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CRISE ENERGÉTICA
Sim, podemos ser
mais eficientes
E
conomia emergente, com grande potencial de desenvolvimento, o Brasil precisa, mais do que nunca, acelerar o ritmo de investimentos para se modernizar e deixar de ser um eterno país do futuro. Infelizmente, a falta de investimentos e as estratégias equivocadas dos governantes nos últimos anos produziram efeito contrário. Hoje, o risco iminente é de paralisia da economia, devido ao encarecimento e à indisponibilidade de insumos básicos como água e eletricidade. Um dos problemas que têm afetado grande parte do País é a escassez de chuvas, que provocou o esvaziamento dos reservatórios de água utilizados para abastecimento da população e geração de energia elétrica. O nível das represas atingiu o volume morto, provo-
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cando indisponibilidade do líquido nas torneiras das casas e o desligamento forçado de usinas hidrelétricas. Simultaneamente, o calor recorde estimulou o consumo e contribuiu para agravar o quadro. O resultado é que temos um País ameaçado por racionamentos e blecautes, que levam insegurança a diversos setores, como indústria, agricultura e serviços. Mal o ano começou e já se fala em baixo crescimento e até retração da economia ao longo de 2015, com consequências imprevisíveis para os próximos anos. Uma pesquisa realizada pela Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) com empresas instaladas na região Sudeste revela a dimensão que o problema pode atingir. Sessenta
e nove por cento das entrevistadas disseram que não estão preparadas para enfrentar uma crise de abastecimento de energia elétrica, se o nível dos reservatórios de água baixar mais. As que disseram estar preparadas (31%), enxergam a compra de geradores a diesel ou a gasolina como alternativa. Também é grande a preocupação quanto às dimensões que a crise no abastecimento de água poderá atingir, tanto na produção quanto nas áreas administrativas das companhias. Das indústrias ouvidas, 54% revelaram ter planos de contingência. Entretanto, as empresas alertam que as soluções pensadas implicarão em considerável aumento de custos e serão suficientes apenas por pouco tempo, não resolvendo o problema se a escassez de água se prolongar.