Entrevista - Georges Blum e Rubens Rosado - Edição 118 da revista Potência

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A revolução

do LED

ENTREVISTA A PAULO MARTINS

A

Nova tecnologia muda a forma de escolher produtos como lâmpadas e luminárias e exige

Foto: Ricardo Brito/HMNews

maior conhecimento dos consumidores.

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potência

Ano XII Edição 118 Outubro’15

iluminação representa cerca de 20% da energia elétrica consumida no Brasil, o que por si só justificaria toda e qualquer atenção a ela dispensada. O fato desse sistema exercer influência direta no dia a dia das pessoas, tanto nos momentos de trabalho quanto de lazer, aumenta ainda mais a necessidade do consumidor se preocupar com a qualidade e a eficiência dos produtos que utiliza. Neste momento em que o setor passa por uma verdadeira revolução, por conta do banimento das lâmpadas incandescentes e maior difusão dos LEDs, os usuários precisam pesquisar e comparar para encontrar as melhores soluções para suas necessidades. Nesta entrevista com Georges Blum (foto à esq.), presidente-executivo, e Rubens Rosado, assessor técnico da Abilumi (Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação), somos informados que 95% dos associados da entidade já comercializam lâmpada de LED no País, o que comprova o poder de penetração e o potencial dessa tecnologia. Nesse meio existem ainda as compactas fluorescentes, que bravamente continuam cumprindo seu papel. Os preços estão em queda, mas ainda falta informação, pois muitos ainda carregam o vício do tempo da incandescente, de escolher o produto pela potência (W) - que na verdade indica o consumo de energia. Mudou a tecnologia, então, é preciso modificar também a forma de adquirir produtos, conforme explicam a seguir os especialistas.


Entrevista Entrevista com autoridades e profissionais do setor elétrico.

Interview Interview with authorities and professionals of the electrical sector.

Entrevista Entrevista con autoridades y profesionales del sector eléctrico.

Existe uma estimativa de que as lâmpadas LED serão maioria no mercado brasileiro daqui a três anos.

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No setor coberto pela Abilumi, como se dividem os negócios, em relação à tecnologia oferecida pelas empresas? Todas associadas já comercializam produtos de LED? Georges Blum: Calculamos que 95% das empresas associadas comercializam lâmpadas LED de vários formatos, atualmente, e 51% comercializam também lâmpadas compactas econômicas.

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Para quem está saindo da tecnologia incandescente seria um ‘caminho natural’ migrar para a tecnologia fluorescente? Georges Blum: Boa parte dos consumidores já começa a usar lâmpadas LED,

mas a maioria passou para as lâmpadas compactas econômicas.

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Em que mercados a tecnologia fluorescente ainda é forte? Georges Blum: No segmento comercial as lâmpadas fluorescentes tubulares ainda predominam.

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As lâmpadas fluorescentes sempre terão seu espaço no mercado de iluminação? Georges Blum: Acreditamos que ela estará presente por mais alguns anos, mas de forma decrescente, conforme forem surgindo produtos mais eficientes e mais baratos.

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A que velocidade tem havido a migração do mercado brasileiro para o LED e como têm se comportado os preços dessa tecnologia? Georges Blum: Existe uma estimativa de que as lâmpadas LED serão maioria no mercado brasileiro daqui a três anos. A migração para o LED depende também do preço, que vem caindo muito. Estimamos que os preços dos produtos

According to Abilumi (Brazilian Association of Lighting Products Importers), 95% of the organization members already sell LED lamps in the country, which confirms the wide use of this technology. The major concern of the association is the consumer education in order to teach them the correct choice of LED products at the moment of purchase, considering the differences between this system and the others.

Foto: Ricardo Brito/HMNews

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As empresas associadas à Abilumi dependem basicamente da importação. Como a alta do dólar tem influenciado nos produtos trazidos por elas para o País? Georges Blum: Num primeiro momento, uma parte do aumento vai para os preços, mas acreditamos que depois o mercado se acomoda.

de LED tenham caído cerca de 30% a cada ano.

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O que justifica o fato de uma determinada lâmpada ter um valor mais alto nas lojas, do que outras aparentemente similares? Rubens Rosado: Podemos ter modelos de lâmpadas LED de 10 W, por exemplo, porém, com fluxos luminosos diferentes. Assim, estas lâmpadas terão eficiências lúmen/Watt também distintas.

Según Abilumi (Asociación Brasileña de Importadores de Productos de Iluminación), el 95% de los miembros de la entidad ya venden lámparas LED en el país, lo que demuestra el poder de penetración de esta tecnología. En ese momento, una de las principales preocupaciones de la asociación es educar al consumidor para que aprenda a hacer la elección correcta de los productos LED en el momento de la compra, debido a las diferencias entre este sistema y otros.

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Por isso é importante que o consumidor saiba que esta diferença na quantidade de luz pode justificar uma lâmpada custar um pouco mais do que outra.

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Foto: Divulgação

A propósito, que critérios devem ser considerados na hora da aquisição de um produto de LED? Rubens Rosado:Um critério que deve sempre ser considerado é o rendimento, ou, tecnicamente falando, a eficiência da lâmpada, medida em lúmens/Watt. Na maioria das lâmpadas, encontramos em destaque a potência do produto, em Watt. Sem dúvida é um dado importante, pois é daí que saberemos o quanto de energia será consumida. Mas, tão importante quanto a energia consumida é a ‘quantidade de luz produzida por uma determinada lâmpada’, como também é conhecido o ‘fluxo luminoso’, sempre representado em lúmen ou lm, que, pelos regulamentos aprovados pelo Inmetro, precisa obrigatoriamente estar exposto nas embalagens.

Qual a importância de disseminar o conceito de fluxo luminoso entre os consumidores? Rubens Rosado: Sem que haja essa mudança cultural, todo o desenvolvimento tecnológico aplicado nas lâmpadas LED não fará sentido para o consumidor, que vai continuar comprando lâmpadas baseando-se na potência consumida, achando simplesmente que as de maior potência iluminam mais do que as de menor potência.

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Como tem caminhado a evolução tecnológica dos produtos de LED em relação, por exemplo, à vida útil? Georges Blum: A tecnologia do LED está em evolução e muita coisa ainda vai acontecer para simplificar e melhorar o produto. A vida útil das lâmpadas pode ser de 15.000 ou 25.000 horas ou mais, não há problema técnico para isso. É uma questão de escolha e custo. O Inmetro padronizou a vida das lâmpadas de LED de iluminação geral em 25.000h.

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E que níveis de eficiência o LED já apresenta, em relação às demais tecnologias? Quanto é possível economizar com o uso do LED? Georges Blum: Em laboratório, já existe LED componente que oferece 300 lúmens por Watt. Nas lâmpadas, já temos opções com mais de 150 LPW, ou seja, dez vezes mais que uma incandescente. Há aquelas que iluminam oito vezes mais que uma incandescente, como as de 120 LPW, comuns no mercado e que são as que os consumidores devem procurar mais.

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Como está o processo de certificação das lâmpadas de LED no Brasil? Georges Blum: Caminhando com preocupação, devido a mal-entendidos 8

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Em laboratório, já existe LED componente que oferece 300 lúmens por Watt. que ocorreram nos quatro primeiros meses, o que vai acarretar atraso na certificação e falta de lâmpadas certificadas no fim do ano, prazo estabelecido pelo Inmetro para só poderem ser importados ou fabricados produtos certificados.

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A que problemas o senhor se refere, exatamente? Georges Blum: No começo, houve muita falta de informação a respeito de quais OCPs (Organismos de Certificação de Produtos) estavam acreditados pelo Inmetro para esta certificação de lâmpadas LED. Isto só foi esclarecido alguns meses depois, com a publicação de outra Portaria e todos perderam um tempo precioso que não dá para ser recuperado. A contratação de uma OCP é o primeiro passo no processo da certificação.

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E como está o nível de qualidade dos produtos de LED comercializados no Brasil pelas empresas associadas à Abilumi? Quais as preocupações da entidade, nesse sentido? Georges Blum: Temos recomendado aos associados que tenham produtos que atendam aos critérios técnicos mínimos de qualidade da Portaria do Inmetro. Aos consumidores, recomendamos não comprar produtos baratos, pois vão se desapontar depois, já que não existe milagre.



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