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Gentes sem terra
Cinco Acolhidos
O Instituto de Acção Social (IAS) providenciou acolhimento temporário para cinco moradores da povoação de Cheok Ka, logo na sexta-feira, após a acção de despejo. Nas próximas duas semanas, os responsáveis do IAS vão avaliar as necessidades sociais das pessoas acolhidas, assim como a sua situação económica, indicou ontem o canal chinês da Rádio Macau. O IAS destacou para a acção de despejo seis profissionais para prestar apoio psicológico e um supervisor que ficou no local o dia inteiro para acalmar os moradores e responder às suas necessidades emocionais.
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chamados a levantar do local os bens pessoais.
Viver nas margens
Uma moradora que não se quis identificar, ou ser fotografada, afirmou ao jornal Ou Mun ter sido apanhada de surpresa com a acção de despejo.
Após quatro décadas a residir na povoação de Cheok Ka, a execução da ordem judicial chegou numa altura em que a residente partilhava casa com seis familiares. Para já, a moradora tem esperanças que o proprietário, ou o Governo, compense os residentes do bairro com casas novas.
A circulação de veículos à entrada da povoação também foi controlada, com as vias rodoviárias e os acessos para pedestres a serem cortadas. Além disso, foram desmanteladas construções de madeira, com camiões a saírem do local carregados com material extraído.
Apesar de as autoridades não terem confirmado, o jornal Ou Mun refere que alguns moradores recusaram abandonar o local tendo os agentes do CPSP sido chamados a intervir e que, por volta do meio-dia, alguns moradores saíram do bairro transportados por
DST Visitantes diários podem chegar aos 80 mil
A directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes, acredita que o número de visitantes em Julho vai trazer notícias positivas para o território. As declarações foram citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, e Maria Helena de Senna Fernandes afirmou que o número deverá rondar as 80 mil entradas de turistas por dia. Ao mesmo tempo, a directora DST informou que a taxa de ocupação hoteleira na semana passada rondou os 90 por cento. Em relação aos primeiros seis meses do ano, a en- trada de turistas vindos de Hong Kong alcançou o nível de 90 por cento dos valores registados antes da pandemia. Segundo os dados oficiais, em Junho chegaram a Macau 2.209.662 visitantes, no que foi uma média superior a 73 mil entradas por dia. O número representou um acréscimo de 480,5 por cento, em termos anuais, o que não é uma surpresa uma vez que no ano passado a circulação enfrentava várias restrições, principalmente para quem vinha da RAEHK ou do resto do mundo, à excepção do Interior. ambulâncias. Não foi revelado se a intervenção do Corpo de Bombeiros se ficou a dever a ferimentos ou indisposição física.
Por volta das 13h, um contingente alargado de agentes policiais, equipados com escudos e farda antimotim, entraram no bairro à medida que ambulâncias entravam e saíam
Por volta das 13h, um contingente alargado de agentes policiais, equipados com escudos e farda antimotim, entraram no bairro à medida que ambulâncias entravam e saíam.
Cerca de uma hora depois, quase duas dezenas de trabalhadores não-residentes, presumivelmente moradores da povoação de Cheok Ka, acorreram ao local, depois de terem sido notificados enquanto trabalhavam, para recolher bens pessoais.
Depois de identificados, os moradores foram, um a um e acompanhados por agentes policiais,
No dia da intervenção, já o bairro clandestino estava cercado com barreiras físicas e contingente policial, o Tribunal Judicial de Base emitiu um comunicado a indicar que, depois de julgamentos nas três instâncias, o Tribunal da Última Instância (TUI) proferiu decisão final em 8 de Junho de 2022, que confirmou definitivamente a sentença do Tribunal Judicial de Base, no sentido de julgar procedente o pedido da autora de reconhecimento do seu direito de propriedade sobre o terreno, e de condenar os réus a devolver o referido terreno à autora no prazo de seis meses. João Luz
Acidente Automóvel capotou na Avenida General Castelo Branco
Um carro capotou ontem, por volta das 11h00, na Avenida General Castelo Branco, de acordo com o Jornal Ou Mun. Segundo os testemunhos, o carro vinha da direcção de Qingmao e seguia para a Rua de Lei Pou Ch’ôn, quando a condutora perdeu o controlo da viatura ao fazer uma curva mais apertada, tendo batido nas carreiras metálicas e capotado. A mulher conseguiu sair da viatura pelos seus meios, mas acabou transportada para o Hospital Kiang Wu, pelo Corpo de Bombeiros para receber tratamento às lesões, que não foram reveladas. Antes de ser transportada, a mulher foi testada ao consumo de álcool, tendo o resultado sido negativo.
(Continuação da edição anterior)
DAS 493 grutas, o grupo mais antigo são as 268, 272 e 275. Oito outras grutas foram escavadas desde a segunda metade do séc. V até à primeira metade do séc. VI. Mostram o estilo associado ao processo de sinização. Algumas das características chinesas mais óbvias são a mudança de traje nas imagens de Budas e bodhisattvas e o tipo facial mongólico. Os bodhisattvas já não mostram o peito nu, que aparece envolto numa capa disposta simetricamente que cruza no abdómen.
Os melhores exemplos de estatuária budista de Dunhuang datam da dinastia Tang. As figuras apresentam formas arredondadas e robustez, um maior realismo e individualidade (Figura 63) e adoptam uma grande diversidade de posturas. No séc. VII, começam a surgir grupos de cinco figuras: Buda, dois bodhisattvas e dois luohan (arhats) outras em tamanho natural, outras com trinta centímetros ou menos de altura. As paredes, tectos e grande parte das esculturas eram coloridas (Figura 64).
As Grutas de Yungang 云冈石窟
As grutas de Yungang foram escavadas principalmente na dinastia Wei do Norte. Foi por volta de 460 d.C. que teve início essa tarefa colossal, perto da então capital, Pingcheng (a actual Datong), na província de Shanxi. A maior parte da mão-de-obra constava de artesãos de Liangzhou, na província de Gansu, que estavam familiarizados com a arte das regiões a ocidente. Em cinquenta e três grutas que se espalham por mil metros quadrados encontram-se mais de 51 000 estátuas que remontam a várias épocas, entre elas muitas de grande valor artístico. Há figuras de dimensões gigantescas,
Nas grutas mais antigas vêem-se estátuas dos primeiros imperadores Wei que apoiaram o budismo. Em cinco diferentes grutas de arenito (16 a 20) foram esculpidas por ordem imperial cinco imagens em grande escala de Buda, símbolos do poder dos primeiros cinco imperadores dos Wei do Norte. Exibem uma forte influência das escolas de Gândara e Matura sob o governo Kushan, por exemplo, na veste do Buda, que se vê ou a cobrir ambos os ombros ou a expor parcialmente o ombro direito e o braço direito. Mas na gruta 20, onde se encontra uma das esculturas mais notável, de um Buda Shakyamuni sentado na posição de meditação (dhyāna) com catorze metros de altura que se tornou no símbolo do complexo Yungang (Figura 65) regista-se já uma alteração deste último modo de envergar a veste e o ombro e braço direitos surgem parcialmente cobertos, para satisfazer a ética confucionista do recato. As dobras da veste são sugeridas através de linhas esculpidas estilizadas, de modo a não realçar demasiado o corpo, o que difere da maior sensualidade dos protótipos indianos. A borda interna superior foi decorada com uma faixa de padrão floral. O aspecto é maciço, um tanto rígido, o torso poderoso, mas com vestes reduzidas que parecem delicadas por comparação. A cabeça também é poderosa, com os olhos vivos e o nariz aquilino. Os lábios sorriem ligeiramente, todo o conjunto recebendo um tratamento facial similar ao de uma máscara. O resto da parede principal encontra-se coberto por uma enorme auréola flamejante sobre a cabeça do Buda, projectada como um padrão tradicional chinês de nuvem.
Os ushnishas dos budas de Yungang são lisos e os corpos exibem traços masculinos, com ombros largos e uma sugestão de força. Outra escultura notável é o Buda Maitreya com quinze metros de altura (gruta 18), escala monumental sem precedentes na China (Figura 66). Nesta gruta 18 vêem-se os três Budas (Shakyamuni, Amitaba e Maitreya) em pé, assim como os seus dez grandes discípulos. Maitreya ocupa o espaço central. Tem um rosto redondo e o peito e os ombros largos. A mão direita pende para baixo e a mão esquerda ergue-se até ao peito. O manto cai de modo semelhante ao Buda da gruta 20. A parte superior do corpo é coberta com pequenos Budas dhyāna e aupapadukas (Budas que nascem da flor de lótus) em relevo. A janela desta gruta é enorme e pode avistar-se através dela a maior parte da figura de Maitreya. Os dez grandes discípulos, cinco de cada lado, têm expressões faciais vívidas e sorrisos gentis. Por um lado, os Budas desta gruta em forma de santuário lembram as grandes estátuas de Bamian ou Kucha. Por outro lado, o estilo de expressão das linhas de roupas situa-se na tradição das estátuas de Buda de Gândara ou do estilo Gupta de Matura.