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Sophia Boas surpresas em Conímbriga

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Passos para

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Enterramentos infantis e muralha descobertos à espera”, contextualizou Virgílio Correia. As crianças deverão ter entre semanas a menos de um ano de idade e, face ao local onde foram encontradas, acredita-se que poderão ter sido enterradas quando aquela zona era uma espécie de estaleiro de obra, quando se avançava para a construção da muralha romana junto ao anfiteatro, que seria demolido.

SONDAGENS que seriam só de suporte a um projecto de conservação da muralha de Conímbriga acabaram por revelar algumas surpresas, como parte de um muro que se supunha existir antes da ocupação romana e enterramentos infantis, uma raridade.

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As quatro escavações junto à muralha romana que delimita Conímbriga, no concelho de Condeixa-a-Nova, avançaram no início de Março, cumprindo um desígnio muito específico –diagnóstico de locais onde se pretendia executar poços de drenagem numa empreitada de estabilização daquele património.

Num dos locais, os arqueólogos encontraram uma parte de uma muralha da Idade do Ferro, prévia à ocupação romana de Conímbriga, confirmando aquilo que já se supunha existir, mas que nunca tinha sido encontrado, notou Virgílio Correia, arqueólogo do Museu de Conímbriga que dirigiu as escavações, juntamente com o director do espaço, Vítor Dias.

O director do Museu de Conímbriga olha para as escavações e comenta: “Isto está melhor do que a encomenda”.

“Relativamente aos poucos enterramentos infantis que se conhecem no mundo romano, conhecem-se em situações estranhas, como crianças enterradas nos jardins de casas de Pompeia, ou entre entulhos de material que se estragava de um centro de produção de cerâmicas no sul de França”, avançou Virgílio Correia. No caso de Conímbriga, as crianças não estavam misturadas com entulho, mas terão sido enterradas com “poucos cuidados”.

Para exposição auditório do Centro Cultural de Macau (CCM) às 19h45. Conforme escreveu o Diário da Juventude de Pequim, esta é uma “história sobre a lua e a dor, cruel, mas terna”. Revelam-se histórias de seis pessoas, que têm uma ligação entre si, contadas em forma de prosa e poesia, nomeadamente a do astronauta que está numa missão à lua ou um assalariado que perdeu a actriz que admirava, ou ainda o caso de uma estudante de matemática que engorda quando chega à puberdade, ou uma estrela de rock que não tem sorte no amor. Cada vez que uma destas personagens olha para a lua, pensa nas suas preocupações e angústias.

A lua funciona, aqui, como um mecanismo para a auto-reflexão e conhecimento.

Trata-se de uma “peça que combina o sentimento solitário e poético, exclusivo da literatura chinesa, e ainda o humor negro auto-depreciativo americano”.

O espectáculo divide-se em duas partes: a viagem à lua de um astronauta isolado e as histórias das restantes cinco pessoas que buscam respostas ao olhar para a lua. O texto desta peça foi escrito pela dramaturga Zhu Yi, tendo o espectáculo estreado em Nova Iorque em 2011. A encenação ficou a cargo de Ding Yiteng, tido como um dos grandes encenadores chineses da sua geração. O espectáculo tem uma hora e cinquenta minutos e é interpretado em mandarim, com tradução para inglês.

Destaque ainda para os restantes espectáculos que decorrem este fim-de-semana integrantes do FAM, nomeadamente “Os milagres dos armazéns Namiya”, do grupo “Cultura Supersky”, apresentado no grande auditório do CCM este sábado e domingo às 20h. Trata-se de uma adaptação do romance, com o mesmo nome, do japonês Keigo Higashino, sobre a história de três ladrões que se escondem numa loja deserta, numa cidade remota, perdida no meio do nada.

O Teatro Caixa Preta, no edifício do antigo tribunal, recebe o espectáculo “m@ rc0 p0!0 endg@me 2.0”, dos grupos locais Associação de Arte Teatral Dirks x Estúdio Paprika. O evento é

Este espectáculo tem como coreógrafos

Vasco Wellenkamp e Miguel Ramalho, contando com um total de 11 bailarinos apresentado de sexta-feira a domingo às 20h e no sábado e domingo às 15h.

O cartaz do FAM apresenta ainda um espectáculo de teatro com marionetas “Neste Lado de Macau - Em Busca da Verónica” com o artista Bernardo Amorim e a colaboração de Elisa Vilaça, artista residente da Casa de Portugal em Macau, José Nyogeri e Nelma Silvestre.

A iniciativa acontece no sábado, em versão cantonense, às 15h e 20h, e domingo, em português, no mesmo horário, no Centro de Arte Contemporânea de Macau - Oficinas Navais N.º 2. Esta é uma nova versão do espectáculo “No Outro Lado de Macau - Uma Aventura Mágica” apresentado na 31ª edição do festival. Bernardo Amorim promete “levar crianças e adultos numa fantástica jornada” pela descoberta das aventuras de Verónica. A.S.S.

Mas para o arqueólogo a “grande surpresa” centra-se nos seis enterramentos infantis encontrados, da altura da ocupação romana, “muito raros em todo o Império”.

“Haverá duas ou três dezenas” de enterramentos infantis identificados em toda a zona de influência do Império Romano, sublinhou.

Em Conímbriga, foram encontrados restos mortais de quatro bebés num dos locais de sondagens e outros dois noutro local de escavação.

“Os enterramentos infantis são sempre uma surpresa, porque a prática de enterramentos infantis, para os romanos, é uma coisa muito complexa. Do ponto de vista jurídico, uma criança não era uma pessoa e, então, há todo o tipo de práticas estranhas. Havia muitas que eram deitadas para um monte de entulho. Não estava nada

Outra descoberta que entusiasmou a equipa é um pequeno tinteiro do tempo da ocupação romana que serviria para molhar a pena com que se escrevia.

“É uma coisa excepcional, que aqui parece que se perde algures e vai dar ao entulho do anfiteatro”, constatou Virgílio Correia, antevendo que a peça possa acabar exposta no museu.

As sondagens foram feitas junto à muralha romana, na zona que faria fronteira com o anfiteatro, que foi demolido para dar lugar àquela estrutura defensiva.

Nas quatro escavações, encontram-se vestígios do século III ou IV antes de Cristo até à época medieval (séculos IX ou X depois de Cristo).

Até o carvão e sementes carbonizadas encontradas serão posteriormente estudados.

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