Políticas públicas e tráfico de pessoas -
Um debate em construção A partir da constituição de 1988, as políticas sociais brasileiras passaram a ser desenhadas definindo organização de sistemas públicos, cobertura, eqüidade e participação social. A universalidade preconizada tanto pelo SUS quanto pelo Plano Nacional de Políticas para Mulheres são processos em construção cotidiana que se contradizem com políticas econômicas centradas ainda em orçamentos fragmentados, cuja única matriz comum é a manutenção do superávit primário e o pagamento dos serviços das dívidas interna e externa. Nesse cenário, surgem atrizes que tornam a sua prática um instrumento para que políticas de governo se transformem em políticas de estado. O gestor de política pública tem um papel fundamental nesse sentido, por fazer de suas ações contrapontos estratégicos à lógica instituída pelas mesmas políticas econômicas e por instituir uma nova dinâmica ao papel do gestor público, que passa de um executor de programas e projetos, para um articulador de processos contra-hegemônicos nos espaços públicos decisórios. Cláudia Araújo, do Ministério da Saúde, e Aparecida Gonçalves, da Secretaria de Políticas Públicas para a Mulher, apresentam visões sob primas diferenciados mas que convergem para a necessidade dessa articulação