
5 minute read
coração
mostrou que os códigos de Administração Ética podem proporcionar um tratamento melhor e mais justo a grupos vulneráveis como os trabalhadores não-residentes (TNR), evitando sérias dificuldades”, frisou Stephan Rothlin. Por sua vez, Carlos Noronha destacou que “muitos patrões em Macau prestam tributo aos serviços feitos pelos TNR, mas esta é, provavelmente, uma relação triangular entre Governo, patrões e TNR”. “Temos de garantir que não há abusos”, frisou.
Também Jenny Guan concorda que existe uma interligação dos interesses dos vários grupos nesta matéria. “Por exemplo, a disposição dos TNR pode afectar a performance no trabalho e isso terá impacto na operação geral das empresas e, por último, terá influência no desenvolvimento da indústria. Assim, [uma administração baseada na igualdade de direitos] não deveria ser apenas responsabilidade do empregador, mas sim constituir um interesse mútuo da sociedade como um todo.”
Advertisement
E depois da pandemia?
Tendo em conta que o trabalho de campo deste estudo foi feito no período da pandemia, os académicos entendem que é necessário avaliar se empresas e ONG terão condições para implementar práticas de gestão mais eticamente responsáveis depois de lidarem com uma crise económica. Os três académicos acreditam que tal é possível.
“Depois da pandemia provou-se que uma crise tão grande poderá constituir uma oportunidade para que as práticas de RSC possam ser levadas mais a sério. Muitos actores sociais nos países mais ricos do mundo, que sofreram bastante com a pandemia, esperam que o comportamento associado à Administração Ética, por parte das instituições, empresas ou ONG, possa ajudar a enfrentar a crise”, referiu Stephan Rothlin.
Carlos Noronha aponta que, “realisticamente, os negócios estão prontos a abraçar este tipo de práticas apenas se tiverem objectivos a cumprir”. “Se a Administração Ética e a RSC forem introduzidos de forma mais abrangente, os pequenos negócios terão maior capacidade de investimento nesta área”, adiantou.
Jenny Guan acredita, contudo, que as PME “não têm, actualmente, noção do panorama completo de todas as dimensões relacionadas com a RSC”. Assim, é necessária “formação e promoção para aumentar a consciência de que a RSC nem sempre é algo ‘caro’ ou com ‘custos elevados’”.
Para introduzir mais facilmente estes conceitos na sociedade civil, a académica destacou ainda a necessidade de “diversos actores terem o apoio de associações locais e cooperar com elas”. Estes actores podem ser “o Governo de Macau, um plano de acção iniciado pelo Governo regional [autoridades chinesas] ou as próprias necessidades de desenvolvimento industrial da região”, frisou.
O papel do Executivo Promoção, educação e integração do trabalho de diversos actores parecem ser os três ingredientes principais para que a Administração Ética seja implementada na sociedade. No entanto, é também exigido o exemplo dado pelo Governo.
“Estou convencido de que é exequível implementar os pontos centrais da Administração Ética no contexto de Macau. No entanto, é preciso que sejam dados muitos passos de bebé e fazer um amplo caminho junto do Governo e da sociedade civil para que se inicie [este processo]”, disse Stephan Rothlin.
Carlos Noronha concorda, mas recorda que a maior parte dos inquiridos no estudo “defendem que o Governo deveria desempenhar um papel mais importante na introdução de uma Administração Ética e RSC junto do público e a todos os níveis”. Jenny Guan entende que é necessária uma integração de recursos numa fase muito inicial, bem como a “implementação de actividades de acções promocionais através de associações locais de diferentes sectores”. Só assim se poderá ter um âmbito alargado da Administração Ética.
Carlos Noronha propõe que “escolas e Governo olhem para a questão” com a incorporação de conteúdos relacionados com a justiça social e igualdade de género nas disciplinas ensinadas. Estas são as mais “prementes a serem introduzidas o mais cedo possível”. Gerir a pensar no outro A Administração Ética é definida pela Autoridade de Conduta Financeira do Reino Unido [UK Financial Conduct Authority] como “a alocação de responsabilidade e gestão de capital dentro da comunidade de investimentos institucionais a fim de criar valores sustentáveis para os beneficiários, a economia e a sociedade”, explica Stephan Rothlin.
Exemplos de actividades são a criação de determinados serviços para cidadãos e instituições, a publicação de relatórios sobre essas mesmas actividades, de forma a monitorizar ou gerir determinados activos. Conforme adiantou o director do Instituto Mateus Ricci, os debates em torno desta matéria têm-se focado no papel que gestores, administradores e investidores podem ter e “no impacto que os códigos de Administração Ética podem ter no comportamento dos accionistas”.
Stephan Rothlin destaca ainda as conclusões do académico japonês Yasutomo Tsukioka, divulgadas em 2020, que apontam para o facto de a criação “de directrizes não obrigatórias da parte de governos poderem melhorar o comportamento dos investidores e o sistema de governança corporativa”.
Em Macau foi criado em 2016 o Instituto de Governação Corporativa, uma associação sem fins lucrativos que conta com a colaboração de “grandes empresas como bancos, concessionárias de jogo e empresas de utilidade pública”. Stephan Rothlin explica que esse projecto nasceu “da pressão [existente] para melhorar as medidas de governação corporativa e as boas práticas em Macau”. A nível local, “a legislação relativa à governação corporativa abrange diversos diplomas, não existindo um padrão central definido por regulamentos face aos melhores princípios nesta matéria”, rematou Stephan Rothlin.
Carlos Noronha aponta que a Administração Ética “não é necessariamente dirigida por leis e códigos” seguindo a via “voluntária da RSC”. “Propomos a ideia de um ‘novo gestor’, que possa ser um gestor para todos”, disse. Um administrador ético é, segundo Jenny Guan, alguém “com uma visão renovada de sentido de negócio” que tenha a sustentabilidade como objectivo, e que tenha um papel “em prol de outras instituições sociais”. “Esta gestão responsável pode trazer mudanças positivas à indústria e fazer da sociedade e da comunidade lugares melhores”, concluiu. Andreia Sofia Silva
Dsama Taxa De Fuga De Gua Abaixo De 9 Por Cento
NOano passado, a taxa média de fuga de água na rede de abastecimento público foi de 8,3 por cento, de acordo com a resposta a uma interpelação do deputado Lei Chan
U. Segundo Kuok Kin, subdirector dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA), no ano passado a taxa média de fugas nas regiões de vizinhas foi de 15 por cento.
A informação oficial revela também que a média de fugas de água na rede pública ao longo da última de década foi de nove por cento, o que para o Governo cumpre as metas do Programa de Poupança de Água de Macau, que previa que o valor ficasse abaixo de 12 por cento.
Trabalho Ella Lei Quer Revis O De Lei Sobre Acidentes Laborais
Na resposta da DSAMA ao deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau foi ainda recusada a hipótese de actualizar o Programa de Poupança de Água de Macau, com metas mais ambiciosas. Isto porque o Executivo considera que o consumo de água em Macau é bastante reduzido em comparação com outras regiões.

“O consumo diário de água per capita dos residentes em Macau manteve-se, basicamente, num nível relativamente baixo (uma média diária de 160 litros per capita) e de liderança quando comparado com as regiões vizinhas”, foi respondido. “Neste contexto, não há, neste momento, planos para criar um novo “Programa de Poupança de Água de Macau”, foi justificado.
Apesar disso, a DSAMA admite que algumas partes do programa não estão a ser cumpridas, mas não revelou detalhes.
Dsal Abertas Hoje Inscri Es
PARA