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O papel da moeda

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talismãs fu (符)

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Amaior produtora de celulose do mundo, a brasileira Suzano, está a ponderar vender os seus produtos para a China usando a moeda chinesa, disse o presidente da empresa, Walter Schalka.

Numa entrevista à Bloomberg, Schalka revelou que muitos clientes na China, país que compra 43 por cento da celulose produzida pela Suzano, estão a exigir assinar contratos com preços fixados na moeda chinesa.

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O executivo disse acreditar que a importância do renmimbi está a crescer e que o dólar norte-americano se tornará menos relevante, mas reconheceu que ainda não houve uma “grande transição” para a moeda chinesa.

Schalka sublinhou que o aumento das tensões entre os EUA e a China é a principal preocupação da Suzano, uma vez que pode prejudicar a procura e os preços da celulose por um período significativo.

“A minha visão é que seria muito melhor ter uma colaboração de longo prazo entre o Ocidente e o Oriente, mas o que vemos é uma tensão crescente neste momento”, lamentou o líder da empresa.

A China tem tentado internacionalizar o renmimbi desde 2009, visando reduzir a dependência do dólar em acordos comerciais e de investimento e desafiar o papel da moeda norte-americana como a principal moeda de reserva do mundo.

A China realizou em Março, pela primeira vez, mais transações transfronteiriças com a sua moeda do que com o dólar.

Luz verde Em Abril, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, atacou, em Xangai, o domínio do dólar como moeda de reserva mundial e apelou para o uso de outras divisas na relação comercial entre Brasil e China.

Schalka foi um dos representantes de 107 empresas brasileiras e multinacionais sediadas no Brasil que, em 2021, assinaram uma carta a defender que o país, então liderado por Jair Bolsonaro, devia assumir a liderança no combate às alterações climáticas.

O executivo disse que o novo Governo de Lula da Silva “tem o discurso certo. É apenas o plano de acção que não é tão rápido quanto o esperado. Precisamos de ter zero desflorestação ilegal. Isso é crítico para o mundo”.

Lula da Silva comprometeu-se durante a campanha eleitoral a alcançar a “desflorestação zero” na Amazónia até 2030, após Bolsonaro ter promovido políticas que impulsionaram a exploração mineira e outras actividades económicas na região. O novo Presidente brasileiro, que tomou posse a 1 de Janeiro, reactivou também o Fundo Amazonas, que tinha criado em 2008, e para o qual pretende atrair a China e a

França, entre outras potências económicas.

O Fundo Amazonas tem actualmente cerca de mil milhões de dólares contribuídos pela Noruega e Alemanha, os únicos doadores até agora. Em Abril, os Estados Unidos comprometeram-se a fazer uma contribuição de 500 milhões de dólares.

MNE PEQUIM EXPULSA DIPLOMATA CANADIANA EUROPA QIN GANG NA ALEMANHA, FRANÇA E NORUEGA

a diplomata do Canadá colocada em Xangai, Jennifer Lynn Lalonde, foi convidada a sair, até ao dia 13 de Maio, e que a China “reserva o direito de tomar outras medidas retaliatórias”.

por causa das críticas de Chong ao histórico de violação dos Direitos Humanos do país asiático.

AChina

anunciou ontem a expulsão de uma diplomata do Canadá, em retaliação contra a decisão de Otava de afastar um funcionário consular chinês por alegadas ameaças a um deputado canadiano e aos seus familiares.

Em comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse que a China adoptou uma “contramedida recíproca à acção inescrupulosa do Canadá”.

A mesma nota informou que

O Canadá anunciou anteriormente a expulsão de um diplomata chinês, acusado por Otava de ter tentado intimidar um deputado canadiano crítico do regime de Pequim.

Um alto funcionário do Governo canadiano disse que o diplomata, identificado como Zhao Wei, tem cinco dias para deixar o país.

O caso envolve o deputado conservador canadiano Michael Chong e a sua família, que alegadamente sofreram pressão chinesa

As relações entre Pequim e Otava deterioraram-se, nos últimos anos, após a detenção, em 2018, pelas autoridades canadianas, de uma executiva do grupo chinês de telecomunicações Huawei. Em represália, a China deteve dois cidadãos canadianos.

Embora todos tenham sido libertados, as tensões persistiram, com Pequim a acusar Otava de alinhar na política de Washington para conter a China e as autoridades canadianas a acusarem regularmente a China de interferência nos assuntos internos do país.

Oministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China, Qin Gang, está esta semana na Alemanha, França e Noruega, informou na segunda-feira a diplomacia chinesa, em comunicado.

“A convite dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, França e Noruega, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, está de visita aos três países entre 08 e 12 de Maio”, disse o ministério, numa nota informativa, sem dar mais detalhes.

A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, visitou a China, no final de Abril, onde garantiu que um conflito militar no Estreito de Taiwan constituiria um “cenário de terror” com implicações para a economia mundial.

A viagem de Baerbock aconteceu meses depois de o chanceler alemão, Olaf Scholz, ter visitado o país asiático, onde mostrou vontade de cooperar com a China, ao mesmo tempo em que admitiu divergências entre os dois países.

O encontro de Qin Gang com a sua homóloga francesa Catherine Colonna ocorre após a visita de Estado de três dias do Presidente francês, Emmanuel Macron, à China em Abril passado, naquela que foi a sua primeira viagem ao país desde 2019. Os líderes europeus têm instado repetidamente Pequim, nos últimos meses, a usar a sua influência junto da Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia.

Desde o início da guerra, a China, que se opõe a sanções contra Moscovo, reiterou a importância de respeitar a integridade territorial dos países, incluindo a Ucrânia, e as “legítimas preocupações de segurança de todas as partes”, referindo-se à Rússia.

A China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa também um período de grande tensão.

“Hoje em dia a maioria das pessoas está muito presa aos aparelhos electrónicos e deixou de explorar o mundo que as rodeia com os seus próprios sentidos, a natureza com o seu próprio coração.”

JOAN LAM PINTORA

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