espaço abreme
Editorial
Roberto Varoto Diretor Colegiado Abreme - abreme@abreme.com.br
C
hegou mais um ano de eleição em nosso País e nós - representantes do mercado de distribuição de materiais elétricos e a sociedade - gostaríamos que os candidatos aos cargos políticos fossem mais claros e objetivos em seus programas econômicos a serem executados a partir dos próximos mandatos, pois até o momento os discursos são os mesmos do passado, onde as promessas de mudanças para a política industrial e demais áreas já são nossas conhecidas de campanhas anteriores e infelizmente nunca cumpridas. Se nossos candidatos melhorassem o conteúdo dos programas, firmassem compromissos verdadeiros com a sociedade e executassem o prometido caso eleitos, poderíamos ter esperanças e contar com uma nova perspectiva com relação ao nosso mercado, pois estamos caminhando para uma dependência quase total de importação dos produtos comercializados bem como o enfraquecimento do nosso parque industrial. Estudos mostram que 25% dos produtos consumidos no Brasil são importados. Mais uma vez, estamos na expectativa de que a carga de impostos e contribuições do País - extremamente alta para os padrões mundiais – seja reduzida, pois, os setores produtivos são os mais taxados, chegando a 40% do faturamento. De nada adiantaram as desonerações concedidas nos últimos anos para estimular a economia, pois a nossa carga tributária é extremamente punitiva, com 58
potência
Ano XI Edição 106 Setembro’14
Associação Brasileira dos Revendedores e Distribuidores de Materiais Elétricos
Ano de eleição é impactante para o setor de material elétrico? isso, o peso dos tributos faz com que as indústrias nacionais percam competitividade no mercado exterior e interno. De acordo com estudos feitos pelo IBPT – Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, a maior média de tributação fica por conta da energia elétrica, com 38,65%, o que agrava ainda mais o custo das cadeias produtivas. O transporte vem logo em seguida, com 29,65%, e por fim os combustíveis, com 32,74%. Com apenas estas três taxações o resultado médio impactante na indústria é de 35,47% e no nosso segmento, o comércio, é de 23,23%. Em ano eleitoral o governo vigente tem interesse de se manter no poder, então, do ponto de vista econômico, não vivenciamos em 2014 um cenário muito diferente de 2013, os prognósticos negativos para 2014 não se tornaram realidade, porque o governo vem segurando, maquiando contabilidades como, por exemplo, a questão dos combustíveis, que tiveram aumento no último momento para não estourar as metas de inflação. Vamos continuar convivendo com o controle inflacionário e com o não crescimento da economia, mesmo porque já sabemos - por parte das indústrias que os investimentos não irão acontecer, posto que não temos infraestrutura para comportar um crescimento. A cada novo governo que se instala, sempre renovamos a esperança que ações mais justas serão adotadas de forma ampla e irrestrita como, por exemplo, a redução do IPI e do ICMS de todos os produtos,
para os diversos segmentos de mercado como forma de incentivo para o aumento do consumo e consequente fortalecimento do comércio – entretanto, infelizmente, nunca vemos isso se concretizar. Já sabemos, na prática, que ações como redução do IPI e do ICMS são de grande incentivo para a população consumir mais a um preço mais justo e o governo, por sua vez, também arrecada mais, mesmo com os impostos reduzidos. Haja vista o resultado positivo que tivemos com tais reduções para a linha branca, automóveis e construção civil, então, porque não ampliar tais benefícios para todos os setores? É de primordial importância para o nosso segmento o fim da guerra fiscal existente entre os estados da união. O próximo governo terá de ser capaz de unir todas as lideranças num mesmo objetivo: o de promover e fixar o desenvolvimento no âmbito nacional, sem privilégios, e com justiça para quem trabalha e movimenta a máquina chamada Brasil, visando única e exclusivamente o desenvolvimento de todos os estados de forma uniforme e próspera, pois, somente assim, poderemos construir um mercado interno forte para enfrentar os fabricantes externos numa concorrência para futuras exportações. Finalizando, desejo que todos os brasileiros votem com muita consciência e responsabilidade, pois, ao elegerem os nossos representantes através do nosso voto, estamos assinando pelo bem-estar e crescimento tão esperados, de toda uma nação, já cansada de ser iludida por falsas promessas.