Informativo do Instituto Auxiliadora - Ano VII - Edição XXIX - Setembro/2017 - São João del-Rei (MG)
Reportagem Especial
PROJETOS DO
MATERNAL CRÔNICA “5” pág. 10
MANUAL DE SOBREVIVÊNCIA DO ENSINO MÉDIO pág. 2
GRATIDÃO, FÁTIMA pág. 7
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Manual de sobrevivência do Ensino Médio:
APRESENTAÇÃO
rezada comunidade educativa,
É com grande alegria que publicamos mais uma edição do Conexão IA. Temos certeza que você está ansioso (a) para embarcar nos projetos vivenciados por nossos alunos nesta segunda etapa do ano letivo. Comecem o vôo pelo Maternal II com seus lindos e deliciosos projetos. Na sequência, faça um pouso nas visitas da Irmã Maria Américo e da Irmã Paola, que nos presentearam com sua sabedoria e carisma salesiano. Guardem um pouco de energia antes do desembarque, pois vocês não podem deixar de conferir nossa Festa Junina e os Jogos Internos. Enfim, todos os acontecimentos que marcaram esta segunda etapa de trabalho. Divirtam-se muito, e até a próxima edição!
Flávia Alves
coordenadora infantil e fundamental I
Geração Z, por quê? Porque procura sempre o novo, cria palavras e teorias, para justificar o uso abusivo de tantas tecnologias. Às vezes a tecnologia que facilita o conhecimento, tem causado aos jovens e aos pais muito aborrecimento. Com as redes sociais muitas pessoas tentam ser o que não são. Algumas aproveitam para aliciar, assediar, traficar...Como crescer com isso, então? Os youtubers, os games e celulares. aumentam o livre acesso dessa moçada às informações, conhecimentos ou a “enrascadas”. Cabe a cada família ajudar e orientar essa nova geração que ainda muitas coisas irá mostrar.
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Bruno Garcia 9º ano
a escolha do curso ideal
P João Guimarães Rosa “Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.”
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ascido em 27 de junho de 1908, em Minas Gerais, João Guimarães Rosa é considerado um dos maiores escritores da Literatura Brasileira. O autor era formado em Medicina, autodidata e conhecedor de mais de nove línguas, características essas que muito influenciaram em sua obra. Caracterizada por uma linguagem rica, diversificada, carregada de poesia, neologismos e hibridismos linguísticos, a obra de Guimarães Rosa é uma viagem pela imensidão do Sertão que existe dentro de nós. Entre Diadorins, poesia e linguagem, o escritor criou um universo único, que se imortalizou na literatura. Através de seu regionalismo incisivo, os personagens ganham vida e povoam o imaginário do leitor. Ler Guimarães Rosa é sempre uma viagem por entre as grandes veredas dos sertões, carregada de belas surpresas e inovações. Pela importante obra literária, chegou a ser indicado para o prêmio Nobel de Literatura. Morreu em 19 de novembro de 1967, entretanto permanece imortalizado na literatura e no imaginário de quem o lê.
Karine Barbosa, 3º ano
ara começar, tenha sempre em mente: desistir de algo que não te faz feliz não é fraqueza, é mostrar que nem só de escolhas corretas vive o ser humano. Você não precisa saber o que vai fazer da sua vida aos 17/18 anos, tampouco no 1º ano do EM; pessoas são diferentes, cada qual com seu tempo e suas dificuldades. Sempre existirão aqueles que duvidarão do seu esforço, que vão te propor ainda mais horas de estudos, que afirmarão que o cansaço mental e a pressão psicológica devem ser deixados para outra hora e farão você sentir que não está dando seu máximo devido alguns deslizes no rendimento. Entretanto, muitas vezes o “querer” é muito diferente do “conseguir” e só você sabe do seu esforço mesmo com o cansaço prestes a ultrapassar o limite. Nem só de altas colocações e primeiros lugares vive um estudante, mas sim de superações e conquistas. Não tente unir apenas o retorno financeiro e o desejo dos pais na escolha de um curso, um profissional de destaque é aquele que faz o que gosta com dedicação e vontade. Então não passe o ensino médio tentando se enquadrar perfeitamente em uma área ou profissão; pesquise, conheça e converse sobre as diversas áreas de atuação, não caia na ideia de que só cursos populares te trarão o reconhecimento que você tanto almeja. Não se cobre além do suportado e não viva para atender as expectativas alheias, se você pensa no seu futuro fazendo o que gosta, faça, mesmo que demore, mesmo que você tenha que passar por outras experiências, apenas faça!
Clara Serpa – 3º ano
DIA A DIA NA ESCOLA
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Projetos do maternal II se destacam nas redes sociais do IA
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ocês já devem ter parado para observar por um instante os pequenos do maternal passando para ir para o parquinho ou para o pátio. Eles tem um jeito único de nos cativar com as bochechas rosadas e o sorriso inocente. E nas redes sociais, não é diferente. No feed de notícias, o maternal II do Instituto Auxiliadora dá um show de fofura. Pais, responsáveis, professores e educadores ficam encantados com a destreza dos pequenos diante da câmera. Muitas curtidas e comentários aparecem na fanpage do Instituto toda vez que a professora Lucinéa Soares promove algum projeto ou atividade. Um dos projetos que mais faz sucesso entre os seguidores da página é o “Amigo Fruta” que tem como objetivo estimular os bons hábitos
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alimentares através do conhecimento das diferentes texturas, cores e sabores das frutas. Outro projeto que tem feito sucesso é o “Identidade” que faz com que os pequenos se reconheçam como pessoas integrantes de grupos em casa, na escola e na sociedade. A “Oncinha Lili” também ganha atenção entre os pais. Oncinha Lili é um livro da edebê que retrata temas especiais como identidade, família e amizade. A iniciativa das crianças levarem o livro e a oncinha para casa é de possibilitar uma interação entre família e a escola. Segundo a professora, os projetos “são recursos, uma metodologia de trabalho que é capaz de proporcionar situações significativas, criando um ambiente de construção e exploração”.
Lucinéa também comenta sobre a importância dos projetos no desenvolvimento da comunicação entre as crianças. “Trabalhar estes projetos com as crianças é permitir que eles socializem pensamentos, estabeleça relações entre um conhecimento e outro, levando-os à aprendizagem significativa. As atividades propostas pelos projetos faz com que as crianças participem diariamente de situações autênticas de comunicação, em que são estimulados a falar e a organizar ideias, produza trabalhos de arte, utilizando a linguagem do desenho, da pintura, da modelagem, da colagem, da construção, o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação. Coordene vários segmentos motores como rasgar, colar, pintar, desenhar, amassar, abrir e fechar. Por fim, favoreça o processo de socialização, através das relações que ele irá estabelecer com seus colegas.”
Recentemente o IA começou a divulgar em sua página no Facebook as atividades diárias dos alunos e a professora busca a cada atividade promover a interação entre família e escola por meio das postagens. “Além de serem crianças lindas, capazes de chamar a atenção do público do lado de cá da telinha do computador, as matérias colocadas no site e nas redes sociais permitem o acesso diário das famílias e a participação dos pais no processo de aprendizagem dos filhos.” “Gostaria de agradecer a parceria de todos os pais na construção e envolvimento diário nas atividades propostas pelo maternal. Estamos certos de que ‘...depende de cada um de nós Pais, Professores e Direção neste grande desafio do mundo contemporâneo, as intervenções reais na construção de um futuro que já chegou’. Muito obrigada!”
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ACONTECEU NO IA C
om muita simpatia, a provincial da Inspetoria Madre Mazzarello, Ir. Maria Américo, foi recepcionada pelos alunos e educadores no dia 02 de junho. Os alunos reproduziram algumas das apresentações da festa de Maria, homenageando a provincial.
FESTA JUNINA
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os dias 07 à 14 de julho ocorreu em nossa escola os Jogos Internos 2017. Os seguimentos que participaram foram o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio. No dia 12 de agosto aconteceu a final dos jogos e a equipe Coliseu foi a campeã geral. Parabéns a todos os atletas!
Anna Luíza Pereira De Melo Knuppel - 2º ano VISITA IR. PAOLA BATTAGLIOLA
VISITA IR. MARIA AMÉRICO
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o dia 24 de junho, ocorreu no colégio nossa festa junina. Além das tradicionais barraquinhas de comidas e bebidas típicas, correio elegante, danças específicas e o quadrilhão, tivemos uma novidade: a Balada Teen, que aconteceu no ginásio durante a festa junina. Além disso alguns brinquedos como cama elástica e touro mecânico alegreram a criançada. A festa estava linda como sempre, tivemos a presença de vários pais, familiares, e ex-alunos, que esse ano puderam acompanhar alunos do IA no quadrilhão.
Anna Julia Silva – 1º ano JOGOS INTERNOS
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o dia 17 de agosto, o Instituto Auxiliadora recebeu a visita da representante do Conselho Geral das Fihas de Maria Auxiliadora, Ir. Paola Battagliola, enviada pela Madre Geral, Yvonne Reungoat. A visita canônica é realizada de seis em seis anos e consiste em uma experiência de animação do FMA. Ir. Paola foi recebida pelos alunos dos turnos matutino e vespertino com diversas apresentações e demonstrações de carinho. A representante também esteve reunida com os educadores do Instituto Auxiliadora e falou do carisma salesiano
e da importância dos educadores para os jovens.
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Gratidão, Fátima!
aria de Fátima Freitas de Carvalho trabalhou no Instituto Auxiliadora por 20 anos, contribuindo como orientadora, coordenadora e animadora de Pastoral. Recentemente, Fátima se aposentou e recebeu muitas homenagens da escola. As repórteres do Conexão IA conversaram com a educadora sobre a aposentadoria e os momentos marcantes na instituição. Confira!
O que eu acho muito bom é que eu não perdi a referência com o colégio, eu tive também a felicidade de aposentar, mas as portas o colégio estão sempre abertas.” Vai sentir falta da escolas e das pessoas de lá?
“Então, como eu disse pra vocês, sinto muita falta. Todos os dias tenho vontade de voltar, eu reforço que eu consigo matar saudades e relembrar os bons tempos Como se sente com a aposen- quando eu quiser, porque as portadoria? tas estão sempre abertas, assim “É um sentimento bem diferen- eu sempre mantenho contato.” te, porque ao mesmo tempo em que eu estou feliz por ter aposen- Pode nos contar o seu momentado bem, com saúde, tudo direi- to mais importante na escola? “Eu não consigo identificar um, tinho, eu sinto muita falta, muita são todos os momentos que eu saudades, dos alunos, da comunidade educativa e das irmãs, passei. Todos os momentos que a do dia a dia mesmo. Então o pri- gente vive numa escola salesiana meiro mês foi sofrimento total, são momentos muito fortes, e eu mas agora já estou acostumando.
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“FeMIMIsmo?”
ovimento que iguala os direitos das mulheres e dos homens, um significado tão simples, mas que gera muitas dúvidas. Existem muitos comentários como “feminismo é o oposto de machismo”, mas não é. Machismo é aquele pensamento que o homem dever ser superior, o contrário seria a superioridade da mulher, mas o feminismo não é isso, ele é a igualdade entre os gêneros. Como é um tema muito presente
nos dias de hoje, ele está em todos os lugares, principalmente nas redes sociais. No facebook, por exemplo, existem várias páginas apoiando e páginas contra, como foi dito, esse tema ainda gera dúvidas, as feministas não podem cozinhar para o homem? Não podem se depilar? As respostas para essas perguntas são simples, caso a mulher QUEIRA cozinhar para o homem, cozinhe. Se ela se sentir desconfortável com os pelos, depile-se. Muitos dizem que é “mimimi”, cada vez mais aparecem notícias
tive uma alegria muito grande de contar com a parceria e a amizade dos alunos, comunidade educativa e das irmãs. Pra mim, todos os momentos foram fortes e eu vivi todos muito intensamente.” Descreva o seu tempo na escola com 3 palavras.
Alegria, comprometimento e realização plena.
Marina Nascimento Rafaela Camarano - 9º ano
sobre estupros, e o que mais assusta são os comentários. “a mulher não se dá o respeito”, “também olha o tamanho dessa saia”. É absurda a tentativa de justificar esse ato! Aos poucos o gênero feminino está se igualando, porém essa luta ainda não acabou. É uma luta diária, e lembre-se: assédio é totalmente diferente de elogio. Não confunda, não é “mimimi”, é necessário.
Maria Clara Almeida – 9º ano
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Onde nasceu?
“São João del-Rei.” Por que quis ser professor?
“Eu sempre ajudava meus amigos a partir do sexto ano em matemática, no ensino médio, em física e química. Assim, surgiu o interesse em licenciatura em matemática e física, porque era o curso de que eu mais gostava. Obtive licenciatura em matemática, especialização em matemática para crianças, jovens e adultos, mestrado em matemática aplicada, física quântica, especialização em engenharia civil, mecatrônica e elétrica, e especialização em medicina.” Qual foi sua trajetória até aqui?
“Nasci em 7 de junho de 1986 e entrei na escola com 2 anos de idade. Era o Colégio Militar que meu pai servia o exército. Depois de passado por este Colégio Mili-
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tar, eu ingressei no Bárbara Heliodora, no curso primeiro período e segundo período. O pré, primeira, segunda e terceira séries, eu fiz no Frei Seráfico. Como costume de família, fiz a quarta à oitava séries no Colégio Nossa Senhora das Dores. Tive oportunidade de estudar parte do ensino médio no Instituto Auxiliadora, onde coroei Nossa Senhora em uma das novenas. Como meu pai foi transferido para outra cidade, fiz meu terceiro ano do ensino médio Sagrado Coração Instituto Sagrado Coração em Divinópolis. O colégio não é Salesiano, porém segue a mesma filosofia do Instituto Auxiliadora. Ao final do terceiro ano, fiz 10 vestibulares, passei em 8 universidades , fiz também vestibular nos Estados Unidos e na Itália obtendo êxito nas duas instituições. Optei pela Universidade Federal de Ouro Preto que no ano de 2004 tinha nota 5 pela CAPES. Fiz 4 anos de licenciatura em matemática e 2 anos de bacharelado em matemática. Logo fui fazer minha especializações e mestrado na pontifícia Universidade Católica de Minas. O curso de física quântica, fiz em Brasília na Universidade Católica. As pós-graduações em engenharia e medicina fiz pela USP. Como meu pai estava morando nos Estados Unidos, tive a oportunidade de fazer intercâmbio e estudar na Carolina do Norte, especificamen-
te na cidade de Starville com 5 mil habitantes. Infelizmente peguei um o furacão passando lá nessa época e optei por voltar para o Brasil onde conclui minha pós-graduação. Fui para Itália estudar com a minha mãe, pois como ela é italiana, eu tenho cidadania italiana e foi muito fácil ingressar na universidade. O ensino na Itália falhou em muitos aspectos filosóficos, mas o curso foi concluído com sucesso também. Possuo 12 anos de carreira acadêmica como professor de matemática em escolas públicas e particulares. Ao retornar ao Brasil, fui efetivado pela rede Estadual de Educação e tive o prazer de conhecer a professora Laísa, de matemática, e o Lucrécio, de geografia, dos quais tive a indicação para lecionar no Instituto. Foi muito bom voltar para lecionar na casa onde estudei. A filosofia de Dom Bosco eu conheço desde criança, pois meu pai é formado em colégio salesiano e eu fui batizado e crismado em uma igreja Salesiana Dom Bosco.” O que mais gosta de fazer?
“Eu gosto muito de lecionar, porém, em horas vagas e nas minhas férias, eu gosto de conhecer o mundo e ajudar pessoas que precisam.”
Bruno Garcia Gabriel Souza - 9º ano
Coluna da Lulu Mathias Cássio. O nome Maic é relacionado com o MIC (microfone). É uma junção com meu nome. A sigla LD é um expressão americana Like a diamond que significa ‘Como um diamante’.”
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aic LD é um cantor do momento no qual gosto muito de ouvir e nada melhor que compartilhar isso com vocês, né meus amores? Por isso, fiz uma pequena entrevista com ele. Vamos acompanhar? Como surgiu o nome da banda?
“Na verdade, Maic LD é o meu nome artístico, eu me chamo
Qual música você acha que a galera nova que tá chegando vai se identificar?
“Acredito que ‘Buscando a saída’ pois ela é bem atual.” “Livre pra viver” é uma das minhas músicas favoritas. Qual é a mensagem que você queria passar com essa música?
“De ser livre pra seguir seu so-
Anna Júlia Silva - 1º ano
nho, sem pressão de alguém.” Pra finalizar, você pode mandar um recado pra galera do Instituto Auxiliadora e do conexão IA?
“Primeiro parabenizar por atitudes assim na escola. Música é essencial pra vida e formação dos alunos e alunas. Que continuem assim, dando oportunidades para as pessoas. Um abraço, Maic LD.” Então meus amores, é isso! Espero que gostem. Até a próxima edição!
Anna Luíza Knuppel - 2º ano
Gustavo Henrique - 1º ano
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Júlia Neponuceno - 3º ano
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, 4, 3, 2, 1... Abro meus olhos. Eles estavam abertos antes? Não sei, acho que nem vou saber, não importa, na verdade. Já faz um tempo que as coisas perderam a importância. “Sair ou ficar em casa?” “Tanto faz.” “Drama ou ação?” “Qualquer um.” “Hambúrguer ou pizza?” “Você escolhe.” “Com molho?” “Pode ser.” “Chá ou café?” “Café.” Veja só, ainda tenho vontade própria! “Com açúcar ou sem?” “O que tiver.” Droga! 16:30. Quantos copos de café tenho que beber até chegar a hora de ir embora? Não quero estar aqui. Ou talvez queira e tenha tido esse pensamento só porque já foi convencionado que é melhor estar em casa. Sinceramente, não quero ficar aqui nem ir para casa, o que é um dilema, já que são as únicas duas opções que tenho; ou, melhor, não são opções, são os únicos lugares para onde posso ir sem ter que escolher, eu tenho que ir. Eu deveria arrumar um
EXPEDIENTE
Instituto Auxiliadora Rua Nossa Senhora Auxiliadora,56. São João del-Rei/MG (32) 3371-7272 Diretora Institucional Ir.Flávia Cristina Faria Dias Diretora Pedagógica Magaly Aquino G. Rosa
cachorro. Desse modo, teria vontade de ir para casa, pois saberia que ele estaria me esperando. Por outro lado, ele poderia comer meu sofá e fazer xixi na minha cama... Melhor deixar pra lá, estou bem assim. Já que não vou ter um cachorro, deveria arranjar um modo de me sentir bem na minha escura e abafada casa. Fui aconselhada a encontrar um cômodo aconchegante, fechar meus olhos e idealizar um lugar perfeito, meu refúgio. Pode ser que funcione... ou pode ser que eu goste tanto que não queira mais voltar, então vou morrer, meu corpo apodrecerá, os vermes comerão minha carne e ninguém vai notar até que o odor infeste o prédio. Não é uma visão muito bonita. 18:02. Bato o ponto. Vou à padaria: “O de sempre”. Por que eu sempre peço o mesmo tipo de pão? Porque eu gosto, é claro. Ou porque já estou acostumada. As duas possibilidades são igualmente prováveis. Subo as escadas. Abro a porta. Entro. Fecho a por-
Jornalista responsável Jéssica Loures Apoio Vânia Almeida Diagramação Jéssica Loures Revisão ortográfica Jaqueline Resende
ta. Coloco o pão junto aos pães que sobraram dessa semana e da semana passada. Permaneço parada no meio da cozinha. Penso que, assim como Amélie, posso aproveitar as pequenas coisas da vida, redescobrindo velhos hábitos e sentindo velhas sensações, porém de modo diferente. Vou fazer um café, há tempos não faço! Direciono-me ao quarto. Tiro meus sapatos. Deito-me na cama. Penso que, assim como Amélie, posso aproveitar as pequenas coisas da vida, redescobrindo velhos hábitos e sentindo velhas sensações, porém de modo diferente. Vou fazer um café! Ui, déjà vu. Volto para a cozinha. A água ferve. A água ferve. A água ferve. Um pouco da água evaporou. Passo o café. Sirvo o café. Vou até a sala. Beberico o café, que queima minha língua. Droga! Se quero redescobrir os prazeres da vida, não devo ter pressa. Pressa é o que eu tinha antes, agora, eu aproveito cada momento em seu tempo. O café es-
Redação Anna Júlia Silva Anna Luíza Knuppel Bruno Garcia Clara Serpa Gabriel Souza Gustavo Henrique Júlia Neponuceno Karine Barbosa Maria Clara Almeida Marina Nascimento Rafaela Camarano
fria e dou um longo gole. Impressionantemente, o café tem gosto de... Café. 21:57. Uau! Quase hora de dormir. O tempo passa rápido quando nos empenhamos em descobrir os pequenos prazeres da vida. Quem disse qual é a hora certa para dormir? Eu disse. Decido que, antes de tomar qualquer decisão ou voltar redescobrir pequenos prazeres, devo tomar um banho. A água morna escorre pelas minhas costas e parece que leva todas as vibrações ruins consigo ou só o suor mesmo. Eu saio do banho e vou preparar a cama para dormir, por sorte, não arrumei a cama hoje de manhã, isso significa que posso simplesmente me deitar. Olho para o espelho. Eu lavei o cabelo? Percebo que nem o café nem o pão nem o redescobrimento da vida nem o banho são capazes de me salvar do marasmo no qual me joguei. Quem me compra um pão dormido? Cama desarrumada, cabelo molhado e cortina mofada na janela? Quem me compra este café? E este sapato, que tem chulé? Sinto-me como Jeca Tatu, “Só ela, no meio de tanta vida, não vive”, narraria Monteiro Lobato. É uma existência solitária. 1, 2, 3, 4, 5.
Participação Especial Lucinéa Soares Giovani José de Mendonça
Tiragem de 600 exemplares