De A à Z - Edição #01

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Revista eletrõnica elaborada pelos alunos:

Adriana Borges, Alberto Ferreira, Daniele Sevlaçnog, Jonathan Florentino Silva, Paula Maria Santos. Todos alunos do 1º ano de Letras 2013 Esta é uma revista sem fins lucrativos.



Aprender a LIBRAS (Linguagem Brasileira dos Sinais) é entrar no mundo solitário e desconhecido de uma pessoa deficiente auditiva. Segundo Emmanuelle Laborrit, em o vôo da gaivota ela diz que “A gaivota cresceu e voa com suas próprias asas. Olho do mesmo modo como que poderia escutar. Meus olhos são meus ouvidos. Escrevo do mesmo modo que me exprimo por sinais. Minhas mãos são bilíngües. Ofereço-lhes


minha diferença. Meu coração não é surdo a nada neste duplo mundo...” Diante desta realidade a necessidade de entrar nesse mundo desconhecido tronou-se ainda maior. Os primórdios da história da educação especial foram registrados em diversos tipos de documentos e textos, aos quais não se tem acesso direto no Brasil. Até hoje, livros clássicos como a publicação francesa do médico/ educador Edouard Seguin (1866) que discorre sobre sua metodologia fisiológica na educação de deficientes mentais, o livro clássico de John Langdon Down (1877) em que o médico inglês registra a síndrome que denominou de mongolismo, e as metodologias de educação de surdos do abade de l’Épée (1779) não foram traduzidos e publicados em português. Os relatórios de Jean Itard sobre o processo de ensino de Victor, o menino selvagem de Aveyron foram traduzidos apenas muito recentemente para o português, incluídos na importante contribuição de Banks-Leite e Galvão (2000). Venícius Borges, 47 anos é um deficiente auditivo e também não fala, e, como sempre viveu em fazenda sua deficiência auditiva fez com que seus pais aprendessem a se comunicar com ele de outras formas mostrando objetos e fazendo gestos. Hoje existe um ensino especial para os alunos deficientes auditivos. A aula de Libras há muito tempo vem ocorrendo em escolas para surdos, sem um planejamento maior, e com o objetivo principal de ensinar aos familiares a se “comunicarem” com os surdos. Depois, a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) assumiu boa parte do ensino da Libras como segunda língua para ouvintes, visando também à formação de intérpretes de língua de sinais. Atualmente, com o Decreto 5.626, de 22 de dezembro de 2005, a Libras tornou-se componente curricular obrigatório, nos cursos de graduação de formação de professores e de fonoaudiólogos, e opcional para outros cursos de nível superior. Estes avanços incentivam o lançamento, em alguns casos precipitado, de material didático de apoio aos cursos.

Com relação à história da educação dos surdos, e particularmente do advento da língua de sinais no ensino destes alunos, a redução recorrente fragmenta aspectos que se relacionavam e perpétua interpretações equivocadas. Citam-se fatos isolados, como os seguintes: No período medieval, surgiu a língua de sinais nos mosteiros, como forma de driblar o voto do silêncio. No século XVI, o frade espanhol Pedro Ponce de Leon foi pioneiro na educação dos surdos da nobreza, baseado na oralização e no ensino da escrita; Em 1620, Juan Bonet, outro espanhol, publicou o primeiro livro de educação de surdos, com o alfabeto manual. Na França, o abade Charles Michel de l´Épée foi pioneiro na valorização da língua de sinais na educação dos surdos e aprendeu a língua de sinais com grupos de surdos que vagavam pelas ruas de Paris, trabalhando com surdos de 1760 até sua morte em 1789. Hoje o planejamento pedagógico Libras inclui uma seqüência de atividades com objetivos exclusivos de aprender a linguagem dos sinais através dos gestos com as mãos, do corpo e facial. Para eles um gesto com as mãos, uma expressão no rosto ou um gesto corporal, significa uma palavra, uma frase, ou uma necessidade que muitas vezes passa despercebido pela sociedade. É fácil reconhecer um deficiente auditivo o difícil é se comunicar com eles. Diante desta necessidade, a educação percebeu a importância do aprendizado e do ensino em Libras. Muitas das unidades didáticas que podemos encontrar são projetadas em torno de alguns temas (alimentação, vestuário, lazer, etc), mas sabemos que a real utilização de uma língua estrangeira envolve muito mais que o conhecimento de alguns campos lexicais e a abordagem baseada em tarefas em uma unidade didática é uma seqüência de atividades que tornam possível a realização de uma tarefa final. Todos os trabalhos desenvolvdos durante séculos para os deficientes auditivos e os realizados hoje pelos profissionais fonoaudiólogos nos mostra que “Nós não devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades.”( Hallahan e Kauffman, 1994) .


Por: Paula Maria Santos Aprender sobre cultura brasileira e estrangeira tornouse esencial nos tempos de hoje. Através do conhecimento cultural aprendemos sobre nossas origens e raízes e aprendemos a identificar na cultura os traços de uma educação. Devido a esta ligação uma ponte, conhecida como a Ponte da Amizade, liga os dois países fazendo na fronteira duas línguas se misturarem. O Brasil é um país grande em extensão territorial e faz fronteira com outros paísesl, entre eles, o Paraguai, que está no coração da América do Sul e tem saída para o mar. As opiniões divergem, mas um conceito comum no país é que o nome Paraguai significa “rio que nasce no mar”. Os índios nessa região pensavam que alguns lagos nos pântanos do Brasil, onde nasce o rio Paraguai, fossem tão grandes como um mar. O rio Paraguai, que corre pelo país de norte a sul, corta-o pelo meio. Ao leste do rio há colinas onduladas, campos férteis

com terra vermelha e densas florestas. Ao oeste, acha-se o Chaco, com uma população esparsa numa área de vegetação agreste, matagal e pântanos extensos habitados por nuvens de insetos e por uma grande variedade de coloridas aves tropicais. De seus antepassados, o Paraguai tem uma cultura impressionante, na que destaca o idioma guarani. O Guarani é a língua nativa do Paraguai, é a língua oficial, junto com o castelhano. Esta língua é um símbolo da cultura paraguaia, e é falada por mais de 5 milhões de paraguaios. Quanto ao seu artesanato, este destaca-se pelas obras tradicionais feitas de materiais naturais, a escultura em madeira, fibras naturais, tapetes, artesanato feito de ferro estão entre as especialidades, juntamente com a indústria têxtil, bordados e atividade principal. A renda “teia de aranha” teve sua origem na Arábia. e entre os séculos 17 e 18, foi trazida para o Paraguai, onde passou a ser chamada de renda paraguaia, ou ñanduti.” No Paraguai essa delicada renda ganhou um toque pessoal das rendeiras, um motivo com as características da flora e da fauna locais. Embora a renda não seja uma invenção do país, as paraguaias a incrementaram com novos pontos e acabou se tornando o ganhapão de muitas delas.


ma, constatando-se assim que apenas 3% da população brasileira apresenta domínio fluente da língua. Em uma pesquisa feita com 40 países acerca da qualidade da linguagem oral, o Brasil alcançou a 39º posição.

Por: Jonathan Florentino Silva

Percebe-se a carência no domínio e na boa fluência do idioma por profissionais de diversas áreas, visto que isso acontece desde sua formação, onde a maioria dos estudantes não consegue estabelecer uma conexão da língua com sua área de atuação, devido a fatores de tempo ou difícil acesso a essa aprendizagem. Além dessa questão, nota-se a baixa qualidade nos falantes da língua no país. Dentre os que falam, muitos não alcançam a qualidade esperada em relação a outros países, o que deixa o Brasil atrasado culturalmente, socialmente, e nos traz um fardo por muito tempo carregado. A aprendizagem e domínio de uma língua global é, antes de tudo, um meio cultural e social, além de estar fortemente entrelaçado com carreira profissional, economia, relações internacionais, e a construção de qualquer civilização. Uma reportagem divulgada em 01 de abril pelo Jornal Hoje mostrou uma pesquisa realizada referente ao domínio do idio-

Diante desses dados, os profissionais da área, motivados por ações do Governo visam implementar uma base mais sólida na aprendizagem de LEM (Língua Estrangeira Moderna) e muitas instituições federais aderiram ao estudo do idoma em todas as áreas de graduação. O conhecimento de uma língua exige tempo, preparo e boa disposição, como afirmado na pesquisa. Espera-se, com novas medias, despertar uma busca por crescimento e aperfeiçoamento profissional, encontrando na Língua Inglesa uma fonte de cultura, aprimoramento, sem fechar os olhos para sua intensa influência no meio profissional em que vivemos. A interação e a construção de uma comunidade aprendete aqui é, sem dúvida, crucial em todo nosso processo de formação, não apenas formação dentro das universidades, mas formação de todo o lado humano, revivendo a cada dia a construção de um conhecimento sempre dinâmico, voltado ao movimento de ações. Esse movimento de ações é capaz de integrar as formas de aprendizagem em qualquer meio em que suas habilidades possam ser apreciadas, criando um vínculo entre qualquer atividade prática e a boa aplicação do idioma. Acredita-se que profissionais com uma visão mais aberta e uma aprendizagem sempre em construção são capazes de interagir e otimizar seu meio de trabalho, é isso que buscamos na prática.



Por Adriana Borges O turbilhão de informações gerado pela sociedade em que vivemos está exigindo um aprimoramento do aprendizado de uma forma rápida e dinâmica. Celulares, internet, computadores são os que mais estão evoluindo em nosso meio. Esta evolução está exigindo um estudo detalhado da sociedade em que vivemos e a epistemologia pode mudar conceitos, hábitos e estrutura do meio em que vivemos. Estas mudanças são percebidas principalmente quando entramos em um ambiente escolar e encontramos vários estudantes com diferentes realidades de vida e de estrutura educacional. Segundo Corey, a “instrução pode ser considerada como o processo pelo qual o ambiente de um indivíduo é deliberadamente manipulado para capacitá-lo a emitir ou a se enganjar, em comportamentos específicos sob condições específicas, ou a dar respostas a situações específicas”, um propósito que tem sua origem no resultado da educação. Segundo o Manual de Tecnologia Educacional, de Lígia de Oliveira Auricchio, através da manipulação do ambiente poderemos proporcionar condições ambientais específicas para o aluno interagir e atingir o resultado pretendido, isto é, mudanças específicas no seu comportamento, em termos mensuráveis, e que correspondam a aprendizagem. Segundo Jean Piaget, “A principal meta da educação é criar homens que sejam capazes de fazer coisas novas, não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram. Homens que sejam

criadores, inventores, descobridores. A segunda meta da educação é formar mentes que estejam em condições de criticar, verificar e não aceitar tudo que a elas se propõe.” Diante desta afirmação de Piaget, consideramos que o homem sempre comanda o ambiente em que vive, seja, o social ou o educacional, mas, nunca esquece que seu comando tem que estar sempre sintonizado com as evoluções de um mundo que está sempre girando e que sempre é preciso questinar o que está em sua volta. Por isso, no mundo em que vivemos diante da grande e rápida evolução tecnológica, o estudo dos paradigmas educacionais da didática pelos professores amplia o conhecimento desta “arte do ensino” mudando o papel do professor, do aluno e da forma de ensinar. A capacidade crítica dos professores deve estar sempre em alerta para que possam analisar de forma clara a realidade do ensino sempre se questionando sobre “como ensinar”, “para quem ensinar”, “o que ensinar”, “por que ensinar”. Com este conjunto de questionamentos e respostas, o “design” educacional deve estar sempre em construção para que possa ser feito e avaliado o processo de aprendizagem humana e de comunicação.


aconteceu a padronização do ensino em todo o país com a criação do Caderno do Aluno para que o ensino seja padronizado. Por Adriana Borges A rotina diária da maioria dos alunos do Ensino Médio começa às 07h00 da manhã, junto com a dos professores que iniciam as primeiras aulas do período da manhã. O cansaço, o sono, é perceptível nos alunos principalmente nas primeiras horas do dia “escolar”. O quadro de horários é intenso, pois, as aulas só terminam após o meio dia. Diante desta rotina a professora de Língua Portuguesa, Carmem Maria Martineli de Souza Lopez,afirma que “ houve mudança na didática na ortográfica”. A mudança do ensino de português principalmente da ortografia teve como objetivo unificar a escrita portuguesa para milhôes de pessoas que em outros países falam o nosso idioma. Segundo ainda a professora Carmem, hoje, valoriza-se a leitura, a produção de texto e não a gramática como era antigamente. O objetivo é fazer o aluno pensar para saber expressar a opinião de maneira coerente, lógica. Hoje, a tendência propõe que certas atividades sejam feitas diariamente com os alunos de todos os anos para desenvolver habilidades leitoras e escritoras. Entre elas, estão a leitura e escrita feita pelos próprios estudantes e pelo professor para a turma, as práticas de comunicação oral para aprender os gêneros do discurso e as atividades de análise e reflexão sobre a língua. Com base nesses estudos e complementando as mudanças

Os professores são responsáveis por orientar sua turma. Essas mudanças surgiram com base nas ideias em comum das concepções de aprendizagem socioconstrutivistas, que consideram o conhecimento como sendo elaborado pelo sujeito, e não só transmitido pelo mestre. Entre os principais pensadores estão Lev Vygostsky (1896-1934) - que mostrou a importância da interação social e das trocas de saberes entre as crianças - e Jean Piaget

(1896-1980) - pai da teoria construtivista. Nos anos 1980, Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, autoras do livro Psicogênese da Língua Escrita, apresentaram resultados de suas pesquisas sobre a alfabetização, mostrando que o aluno constrói hipóteses sobre a escrita e também aprende ao reorganizar os dados que têm em sua mente. Em seguida, as pesquisas de didática da leitura e escrita produziram conhecimentos sobre o ensino e a aprendizagem desses conteúdos. Segundo alguns estudos o português é a quinta língua mais falada do mundo e tinha, até o início da reforma ortográfica, duas grafias oficiais que dificultavam o estabelecimento da língua como idioma oficial da Organização das Nações Unidas (ONU)Além da reforma ortográfica, no ensino de hoje, alguns escritores defendem que a língua é um produto cultural construída na inter relação humana, carregada de significado. Por isso,deve-se direcionar o ensino da escrita apartir de textos, unidade de sentido com enunciado.


Mas, não é só no ensino que houve mudanças, e sim também no comportamento dos alunos. Segundo ainda a professora Carmem, “eles tiveram

uma mudança no sentido negativo, eles não se interessam e não se empenham não valorizam o aprendizado uma preguiça pois não se sentem motivados, não sei se pelo estilo do estudo, da aula ter muita leitura muita fala, pois, estão acostumados com internet celular , onde tem tudo já pronto é tudo imediatista”. Mudanças que ainda não são acompanhadas pelas escolas devido a falta de recursos. Diante desta realidade, onde falta de recursos e alunos que se comportam de forma inesperada o que fazer? Esta pergunta que não sai da cabeça dos educadores está se tornando cada vez mais complicada. Em uma pesquisa pela internet, um blog orienta sobre como fazer a inclusão em sala de aula. Um dos métodos apresentados desperta uma curiosidade dos alunos. Em sala de aula, o professor anuncia que fará uma aula diferente e distribui para os alunos um folha de papael em branco do tamanho de ofício, solicitando que escrevam seu nome em letra de forma, em seguida durante dois minutos eles deverão pegar autógrafos dos próprios colegas em na folha que voçê escreveu seu nome. Após ter terminado o tempo reúna-os em círculo solicitando que examinem suas folhas contando quantos autógrafos foram coletados legíveis. Simule um competição entre quem mais obteve autógrafos e quem menos obtve, após o debate questione-os sobre quanto autógrafos acreditam ter assinado e constarão que não sabem o quanto assinaram. Os questionamentos serão muitos e chega-se a muitas conclusões e será uma oportunidade para debates dos mais variados questionamentos. O resultado é praticamente o esperado pois o professor acabou de fazer uma inclusão. Isto é assunto amplo que se estende para muitas aulas. Outro exemplo, foi de um professor que para ensinar os gêneros textuais, fez os alunos produzirem em espanhol receitas de culinária, o trabalho começou com pesquisas

simples de culinária, incluiu a escrita de um roteiro com propagandas para o intervalo, a gravação do programa em câmera digital e celulares e a edição Movie Maker, o resultado foi o esperado, eles aprenderam de forma simples um gênero textual muito exigido aos alunos do terceiro ano que estão prestes a fazer vestibular. “Reformar, modernizar e rever é importante, pois, a mudança é importante para o aluno”, disse a professora Carmem. O professor precisa saber planejar, pesquisar, ser criativo, estabelecer prioridades e limites, estar aberto para colher o aluno e suas realidades, ser flexível para planejar sempre que necessário.


por Daniele Sevlaçnog O aprendizado com crianças na faixa dos 5 aos 6 anos inicia-se com o conhecimento dos Nomes, sondagem com as letras do alfabeto, coordenação motora fina e desenvolvimento (lados, espaços, dias, números...) declarou a Pedagoga Ana Carolina Antonio Dainesi, do Centro De Educação Infantil “Hotelzinho O Pequeno Príncipe”. Segundo Ana Carolina o acompanhamento apostilado auxilia os trabalhos extra-classe, como dinâmicas em grupe e no individual. A pedagoga Ana Carolina afirmou ainda que, “cada criança deve ser entendida em individual, e cada qual em seu contexto. Aprendo a lidar todos os dias com cada uma delas e com suas personalidades”. Ela acrescentou ainda que as aulas extra-classe acontecem para o aprendizado também corporal, facilitando a coordenação motora, desenvolvimento com seus colegas e com o próprio aluno. Já As aulas extra-classe são diversas, “capoeira para regra e disciplina, livros para se familiarizar com imagens cores e letras, histórias contextualizadas e brincadeiras diversas, que é isso oque a criançada mais adora”, disse Ana Carolina. A aluna M.G.B.C. de 5 anos diz que o horário mais divertido da aula,são as atividades extra-classe,onde ela pode brincar, e o horário mais chato é quando chega o sábado e domingo e a “Tia Carol” não dá a tarefa. Segundo Mercadante, 80% das crianças entre 4 e 5 já estão na escola, pois a Lei publicada em 2013 torna obrig-

atória a matricula até 2016.O Ministro da Educação Aluisio Mercadante afirmou que o Brasil tem condições de matricular 100% das crianças de 4 anos até 2016 e que “80% dos alunos de 4 e 5 anos já estão matriculados. Desses, 20% precisam ser matriculados e o Brasil tem todas condições de recuperar até 2016.” afirmou o ministro com lideres empresariais em São Paulo.O governo publicou a lei que obriga os pais matricularem seus filhos nas escolas a partir dos 4 anos. Segundo Mercadante, o MEC dará “todo apoio as prefeituras” para garantir vaga para as crianças e contratar professores. O ministro afirma que isso vai ajudar muito melhorar a educação de todas as crianças de 4 e 5 anos. A fiscalização dos Governos Municipais para que cumpram a regra de acordo com o ministro, já é feita pelo ministério publico. O ministro afirmou ainda que a exigência de matricular pelo menos 50% das crianças de 0 a 3 anos nas creches também é uma meta que esta no Plano Nacional de Educação (PNE) e com a qual o MEC já trabalha intensamente .



Por: Jonathan Florentino Silva

se comesse o que merecia ser comido

Publicado em 1928, Macunaíma, o herói sem caráter, é uma das obras pilares da cultura brasileira. Revolucionária, desafiou o sistema vigente com uma organização da linguagem literária. Com uma narrativa fantástica e picaresca - ou malandra - Mário de Andrade reelabora nesta obra temas da mitologia indígena com visões folclóricas da Amazônia e do resto do Brasil, fundando assim uma nova linguagem literária, bem brasileira.

• Mário de Andrade e a Semana de 22 Esse foi o período que projetou o escritor como figura-chave do movimento, que então, se desdobrava. Desempenhou funções de músico, pesquisador de etnografia e folclore, poeta, contista, romancista, crítico de artes e correspondente cultural, todos esses aspectos voltados a implementação de uma nova consciência.

Diante dessa análise, buscamos destacar os pontos essenciais dessa obra de tanto valor na literatura nacional, assim como, seu posicionamento modernista, frente à um autor aberto a descoberta e criador de um novo modo de narrar a história. • Macunaíma, linguagem e estilo O teor sempre bem-humorado e a inventividade narrativa encontrados na obra, fazem dela a mais afinada com os movimentos iniciados em outras partes do mundo, em sua época. Na narrativa bem brasileira, encontramos rastros futuristas e expressionistas que se sobrepõem à uma raíz nacional. Sendo nacionalista crítica, é a obra que mais sintetiza as propostas do movimento da Antropofagia, iniciado em 1928 por Oswald de Andrade, com o objetivo de igualar a cultura brasileira às demais. Nos vale entender aqui que em vez de rejeitar pura e simplesmente o que vinha de fora, a Antropofagia propunha que se consumisse apenas o que havia de bom na arte estrangeira, construindo uma arte nacional fundamentada. Ou seja, como um atropófago, que

• A Rapsódia Mário de Andrade conta que escreveu Macunaíma em apenas seis dias, deitado, bem à maneira de seu herói, durante suas férias. Diz ainda: “[...] gastei muito pouca invenção neste poema fácil de escrever. Este livro afinal não passa duma antologia brasileira [...]” Entendendo o contexto ! Macunaíma é fruto de anos de pesquisas das lendas e dos mitos indígenas e folclóricos que o autor reúne utilizando a linguagem popular de várias regiões do país. Trata-se de uma rapsódia. Este termo foi usado pelos gregos para designar obras como a “Ilíada” ou a “Odisseia”, de Homero, contendo séculos de narrativas políticas orais, resumindo assim, as tradições folclóricas de um povo. Para o próprio Mário de Andrade, a palavra rapsódia remetia às fantasias instrumentais que utilizavam temas e processos de composição improvisada, tirados de contos tradicionais ou popu-


lares, como as rapsódias húngaras de Listz. • Criando Mitos Além de escrever vários mitos, Mário de Andrade também inventa outros de maneira irônica. Apresenta os mitos da criação do futebol, do truco, do gesto da banana ou do termo “Vá tomar banho!”. Há em Macunaíma, portanto, além da imensa pesquisa do autor, muita invensão. • Um personagem ambíguo O surgimento do personagem é marcado por um processo de criação e transformação na história apresentada, ao mesmo tempo, malicioso e pérfido. O nome do herói tribal parece conter como parte essencial a palavra MAKU, que significa “mau” e IMA “grande”. Assim, Macunaíma siginificaria “O Grande Mau”, um nome, que calha perfeitamente com o caráter intrigante e funesto do herói. • O herói sem nenhum caráter O próprio autor, em prefácio que nunca chegou a publicar com o livro, conta como se deu essa descoberta: “[...] O que me interessou por Macunaíma foi incontestavelmente a preocupação em que vivo de trabalhar e descobrir o mais que possa a identidade nacional dos brasileiros. Ora depois de pelejar muito verifiquei uma coisa que me parece certa: o brasileiro não tem caráter. Pode ser que alguém já tenha falado isso antes, porém minha conclusão é uma novidade para mim porque tirada da minha experiência pessoal. E com a palavra caráter não determino apenas uma realidade moral não, em vez entendo a entidade psíquica permanente, se manifestando por tudo, nos costumes, na ação exterior, no sentimento, na língua, na História, na andadura, tanto no bem como no mal. O brasileiro não tem caráter porque não possui nem civilização própria nem consciência tradicional. Os franceses têm caráter e assim os jorubás e os mexicanos. Seja porque civilização própria,

perigo iminente, ou consciência de séculos tenham auxiliado, o certo é que esses uns têm caráter. Brasileiro não. E Macunaíma é um herói surpreendentemente sem caráter. “ No trecho percebemos a construção do autor acerca do termo “caráter”, não focalizado aqui em sua face moral-ética, mas em sua forma de construção. Cada sociedade vive seu caráter de acordo com seu processo histórico, surge aí a vertente do Modernismo. Há a busca corrente pela criação de uma identidade nacional, não aquela moldada nos movimentos europeus, foco da produção literária e influenciadora brasileira, mas uma antropofagia que consumisse o que seria benéfico para uma literatura de cara brasileira. A obra prima pelo resgate e construção de uma linguagem em processo de expansão, sendo esse o fator que gerou revolta e grande rejeição por parte dos brasileiros que viam a exposição de 22, marcada pela revolução cultural. • O Foco Narrativo da Obra Embora predomine a fala da terceira pessoa, Mário de Andrade inova nesta obra ao utilizar uma técnica cinematográfica, a de cortes bruscos no discurso do narrador para dar lugar à fala dos personagens, especialmente de Macunaíma. A técnica imprime velocidade, simultaneidade e continuidade à narrativa. • Espaço e Tempo As fugas sucessivas de Macunaíma são vividas num espaço mágico, próprio da atmosfera fantástica em que se desenvolve a narrativa. Percebe-se que Macunaíma se aproxima da epopeia medieval, pois têm de comum com aqueles heróis a sobre-humanidade e seu lado maravilhoso. Macunaíma apresenta-se totalmente livre do tempo. Por esse motivo, pode realizar fugas assombrosas em que da capital de São Paulo, foge para a ponta do Calabouço, no Rio, logo já está em Guarajá-Mirim, nas fronteiras do Mato Grosso. Assim, o autor traça quadros que


ressaltam as características do herói malandro, sendo que o tempo não é crucial, mas sim o modo de seus feitos. Entendendo o contexto! Macunaíma é um personagem outsider, enquanto marginal, anti-herói, fora-da-lei, na medida em que se contrapõe a uma sociedade moderna, organizada num sistema racional, frio e tecnológico. Assim, o tempo é totalmente subvertido na narrativa. Conclusões finais É notável nessa análise o intenso trabalho de pesquisa de Mário de Andrade, que vem frequentemente misturando elementos de várias regiões do país, e com isso pretende desregionalizar sua obra. Existe o anseio do autor em conceber literariamente o Brasil como entidade homogênea, voltando seus olhos para um conceito étnico nacional, uma cultura de caráter, tão fortemente construída nesse processo. Uma característica encantadora na obra de Mário de Andrade é sua busca em anular as especificações do regional, e dar uma visão geral de uma sociedade, criando a sociedade cultural por vínculos imateriais criados e imaginados. O autor também desenvolve um processo de criação de ritmo, já que raramente usa vírgulas. Esse novo modo de escrever trazido por Mário é, sem dúvida alguma, responsável por grande parte da criação seguinte e influenciadora à preservação cultural de meios extremos. Uma obra rica, cheia de pesquisa, uma obra escrita por todos, uma vez que embaixo de cada um de seus pensamentos, de cada uma de suas ações, o personagem vive a história escrita por toda essa efervescente nação brasileira.


Por Alberto Ferreira A educação, pressuposto básico como direi-

to legal garantido em nossa Carta Magna, se encontra no capítulo II, artigo 6º (Dos Direitos Sociais) e também no capítulo III, artigos 205 a 214 (Da Educação, da Cultura e do Desporto) seção I (Da Educação) de nossa Constituição Federal promulgada aos 05/10/88, mais conhecida como Constituição Cidadã. Para efeito de conhecimento devemos lembrar que o Brasil já possuiu diversas Constituições, algumas Outorgadas outras Promulgadas, como as de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, (1969?) e1988 O legislador ao positivar tal direito, fundamenta sua assertiva no artigo 1º, inciso III, que trata da dignidade da pessoa humana. O texto é bastante objetivo e visa vincular a legislação expressa teórica em uma reação prática de interesse por parte do governo, bem como alcançar a massa humana menos beneficiada. A dignidade da pessoa humana juntamente com outros fundamentos é a que demonstra no mínimo a garantia de recursos para prover ao cidadão brasileiro a vontade da busca, conhecimento, aprimoramento e profissionalismo, dentro de um padrão moralmente aceitável numa sociedade. A problemática constitucional começa a ser desafiada quando no momento do próprio texto que redigido pelos representantes do povo não é cumprido através de seus governantes estatais. A nossa Administração Pública ao abolir o imperialismo de séculos passados, marcado pela indignidade da pessoa que muitas vezes não era sequer considerada humana, foi encerrado exatamente pelo que acabamos de explicar. Construído

agora um regime democrático de direito, com recolhimento de subsídios do povo revertendo em benefício do próprio povo causa hoje muitos questionamentos, pois se há tributos deveria haver crescimento, porém a recíproca não é verdadeira. O direito de estudar como acima explicitado é diferente da oportunidade de estudar, quando a expressamos, envolvemos outros direitos por assim dizer chamados primários, como o direito à vida, à saúde, à família, à moradia, etc. E não é só isso, enquanto estamos defendendo estes direitos que estão localizados na esfera pessoal e muitas vezes não são respeitados, por outro, o Governo responsável direto pela educação, não manifesta interesse na investidura dos direitos primários, quanto mais secundário como este. No dizer do Ilustríssimo Professor Flávio Martins: “O ensino no Brasil, aliado a um contexto no qual se insere toda a educação brasileira, passa por um momento que demanda uma atenção toda especial por parte dos educadores, gestores e principalmente, dos acadêmicos. Infelizmente, a visão que nos resta, depois de uma leitura atenta de todos os índices estatísticos, prognósticos e dados dos mais diversos, divulgados nos veículos de comunicação, é de que a educação em nosso país não é tratada como prioridade, dentre as medidas públicas realizada pelo Estado. Se o é, aparentemente, a solução para o estado temeroso em que vivem nossas instituições não parece estar próxima. A qualidade de nosso Ensino fundamental público é baixa, gerando um aluno despreparado para o Ensino Médio (e não é só: o acesso ao Ensino Médio já é restrito a uma pequena minoria da população). Diante desse cenário, encontramos a crise do Ensino Superior.” (Nunes Júnior, Flávio Martins Alves. Manual de direito penal – parte geral. Editora Bookseller.Campinas.2005. O que nos resta como profissionais da área educacional é tentar reverter o quadro que ao longo dos anos pelos nossos Órgãos Públicos sempre foi mascarado ante a informação sobre o ensino brasileiro. Tornar a procura dos alunos pelo saber não é somente ensinar em uma sala de aula com as regras chatas e difíceis de compreender, antes tornar o ensino dinâmico, curioso, participativo e inovador são opções que o futuro discente pode se valer.



Por: Jonathan Florentino Em 20 de abril, aconteceu o lançamento do livro “O Jongo do Tamandaré”, que marca a cultura regional tão fortemente cultivada por gerações, inserida como bem imaterial da cultura nacional. O Jongo é uma forma de expressão cultural de comunidades negras do sudeste do Brasil, que inclui tambores, canto, dança e poesia. É uma herança dos africanos de origem bando, acontece geralmente à noite, em terrenos e quintais, afinando-se antes os tambores ao calor de uma fogueira e de uma tradição

viva e pulsante. Apresenta um olhar aberto, uma produção cultural intensa, revela o amor e a dedicação de um povo preservando sua cultura. O livro surgiu em parceria com a Associação Cultural Cachuera, Associação Cultural Jongueira do Tamandaré, Associação Cultural Quilombolas do Tamandaré, tendo como apoio a empresa Petrobrás e a Prefeitura Municipal de Guaratinguetá. Segundo depoimento de Dona Mazé, nascida e criada na cultura jongueira, “O jongo não tem religião, tem raça e raíz e precisa ser respeitado”. Dona Mazé foi uma impulsionadora da tradição na região, abrindo espaço para incorporação de novos pontos (termo que designa a poesia cantada na dança) e conservando a tradição aos antepassados. Diferentemente do que é pensado por muitos,

essa cultura não se assemelha às práticas folclóricas, já que está em constante expansão, e apresenta-se como arte viva. É comum também a adaptação de termos de origem indígena, tais como: Saravar - saudar - e Saravá tambu - saudar ao som dos tambores. O livro será distribuído nas escolas publicas de toda a cidade, e vem com a proposta de resga-

tar a cultura regional, estimulando o interesse em preservar e construir conhecimento.



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