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Eremita Citadino

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Espelhos

Espelhos

O Eremita Citadino

Era com um semi entorpecimento que caminhava por arabescos e mitologias, colados nas areias fervilhantes ao sol. Os sapatos preferidos, confortáveis almofadas reconfortando inchaços, desgastavam-se, nas habituais rotas traçadas em labirintos reais. De malas arrumadas na mente, seguía o caminho que só a si, árvore de raízes descarnadas, plantada naquela estufa de vidros quebrados e apertada demais, dizia respeito.

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Numa fusão de máscaras teatrais, questionava existências que, se íam descobrindo por entre vidraças de cortinados de rendas, manufacturas conceituadas em horas de aprendizagem consensual. Tapumes vistosos para dissectores de vidas.

Deambulava por florestas coloridas e espelhadas, ao som tropical ecoando nas rochas de metal. Provava as frescas águas encanadas de rios que desembocavam em repuxos de pedra branca. Como um nomada atravessando o deserto saciava a sede no oasis.

Era assim, a cidade. O refúgio para penas quebradas. Cada um no seu mundo quadriculado.

Observador assíduo de corpo magro e ar feliz de um tolo, sentava-se, nas ripas de madeira de um banco de jardim aos fins de tarde. Saboreando o estatuto que a si dava.

O eremita da cidade.

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