de roubos de cobre. Primeira edição do Prêmio Abreme Fornecedores movimenta o setor.
ESPECIAL
Potência: 2004-2013
Edição 13 Edição 12 Abilux finaliza pesquisa que traça perfil do setor de iluminação no Brasil.
Indústria e comércio discutem a venda direta de produtos no País. LEDs avançam no mercado de iluminação.
Edição 14 Mercado de crédito de carbono abre oportunidades no setor de energia alternativa.
Edição 15
Edição 16
Empresas do setor eletroeletrônico ainda engatinham no comércio eletrônico.
Produtos de baixa qualidade são vendidos com o Selo do Inmetro.
Edição 19 Edição 17
Setor discute como irá se adaptar à nova edição da NR-10. Investimento em energia nuclear gera debates no Brasil.
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Distribuidores investem na implantação de lojas in company.
Edição 21 20
Lei aprovada pela Prefeitura de São Paulo abre boas perspectivas para as redes subterrâneas.
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Edição 23 Em busca de mais eficiência, lojistas investem na gestão de estoque.
Edição 25
Edição 24 Distribuidores ampliam vendas com a inclusão de itens de MRO em seu portfólio. 16
potência
Diretiva RoHS leva fabricantes a reduzirem o uso de substâncias nocivas à saúde e ao meio ambiente. Humberto Barbato assume presidência da Abinee.
Edição 27 Edição 26
Especialistas falam em eficiência energética para evitar risco de apagão.
Construção da usina de Angra 3 divide opiniões no setor.
Edição 28
Edição 30
Edição 29
Mercado sucroalcooleiro gera oportunidades para empresas do setor eletroeletrônico.
Chineses conquistam espaço no mercado eletroeletrônico nacional.
Qualidade dos reatores para lâmpadas preocupava agentes do setor de iluminação. Plástico ganha força em diversos segmentos, como o de quadros de distribuição.
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Edição 32 Edição 33
Setor de áreas classificadas demonstra maturidade e evolução.
Processo normativo avança no Brasil.
Edição 35 São Paulo adota sistema de Substituição Tributária de ICMS que inclui produtos elétricos.
Edição 36 Governo Lula apresenta nova política industrial.
Edição 34 Edição 37 Número insuficiente de laboratórios acreditados pelo Inmetro atrapalha processos de avaliação e certificação em algumas áreas.
Edição 38 Cresce o número de empresas eletroeletrônicas que investem na área social. Cobei chega aos 100 anos.
Falta de mão de obra qualificada preocupa empresas do setor. Abinee apresenta proposta de política industrial ao governo federal.
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ESPECIAL
Potência: 2004-2013
Edição 41 Crise econômica mundial chega ao Brasil.
Edição 39 Edição 40
PAC começa a repercutir no setor eletroeletrônico.
Retrofit impulsiona negócios.
Edição 42 Smart Grid promete revolucionar mercado de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.
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Edição 45 Governo sinaliza apoio à energia eólica.
Edição 44
Edição 46
Empresas e associações formam grupo para combater a pirataria no setor eletroeletrônico. Fusões e aquisições movimentam mercado eletroeletrônico no Brasil.
Gestão de resíduos sólidos aponta responsabilidades e gera oportunidades.
Edição 47 Indústria de componentes elétricos e eletrônicos vive momento delicado. Crise econômica perde força e empresas do setor começam a retomar projetos.
Edição 48 Abinee apresenta o estudo “A indústria elétrica e eletrônica em 2020 – Uma estratégia de desenvolvimento”.
Edição 49 Players do setor defendem a criação de um modelo brasileiro de Smart Grid. 18
potência
Edição 50 Ficap passa a fazer parte do Grupo Nexans.
Edição 51 Empresas do setor começam a enxergar as redes sociais como ferramenta para divulgar suas marcas.
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ESPECIAL
Potência: 2004-2013
Edição 52 Ferramentas de rastreabilidade geram segurança e oportunidades às empresas do setor.
Edição 53 Smart Grid evolui no Brasil.
Edição 56
Edição 54 Edição 55
Mercado de LED cresce e já movimenta US$ 100 milhões por ano.
Energia eólica inicia ciclo de consolidação no Brasil.
Energia solar fotovoltaica dá os primeiros passos no País. Novo padrão de plugues e tomadas muda perfil do mercado.
Edição 57 Descobertas na camada do pré-sal geram oportunidades de negócios para empresas do setor.
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Edição 59 Empresas investem na qualificação de funcionários.
Edição 60 Perda de competitividade faz empresas alertarem sobre riscos de desindustrialização no País.
Edição 62
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Avanço das construções sustentáveis gera demanda no setor.
Edição 64 Copa do Mundo e Olimpíadas abrem perspectiva de negócios para o setor eletroeletrônico.
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potência
Edição 65 Tem início o governo Dilma
Edição 66 68
Carga tributária prejudica competitividade das empresas eletroeletrônicas.
Edição 67 Investimentos em inovação ainda são baixos no setor.
Edição 69
Edição 70
Deficiências na infraestrutura tiram a competitividade das empresas, mas geram demandas em diversas áreas.
Mercado de eficientização energética das instalações elétricas tem grande campo para crescimento.
Edição 73 Abinee envia ao governo federal documento com propostas para o desenvolvimento da indústria de componentes. Fiesp encabeça luta pela redução da tarifa de energia elétrica.
Edição 71 Setor eletroeletrônico discute a logística reversa e os impactos da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Revista Potência tem reportagem premiada no V Prêmio Abracopel de Jornalismo com a matéria “Perigo Mortal”, publicada em maio de 2010.
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Edição 76
Edição 74
Empresas esperam regulamentação para que Smart Grid avance mais no País.
Pirataria ainda causa prejuízo às empresas do setor.
Edição 78
Edição 77 Setor vive risco de desindustrialização por conta do Custo Brasil.
Chegada de grandes players muda perfil do setor de distribuição de materiais elétricos no Brasil.
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ESPECIAL
Potência: 2004-2013
Edição 80
Edição 81
Gestão de estoques traz mais competitividade para os lojistas de material elétrico.
Rio+20: setor eletroeletrônico se apresenta como indutor de processos mais sustentáveis.
82
Edição 83
Edição 84
Os avanços dos veículos elétricos no Brasil. Potência lança o caderno Atmosferas Explosivas, por meio de parceria com a ABPEx (Associação Brasileira para Prevenção de Explosões).
Para tentar baixar a tarifa de energia, governo edita a polêmica MP 579.
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Edição 87 Brasil precisa melhorar o planejamento no setor de energia elétrica.
Edição 85 Criada no Brasil a Associação KNX.
Edição 88
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90
Investimentos na Região Norte marcam retomada das grandes hidrelétricas no País.
Edição 91
Edição 92 Brasil ainda tem dificuldades para ampliar parque de redes subterrâneas de energia. 22
potência
Edição 93 Programa Inova Energia destina R$ 3 bilhões a empresas do setor.
Avança a certificação de pessoas nos segmentos de instalações elétricas e atmosferas explosivas.
Lima a t s i t p eira Ba v i l eiro. O m e i d r p a r o d i n o filho, f o rizi a a h c o R Marcel ntos da a s a r i e per
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matéria de capa
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potência
década 2004 a 2013 - indústria
Anos de luta Últimos dez anos da indústria eletroeletrônica foram marcados por dificuldades e crescimento no faturamento. Reportagem: Marcos Orsolon
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tim e
a correria do dia a dia, nem sempre nos damos conta de como as coisas evoluem ao nosso redor. E, no caso de uma revista, nem sempre temos a noção exata do tamanho, ou da importância, das pequenas mudanças que noticiamos. Mas quando paramos para olhar para trás, aí sim temos a oportunidade de enxergar tudo o que aconteceu. E essa é a proposta dessa reportagem. No mês em que a Revista Potência entra em seu décimo ano de vida, optamos por parar e analisar o que publicamos desde 2004. E é com alegria que notamos - e registramos em nossas páginas - que o setor eletroeletrônico passou por altos e baixos nesse período, mas não deixou de caminhar. Nunca se acomodou frente a crises financeiras mundiais ou a problemas regionais. O setor reivindica, mas também arregaça as mangas e trabalha. E é um pouco disso que mostraremos nas páginas a seguir. A começar pela indústria. No ano de lançamento da revista, em 2004, o balanço feito pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) não poderia ter sido melhor, com crescimento robusto. Descontada a inflação, o avanço foi de 11% sobre 2003 – crescimento nominal de 24% -, com o faturamento atingindo a marca de US$ 27,9 bilhões, ou R$ 81,6 bilhões. Um aspecto importante nesse ano é que o bom momento da economia brasileira aumentou a confiança dos empresários do setor, que incrementaram os investimentos no País e abriram uma perspectiva de mais crescimento aç str Ilu
r :D ão
potência
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matéria de capa
década 2004 a 2013 - indústria
para 2005. A projeção era de aumento de 18%, mas, em reais, o avanço em 2005 foi da ordem de 14%. Aliás, desde 2004 a indústria eletroeletrônica tem registrado crescimento em praticamente todos os anos. A exceção ficou por conta de 2009, quando, sob o efeito da crise financeira mundial, houve leve recuo no faturamento. O resultado deste desempenho é que o setor encerrou 2012 com faturamento
de R$ 144,5 bilhões, montante quase 80% superior ao registrado em 2004. Quanto aos segmentos cobertos pela Abinee, sem dúvida o que mais chamou a atenção nesse período foi o de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (GTD). Apesar de não ser o setor industrial que mais fatura, ele foi o que mais cresceu nos últimos nove anos, com o faturamento, em reais, avançando impressionantes 174,26%.
No entanto, este bom desempenho não garante que o futuro da indústria de GTD instalada no País será tranquilo. Ao contrário, há uma grande inquietação com a concorrência estrangeira, especialmente das empresas chinesas. “Hoje, uma das maiores preocupações do setor está voltada para as questões das nossas indústrias de equipamentos para GTD, que vêm perdendo terreno para as empresas estrangeiras. Para falar sobre isso, estive reunido em Brasília com o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, para pleitear políticas visando fortalecer a competitividade da área de GTD”, comenta Humberto Barbato, presidente da Abinee. Outras indústrias que apresentaram bom desempenho nos últimos nove anos foram as de Equipamentos Industriais e de Informática, com aumento de 116,31% e 111,21%, respectivamente. O destaque negativo fica por conta da indústria de componentes elétricos e eletrônicos, que registrou aumento de apenas 12,16%. O número de empregados do setor também avançou nos últimos nove anos, saltando de 132,9 mil pessoas em 2004, para 183 mil em 2012.
Balança negativa: eterno problema
28
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der os países vizinhos. Outra multinacional que apostou no País na ocasião foi a ABB, que investiu cerca de R$ 19 milhões na expansão de sua fábrica de Blumenau (SC). Os produtos decorrentes da ampliação seriam destinados integralmente à exportação. Este movimento criou uma expectativa positiva por parte dos dirigentes da Abinee, Fotos: Dreamstime
O momento favorável de 2004 também levou algumas companhias a investir na ampliação da produção local, inclusive em novas fábricas, para aumentar sua participação no comércio exterior. O Brasil apresentava estabilidade econômica, política e grande potencial de crescimento, aspectos que aumentaram sua credibilidade frente os investidores. De outro lado, o comportamento do câmbio, com o real desvalorizado frente ao dólar – na casa de R$ 2,90 -, ajudou nesse processo, e algumas indústrias multinacionais optaram por transformar o Brasil em base exportadora para a América Latina. Foi o caso da Black & Decker, que importava quase toda a linha de produtos vendidas no País e, na época, mudou a estratégia e passou produzir mais no Brasil, transformando a operação local em base para aten-
que já acompanhavam com apreensão o comportamento da balança comercial do setor, cada vez mais deficitária, principalmente em função da dependência externa de componentes eletrônicos. Tanto, que a Abinee já se esforçava para incluir os componentes elétricos e eletrônicos na política industrial do País.
com exportações de US$ 7,7 bilhões, e importações da ordem de US$ 40,2 bilhões. E, em parte, um dos vilões que levaram a esta situação foi justamente o câmbio, com a forte valorização do real frente o dólar que favoreceu a entrada dos importados. O comportamento da balança comercial da área de GTD é emblemático para ilustrar o que ocorreu. Historicamente superavitário, este setor tem apresentado sucessivos déficits desde 2009, atingindo o recorde negativo de US$ 1,1 bilhão em 2011. E os dados dos seis primeiros meses de 2013 não são animadores. Segundo a Abinee, o déficit nessa área atingiu US$ 624 milhões, ou 72% acima do mesmo período do ano passado. “Estas importações não têm razão de existir, uma vez que o segmento de GTD, que possui tecnologia madura e produz com elevado valor agregado local, tem expertise suficiente para atender as demandas”, lamenta Barbato, que deGoverno precisa monstra grande preocupação com priorizar a o avanço dos chineses no País. indústria para o desenvolvimento “Temos observado vários do País. anúncios de investimentos de emhumberto barbato presas chinesas no setor elétrico Abinee brasileiro nos últimos anos. Segundo dados do Conselho Empresarial Brasil-China, o Investimento Estrangeiro Direto (IED) chinês no Brasil atingiu US$ 13,1 bilhões em 2010, vinte vezes superior ao valor acumulado nos dois anos anteriores”, revela o presidente da Abinee, afirmando que o crescimento da arrecadação de impostos essa é uma ‘briga’ desigual, uma vez que a por parte do governo, inibindo a entrada produção e os investimentos das empresas de produtos de procedência duvidosa”, cochinesas recebem elevados subsídios do gomenta Barbato. verno, sem contar o câmbio artificialmente Os efeitos da Lei do Bem só não foram desvalorizado adotado pelo País. maiores porque o País já sofria com problePara Barbato, a situação só não é mais mas estruturais que comprometiam a comgrave porque o Brasil conta com um grande petitividade da indústria nacional, como os número de empresas fabricantes de equipagargalos da infraestrutura logística, a alta mentos elétricos. “E boa parte delas com carga tributária, elevada taxa de juros, buvasta experiência internacional, tendo parrocracia e corrupção. Problemas, aliás, que ticipado dos maiores projetos hidroelétricos persistem até hoje e geram o chamado do mundo, como Três Gargantas, na China, Custo Brasil. e Itaipu e Tucuruí, no Brasil. Tal experiência A notícia ruim é que ao longo dos anos propiciou a implantação de centros de coma situação da balança comercial do setor se petência de empresas transnacionais e naagravou, batendo recordes negativos. Em cionais, oferecendo a técnicos e fabricantes 2012, o déficit ficou em US$ 32,5 bilhões, Foto: Ricardo Brito/Grau 10
A preocupação com este déficit levou a Abinee a lançar, em 2002, o estudo “Política para o Desenvolvimento do Complexo Eletroeletrônico Brasileiro”, que propunha ações para amenizar o problema. Como lembra Humberto Barbato, presidente da Abinee, na época o setor sofria tanto com as importações legais, quanto com a entrada indiscriminada de produtos ilegais. “Isso foi foco da ação firme da Abinee, que culminou com a edição da Lei do Bem, de 2004, que contribuiu para a redução dos preços dos produtos legalmente produzidos no Brasil, o aumento das vendas e, por consequência,
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Balança comercial do setor eletroeletrônico
Ilustração: Dreamstime
década 2004 a 2013 - indústria
(bilhões)
2004 Importações: US$ 12,667 Exportações: US$ 5,344 Saldo: - US$ 7,323
2012 Importações: US$ 40,222 Exportações: US$ 7,719 Saldo: - US$ 32,503
2013 (jan - jul) Importações: US$ 25,2 Exportações: US$ 4,10 Saldo: - US$ 21,11
Fonte: Abinee
matéria de capa
o constante conhecimento de projetos de todo o mundo”, explica o executivo. Para Barbato, o avanço chinês nesta e em outras áreas da nossa economia merece especial atenção. Ele sugere ainda que, no caso dos grandes empreendimentos do setor elétrico, o governo deveria exigir que o fornecimento de equipamentos seja feito por fabricantes instalados no Brasil e que a nossa mão-de-obra seja utilizada prioritariamente. “O nosso governo tem que agir antes que seja tarde, estabelecendo regras rígidas nos leilões e concessões, e atuando nas causas que tornam os equipamentos fabricados no Brasil mais caros que em outros países, que não praticam comércio desleal”, completa. O novo patamar em que se encontra o câmbio - com o dólar sendo vendido a cerca de R$ 2,20 - também tende a ajudar a indústria nacional a recuperar um pouco da competitividade perdida nos últimos anos, inclusive favorecendo as exportações. E isso
Foto: Dreamstime
vale não apenas para a área de GTD. Para Humberto Barbato, apesar do momento ser de grande volatilidade, o patamar atual do câmbio possibilita que os produ-
tos fabricados no País fiquem mais competitivos diante dos importados. “Isto ocorre tanto no mercado interno, como também abre espaço para as nossas exportações”,
afirma o executivo, destacando que quanto maior a agregação de valor local, maior o benefício, como é o caso nas áreas de GTD e Equipamentos Industriais.
Setor reivindica e desenvolve propostas Com citamos anteriormente, a indústria eletroeletrônica tem em seu currículo uma gama vasta de reivindicações. No entanto, principalmente em função do trabalho da Abinee, ela não se limita a reclamar. Ela se organiza, desenvolve estudos e mantém o canal aberto com o governo para apresentar suas propostas, que muitas vezes são atendidas. Em 2007, por exemplo, numa parceria com o BNDES a Abinee apresentou ao governo federal o documento “Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior”, cujo objetivo principal era o de contribuir para a ampliação da eficiência e da competitividade das empresas instaladas no País. Já nessa época, o empresariado do setor demonstrava preocupação com um novo fantasma: o risco de desindustrialização no País. E, fruto dessa preocupação, surgiu a ideia de elaborar um trabalho mais completo, que visava não apenas o combate ao processo de desindustrialização, mas tam-
bém o fortalecimento da indústria eletroeletrônica brasileira. Assim nasceu, em 2009, o estudo “A Indústria Elétrica e Eletrônica em 2020 – Uma estratégia de desenvolvimento”, que contou com a participação de especialistas e representantes das empresas associadas da Abinee. “Este trabalho, que vigora até hoje, oferece propostas concretas para que o País tenha uma indústria mais independente sob o ponto de vista da tecnologia, que produza com maior valor agregado local e que tenha uma efetiva e competitiva participação no mercado internacional”, explica Barbato.
Indústria mantém canal de comunicação com o governo para reivindicar e apresentar propostas.
Em síntese, a meta do documento é obter intensa expansão da produção eletroeletrônica para que, seguindo a tendência dos países desenvolvidos, o setor amplie sua participação no PIB nacional em 2020. Desafio difícil de ser superado. “Apesar de algumas ações adotadas, o fato é que a indústria de transformação como um todo tem vivido um quadro delicado nos dias de hoje. É lamentável que, em 2012, a participação da indústria brasileira no PIB tenha atingido somente 13,25%, nível inferior à época de Juscelino Kubitschek, quando representava 13,75% do PIB total”, lamenta Barbato. O presidente da Abinee alerta que estes números mostram que os diversos alertas não são meros choros de empresários. “A alegação de que isto ocorre por ineficiência das indústrias instaladas no País esconde o real motivo para esta perda de competitividade e empurra para debaixo do tapete os problemas que devem ser enfrentados”, dispara Barbato, obserpotência
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década 2004 a 2013 - indústria
vando que, apesar das dificuldades, há alguns sinais positivos por parte do governo. “Ainda que tardiamente, o governo da presidente Dilma Rousseff tem dado mostras de que está sensibilizado com a situação, e tem procurado colocar a indústria novamente como prioridade para o desenvolvimento
do País. Algumas medidas vieram, porém, ainda há muito a se fazer, como, por exemplo, conter o desanimador inchaço da máquina pública, que termina por inviabilizar investimentos, principalmente em infraestrutura, que é a causa maior da nossa perda de competitividade”, completa.
País precisa voltar a produzir componentes setor eletroeletrônico nacional. Em 2012, por exemplo, as importações de componentes elétricos e eletrônicos chegaram a US$ 22,31 bilhões, ou 55,5% do total do setor. De outro lado, as exportações dessa área somaram US$ 3,66 bilhões, fazendo com que o saldo negativo nesse segmento ficasse em US$ 18,65 bilhões. A situação incômoda mais uma vez fez com que a Abinee agisse. E, em 2011, a associação enviou ao governo federal o documento “Propostas da Abinee para o desenvolvimento da indústria de componentes no Brasil”, que foi elaborado pela LCA Consultores. O objetivo do estudo era mostrar ao governo a importância estratégia que essa área pode ter para a indústria brasileira, desde que houvesse estímulo para a produção local, inclusive com a atração de grandes grupos mundiais para o País. Os resultados deste trabalho ainda são
(bilhões)
2004 R$ 81,6 • US$ 27,9 2005 R$ 92,8 • US$ 38,1 2006 R$ 104,1 • US$ 47,8 2007 R$ 111,7 • US$ 57,3 2008 R$ 123,1 • US$ 67,0 2009 R$ 118,8 • US$ 56,1 2010 R$ 124,4 • US$ 70,7 2011 R$ 138,1 • US$ 82,5 2012 R$ 144,5 • US$ 73,9
tímidos, mas já há sinais de pequena evolução, com algumas iniciativas isoladas pipocando pelo País. A expectativa do empresariado é que o movimento ganhe corpo e que, nos próximos dez anos, tenhamos no Brasil uma indústria de componentes mais forte e expressiva. Fotos: Dreamstime
Um ponto chave que poderia ajudar o setor eletroeletrônico nacional a ganhar mais competitividade seria o fortalecimento da indústria de componentes, principalmente os eletrônicos. Área que já foi bastante forte no Brasil, essa indústria começou a perder força na década de 90, quando alguns países asiáticos, motivados por vultosos incentivos governamentais, começaram a se consolidar como grandes fabricantes mundiais de componentes, fornecendo para praticamente todos os países, e não apenas o Brasil. O resultado deste fenômeno é que o Brasil praticamente deixou de ter produção local. O que existe hoje representa muito pouco diante da demanda da nossa indústria. E os números da Abinee mostram a gravidade do problema. Já há alguns anos, a área de componentes é responsável, sozinha, por mais da metade do déficit da balança comercial do
Faturamento da indústria eletroeletrônica
Fonte: Abinee
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década 2004 a 2013 - Fios e cabos elétricos
Inquieta e
criativa
Indústria de condutores elétricos destaca-se pela busca por produtos mais seguros e eficientes. Reportagem: Paulo Martins
A
indústria de fios e cabos é inquieta por natureza. Inquieta e criativa. Atento às tendências globais, o setor destaca-se pela capacidade de inovar, seja em busca de produtos mais seguros, seja para desenvolver tecnologias mais limpas e eficientes. É possível afirmar que esses objetivos entre outros -, foram atingidos ao longo dos últimos anos. Mas essa é uma jornada que ainda não acabou. Longe disso. Essa história continua sendo reescrita todos os dias, em base cada vez mais sólida. Basta uma rápida análise sobre alguns números para comprovar o progresso da área. Tomando como base o ano de 2007, o setor de fios e cabos e semimanufaturados 34
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de cobre e suas ligas faturou R$ 7,5 bilhões. Em 2012, esse montante dobrou de tamanho, chegando a expressivos R$ 15,7 bilhões. O número de empregados nas empresas também registrou acréscimo substancial, partindo de 18.521, há seis anos, para 26.310, no ano passado. Houve evolução ainda em relação à capacidade instalada dessa indústria. A marca de 755 mil toneladas, registrada em 2007, subiu para 1,5 milhão de toneladas, em 2012. Nos últimos dez anos, vários acontecimentos importantes contribuíram para moldar a atual configuração desse setor, mas alguns, em especial, chamaram mais atenção. É o caso do boom da construção civil. O grande número de lançamentos de edifícios
residenciais e comerciais privados gerou um expressivo volume de vendas de fios e cabos prediais, em especial a partir de meados dos anos 2000. Isso sem falar nos programas habitacionais como “Minha Casa, Minha Vida”, do governo federal, e da CDHU, em São Paulo, que ajudaram a movimentar fortemente o mercado, assim como as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e os investimentos para a realização da Copa do Mundo no País. As novas demandas da sociedade também agitaram a rotina do setor. A procura por produtos específicos para aplicação em redes subterrâneas de energia e na automação dos chamados edifícios inteligentes é cada vez maior.
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As redes inteligentes de energia (Smart Grids) começaram a sair do papel e ainda prometem exigir muito da capacidade dessa indústria. “O setor de fios e cabos está preocupado com isso e já estuda produtos para atender melhor a essa evolução”, garante Eduardo Daniel, gerente de Tecnologia do Sindicel (Sindicato da Indústria de Condutores Elétricos, Trefilação e Laminação de Metais Não Ferrosos do Estado de São Paulo). Outro fator que contribuiu para alavancar significativamente o mercado foram as novas descobertas na área petrolífera. Entre outras linhas de produtos beneficiados, vale destacar as novas oportunidades que surgiram para os fabricantes de cabos umbilicais - solução essa utilizada para a interconexão
das plataformas marítimas ou navios-plataforma com equipamentos instalados nos poços de petróleo, no fundo do mar. Também foi nesse período de dez anos que pela primeira vez na história o Brasil registrou a presença dos três grandes players mundiais da área de cabos elétricos: Prysmian, Nexans e General Cable. Um fato a ser comemorado, sem dúvida, pois é um indicador do grau de relevância e maturidade do mercado interno no contexto internacional. “Nunca os três estiveram simultaneamente no Brasil antes”, destaca Eduardo Daniel. Ainda em relação ao comportamento do setor, outro fenômeno relevante foi a maior divisão do mercado. Fabricantes nacionais,
que há alguns anos desempenhavam um papel discreto, conquistaram o acesso a novas tecnologias e hoje participam mais ativamente dessa disputa, inclusive rivalizando com os grandes em determinados nichos. Com isso, todo o segmento evoluiu. “Houve um nivelamento por cima”, avalia o porta-voz do Sindicel. Claro que também há problemas no setor que continuam pendentes. É o caso dos roubos de matéria-prima e também de produtos acabados, que provocam grande prejuízo para a indústria. “Esse é um ponto crítico, pois faz os custos de todos os processos aumentarem. O problema preocupa bastante, e, na medida do possível, o mercado tem feito ações preventivas”, comenta Daniel. potência
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década 2004 a 2013 - Fios e cabos elétricos
Tecnologias limpas e mais baratas Foto: Ricardo Brito/Grau 10
A normalização é outro aspecto que evoluiu bastante. Hoje, praticamente todos os produtos seguem alguma norma. O destaque nesse campo fica para uma resolução do Mercosul que obrigou os itens de baixa tensão a buscar a certificação compulsória nos países membros. “Isso significou para o setor de fios e cabos Setor registrou sair de três normas compulsórias forte evolução para onze, que permanecem até tecnológica hoje”, explica Daniel. nos produtos e processos. Em relação aos processos proEduardo daniel dutivos, também merece registro a sindicel curva de aprendizado apresentada pelas fábricas. O porta-voz do Sindicel lembra que há alguns anos o setor sofria com a limitação de fornecedores de vergalhões de cobre e de alumínio, pois esUm reforço para garantir a qualidade sas eram instalações fabris muito caras. Asveio no ano passado, com a determinação sim, quem detinha essa tecnologia tinha o de que essa linha precisa de certificação mercado na mão. compulsória. A medida deve passar a valer Com a evolução dos processos produainda neste ano. tivos os equipamentos ficaram mais acessíOutra corrente surgida no setor envolveis e mais empresas passaram a trabalhar ve a adoção de componentes que atendam a matéria-prima. “No Brasil, vinte anos atrás, aos requisitos do meio ambiente. A Pryspraticamente só uma empresa fornecia vermian, por exemplo, criou um cabo que, galhão de cobre. As alternativas eram produem vez de polímeros derivados do petrótos com qualidade não muito boa, fabricaleo, emprega o chamado polietileno verde dos a partir de sucata e sem controle. Hoje, (ou plástico verde), um material renovável boa parte dos fabricantes produz o próprio desenvolvido a partir da cana-de-açúcar. vergalhão de cobre. Isso fez cair bastante o Muitas empresas promovem a avaliacusto de fabricação e, aliado à tecnologia de ção de todo o ciclo de vida dos produtos, processos mais eficiente, mudou bastante o começando na extração da matéria-prima, perfil do setor”, comenta Daniel. passando pelos processos de transformaMais recentemente surgiram novas tecção e chegando até a dissolução final do nologias que contribuem para aperfeiçoar artigo acabado. cada vez mais os processos produtivos no setor. Com a automatização crescente é possível obter produtos melhores, a custos mais baixos. “Equipamento para monitorar a fabricação de cabos é coisa que há cinco anos pareceria filme de ficção. Hoje existem equipamentos que detectam problemas internos na aplicação da isolação dos Ano 2007 2012 cabos. É possível garantir a uniformidade Faturamento R$ 7,5 bilhões R$ 15,7 bilhões das espessuras com uma exatidão incrível, Nº empregados 18.521 26.310 coisa que há alguns anos não se pensava”, Capacidade instalada 755 mil toneladas 1,5 milhão de toneladas exemplifica Daniel.
Em relação ao desenvolvimento tecnológico do setor, algumas tendências se consolidaram, enquanto outras novas surgiram. De maneira geral, considera-se que o produto brasileiro está alinhado com o que de melhor há no mundo - até porque muitos fabricantes possuem atuação global. Uma das tecnologias mais difundidas nos últimos anos foi a de combate à propagação do fogo. Tudo bem que os chamados ‘cabos com propriedades especiais de autoextinção de chamas’ surgiram ainda na década de 90, mas foi nos anos 2000 que eles ‘pegaram’ de vez. “Antes esses condutores eram considerados especiais. Hoje, para instalações fixas, a norma técnica só cita esse tipo de cabo, não existe outra possibilidade”, comprova Eduardo Daniel. Como a meta principal é a segurança, essa família de cabos precisa passar por ensaios específicos para garantir que atendem à legislação. Mas o mercado evoluiu a tal ponto que até mesmo alguns cabos que não têm a obrigação de atender a esses requisitos já possuem o recurso de autoextinção de chamas. A partir desse ponto, uma evolução natural do mercado ocorreu no sentido de desenvolver produtos com baixa emissão de fumaça e de gases tóxicos - foi aí que entraram em cena os cabos não halogenados. Se no início pouquíssimos fabricantes detinham essa tecnologia no Brasil, hoje esse cabo é quase uma commodity, sendo produzido por várias empresas.
Evolução da indústria de fios e cabos e semimanufaturados de cobre e suas ligas
Fonte: Sindicel
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década 2004 a 2013 - iluminaçÃO
Período de
novidades Setor de iluminação passa por mudanças profundas com a saída de cena das lâmpadas incandescentes e avanço do LED. Reportagem: Paulo Martins
U
m setor dinâmico, em constante evolução. Assim pode ser resumido o perfil da área de iluminação. Na última década, vários acontecimentos importantes contribuíram para modificar essa indústria, que conserva o poder de se reinventar a cada dia. Na opinião dos especialistas, um fator preponderante nesse processo é o advento da eficientização energética. “A iluminação tem uma série de propriedades que permitem que ela proporcione mais saúde, segurança e felicidade e contribua para melhorar o padrão de vida do homem. Além desses aspectos, ganhou muita força nos últimos anos um extraordinário componente, que é a conservação de energia”, comenta Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, presidente da Abilux (Associação Brasileira da Indústria de Iluminação).
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Em se tratando de otimizar o consumo de eletricidade, a grande cartada do setor consistiu na substituição das tecnologias consideradas ultrapassadas por outras mais modernas. A derrocada da lâmpada incandescente é um fato marcante nesse processo. Utilizada há mais de 130 anos, e considerada ineficiente, ela sofreu um duro golpe com a publicação da Portaria Interministerial Nº 1.007, de 31 de dezembro de 2010. O documento definiu níveis mínimos de eficiência energética que as incandescentes precisam atender. Os produtos que não
Ele concorda que as incandescentes são de baixa eficiência, mas lembra que essa tecnologia tem outras características positivas, como o baixo custo. Além disso, prossegue o executivo, os componentes (basicamente vidro e alumínio) são recicláveis e essa lâmpada sempre alimentou um grande mercado de reposição, até mesmo devido à menor vida útil que tem. Convidada a opinar sobre o assunto, a Philips informou que apoia a adoção de produtos mais eficientes, que reduzam o consumo de energia e minimizem o impacto sobre o meio ambiente. “A empresa já
EMPRESAS INVESTEM EM TECNOLOGIA PARA DESENVOLVER PRODUTOS E SOLUÇÕES QUE ECONOMIZEM ENERGIA ELÉTRICA E OFEREçam BOA ILUMINAÇÃO. disponibiliza alternativas que proporcionam essa redução de energia, como lâmpadas halógenas, fluorescentes compactas e LEDs”, comenta Lamaro Parreira, diretor de Marketing e Produto da Philips para a América Latina. Celso Santos, diretor Comercial da Sylvania, tem a mesma opinião. “A incandescente gasta mais eletricidade para produzir a mesma quantidade de luz que a fluorescente. A segunda chega a ser cinco vezes mais eficiente que a primeira, dependendo da potência”, compara o executivo. Falando nas lâmpadas fluorescentes compactas, se até meados dos anos 2000 elas ainda eram relativamente caras para
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Foto: Dreamstime
atingirem os novos índices serão retirados do mercado gradativamente, até 2016. Na prática, alguns modelos já saíram de circulação e a fabricação nacional acabou. No passado, o Brasil chegou a produzir mais de 400 milhões de lâmpadas incandescentes por ano (algumas estatísticas falam até em 500 milhões). Hoje o consumo ainda é significativo: algo entre 250 milhões e 300 milhões de unidades/ano - todas importadas. Ao que tudo indica, as incandescentes tendem mesmo a desaparecer, mas não sem deixar saudades. “As pessoas se acostumaram com o tipo de iluminação proporcionado por essa lâmpada, mais gostosa, quente e aconchegante”, destaca Uchôa Fagundes.
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década 2004 a 2013 - iluminaçÃO
o bolso do brasileiro, hoje elas estão bem mais acessíveis e consolidaram sua posição no mercado nacional. Por ano, são vendidas cerca de 200 milhões de unidades. Mas a maior evolução do setor nos últimos anos certamente ocorreu no universo do LED. “Essa fonte de luz está revolucionando os sistemas de iluminação, assim como as luzes incandescentes fizeram com a sociedade no início do século vinte”, resume Parreira. É preciso reconhecer: essa tecnologia segue batendo recordes de eficiência. No mercado já se fala na obtenção de 170 lúmens por Watt, enquanto uma incandescente de 60W possui eficiência luminosa de aproximadamente 15 lúmens por Watt. O baixo consumo energético é outra característica do ‘Light Emitting Diode’. Estima-se que os LEDs proporcionam economia de até 85%, em comparação às lâmpadas incandescentes comuns. E mais: o LED permite maior flexibilidade de controle (tonalidades, fluxo, etc) e de quebra não polui o meio ambiente, pois não possui elementos nocivos em sua composição. A maior durabilidade tam-
Fotos: Dr
eamstime
organização Setor discute modelo de logística reversa.
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bém precisa ser destacada. Uma lâmpada de LED pode funcionar entre 15 e 25 anos. Já a incandescente dura em média um ano. Por conta disso tudo, o LED atingiu novos patamares A indústria de nos últimos dez anos. “Em 2004, luminárias é muito forte no esses produtos ocupavam um esBrasil e assim paço quase inexistente no mercontinuará. cado, sendo direcionados para Carlos eduardo uchôa fagundes utilizações bem específicas. A abilux aplicação, que antes era muito mais focada no canal profissional, está cada vez mais presente no canal residencial”, atesta Celso Santos. Segundo a Abilux, por ano já são vendidas 500 mil lâmpadas de LED no Brasil. A Philips trabalha com a estimativa de que esse mercado representará 45% da área de iluminação em 2015, uma vez que a los diferentes. É nisso que vamos investir taxa anual de crescimento tem sido supecada vez mais”, revela Santos. rior a 30%. Indo além, é preciso citar ainda a nova A Sylvania informa que está trabalhanonda de evolução que surgirá a partir do do fortemente na expansão do mix de propleno desenvolvimento do OLED (Organic dutos nessa área. “Estamos dobrando o núLED). Em vez de pontos de luz, como o LED, mero de lâmpadas, passando de dez para essa tecnologia apresenta-se no formato de mais de vinte tipos. Crescemos mais ainda lâminas (telas) finas e flexíveis capazes de em luminárias. Tínhamos cerca de cinco e produzir luz difusa e potente. É aguardar hoje temos entre trinta e quarenta modepara ver o resultado.
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
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Logística reversa no centro das discussões Ao contrário do LED, as lâmpadas fluorescentes apresentam elementos nocivos à saúde e ao meio ambiente, como o mercúrio. Por conta disso, a última década foi amplamente marcada pela discussão da implantação da Logística Reversa, um instrumento da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A ideia é fazer com que o produto, ao final de sua vida útil, seja encaminhado para reciclagem ou destinação final adequada ou seja, que não vá parar em lixões comuns. O processo envolverá fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores, constituindo o que se chama de responsabilidade compartilhada. Os detalhes do funcionamento desse sistema estão sendo discutidos pelos di-
versos segmentos envolvidos. Entretanto, algumas ações já estão sendo colocadas em prática. A Philips, por exemplo, criou o Programa Ciclo Sustentável, uma iniciativa inédita no mercado brasileiro que envolve a reciclagem de produtos eletroeletrônicos e eletrodomésticos que levam a marca da empresa, incluindo lâmpadas, aparelhos de áudio e vídeo e eletroportáteis, entre outros, e que antes não possuíam destino apropriado. Todo produto recolhido é encaminhado a um local ambientalmente adequado, onde cada componente presente é devidamente tratado. “Dessa forma, os produtos completarão seu ciclo de vida de maneira sustentável, minimizando os impactos no meio ambiente”, garante Lamaro Parreira.
Foto: Dreamstime
os leds estão revolucionando os sistemas de iluminação, assim como as incandescentes fizeram no século XX.
Ainda no campo da tecnologia, outro fato importante ocorrido nos últimos anos no setor de iluminação foi o advento do reator eletrônico para lâmpada fluorescente, que proporciona maior segurança e economia de energia do que os equipamentos eletromagnéticos. Também é válido citar a evolução do design nacional, que atingiu um status de primeira linha. “O Brasil tem excelente design
e manufatura de qualidade. Nossas empresas são muito criativas. A indústria de luminárias é muito forte e assim continuará”, orgulha-se Uchôa Fagundes. Segundo dados da Abilux, as luminárias representam 61% do faturamento anual do setor, contra 28% das lâmpadas e 11% dos reatores. Estima-se que o consumo de luminárias/ano no Brasil gire em torno de 35 milhões de unidades.
Uma prova da qualidade do produto brasileiro é a boa aceitação das luminárias no mercado externo. Inclusive, nos últimos anos o Lux Export, programa de promoção de exportações criado pela Abilux ganhou novo fôlego e vem apresentando bons resultados. “O mercado mundial é muito grande, está em crescimento e sempre há muitas possibilidades”, vislumbra o presidente da Abilux.
Vendas em alta, emprego em baixa Foto: Divulgação
Do ponto de vista econômico, o balanço da indústria de iluminação nos últimos anos também é positivo. A Abilux informa que as vendas do setor no Brasil deverão evoluir de R$ 2,8 bilhões, em 2004, para R$ 4 bilhões em 2013, ou seja, um crescimento de 4,2% ao ano. Em 2004 o mercado brasileiro de iluminação concentraRápido avanço da tecnologia va 604 empresas. Hoje são 670. exige mudança O maior número de empresas de postura dos deve-se em parte à atratividade profissionais desse segmento, que recebeu do setor. inclusive players que tinham Lamaro parreira philips tradição em outras áreas. É o
caso de pelo menos três companhias que adicionaram lâmpadas ao seu mix de produtos: Lorenzetti (tradicional fabricante de
Números do setor de iluminação As vendas do setor de iluminação no Brasil deverão evoluir de R$ 2,8 bilhões para R$ 4 bilhões no período entre 2004 e 2013 (crescimento de 4,2% ao ano)
Nº DE EMPREGADOS 2004..........................................50.000 2011..........................................37.500 Fonte: Abilux
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década 2004 a 2013 - iluminaçÃO
Consumo anual de Lâmpadas no Brasil 2012-2013 Incandescentes Fluorescentes compactas Tubulares Halógenas LED
250 milhões/ano 200 milhões/ano 90 milhões/ano 20 milhões/ano 500 mil/ano
Estimativa do consumo de luminárias/ano no Brasil: 35 milhões de unidades Fonte: Abilux
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chuveiros), Alumbra (materiais elétricos) e Rayovac (pilhas e baterias). Entretanto, o número de trabalhadores nessa indústria vem diminuindo. Em 2004 o mercado brasileiro de iluminação empregava mais de 50 mil pessoas. Em 2011, a quantidade Uma das de pessoal empregado caiu tendências do para 37.500. setor é a busca Isso se deve basicamente por soluções cada vez mais ao fato de que o Brasil percompletas. deu muitas plantas produtoCelso Santos Sylvania ras de lâmpadas, que empregavam grandes contingentes de pessoas. Hoje produzimos apenas fluorescentes tubulares e alguma coisa na linha de lâmpadas de descarga. Sem dúvida, esse processo joga conexterior. Em 2004, os produtos piratas dotra o antigo sonho do setor, de ver o Braminavam 60% do mercado de lâmpadas e sil atuando como um polo mundial da 80% da área de luminárias. Em 2011 esses indústria de iluminação. “De certa forma índices haviam caído bastante, para 30% e conseguimos isso, porque foram desmon15%. De qualquer forma, ainda incomodam. tadas fábricas em países como Colômbia, O pior é que existe o risco desse moPeru, Argentina e Venezuela e concenvimento conseguir acompanhar as tentrada a produção no Brasil. Mas agora, de uma vez só, isso tudo mudou para a China”, reclama Uchôa Fagundes. Mas o executivo ainda acredita na possibilidade de que economia se criem condições para Produtos mais eficientes que o País volte a possuir ganham espaço um parque industrial de no mercado. lâmpadas. Como se não bastassem as dificuldades causadas pelos altos custos, o mercado brasileiro sofre ainda com a concorrência desleal de produtos de baixa qualidade e preço inferior vindos do 42
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dências tecnológicas. Assim, até mesmo o mercado de LED estaria sujeito a comportamentos inoportunos. “Atualmente não há um regulamento do governo sobre LED, o que abre a possibilidade para produtos de baixa qualidade”, confirma Lamaro Parreira, diretor da Philips. Para o executivo, o desenvolvimento de regulamentos e políticas públicas para promover o uso do LED no País poderia passar mais confiança para os consumidores sobre esses produtos, além de melhorar a qualidade e também gerar uma melhor competição entre os fabricantes e importadores. Dificuldades à parte, o setor de iluminação brasileiro tem se desdobrado para manter-se atualizado e competitivo frente às novas demandas do mercado nacional e internacional. Celso Santos, diretor Comercial da Sylvania, conta que uma tendência verificada no setor é a busca por soluções completas, em vez de apenas um ou outro item. “Oferecemos ao mercado a solução contendo lâmpada, luminária e reator”, explica. Parreira, da Philips, destaca que o rápido avanço da tecnologia dos produtos exige também uma mudança de postura dos profissionais do setor. “As empresas devem estar preparadas para trabalhar com parceiros de iluminação que estejam a par das últimas novidades e que sejam capazes de oferecer os produtos mais adequados, mais eficientes e com a melhor solução de custo-benefício”, alerta o executivo.
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Anos de transformação S
e 2004 ficou marcado para a Grau 10 Editora com o lançamento da Revista Potência, este ano também entrou para a história do setor energético nacional, sendo o início de uma nova fase de investimentos, evolução, ajustes e crescimento. Isso porque no dia 30 de julho o governo Lula promulgou um decreto que regulamentou o novo modelo do setor elétrico no País. De certa forma este decreto foi uma resposta do governo aos players do setor, que ainda se mostravam preocupados com o que havia ocorrido em 2001, quando o País sofreu com apagões e com o racionamento de energia. Na ocasião, já era sabido que para permitir que a economia brasileira crescesse seria preciso melhorar o potencial e as condições de geração, transmissão e distribuição de energia, inclusive para motivar os investidores privados a colocar dinheiro nesse mercado. 44
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Assim nasceu o chamado “Novo Modelo do Setor Elétrico”, cujo principal objetivo, mas não o único, era expandir o parque gerador de energia para evitar novos períodos de racionamento ou falta de eletricidade no País. Passados nove anos, é possível identificar avanços importantes decorrentes do modelo adotado, como a retomada do planejamento para a expansão do parque instalado; a adoção e consolidação do sistema de leilões para a comercialização de energia e execução de novas linhas de transmissão; a aproximação entre os setores estatal e privado, e a criação de regras para melhorar o funcionamento do Mercado Livre e do Regulado. Para Cláudio Sales, presidente do Instituto Acende Brasil, pode-se dizer hoje que o Brasil conta com um marco regulatório consolidado, com avanços importantes em relação ao passado. No entanto, ele adverte que isso não significa que devemos nos
acomodar. Ao contrário, o executivo afirma que nosso modelo requer aperfeiçoamentos constantes, que serão fundamentais para enfrentar os desafios dos próximos dez anos. Quanto aos avanços, Sales destaca que um dos principais foi a introdução do mecanismo de leilões. “Em síntese, posso descrever isso como a criação de um ambiente de competição para a oferta de energia e de linhas de transmissão associado a contratos de longo prazo. Este formato viabilizou, digamos, a ‘financiabilidade’ dos empreendimentos, o que fez com que houvesse um incremento importante da oferta de energia contratada. Esse foi um marco importante da mudança do modelo regulatório de então”, comenta o executivo, lembrando que ao longo dos anos este modelo tem sido aperfeiçoado. “Hoje, os leilões já são feitos de forma melhor que no início”, completa. Os números do setor confirmam o avanço. A capacidade instalada de geração elé-
Marco regulatório promulgado em 2004 deu uma nova cara ao setor elétrico brasileiro, mas, apesar dos avanços, ainda há muito a ser feito. Reportagem: Marcos orsolon
de fato tivesse condição de ser construída. Diferentemente do que era no passado, em que os proponentes competiam no leilão, ganhavam a concessão e apenas depois tentavam obter a licença. E muitas vezes não conseguiam essa licença, mostrando que o leilão não era realista. Então, o dispositivo de ter a usina leiloada já com a licença prévia foi um avanço importante”, afirma Cláudio Sales. No entanto, o presidente do Instituto Acende Brasil cobra melhorias no processo de licenciamento. “Nesse caso, continuamos com os mesmos desegurança Geralmente safios de sempre. É um processo acionadas para evitar ainda pouco eficiente e sujeito a riscos nos períodos de interferências de toda natureza. O seca, termelétricas têm processo de licenciamento ainda capacidade instalada de está longe de ser satisfatório”, 32.778MW. observa Sales, destacando que o próprio governo, que tem a responsabilidade de apresentar uma hidrelétrica com a licença prévia, enfrenta dificuldades.
Um aspecto importante do marco regulatório e que se transformou num avanço significativo foi a oferta de projetos nos leilões de concessões de geração de energia hidrelétrica já com a licença ambiental prévia emitida. “Isso foi um avanço porque fez com que uma concessão que fosse leiloada,
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trica, por exemplo, saltou de 96,29GW em 2006, para 120,97GW em 2012, o que representa um incremento de mais de 25%. A extensão das linhas de transmissão também foi significativa, passando de 86.229km em 2006, para 106.444km em 2012, um aumento de 23,44%.
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Outro ponto levantado por Sales é que na parte de transmissão não há essa exigência do governo submeter os projetos já com a licença prévia. Ou seja, o problema permanece. Há situações em que uma empresa ganha o leilão de transmissão, tenta obter a licença e, muitas vezes, isso
se arrasta por muito tempo, ameaçando os prazos para o cumprimento da obra. “Eu fiz recentemente um levantamento que indica que os prazos médios concedidos no leilão para a construção de linhas de transmissão era da ordem de 23 meses, em média. Só que os prazos médios consumidos
para a obtenção de licença prévia eram de 19 meses. Sobram quaro meses para a licença de instalação e para a construção. Quer dizer, o empreendedor não consegue cumprir o contrato”, lamenta o executivo, observando que a falta do licenciamento prévio gera uma grande insegurança aos investidores.
Revisão tarifária e avanços na distribuição Aneel revê as regras de estabelecimento da tarifa. Teoricamente ela faz um ajuste olhando para o futuro. Sales explica que o resultado dos dois últimos ciclos é que os dados objetivos de performance de distribuição melhoraram. “As empresas tiveram um ganho de produtividade e transmitiram isso ao consumidor”, afirma o executivo, citando o ganho obtido: “Há cerca de dez anos a atividade de distribuição era, em média, 36% da tarifa. Hoje, está em 24% da tarifa. Foi um ganho expressivo de produção”. Mas aí questionamos: Por que essa redução não foi percebida pelo consumidor? Cláudio Sales é enfático: “Porque este
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No que tange às empresas de distribuição, os últimos dez anos também foram marcados por mudanças importantes, inclusive no que se refere às tarifas de energia praticadas. No período, aconteceram dois ciclos de revisão tarifária, dois momentos em que a Aneel reviu a regra, a metodologia de estabelecimento da tarifa. Segundo Cláudio Sales, na prática aconteceu que ao longo desse período o serviço de distribuição de energia conseguiu ganhos significativos de produtividade, que foram transferidos para o consumidor na forma de modicidade tarifária. Os ciclos de revisão são momentos em que, em média a cada quatro anos, a
ganho de produtividade foi fortemente corroído, ou comido, pelo aumento de tributos e encargos, que foi extremamente grande nesse período. E aí, olhando para o futuro, na MP 579 o governo fez a redução de alguns encargos, mas deixou de lado a parte do Leão, que são os tributos que oneram a conta de luz de maneira perversa. E dou um dado que ilustra isso de maneira contundente. A participação do setor de energia elétrica representa 2% do PIB. Mas em PIS/Cofins ele representa 5,2%. Do ICMS o setor representa 8,4%. Esse é o retrato definitivo do lado perverso da tributação sobre a energia elétrica no País. O que assistimos ao longo desses
Programa Luz para Todos Uma ação importante do governo federal nos últimos dez anos foi o lançamento pelo Ministério de Minas e Energia, em 2003, do Programa Luz para Todos, que foi criado para acabar com a exclusão elétrica no Brasil. Em sua estrutura, o Luz para Todos é operacionalizado pela Eletrobrás e executado pelas concessionárias de energia elétrica e cooperativas de eletrificação rural em parceria com os governos estaduais. Inicialmente, o programa tinha como meta levar o acesso à energia elétrica, gratuitamente, para cerca de 10 milhões de pessoas do meio rural até o ano de 2008. No entanto, durante a sua execução novas famílias sem Ano
energia elétrica em casa foram localizadas e, em função do surgimento de um grande número de demandas, o Luz para Todos acabou atendendo um número maior de pessoas, além de ter sido prorrogado até 2014. Até o final de 2012, o programa realizou pouco mais de três milhões de ligações, atendendo 15,1 milhões de pessoas. Os investimentos passaram de R$ 20 bilhões, dos quais cerca de R$ 14,5 bilhões são provenientes do governo federal. Além disso, estima-se que as obras do Luz para Todos tenham gerado cerca de 439 mil novos postos de trabalho e utilizado 1 milhão de transformadores, mais de 7,3 milhões de postes e 1,4 milhão de km de cabos elétricos.
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Total
Número de ligações 69.999 378.046 590.013 397.877 441.427 357.970 419.204 247.862 120.131 3.022.529 350 1.890 2.950 1.989 2.207 1.790 2.096 1.239 601 15.113 População atendida (mil) Fonte: MME
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dez anos foi um aumento disso, o que é um contrassenso. A ponto de corroer os ganhos de produtividade que as empresas têm alcançado”. O presidente do Instituto Acende Brasil também demonstra preocupação com o que está acontecendo a partir do terceiro ciclo de revisão tarifária. Ele explica que as regras estabelecidas no terceiro ciclo impõem uma redução na capacidade de geração de caixa das empresas distribuidoras da ordem de 30%, em média. E isso combinado com desafios crescentes para investimentos voltados ao aumento da qualidade, diminuição de perdas, etc. “O problema no terceiro ciclo é que, na nossa visão, eles forçaram demais a mão no que diz respeito ao desafio imposto às empresas, que terão de fazer mais, só que com menos recursos. Esse é o dilema. E até o bom senso mostra que é difícil. Quer dizer, o setor já vinha apresentando ganhos de produtividade constantes, acumulativos numa média maior que 1% ao ano, que era 36% da tarifa e baixou para menos de 24%. O ganho de produtividade já avançou muito e foi proposto ainda mais. É um desafio de alto risco, mas é o que está acontecendo. E as empresas estão segurando investimentos, que é o que podem fazer. Tudo isso aumentando o risco”, pondera.
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Capacidade instalada de geração elétrica no Brasil (MW)
Fonte/Ano
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Usinas hidrelétricas
72.005 74.937 74.901 75.484 77.090 78.371 79.811
Usinas termelétricas 20.372 21.229 22.999 25.350 29.689 31.244 32.778 PCH CGH
1.566 1.820 2.490 2.953 3.428 3.870 4.248 107 112 154 173 185 216 235
Usinas nucleares
2.007 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007 2.007
Usinas eólicas
237 247 398 602 927 1.425 1.886
Solar Total
- - - - 1 1 8 96.294 100.352 102.949 106.569 113.327 117.135 120.973 Fonte: EPE
Planejamento ainda deixa a desejar
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receu a realização dos investimentos. O lado negativo fica por conta da qualidade deste planejamento. Na opinião da maioria dos especialistas do setor o planejamento precisa ser aprimorado para que os empreendedores se sintam mais seguros para investir. Para Cláudio Sales, o próprio Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) emitido anualmente pela EPE precisa ser melhorado, pois hoje, da forma Planejamento como ele é feito, acaba tendo pouainda precisa ca valia para o mercado. O probleser melhorado no setor de ma está nas distorções, visto que energia. há grande diferença entre as procláudio sales Instituto jeções realizadas ano após ano. Por acende brasil exemplo, se forem comparadas as Foto: Ricardo Brito/Grau 10
Um avanço importante do novo marco regulatório do setor foi o resgate do planejamento nessa área. E isso ficou evidente desde o seu lançamento, quando foi criada a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), braço do governo que passou a ser responsável pelo planejamento desse mercado, junto com o Operador Nacional do Sistema (ONS). Antes de 2004, essa era uma obrigação da Eletrobrás. Mas qual foi o resultado efetivo dessa mudança? Essa é uma resposta que pode ser dividida em duas partes. A primeira é positiva, pois, apesar das falhas, a EPE conseguiu trazer o tema planejamento à tona, o que favo-
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
projeções de expansão de oferta hidrelétrica para o ano de 2015 nos Planos Decenais publicados em 2007 e 2012, a diferença é enorme. No plano de 2007 a projeção era de 60%, enquanto que no de 2012 ela era de 33,5%. Sales observa ainda que planejar é mais que elaborar estes Planos Decenais. Por isso, é preciso aprimorar a atuação da EPE para que ela exerça um papel que não se resuma a tentar elaborar planos. “O que se espera da EPE é que ela lidere uma reflexão de como atender melhor as necessidades de energia do País, ajudando a criar um ambiente para que os agentes, sabendo
Geração de energia elétrica anual no Brasil
2005
402.938 GW
de transmissão do SIN
2006
419.337 GW
2006
86.229 km
2007
444.583 GW
2007
87.286 km
2008
463.120 GW
2008
91.928 km
2009
462.976 GW
2009
96.995 km
2010
515.799 GW
2010
100.179 km
2011
531.758 GW
2011
103.362 km
2012
552.498 GW
2012
106.444 km
Fonte: EPE
387.452 GW
Fonte: EPE
Extensão das linhas
2004
disso, possam propor as soluções mais eficientes”, pondera. Nessa forma de agir também se enquadram os leilões, mas eles precisariam ser aprimorados em relação ao que existe. “Hoje, eles contemplam exclusivamente a oferta de quantidade de garantia física de energia. Mas essa é uma visão daltônica do planejador, pois não contempla as outras cores importantes, que são a localização das usinas, a capacidade de modulação da oferta de energia e até a sua a despachabilidade”, destaca. Cláudio Sales também critica algumas ações recentes do governo, em especial a publicação da MP 579. “Nesses últimos dez anos, embora em ritmo menor do que poderia, o setor evoluiu. Mas é com tristeza que observamos um ponto de inflexão nessa curva, que foi apresentado pela MP 579, que foi produzida sem transparência, sem discussão prévia e que a pretexto de equacionar a questão da renovação das concessões introduziu uma série de distorções no ambiente regulatório do setor. O Brasil já está pagando um custo grande por isso. Não é por decreto que se baixa preço de energia. Isso é uma ameaça grande para a confiança no setor. Espero que nos próximos dez anos a Revista Potência possa noticiar uma evolução em relação a isso, sem aventuras no setor, como essa da MP 579”, completa.
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década 2004 a 2013 - smart grid
Redes inteligentes Smart Grid avança no Brasil e expectativa é que os próximos anos sejam marcados por evolução tecnológica e aplicação em larga escala. Reportagem: Marcos Orsolon
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e há uma área que tende a passar por uma verdadeira revolução nos próximos dez anos no Brasil, é a de distribuição de energia elétrica. Conhecido por certo grau de conservadorismo, este segmento tem visto várias empresas trabalharem, principalmente a partir de 2008, no desenvolvimento de projetos e tecnologias que fazem parte do chamado Smart Grid, ou redes inteligentes. Conceito relativamente novo no mundo, o Smart Grid abre uma perspectiva completamente diferente às concessionárias de energia elétrica, inclusive no que tange ao seu modelo de negócios e gestão de rede.
Entre outros avanços, as redes inteligentes permitem um maior controle sobre o parque instalado, facilitando o monitoramento de falhas e o combate às fraudes, a busca pela eficiência energética, a implantação das vendas pré-pagas de eletricidade, o estabelecimento de tarifas diferenciadas ao longo do dia e até mesmo a geração e armazenamento de energia dentro das próprias residências. Mas como este conceito tem se desenvolvido no Brasil? Ao contrário do que muita gente pensa, nesse caso o Brasil não está muito atrás dos principais países do mundo. E a história mostra isso. Em 2004, quando a Revista Potência foi lançada, o termo Smart Grid ainda não existia. Naquela época, já havia um movimento em mercados mais avançados, como o americano e os de alguns países europeus, em torno de um número grande de novas tecnologias que começavam a surgir, principalmente nas áreas de medição e de telecomunicações, que estavam convergindo para uma nova plataforma de operação dos negócios na área de distribuição de energia. Apenas entre os anos de 2005 e 2006 é que o termo Smart Grid passou a ser usado por alguns especialistas. E, grosso modo, ele surgiu para dar nome a esta cesta de tecnologias que não para de crescer, com soluções capazes de aprimorar e modernizar os serviços de eletricidade prestados pelas concessionárias de energia de todo o mundo. No Brasil, a discussão mais aberta em torno das redes inteligentes ocorreu por volta de 2007, embora alguns especialistas já viessem acompanhando a novidade. E ela ganhou corpo a partir de 2008, com a realização da primeira edição do Fórum Latino-Americano de Smart Grid, realizado em São Paulo. A iniciativa tinha como objetivo avaliar como as novas tecnologias de energia poderiam trazer benefícios à sociedade brasileira e latino-americana, inclusive através da troca sistemática de informações com especialistas de todo o mundo. Graças ao evento, que em 2013 chega à sua sexta edição, o Brasil pode acompanhar
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a evolução ocorrida do Smart Grid no mundo quase que simultaneamente. “As coisas estavam começando a acontecer no mundo, essa consciência de que um elenco grande de tecnologias iria transformar fundamentalmente as plataformas operativas e os modelos de negócios das empresas”, comenta Cyro Vicente Boccuzzi, presidente do Fórum e CEO da empresa ECOee, acrescentando que, através do fórum, foi possível inserir os profissionais e as empresas brasileiras nas discussões. Analisando os primeiros passos do Smart Grid no Brasil, Boccuzzi lembra que o início teve um perfil quase que didático. “No primeiro evento a gente tinha que convidar as pessoas para a discussão, mas precisava explicar durante 20 minutos o que era essa nova tecnologia e esse novo modelo de negócios, baseado nessas plataformas. Foi uma etapa difícil, pois era um termo absolutamente desconhecido”, relembra o executivo. O lado positivo, segundo Boccuzzi, é que o evento começou a gerar conhecimento e alguma discussão sobre o tema. “Houve um despertar de interesse. Trouxemos algumas pessoas que estavam liderando estes movimentos no exterior, gente dos Estados Unidos e da Europa, e isso ganhou uma massa e um interesse importante”, completa. A partir daí, a evolução apenas não foi
maior porque a realidade do País O setor elétrico era outra. Ou melhor, as prioridamundial está des eram outras. “O Brasil estava num momento investindo em coisas mais fundacrucial de transformação. mentais. Na época havia um esCyro boccuzzi forço grande na universalização ECOEE de acesso à energia, com um programa que foi muito bem sucedido em termos mundiais, e o País estava muito focado em grandes empreendimentos de geração e linhas de transmissão. Estas ações estavam consumindo um volume grande de recursos e não sobrava espaço para se discutir a modernização”, comenta Cyro Boccuzzi. De qualquer modo, o fato é que as discussões foram avançando ao longo dos anos deste ano dará enfoque à transformação que e o termo Smart Grid passou a fazer parte já está acontecendo, pois muitas empresas do dia a dia das distribuidoras de energia, estão usando essas tecnologias para espeinclusive com o desenvolvimento de projecificação normal. tos-piloto em várias cidades do País. “Então, o Brasil começou quase que Este avanço foi percebido nas próprias junto com o resto do mundo. Ele teve alguedições do Fórum Latino-Americano de ma inércia por conta dos grandes prograSmart Grid. Há dois anos, por exemplo, enmas do governo no setor, que são meritótrou em pauta a discussão: crescer ou morios e eram prioritários, mas agora chegou dernizar? Porque o Brasil seguia aumeno momento de pensar na modernização tando o parque instalado, mas precisava do sistema. E é nesse momento que estatambém focar na modernização e na conmos, porque o setor elétrico mundial está fiabilidade do sistema. No ano passado, a num momento crucial de transformação”, necessidade de financiamento e da articulaafirma Boccuzzi. ção governamental foi debatida. E a edição Foto: Ricardo Brito/Grau 10
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Plano Inova Energia representa avanço Para que as redes inteligentes sigam em evolução no País, há consenso entre os especialistas que é preciso haver mais apoio governamental. A percepção é que o Smart Grid tem de entrar no radar de planejamento de longo prazo do governo. E isso começou a acontecer de forma mais clara em abril desse ano, com o lançamento do Plano de Apoio à Inovação Tecnológica no Setor Elé-
trico, ou Plano Inova Energia, que abre uma nova perspectiva. Em linhas gerais, este é um amplo plano de investimentos em inovação do governo federal que prevê a articulação de diferentes ministérios e grande aporte de recursos para estimular o desenvolvimento da inovação no País. A princípio, estão previstos R$ 3 bilhões para o programa, disponibilizados
Smart grid tem de entrar no radar de planejamento de longo prazo do governo. e isso começou a acontecer de forma mais clara com o lançamento do plano inova energia.
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por Aneel, Finep e BNDES. Mas onde o Smart Grid se encaixa nessa iniciativa? Ocorre que o Inova Energia foi estruturado em torno de três áreas temáticas, selecionadas a partir de uma análise criteriosa que considerou, sob o ponto de vista tecnológico, olhando para o futuro, onde há oportunidades para a inserção da pesquisa, desenvolvimento e inovação. E uma das áreas escolhidas foi justamente o Smart Grid. Máximo Pompermayer, superintendente da Aneel, declarou no lançamento do plano que as redes elétricas inteligentes abrem caminho para vários avanços, inclusive na interação com a área de fontes renováveis, e nos avanços em eficiência energética e nos veículos elétricos.
As redes elétricas inteligentes abrem espaço para vários avanços no País. Máximo Pompermayer - Aneel
de maior do sistema nos próximos anos. Por isso, as empresas de energia que não transformarem suas operações tendem a enfrentar problemas. “A própria modificação nas tarifas, que ocorreu agora por conta da renovação das concessões, é um impulsionador disso, pois as empresas terão de atuar com um nível de exigência muito alto, mas com custos muito mais baixos, compatíveis com os requisitos exigidos. Ou seja, as empresas não têm outra saída a não ser modernizar suas plataformas”, comenta Boccuzzi, afirmando que muitas dessas plataformas já estão disponíveis no mercado nacional. Outro ponto positivo do Inova Energia, é que o plano estimula a aproximação entre o setor privado e o meio acadêmico. “O plano tem uma formatação que permite a
INTELIGÊNCIA EM COMPONENTES PROFISSIONAIS
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O executivo da Aneel também citou que há oportunidades relevantes na parte de equipamentos para Smart Grid, com os investimentos abrindo espaço para a estruturação de uma indústria capaz de produzir localmente, e não apenas importar as soluções necessárias. Cyro Boccuzzi comemora a iniciativa. “Na Europa houve apoio governamental, com verbas, para a evolução das tecnologias que interessavam, como a geração distribuída, as tarifas mais sofisticadas e as regulamentações. Nos Estados Unidos também houve uma implantação maciça de projetos para aumentar a confiabilidade. Agora, no Brasil, estamos nesse momento em que isso foi assumido como um programa de governo, com um esforço integrado, articulado, onde o Smart Grid entra no radar de planejamento do País no longo prazo”, observa Boccuzzi. Boccuzzi lembra ainda que a própria sociedade vai demandar uma confiabilida-
formação de parcerias. Ninguém consegue desenvolver e dar grandes saltos tecnológicos trabalhando sozinho. Por isso, acho que este formato foi muito feliz, pois o desenvolvimento tecnológico pode caminhar a passos mais largos se houver uma colaboração integrada”, comenta Boccuzzi.
PC ELETRIC Áustria
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década 2004 a 2013 - energia alternativa
Vento a favor Em dez anos a geração eólica nasce, cresce e se desenvolve no Brasil. Modalidade é a segunda que mais avança na matriz energética do País. Reportagem: Marcos Orsolon
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esde que a revista Potência foi lançada, em 2004, temos ouvido reclamações de vários setores do mercado eletroeletrônico. E, entre elas, talvez a mais recorrente seja a de falta de apoio do governo (em todas as suas esferas) para facilitar o desenvolvimento dos negócios. Apoio que pode vir de várias maneiras, como o estabelecimento de um patamar mínimo de nacionalização em investimentos estatais e na área de petróleo, desenvolvimento de programas de isenções de impostos, oferta de linhas de crédito a taxas mais acessíveis ou mesmo de subsídios para impulsionar o desenvolvimento de uma determinada área. Nesse contexto, temos casos de sucesso que reforçam a percepção de que mais apoio oficial pode resultar em mais desenvolvimento tanto do setor, quanto do próprio País. E um desses casos, talvez até o 54
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mais robusto, é o que se refere à energia eólica, cujo embrião surgiu há nove anos com a regulamentação do Proinfa - Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica. Tendo o Ministério de Minas e Energia (MME) à frente, o Proinfa foi instituído para ajudar a diversificar a matriz elétrica nacional, com a inserção de empreendimentos de geração a partir das fontes eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH). A intenção era aumentar a segurança no abastecimento de energia através das chamadas fontes alternativas, evitando novos racionamentos, como o que ocorreu em 2001. Mas havia um problema: a energia gerada pelas fontes alternativas tinha custo bem mais alto que a gerada pelas tradicionais hidrelétricas. Aí entrou o apoio governamental através de um programa de subsídios, que foi o Proinfa. E, principalmente
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mundial de investimentos em eólica já era no caso das eólicas, o resultado não poderia outro, com avanços importantes em países ter sido melhor. como Alemanha e Estados Unidos. “Dos 3.300MW/h previstos no prograOs avanços tecnológicos acompanhama, a eólica vendeu cerca de 1.400MW. E ram estes investimentos e, num período um fator que chamou a atenção na ocasião curto de tempo, a tecnologia eólica evoluiu foi o preço. Se aplicarmos o IPCA e trazer a bastante. As torres que tinham 50 metros de valores de hoje, seria comparar o valor da altura passaram a ter 100. Os aerogeradores eólica a R$ 320,00 o MW/h, em contrasque eram máquinas de 600, 900kW, passate com a hidrelétrica em torno R$ 70,00 o ram a ter opções com mais de 3MW. “SigMW/h. Então, não havia outra forma de innifica que o ganho de tecnologia aumentou serção dessas fontes no Brasil a não ser por muito a produtividade e contribuiu para a meio de um programa de subsídio como o redução do custo de produção da energia Proinfa”, relata Élbia Melo, presidente exeeólica no mundo. Este ganho tecnológico, cutiva da Associação Brasileira de Energia somado às características de vento do BraEólica (ABEEólica). sil, tornou o custo de produção de energia Mais que o montante contratado, esta eólica no País também bem mais baixo”, ação foi fundamental para a eólica porobserva Élbia. que começou a geCom a querar conhecimento no da nos preços, em País. “O Brasil não tiProinfa foi 2009 os empreennha nenhum conhefundamental para os dedores de eólica no cimento dessa fonte, Brasil apresentaram nem sobre o potenprimeiros investimentos para o governo uma cial do País para a proposta para que o em energia eólica produção de energia governo federal reaeólica. Nesse contexno brasil. lizasse um leilão de to, o Proinfa foi de energia eólica com o muita relevância porobjetivo de contratar que com a contrataessa fonte, mas agora sem a necessidade de ção desses 1.400MW/h tivemos os primeiros subsídio, apenas por meio de leilões cominvestimentos em parque eólico no País - o petitivos. Isso porque o custo de produção primeiro deles foi inaugurado em 2006. E, já tinha caído. Foi assim que o Brasil iniciou a partir daí, pudemos gerar o conhecimento a sua segunda fase de energia eólica, que de como produzir energia a partir de fonte é a fase competitiva (a primeira fase foi a eólica. E aprendemos bastante com as caracdo Proinfa). terísticas do vento brasileiro”, lembra Élbia, Atendendo a reivindicação dos empreque acrescenta: “Na época só tínhamos um sários, em dezembro de 2009 o governo refabricante de equipamentos no Brasil e esalizou o primeiro leilão competitivo, quantava chegando um segundo. A expectativa do foram contratados 1,8GW de energia do Proinfa era de trazer a indústria, trazer eólica. O preço foi de R$ 180,00 o MW/h, tecnologia para o País, o que não ocorreu ou seja, já com forte redução. Com o renaquele momento, mas nos trouxe bastante sultado, o governo percebeu que a eólica know-how e algum interesse por parte dos tinha boas chances de entrar na matriz investidores”. energética em outro contexto. Assim, em O último parque inaugurado em torno 2010 foram realizados mais dois leilões, do Proinfa ocorreu em 2011 e o resultado com contratação de 2GW e preço da ordo programa foi a geração de uma base imdem de R$ 140,00. Em 2011, foram mais portante para a tomada de decisões relativas três leilões, com a contratação de energia ao futuro dessa matriz no País. E um fato reeólica a cerca de R$ 100,00 o MW/h. Com levante é que, naquele momento, o contexto potência
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década 2004 a 2013 - energia alternativa
drelétricas, que estão em cerca de R$ 90,00 o MW/h.“De 2009 para cá foram contratados cerca de 8,7GW/h de eólica no pro-
cesso de leilões competitivos, num patamar de R$ 100,00 a R$110,00”, comemora a presidente da ABEEólica. Foto: Dreamstime
isso, a eólica passou a ocupar a posição de segunda fonte de energia mais barata do País, perdendo apenas para as grandes hi-
Evolução da capacidade instalada de geração eólica no Brasil (MW) Ano
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2020 237 247 398 602 927 1.403 1.981 5.208* 20.000** *Estimativa EPE **Estimativa ABEEólica - Fontes: EPE e ABEEólica
Fabricantes investem em produção no Brasil O volume de energia eólica contratada e a perspectiva de mais projetos nos próximos anos deram início a outro processo no País, que foi a vinda dos fabricantes de equipamentos. “Desde 2010 os investidores internacionais, principalmente por conta da crise europeia, trouxeram investimentos para o Brasil. O País passou a ser muito atrativo em termos de investimentos e, hoje, estamos com nove fábricas de equipamentos no País, o que faz com que os leilões se tornem ainda mais competitivos”, comenta Élbia Melo, que completa: “Hoje, a eólica é a fonte que mais cresce no Brasil e a segunda fonte mais competitiva. Além disso, estamos desenvolvendo uma cadeia produtiva madu-
ra, que tem investimentos em fabricação de equipamentos e perspectivas de aportes em pesquisa e desenvolvimento. Ou seja, é uma fonte que apresenta um cenário virtuoso de investimento para os próximos anos, tendo em vista que é uma energia limpa, renovável e que o Brasil tem um potencial de produção imenso, que chega a 300GW”. Toda essa movimentação se reflete na capacidade instalada para geração. Segundo a ABEEólica, hoje essa capacidade está na faixa de 2.788MW. A projeção da associação é que deverão entrar em operação até o final de 2017 cerca de 10,4GW, confirmando o futuro promissor dessa fonte no País. No cenário projetado para 2020, a situ-
ação é ainda melhor. “Vislumbramos para 2020 algo em torno de 20GW instalados, com a eólica representando 12% de participação na matriz. É uma estimativa com base no que tem acontecido nos últimos três anos”, comenta Élbia. De acordo com Élbia, hoje a indústria trabalha com a meta de 2GW por ano. “Se vendermos este montante por ano, teremos o suficiente para sustentar as fábricas que vieram para o Brasil. No leilão de agosto desse ano vendemos 1,5GW. Então, a própria contratação nos leilões está de acordo com as metas da indústria”, destaca a executiva, afirmando que, hoje, os principais fabricantes de aerogeradores do mundo já estão no Brasil.
Solar fotovoltaica ainda engatinha no País O percurso percorrido pelos empreendedores que militam no setor eólico tem servido de inspiração para os agentes que atuam na área de geração fotovoltaica no País. Na verdade, a esperança desse pessoal é que o governo adote medidas de estímulo a esta fonte, dando um empurrão para que ela se consolide. 56
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Hoje, a geração solar fotovoltaica é incipiente no País. Apesar do Brasil contar com um alto índice de radiação solar, em 2012 os sistemas fotovoltaicos conectados à rede elétrica chegaram a modestos 3,5MWp. Para 2013 a expectativa é atingir cerca de 30MWp. O cenário mundial, puxado por
países como Alemanha e Estados Unidos, é bem diferente, com o parque instalado chegando a 100GWp. Mas engana-se quem pensa que os players interessados nesse segmento estejam parados. Ao contrário, eles têm se organizado para levar propostas ao governo que
tegração de sistemas fotovoltaicos. energia Hoje, mais de 150 companhias parfotovoltaica ticipam desse grupo, cuja missão é Investimentos no Brasil ainda discutir e formular propostas para são pequenos. a evolução da área no País. Assim como ocorreu com a energia eólica há dez anos, um dos Foto: Dreamstime entraves para a evolução do setor está no alto custo de geração. Algumas estimativas indicam que, hoje, seria possível comercializar a energia a cerca de R$ 300,00 o MW/h, industrial nacional para atender à demanda o que torna inviável a produção. desse mercado. Daí a necessidade de apoio governaE, novamente utilizando a eólica como mental. Em entrevista recente para a revisparâmetro, dois fatores podem ajudar na ta Potência, Arthur Ribeiro, coqueda dos preços. De um lado há a redução ordenador da EnerSolar+Brasil, Hoje, a eólica dos preços dos equipamentos, que é uma afirmou que o custo da energia é a fonte que tendência mundial. De outro, especialistas é realmente o maior entrave no mais cresce acreditam que um leilão exclusivo para essa País e que faltam políticas públino Brasil e a fonte no ambiente regulado poderia ajudar o cas que incentivem a inovação segunda mais preço a cair, inclusive aumentando a demantecnológica nessa área. Inovacompetitiva. elbia melo da, ponto fundamental para atrair empresas ções que possibilitariam, incluabeeólica para fabricar no País. sive, a formação de um parque Foto: Divulgação
estimulem os investimentos e o crescimento do setor nos próximos anos. A principal ação nesse sentido ocorreu no início de 2011, com a criação do Grupo Setorial de Sistemas Fotovoltaicos da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), que reúne empresas ligadas à cadeia de produção e in-
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década 2004 a 2013 - comércio
Salto de qualidade
Reportagem: Paulo Martins
Entrada de grandes players mundiais eleva nível de atuação da distribuição de material elétrico no Brasil. Profissionalização também atinge o varejo.
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negativos. De qualquer forma, a sensação dos profissionais da área é de que o setor de distribuição de material elétrico definitivamente mudou para melhor. Na opinião de Roberto Payaro, diretor Colegiado da Abreme, a chegada dos grandes grupos internacionais começou a mudar Fotos: Dreamstime
O
período de tempo tomado como referência para esta série de reportagens tem sido de grandes transformações também para o setor de distribuição de material elétrico. Os últimos anos ficaram marcados pela entrada ou consolidação de grandes players internacionais no Brasil, como Sonepar e Rexel, inclusive promovendo uma série de importantes aquisições. Uma consequência desse processo foi a maior profissionalização do setor. O comércio foi varrido ainda pelo furacão chamado Substituição Tributária, que promoveu uma mudança radical no sistema brasileiro de tributação. Enfim, foi uma década de bastante aprendizado, com pontos positivos e outros
o cenário do mercado, embora ainda de forma tímida, devido à pulverização do setor. “Acredito que passando a crise europeia todos esses grupos tendem a intensificar as aquisições e, por consequência, haverá aumento dessa concentração”, prevê o dirigente. Sobre o nível de competitividade do setor no futuro, Payaro destaca que as empresas precisarão se esforçar muito, investindo na melhoria dos processos e na redução de custos. “A concorrência vai ficar cada vez mais organizada com a chegada dos grandes grupos”, alerta. O fato é que esse fenômeno já começa a influenciar o mercado no sentido de aumentar o grau de profissionalização com que os negócios são administrados. Segundo a Abreme, a criação de centros de distribuição, a abertura de lojas in company com o aumento do portfólio de produtos e a gestão de estoque são exemplos de como as empresas estão evoluindo. “De empresas essencialmente familiares estamos passando por um período de adequação às novas exigências, com fortes investimentos na automatização dos processos”, complementa Payaro.
A Sonepar é um dos grupos internacionais do setor que aportaram no Brasil - em 2013 a companhia completou 12 anos de atuação no País. Na visão da empresa, os distribuidores buscaram profissionalizar a gestão através da mensuração da performance e de investimentos para melhorar a produtividade. Além disso, os lojistas passaram a valorizar mais determinados processos e ferramentas, como logística e informática. Para a Sonepar, tem havido evolução também na postura dos fabricantes. O grupo reconhece que mesmo as indústrias que vendem diretamente ao cliente já promoveram grandes melhorias em suas políticas de comercialização, nos últimos anos. Quanto aos resultados obtidos pelo mercado, os executivos consultados nesta matéria concordam que o boom da construção civil favoreceu de forma marcante o setor de distribuição de materiais elétricos nos últimos cinco anos - apesar da atuação direta dos fabricantes em muitos negócios. A Sonepar confirma que a construção civil foi o motor do setor nos últimos anos, enquanto que as vendas para os clientes do setor industrial permaneceram estagnadas. Entre as estratégias adotadas pelo mercado de distribuição de material elétrico
para incrementar os negócios nos últimos anos, sem dúvida é válido citar a abertura de lojas in company, ou seja, filiais que funcionam dentro do O varejo se tornou mais cliente - uma montadora autocompetitivo e mobilística, por exemplo. Essa mais agressivo é considerada uma excelente na maneira de ferramenta de fidelização do oferecer seus produtos aos cliente, desde que a operação clientes. seja rentável, pois trata-se de marco aurélio um serviço caro. sprovieri Sincoelétrico Outro movimento que ganhou força foi o aumento do portfólio de produtos, com inserção de itens para MRO (manutenção, reparo e operaFoto: Ricardo Brito/Grau 10 ções), EPIs (equipamentos de proteção individual) e ferramentas. A Sonepar entende dando na organização do mercado, combaque essa é uma estratégia válida, mas forte tendo fortemente a sonegação, que foi um consumidora de capital de giro, o que exige grande problema no passado. “Hoje, com que o lojista faça a mensuração da rentabiregras iguais para todos, a concorrência filidade e do retorno dos investimentos reacou mais justa”, avalia o diretor da Abreme. lizados nessa diversificação para decidir por Apesar de considerar que as MVAs expandi-los ou interrompê-los. (Margens de Valor Agregado) foram fixadas Por fim, é impossível fechar o assunto em valores “irreais”, a Sonepar também faz sem falar no advento da Substituição Tribuuma avaliação positiva da Substituição Tritária, que mudou radicalmente o dia a dia butária. Para a companhia, esse fenômeno da indústria e também do comércio. produziu um efeito moralizador importante Na opinião de Roberto Payaro, à parte a no mercado e contribuiu para formalizar boa complexidade criada, o sistema acabou ajuparte da distribuição.
Varejo também progride
Foto: Divulgação
A exemplo do setor de distribuição, o comércio varejista de material elétrico também segue a tendência de Hoje, com busca por maior profissionalização. regras iguais Na última década, as mudanças fopara todos, a ram significativas, conforme atesta concorrência Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, ficou mais presidente do SincoElétrico (Sindijusta. roberto payaro cato do Comércio Varejista de Maabreme terial Elétrico e Aparelhos Eletrodomésticos no Estado de São Paulo). “Dez anos atrás a informática ainda engatinhava no setor. Hoje ela se disseminou e a administração no varejo é toda feita por meio eletrônico, o que não acontecia no passado. Também evoluíram a administração de estoques e a formação de preço. O varejo se tornou mais competitivo e
mais agressivo na maneira de oferecer seus produtos aos clientes”, compara o dirigente. Entre as conquistas do setor é válido citar a ascensão do nível de emprego. Apesar de algumas oscilações, a tônica foi de crescimento, nos últimos dez anos. Um dos motivos que possibilitaram essa alta foi a abertura de novas filiais - uma característica típica do varejo. Muitos lojistas investiram fortemente na expansão do número de pontos de venda nos últimos anos. São Paulo abriga exemplos curiosos dessa tendência. “Tem empresa que mantém cinco lojas só na Rua Santa Ifigênia”, exemplifica Sprovieri, referindo-se à tradicional região de venda de materiais elétricos e produtos eletrônicos. A exemplo da distribuição, o varejo tampotência
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década 2004 a 2013 - comércio
bém investiu na ampliação do mix de produtos comercializados. “Antigamente existia loja de material elétrico e loja de iluminação. Hoje grande parte delas oferece as duas linhas, entre outras coisas, como ferramentas”, relata o presidente do SincoElétrico. Além de administrar essa mudança interna de perfil, o varejo também teve que
o papel de cada lojinha
com o usuário final.
Prêmio Abreme
Fotos: Ricardo Brito/Grau 10
Tornou-se tradição. Todo mês de dezembro a indústria eletroeletrônica cruza os dedos e torce para ser chamada ao palco e receber o cobiçado Prêmio Abreme, destinado aos fornecedores que mais se destacaram durante o ano. Para Roberto Payaro, diretor Colegiado da Abreme, a independência como é feita a pesquisa garante a seriedade e a confiança do mercado em torno da premiação. “O Prêmio Abreme veio para incentivar nossos fornecedores a melhorar. Acho que ao longo desses anos ele se tornou uma bússola para muitas das ações a serem tomadas”, comenta o porta-voz.
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assumir aquele que provavelmente foi o trabalho mais pesado dos últimos anos: assimilar a evolução tecnológica e ao mesmo tempo retransmiti-la ao consumidor, que muitas vezes é leigo no assunto. Nesse aspecto o papel de cada lojinha de bairro é importante, pois é esse setor que está em contato direto com o usuário final, ouvindo reclamações e tirando dúvidas. “Certas mudanças causam muitos traumas, tanto aos empresários do comércio quanto aos consumidores. Mas elas são implementadas e temos que trabalhar com as ferramentas que nos dão”, conforma-se Sprovieri. Entre as transformações mais relevantes registradas nos materiais elétricos nos últimos anos podemos destacar a adoção do novo padrão de plugues e tomadas, a migração dos reatores eletromagnéticos para os eletrônicos, o novo padrão de disjuntores e a substituição crescente das lâmpadas incandescentes pelas tecnologias fluorescente e LED. Esta última, em especial, ainda está em andamento e constitui uma etapa bastante difícil. “A mudança cultural em relação à lâmpada incandescente foi traumática. Até hoje ela tem seu nicho de mercado. Embora algumas versões tenham sido proibidas, esse ainda é um produto pro-
ms rea :D Fo to
setor que está em contato direto
tim
e
de bairro é importante, pois é esse
curado, porque nas regiões onde a tensão sofre muita oscilação essa é uma lâmpada que resiste. As eletrônicas não resistem às variações de tensão muito bruscas”, comenta Sprovieri. Sobre a administração do negócio, o dirigente comenta que a Substituição Tributária ainda é uma pedra no sapato do comércio varejista, pois, embora assimilada pelos lojistas, gerou acréscimo de custos. “É muito difícil o sistema de compensação de créditos. E as empresas que vendem para outros estados têm muitos problemas, devido às alíquotas diferentes”, exemplifica Sprovieri. Quanto ao futuro o dirigente acredita que o perfil do setor deverá continuar sendo marcado por empresas familiares, com algumas optando pela especialização - hoje existem lojas que só comercializam lâmpadas, por exemplo. “Acredito que o varejo de material elétrico tem seu lugar garantido no cenário econômico”, arrisca. Indagado sobre a postura ideal do lojista, Sprovieri recomenda o exercício permanente de observar e sentir a situação do mercado e do País. “O empresário do varejo e da distribuição tem que estar muito cauteloso e atento ao seu dia a dia para não formar estoque em excesso, não se endividar e não correr riscos desnecessários”, orienta.
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mercado
Plugues e tomadas industriais
ime
reamst
Foto: D
Poderia estar melhor Elevar o nível de consciência em relação à segurança das instalações é fundamental para que tomadas industriais sejam mais utilizadas no Brasil. 62
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Reportagem: Paulo Martins
A
s vendas de plugues e tomadas industriais no Brasil movimentam por ano algo em torno de R$ 120 milhões, montante que faz deste um mercado considerável, no cenário global. A oferta de produtos é bastante satisfatória, assegurada por renomados fabricantes nacionais e estrangeiros, que primam pela qualidade e eficiência. Graças ao dinamismo da economia do País, onde quase sempre há algum setor em alta, as perspectivas de crescimento para os
próximos meses são boas. Entretanto, ainda existe algo que poderia evoluir no mercado consumidor: a cultura da segurança. Ou seja, os usuários precisam se habituar a sempre buscar a solução mais adequada para cada ambiente ou equipamento. Utilizar produtos comuns em uma instalação industrial ou comercial mais pesada certamente proporcionará a economia de alguns reais, mas também irá aumentar o risco de problemas como sobrecarga de energia e infiltração de água nos dispositivos
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
Foto: Divulgação
téria, a maioria dos players que atuam no Tite, indicados para lugares que requerem País atende à legislação. proteção total contra a umidade. Sobre os principais cuidados adotados, O portfólio do Grupo Legrand, por sua a Steck informa que utiliza matéria-prima vez, inclui produtos especiais para contêide primeira qualidade e mantém um crineres. Os itens fazem parte da Linha P17 terioso sistema de testes e de certificação e incluem tomadas de sobrepor e de emdos artigos por ela fabricados. “Não usabutir e plugues e tomadas móveis. mos material reciclado ou qualquer comEnfim, existem soluponente que possa levar contaminação aos ções para as situações Hoje, evolução dos produtos”, garante o presidente da commais complexas - como os produtos ocorre panhia, Luis Valente. ambientes onde há risco mais em relação Apesar da predominância de fabricande formação de atmosfera ao design e às tes sérios, o mercado de plugues e tomaexplosiva. Cabe ao usuário matérias-primas utilizadas. das industriais também registra a ação de fazer uma pesquisa criteDemétrius Basile empresas que recorrem a práticas comerriosa e tomar certos cuidaGrupo Legrand ciais duvidosas - algumas, consideradas dos ao escolher plugues e ‘suicidas’. tomadas industriais que É o caso daquelas que importam proatendam suas necessidades de maneira dutos de qualidade até aceitável ou mais adequada. baixa e praticam preços irreais na tentativa Basicamente, conforme recomendam de ‘derrubar’ os grandes fabricantes, mas os especialistas do setor, é conveniente elétricos, podendo ter como consequências que acabam contribuindo para ‘destruir’ o verificar o ambiente onde o produto será choques e incêndios. chamado valor de mercado. aplicado para determinar o grau de proteEm poucas palavras, Demétrius Basile, ção (IP). Também é preciso calcular o núgerente de Marketing do Grupo Legrand, mero de polos necessários (2P+T ou 3P+T, explica em que os plugues e tomadas inpor exemplo), a tensão de utilização (V) e dustriais diferem daqueles destinados ao a corrente nominal IN (A). Por fim, é preuso residencial: “São tomadas para uma ciso definir se a instalação será embutida aplicação mais robusta, com capacidade ou na versão de sobrepor. de corrente superior, devido às cargas Caso não tenha especialistas interinstaladas”. nos que possam orientar essas especifiPara efeito de comparação, vale lemcações, o cliente pode recorrer à consulbrar que por uma tomada tipicamente toria de instaladores ou residencial circulam correntes entre 10 e escritórios de engenharia 20 ampères. Já os produtos industriais disProteção ou projetos. Muitos disProdutos são poníveis no mercado normalmente atenfundamentais tribuidores também esdem correntes de 16, 32, 63, 125 e até para a segurança tão aptos a prestar essas 200 ampères. de usuários e informações. Além disso, Outras características inerentes aos profissionais. sempre se pode contar produtos industriais e comerciais são: decom o suporte dos prósign ergonômico, para facilitar o trabalho prios fabricantes. Muitos deles oferecem dos operadores; montagem rápida; resiscatálogos detalhados para consulta, intência mecânica e possibilidade de trava clusive pela internet. do plugue, de maneira a garantir a seguAinda no que diz respeito ao papel do rança durante a instalação e operação. fabricante, o setor é regulado pelas normas Há casos, por exemplo, em que é neIEC 60309-1, IEC 60309-2 e IEC 60529 cessária resistência à ação do tempo e a e ainda pelas normas NBR IEC 60309-1, ambientes agressivos. A Steck Indústria NBR IEC 60309-2 e NBR IEC 60529. Na Elétrica desenvolveu os plugues e tomaopinião dos executivos ouvidos nesta madas blindados à prova de água Shock
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mercado
Plugues e tomadas industriais
Como se vê, este é um mercado dinâmico e complexo, com produtos para aplicações específicas - o que exige conhecimentos mínimos por parte dos compradores -, e com muitas opções de marcas e níveis de preços - o que requer ponderação para en-
contrar a melhor relação custo-benefício. Na opinião de Luis Valente, a evolução do segmento de plugues e tomadas industriais depende fundamentalmente do comportamento do usuário. “O Brasil precisa passar por um processo importante de conscientiza-
ção sobre segurança nas instalações elétricas. Você vai num parque de diversão e vê barbaridades, como os famosos gatos. O brasileiro ainda não leva a eletricidade a sério. E não é por falta de campanhas, é uma questão cultural”, analisa o presidente da Steck.
Plástico se consolida entre as matérias-primas
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ções de plugues e tomadas industriais de metal, mas para aplicações bem específicas. Essa migração ocorreu por várias razões técnicas, inclusive fabris, além da
Foto: Ricardo Brito/Grau 10
Apesar de representar uma tecnologia já consagrada, os plugues e tomadas industriais ainda tentam encontrar espaço para novos avanços. Entre as principais tendências estão a busca por novos materiais e a preocupação de não usar elementos que agridam o meio ambiente na composição dos artigos. “No que diz respeito à aplicação das normas, os produtos de mercado já seguem os padrões. As inovações estão mais voltadas à evolução da matéria-prima e do design”, confirma Demétrius Basile, do Grupo Legrand. Em relação ao desenho das peças, a linha P17 da Legrand destaca-se por características como trava instantânea com fixação sem parafuso; conexão direta com parafusos universais voltados para o mesmo lado; sistema de prensa-cabo sem utilização de parafuso e posicionamento junto à trava de fechamento. Já na linha Brasikon, da Steck, a configuração combina um método de identificação da voltagem através de cores e da polarização, que se dá através da posição horária do contato terra, eliminando o risco de acidente por curto-circuito ou incêndio. Quanto às matérias-primas, o destaque sem dúvida fica para a consolidação
Maior conscientização do usuário em relação à segurança pode ajudar no crescimento do mercado. Luis Valente Steck
do uso do plástico na fabricação do corpo dos plugues e tomadas industriais, em substituição ao metal. “Somente os componentes ativos, responsáveis pela condução da energia elétrica, se mantiveram metálicos. Até os marca-datas e os suportes acabaram migrando para o plástico”, observa Luis Valente, da Steck. A opção por materiais como nylon, poliestireno e determinadas ligas compostas começou entre dez e quinze anos atrás, e hoje o plástico predomina fortemente nesse segmento. Ainda existem no mercado op-
Vendas Mercado brasileiro movimenta cerca de R$ 120 milhões por ano.
questão econômica. Segundo os especialistas do setor, o manuseio do metal é mais complexo e custoso. Também pesou o aspecto de durabilidade das peças - por exemplo, diante da ação do tempo. Os elementos ativos dos plugues e tomadas industriais também estão em processo de evolução. A novidade fica por conta da utilização de novas ligas de metais especiais, visando atingir melhor condutividade. Definitivamente, os plugues e tomadas industriais estão entre os produtos mais versáteis do setor eletroeletrônico. Eles encontram aplicação nos mais distintos ambientes, como indústria em geral, supermercados, restaurantes, cozinhas, lavanderias, canteiros de obras, agricultura e marinas. Existem modelos voltados para utilização interna e também externa.
Mercado Fabricantes esperam por mais crescimento nos próximos anos.
ganhando market share em diversas linhas. Especificamente sobre o segmento de plugues e tomadas industriais, a empresa estima que detém mais de 50% do mercado brasileiro, além de exportar para diversos países da América Latina. O Grupo Legrand também demonstra confiança em relação ao futuro desse merFotos: Dreamstime
É justamente a diversidade de aplicações que faz deste um mercado dinâmico e repleto de oportunidades. Entre os principais fenômenos que impulsionam as vendas destacam-se os investimentos das indústrias em novas plantas e maquinário e a movimentação da construção civil. É sobre o desempenho deste último setor, aliás, que muitos fabricantes depositam grande esperança para os próximos meses. Após passar por períodos de franco crescimento, estabilização e estagnação, a área volta a dar sinais de reaquecimento. “O mercado da construção está querendo retomar com mais força e já há muitos projetos importantes. Estamos esperando um bom segundo semestre”, sintetiza Luis Valente. O executivo revela que em 2013 a Steck vem apresentando níveis de crescimento acima do mercado e, consequentemente,
cado e vem se preparando para enfrentar a concorrência que tende a se acirrar, conforme revela o gerente de Marketing Demétrius Basile: “As vendas vêm em forte crescimento, comparadas ao ano passado. Temos previsões de crescimentos ainda maiores, considerando novas estratégias de atuação e produtos”. Apesar das boas perspectivas de crescimento que determinados segmentos da economia mantêm, é consenso entre as correntes empresariais que o Brasil ainda precisa amadurecer para atingir um estágio mais sólido e seguro de desenvolvimento, sem que as empresas e os consumidores fiquem sujeitos aos sobressaltos dos mercados nacional e internacional. Na opinião de Luis Valente, o atual governo privilegiou o incentivo ao consumo, estratégia essa que não seria eficaz para a criação de uma base segura na economia. “Na minha visão, o Brasil só vai construir bases para um crescimento sólido e sustentável investindo seriamente em infraestrutura pesada”, defende. Para ilustrar sua teoria o executivo cita problemas como os frequentes congestionamentos registrados nas estradas de acesso a diversos portos brasileiros. Valente reclama também do alto custo dos transportes em geral e da quantidade de impostos cobrados no País. “Precisamos atacar de frente o chamado custo Brasil”, conclama. potência
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• caderno atmosferas explosivas • caderno atmosferas explosivas • caderno atmosf áreas classificadas - evolução nos últimos dez anos
Década de amadurecimento Setor de áreas classificadas evolui de forma consistente nos últimos anos e especialistas projetam que avanços terão continuidade. Reportagem: Marcos Orsolon
caderno ex
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eríodo de amadurecimento e forte evolução. Assim podemos sintetizar o que foram os últimos dez anos no setor de áreas classificadas no Brasil, quando houve a consolidação de uma ampla base normativa para os equipamentos e instalações, e o início de uma fase de conscientização que tem levado empresas de todos os portes, mas principalmente as grandes, a cuidarem de seus ambientes com atmosferas potencialmente explosivas. Mas nem sempre foi assim. Historicamente, o setor de áreas classificadas se manteve em evolução lenta no Brasil. Podemos considerar que, desde que as primeiras empresas com atmosferas explosivas surgiram no País, na década de 30, levou bastante tempo para que elas apren-
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dessem, de fato, a lidar com estes ambientes. O problema principal, no caso, era a falta de conhecimento dos profissionais envolvidos na análise dos riscos de uma planta fabril. Via de regra, na dúvida eles optavam pelo exagero, a ponto de considerar que todas as áreas de uma determinada indústria – como a química ou de fertilizantes, por exemplo – eram classificadas. E, para evitar riscos de acidentes, orientavam os empresários a instalar equipamentos à prova de explosão em todos os locais. Ou seja, era feita uma superavaliação que levava ao superdimensionamento na proteção dos sistemas elétricos presentes. Consequência: a indústria se via obrigada a fazer investimentos vultuosos para se manter segura ou, o mais grave, simplesmente
não tomava as devidas providências por não ter (ou não querer) condições de investir na proteção e controle. Esse quadro se arrastou até meados da década de 80, quando o Brasil passou a se alinhar às normas internacionais IEC, que não apenas facilitavam a identificação dos riscos, mas também apontavam que havia diferentes tipos de equipamentos para a proteção em áreas classificadas, e não apenas as conhecidas soluções à prova de explosão. Mas este foi apenas o início de um processo que ganhou fôlego na última década e que tem elevado o setor de áreas classificadas a outro patamar, em que a segurança e a gestão de riscos conquistam cada vez mais espaço. Entre os avanços nesse período, podemos destacar que o País construiu
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• caderno atmosferas explosivas • caderno atmosferas explosivas • c áreas classificadas - evolução nos últimos dez anos presas a se adequarem para Nos últimos não serem penalizadas. anos tem Com isso, o setor de áreas aumentado a classificadas, que era praticaconscientização quanto aos mente desconhecido há cerca riscos das áreas de duas décadas, ganhou viclassificadas. sibilidade e atenção. E, mais ivo rausch project-explo que isso, passou a crescer, gerando, além de segurança, oportunidades para fornecedores de equipamentos e prestadores de serviços, onde se incluem empresas que fazem o estudo de classificação de áreas e que oferecem trabalhos de montagem, inspeção, manutenção e especificação de materiais. Foto: Ricardo Brito/Grau 10
uma base normativa que não deve nada ao que há de mais moderno no mundo. Além disso, o próprio trabalho de classificação, prevenção e proteção amadureceu, embora ainda necessite de avanços e de maior penetração entre as indústrias. Por fim, fechando o cerco, algumas iniciativas em outras áreas colaboraram para este processo evolutivo, com destaque para a publicação da revisão da Norma Regulamentadora n° 10 (NR 10), em 2004, da NR 33 em 2006 e da revisão da NR 20 em 2012. Estas normas, além de outras ambientais, fizeram com que as ações de fiscalização fossem incrementadas, obrigando as em-
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Avanço normativo foi fundamental Se há uma certeza no mercado de áreas classificadas brasileiro é que o setor começou a entrar em uma nova fase a partir das melhorias e atualizações em sua base normativa. E um marco nesse processo ocorreu no início dos anos 80, quando a ABNT optou por alinhar a normalização técnica nacional dos equipamentos Ex com a internacional, da IEC (International Electrotechnical Commission). A partir desse momento, o País não parou de evoluir e, principalmente nos últimos dez anos, trilhou um caminho que o levou a publicar uma gama enorme de normas técnicas para este segmento. A ponto de, hoje, estarmos muito bem cobertos. No Brasil, a entidade responsável pela elaboração das normas técnicas nessa área é o Subcomitê SC-31 – Atmosferas Explosivas, do Cobei, que é formado por mais de cem profissionais envolvidos com equipamentos e instalações elétricas para este segmento. Um ponto que merece ser destacado é que o SC-31 está diretamente ligado ao TC-31, da IEC. Significa que, mais que simplesmente atuar na tradução de normas internacionais, o SC-31 tem permitido ao
Brasil ampliar cada vez mais a sua atuação dentro da própria IEC, passando a ser um efetivo colaborador para o desenvolvimento de novos documentos. E isso também tem ocorrido de forma mais intensa ao longo dos últimos anos.
Para ter uma ideia do que isso representa, esta atuação faz com que o País possa dar sugestões e tecer comentários sobre os trabalhos em andamento. Ou seja, os representantes brasileiros podem dar contribuições que fazem com que o texto final de cada nova norma, ou revisão, atenda, pelo menos em parte, às demandas do País. Só que contar com normas técnicas de qualidade não basta para que o setor avan-
ce. Para que o mercado amadureça e se torne cada vez mais seguro é preciso seguir essas normas. E aqui, novamente o Brasil tem se destacado, com avanços recentes importantes no setor de áreas classificadas, onde a maioria absoluta de fabricantes segue as recomendações normativas. Obviamente, a especificação e aplicação correta dos equipamentos são essenciais para se atingir o resultado esperado. E também existe legislação para isso no Brasil, Fo to: com normas de aplicação, de como Dr ea ms tim se elaborar um projeto, como fae zer a especificação técnica do equipamento, como o produto deve ser instalado e, depois de instalado, como deve ser inspecionado e como deve ser feita a manutenção ao longo dos anos. Se as normas técnicas foram importantes para ajudar a organizar o setor de áreas classificadas, algumas ações de outros segmentos foram fundamentas para levar os usuários e empresas a seguirem a legislação. E o destaque, nesse caso, fica por conta das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho, como a NR 10, a NR 20 e a NR 33. Criadas para proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores no dia a dia, essas Apoiador:
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segurança Normas regulamentadoras visam a proteção dos trabalhadores.
NRs, que têm força de Lei, não foram criadas para atender especificamente a situações que envolvem áreas classificadas. No entanto, o setor está entre os que apresentam maiores riscos e, portanto, também é coberto por esse tipo de regulamento. Publicada em 1978, a NR 10 visa promover a ‘Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade’. E sua revisão, concluída em 2004, trouxe avanços importantes, inclusive com abordagem relacionada às áreas classificadas, embora este tema ocupe espaço discreto. Essa discrição em relação às atmosferas explosivas também é observada na NR 20, revisada em 2012. No entanto, ao analisar-
Setor começou a entrar em uma nova fase a partir das melhorias e atualizações em sua base normativa. mos as duas normativas juntas, chegamos à conclusão de que elas constituem uma importante ferramenta para a preservação da integridade física dos profissionais que lidam com a combinação entre eletricidade e atmosferas explosivas. Apoio Institucional:
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• caderno atmosferas explosivas • caderno atmosferas explosivas • caderno atmosf áreas classificadas - evolução nos últimos dez anos de explosão”, afirma Ivo Rausch, coordenador de Projetos da Project-Explo, empresa especializada em atmosferas explosivas. Rausch destaca que os reflexos no setor são claros. “Há alguns anos, muitos clientes que procuravam a Project-Explo sequer sabiam o que era uma área classificada. De
NR 10 e NR 20 têm ajudado na conscientização dos profissionais quanto aos riscos das áreas classificadas.
2004 para cá (com a revisão da NR 10) a situação mudou e é possível perceber que aumentou a conscientização sobre os riscos envolvendo as atmosferas explosivas. Houve uma revolução em empreendimentos como usinas de açúcar e álcool, fábricas de tintas, vernizes e resinas e em áreas como siderurgia e mineração, que nunca haviam tratado do assunto dessa forma, e com a NR 10 começaram a compreender os riscos”, constata. Nesse contexto, a revisão da NR 20 também trouxe avanços importantes, complementando a NR 10. Por exemplo, a NR 10 fala sobre o desenho de classificação de áreas, citando que todos os riscos elétricos devem ser identificados. Mas é a NR 20 que fala que este desenho é um documento básico do projeto de uma instalação que tenha inflamáveis e combustíveis. “Ela aborda o tema claramente e diz que essa classificação deve vir junto com o projeto da instalação. Ou seja, a empresa já tem que nascer com seu desenho
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Isso porque, motivadas mais pelo medo de autuações e penalizações do que propriamente pela conscientização, algumas empresas passaram a adotar medidas para adequar suas instalações. E, entre estas medidas, está a mais básica de todas, que é a realização do estudo de classificação de áreas – a NR 10 determina que este estudo seja feito, assim como as devidas adequações das instalações. Parece pouco, mas este pequeno detalhe deu novo impulso aos negócios relativos às áreas classificadas, visto que várias empresas, para atender às exigências da NR 10, foram “obrigadas” a se mexer. E, de outro lado, começou também a haver uma maior conscientização em relação aos riscos e à necessidade de adequar as instalações, embora ainda haja muito campo para evolução. “A NR 10 foi a primeira Norma Regulamentadora a mencionar a necessidade de se tomar providências para minimizar os riscos
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de classificação de área”, explica Ivo Rausch. Outro ponto relevante é que a NR 20 é mais abrangente em relação aos treinamentos exigidos. A NR 10 tem foco no eletricista, enquanto a NR 20 diz que os treinamentos são necessários para todos aqueles que frequentam as áreas classificadas, como os operadores, por exemplo. Ou seja, juntas estas normativas trouxeram evolução ao mercado de áreas classificadas, fazendo
com que as empresas tivessem mais conhecimento sobre o tema e sobre os riscos que sua planta corre. A situação só não é melhor porque, segundo os especialistas, a fiscalização ainda não é tão eficiente. Sem contar que ainda há muito desconhecimento no mercado. E, de outro lado, a parte financeira pesa muito no momento de fazer estudos e adequações, desencorajando muitas empresas a agirem.
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Hoje, seguro é nova mola propulsora do setor Como se vê, o setor de áreas classificadas tem crescido de forma consistente e gradativa nos últimos anos. A evolução, que passou pelo desenvolvimento de normas internacionais, foi impulsionada pelas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e, hoje, recebe a ajuda de outro segmento: o de seguros. Ocorre que, assim como no caso das NRs, as seguradoras têm exercido certa pressão para que as indústrias cuidem de suas áreas classificadas. Traduzindo: elas têm negado o seguro a empresas que não cuidam de seus parques fabris. Este processo teve início em 2007, quando o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) deixou de ter o monopólio em sua área de atuação. Antes desse período, o IRB ressegurava praticamente tudo, facilitando a atuação das seguradoras. Mas desde então ele se tornou apenas mais um player do mercado e, como tal, também passou a ser mais criterioso. E aí começaram as negativas. O lado bom da história é que, com a negativa, muitas indústrias “correm” para regular a situação para não ficarem “descobertas”. Elas acabam optando por investir nas correções necessárias, seguindo todas as etapas, o que inclui o estudo de classificação de área e a adoção das medidas para garantir a redução e o controle dos riscos. Ou seja, há um novo estímulo para avanços Apoiador:
no setor de áreas classificadas. Todo este movimento tem ajudado para que ocorra um novo avanço no setor: o de gerenciamento de riscos. Ao começar a lidar de forma adequada com os ambientes com atmosferas explosivas, as empresas começam a entender que, muitas vezes, não é necessário conviver com um determinado risco. Ao con-
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Algumas indústrias começam a perceber que não precisam conviver com o risco, pois é possível minimizá-los.
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manter uma atmosfera explosiva. Ou seja, é um assunto probabilístico. E se é probabilístico, você pode atuar para diminuir esta probabilidade. Ou até eliminá-la, considerando a relação custo-benefício. Porque também é uma questão financeira. Se o investimento para eliminar for muito alto, não faça, apenas diminua”, explica Nelson López, presidente da Associação Brasileira para Preven-
ção de Explosões (ABPEx). Para desenvolver o trabalho de gerenciamento dos riscos, deve-se pegar o estudo de classificação de área e, a partir dele, fazer uma análise detalhada de cada ambiente, identificando Algumas empresas as causas que levaram à sua começam a investir classificação e as possíveis para reduzir os soluções para que elas sejam riscos. nelson lópez reduzidas ou eliminadas. Soabpex luções que nem sempre são complexas e onerosas. Importante observar que não há uma fórmula pronta para fazer este trabalho. Como o universo de áreas classificadas é bastante diversificado, as possíveis soluções para reduzir os riscos são igualmente diversificadas, inclusive em empresas do mesmo segmento de atuação. Daí a necessidade da análise detalhada de cada situação, que é o que irá apontar as ações porque o desengraxante utilizado no local é mais adequadas para cada ambiente, que inflamável. Vamos trabalhar para trocá-lo e, pode ser a instalação de um sistema de no próximo estudo, vai aparecer como área ventilação, reformas na parte civil, troca de não classificada porque o produto inflamámatéria-prima em um processo ou mesmo vel foi substituído”, exemplifica Ivo Rausch, mudanças na maneira como alguns produdestacando que o aumento do nível de cotos são manipulados. nhecimento sobre o tema tende a favorecer “Muitas vezes as soluções são simples. o avanço da gestão de riscos nesse setor nos Agora mesmo estamos entregando um trapróximos anos. balho em que a área classificada ocorre Foto: Ricardo Brito/Grau 10
trário, é possível desenvolver trabalhos para minimizar o risco e, em algumas situações, até desclassificar alguns ambientes. “Por definição, uma área classificada é o local sujeito à probabilidade de se formar ou
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Editorial
Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos
Roberto Payaro Diretor Colegiado Abreme abreme@abreme.com.br
Mudança e Competitividade
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rezados amigos, através da Revista Potência mensalmente temos a oportunidade de trazer informações e comentários para vocês leitores, que conhecem e vivem o mercado da distribuição, mas tem sido difícil nos últimos tempos oferecer temas com um viés de otimismo e positividade. Sinto muito por isso. Um relatório divulgado no semestre passado por um dos mais respeitados centros de ensino na Suíça, indicou que o Brasil é um dos países menos competitivos do mundo, e foi um dos que mais perderam posições desde que o ranking sobre competitividade foi criado. De 2012 para 2013, o País caiu do 46º para o 51º lugar entre 60 nações analisadas pela escola de negócios IMD. Na comparação entre o ano passado e 2011, o Brasil já havia recuado duas posições no ranking. O relatório, chamado IMD World Competitiveness Yearbook, analisa o gerenciamento das competências de cada país na busca por mais prosperidade. Nas análises feitas, o relatório considera que a economia de um país não pode ser reduzida apenas à medição do PIB (Produto Interno Bruto), o país tem que lidar com dimensões políticas e sociais. O ranking avalia o desempenho de cada país em quatro áreas: desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. A liderança voltou a ser ocupada pelos Estados Unidos, que desbancaram Hong Kong e voltaram ao topo, enquanto que a Venezuela foi considerada o menos competitivo dos países pesquisados. O Brasil vem perdendo posições desde que o ranking foi criado, em 1997. Naquele ano, o País ocupava a 34ª colocação entre 46 países. Estamos, cada vez mais, perdendo terreno
para concorrentes externos, mas, e aqui dentro, na área de distribuição de materiais elétricos, será que estamos fazendo nossa tarefa de casa? Temos ganhado produtividade nos processos principais de nossas empresas? A austeridade nos custos é algo sempre presente nas decisões da equipe de gestão da companhia? Acho que a maioria de vocês vai concordar que não. A distribuição não passa por mudanças significativas desde a introdução da informática, há 20 anos. Processos logísticos mais eficientes, sistemas de vendas automatizados pela internet ou mesmo trocas de informações entre fornecedores são coisas que não têm evoluído na velocidade necessária. Nos últimos anos o governo tem compulsivamente promovido aumentos salariais acima da inflação. O levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado em março, apontou que 94,6% dos reajustes salariais de 704 unidades de negociação em 2012 ficaram acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), causando um desequilíbrio nas contas das empresas. Se o empresário não tomar ações para a melhoria da produtividade terá problemas. É difícil investir mais quando já se tem tantos problemas, porém não tem outro jeito. Recentemente tive a oportunidade de comparar alguns dados do nosso mercado com o de países da Europa e Estados Unidos, e posso assegurar que nossos índices são, na média, 30% a 40% inferiores aos deles. O negócio “distribuição”, embora possa parecer simples, tem técnica e tecnologia em cada etapa, é importante então separar cada uma delas para que seja tratada com especialistas como se fossem negócios diferentes.
Em cada uma dessas etapas, índices devem ser criados para que sejam aferidas as melhorias e se estabeleçam novos patamares de eficiência. O empresário do nosso setor raramente se preocupa com essa administração. Ganhar produtividade é questão de sobrevivência. Não teremos mais os resultados financeiros do passado sem a gestão profissional aos pontos mencionados, o mercado está continuamente em transformação e essa não é mais uma tendência, é bom nos acostumarmos com isso.
Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos FUNDADA EM 07/06/1988
Rua Oscar Bressane, 283 - Jd. da Saúde 04151-040 - São Paulo - SP Telefone: (11) 5077-4140 Fax: (11) 5077-1817 e-mail: abreme@abreme.com.br site: www.abreme.com.br
Membros do Colegiado Roberto Said Payaro Nortel Suprimentos Industriais S/A Francisco Simon Portal Comercial Elétrica Ltda. Mauro Luiz Delamano Delamano Materiais Elétricos Ltda. José Jorge Felismino Parente Bertel Elétrica Comercial Ltda. José Luiz Pantaleo Everest Eletricidade Ltda. Roberto Varoto Fecva Com. de Mat. Elétricos e Ferragens Ltda. Paulo Roberto de Campos Meta Materiais Elétricos Ltda.
Conselho do Colegiado Antonio M. D. Mendoza Etil Comércio de Material Elétrico Ltda. Marcos Sutiro Comercial Elétrica PJ Ltda. Nemias de Souza Nóia Elétrica Itaipu Ltda.
Secretária Executiva Nellifer Obradovic
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perfil do associado Foto: Divulgação
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Tradição e competência técnica
Intral é considerada uma das maiores empresas do mercado nacional de iluminação, sendo a maior empresa de capital nacional. Sediada em Caxias do Sul (RS), a companhia opera com duas fábricas, num total de 11 mil metros quadrados, onde é produzida uma variedade de reatores e de luminárias, além de produtos com tecnologia LED. Na última década, a empresa registrou uma média de crescimento de 10% ao ano. Tal resultado é sustentado pela tradição de uma empresa líder de mercado, com histórico de credibilidade iniciado em 1950, e de sua competência técnica e comercial para entender as mudanças tecnológicas em tempo hábil para manter-se na vanguarda do seu segmento. Durante as cinco primeiras décadas, as fontes de luz sofreram poucas evoluções. O controle das lâmpadas de descarga esteve predominantemente baseado na utilização 76
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de reatores eletromagnéticos. Com isso, a Intral foi se aperfeiçoando no desenvolvimento do produto, chegando ao estado da arte do reator eletromagnético. Quando chegou a era do reator eletrônico, a empresa transferiu a sua expertise conquistada ao longo das décadas com o reator eletromagnético, por dominar o comportamento da lâmpada e do reator anterior, o que serviu de trampolim para desenvolver o novo reator. Desta forma, foram mantidas as características de robustez, confiabilidade e eficiência, que já caracterizavam a geração anterior de produtos. Este processo marcou a entrada da empresa numa fase nova. A Intral assimilou o conhecimento desta nova tecnologia, que tem em sua essência um movimento muito dinâmico. Ou seja, ao findar os primeiros 50 anos da empresa, foi necessário mudar o modelo tecnológico para continuar na sua posição de liderança.
Atualmente a expertise da Intral está sendo empregada no desenvolvimento de produtos de LED. E é nisso que a Intral aposta ao consolidar investimentos na ordem um milhão de dólares, no último ano, para a construção de uma nova linha de montagem, fora os demais recursos investidos nos anos anteriores para sustentar o seu avanço no mercado nacional e internacional. A empresa conta ainda com laboratórios próprios de Eletrônica, de Ótica e de Térmica para garantir a confiabilidade no desenvolvimento de seus produtos. Os saltos tecnológicos da Intral contam com algumas parcerias fortes para serem bem-sucedidos, a começar pelos fornecedores, por desempenharem papel fundamental no quesito insumo de alto padrão de qualidade. Ao reconhecerem a Intral como uma empresa geradora de produtos de alto desempenho, gerados por meio de alta tecnologia, os fornecedores contribuem
Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos
na geração de vantagens competitivas. Também tem sido de fundamental importância o envolvimento dos mais de 800 funcionários no processo de aprimoramento técnico e comercial da empresa, sendo considerados o principal capital da Intral.
Produtos
Os recentes desenvolvimentos da Intral incluem luminárias de LED e uma ampla linha de drivers, de tensão e de corrente. E a empresa mantém a linha de produtos tradicionais, como os reatores eletromagnéticos e eletrônicos; reatores para lâmpadas vapor de sódio, mercúrio e multivapor metálico; transformadores para lâmpadas halógenas dicróicas; ignitores para lâmpadas a vapor de mercúrio, sódio e multivapor metálico; inversores para lâmpadas fluorescentes;
Linha do Tempo por fase de produtos 1995 a 2000 Foco na produção do reator magnético. Intral chega ao “estado da arte” deste produto. 2000 Início da produção de reator eletrônico. Em dez anos, de 2002 a 2012, a Intral registra o crescimento médio de 10% ao ano, dominando esta nova tecnologia. 2008 Início da produção de produtos com LED. 2013 A Intral investe em conhecimento e tecnologia, construindo laboratórios e linha de produção de produtos com LED, entendendo a migração do setor para esta nova realidade. relés fotoelétricos; lâmpadas de LED; luminárias LED e luminárias para lâmpadas flu-
orescentes para uso industrial, comercial e residencial.
Posicionamento no mercado
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Com perfil industrial e técnico, a Intral atravessou seis décadas oferecendo produtos de alta qualidade, o que garantiu a credibilidade da empresa e a sua perpetuação. O momento atual é de identificar oportunidades de mercado, entrando com novas marcas, a exemplo da “Aledis”, criada especificamente para produtos com tecnologia LED. Esta fase implicou na reestruturação da área comercial, sem perder o foco no DNA da empresa, alicerçado na competência técnica.
to com os clientes, independente do porte. Isso se reflete em vendas pulverizadas para cerca de 2 mil a 2,5 mil clientes por mês. Esta forte penetração em revendas, casas de materiais elétricos, casas de materiais eletrônicos e home centers consolida a presença da marca em todo o Brasil. O mercado de especificação também é relevante e está dividido em dois grupos: vendas corporativas e eficiência energética. O primeiro se constitui em venda direta a empresas que exigem a certificação de produtos. No outro, de eficiência Produção energética, a Intral tem participação Empresa mescla relevante por ter facilidade para prefabricação encher os requisitos dos órgãos técde produtos nicos, como as concessionárias de tradicionais com desenvolvimento energia e ESCOS dos vários estados de novas brasileiros. Trata-se de um mercado tecnologias. em que a Intral transita com eficiência, justamente por estar apta a atender as especificações e homologações dos produtos, desde o projeto. Além do mercado nacional, a empresa exporta seus produtos para diversos países e o projeto de internacionalização ainda inclui a entrada em mercados estratégicos da América Central, América do Norte, África do Sul e Europa.
A empresa compreende, neste momento, que o mercado de iluminação está gradualmente migrando para produtos com tecnologia LED. Esta transformação já acontece e a Intral, buscando atualizar-se nesse mercado altamente competitivo, investe numa linha de montagem de “placas de LED” a serem utilizadas em suas luminárias e atendendo o mercado de clientes O&M. Outro traço relevante da atuação da companhia é a igualdade no relacionamen-
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produtos e soluções
Integração múltipla A Rockwell Automation incluiu um recurso integrado opcional de Tradução de Endereços de Rede (NAT) em seu switch Ethernet industrial gerenciável Stratix 5700, que permite aos OEMs fornecer máquinas padrão aos clientes sem ter que programar endereços IP exclusivos para essas máquinas e, ao usuário final, integrar as máquinas de forma mais simples em uma rede maior. O dispositivo também elimina a necessidade de componentes adicionais que requerem espaço extra no gabinete, fiação extra, configuração adicional e suporte gerencial. A família de switches Stratix 5700 é fornecida com configurações de seis, dez e vinte portas fixas e inclui recursos como sincronização de tempo conforme IEEE-1588, Qualidade de Serviço (QoS) (priorização) e Protocolo Ethernet Resiliente (REP). Cada switch inclui entrada redundante de energia, alarmes de entrada e saída, porta de console, slots SFP para fibra ótica, montagem em trilho DIN e faixa de temperatura de operação de -40 °C a 60 °C.
Organização de ambientes A Forjasul Eletrik acaba de lançar o Tubo Espiral, produto desenvolvido para agrupar e organizar os fios e cabos elétricos. A novidade é indicada para auxiliar a organização da fiação em quadros de comando; em equipamentos de informática, como computadores, impressoras, roteadores e carregadores; câmeras de circuito interno de TV; home theater, aparelhos de DVD e videogames. Fácil de instalar, ele é fabricado em resina plástica e é encontrado nas cores branca e preta, nos diâmetros de ½”, ¾” e 1”, em embalagens de 1, 5 ou de 50 metros.
Registrador de energia A Fluke Corporation apresenta o Fluke 1730, um registrador de energia elétrica que é trifásico, intuitivo e de fácil utilização - com recursos para a coleta de dados de energia profissional. Acompanhado de um software de análise de energia, proprietário da Fluke, o equipamento é compacto e realiza medições de tensão, corrente, potência e fator de potência para identificar as áreas de desperdício de energia. Todos os valores medidos são registrados automaticamente e podem ser revisados durante o registro. Erros comuns de conexão são corrigidos por meio de cabos redesenhados, verificação digital e autoverificação de todas as conexões, e assistente inteligente, na tela, para configuração de intervalos. A peça tem classificação de segurança 600V CAT IV/1.000V CAT III e pode ser alimentada diretamente do circuito medido.
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Peça de decoração A Avant destaca ao mercado o Pendente Globo, que foi desenvolvido com o intuito de valorizar a decoração dos ambientes. O modelo, que faz parte da Linha Pendentes, é feito em alumínio e funciona bem como ponto focal, ou seja, para marcar um ponto de luz no cômodo. Ele possui cúpula de 200mm de comprimento por 180mm de largura. O pendente é indicado para iluminar peças de decoração e do mobiliário, revelando os contornos dos objetos, e conta com fio elétrico aparente com cobertura isolante cristal e funciona nas tensões de 127 ou 220V, sendo que a potência máxima da lâmpada deve ser de 60W, com base E27.
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WEG Equipamentos Elétricos
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SIL FIOS E CABOS ELÉTRICOS
STECK IND. ELÉTRICA
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agenda
outubro/novembro 2013
Eventos Fórum Nacional sobre Riscos de Explosões Data/Local: 16/10 – São Paulo-SP Informações: forum@project-explo.com.br
2ª Conferência Logística Reversa, Reciclagem e Gerenciamento de Resíduos Data/Local: 22 e 23/10 - São Paulo-SP Informações: (11) 3452-3155
3º Seminário Nacional de Energias Renováveis e Eficiência Energética Data/Local: 22 e 23/10 – Rio de Janeiro-RJ Informações: inscricao.planeja@gmail.com
XV Congresso Brasileiro de Energia Data/Local: 22 a 24/10 – Rio de Janeiro-RJ Informações: (21) 2562-8772
Exponorma – Congresso & Exposição Data/Local: 30 e 31/10 – São Paulo-SP Informações: www.exponorma.com.br
Automation Fair Data/Local: 13 e 14/11 – Houston (EUA) Informações: www.automationfair.com
Cursos Tecnologia LED Data/Local: 16/10 – São Paulo-SP Informações: (11) 4704-3540
Cidades Inteligentes + Sistema de Telegestão Data/Local: 19/10 – Vinhedo-SP Informações: karina.cardoso@schreder.com.br
Subestações III – Inspeção e Manutenção Data/Local: 28 a 30/10 – Uberlândia-MG Informações: (34) 3210-9088
ISO 50.001 Sistema de Gestão de Eficiência Energética Data/Local: 31/10 e 01/11 – Campinas-SP Informações: (11) 2655-9018
Qualidade de Energia Elétrica Data/Local: 11 a 14/11 – São Paulo-SP Informações: (11) 3579-8777
Curto-circuito, coordenação e seletividade Data/Local: 18 a 20/11 – São Paulo-SP Informações: www.barreto.eng.br
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