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REPRESENTATIVIDADE:
a a r t n o c n onde se e ? e t r a a n a t e r p r e h l u m
WA Y N E
A VISIBILIDADE DA ARTE DA MULHER PRETA SEGUE INVISÍVEL o neg ro a o co rp e g , n a t que asileira dade br ação no ie ip c t uà o o o s e r o a isitiv n te n A este d er a q u o p rese o it p u , iz m r o t t é c a tele do a ainda ão ao in nvolven m relaç cen te e e r m a que o ig s t seja co s a do e . Um c lo o p ã m s m um a e is x f e p ro eg ra s. E n r, é u m s ie a , v o a s X m a que e p es Luana triz afir to so b r a s o a p , L é o O e nt te d rta l U geralme diferen a ao po ta muito n ta cedid om a e is c v im a e t r s id t en m a ve n fu n d u o c m i o o c f , e m esm o ta u ra n t imento. e d o res tabelec s e o uniform d te a ten d en em co m s o co rr e s s e o d as na enraiza to s co m n o e ã t s im e c rvir”. en te, A co n te p a ra se ssivelm o o ã t p s , e e “ , cia g ra s freq u ên soas ne q u e p es e d ia e id
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A representação da mulher preta na arte de um país onde, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) cerca de 54% da população brasileira é negra, segue mínima se comparado a artistas caucasianas.
Ainda que o espaço dentro do universo artístico esteja mais democrático, a luta pela visibilidade de quem é mulher, preta e artista perdura. E isso, provavelmente, ocorre devido ao racismo estrutural, visto que, na história nacional, pessoas de etnia negra quase sempre tiveram seu intelecto questionado e subestimado.
Apesar da persistente desigualdade racial, a cultura e a arte negra têm resistido e obtido mais espaço dentro da sociedade brasileira. Esse fenômeno deve-se à democratização das mídias sociais, que permitiu haver visibilidade àqueles que antes não a tinham, e, consequentemente, gerou mais representatividade e inspiração às pessoas negras das gerações mais novas.
RECONHECIMENTO COMO MULHER NEGRA Bianca Oliveira, de 20 anos, cantora e compositora de nome artístico Wayne, fala sobre a importância da representatividade negra para a sua carreira: "A importância da mulher preta na arte é a representatividade. Nós mulheres pretas sofremos muito com insegurança e ter pessoas à frente faz com que a gente acredite que é possivel”, diz.
Wayne começou a carreira de cantora aos 14 anos, e aos 15, já compunha suas primeiras canções.
Segundo ela, reconhecer-se e se aceitar como mulher negra foi uma das coisas que mais a incentivou a seguir na área.
A rapper fala sobre as suas maiores inspirações “Eu tenho como grande referência: Djavan, A$AP Rocky, Michael Jackson e Beyoncé” Bianca Oliveira, de nome artístico Wayne, cantora e compositora
Apesar da pouca idade e do pouco tempo de carreira, Bianca foi mais uma vítima da discriminação racial no meio artístico:
“Pra mim, o maior empecilho é o racismo. Mesmo hoje em dia tendo vários artistas negros famosos e reconhecidos, sabemos o quanto é difícil para nós, pretos, periféricos e, às vezes, LGBTQIA+, ter espaço e oportunidade no mercado artístico e comercial”.
FALTA DE ESPAÇO NO MEIO ARTÍSTICO Atriz, com apenas 17 anos, Byanka Martins, expõe seu ponto de vista sobre os conflitos de uma atriz preta. Ela acredita que um dos maiores empecilhos que enfrenta na área é a desvalorização da cultura, pois a possibilidade de ter verba é muito incerta
"Vai ser difícil você sobreviver, porque é uma área muito desvalorizada, e você depende de um governo que não se importa com a sua existência".
Muitas mulheres pretas tiveram ou têm o seu espaço no mundo artístico ameaçado, e, assim, acabam se sentindo prejudicadas;
Byanca Martins, Atriz.
Segundo ela, ter mulheres pretas dentro da arte é de extrema importância, já que a mulher preta vive e passa por muita coisa.
A ATRIZ ASSOCIA A REPRESENTATIVIDADE Byanka afirma ser muito nova no meio artístico, porém já identifica uma seletividade no momento da escolha do elenco, principalmente para mulheres pretas, que a faz se sentir desmotivada.
À LUTA “É importante, mas não apenas por representatividade, mas por luta, a mulher preta sabe o que ela vive, ela sabe pelo que ela pode passar e ela tem esse olhar diferente. A luta preta é algo sobre raízes, e eu acho isso tudo muito potente, até para quem não acredita. Esta luta é sobre gritar o que eles quiseram silenciar”, conclui.
Luta por visibilidade Durante suas entrevistas, Byanka e Wayne pontuaram, com muita veemência, a influência da representatividade em suas vidas, e, com base nas vivências relatadas pelas artistas, nota-se a importância do respeito ao local de fala e de mais espaço a mulheres negras no meio artístico brasileiro, visto que, mesmo no século XXI, a arte da mulher preta segue invisível.
Esporte
Existe espaço para a mulher no jornalismo esportivo? A comunicadora esportiva, Débora Gares, relata as situações vividas no mundo da bola.
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ulheres no mundo esportivo costumam ser subestimadas e pouco ouvidas, seja como atleta ou comunicadora. Pertencer ao gênero feminino e escolher trabalhar com esporte requer muita coragem e paixão, pois em um meio tão machista, é comum mulheres serem desvalorizadas e seu trabalho não ser levado a sério. De acordo com um relatório feito pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o “Movimento é Vida”, a prática de exercício físico feita pelas mulheres é 40% inferior à dos homens. Débora Gares, repórter esportiva da Globo (Sportv), começou sua trajetória como estagiária do Infoglobo e passou por várias editorias até se consolidar no esporte. A vontade, no início, era apenas trabalhar com televisão, mas atuou na editoria esportiva e identificou-se com o assunto. “Em 2014, surgiu uma chance na ESPN e eu vi uma oportunidade de buscar o sonho lá do começo de trabalhar com audiovisual. Foram cinco anos muito felizes e eu aprendi muita coisa”, afirmou.
Ao ser questionada se em algum momento sentiu receio de traçar sua trajetória no âmbito esportivo, Débora diz que sua recepção foi muito boa, porém, se perguntava se conseguiria trilhar um caminho lá dentro. “Não havia muitas mulheres na equipe e as que estavam lá, não estavam nem perto de um cargo de chefia”. Ela também pontua sobre o espaço feminino na comunicação esportiva. "Vivemos um momento agora que inclusive é bastante próspero nesse sentido, que existe uma iniciativa de fato das empresas, algumas empresas, de ter essas mulheres. Então eu acho que é um bom momento para se ser mulher e estar nesse meio, mas atenção, um bom momento comparado ao que já foi, continua difícil, as oportunidades ainda são escassas, a possibilidade de crescimento é pequena, a luta é difícil, mas comparado a um passado recente, agora, é um momento melhor”, concluiu.
Débora Gares Jornalista SporTV. Fonte: Foto/Reprodução Instagram
Um dos dezessete propósitos para o desenvolvimento sustentável, de acordo com a cúpula das Nações Unidas, é alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas, entretanto, sabe-se que há um longo caminho para percorrer. A jornalista do Sportv conta se já houve alguma situação em que a sua credibilidade foi questionada no trabalho. “Nunca aconteceu essa indelicadeza, mas a gente sente indiretamente, você sente que os meninos tiram dúvidas entre eles, se estiverem com uma questão em alguma coisa, eles buscam um ao outro para tirar essa dúvida, até para uma resenha ou conversar para um jogo, eles se procuram. Uma coisa que é muito fato, que é sempre aquela sensação que você tem que é preciso ser muito boa em um assunto”, relatou Débora.
Com toda bagagem de experiência no esporte, ela revela um dos maiores desafios na sua carreira:
“Trabalhar grávida foi um grande marco para mim, e eu percebi que este universo não comporta as mulheres grávidas e que as empresas precisam trabalhar muito e a parte esportiva precisa entender as mulheres grávidas e suas necessidades. Elas querem continuar trabalhando, mas precisam de um pouco de suporte. Eu recebi suporte, mas partia de uma iniciativa individual”
SUPERAÇÃO DE BARREIRAS: CONHEÇA KETILEY BATISTA Era para acontecer, a atleta conta sua história de encontro com o atletismo.
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etiley Batista (22) é atleta olímpica da corrida de 100 metros com barreira. Uma jovem que veio de Pindamonhangaba e conquistou Tóquio nas Olimpíadas de 2020 - que, por causa da pandemia, aconteceu em 2021- mostrando toda sua garra representando o atletismo feminino.
“Comecei, não parei mais e não me vejo fazendo outra coisa” Sua história se inicia com um convite feito pelo professor de educação física, Luiz Gustavo, em 2011. Ele percebeu toda a desenvoltura da atleta, mas devido a distância do centro esportivo, ela não aceitou, pois não conseguiria comparecer às aulas. Entretanto, em 2012 o destino uniu novamente o instrutor físico e a atleta, que dessa vez topou o desafio e, em 2014 ela de fato entrou firme no esporte.
Quando questionada sobre sua reação ao saber que iria para as olimpíadas, Ketiley conta que antes de ver o ranking do World Athletics (ranking que mostra as colocações dos atletas que vão para as olimpíadas), seu técnico estava tranquilo e não queria precipitar nada, pelo fato dela ser muito nova. Após o período de isolamento, as competições voltaram e a atleta teve um ano muito bom, com isso, Luiz Gustavo percebeu que ela poderia estar no maior evento esportivo do planeta, as Olimpíadas. Para estar presente em Tóquio, Ketiley precisava estar entre as quarenta melhores atletas colocadas no ranking, era difícil, contudo, ela e seu técnico sabiam que era possível. Após muito esforço, chegou o dia do fechamento do ranking e Ketiley ficou em vigésimo sétimo lugar, uma excelente colocação. “A ficha demorou para cair, mesmo estando lá, eu me perguntava ‘gente será que isso é real?’, é a realização de um sonho”, concluiu a atleta. A jovem finaliza dizendo sobre sua motivação:
“A minha inspiração sou eu mesma, então eu tenho que me inspirar em mim, me superar todos os dias e sempre estar ali buscando chegar no meu limite”
Ketiley Batista. Atleta olímpica da modalidade de salto com barreira. Fonte: Foto/reprodução Instagram
POLÍTICA
15 anos da primeira proposta envolvendo o Marco Temporal
Caminhando por trilhas em meio à floresta, uma tropa de uns 15 bugreiros se deslocava silenciosamente no meio da noite. Especializado em exterminar indígenas brasileiros no início do século XX, o grupo evitava até mesmo falar ou fumar para não chamar atenção das próximas vítimas, inocentes de que seriam atacadas ao amanhecer.
“Primeiro, disparavam-se uns tiros. Depois passava-se o resto no fio do facão”, afirma um dos caçadores na obra. “Cortavam-se as orelhas. (...) Às vezes, para mostrar, a gente trazia algumas mulheres e crianças. Tinha que matar todos.” O relato acima é descrito por um dos próprios bugreiros, Ireno Pinheiro, que na época era contratado por governos imperiais de províncias no Sul do Brasil. O depoimento faz parte do livro “Os índios Xokleng: memória visual”, do antropólogo Silvio Coelho dos Santos, publicado em 1997.
Perseguidos e violentados, os Xokleng fugiram de suas terras para não desaparecer por completo. O povo, que viu sua população reduzir em dois terços em relação ao século anterior, ainda assim só teve o direito reconhecido de morar em uma reserva em 1996, de extensão equivalente a uma fração de seu território original. A demarcação do território, no entanto, é alvo de disputa na Justiça até hoje
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A ação foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF) em 2009, motivo pelo qual a sentença vai repercutir para todos os casos similares no Brasil. No segundo semestre de 2021, mais de uma década depois, o julgamento chegou a entrar na pauta da Corte. Na ocasião, cerca de 6 mil indígenas de 170 etnias brasileiras acamparam em Brasília e protestaram contra o Marco Temporal. A decisão acabou adiada outra vez.
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“Não lutar com a mesma arma do inimigo, não significa que estamos desarmadas” reforça Célia Xa
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Com o tema
“Mulheres Originárias: reflorestando mentes para a cura da Terra” a 2ª Marcha das Mulheres Indígenas tomou as ruas da capital federal em meio à discussão sobre o Marco Temporal. Cantos, danças e discussões políticas foram transmitidas ao vivo em redes sociais e no portal da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA).
O Marco Temporal Defendido principalmente por ruralistas, o Marco Temporal (PL nº490/2007), sustenta que os povos indígenas só deveriam ter direito a terras se estas já estivessem ocupadas por eles anteriormente ao dia 5 de outubro de 1988 - data de vigor da atual Constituição Brasileira. Por outro lado, críticos afirmam que a tese seria inconstitucional e ignora violações históricas:
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a maioria dos grupos ind genas foi expulsa de seus territ
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justamente antes de a Carta
ser promulgada.
Entre os apoiadores do Marco Temporal, está o presidente Jair Bolsonaro (PL), que coleciona frases contrárias à demarcação de terras e foi alvo de denúncia no Tribunal Penal Internacional de Haia, feita por lideranças indígenas em 2021. Para os acusadores, o presidente deveria ser responsabilizado por crimes contra humanidade e genocídio, ao praticar política
“anti-indígena explícita, sitemática e intencional”.
O Marco Temporal
Recentemente, Bolsonaro chegou a declarar que poderia até mesmo não acatar a decisão do STF, caso a tese do Marco Temporal fosse derrubada.
“Se conseguir vitória nisso, me resta (sic) duas coisas: entregar as chaves para o Supremo ou falar que não vou cumprir. Eu não tenho alternativa” afirmou em abril, durante uma tecnologia agrícola em Ribeirão interior de São Paulo.
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Os defensores da tese afirmam que a política de demarcação de terras extrapolaria o caráter de proteção aos povos indígenas. Segundo argumentam, ao desfazer propriedades privadas, ela colocaria em risco a agropecuária e outras atividades econômicas importantes. Também afirmam que, atualmente, a decisão fica concentrada nas mãos da Fundação Nacional do Índio (Funai), sem critérios objetivos para delimitar os territórios. Trazem ainda, como necessário transpor do Congresso Nacional o amplas que envolvem as indígenas, pois, segundo
solução, que se faz Poder Executivo para o debate das questões demarcações das terras eles:
“somente os legítimos representantes da sociedade brasileira podem decidir sobre o destino de significativa parcela do território nacional”. Fonte: Reprodução Instagram Kamikia Kisedje
Essa visão foi rejeitada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), para quem o Marco Temporal desrespeita diretrizes internacionais de proteção aos povos originários. Em 2021, o órgão chegou a destacar em seu relatório que, mesmo sem decisão do Supremo, tribunais brasileiros já estariam adotando a tese para anular ou cancelar processos de demarcação. Entre os casos, estão os povos Terena e Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, que perderam parte das terras e sofrem com risco de despejo. Uma proposta de emenda constitucional, a PEC 2015 e 2000, pretende atribuir ao Congresso Nacional o dever de demarcar territórios indígenas e quilombolas. Lideranças dos povos, entretanto, temem que isso deixe os atos demarcatórios à mercê de negociatas. Atualmente, a Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), mais conhecida como bancada ruralista, conta com mais de 200 deputados federais em defesa do interesse de latifundiários e grandes produtores.
Quando o julgamento deve ser retomado
Após a o debate público do caso, atrelados ao empate de votos e a confissão de insuficiência de preparo para prosseguir com o caso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o tribunal do dia 8 de setembro de 2021, pediu por mais tempo para analisar o caso. Prévio à interrupção, o empate se deu por um a um, sendo o ministro Edson Fachin contra e o ministro Nunes Marques a favor.
O caso tornaria a ser julgado no dia 23 de Junho, agora analisado pelo ministro André Mendonça, conhecido pelo título de “terrivelmente evangélico”. Entretanto, o ministro Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, decidiu na quinta-feira passada (2) retirá-lo da pauta de julgamentos do tribunal federal. De acordo com a decisão de Fux, não há nova data prevista.
Como acontece a demarcação de terras
amikia Kisedje o Instagram K eproduçã Fonte: R
O Estatuto do Indígena, de 1973, concede ao Governo Federal a demarcação de terras, por meio de procedimento administrativo. Cabe à Funai executar os atos, em processo realizado de acordo com as seguintes etapas:
Verificação da demanda territorial: verifica-se
a demanda elaborada por um antropólogo com base nos requisitos de determinado povo indígena, cabendo ao primeiro indicar a área reivindicada, o contexto social, político e econômico.
Estudos de identificação e delimitação: a
Funai nomeia um Grupo Técnico (GT) que realiza pesquisas e elabora um relatório.
Contraditório Administrativo:
essa etapa garante que qualquer interessado na área a ser demarcada tenha a oportunidade de manifestar-se. As oposições devem ser apresentadas à Funai e serão analisadas pelo Ministro da Justiça.
Em seguida o território é delimitado, é realizado um a demarcação física e um levantamento dos habitantes. Quanto a essa última etapa, caso as pessoas não-indígenas que estejam ocupando a área em questão sejam consideradas de boa-fé, devem deixar o local mas recebem indenização. Por fim, cabe ao Presidente da República homologar a demarcação ou devolver o processo ao órgão de origem para realizar as alterações que forem necessárias. Em seguida é realizado o registro das terras e a interdição da área em casos de indígenas isolados.
Bem Estar Bem Estar
Quanto vale um corpo padrão? Muito se fala sobre ter o corpo dos sonhos, ou o chamado, corpo de verão. Vemos diariamente promoções, vídeos, fotos e textos contando métodos de como se pode ter o melhor corpo possível, técnicas de emagrecimento, dicas de musculação.. há muito tempo foi imposto na sociedade um certo padrão considerado bonito. Um corpo padrão é aquele tipo de corpo que muitas influenciadoras gostam de esbanjar em suas redes sociais sendo uma cintura fina, seios e bunda grande, e uma barriga chapada. Esse é o corpo dos sonhos das maiorias das mulheres. Mas, como nada vem fácil, tudo isso tem um preço.
a que preço esse “corpo perfeito” sai? As redes sociais são o maior ponto de pressão estética no mundo atual. Influenciadoras como Mayra Cardi e Gabriela Pugliese ensinam suas milhões de seguidoras a emagrecer de forma rápida e com dietas restritivas, às vezes até incluindo métodos que seriam agressivos. Pugliese uma vez ensinou que se a pessoa tivesse vontade de comer chocolate, ela deveria colocá-lo na boca, mastigar e depois… cuspi-lo. E isso é só uma pequena parte do que acontece no mundo das dietas milagrosas, que prometem a perda de muitos quilos em poucos dias.
A n u t r i c i o n i s t a Giordana Bruna e x p l i c o u porque essas dietas são perigosas e no mínimo questionáveis, temos que tomar cuidado porque falar sobre a cultura da dieta é falar sobre a comercialização da dieta.
"Uma vez que estratégias nutricionais são vendidas como solução para o emagrecimento, todas elas têm algum tipo de aplicabilidade, mas depende para quem, por quanto tempo e para qual objetivo.”
De acordo com Giordana, fazer essas dietas por conta própria pode impactar fisicamente pois por ter a quantidade de alimentos reduzida pode alavancar quadros de hipoglicemia, desmaio, cansaço extremo etc. Além disso, também há a questão comportamental, o paciente está acostumado a comer uma certa quantidade de comida e do nada se restringe a muito menos, o que leva ele por exemplo a um final de semana, exagerar e comer muito mais do que deveria. “A restrição gera compulsão e dietas milagrosas dificilmente são sustentáveis.”
Um fato muito comum também são as famosas “receitas fit'', receitas essas que geralmente são sempre feitas por personalidades da internet que não são exatamente profissionais da saúde. Essas receitas podem ser prejudiciais pois se a pessoa não tem a qualificação técnica para saber sobre a real nutrição desse alimento, ela pode estar dando a informação errada. “Muitas pessoas são influenciadas pelas mídias sociais, então muitos podem seguir e acompanhar algo que não vai ser tão benéfico a cada um.”
Giordanna explica ainda que é possível uma pessoa ser saudável acima do seu IMC, pois não basta olhar uma pessoa com sobrepeso e associar com ausência de saúde, assim como não se deve olhar uma pessoa magra e associá-la a alguém saudável. Muito já se fala sobre a obesidade controlada, que seria uma forma de controlar a saúde de uma pessoa obesa sem precisar necessariamente fazer com que ela emagreça.
Um Estudo de 2020 mostrou que
96% das mulheres estão insatisfeitas com o seu corpo isso acaba as levando a muitos transtornos alimentares, muitos desses transtornos podem ocorrer desde cedo, há um número considerável de crianças que estão insatisfeitas com o próprio corpo.
A psicóloga Ruana Vallandro explica que problemas com a autoestima são um dos maiores causadores de transtornos alimentares. A raiz da baixa autoestima geralmente é desencadeada pelo meio em que vive e experiências que o indivíduo experimenta. Segundo a OMS, cerca de 10 milhões de brasileiros vivem com o transtorno alimentar, sendo que, a cada homem com anorexia, 9 mulheres sofrem com o distúrbio. Esta alta frequência de transtorno em mulheres se dá pela construção do corpo que é ensinada desde criança e, principalmente, durante a adolescência. Uma menina busca encaixar-se em padrões de beleza, essa menina busca dietas restritivas na internet, passa dias sem comer e/ou se alimenta e expele a comida logo em seguida (via oral ou com uso de medicamentos, como laxantes). "Nasce" então uma pessoa com um distúrbio alimentar por ver seu corpo de forma distorcida. Uma construção parecida pode ocorrer em crianças, principalmente quando os adultos referência (geralmente familiares) reforçam a importância de um corpo "capa de revista". “Este comportamento pode ser visto em frases como: "menina, chapa essa barriga", "não vai comer demais hein", "nossa, vai repetir o prato?". Estas frases, às vezes consideradas inocentes por quem verbaliza, geram tamanho impacto na vida de uma pessoa de qualquer idade, a ponto de poderem gerar um transtorno alimentar.”
Por se sentirem insatisfeitas com o próprio corpo muitas mulheres acabam recorrendo a procedimentos estéticos. E o risco acontece quando a mulher em questão acaba exagerando na quantidade de procedimentos, podendo ser até um risco a sua vida. Quando falamos de cirurgias estéticas em excesso e, mais ainda, desnecessárias, é um alerta vermelho de que a autoestima deste indivíduo está afetada. “Quando a pessoa se enxerga de forma insatisfatória, há uma tendência a recorrer a diversos meios para modificar essa imagem. E aí que se transforma em uma problemática maior ainda, afinal, padrões de beleza definidos pela sociedade estão em constante mudança, o indivíduo que tenta seguir estes padrões colocando sua vida em risco em procedimentos corporais constantemente, dificilmente deixará de ter problemas com a própria autoestima.” relata Ruana.
Em um mundo onde cada vez mais se pode ser o que quiser, é possível escolher ser gentil consigo mesmo e com seu corpo. Aprender a se amar é um processo lento e doloroso, mas libertador.
MARIA BONITA m
c
t
h
a
Não se deite na trilha dos gados Não se deite no chão Não se prenda na mesa Não se prenda a avareza Não pro mundo cão! Subverta o resto de tudo Viva ou não por um triz Com o punhal na mão Malicia no coração Seja mais que feliz!
[fe-nô-mi-na]
n.f. 1. tudo o que se observa na natureza. 2. fato ou acontecimento raro e surpreendente; prodígio, maravilha.
Fenô-mina, fenô-mana, fenô-mona; Nós da Fenômina nos comprometemos a ser um veículo de comunicação à favor dos movimentos revolucionários dentro do jornalismo, arte, política e qualquer expressão outra que forma um cidadão. Tal qual o neologismo indica, somos contráries à corrente midiática que sanitiza os ventrículos expostos da sociedade para que agrade camadas "superiores" da população. Não iremos nos colocar acima de nenhum muro político ou social, nem forjar uma falsa imparcialidade, sem deixar de sermos justes com diversas vivências e formas de ver o mundo. Somos à favor da pluralidade de identidades, gêneros, corpos e etnias; Trazemos o protagonismo para mulheres e pessoas alinhadas ao gênero feminino trans, racializadas, psicoatípicas, neurodivergentes, gordas, com deficiência e fugitivas dos padrões impostos pela sociedade. Nos comprometemos à apenas nos aliar com pessoas, marcas e organizações que estejam alinhadas moralmente com o que consideramos justo e ético, nunca trocando nossos valores por dinheiro ou visibilidade. Nos declaramos um veículo de esquerda, defendendo que todes merecem acesso à recursos básicos como comida, educação, segurança, saúde e moradia. E claro, informação. E não menos importante, lutaremos para que a comunidade de criadores de conteúdo independentes seja mais valorizada e vista com seriedade.
assinado,
é uma realização da turma de Laboratório de Projetos Editoriais do primeiro semestre de 2022