Matéria de capa - Correção de contratos - Edição 01 da Revista da Instalação

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Ano I Edição 01 Abril’16

Novo parâmetro para a correção de contratos Depois de muito trabalho em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, Sindinstalação apresenta ao mercado uma fórmula paramétrica para servir de base às correções de contratos entre as instaladoras e seus clientes.

Por Marcos Orsolon

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m qualquer ramo de atividade, estipular preços justos, competitivos e que reflitam a realidade dos serviços prestados é condição de extrema importância para o sucesso e evolução dos negócios. Da mesma forma, buscar mecanismos de correção de contratos que correspondam à evolução dos custos, com o maior nível de fidelidade possível, também é fundamental, especialmente em situações em que a parceria é de médio ou longo prazo.

Sindinstalação introduces to the market a parametric formula that will be useful for the installation companies to adjust the contracts between them and the contractors. But, in order to use this resource, it is necessary to explain in more detail its advantages for companies.

Afinal, é essa correção que vai garantir que a empresa contratada não ‘perca dinheiro’ com o passar dos meses e anos e que a contratante, de outro lado, não pague além do que imaginava. Em outras palavras, o indicador de reajuste de um contrato, seja ele qual for, deve ser justo para os dois lados, de modo que todos fiquem satisfeitos. Atenta à necessidade das instaladoras terem à disposição um indicador que fosse referência para o reajuste dos contratos com seus clientes, com alto nível de fidelidade

Sindinstalação presenta al mercado una fórmula paramétrica que formará la base para que las empresas de instalación puedan ajustar sus contratos de servicio con los contratistas. Pero, para que ese recurso sea adoptado, es necesario explicar en detalle sus ventajas para las empresas.

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em relação à realidade do setor, a diretoria do Sindinstalação-SP (Sindicato da Indústria de Instalação - SP) foi à luta. E, depois de anos de trabalho, acaba de apresentar ao mercado uma fórmula paramétrica, desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), que está 100% voltada para esta área. Como explica José Antonio Bissesto, diretor-executivo do Sindinstalação, a iniciativa visa permitir que as empresas de instalação tenham uma melhor gestão de seus contratos, com orçamentos mais equilibrados e participação justa nas licitações. “O Sindinstalação ouviu as suas associadas e identificou a necessidade de um projeto que viabilizasse conhecer a variação dos custos dos insumos inseridos nas obras de instalações. Esse projeto evoluiu, até a criação de uma fórmula paramétrica que permite se chegar a um índice mensal destas variações”, comenta Bissesto, lembrando que, entre a ideia, a ação e a conclusão do trabalho, foram quase cinco anos. “Incluídos aí a etapa de maturação e estudos feitos pela diretoria da entidade e associadas convidadas, que teve sua conclusão em janeiro de 2016”. Além de alguns membros da diretoria do Sindinstalação e dos especialistas da FGV IBRE, responsável pela criação da fórmula paramétrica, participaram do trabalho os membros do Comitê Setorial de Instalações Eletromecânicas (GSEL) e várias empresas associadas do sindicato, que responderam uma pesquisa antes de se chegar à fórmula. Foram membros coordenadores: José Silvio Valdissera, presidente do Sindinstalação e sócio da Hidrelplan Engenharia e Comércio; José Antonio Bissesto, diretor-executivo do sindicato; Fernando Belotto, representante da Hersa Engenharia e Serviços; Ivan Silva, da Sanhidrel Cimax Engenharia, e Ramon Olmos, da FR Instalações e Construções. 18 Revista da InstalaçÃO

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Por que uma fórmula paramétrica e não um índice setorial? Ana Maria Castelo, economista da FGV IBRE, dá uma explicação de ordem prática em relação à opção pela fórmula, que tem a ver com os custos. Ela revela que o índice tem um custo bem maior (na comparação com a fórmula paramétrica) e exige um esforço muito grande de coleta de informações. Isso porque a questão não é apenas montar o índice e uma cesta de produtos a ele relacionada. Há todo um processo após a sua criação em que, mensalmente, há a necessidade de se coletar novas informações. “Isso gera um trabalho grande e

um custo alto. Já na fórmula paramétrica é um pouco diferente. Você cria uma cesta de insumos, assim como faFoto: Ricardo Brito/HMNews

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Iniciativa visa permitir que as empresas de instalação tenham uma melhor gestão de seus contratos, com orçamentos mais equilibrados e participação justa nas licitações. José Antonio Bissesto Sindinstalação

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ria para o índice, mas estabelece a correlação dessa cesta com os indicadores já existentes, que são alguns índices que a FGV já possui. Ou seja, você já tem esses índices prontos, o que elimina o trabalho de coleta. Essa é uma diferença muito significativa, que explica o custo menor para se trabalhar com a fórmula paramétrica”, observa Ana Maria. No caso particular da fórmula voltada para o mercado das instaladoras, a economista da FGV comenta que, o primeiro passo, foi elaborar em conjunto com o Sindinstalação um trabalho para se chegar a uma cesta de insumos, que seriam correspondentes aos custos do setor. Para este fim, se elaborou um questionário que foi distribuído entre as empresas instaladoras associadas ao sin-

Equilíbrio

A fórmula criada pela FGV considera o peso de cada produto nos custos das instaladoras.

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dicato, que o responderam indicando, dado à sua estrutura de projeto, quais as ponderações de cada item daquela cesta, em seu caso particular. “Recebemos as informações das empresas e foi feito um trabalho em que ponderamos, dentro da estrutura de cada instaladora, o peso de cada

A fórmula paramétrica representa um avanço enorme e um ganho tanto para as instaladoras, quanto para quem está contratando. An_revInstalacao_9x21.pdf 1 21/03/2016 09:03:55

tipo de obra (comercial, industrial e residencial). Depois, fizemos a ponderação do resultado da empresa de acordo com a participação dela dentro do conjunto amostral. Ou seja, a gente tinha a relação dos insumos e o peso de cada um deles no que seria a cesta representativa dos custos do setor de instalações. Assim, criamos uma cesta média, onde temos os itens e o seu peso nos custos”, descreve Ana Maria. Mas como identificar os percentuais de elevação de cada produto que compõe a cesta média das empresas instaladoras? É nessa hora que entram os índices que a FGV já possui. “Uma vez estabelecida a cesta de insumos, temos como fazer as correspondências de cada item com os indicadores da FGV. Por exem-

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plo: na cesta estão os tubos e conexões de PVC. Eu tenho um índice da FGV, que é o INCC-DI (Índice Nacional de Custo da Construção), onde esse

componente aparece. Outro exemplo: fios e cabos de cobre. Tenho um item da FGV onde esse item também aparece, é pesquisado. Então, temos índices na FGV que nos permitiram estabelecer correspondências com a cesta do Sindinstalação”, comenta Ana Maria. E ela completa: “Eu tinha os pesos, estabeleci essa correspondência e pudemos montar uma série histórica, onde tivemos a oportunidade de fazer as comparações do índice resultante dessa fórmula paramétrica, com outros indicadores. E o resultado foi muito interessante, porque as comparações mostraram que, de fato, se justifica ter

A fórmula paramétrica dá uma maior aderência dos contratos aos custos efetivos das empresas instaladoras. Ana Maria Castelo FGV IBRE

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Transparência

A correção dos contratos através da nova fórmula torna mais justa a relação entre instaladoras e clientes.

um indicador próprio para as instaladoras, no caso a fórmula paramétrica. Isso porque há momentos em que a fórmula caminha mais próxima a outros índices setoriais, como o INCC-DI, mas há outros em que, por conta do peso maior de alguns itens, há um descolamento. Então, a fórmula paramétrica dá uma maior aderência dos contratos aos custos efetivos das empresas”. Em outras palavras, chegou-se a uma fórmula customizada ao segmento de instalações. E, a partir do seu lançamento, que deverá ocorrer no segundo semestre desse ano, basta fazer o acompanhamento mensal. “A cada mês, quando os indicadores da FGV forem sendo divulgados, a gente terá os pesos da fórmula paramétrica


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e, com isso, conseguiremos chegar no que é a evolução mensal do segmento de instalações”, declara Ana Maria, que destaca: “Isso representa um

avanço enorme e um ganho para todas as partes envolvidas, tanto para empresas instaladoras, que terão um indicador que vai refletir melhor os

seus custos, quanto para quem está contratando, pois o contratante não tem interesse em ter um índice descolado da realidade”.

Nova etapa inclui divulgação da fórmula paramétrica Uma vez definida a fórmula paramétrica, a tendência natural é que tenha início um trabalho de divulgação

da mesma, que explique seu funcionamento e suas vantagens para instaladoras e seus clientes. “É o trabalho de

Cesta de insumos da fórmula paramétrica e seu peso nos custos das instaladoras Grupo de produtos Peso (%) Acessórios de combate a incêndio (bicos, hidrantes, etc.)

3,03

Acessórios de fixação

2,63

Barramento blindado de alumínio

5,50

Barramento blindado de cobre

1,67

Bombas e sistemas de pressurização em geral

3,87

Conduletes e caixas em geral

2,07

Eletrocalhas, leitos e perfilados de aço

3,49

Eletrodutos de aço

3,32

Eletrodutos de PVC

1,40

Fios e cabos de cobre Grupo gerador (caso seja utilizado) Painéis de Média e Baixa Tensão Tomadas e interruptores

15,44 3,67 16,41 2,26

Transformadores 5,11 Tubos e conexões de aço carbono

7,17

Tubos e conexões de aço inox

0,79

Tubos e conexões de cobre

4,07

Tubos e conexões de ferro fundido

2,54

Tubos e conexões de PVC

6,15

Válvulas, manômetros, etc.

2,70

Outros materiais

6,71

Total 100

convencimento das empresas que vão fazer os contratos. É explicar: olha, é melhor ter como indexador um índice que realmente reflita os custos setoriais, do que outro que não significa muita coisa para as instaladoras” ressalta a economista da FGV. Segundo José Antonio Bissesto, a fórmula desenvolvida pela Fundação Getúlio Vargas é de suma importância para o setor, pois, além de ser correta, traz transparência durante as negociações entre as instaladoras e seus clientes. Quanto à sua aplicação, o diretor-executivo observa que ela deverá ocorrer naturalmente, ao longo do tempo. Até porque, a atual situação de crise no País não favorece muito a sua adesão pelas empresas.“Como citei, trata-se de um trabalho pensado há cerca de cinco anos e, durante este período, a economia brasileira passou por várias nuances. Na atual conjuntura econômica, o mais importante não são os reajustes ou cada ator evidenciar seus percalços dificultando os negócios. Vivemos um momento em que, juntos, instaladora e cliente pactuam o melhor para os dois lados. O importante é cada qual saber a realidade de seus custos e tornar possível, com cautela, um bom serviço e contrato”, afirma o executivo do Sindinstalação. No que tange à divulgação desse trabalho, Bissesto comenta que ela deverá ocorrer a partir do mês de julho, tanto pelos meios de comunicação do Sindinstalação, quanto por outros veículos de mídia. Revista da InstalaçÃO 21


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