CIDADÃOS SEM FRONTEIRAS O DOMÍNIO DE OUTROS IDIOMAS É A CHAVE PARA O SUCESSO PROFISSIONAL
ENTREVISTA Celina Leão: “Não consigo viver um teatro na política” COMPORTAMENTO Karaokês invadem a cena noturna da capital CIDADES Religiões de matriz africana são alvos de intolerância
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Sumário
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12 Mesa Redonda
46 Moda
76 Mala sem Rodinha
20 Política Brasília
48 Personagem
80 Mundo Animal
22 Brasília e Coisa & Tal
50 Automóveis
24 Visão de Brasília
52 Vida Moderna
26 Capa
54 Esporte
30 Gestão
56 Saúde
86 Propaganda & Marketing
32 Fatos, Fotos e Frases
58 Cotidiano
88 Diz aí, Mané
34 Tecnologia
60 Música
90 Tá lendo o quê?
36 Gente
64 Cultura
82 Jornalista Aprendiz 84 Vinhos
92 Ponto de Vista
38 Cidades
66 Solidariedade
40 Comportamento
68 Turismo
42 Agronegócio
70 Gastronomia
96 Justiça
44 Educação
72 Plano Gastrô
98 Charge
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94 Cresça e Apareça
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Expediente
Editorial Falar um outro idioma faz toda a diferença, na hora de conseguir um emprego. Pesquisa realizada pela Catho mostra
DIRETOR EXECUTIVO Edson Crisóstomo crisostomo@planobrasilia.com.br DIRETORA DE PROJETOS ESPECIAIS Nubia Paula nubiapaula@planobrasilia.com.br
que, em cargos de coordenação, há uma diferença de ganho salarial de até 61%, entre um funcionário fluente em inglês e outro que domina apenas o português. Ao concorrer a uma vaga no mercado de trabalho, saber outra língua, quando não é uma exigência, certamente é um diferencial, segundo
Plano
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explicam especialistas na matéria de capa desta edição. Primeira mulher a ocupar a presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal, a deputada distrital Celina Leão mostra sua força, ao emplacar três CPIs sob sua gestão, e é a nossa entrevistada
Editora-Chefe Luciana Amaral
da Mesa Redonda. Defensora da “liderança compartilhada” na
EQUIPE DE REPORTAGEM João Paulo Mariano, Natasha Dal Molin, Renato Souza, Iago Garcia, André Luis Ribeiro e Marlice Pinto
CLDF, como ela mesma define, Celina acredita estar conseguindo,
COLABORADORES Antônio Testa, Antônio Matoso Filho, Bohumil Med, Carla Ribeiro, Carlos Grillo, Cerino, Fádua Faraj, Rubem Soares, Romário Schettino, Tarcísio Holanda, Yuri Achcar e Paulo Piratininga, Weslei Maretti
mesmo que alguns deputados apareçam, às vezes, envolvidos
DESIGN GRÁFICO Yara Dantas e Anita Antonini FOTOGRAFIA Moreno REVISÃO Charles Vieira
aos poucos, recuperar a credibilidade da Câmara junto à população,
em escândalos. Apesar de ser um nome forte para concorrer ao GDF futuramente, a parlamentar diz não pensar nisso, por enquanto, e tem outros planos para a sua carreira política. Já a vice-presidente da CLDF, Liliane Roriz, é a personagem
TIRAGEM 60.000 exemplares REDAÇÃO Comentários sobre o conteúdo editorial, sugestões e críticas às matérias: redacao@planobrasilia.com.br AVISO AO LEITOR Acesse o site da editora Plano Brasília para conferir na íntegra o conteúdo de todas as revistas da editora: www.planobrasilia.com.br PLANO BRASÍLIA EDITORA LTDA. SCLN 115 Bl. A Sl. 215 CEP: 70876-540, Brasília-DF Comercial: 61 3041-3313/ 3034-0011 Redação: 61 3202.1357 Administração: 61 3039.4003 revista@planobrasilia.com.br 31 de Maio de 2016 Impressão e Acabamento
D’ARTHY Editora e Gráfica Ltda. Não é permitida a reprodução parcial ou total das matérias sem a prévia autorização dos editores. A Plano Brasília Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.
principal da matéria Debatendo a corrupção em sala de aula. A deputada é autora de um projeto de lei que visa inserir o assunto “corrupção” como tema transversal na grade curricular dos ensinos Fundamental e Médio. O fato não deixa de ser irônico, visto que Liliane foi condenada por improbidade administrativa pela 3a Vara de Fazenda da Justiça do DF. Em Comportamento, conheça alguns dos principais karaokês que despontaram na cena noturna da capital nos últimos anos. Esses lugares conquistaram de vez os brasilienses, por fazerem de qualquer pessoa – desafinada ou não – uma artista, ainda que por poucos minutos. E mais: conheça a história de Hely Veríssimo Gomes, o
saudoso
sócio-fundador
da
tradicionalíssima
Pizzaria
Dom Bosco. Até hoje, a receita da famosa pizza de muçarela da casa é guardada a sete chaves. Boa leitura!
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Mesa Redonda
Por: Edson Crisóstomo, João Paulo Mariano, Luciana Amaral | Fotos: Moreno
A força da leoa À frente da presidência da Câmara Legislativa, Celina Leão conseguiu emplacar três CPIs. Apesar de ser um nome forte ao GDF no futuro, ela descarta esta hipótese, por enquanto No quinto andar do prédio da Câmara Legislativa, servidores da Casa já se acostumaram com o entra e sai frenético de parlamentares, jornalistas, representantes da sociedade civil, entre outros. É lá que despacha a deputada distrital Celina Leão (PPS), primeira mulher eleita para a presidência da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Seu mandato está previsto, a princípio, para terminar no final deste ano, mas as regras parecem estar prestes a mudar. A emenda da reeleição já foi aprovada em primeiro turno e Celina prefere fazer suspense, quanto à votação do segundo “round”. “Temos até dezembro para isso”, desconversa. Goiana, nascida em 2 de março de 1977 e
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dona de personalidade forte, a deputada foi uma das mais contundentes opositoras do governo Agnelo e deixou a base de apoio de Rollemberg ainda em 2015, mostrando, segundo ela mesma afirma, uma postura de independência e coerência. Deixou o PDT no início deste ano para se filiar ao PPS, seguindo o exemplo do senador Cristovam Buarque. Nesta entrevista à Plano Brasília, Celina Leão faz uma avaliação de sua gestão à frente da Câmara Legislativa, fala sobre o papel da mulher na política, assim como suas pretensões para as eleições de 2018.
CL > É muito difícil fazer uma autoavaliação.
Mas acho que podemos avaliar a instituição como um todo, o que tentamos imprimir, em termos de gestão, assim como as metas e os rumos da Câmara Legislativa. Reforçamos muito a independência do Poder Legislativo e isso é algo extremamente importante, principalmente para a população, cujo respaldo deve vir do Legislativo. Rejeitamos quase seis projetos do Executivo no ano passado, três deles relacionados a grandes aumentos de impostos, mas sempre dialogamos com muita franqueza, muita responsabilidade. Qual avaliação a senhora faz de seu Discutimos muitas questões aqui na mandato como presidente da Câmara Câmara e aproximamos o Poder Legislativo Legislativa? da população, por meio do projeto Câmara
em Movimento, que leva as sessões ordinárias às regiões administrativas do DF. Já temos mais de 40 pedidos desse projeto; entramos nas universidades, como a UnB, e temos solicitações de outras faculdades. Creio que isso resgata a vocação do Poder Legislativo, que é discutir a cidade continuamente e não apenas de quatro em quatro anos, em época de campanha. Acho que conseguimos enfatizar isso na gestão e fortalecer as comissões. Todas essas iniciativas mudam a forma como a população vê esse poder e aumenta a credibilidade de nosso trabalho. Afinal, não é fácil, no momento em que o país vive, ser político e estar à frente de uma instituição política. Apesar disso, temos conseguido, paulatinamente, deixar um legado. Muita gente não se sente bem representada nem pelo Executivo, nem pelo Legislativo. Como reverter esta situação? CL > Temos feito várias pesquisas para saber o que o cidadão espera, realmente, do Poder Legislativo. De acordo com os últimos dados a que tivemos acesso, 70% da população do DF quer que esta Casa se empenhe na fiscalização. Creio que conseguimos fazer isso com a instalação, no ano passado, da CPI do Transporte, cujo resultado foi o indiciamento de 17 pessoas. Sugerimos a suspensão do edital de licitação e a realização de um novo certame, a fim de acabar com essa corrupção endêmica no transporte público. Se antes gastávamos 100 milhões por ano, hoje desembolsamos 1 bilhão. Uma diferença gritante, para termos o mesmo serviço ruim de transporte. Demonstramos, com atos, que a Casa não está fazendo CPI para barganhar, para pedir espaço político ou para fazer “pizza”. Não à toa, a CPI da Saúde, a segunda instalada, tem causado muito medo; e temos a terceira, que é a da
Pedofilia, tema também muito importante. Queremos não só abrir CPIs, mas finalizálas com seriedade. A organização Adote um Distrital entrou com pedido de cassação da deputada Liliane Roriz (que já foi condenada pelo TRE-DF por falsidade ideológica e compra de votos). Sendo ela vice-presidente da Casa, isto não traz um desgaste enorme à Câmara?
Demonstramos que a Casa não está fazendo CPI para barganhar, pedir espaço político ou para fazer ‘pizza’
CL > É sempre muito desgastante, quando temos um colega que está enfrentando um processo. Entendemos que, toda vez que isto ocorre, existe uma tendência em generalizar o coletivo, mas, no caso específico da deputada Liliane, ainda há recurso. Então, estamos aguardando, a fim de que ela tenha total direito à defesa e ao contraditório. Aqui na Casa encaminhamos o documento para a Procuradoria; pedimos informações também ao Tribunal de Justiça, para que mande cópia do processo para cá, a fim de que possamos acompanhar o caso de perto. Na contramão desse resultado tão positivo de 17 indiciamentos na CPI do Transporte, há fatos que frustram a população, como a aprovação de leis que, posteriormente, são declaradas inconstitucionais. Como resolver isso? CL > Temos fortalecido muito as comissões, para que os projetos de lei não cheguem direto ao plenário da Câmara. A questão da constitucionalidade é realmente discutida, principalmente na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A deputada Sandra Faraj (SD), presidente da Comissão, é uma excelente parlamentar; não tem aceitado nem projeto extrapauta, para que não chegue de última hora e não garanta o tempo hábil para a análise da constitucionalidade da proposta. Às vezes, um colega consegue os votos dos outros parlamentares e tem o projeto aprovado; então, o Ministério Público entra com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) e a justiça decide se procede ou não. Já perdemos e ganhamos algumas dessas ações, inclusive algumas propostas
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pelo Executivo. O problema é quando divulgam apenas as ADIs as quais saímos derrotados. É importante frisar que as instituições estão de pé. O Judiciário é o foro adequado para dizer se determinada lei é ou não inconstitucional, mas temos tentado evitar o avanço de projetos os quais temos muitas dúvidas de sua constitucionalidade. Vários distritais posicionaram-se contra o reajuste de preços do Restaurante Popular ou do ingresso do Zoológico, por exemplo. O governo, por outro lado, precisava disso para ajudar a sanar o déficit do caixa do GDF. Como resolver esse tipo de impasse entre o Executivo e o Legislativo?
CL > Temos buscado um caminho intermediário. No ano passado, por exemplo, o governo enviou vários projetos e a gente negociou com os colegas propostas que não onerassem o bolso do cidadão mais humilde. Aumentamos o ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), mas não permitimos o reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), nem da TLP (Taxa de Limpeza Pública), que todos pagam. O ano de 2015 foi difícil para todos os estados, mas conseguimos ajudar o governo a equilibrar as contas públicas. Aprovamos tudo o que era mais importante, preservando o contribuinte mais humilde e propondo soluções criativas, como a ARO (Antecipação da Receita Orçamentária) e a possibilidade de usar o Iprev-DF (Instituto de Previdência dos Servidores do Distrito Federal) para saldar dívidas com o funcionalismo. O DF se vê numa encruzilhada. Nós temos um crescimento vegetativo da folha de pagamento; nenhuma empresa pública ou privada iria sobreviver com
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O ano de 2015 foi difícil para todos os estados, mas conseguimos ajudar o governo a equilibrar as contas o índice de servidores que temos hoje no GDF. Atualmente, gastamos quase 80% somente com os servidores públicos. Aí, você pergunta para mim: “Mas a Lei de Responsabilidade Fiscal não diz que deveria ser 50%?”. O Fundo Constitucional não conta, para efeito de LRF. Então, ao se incluir esse montante, chegamos aos quase 80% apenas com pagamento de folha. E como a máquina pública vai funcionar, tendo somente 20% para
o custeio de suas atividades, como poda, limpeza, asfalto e investimento? Só tem uma saída: abrir para o setor produtivo, para que mais empresas invistam no DF e cresça a arrecadação. Porém, há alguns pontos que precisam mudar. Vou dar um exemplo: a área de construção civil em Brasília está entrando em colapso, pois são necessários três anos para se conseguir um alvará e iniciar o empreendimento. Quem vai querer construir nessas condições? Certamente, irá preferir investir em outro Estado, que oferece condições mais ágeis de negócio. Por esta razão, temos cobrado muito a desburocratização do setor público. Temos falado até sobre os terrenos da Terracap, que o governo quer colocar para vender. Muitas dessas licitações, creio eu, vão ser desertas, porque ninguém vai querer comprar um terreno, para depois não conseguir nem o alvará de construção, ainda mais em um ano de crise. No ano passado, a senhora declarou-se independente do governo. Foi uma decisão acertada?
CL > A cada dia que passa, tenho a certeza do acerto daquela decisão. Eu sou uma pessoa de personalidade muito forte e que faz o que acredita. Eu trabalho muito, dou meu sangue, faço o meu melhor. Mas faço porque acredito. Não consigo viver um teatro na política. Trabalhei para tirar uma gestão que eu considerava ineficiente, corrupta e que não representava nada do que eu acredito para Brasília. Eu ganhei a eleição sem ter um cargo comissionado. Meu eleitor é crítico e cobra de mim uma postura firme. Portanto, tomei a decisão certa, na hora certa. Se eu tivesse tomado esta decisão de última hora,
poderia parecer até oportunismo. Bem diferente do que qualquer outro político tradicional faria. Qual a sua avaliação do governo Rollemberg?
CL > Eu acho que o governo do Rodrigo se perdeu. Não sei dizer a partir de qual momento, especificamente. Mas se perdeu quando encaminhou para a Casa projetos que retiravam direitos de trabalhadores, não dialogou com a classe empresarial do DF e não dialoga com a franqueza necessária junto à Câmara Legislativa. Acho que o governo se perde, quando adota a concepção de que pode fazer tudo sozinho. É só fazer uma avaliação: dezenove administrações são do Rodrigo, assim como quase todas as secretarias. Isso mostra que ele quer governar sozinho. Tem muita gente ruim e inexperiente, no primeiro escalão. Reconheço, é claro, que há também bons secretários, mas existem, por outro lado, muitos acadêmicos sem um pingo de capacidade de gestão. Acredito também que ele está cercado de pessoas que não querem dizer a verdade, não querem fazer uma análise franca da realidade do DF. O Rodrigo tem vários problemas: rejeição da cidade, rejeição da classe política e rejeição do setor produtivo. Como pessoa, o Rodrigo é maravilhoso, tem bom coração; acho que é bem intencionado, mas se perde, muitas vezes, provavelmente devido à inexperiência. Falta um diálogo com a Câmara?
CL > Acho que não é só diálogo. Ele debateu com a Câmara em alguns momentos, mas não com a franqueza necessária. Muita gente diz que eu tenho uma grande liderança na Casa. É porque, aqui, dividimos poderes. O
poder, quando compartilhado com os colegas, faz com que todos se sintam parte de um projeto. Todos os deputados distritais, sem exceção, se sentem respeitados pela nossa gestão; não atropelamos as comissões. Esta presidência vive lotada o dia inteiro, de deputados entrando e saindo,
E quanto à sua candidatura à reeleição da presidência da Câmara?
CL > A emenda da reeleição foi aprovada no primeiro turno, no ano passado. Eu havia sido procurada pelos colegas e eles gostariam que eu tivesse condições de ser candidata novamente, mas não existe nenhum acordo firmado, quanto a isso. Dependendo do candidato do governo, eu seria, talvez, a única candidata que o derrotaria. E a Casa tem suas aceitações e rejeições. Num determinado momento, eu me tornei a antítese de um projeto que a maioria dos deputados não aceitava. Entendemos isso como reconhecimento do trabalho que fizemos junto aos colegas. Esse projeto da emenda da reeleição, na realidade, nunca foi meu, até porque há muitos deputados que estão com a gente e são candidatos naturais a presidente. Vamos sentar e discutir mais para frente esta questão. Mas a senhora tem o desejo de se reeleger?
O setor de construção civil em Brasília está entrando em colapso, devido à demora de três anos para se obter um alvará discutindo temas importantes para a cidade. Portanto, esta presidência não é mais da deputada Celina, mas de todos.
CL > Ficarei supertranquila, caso termine a gestão e venha outro colega. Até porque, na impossibilidade de reeleição, iremos ajudar algum outro parlamentar, com certeza. A presidência tira muito o tempo que eu poderia utilizar para cuidar do meu mandato; na verdade, sinto muita falta de atuar como eu atuava. Querendo ou não, você, enquanto presidente de uma instituição, precisa ter cuidado até com o que fala, pois você representa os outros parlamentares. Seja como for, se eu terminar minha gestão no final do ano, será com muita tranquilidade. Consegui fazer muitas coisas positivas pela Câmara, deixei minha marca e terei condições de ajudar o próximo presidente, para que a Câmara continue
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no rumo que está, resgatando sua independência e credibilidade junto à população. Um fato que vale a pena mencionar, é que escancaramos a parte da transparência. Todos os gastos da Câmara estão no nosso portal: onde o deputado gastou, a verba dele e outros dados. Isto ajudou, inclusive, o próprio parlamentar. Acho engraçado a imprensa dizendo que vai ser votado o segundo turno da emenda da reeleição. Nem pensamos em colocar, ainda, esta questão em pauta. Temos até dezembro para isso. O Brasil está enxergando, cada vez mais, a importância da representatividade feminina e da valorização da mulher na esfera política?
CL > Temos abraçado muito a causa feminina e acredito ser preciso mudar o olhar de uma mulher sobre outra. Quando me perguntam se eu acho o homem preconceituoso, eu digo que sim, o homem pode ser, mas a mulher às vezes é mais. Ela cobra de outras mulheres de maneira diferenciada, até pela cultura brasileira, ainda muito patrimonialista e patriarcal. Mas tenho algumas ressalvas: não basta ser mulher. Apesar de ser uma condição importante, se você não for competente – ainda mais num ambiente muito masculino, como ainda é a nossa política –, não adianta. Para se ter ideia, sou a única mulher presidente de parlamento no Brasil. Não é possível que não tenhamos outras mulheres aptas e competentes para chefiar outros parlamentos. Na realidade, temos, mas este fato mostra como ainda é difícil, para nós, ocuparmos um espaço de poder como esse e construirmos uma liderança entre os colegas. Eu entendo que algumas mulheres abrem caminho para outras. Eu quero tentar cumprir esse papel. Não quero ser somente a mulher, mas
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havia ameaçado. Se a gente está perdendo na parte da violência, é porque o processo educacional também tem falhas. A mulher ainda é coisificada e esta visão distorcida pode ser mudada com a educação. Temos de discutir essa questão nas escolas e as mães devem conscientizar seus filhos, para que possamos criar homens diferentes e, assim, diminuir a violência. Incomoda muito, o fato do governo Temer ter poucas mulheres?
O governo não dialoga francamente com a Câmara Legislativa e se perde, quando quer fazer tudo sozinho uma mulher que orgulha outras mulheres. Algumas coisas ainda nos preocupam muito, como a violência doméstica, que tem crescido bastante. Fizemos algumas palestras sobre isso, uma delas em Sobradinho, no mês passado. Uma mulher que estava no evento teve sua cunhada assassinada pelo marido na semana seguinte. Ela, inclusive, me ligou, dizendo que se tivesse transmitido o que aprendeu na palestra à sua cunhada, talvez tivesse conseguido até evitar a tragédia, com os cuidados necessários, pois o agressor já a
CL > Acho que foi ruim, um lapso, uma desatenção com as mulheres. Volto a falar sobre minha primeira colocação: vivemos ainda numa sociedade patrimonialista, patriarcal; poucas são as mulheres que conseguiram destaque na vida pública. Na montagem do governo houve um erro, principalmente por parte dos partidos, porque as indicações para os ministérios não partiram somente do Temer: há uma corresponsabilidade de todos os partidos. A senhora tem uma história consolidada na política brasiliense. O PPS lançará uma candidata à governadora em 2018?
CL > É muito cedo para falar de candidatura em 2018. No ano passado, quando tive um posicionamento bastante firme em relação ao Rodrigo, algumas pessoas ligadas ao governo sugeriram que eu seria candidata. E aquilo era uma grande mentira, porque não tinha absolutamente nada a ver com isso. Esse balão de ensaio foi solto pelo próprio Executivo e as pessoas começaram a gostar da ideia. Mas eu nunca falei em candidatura ao GDF. Meu projeto número 1, na realidade, é ser candidata à deputada federal. Eu estou nova, construindo minha história na vida pública. Pode ser que isso mude até 2018, mas tenho o pé no chão, quero dar um passo de cada vez. De qualquer forma, fico muito feliz pelo reconhecimento da população ao meu trabalho.
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sabem que vai haver investigação e possível indiciamento de envolvidos. Por que é tão difícil instalar uma CPI? Eu fiquei quatro anos aqui como deputada da oposição e não consegui instalar nenhuma. Cheguei a pedir uma CPI da Copa e, se ela tivesse ocorrido, talvez não houvesse esse gigantesco desvio de verbas durante a construção do Estádio Mané Garrincha. É bom para o próprio Executivo saber que o Legislativo está fiscalizando. É preciso encarar a CPI com naturalidade. Não se trata de revanchismo. O pessoal tem de parar de achar que quem está fiscalizando, está brigando com o governador.
Esse reconhecimento é oriundo principalmente dos quatro anos de combate ao Agnelo ou pela oposição a Rollemberg?
CL > Acho que é uma continuidade. Tenho um eleitor muito fiel, meu posicionamento é sempre muito firme e claro. Eu continuei com a mesma coerência, dentro das bandeiras que eu defendo, de fiscalização, de transparência. E o cidadão quer coerência dos políticos. A mudança de partido ajudou a manter essa coerência?
CL > Claro. Quando entrei no PDT, fui a convite do Cristovam e do Reguffe. Nós tínhamos uma ala nacional e uma local independente do governo petista e era esta a minha condição. Tive o aval do Lupi (Carlos Lupi), que sempre me deu carta branca, sabia que eu fazia oposição ao Agnelo. Mas quando Cristovam resolveu sair do PDT, porque estava se sentindo constrangido dentro do partido, seria uma incoerência se eu ficasse. Tenho uma grande admiração pelo senador, que é um político respeitado, inclusive, mundialmente. Para mim, ele é um exemplo, uma inspiração. Em relação aos embates com o Executivo, a senhora é contra a implantação das organizações sociais de saúde (OSs), um dos principais projetos do governador. Por quê?
CL > Iniciamos a CPI da Saúde e seria um erro implementar agora a OS sem descobrirmos antes onde estão os principais gargalos do setor. Precisamos investigar. São sete membros na CPI e sugeri uma divisão dos trabalhos: um vai investigar os recursos humanos, outro vai investigar os contratos e por aí vai. Mas precisamos saber onde está o problema. Você não pode mudar sua gestão ou
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Não quero ser somente a mulher, mas alguém que consegue ser motivo de orgulho para outras mulheres mandar embora um diretor, sem saber se o problema é o gestor ou sua equipe, ou se você não tem dinheiro em caixa para pagar a sua folha. O nosso relatório final talvez não mude a situação da saúde, mas tem que apontar rumos. As CPIs do Transporte, Saúde e também da Pedofilia – que é a mais recente – são importantes no processo de fiscalização dos gastos públicos?
CL > Certamente, geram um maior zelo com os recursos públicos e mudam a cultura dos parlamentares, pois eles
O DF está passando por um momento econômico bastante complicado. De que forma a Câmara pode auxiliar a sair da crise?
CL > Deve continuar a fazer o que está fazendo. No ano passado, aprovamos, com 24 votos, um dos projetos mais importantes para o DF naquele momento. Não pedimos absolutamente nada para o Executivo; apenas votamos de forma consciente, sabendo que aquela proposta seria benéfica ao Distrito Federal. A Câmara tem conseguido reagir rapidamente às necessidades da cidade, ampliando as discussões e sugerindo novas propostas. Estou apresentando um novo projeto que logo deverá entrar em discussão, sobre a possibilidade do GDF chamar o aposentado da saúde para retornar ao serviço, ganhando um percentual do salário que ele recebia. É uma forma dessas pessoas, mesmo aposentadas, terem uma renda extra. Além disso, conseguiríamos melhorar a gestão sem o bônus de contratar um novo servidor, que custaria caríssimo ao Estado. É um programa de reintegração.
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Fotos: Pedro Ventura, José Cruz,Tony Winston, Divulgação
Terra de ninguém A coordenação da bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional anda tão desprestigiada, que sequer houve eleição para a escolha do novo coordenador. O deputado Izalci Lucas (PSDB-DF) foi conduzido ao cargo por meio de assinaturas dos colegas, sem que tenha havido alguma reunião da bancada para discutir o assunto. Ilegítimo
A deputada Érika Kokay (PT-DF), que não assinou a lista de Izalci, pegou carona no discurso petista contra o governo interino de Michel Temer, para questionar a escolha do novo coordenador da bancada. Para ela, era necessária uma reunião dos deputados e senadores eleitos por Brasília, para que ocorresse uma eleição. Sem isso, falta legitimidade no cargo. Arregaçando as mangas Alheio à polêmica, Izalci já fez a primeira reunião com a equipe técnica da coordenação da bancada. Quer ouvir o governador Rodrigo Rollemberg e os secretários da Fazenda, da Segurança Pública, da Saúde e da Educação. Não por acaso, são as áreas que recebem recursos do Fundo Constitucional, verba repassada pela União ao DF. Emendas sem execução Izalci identificou que, desde 2009, nenhuma emenda da bancada do DF ao governo local foi executada. Faltam projetos básicos e os editais de licitação não são concluídos a tempo. Para as emendas do ano que vem, que vão ser definidas em outubro, o deputado quer que o governo apresente os estudos antes que os parlamentares destinem as verbas. Um exemplo é a reforma de escolas.
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Yuri Achcar
yuriachcar@gmail.com.br
Unanimidade Se tem algo que todos os senadores e deputados federais do Distrito Federal concordam, é que o governador Rodrigo Rollemberg está muito distante deles. Criticam a falta de diálogo e o desinteresse do Palácio do Buriti pelo trabalho dos parlamentares. Rollemberg só tem pisado no Congresso Nacional como líder do Fórum dos Governadores, intermediando as soluções para a crise financeira dos estados. A culpa é da comunicação. De novo! Toda vez que um governo amarga a reprovação popular, a comunicação é vista como principal culpada. Foi assim no governo Agnelo e segue da mesma forma na atual gestão. Como lembrado pelo ex-secretário-chefe da Casa Civil, Hélio Doyle, os problemas que o governo não consegue resolver e que são facilmente identificados pela população, não têm nada a ver com o setor de comunicação.
Mais dinheiro contra o câncer Os deputados distritais decidiram remanejar até 120 milhões de Reais em emendas parlamentares para socorrer a oncologia do Hospital de Base. Integrantes da Comissão de Educação, Saúde e Cultura da Casa foram à unidade conferir a denúncia de um médico sobre a situação precária da oncologia e da radiologia, e ficaram assustados com o que viram. O presidente da comissão, Reginaldo Veras (PDT), conseguiu articular uma reunião de emergência de um grupo de deputados com o governador Rodrigo Rollemberg, o secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e gestores do hospital. Deputados da oposição também defenderam o remanejamento, mas lembraram que o GDF tem hoje recursos no orçamento e poderia, por esta razão, ter impedido que a situação chegasse a um nível tão grave.
Passos de tartaruga Um exemplo negativo é o anunciado sentido único nas principais vias de Taguatinga, a Samdu e a Comercial. Um ano depois do anúncio, tudo segue como antes. Enquanto o GDF se perde na burocracia e na falta de diálogo entre as pastas, Tribunal de Contas do DF e Ministério Público, a população cansa de tanta conversa, enquanto vê pouco resultado. A promessa é que a mudança ocorra em breve.
Já a saúde... Resolver os problemas da saúde pública já é mais complexo, ainda mais em um momento de crise financeira. O GDF aposta na gestão descentralizada com o uso de organizações sociais, mas vai enfrentar resistência na Câmara Legislativa. De qualquer forma, os resultados só apareceriam a médio prazo. Mobilidade, sim, é a salvação O Plano de Mobilidade lançado por Rollemberg, se posto em prática, tem boas chances de ajudar a recuperar a imagem do governo. A ideia é tornar o transporte coletivo mais racional, com menos ônibus chegando à Rodoviária do Plano Piloto. Além disso, recuperar calçadas e complementar as ciclovias. Mas se o estudo demorou quase um ano e meio para descobrir o óbvio, resta saber se a implementação vai conseguir ser mais ágil.
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Brasília e Coisa & Tal
Fotos: José Cruz, Fabio Rodrigues Pozzebom, Divulgação
Romário Schettino
romario21@uol.com.br
Governo de coalizão é ninho de cobras
Os números não mentem Um dos principais algozes da presidenta afastada Dilma Rousseff foi o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha. Para além dos inúmeros erros de condução política da presidenta e dos conhecidos desvios de ética de Cunha, é preciso levar em conta que o atual sistema de coalizão presidencialista brasileiro está falido e condenado à morte. Se a sociedade não se mobilizar em torno de uma profunda reforma política, com a convocação de uma Constituinte exclusiva, não haverá mudança alguma. Mudam-se os nomes e os cargos, apenas. Esse ministério Michel Temer está fadado ao fracasso. Basta olhar para os nomes que assumiram as pastas. Pouquíssimos são os qualificados, para não dizer quase nenhum, mas vamos aguardar. A questão maior é o projeto neoliberal que se reinstala, depois de comprovadamente derrotado na prática em várias partes do mundo. Nesse contexto, a construção da Ponte para o Futuro ainda depende da escolha da empreiteira, ou dos empreiteiros. Mas voltemos às origens desse impeachment. Por um grave erro de avaliação, Dilma e PT, em 2015, decidiram concorrer à presidência da Câmara dos Deputados sabendo que Eduardo Cunha, do então aliado PMDB, não abria mão de disputar, por mais que se argumentasse que bastava o Senado nas mãos de Renan Calheiros, também do PMDB. Cunha, que vinha da liderança peemedebista na Câmara, arregimentava eleitores no chamado baixo clero com muita, ou demasiada desenvoltura. Tudo à vista de todos e todas. Foi assim que se consolidou a tragédia anunciada: Arlindo Chinaglia foi lançado candidato a presidente da Mesa Diretora da Câmara Federal. Todo mundo conhece o poder que essa presidência tem na República. Cunha ganhou a eleição e passou a definir sozinho as pautas-bombas e a manobrar o regimento como ninguém. 22
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Esse erro fatal acabou por permitir a coincidência dos números entre a eleição de Cunha e a votação do impeachment na Câmara.
Vejamos: Eleição da Mesa Eduardo Cunha (PMDB) - 267 votos Paulo Delgado (PSB) - 100 Arlindo Chinaglia (PT) - 136 Chico Alencar (PSol) - 8 Brancos - 2 Total - 513 Votação do impeachment Sim - 367 Não - 137 Abstenção - 7 Ausência - 2 Total - 513
É notório, até as palmeiras que circundam o Congresso confirmam, que Eduardo Cunha exigia que Dilma mandasse os petistas do Conselho de Ética votarem contra o seu enquadramento por falta de decoro parlamentar. Os petistas foram pressionados por todos os lados para não cometerem esse desatino. O processo de Cunha andou, e ainda anda, como uma tartaruga, mas o impeachment de Dilma, acatado por Cunha, meia hora depois da aprovação da denúncia com ele no Conselho de Ética, andou feito uma lebre. Concluindo, caros leitores: os votos de Cunha,
mais os de Paulo Delgado, são exatamente os 367 deputados que derrotaram Dilma. Os votos de Arlindo Chinaglia, com alguma defecção e/ou adesão, são os mesmos 137 que defenderam Dilma. A presidenta conta com 137 votos na Câmara e 22 no Senado até o momento. Para retornar à Presidência, Dilma precisará de 28 votos. Será possível reverter seis votos? É o que veremos. É com essa composição na Câmara e no Senado que Michel Temer vai administrar. Nada garante, agora que Cunha está afastado do mandato e da presidência da Câmara, que a fé cristã desses dois irmãos siameses no golpe contra Dilma vai dizer que serão felizes para sempre. É provável que Cunha seja definitivamente rifado e colocado em seu lugar alguém de maior confiança e sem tanto rabo preso. A ver.
vai uma grande distância. A direita candanga já está se articulando para tomar o GDF de Rollemberg, a maioria dos deputados distritais e federais, e as duas vagas de senador em 2018. Abra o olho, senador; ainda há tempo de voltar às origens. Os partidos de esquerda, antigolpistas, também se preparam para unificar as ações e os discursos para competir. Até agora, o primeiro nome de fôlego para uma das vagas do Senado é o de Érika Kokay (PT). Esse é o quadro de hoje.
Os apelos de Cristovam Buarque O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) está profundamente desconfortável com o discurso que fez para aceitar a abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. A última saída para justificar o que seus eleitores tradicionais do Distrito Federal, a maioria de esquerda, chamam de traição, golpismo, o senador disse a um jornalista que o impeachment é bom para o PT e para Lula. “Assim, eles terão como rever suas posturas políticas, já que tiveram uma presidenta incompetente e um governo cheio de corrupção, etc etc”, disse ele. Cristovam também anda ouvindo os pesquisadores de opinião. É possível que, neste momento, a grande maioria da população do DF seja mesmo antipetista. Mas daí achar que o senador pode conseguir votos à direita,
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Visão de Brasília
Antonio TestA
Foto: Marcello Casal Jr.
Sociólogo
O ocaso da era petista A discussão sobre o cometimento de crime de responsabilidade pela presidente da República afastada, caso forem considerados os inúmeros depoimentos de reconhecidos profissionais especializados em orçamento público, legislação fiscal e outros atos legislativos, torna-se redundante, pois tudo indica que houve crime continuado. Isso é inegável. A desculpa “esfarrapada” de que um “golpe” estava em andamento no país, revela o amadorismo do governo Dilma e seus defensores. O próprio advogado da presidente da República afastada já não estava mais utilizando com tanta ênfase o argumento vazio de que haveria um possível golpe em andamento, nas suas prolixas argumentações. A inútil tentativa de usar setores do Itamaraty para anunciar um golpe, mostrou apenas o quanto o governo petista usou indevidamente órgãos do Estado para defender interesses de grupos corruptos e descompromissados com o futuro da nação, que se alojaram em áreas estratégicas do governo. A tentativa de usar organismos internacionais, como a Unasul e até a ONU para denunciar algo que, de fato, não existe – o propalado “golpe” –, demonstra o quanto de desespero foi acumulado nos últimos dias de agonia da presidente, que não conseguiu cumprir o que prometera em campanha e tornou-se uma das mais ineficientes gestoras públicas de nossa história republicana. Sua lembrança será, seguramente, amarga e dolorosa para a sociedade brasileira, sobretudo para aqueles setores mais carentes e beneficiários das
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políticas assistencialistas mantidas por setores que produzem e pagam impostos absurdamente altos. Interessante notar que um governo com quase quatro mandatos e dois presidentes, chega ao ocaso com o repúdio da maioria dos brasileiros. Esses governos, além de beneficiarem os grandes bancos e as grandes empreiteiras, num primeiro momento ofereceu benesses aos mais carentes, garantindo uma aceitação popular sem precedentes na história do Brasil. Somente os vários segmentos médios da população desconfiavam dessa estratégia, que favorecia os bilionários, dava migalhas aos miseráveis e sobrecarregava a classe média. Evidentemente, a crise é basicamente brasileira, não obstante a presidente afastada alegar que é internacional. Essa é só mais uma desculpa de quem não conseguiu negociar com um Congresso difícil, corrupto em boa parte e fisiológico na quase totalidade. Não conseguiu também se descolar da corrupção que grassou de forma extraordinária nos governos do PT, deixando boquiabertos os corruptos históricos de plantão. Estes invejaram a competência do PT e de alguns aliados de se apropriarem indevidamente do dinheiro público, com a suposta certeza de impunidade. Deu no que deu. Lava jato e impeachment. O conjunto da obra petista produziu resultados lamentáveis. Um partido que sempre utilizou a bandeira da ética, praticamente transformou-se num arremedo de cuspe e fezes em praça pública.
É tragicamente vergonhoso ver aqueles que se venderam como a esperança que vencia o medo, se transformarem em arautos do escárnio e do desapreço ao bem comum. O ocaso do governo petista desvela a verdadeira máscara do cordeiro que se vendia com a imagem de madre Teresa e depois apresentou sua real faceta, a de um lobo: que despreza o outro, especializou-se na expropriação do dinheiro público e demonstra um ódio social sem precedentes. Comunistas sempre tentaram nivelar por baixo, dividindo a miséria, enquanto cleptocratas que estavam no comando se deleitaram nababescamente sobre a riqueza construída pelos trabalhadores. Aqui, os comunistas históricos foram subalternos aos donos da estrela vermelha, um pequeno grupo que controlou o governo em aliança criminosa com grandes empreiteiras e bancos, descompromissados com o bem comum, apenas concentrados em atender sua doentia ambição pela expropriação do dinheiro público. O lobo foi desmascarado. O discurso falso do “nós e eles”, construído com nociva competência pelo marqueteiro preso, não deu certo, apesar de muito usado pelo maior arauto do populismo petista, o famoso “Brahma”, codinome dado pela Diretoria de Corrupção da maior empreiteira do país ao chefe. Segundo informações que constam da delação premiada da ex-secretária de executivos da Odebrecht, Maria Lucia Tavares, existia um “Setor de Operações Estruturadas”, que funcionava como uma verdadeira Diretoria de
Propinas, a serviço dessa criminosa e perversa estratégia de corrupção e apropriação indevida de dinheiro público. Chegou o momento do acerto: a presidente foi afastada e não deverá voltar, para o bem do país. Os arautos do caos dizem que vão incendiar o país, mas isso custa caro. De onde virá o dinheiro para bancar as claques, os sindicatos e os movimentos patrocinados com dinheiro público? Não creio que irão tirar dinheiro das contas no exterior para financiar o caos. Isto não é comportamento próprio desse tipo de criminosos. Ao contrário, terão que gastar muito dinheiro com advogados, que deverão enriquecer muito, mas muito mesmo, com a longa defesa desses criminosos. Está havendo uma virada histórica, não sabemos se será para melhor. Mas só de haver mudança na lógica de expropriação do dinheiro público, surge um lampejo de esperança. Tomara que nenhum governo consiga deter a Lava Jato e outras operações policiais e investigativas para combater a corrupção e o crime. O país está quebrado, sim, os governos passados fizeram por onde. Mas o Brasil é muito rico, tem grande potencial e capacidade de retomada do crescimento. Porém, é preciso mais atenção da população na escolha de seus governantes e exigir que os órgãos de fiscalização fiscalizem de verdade e ajam preventivamente. De nada adianta ficar, tentando corrigir o mal feito. Essa estratégia é muito conhecida e “manjada”, não dá em nada. O que foi recuperado do dinheiro público roubado, só na Petrobrás, não paga nem a “gorjeta” dos serviçais da quadrilha. É preciso analisar racionalmente o processo político nacional. Como todos os jogos pelo poder, as disputas se acirram em torno do controle do patrimônio público, que se expressa pelo comando da máquina de governo e da gestão do orçamento público, para beneficiar grupos de interesses econômicos aliados a grupos políticos. No Brasil, esta estratégia fica muito bem evidenciada pelas descobertas da Lava Jato, não obstante ser de pleno conhecimento as relações criminosas entre bancos, empreiteiras e partidos políticos, desde longa data. Inegavelmente, essas ações já existiam em outros governos, foi apenas aperfeiçoada técnica e criminosamente pelos governos petistas e seus aliados. Muitas ações foram feitas na tentativa de mudar o foco das investigações e também utilizados vários recursos legais, para preservar os criminosos. Mas sem sucesso. Se a Lava Jato prosseguir em suas investigações, descobrirá seguramente laços criminosos nos 27 estados, no Distrito Federal e em quase todos os municípios, onde há obras e compras com dinheiro público. É claro que a Lava Jato tem filhotes e a cultura da corrupção grassa forte nas relações entre o público e privado e também no seio da sociedade brasileira. É hora de mudar!
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Capa
Por: Marlice Pinto | Fotos: Moreno, Divulgação, Anderson Alves
Cidadãos do mundo Falar com fluência outros idiomas é um diferencial para quem busca uma boa chance no mercado de trabalho e quer espantar de vez o fantasma do desemprego
Aprender um idioma talvez seja a saída para enfrentar a crise econômica. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 11 milhões de desempregados no Brasil, número equivalente à população da Irlanda. Para não ser mais um nesta multidão, falar outras línguas pode ser um diferencial. Segundo pesquisa realizada pela Catho, site de empregos brasileiro, a diferença de salário entre um funcionário que tem inglês fluente e outro sem esse conhecimento, pode chegar a 61% em cargos de coordenação. Em diretoria, a vantagem é de 42%; gerência, 57%; e supervisão, 43%. Para quem trabalha como profissional júnior, pleno ou sênior, há um incremento de 48% na renda. Já assistentes, auxiliares e operacionais recebem 18% a mais. A 52ª Pesquisa Salarial da Catho entrevistou 900 mil pessoas em 4063 cidades brasileiras. Invista na formação Saber inglês e espanhol é, de fato, um diferencial considerável nesse mercado. Zilta Marinho, proprietária de uma empresa de recrutamento, esclarece a necessidade de uma boa formação nesse tempo de
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recessão econômica. “Por que o mercado hoje está mais exigente, pedindo pessoas com formação mais completa e mais complexa? Porque não há vagas para todos. Já que eu estou contratando e estou com dinheiro, quero o melhor”, justifica. Ela diz que nem toda função exige o conhecimento de outro idioma, mas, de qualquer forma, é sempre bom buscar uma boa formação e estar disponível para futuras vagas que tenham essa demanda. “A língua estrangeira é importante; para algumas áreas é obrigatória. Já para outras, ela é desejável, porque é um diferencial”, esclarece. Quanto mais alto o cargo, maiores as chances do inglês ou outro idioma serem necessários. Isto porque, segundo ela, o nível de exigência também cresce. Já em outros ramos, como a hotelaria, é interessante que mesmo empregados dos menores escalões saibam outras línguas e, de preferência, as menos convencionais. “Digamos que você seja fluente em francês, não saiba inglês e resolva se candidatar para uma vaga de recepcionista. O hotel já dispõe de funcionários que falam inglês e espanhol. Pode ser que, naquele momento, seja mais interessante à empresa contratar uma pessoa que conheça francês”, exemplifica.
Upgrade na carreira Instituição internacional, a Organização das Nações Unidas exige naturalmente que seus funcionários tenham fluência em outros idiomas, entre eles, o inglês, o espanhol, o russo, o chinês, o árabe e o francês, que são as línguas oficiais da ONU. Anualmente, acontece um teste de proficiência, chamado Language Proficiency Examinations (LPE), custeado pela agência da ONU (Unicef, Unesco, PNUD, etc.) onde a pessoa está empregada. Amanda Rezende, 32 anos, atua na negociação e execução de projetos em vários países do hemisfério sul por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em sua função, ela faz uso do inglês e do espanhol, apesar do segundo idioma não ter sido exigido na contratação. “Para mim, vale muito a pena. Eu não preciso do exame de proficiência para trabalhar lá, mas, se eu fizer, será benéfico para a minha carreira. Além de ter a certificação, eu ainda irei receber um valor a mais”, observa Amanda, que pretende estudar francês em breve. Novos destinos A opção de estudar no exterior pode ser um bom caminho para adquirir fluência e traquejo em outros idiomas. A dica é que o estudante comece a se organizar com pelo menos três meses de antecedência, antes de fazer as malas. Como o câmbio não está lá muito favorável para quem deseja sair do Brasil sem gastar muito, uma saída é optar por destinos alternativos, como a Cidade do Cabo, na África do Sul. No país de Mandela, é possível estudar inglês por menos da metade do valor que seria gasto numa cidade dos Estados Unidos. Isto porque o Rand, moeda africana, está desvalorizado em relação ao Real. Zilta Marinho acredita que ir para o exterior traz muitos benefícios. “Isso agrega valor não só no aspecto profissional, mas também nos âmbitos social e cultural”, frisa a empresária. Talentos globais A organização não governamental AIESEC é outra alternativa para intercâmbios e, por não ter fins lucrativos, oferece preços acessíveis. São disponibilizadas duas categorias: o Cidadão Global e o Talento Global . O primeiro tem características de
serviço voluntário, enquanto o outro é voltado ao âmbito profissional. Para participar dos intercâmbios, com duração de seis semanas a um ano, é preciso ter entre 18 e 30 anos, inglês intermediário/avançado ou espanhol básico e habilidades – que não são necessariamente experiências profissionais comprovadas, mas podem ser trabalhos de voluntariado, projetos, entre outros. Há opções para variadas áreas, como gestão, marketing , tecnologia e educação. Quanto ao destino, basta escolher um entre os mais de 120 países que possuem um escritório da AIESEC. Estudante de Administração na Universidade de Brasília, Juliana Meyer, 19 anos, é uma das diretoras da organização. “Acreditamos nos jovens e em seu potencial para trazer a paz ao mundo por meio da liderança”, salienta. Segundo ela, a busca pelos serviços da AIESEC aumentou consideravelmente nos últimos meses. “Agora em maio, estamos praticamente ultrapassando o número de inscritos no nosso programa em relação a todo ano de 2015. É uma procura muito grande, principalmente porque o intercâmbio profissional é remunerado”, ilustra. Quem viaja pela AIESEC tem um salário correspondente ao de um estagiário, de acordo com o custo de vida na cidade. O designer gráfico Christian Sousa, hoje com 38 anos, ganhava três mil dólares por mês, quando
Juliana Meyer: formando jovens líderes
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forma de gorjetas, aumentando sua renda em até R$ 200, em época de alta temporada. O fato de saber se comunicar com os hóspedes em inglês – mesmo não tendo fluência –, faz toda diferença. “Como existem muitos hotéis, o hóspede fica mais exigente; ele está pagando caro e quer ser mais bem atendido”, avalia.
Christian Sousa na época do intercâmbio e hoje: sucesso profissional
trabalhou na MasterCard, nos Estados Unidos, pela AIESEC, em 2001. Com as horas extras, a remuneração saltou para $4.500. Mas nem todo estagiário tem esse privilégio. Na Índia, por exemplo, há quem não receba mais que 500 dólares mensais; parece pouco, mas, por outro lado, o custo de vida naquele país é baixo. Tudo depende da experiência que o intercambista procura. Para Christian, o contato com pessoas de outros países foi bastante enriquecedor. “Foi um verdadeiro aprendizado de cultura. De respeito. Você está lá trabalhando e, em determinado momento, percebe que seu colega ao lado é mulçumano. Ele para, estende o seu tapete e faz reverência na direção de Meca. É incrível”, relembra. Na época, o designer conheceu várias cidades norte-americanas, conseguiu a fluência no inglês e aprendeu, em detalhes, como funciona o sistema de cartões internacionais.Já no Brasil, quando começou a trabalhar na AIESEC, especializou-se em design gráfico. “Eu costumo dizer que a UnB me transformou em analista internacional, mas foi a AIESEC que despertou em mim a paixão pela minha atual profissão”, revela. Hoje, Christian é proprietário de uma empresa de web design , que já teve clientes importantes no cenário brasiliense, como a loja Ortiga e a banda Squema 6. Renda extra Recepcionista de um hotel em Brasília, Valmon Bezerra tem o mesmo salário em carteira que seus colegas, mas consegue receber alguns extras na
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O recepcionista é guitarrista nas horas vagas e gosta de tocar clássicos estrangeiros do rock. Essas músicas inspiraram Valmon a buscar um curso de idiomas. “Eu sempre quis entender as canções que eu ouço, por isso comecei a estudar inglês”, explica. Segundo o Ministério do Turismo, apesar do número de turistas estrangeiros que visitaram o Brasil ter caído 1,9% no ano de 2015 em relação a 2014 (ano que o país foi escolhido para receber os jogos da Copa do Mundo), no Distrito Federal houve um incremento de 7% na quantidade de visitantes de outros países. Os argentinos são os que mais viajam ao Brasil (2.079.823), seguidos dos norte-americanos (575.796) e chilenos (306.331).
Valmon Bezerra usa o inglês para aumentar a sua renda
Para praticar online Nem todos podem pagar para ter aula em um curso de idiomas ou até mesmo viajar para o exterior. Às vezes, a falta de tempo também dificulta o estudo diário. Uma solução é treinar online. Em muitos sites, é possível fazer isto gratuitamente. Confira as dicas a seguir:
Lyrics Trainning Estudar outras línguas ouvindo música é um exercício há muito tempo praticado por estudantes de idiomas. A ideia virou uma plataforma, o Lyrics Trainning, onde é possível escolher o idioma, o grau de dificuldade e até a nacionalidade do artista. O acesso é gratuito: www.lyricstrainning.com Duolingo Apesar de ser um dos mais famosos aplicativos de inglês, o Duolingo deixa a desejar. Os exercícios são repetitivos, mas úteis para os iniciantes. As lições são separadas por nível e tema, podendo ser realizadas a qualquer hora, desde que o usuário esteja conectado à internet. O aplicativo é grátis e disponível para iOS e Android. Hello Talk Aplicativo colaborativo, o Hello Talk reúne pessoas do mundo inteiro que também querem aprender algum idioma. Se você quiser procurar alguém para praticar o seu inglês, basta preencher os seus dados, e indivíduos nativos ou fluentes na língua que desejarem aprender português, surgem como opções para iniciar um bate-papo. O aplicativo está disponível para iOS e Android. Pode-se baixá-lo gratuitamente, mas há uma versão paga com benefícios extras.
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Gestão
Rubem Soares de Oliveira Lima Sócio e consultor da Horizonte Soluções www.GCHS.com.br
E agora? Onde estou? Para onde vou? Muitas vezes, os gestores e empresários perguntam-se o que podem fazer para melhorar e para crescer, mas num momento instável como esse e ainda com a correria do dia a dia, a visão de curto prazo passa a ser cada vez maior nas empresas. Pensar e, principalmente, agir assim, poderá ser muito prejudicial. Segundo alguns autores, como John Mahon, professor de Harvard, “a essência da gestão estratégica é o planejamento e a execução de estratégias que antecipem, enfrentem e alavanquem a mudança”. Pensando assim, pode-se compreender por que o crescimento das maiores corporações norte-americanas estava ligado ao processo de escolher primeiro as alternativas, segundo recursos e competências, e depois criar um corpo organizacional que conduziria a empresa em direção ao futuro. Seu maior seguidor, o também professor de Harvard Michael Porter, aprofundou seus estudos. Dessa forma, o planejamento estratégico pode ser compreendido como a habilidade de se conhecer a natureza do próprio negócio e as potencialidades dos mercados e da empresa, e de procurar visualizar o futuro e se preparar para enfrentá-lo. Os fatores mais importantes no desenvolvimento do planejamento estratégico são: aceitação e credibilidade na sua elaboração e apoio das lideranças da empresa ao seu desenvolvimento e manutenção. Assim, a concepção do plano de trabalho para a execução do planejamento e o próprio planejamento devem ser adequados à realidade da empresa, tanto no sentido de respeitar e incorporar processos de decisão e formas de estruturação já existentes, quanto de atuar sobre estes mesmos pontos, corrigindo-os quando necessário. Os principais fatores para o sucesso são: obter aceitação e motivação interna para implementação do planejamento; elaborar objetivos claros, alcançáveis, flexíveis e traduzidos em ações para a empresa desenvolver; desenvolver um bom plano de trabalho; fazer o acompanhamento e o controle periódico, visando alinhamentos e correções. Vale reforçar que deve-se destinar atenção especial aos aspectos estratégicos, em detrimento de questões formais e de rotina. Isso deve ocorrer de forma separada da gestão do dia a dia. A falta da gestão estratégica foi e é a maior consequência do descrédito do planejamento estratégico, ou seja, o erro não é planejar, mas sim de não se comprometer em buscar aquilo que foi compromissado ou de gerenciar periodicamente as ações e resultados. A estratégia é necessária para alinhar o foco de todos os colaboradores, parceiros, sócios e empregados,
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buscando a concepção de objetivos comuns, de ações para mitigar a limitação de recursos (humanos, financeiros, logísticos e outros), minimizar a atuação dos competidores e em especial desenvolver novas oportunidades. Na Horizonte Soluções, entendemos que o desenvolvimento do planejamento estratégico é, sobretudo, uma forma pragmática de transmissão de conhecimento, de aprendizado e de implementação de métodos e rotinas que devem ser simples e eficientes. Por exemplo, se uma empresa decide por iniciar um planejamento, devem estar claros para ela os seguintes pontos: 1. A motivação é o principal fator de sucesso de qualquer projeto. Seus gestores devem saber que serão ouvidos, que farão parte e serão recompensados por isso. 2. Ouça os seus funcionários e gestores para desenhar o cenário interno, mapeando as deficiências, as necessidades e os pontos fortes. 3. Compreenda o momento, ou seja, analise o mercado, os concorrentes, o consumo de produtos ou serviços substitutos, a situação do país e, principalmente, a influência disso no seu mercado. 4. Estabeleça de forma clara a estratégia que se quer adotar, os objetivos a alcançar e as metas. 5. Identifique cases de sucesso e benchmarks em seu segmento, dentro e fora do país, tendo por objetivo chegar ao maior número possível de opções de ações estratégicas. 6. Avalie friamente a sua posição financeira, grau de endividamento, desenvolvimento das receitas, despesas e custos, necessidade de reinvestimento e outros indicadores padrão. 7. Avalie sua carteira de clientes, tempo médio de recebimento (caixa), adimplência, comportamento das compras/demanda, etc. 8. Avalie seu portfólio quando ao giro/demanda, necessidade de estocagem e de reposição, rentabilidade de cada produto/ serviço, percentual de participação nas receitas e nos custos. 9. Priorize suas ações de acordo com o resultado previsto em cada uma delas. 10. Projete suas metas e desafios para no mínimo três a cinco anos, mas tenha cuidado de não frustrar seus gestores e funcionários com metas impossíveis. 11. Projete o novo orçamento anual, levando em consideração todas as ações priorizadas, metas definidas e necessidade de investimentos e capital de giro. 12. Reveja as metas ao menos uma vez ao ano.
Mamy e Bella Festas Personalizadas
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Fatos, Fotos e Frases Fotos: Hélvio Romero,Divulgação
“Se não fosse arrogante e autoritária, Dilma mereceria pena, porque não é desonesta, mas é mentirosa e sua incompetência nos dá mais prejuízos do que a corrupção. Suas falas tortuosas são a expressão da sua confusão mental .” Nelson Motta Jornalista
“A vaca está indo para o brejo, não há dúvida. A questão é saber a velocidade da vaca e a distância do brejo.” José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni)
“Quem anda na garupa, não segura as rédeas. Vice anda na garupa.” Marco Maciel (ex-vice-presidente do governo FHC)
“Nosso sistema tributário é perverso, burro e irracional. Pune mais quem fabrica no Brasil, do que quem importa. “Temos juros pornográficos.” Carlos Pastoriza presidente da ABIMAQ “Bolsa Família é o maior programa de compra de votos do planeta. Gasta 74 milhões por dia .” Jarbas Vasconcelos PMDB-PE “Se a presidente loteia 39 ministérios e não elege o presidente da Câmara, ali acabo o governo de coalizão.” Eduardo Giannetti
“O Lula, para mim, tem habeas- lingua: pode dizer qualquer bobagem.” Fernando Gabeira Jornalista
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Tecnologia
Por: Renato Souza | Foto: Shutterstock
Por uma internet
sem limites
O Conselho da Anatel deverá julgar, ainda em data não definida, se os provedores de internet podem mesmo limitar o acesso à banda larga fixa. Especialistas condenam a proposta O anúncio das operadoras de que a internet banda larga fixa seria limitada, causou reações e polêmica entre os consumidores. A operadora Vivo foi a primeira a declarar oficialmente a implementação da franquia de dados. Assim como já ocorre nos celulares, ao final do pacote, os usuários teriam a velocidade de sua internet reduzida e até cortada. Logo em seguida, outras operadoras, como a Claro, também confirmaram que iriam aderir à nova proposta. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) inicialmente se colocou favorável à medida; porém, seria necessário antes que as operadoras disponibilizassem ferramentas para o consumidor acompanhar o consumo ao longo do mês. A medida não repercutiu bem entre internautas, juristas e órgãos de defesa do consumidor. Com isso, a Anatel voltou atrás e proibiu, por tempo indeterminado, até posterior julgamento, a redução da velocidade da internet, a suspensão do serviço ou a cobrança pelo tráfego excedente, mesmo que tais ações estejam previstas em contrato. O temor da população, caso uma medida dessas seja realmente implementada no futuro, é que o tráfego fique prejudicado, tanto para quem utiliza a internet para lazer ou para o trabalho. Serviços de streaming de vídeo, como o popular Netflix, seriam os mais prejudicados. Prejuízos A brasiliense Yasmim Vasconcelos é coordenadora de tecnologia da informação da Splenda IT, no Setor Comercial Norte, que presta serviço de gestão de dados para empresas, governo e instituições. Segundo ela, diante da limitação no
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uso da internet, o pacote de dados poderia acabar no meio de um atendimento, gerando sérios problemas. “No acesso remoto gastamos uma quantidade maior de dados. A queda da conexão acarretaria em grande prejuízo”, afirma. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – Proteste havia entrado com ações na Justiça para impedir a limitação da banda larga fixa, alegando que a medida viola o Marco Civil da Internet. Para Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste, os brasileiros já pagam caro pelo serviço e nem sempre com qualidade adequada. “Não se pode permitir que o poder econômico das operadoras restrinja direitos, limitando o acesso à educação, trabalho e lazer proporcionados por jogos, filmes, etc”, ressalta. O advogado Fabrício Alves da Mota, especialista em direito digital, acredita que os consumidores terão prejuízo, caso a proposta entre em vigor, futuramente. “Essa medida não prejudica apenas o consumidor, mas até mesmo o governo. Um exemplo são os tribunais, que estão investindo em teleconferência, audiências à distância e obtenção de depoimentos por meio de transmissões em vídeos”, argumenta. “Tudo isso pode ficar impossibilitado com a limitação do pacote de dados. Todo o desenvolvimento nacional também é afetado, como a economia relacionada às atividades que ocorrem na internet, o acesso à informação e também o trabalho da imprensa”. Para o especialista, o Marco Civil deixa claro que não se pode cortar o serviço de internet, a não ser por falta de pagamento. “A limitação afeta os princípios da lei, como qualidade, durabilidade e perspectiva de uso”, analisa.
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Gente
E-mail:crisostomo@planobrasilia.com.br
Telmo Ximenes
Por: Edson Crisóstomo | Fotos: Daniel Zukko, Bruno Rios, Dani Neri, Fábio Carvalho, Divulgação/Unyleya
O produtor brasiliense Marcus Pessoa esteve em Portugal para participar do Rock in Rio Lisboa
Luciana Fabrino, Fabio La Pietra e Mara Alcamim no Bar da Universal Diner
Alberto Nascimento, da cervejaria Colombina; Eduardo Golin, da Corina Cervejas Artesanais; e Alexandre Xerxenevsky, da Microcervejaria X, estarão com suas cervejarias no Casa Bier
José Cabral e Maria Barbosa com ose filhos Daniela, Bia Mabe, Denise Marcia RajãoElisangela, Abilio
Política Sem faturamento A caixa registradora do Instituto Lula está vivendo o mesmo problema de grande parte dos empresários brasileiros: não tem receita que atenda a manutenção dos negócios, sem que desempregue e enxugue a estrutura. A sorte de Lula é que ele tem, em sua conta corrente, muitos milhões oriundos de suas palestras e não faltam amigos endinheirados fazendo, digamos, favores.
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Fim do calote estadual O acordo entre os governadores e a equipe econômica de Michel Temer prevê que as dívidas estaduais sejam pagas integralmente a partir de 2017. A estimativa é de que, até 2018, cerca de R$ 50 bilhões entrem nas contas do governo federal. Pena que os milhares de endividados país afora não tenham o privilégio de parcelar suas dívidas desta forma.
Ulisses Oliveira, Cleomar Schneider e Augusto Brandão no Felicittà Shopping, em Águas Claras Telmo Ximenes
Guilherme Leite Ribeiro, Denise Silveira e André Bastos
o e Tarcício
O acordeonista Juninho Ferreira e o violonista Paulo André Tavares
Caixa Rápido Som da crise Quando o cantor Wesley Safadão veio gravar seu DVD no Mané Garrincha, montou-se uma megaestrutura para a gravação. A crise não era só cultural: ali foram dados sinais de que a economia já estava em situação crítica. O ingresso custou três parcelas de R$ 10 no cartão de crédito. Haja crise!
O coordenador do curso de pós-graduação em História da Maçonaria, Liliane Roriz e Samanta Sallum Luiz Gonzaga, e a coordenadora da Unyleya, Suzana Assis
Geleia Geral Agenda cultural Sete anos sem Michael Jackson. O coletivo de artistas de Brasília realiza mais uma edição do projeto I’ll Be There, homenageando o Rei do Pop. Um espetáculo de qualidade musical, indicado para o prêmio Profissionais da Música 2015. Participação especial de Rodrigo Teaser. Dias 1o e 2 de julho – grande tributo e infantil –, no Teatro dos Bancários (315 Sul).
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Cidades
Por: João Paulo Mariano | Foto: Divulgação
Raízes da intolerância Casos de intolerância religiosa a religiões de matriz africana apareceram com mais força do ano passado para cá no DF e entorno. Muitos não conseguiram até hoje recuperar os prejuízos Na madrugada do dia 12 de setembro do ano passado, a yalorixá Regiane Tyoya trabalhava, como todas as sextas, vendendo acarajé para tentar arrecadar dinheiro para o próprio sustento e também da Casa de Candomblé Ylê Orinlá fun Asé Queiroz, em Santo Antônio do Descoberto, entorno de Brasília. Poucas horas depois de parar as vendas, ela foi informada que seu centro foi atacado. Era a segunda vez naquele mesmo ano. Ela, que mora em Taguatinga, partiu para Santo Antônio. Este não seria o último ataque. O mesmo local foi novamente invadido em outubro de 2015. No total, três intervenções levaram o terreiro a parar as atividades por falta de estrutura. Esses ataques ocorreram em vários templos de religiões de matrizes africanas, do ano passado para cá. Apesar da liberdade de culto ser garantida pelo artigo 5o da Constituição Federal, seja de forma explícita ou velada, a intolerância religiosa persiste. “O senhor não entende o tamanho da minha dor. Só começar a falarsobreissoejáquerochorar”,lamentaayalorixá.OtemplodeRegiane tem cinco anos de existência. Primeiro, as imagens de santos foram quebradas; depois, atearam fogo em algumas partes. Já em outubro, os criminosos arrancaram a porta, telhado e portão; levaram toda a fiação e até a caixa d’água, além de quebrarem os materiais de culto. No dia 12 de setembro, outro terreiro foi atacado em Águas Lindas. Segundo Regiane, o mesmo carro foi visto nos dois ataques. “Eu já vendi tudo. Não tenho mais de onde tirar dinheiro para reconstruir a casa”, desespera-se a yalorixá, que está há 21 anos no Candomblé. Os encontros no templo reúnem cerca de 80 pessoas por semana,
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com muitas crianças, jovens e idosos. Porém, devido à atual falta de estrutura, Regiane diz que só se reúne com alguns amigos em sua casa, para não perder a fé. “Para mim, os ataques foram um aviso de que não temos espaço dentro da comunidade. É uma falta de respeito com o ser humano e falta de fé”, reclama. Ela organiza alguns eventos para tentar arrecadar dinheiro e reconstruir o barracão. No feriado do Dia do Trabalhador, ocorreu o Reconstrusamba, na Aruc, Cruzeiro. Falta de pertencimento A diretora da Central Organizada de Matrizes Africanas, Patrícia Zapponi, diz que muitos crimes não foram tipificados como sendo de intolerância, ao referir-se ao incêndio dos centros. Mas reconhece que a violência existe não só por meio de incêndios criminosos, mas também pela agressão velada. De acordo com a diretora, quando o brasileiro discrimina as religiões de matriz africana, nega a própria cultura. “É uma falta de noção de pertencimento”, observa Zapponi, que defende uma maior conscientização e educação sobre o tema, a fim de diminuir as ações de preconceito e intolerância. Ela lembra que, sem a cultura afro, não haveria samba, capoeira, feijoada, entre outros elementos tão comuns à população brasileira. Em Brasília, são seis mil locais de culto envolvendo religiões de matriz africana, como Candomblé, Umbanda, Jurema, Tambor de Minas, entre outras. A cidade que mais tem barracões é Planaltina. Sobre a situação da discriminação velada, Zapponi afirma que muitos templos de religiões africanas precisam funcionar de maneira irregular,
Casa de Candomblé Ylê Orinlá fun Asé Queiroz após incêndio e depredação
simplesmente porque os processos de regularização demoram muito mais que o necessário. “O governo da Bahia, por exemplo, está permitindo que os templos de matriz africana sejam reconhecidos pela autodeclaração, como espaços de resistência. Mas aqui, todos os terreiros do DF e entorno têm que funcionar como ONGs, não recebem registro religioso”, frisa. Para Mãe Vera, como é conhecida no meio a senhora Vera Lúcia Chiodi, dona de um terreiro de Umbanda na 905 Norte, o preconceito institucional não é tão velado. “Meu terreiro já foi derrubado pela Agefis, mas permanecemos no local”, afirma. Ela denuncia que a única construção derrubada em 2009 foi a sua, localizada em uma quadra onde funcionam diversas oficinas mecânicas que “ficaram ali, intocadas”.
Apesar disso, a Lei Complementar no 806/2009 diz que os templos e entidades que já ocupavam os terrenos antes de dezembro de 2006 podem ser regularizados. As atividades na 905 Norte ocorrem há pelo menos 13 anos. Mãe Vera diz que só não conseguiram fazer a regularização, porque enfrentam o preconceito institucional. Eles entraram com processo na extinta Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Sedhab), hoje Secretaria de Estado de Gestão do Território e Habitação (Segeth), mas, até agora, nada ficou decidido. “Eles [órgãos do governo] alegam mil coisas. A Segeth joga para a Terracap, a Terracap devolve para a Segeth. O Ministério Público tenta intervir, mas não consegue. Funcionamos em termos precários”, reclama. Por fim, a dona do templo diz que o governo alegou que não tem técnicos para transformar o local de área pública em imobiliária.
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Comportamento
Por: Luciana Amaral | Fotos: Moreno
Soltando a voz
Lucas Gomes e Thiago Santiago cantam juntos desde os 7 anos e soltam a voz no The Voice Bsb
No karaokê, pouco importa se você tem ou não talento: a regra é cantar e se divertir O velho ditado “quem canta, seus males espanta” não poderia ser mais verdadeiro. Afinal, cantar libera endorfinas, os mesmos hormônios envolvidos na atividade física, e ocitocina, ligada ao prazer e à diminuição do estresse. Se o ditado em questão soa a você como um clichê, vale mais a definição clássica do cantor e compositor Djavan, na música Seduzir: “Cantar é mover o dom do fundo de uma paixão; seduzir as pedras, catedrais, coração”. Para isso, nem é preciso ser um profissional, muito menos um candidato ao The Voice Brasil. Se os desafinados também tem um coração, como diria João Gilberto, eles também podem – e devem – soltar a voz, seja num chuveiro, numa rodinha de violão com os amigos, ou, quem sabe, de um jeito mais ousado e superdivertido: um karaokê. Nos últimos anos, os moradores da capital federal viram surgir um verdadeiro boom dessas casas dedicadas aos cantores amadores. Apesar disso, mesmo os profissionais, de vez em quando, gostam também de dar a sua “palhinha”. É o caso do empresário Paulo Di Paula, que foi músico e bailarino em São Paulo, tendo trabalhado com nomes como Abelardo Figueiredo e Sargentelli. Na capital federal, conheceu Adriane Martins justamente num karaokê, no bar Esconderijo, da Asa Norte. Ambos se casaram e, juntamente com mais um sócio, criaram o Cantar & Cantar (710 Norte), inaugurado em 2010. Enquanto os clientes não chegam, o casal aproveita para subir no palco e cantarolar suas canções prediletas. Paulo prefere a
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música popular brasileira, mas também arrisca algumas românticas internacionais ao lado da esposa, como o sucesso Tonight I Celebrate My Love , da dupla Peabo Bryson e Roberta Flack. A casa abriga até 100 pessoas e disponibiliza cerca de 4 mil músicas nacionais e internacionais. “Utilizamos os cartuchos da Raf Eletronics e playbacks variados”, informa Adriana. O cliente, se quiser, também pode levar o seu pen drive ou CD com os seus próprios playbacks. No palco, há espaço para todos os estilos: desde Robocop Gay, dos Mamonas Assassinas, até The Greatest Love of All, de Whitney Houston. “O legal do karaokê é isso: você não precisa saber cantar. O que vale é a diversão”, afirma di Paula. De vez em quando, a casa promove o concurso Cantar & Cantar in Concert, com eliminatórias no próprio bar. São selecionadas 12 pessoas e a final é realizada num teatro, com premiações em dinheiro, troféu e medalhas. “Em 2015 não fizemos, mas queremos voltar com a competição este ano. As eliminatórias costumam ser marcadas para as quintas-feiras”, antecipa Adriana. O maior do Centro-Oeste O casal Manoel e Maysa Martins orgulha-se de ter o maior karaokê da região Centro-Oeste. Com capacidade para mais de 300 pessoas, o The Voice Bsb funcionava no subsolo do restaurante Serpentina Zero Grau e, posteriormente, mudou para o atual endereço, na
Ceny Dantas elaborou toda a decoração do Yes Club, que substituiu o Stranger’s Snooker Bar
Paulo Di Paula, do karaokê Cantar & Cantar, é fã de música popular brasileira
506 Sul. No pavimento inferior, a cantoria rola solta, com direito, inclusive, à pista de dança. Já no superior há um salão de múltiplas funções, utilizado para eventos particulares e a chamada Noite do Flash Back, que acontece às sextas-feiras com a participação de DJs. “Temos também salão de sinuca e, em breve, disponibilizaremos uma brinquedoteca, para que os pais possam trazer os filhos sem preocupação”, revela Manoel. No palco, os cantores apresentam suas performances tendo como cenário os desenhos do artista David Aires. “Contamos hoje com cerca de oito mil canções no cardápio musical, mas as atualizações são constantes”, relata Manoel. “Quanto ao estilo musical mais pedido, isto é muito relativo, pois o público de karaokê é bastante eclético. Eles cantam de acordo com o momento”. O analista de TI Thiago Santiago e o vendedor Lucas Gomes impressionam pela afinação e harmonização das vozes. São amigos de infância e cantam juntos desde os 7 anos de idade. No The Voice Bsb, preferem apresentar somente repertório nacional. “Já pensamos em formar uma dupla profissional, mas a correria do dia a dia não deixa”, justifica Thiago, que já cantou profissionalmente em bares. Lucas, por sua vez, foi vocalista e percussionista da banda de pagode Batucada. com, durante 6 anos. Já a estudante de engenharia elétrica Priscila Libardi escolheu o The Voice Bsb para comemorar o seu aniversário com os amigos. “É a segunda vez que venho aqui e estive também em outros karaokês. Gosto de cantar tanto as internacionais quanto MPB”, declara. O bacharel em Direito Rafael Azevedo tem um repertório bem eclético, indo de Legião Urbana, passando por Ray Charles, até Frank
Sinatra. Aficionado por karaokês, ele não fica preso à disponibilidade dos amigos para soltar a voz: “Hoje, saí do trabalho e resolvi vir sozinho. Mesmo assim, dá para me divertir e conhecer novas pessoas”, afirma. “Canto apenas para espantar os males e aliviar o estresse”. Outro solitário da noite é o designer gráfico José Pereira. Afinado, com voz potente e jeitão de músico profissional, ele confessa cantar apenas por hobby. “Venho umas duas vezes por mês, sempre após o trabalho. Gosto principalmente de MPB e sertanejo. Cantar é algo libertador, que acalma e dá prazer”, observa. Música e pôquer Com amplo ambiente para jogadores de pôquer e outros dois dedicados apenas ao karaokê, o Yes Club (706/707 Norte) destacase pela decoração, toda elaborada pela proprietária, Ceny Dantas. No local funcionava o antigo Stranger’s Snooker Bar, que foi todo reformado. A Sala VIP, que comporta até 80 pessoas, é a mais requisitada pelos clientes, com direito a luzes coloridas, palco com instrumentos para simular uma banda – com bateria e três guitarras –, plumas e chapéus para os cantores se caracterizarem livremente, e o melhor: três cadeiras giratórias vermelhas com a inscrição The Voice Brasil, para quem quiser brincar de jurado do reality show. “Quando fizemos a reforma, pensei inicialmente em quatro salas de karaokê, mas, devido à crise, achamos melhor ficar apenas com duas. E está dando certo”, comemora Ceny. O também proprietário César Dantas diz que a casa também abre para eventos particulares. “Aqui fizemos desde despedida de solteiro até chá de fraldas”, assinala. Estudante universitário, Iuri Ferreira é um dos frequentadores do Yes Club. “Toco violão, guitarra e baixo, mas sempre fui retraído. Cantar é uma forma de espantar um pouco a timidez”, confessa ele, que já foi músico na orquestra da White Oak High School, no Canadá. O arquiteto Thalyson Primo prefere ir ao karaokê em dias menos frequentados, como a quarta-feira, para ter mais oportunidades de subir ao palco. “Gosto muito da acústica e do ambiente do Yes Club, mas também frequento outros karaokês, como o Cantar & Cantar”, finaliza.
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Agronegócio
Por: Edson Crisóstomo, Luciana Amaral e João Paulo Mariano Fotos: Divulgação, Moreno
Revolução tecnológica na agricultura À frente da Superintendência Federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Distrito Federal, Bernardo Sayão Neto fala sobre as pesquisas em sementes de alto valor que têm potencializado a produção agrícola no país Engenheiro agrônomo pela Universidade de Brasília (UnB) e fiscal federal agropecuário concursado pelo Ministério da Agricultura em 2002, Bernardo Sayão Neto ocupa, desde 10 de abril de 2015, o cargo de superintendente federal de Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Distrito Federal. Em 2014 já havia atuado como superintendente federal substituto. O órgão sob sua administração está comemorando 38 anos de atuação no DF e, assim como as outras superintendências – uma em cada Estado brasileiro –, é uma unidade descentralizada do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e diretamente subordinada ao ministro de Estado. Sayão Neto carrega em seu DNA uma história que se confunde com a trajetória da própria capital federal. Afinal, é neto do famoso engenheiro Bernardo Sayão, um dos primeiros diretores da Novacap, que morreu aos 57 anos atingido por uma árvore, durante as obras da rodovia Belém-Brasília. Hoje, à frente da SFA-DF, o engenheiro agrônomo vê no agronegócio uma das grandes armas para o Brasil enfrentar a crise econômica. O senhor foi chefe durante cinco anos da unidade do MAPA no Aeroporto JK e teve contato com a parte de sementes. Como funciona este setor no DF?
BN > Trata-se de um setor pujante, que tem sido fruto de várias inovações tecnológicas. Temos quatro centros de pesquisa: três da Embrapa – Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), Embrapa Hortaliças (CNPH) e Embrapa Cerrados – e uma unidade da Pioneer em Planaltina, empresa privada que realiza estudos em milho e soja. Milhares de pacotinhos de sementes
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chegam do exterior na forma de um material genético que será aperfeiçoado e só virá a se tornar uma semente comercial em 10 anos. Depois da privatização do Aeroporto, conseguimos, junto à Inframérica, a construção de câmaras frias para receber este material adequadamente. Para fazer disso uma semente comercial, há um trabalho muito delicado, envolvendo pesquisadores de alto padrão, tanto da Embrapa quanto de empresas privadas. Hoje, em Brasília, temos as condições ideais para importar essa matéria-prima. Apesar da crise, o agronegócio apresentou desempenho positivo no PIB brasileiro em 2015, fato que deve se repetir este ano. Por que este setor tem tanta força na economia do país?
BN > O que consegue manter algum superávit na balança comercial, hoje, é a cadeia agropecuária. A Embrapa e as pesquisas privadas e das universidades têm contribuído muito para isso, ao proporem modelos mais interessantes e rentáveis de produção, com menos riscos ao meio ambiente. Junto a isso, há o suporte do crédito agrícola bancário, do seguro rural, entre outros itens, que garantem uma produção efetiva. A cadeia agropecuária gera, portanto, renda, emprego e impostos, trazendo dinheiro para a economia. Como está a realidade do agronegócio no DF, no que se refere à exportação e geração de empregos?
BN > Na superintendência, temos a felicidade de acompanhar a maior exportadora do DF, que é a Seara Alimentos, localizada em Samambaia e responsável por 70% da pauta de exportação local.
Trabalham ali 3 mil funcionários. Já a unidade de abate de suínos em São Sebastião – cuja empresa é a Bonasa – emprega 500 pessoas. Temos, ainda, a unidade da Pioneer de 90 mil hectares para produção de sementes, também com 500 empregados entre pesquisa, produção e quarentena. No local existe uma área refrigerada de 100 mil metros quadrados somente para guardar sementes de alto valor. O número de fiscais da SFA-DF é suficiente para atender a demanda do órgão?
BN > Infelizmente, ainda temos um número insuficiente. Para contornar isso, precisamos trabalhar com inteligência. No passado, tínhamos 150 servidores e, hoje, temos apenas 90. Por outro lado, com o advento da informática e da internet, o serviço ganhou em produtividade. Foi implantado o Sistema Eletrônico de Informação (SEI), eliminando a necessidade de papel. Todo o processo do ministério é eletrônico, agora. Um processo que antes levava meses para ser enviado, hoje leva um dia só. Queremos melhorar o serviço também no aeroporto, implantando um mecanismo para fiscalizar mais rapidamente o passageiro. Em que consiste este sistema?
BN > Em parceria com a Inframérica, trouxemos para Brasília o primeiro cachorro de fiscalização, o Romeu. É um cão farejador, que deverá acelerar a fila do aeroporto. Para se ter ideia, a pessoa leva um minuto para passar no scanner; o Romeu faz a inspeção em cinco segundos. Ele pode até sair mais caro, mas é uma ferramenta de trabalho interessante. É o primeiro cão agropecuário do Brasil, um labrador. Escolhemos uma raça simpática e eficiente no faro para trabalhar com o passageiro. Ele fareja e identifica quem trouxe material agropecuário. Além do Romeu, poderia citar algum outro projeto importante da SFA-DF?
BN > Temos uma área de 360 mil metros quadrados no Riacho Fundo I, destinada ao Canil Nacional do Ministério da Agricultura. O local irá abrigar até 500 cães e treinará os condutores, pois eles precisam de preparo físico para conduzir bem o animal. Outro projeto é o trabalho na Escola Nacional de Gestão Agropecuária (Enagro). Sua função é promover a capacitação de todos os servidores do ministério. Estou buscando parcerias com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), por meio da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no Distrito Federal (SRTE-DF), associações patronais e Ministério da Agricultura, a fim de treinar mão de obra. Disseminar conhecimento é fundamental. Bernardo Sayão Neto: busca por modelos mais rentáveis de produção e com menor risco ao meio ambiente
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Educação
Por: João Paulo Mariano | Fotos: Divulgação
em sala de aula Projeto de lei da deputada Liliane Roriz pretende inserir, no currículo escolar, de forma transversal, o debate sobre a corrupção. Alguns professores consideram a proposta “desnecessária” A palavra “corrupção” estampa diariamente os noticiários e está presente em grande parte das rodas de conversa. Tratase de um problema crônico na realidade brasileira. Para tentar dar luz à situação, um projeto de lei (PL) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) propõe que o assunto seja discutido em sala de aula para alunos dos ensinos Fundamental e Médio em ambientes públicos ou privados. O PL tem autoria da deputada Liliane Roriz (PTB), que é vice-presidente da Casa, e tem por objetivo levar para as escolas a temática política, politicagem e conscientização contra a corrupção. O assunto seria passado aos estudantes de maneira transversal, ou seja, trabalhado em várias disciplinas que já existem no currículo atual. Para a parlamentar, o objetivo é que os estudantes entendam esse conteúdo programático e aprendam sobre a história da política e o prejuízo da politicagem, com o intuito de formar uma sociedade melhor. “Há um desânimo em relação
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aos políticos; é preciso despertar essa temática da corrupção junto aos estudantes. Eles são os eleitores do futuro; por isso, achei o projeto importante”, justifica a vice-presidente da CLDF. A deputada entende que, por meio dessa proposta, será possível transmitir noções de cidadania e respeito ao próximo. “Desnecessário” A PhD em Educação Infantil pela Universidade de Ohio, Fátima Guerra, acredita não ser necessário um projeto como esse, pois o assunto já é trabalhado com as crianças desde a educação infantil. “As diretrizes curriculares já falam sobre isso. Para mim, não tem sentido uma lei a mais”, afirma. Segundo ela, mais importante que uma nova lei, é a valorização do educador. Com isso, esses valores serão uma decorrência natural. “A educação tem que ocorrer de baixo para cima e não de cima para baixo”, salienta. “O currículo da escola não pode ser separado do da vida. É necessário trabalhá-los juntos”.
Condenada na Justiça Outra resistência que o projeto pode enfrentar, ou pelo menos causar um incômodo pessoal, diz respeito à situação familiar de sua propositora. Liliane é filha do ex-governador do DF, Joaquim Roriz, e irmã da ex-deputada federal Jaqueline Roriz. Os dois tiveram que sair da vida política devido ao envolvimento com casos de corrupção. O primeiro renunciou ao mandato de senador e da candidatura ao maior cargo do executivo local às vésperas da eleição. Já a segunda foi condenada pelo Tribunal de Justiça do DF por improbidade administrativa no esquema conhecido como “Mensalão do DEM”. Liliane argumenta que tais fatos não a incomodaram ou serviram de impeditivo à proposição do projeto; pelo contrário, mostra a disponibilidade de falar do assunto. “Não tenho constrangimento nenhum. Isso é importante e faz parte da cidadania. Minha intenção é colocar nas escolas um tema que hoje é superatual”, conclui. A vice-presidente da Casa também responde a processo, tendo sido condenada por improbidade administrativa pela 3ª Vara de Fazenda da Justiça do DF, mas ainda pode recorrer da sentença. Devido à condenação, a organização Adote um Distrital protocolou, junto à Câmara Legislativa, um pedido de cassação de seu mandato.
Liliane Roriz: “Não tenho constrangimento em apresentar esse projeto. Discutir um tema como a corrupção é importante e faz parte da cidadania”
O povo fala
Larissa Sales, estudante do Ensino Médio “Até onde me lembro, nunca tive uma aula específica sobre política. Mas, por um lado seria bom. No colégio, podiam fazer uma rodinha e discutir sobre isso, sem falar o que é certo ou errado [sobre esse ou aquele partido], só fazer um bate-papo”.
Débora Henriques, professora da rede pública “Eu não conheço o projeto profundamente, mas acredito ser de extrema importância que nossos educandos se familiarizem e discutam temas como corrupção, ética e cidadania. Ressalto que a realidade do aluno deve ser o ponto de partida para a inserção dessa temática, visto que interfere diretamente no aprendizado e na significação que ele fará do assunto”.
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Moda
Por: Dorotéa Mendonça | Fotos: Divulgação
Qual o seu estilo?
Serviço
ótica Lunettier Brasília Shopping Tel.: (61) 3328-4880 / 3327-1834
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O estilo, corte de cabelo, formato das feições e o tamanho do rosto são fundamentais para definirmos nossa identidade pessoal. Nossa autoimagem baseia-se primeiramente no rosto. Nesse conjunto, os óculos têm uma importância cada vez maior. Eles podem ser usados de forma a harmonizar o rosto – chamamos de estilo harmônico – ou podem acentuar as características do mesmo – que é o estilo caráter. O estilo harmônico adequa o formato de rosto com os óculos. É corretivo e leve. Rostos mais longos ficam melhores com óculos largos. Nos rostos com formatos retangulares, a armação deve ressaltar a largura do rosto ou ter hastes decoradas. Já os rostos quadrados e os triângulos, ficam bem com modelos tipo “gatinho”. Quem tem testas “larguinhas”, fica bem com modelos maiores próximos às bochechas. Quem tem formato de rosto redondo, deve usar óculos angulares. Já rostos ovais podem usar praticamente todos os modelos. Ou seja, o estilo harmônico. Uma outra linha de estilo, visando acentuar as características do formato de rosto, é a chamada “caráter”. Por exemplo: um rosto de formato redondo com óculos redondos irá acentuar o fator redondo. Óculos quadrados num rosto quadrado, da mesma forma. Isto se traduz num estilo peculiar, que pode denotar força, criatividade, individualismo. É um estilo forte, único. Enfim, existem óculos para todos os gostos e estilos: designs diferenciados, cores e metais, permitindo que os óculos, de grau ou de sol, sejam parte integrante na composição do look . Já escolheu os seus?
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Personagem (in memorian) Por: Iago Garcia | Foto: Moreno, Arquivo Pessoal
Fatia dupla de saudade
Hely Veríssimo e a famosa pizza feita com molho de tomate e queijo, que conquistou o paladar do brasiliense
A pizzaria mais famosa da capital traz em seu DNA a marca do empresário Hely Veríssimo Gomes, um pioneiro que deixou saudades. Junto com os irmãos, ele tornou a Dom Bosco uma parada obrigatória para brasilienses e turistas Há pouco mais de dois anos, Brasília perdeu um dos responsáveis pela pizza mais famosa da cidade. Hely Veríssimo Gomes, sócio fundador da Pizzaria Dom Bosco, morreu aos 66 anos, em 17 de fevereiro de 2014, vítima de infarto. Em manifestação de luto, as unidades da pizzaria não abriram no dia. Mas, desde a primeira fatia servida após o acontecimento, a lanchonete localizada na 107 Sul é coberta por saudade. Descrito por todos como sorridente e atencioso, o comerciante estava sempre disposto a bater papo no balcão do estabelecimento. Todos os dias, os primeiros passos eram religiosamente iguais:
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dentro do pequeno banheiro, Hely lavava o rosto e penteava o cabelo em frente ao espelho. A vaidade era tão importante quanto as fatias duplas e o inseparável cigarro. O fumo o acompanhou mesmo depois de proibido pelo médico, e foi a principal causa da despedida precoce do mineiro nascido em Bambuí. De padaria à lanchonete A história de Hely se confunde com a de Brasília e de diversos outros retirantes que buscavam na capital uma nova oportunidade de vida. Enildo Veríssimo, o irmão mais velho, chegou meses
antes e logo conseguiu vaga em um restaurante. “Brasília era o paraíso para quem queria trabalhar. Tinha mais emprego do que empregado”, conta o irmão. A vaga no restaurante era pouco, para as ambições da família Veríssimo, mas suficiente para começar. Suficiente também para pagar o aluguel do pequeno quarto na W3 Sul, dividido pelos irmãos após a chegada de Hely. O sonho do mais novo era se tornar médico; enquanto um trabalhava, o outro dedicavase ao vestibular. Mesmo com o esforço, Hely não conseguiu ingressar no curso de Medicina, mas logo uma grande oportunidade surgiu. Poucos meses após a chegada da dupla, em 1968, a padaria Dom Bosco da 107 Sul enfrentava dificuldades financeiras e os donos iriam passar o ponto. Enildojuntouaseconomias,adquiriuoestabelecimentoetudocomeçou. A padaria virou lanchonete e a pizza ganhou o cardápio. A massa simples, com queijo, molho de tomate e sabor singular, conquistou o paladar do brasiliense. Mas Enildo tinha experiência: antes de se mudar para a capital, trabalhava em uma pizzaria em Araxá (MG). A receita, no entanto, é guardada a sete chaves. “A única coisa que posso contar, é que aprendi diretamente com um italiano. A fórmula é a mesma desde que adquiri a loja, há 48 anos”, despista o comerciante. Pura tradição Além da receita, o ambiente também permanece intacto. No lugar de mesas e cadeiras, o cliente saboreia a pizza em pé, no balcão. Enildo conta que essa é uma tradição que vem dos tempos da construção da cidade. A rotina era muito rápida; só havia tempo para comer em pé. Outra medida adotada para agradar o freguês foi a escolha das bebidas.. “O carioca perguntava pelo chá mate, o nordestino pelo suco de caju, e os paulistas procuravam por laranjada”, lembra. A partir dos pedidos regionais, os três refrescos entraram no cardápio de forma permanente. Já em companhia do terceiro irmão, Elcir Veríssimo, a pizzaria virou um ponto de encontro entre os brasilienses. Localizada a alguns passos da Igreja Nossa Senhora de Fátima, na 308 Sul, a lanchonete passou a lotar também aos finais de missa. Após anos de tradição, a Dom Bosco é o único ponto intacto desde a inauguração da quadra. A amizade com a clientela e o prazer em servir faz com que a pequena loja nunca esteja vazia. Pelo contrário: pode faltar espaço, mas não falta pizza; o local serve até 1200 fatias em um único dia. E se o papo é agradar o freguês, ninguém o fazia melhor que Hely. Ainda garoto, decidira trabalhar no turno da noite, a fim de conciliar o trabalho com o curso de Psicologia. Mas mesmo depois de largar a faculdade, a escolha mostrou-se acertada; o turno era mais animado, cheio de histórias. “Eu ia quase todos os dias conversar com o Hely na loja. Em algumas ocasiões, eu nem comia pizza, era só para cultivar a amizade e falar sobre futebol”, relata Rafael Vargas, amigo e cliente há mais de 30 anos. Futebol era a grande paixão de Hely. Em dias de jogos do Vasco, todo o resto era secundário. Quando recebeu a ligação de um amigo, dizendo que estava trazendo uma surpresa, foi grande a alegria. A Dom
Bosco estava acostumada a receber celebridades, mas quando o então jogador Roberto Dinamite entrou na lanchonete, tudo parou. Um dos maiores ídolos do time aprovou a pizza e não foi embora sem antes deixar fotos e autógrafos. Atendido por um pedido feito anos antes, Hely foi enterrado juntamente com a camisa do time do coração. Negócio em família O número de clientes não parava de crescer e, mesmo com o intuito de manter uma única loja, os irmãos não tiveram escolha. Mas, para abrir outra unidade, a condição era de que tudo continuasse em família, assim como a receita da pizza. Então, em 1996, a primeira filial da Dom Bosco foi inaugurada na Asa Norte exatamente como a primeira: balcão, chá mate e nada de cadeiras. Hoje também há unidades no Sudoeste, outra na Asa Norte e Águas Claras, administradas por filhos e sobrinhos dos precursores. Um dos filhos de Hely assumiu o cargo do pai nas noites da Dom Bosco, da 107 Sul. Olhando rapidamente, Vitor Verissimo pode ser confundido com ele, devido à grande semelhança física. Mas é por outras características que o comerciante deseja ser reconhecido. “Cresci vendo meu pai atrás do balcão da loja. Tento passar para os clientes tudo o que ele me ensinou, como cordialidade, lealdade e amizade”, orgulha-se Vitor. Os dias não são os mesmos sem os sorrisos e o carisma de Hely Veríssimo Gomes. Mas os filhos do comerciante, que dedicara mais da metade de sua vida aos clientes da Dom Bosco, fazem questão de tê-lo por perto de alguma forma. Um quadro com a foto do pai permanece pendurado na unidade da 306 Norte. Dali, Hely vigia, com orgulho, o legado deixado.
Enildo Veríssimo (centro) com Romero e Rodrigo Veríssimo: negócio familiar
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Automóveis
Por: André Luis Ribeiro | Fotos: Moreno
Clube de veteranos Aficionados por carros antigos reúnem verdadeiras relíquias no Veteran Car Clube de Brasília, que traz ao público uma exposição permanente de veículos que fizeram parte da história da capital O Museu Vivo da Memória Candanga, na via EPIA Sul, próximo ao Núcleo Bandeirante, além de abrigar itens que remetem à época da construção de Brasília, possui um espaço exclusivo que conta, por meio dos vários modelos de carros antigos, a trajetória da indústria automobilística nacional e até de alguns importados. Trata-se do Veteran Car Clube de Brasília. Muita gente desconhece as relíquias automobilísticas do lugar que, de certa forma, narram parte dos “50 anos em 5” de Juscelino Kubitscheck. Fundado em 1983 por um grupo de aficionados que desejava manter viva a memória dos automóveis em uma época em que não havia a cultura dessa preservação, o Veteran, como é chamado pela maioria de seus associados, reúne veículos que trazem em si muitas histórias.
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São narrativas que vão perfeitamente ao encontro de tudo o que está no museu. Alguns modelos foram usados para o deslocamento de profissionais que tiveram contribuição ímpar, quando Brasília começava a se tornar uma realidade e deixava de ser um aventuroso projeto. O Ford F100, modelo picape (1960), pertenceu a João Filgueiras, o Lelé, arquiteto brasileiro que ficou mais conhecido pelo projeto que desenvolveu junto à Rede Sarah de hospitais. Com 150 sócios, o clube promove, em um ambiente arborizado e tranquilo, o encontro de gerações. José Carlos Plá é empresário e associou-se há 30 anos. Ele conta que herdou do pai a paixão por carros. Hoje, aos 50, afirma que o ambiente do clube reúne pessoas de todas as idades. “Qualquer um pode ser sócio, basta gostar. Temos, inclusive, sócio que não
tem carro, mas adora fotografar. Tem gente que gosta de literatura, vem conversar sobre os veículos e até entende mais do assunto do que muitos dos proprietários de automóveis antigos”, relata. José Carlos possui alguns modelos de coleção. O clube tem uma exposição fixa que pode saciar a curiosidade daqueles que querem ver de perto os carros que os avós e até bisavós usaram quando eram jovens. Muitos membros lamentam que não exista uma divulgação cultural semelhante ao que é feito com as demais atrações de apelo turístico da cidade. Para eles, os carros também representam, em seu contexto, a vida da capital. Cuidado mútuo O clube tem um diferencial: possui um ateliê de restauração exclusivo para os associados. A ideia de uma oficina própria surgiu em meados de 1990. Nessa época, alguns membros queriam restaurar seus veículos de coleção, mas encontravam dificuldade nas oficinas convencionais, que não ofereciam o correto tratamento que um carro antigo precisa ter. Dessa forma, o primeiro galpão foi alugado em Taguatinga. Mais tarde, mudou para outros locais, como a Estrutural, o Setor de Indústria e Abastecimento, SAAN, até finalmente chegar na Via EPIA. Antônio Felipe Costa, há 32 anos no Veteran Car Clube, é um dos sócios mais antigos e proprietário do belo esportivo Willys Interlagos 1965. Ele conta que a oficina começou com três profissionais: um lanterneiro, uma pessoa que montava carros e um profissional que fazia a pintura. Para Antônio, o Veteran nunca antes esteve em um local tão adequado ao propósito do clube. “Aqui temos um ambiente mais propício às nossas atividades, uma grande vinculação com a natureza e um museu de restauração exclusivo para os associados que contribuem”, salienta. Em sua opinião, o clube é mais que uma simples reunião de amigos. “É um prazer falar com as pessoas sobre o assunto e uma tremenda economia em cardiologista, psicólogo e psiquiatra. Todos os traumas que eu tenho com relação ao trabalho, em casa, em qualquer lugar, os automóveis antigos acabam absorvendo tudo isso”, brinca.
No Veteran, Paulo Mostardeiro, que é técnico da Federação Brasileira de Veículos Antigos, é o responsável pela vistoria dos carros para a concessão da placa preta. Ele detalha a minuciosidade da avaliação: “A gente pega a ficha técnica do veículo junto à montadora e compara todos os detalhes com um especialista naquele modelo. O proprietário de um carro antigo que deseja ser candidato a esse tipo de emplacamento, primeiramente deve pesquisar sobre o automóvel, quem fabricou, qual o conceito, entre outros itens”, explica. Mais atrativos Além de apresentar veículos antigos que contam parte da história da cidade, o Veteran Car Clube de Brasília tem mais uma razão para ser visitado: o Paulo’s Bar, que oferece um cardápio variado de segunda a sábado, sob a batuta do empresário Paulo Roberto Itajaí, proprietário desde 2004. “Servimos café da manhã, almoço e ainda temos o happy hour com culinária de boteco, tudo com um preço convidativo”, garante. Serviço
Veteran Car Clube Brasília – Clube de Veículos Antigos Endereço: Museu Vivo da Memória Candanga – via EPIA Sul, SPMS, lote D, Núcleo Bandeirante Exposição: de terça a sábado, das 9h às 17h. Entrada franca
Placa preta Os veículos de coleção trazem emplacamento na cor preta, mas, para obtê-lo, é preciso cumprir alguns requisitos, como ter sido fabricado há mais de 30 anos, ter pelo menos 80% das características originais de fabricação conservadas, integrar uma coleção e apresentar certificado de originalidade reconhecido pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
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Vida Moderna
Por: Iago Garcia | Fotos: Divulgação
Esquentando para
a balada
Tipo de entretenimento comum na Europa, o pub crawl chegou a Brasília recentemente e já conquistou muitos jovens com o tour por bares e baladas Quarta-feira, oito horas da noite. Diversos brasilienses aproveitam o happy hour em algum bar da cidade antes de voltarem para casa. Mas que tal passar em quatro bares e, depois, ainda partir para uma festa? É o que propõe o Pub Crawl BSB, nova modalidade de entretenimento noturno de Brasília. O serviço é um tour por bares e baladas com direito a drinques e serviços especiais acordados por um valor fechado. A iniciativa é famosa na Europa e já existem versões brasileiras em capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo. Em uma corriqueira conversa de bar, Álvaro Vieira, 21, perguntou-se por que Brasília ainda não fazia parte desse cenário. E resolveu arregaçar as mangas. “O público alvo dos principais pub crawls do mundo é o turista jovem. Como em Brasília não temos muitos com esse perfil, a solução foi investir em um serviço diferente para quem mora aqui”, explica. Álvaro apostou num hábito bastante praticado pelo brasiliense: o “esquenta”, reunião para beber antes de festas e fugir dos altos preços praticados em boates. O empresário escolheu uma tradicional balada realizada às quartas-feiras e localizada no Setor Bancário Sul, como ponto de partida para o seu projeto. Assim, todos os frequentadores da festa teriam o Pub Crawl BSB como alternativa de “esquenta”.
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A noite é uma criança Mesmo antes das oito horas, Victória Freire estaciona o carro em frente à balada vazia, e recebe os primeiros participantes do pub crawl. As pessoas chegam com um semblante ainda tímido. A guia do tour já tem em mãos uma lista com o nome de cada um que efetuou previamente o pagamento de R$ 65. Um a um, Victória lhes entrega uma pulseira a ser usada como controle e ingresso ao longo da noite. O grupo entra em uma van de 15 lugares com destino aos bares localizados na 408/409 Norte. O clima começa a ficar mais animado quando Victória escolhe as músicas, aumenta o volume e faz fotos para as redes sociais. “A minha principal função é justamente a de animar o grupo e fazer com que todos interajam entre si”, esclarece a guia. Chegando ao primeiro bar, os lugares já estão reservados e as cervejas geladas. Durante cerca de 40 minutos, o grupo diverte-se entre dinâmicas, jogos etílicos e gritos de “vira!”. Até que um som de apito é escutado. É o sinal de Victória, avisando que está na hora de partir para o segundo bar. Todos se levantam e seguem ao próximo destino. Diogo Eira, estudante de Direito, acredita que esse tipo de entretenimento é bastante cômodo. “Posso beber sem me preocupar
em dirigir”, argumenta. Ele já fez pub crawl na Europa, mas o circuito em Brasília tem algo a mais. “Nós planejamos um dia para vir conhecer o evento e curtir entre amigos. O diferencial é estar junto deles, para aproveitar essa atmosfera”, afirma. Ao chegarem no segundo bar, Diogo e os amigos deparam-se com outra novidade. O estabelecimento é um bar móvel, montado no final da quadra pelos próprios organizadores. Ali, Victória e Álvaro preparam os drinques ao gosto da turma. Mesas e cadeiras são dispostas ao lado de bares e restaurantes, e as dinâmicas do primeiro bar se repetem. Além dos bares percorridos, o Pub Crawl BSB também possui parcerias com restaurantes. Quem está com a pulseira, tem direito a descontos em estabelecimentos da quadra. Não é raro os participantes aproveitarem para usar esse privilégio entre um gole e outro. “Aproveitei para pegar um sushi. Com essa quantia de bares e drinques, uma comidinha leve antes da festa ajuda bastante”, explica Camila Zacarias. O ritual repete-se por mais dois bares. O grupo é prontamente servido com as bebidas previamente escolhidas. Nilo Santos, dono do último estabelecimento do tour, vê muitas vantagens nesse tipo de evento. “Além da divulgação, muitas vezes o pub crawl traz um público maior do que a gente receberia em dias comuns”, comemora. Aproximando-se de meia-noite, após muitos drinques, parte do grupo já tem dificuldade em escutar o apito de Victória. A balada no Setor Bancário Sul já está a todo vapor, esperando o pub crawl. Aqui também há privilégios. Os participantes não precisam pegar a grande
Participantes do Pub Crawl BSB
fila para entrar na festa. Assim, o Pub Crawl BSB acaba, mas a noite não está próxima do fim. Clientes fiéis Embora o primeiro Pub Crawl BSB tenha ocorrido apenas em janeiro deste ano, a iniciativa já possui adeptos fiéis. É o caso de Lohanny Maltha. “Participo quase todas as semanas. O que era para ser apenas um ‘esquenta’ da festa, passou a ser tão importante quanto”, comenta. Outra cliente assídua é a estudante de Direito Isabela Maria Rosal, que aproveitou a promoção para aniversariantes para celebrar seus 20 anos. “Eu estava procurando uma maneira de comemorar que fugisse do convencional. Meus amigos adoraram e me elogiaram”, orgulha-se. Além da promoção em datas especiais, que conta com bolo de aniversário, fotógrafo e drinques extras, o pub crawl também prepara outros atrativos, como novas opções de bares com circuitos e drinques inéditos. Além disso, está em pauta uma edição às sextas-feiras. Para conferir o calendário de atrações, acesse: www.pubcrawlbsb.com.br.
@zugbsb zugbsb@gmail.com SHIS QI 9/11, bloco A loja 12 Lago Sul - Brasília (61) 3263.7553 / 9559.2226 PLANO BRASÍLIA
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Esporte
Por: Renato Souza | Fotos: Mary Leal, Gabriel Heusi
Largada
olímpica
O maratonista Vanderlei Cordeiro Lima foi um dos escolhidos a carregar a tocha
Brasília deu o pontapé inicial para a contagem regressiva dos Jogos Olímpicos de 2016. As primeiras competições também vão ocorrer na capital federal Na capital federal, foi dada a largada oficial das Olímpiadas de 2016, com a chegada da tocha olímpica, no dia 3 de maio. Após deixar Atenas, na Grécia, o símbolo oficial das Olimpíadas aterrissou no Distrito Federal para realizar um percurso de mais de 100 quilômetros. Durante o trajeto por cinco regiões administrativas, a tocha passou pela mão de atletas profissionais, amadores e cidadãos selecionados para participar desse momento marcante na história de Brasília. O Brasil é o primeiro país sul-americano a receber os jogos. O percurso da chama olímpica na capital teve início no Palácio do Planalto e passou pelas regiões administrativas até voltar ao Eixo Monumental, onde ocorreu a cerimônia de encerramento do evento, na Esplanada dos Ministérios, com direito a shows ao vivo de vários artistas. Depois de Brasília, a tocha continuou a percorrer várias cidades brasileiras, marcando a contagem regressiva para o início dos jogos, no dia 5 de agosto, no Rio de Janeiro.
para correr com a tocha pelas ruas de Brasília. “Para mim, é uma honra carregá-la, uma satisfação. Não só pelo que representa este símbolo, mas também pelos valores esportivos representados pela chama olímpica”, declara. “Vou participar dos jogos sempre buscando o melhor resultado. Tudo pode acontecer e temos que nos preparar para isso”. Parisi diz que treina pesado para todas as competições e que, no caso dos saltos ornamentais, o maior desafio é superar o seu próprio desempenho. “Temos que fazer seis saltos da
Valores do esporte O atleta Hugo Parisi, um dos representantes brasileiros dos saltos ornamentais nas Olimpíadas, foi um dos selecionados
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Hugo Parisi: o maior desafio é superar a si próprio
Os jogos melhor forma possível. Eu posso, inclusive, fazer a melhor competição da minha vida e não ganhar uma medalha. Por isso, sempre temos que trabalhar vencendo os nossos próprios limites”, afirma. “Desde que um atleta começa a treinar, seu objetivo é chegar numa Olimpíada. Desta vez, vou defender o meu país, com meus amigos e minha família na plateia”. Competições em Brasília Além de ter sido palco da chegada da tocha olímpica, Brasília também vai receber as primeiras competições. Serão duas partidas de futebol no dia 4 de agosto, no Estádio Nacional Mané Garrincha, um dia antes da abertura oficial dos jogos no Rio de Janeiro. Às 13h, os brasilienses vão poder acompanhar o duelo entre as seleções do Iraque e da Dinamarca. Logo em seguida, o Brasil estreia na competição enfrentando a África do Sul, às 16h. A Secretaria de Segurança Pública e Paz Social do Distrito Federal prepara um esquema especial para a segurança do evento. Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Detran e Defesa Civil vão trabalhar de forma coordenada, para garantir a integridade dos torcedores. O Exército Brasileiro também vai atuar na segurança da competição em todo o país.
As Olimpíadas remontam à Grécia antiga, quando homens disputavam várias modalidades em honra a Zeus. Os vencedores recebiam coroas de louro ou folhas de oliveira como prêmio. Já a primeira Olimpíada da era moderna ocorreu em 1896, justamente na capital grega Atenas, com a participação de 14 países. Agora, em 2016, serão 10.500 atletas de 206 países reunidos no Brasil para participar da maior competição esportiva do mundo. Os jogos ocorrem entre os dias 5 e 21 de agosto, a maior parte no Rio de Janeiro. O público vai poder acompanhar modalidades como ginástica artística, ciclismo, judô, futebol e natação. Durante todo o evento, serão disputadas 161 provas voltadas para atletas do sexo masculino, 136 para atletas do sexo feminino e nove modalidades mistas. As nações que reunirem o maior número de medalhas, principalmente de ouro, ficarão no topo do ranking. Os números das Olimpíadas de 2016 não impressionam somente pela quantidade de esportistas. Ao todo, 45 mil voluntários vão atuar na organização. Além disso, 7,5 milhões de ingressos devem ser vendidos nos 17 dias de competições. Segundo dados do Comitê Rio 2016, 5 bilhões de pessoas devem assistir os jogos pela televisão e internet. Vinte mil profissionais de televisão vão estar envolvidos na transmissão, sendo quase 6 mil da imprensa.
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Saúde
Por: Marlice Pinto | Fotos: Moreno, Divulgação
Coração
mais saudável Clínica CardioMaster traz a Águas Claras a expertise de experientes profissionais da medicina e equipamentos de ponta para a realização de variados exames cardiológicos A clínica CardioMaster abriu as portas em Águas Claras e é uma boa opção para moradores do bairro que desejam fazer consultas e exames cardiológicos. O estabelecimento fica localizado no Albany Medical Center, primeiro centro clínico de Águas Claras, que surgiu para atender uma demanda dos habitantes da região por atendimento médico de excelência na proximidade de suas residências. Com apenas três meses de funcionamento, a clínica já oferece o suporte completo para a realização de diversos exames básicos relacionados ao coração, exceto procedimentos cirúrgicos. Um deles é o ecocardiograma fetal, que identifica se o bebê, ainda na barriga da mãe, sofre de alguma disfunção cardiológica. O diagnóstico antecipado permite uma intervenção precoce, antes que o problema se torne mais grave, garantindo maior efetividade no tratamento. Inclusive, outro diferencial da clínica é o atendimento na área de cardiopediatria. Segundo a cardiologista Anne Lopes, que pertence ao corpo clínico da CardioMaster e é formada pela Universidade Federal do Amazonas, os equipamentos da clínica utilizados nos exames estão entre os mais modernos do mercado. “Assim, conseguimos diagnósticos mais precisos”, afirma a médica, que tem experiência de 29 anos na cardiologia.
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Atenção ao paciente A dona de casa Maria do Socorro Cardoso, 62 anos, que sofre de hipertensão, passou a frequentar a CardioMaster por indicação de seu filho e faz check up anual. “A equipe é muito atenciosa, sabe escutar o paciente. Na maioria das clínicas não há esse cuidado”, observa. Além dos exames de rotina, Dona Maria precisa se consultar sempre que tem um “pico”, ou seja, a pressão fica demasiadamente alta e demora de 15 a 20 dias para voltar ao normal. De acordo com ela, isto ocorre devido ao estresse acumulado. Neste caso, é necessário fazer rapidamente exames e tomar a medicação específica indicada pelo especialista. “O médico avalia quais remédios devem ser trocados e em quais horários, para tentar diminuir esses picos”, esclarece a paciente. Anne Lopes explica que o tratamento da hipertensão leva em conta uma série de fatores. “É preciso saber o tipo, se é uma hipertensão adquirida ou há histórico familiar, verificar os hábitos do paciente, entre outros itens. Só assim podemos definir o procedimento mais adequado para controlar o problema”, observa a médica, lembrando que a pressão alta é perigosa e pode levar ao infarto ou derrame.
Exames oferecidos De acordo com a cardiologista, a partir dos 30 anos é recomendado um check up anual, que inclui teste ergométrico computadorizado ou teste da esteira (para avaliação da pressão arterial, batimentos cardíacos, atividade elétrica durante o esforço e sinais de possível existência de obstruções nas artérias coronárias), ecocardiograma e monitoramento de pressão e batimentos – todos disponibilizados na CardioMaster. A médica acredita que, na atualidade, há uma crescente busca por uma melhor qualidade de vida e atividades físicas regulares. “Mas quem quiser iniciar a prática de um esporte ou exercício, deve procurar antes um cardiologista, independentemente da idade”, avisa. A clínica oferece, ainda, ultrassonografia geral, dupplex scan das artérias carótidas e vertebrais, doppler scan da artéria aorta abdominal e artérias ilíacas, doppler arterial e venoso de membros inferiores e superiores, ecocardiograma e holter 24 horas. Além de cardiologistas, a CardioMaster também disponibiliza especialistas em pneumologia e angiologia. O tratamento de varizes, por exemplo – veias dilatadas que comprometem esteticamente a aparência das pernas e podem ser também sinais de problemas mais graves –, é feito na clínica pelo angiologista. Por meio da ultrassonografia dos membros inferiores, o médico identifica o grau dessas varizes e os riscos ao sistema circulatório.
O teste ergométrico pode ser realizado na CardioMaster
Serviço
CardioMaster Endereço: edifício Albany Medical Center Rua 5 Norte, lote 3, loja 9, térreo – próximo à estação do metrô Arniqueiras Horário de funcionamento: de segunda a sexta, das 8h às 19h; sábado, das 8h às 12h. Tel.: (61) 3526-1432 / 3526-1460 Email: cardiomasteradm@gmail.com
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Cotidiano
Por: Marlice Pinto | Fotos: Marcelo Camargo, Thaís Mallon
Cultura e ação social Conheça o projeto da revista Traços que, com apenas seis edições, já conseguiu tirar cerca de 30 pessoas das ruas Rogério “Barba”. É assim que se chama o primeiro morador de rua que entrou para o projeto da revista Traços. Apesar de ser conhecido pelo apelido, a história do nome de Rogério é para lá de curiosa. Ele cresceu em um orfanato em São Paulo e, por volta dos sete anos, um juiz definiu o nome da criança e sua data de nascimento – 23 de agosto de 1971 –, já que o menino não tinha um contato sequer da família. Ele viveu nas ruas por 20 anos e somente há dois anos conseguiu sair desta condição. Tornou-se, então, o primeiro “porta-voz da cultura” – como são chamados moradores de rua que colaboram com a revista. Hoje, ele coordena todos os porta-vozes, funcionando como um elo entre essas pessoas e a publicação. Seu trabalho
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consiste em orientá-las sobre o modus operandi da venda dos exemplares ou até mesmo em ajudá-las a encontrar alguma moradia. A revista com foco na reinserção social é um projeto que estava há dez anos nos sonhos do jornalista, músico e produtor cultural André Noblat, apesar de ter sido lançada apenas em novembro do ano passado. Um projeto similar em São Paulo serviu-lhe de inspiração. Além da capital paulista, existem propostas parecidas em 120 cidades do mundo. Posteriormente, surgiram mais três parceiros que o auxiliaram a colocar em prática a ideia. José Rezende Júnior é o chefe de redação da Traços. “Ele é um escritor e jornalista com um dos melhores textos de Brasília. Há quatro anos, eu já o
havia convidado para o projeto”, conta André. Alexandre Rangel, por sua vez, é gerenciador das ações sociais junto com Rogério Barba. Michelle Cano, conhecida pelos eventos culturais que organizava, como o Porão do Rock, é a coordenadora administrativa. Foi ela quem selecionou os 50 primeiros porta-vozes e definiu os pontos de venda das publicações. Como funciona Cada morador de rua selecionado recebe cinco revistas. A primeira remessa é disponibilizada a eles gratuitamente; da segunda em diante, é preciso comprar, cada exemplar, a R$ 1 e revendê-lo a R$ 5. O lucro de R$ 4 fica como fica como renda para o porta-voz. Moradores de rua que tiverem interesse em participar do projeto,
devem preencher um cadastro no Centro POP de Brasília, que fica na quadra 903 Sul. O local oferece, ainda, a essas pessoas, a oportunidade de cortar os cabelos, tomar banho e tirar documentos. Com o cadastro preenchido, os interessados participam de uma entrevista e de oficinas, que dão a formação necessária para que eles possam iniciar a venda das edições. “O vendedor deve seguir um código de conduta”, explica Rogério. “Não é permitido vender a revista ao mesmo tempo que ele estiver bebendo ou se drogando”. O Café Ernesto, na 115 Sul, e o Balaio Café, na 201 Norte, são alguns dos lugares onde a Traços pode ser encontrada. Também é possível adquirir os exemplares junto aos porta-vozes que encontram-se nas duas unidades do bar e restaurante Beirute – 107 Norte e 109 Sul. Bons resultados A iniciativa foi responsável por retirar das ruas entre 25 a 30 pessoas, até o momento. Além da venda das edições, a Traços disponibiliza outras formas de incentivo, como a chamada Bolsa Revista, uma espécie de auxílio-aluguel. Funciona da seguinte forma: o morador de rua encontra um lugar onde deseja morar e, então, informa o valor para os coordenadores. Se conseguir a ajuda, o dinheiro arrecadado é usado inteiramente para o pagamento do aluguel. Outras parcerias também são essenciais para o bom funcionamento do projeto. “Não dava para eu lançar uma revista, se eu não tivesse toda uma equipe que fizesse o acompanhamento social e psicológico desses caras. Isto demanda dinheiro”, frisa André. Segundo ele, a Lei de Incentivo à Cultura em Brasília foi fundamental para que sua ideia desse certo, pois permitiu atrair empresas interessadas em patrocinar a iniciativa e obter, desta forma, isenção fiscal. Além do objetivo principal, que é tirar pessoas das ruas, a Traços tem como meta divulgar a cultura brasiliense. Por isso, para André Noblat, ação social e conteúdo não podem estar dissociados. “A revista tem que ser um bom produto, para não ser encarada meramente como esmola. Isso é importante, inclusive, para a autoestima do vendedor”, pontua. Rogério Barba concorda: “A Traços mostra para o mundo e para o Brasil que é possível fazer um trabalho social vinculado à cultura”, destaca.
Produtos da Fazenda E SD E D
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Pé de moleque Bolo de fubá Mané Pelado Rapadura Canjica Curau Doces
Tradicionais salgados, tortas e doces para festas. Encomendas:
André Noblat é o mentor do projeto da revista Traços
SCLS 408 - 3244-0505 SCLS 411 - 3345-1448 PLANO BRASÍLIA
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Música
Por: Renato Souza | Foto: Marcelo Dischinger, Divulgação
Aumenta, que isso aí é rock ‘n’ roll! O quarteto de músicos do Di Boresti resgatam a essência da música brasiliense, num trabalho inspirado principalmente nas grandes bandas que fizeram história na capital federal No começo do mês de abril, a banda Di Boresti lançou um novo DVD, o álbum Rock na Garagem, no O’Rilley Pub (409 Sul), mas já está produzindo novos singles que devem ser lançados nos próximos meses. O grupo começou no cenário musical em 2005 com quatro amigos que se conheceram ainda na adolescência e resolveram animar as noites do Distrito Federal. Seu primeiro trabalho foi o CD Bem Vindo ao Meu Mundo, lançado no segundo semestre de 2010, que contém 10 músicas autorais e uma versão de Tempo Perdido, da Legião Urbana. A Di Boresti é formada por Roney Boy no vocal, Darell na guitarra, Alex Duran no baixo e Serginho Jobas na bateria. Inspirada em artistas das décadas de 1980 e 1990, a banda tem o intuito de transmitir ideias positivas e abordar assuntos relevantes à juventude brasiliense. “Nossas músicas são inspiradas em artistas de Brasília, que na verdade são nacionais, como Legião Urbana, Raimundos e Paralamas do Sucesso, além de artistas e
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grupos estrangeiros, como Red Hot Chilli Peppers, Bob Marley, Beatles e Foo Fighters”, diz o vocalista Roney Sracalossi, mais conhecido como Roney Boy. O grupo, que já se apresentou em importantes festivais e com artistas de renome internacional, foi selecionado, por meio de voto popular, para participar do Festival de Inverno de Brasília, em julho de 2009. Na época, o evento reuniu grandes nomes da música brasileira, como Jota Quest, Nando Reis, Jorge Ben Jor, Lulu Santos, Ultraje a Rigor, Biquíni Cavadão e muitos outros. A Di Boresti foi também a única banda de Brasília selecionada para o Unifest Rock 2009, organizado pela Prefeitura de Campinas (SP), que aconteceu de 10 a 13 de setembro daquele ano. Essência brasiliense “Di Boresti” é uma expressão que significa “vento a favor”, ou “tá de boa”, “tá tranquilo”, “na paz”, que é a forma com a qual a banda leva a vida e encara os palcos. Já
na terminologia náutica, “de boreste” quer dizer “o vento que vem da direita”, ou seja, um vento bom, a favor, para todos os que navegam ou praticam esportes náuticos. Juntando todos estes elementos com influências musicais que vão rock ao reggae, e do pop ao alternativo, o Di Boresti segue uma característica própria, destacando-se na cena independente como um resultado da mistura de tais ritmos. A banda carrega a essência de Brasília na letra das suas músicas. “Levamos em conta a rotina urbana da capital. A cidade, com sua beleza arquitetônica, é uma grande inspiração para o nosso trabalho”, salienta Roney. “Mas, como não poderia deixar de ser, também destacamos a política em nossas letras. O rock é um estilo de música crítico e as bandas dos anos 80 já tinham esse cunho político. Nós, artistas, expressamos nossa opinião por meio da música”. Brasília do rock Em fevereiro deste ano, o governador Rodrigo Rollemberg sancionou a lei que declara o rock como patrimônio cultural imaterial do Distrito Federal. Para Roney, esse estilo musical continua ganhando espaço na cidade. “Brasília é berço de bandas famosas no Brasil e no mundo que tem o rock como gênero principal. Atualmente,
além da Di Boresti, que lançou este novo material, temos outros grupos, como Scalene, que ganhou o cenário nacional recentemente”, observa o vocalista. A lei que oficializa o rock como patrimônio imaterial do DF foi resultado de projeto apresentado pelo deputado distrital Ricardo Vale (PT). Com a formalização da representatividade do rock na capital do país, o poder público pode realizar festivais, eventos e criar datas comemorativas, a fim de manter esse estilo musical cada vez mais vivo nas atividades culturais dos candangos.
Novas músicas As novas composições da Di Boresti devem ser disponibilizadas na internet assim que estiverem finalizadas. Além das faixas, novos clipes devem entrar em produção neste ano. Os CDs e DVDs da banda brasiliense, por sua vez, podem ser adquiridos durante os shows.
Para conhecer melhor o trabalho do grupo, acesse: • soundcloud.com/bandadiboresti • www.facebook.com/banda.boresti • instagram.com/banda_di_boresti
Escola Modelo de Língua Japonesa de Brasília
Venha estudar japonês conosco! SGAN�611�Módulo�A�Bloco�C�-�Brasília,�DF (61)�3711.0721�/�3703.1503 escolamodelo-brasilia.com PLANO BRASÍLIA
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Cultura
Por: Renato Souza | Fotos: Glênio Lima
Passado e presente se encontram no Museu de Planaltina Artistas selecionados em premiação de arte expõem seus trabalhos no casarão colonial que abriga o museu da cidade mais antiga do DF O Museu Histórico e Artístico de Planaltina, com um cenário que remete ao século XIX, recebe obras de arte contemporâneas de artistas de todo o Distrito Federal. Vinte profissionais foram selecionados para expor no I Salão Mestre D’Armas – Prêmio de Arte Contemporânea de Planaltina. Durante o mês de março, os candidatos inscreveram seus trabalhos para concorrerem a um espaço de exibição no museu histórico. Jurados escolhidos especialmente para o evento avaliaram as obras e tiveram a difícil tarefa de selecionar os 20 ganhadores do prêmio entre os mais de 250 inscritos na mostra. Foram contempladas as linguagens do desenho, pintura, escultura, objeto, fotografia, vídeo-arte, performance e intervenção urbana. A seleção teve como critério o comprometimento com a inovação, a ousadia e a pesquisa de linguagens plásticas. O artista César Becker, mestrando em artes plásticas da Universidade de Brasília (UnB), foi um dos escolhidos. A obra do artista consiste em 1,5 tonelada de terra comprimida, que
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está exposta no quintal do museu. O bloco de barro está sujeito às mudanças do tempo, pois não se encontra em local coberto. Assim, leva o público a refletir sobre as ações da natureza no ambiente moldado pelo homem. César conta que sua obra remete ao passado das construções no Brasil e ao efeito da gravidade sobre a Terra. “É um processo que se assemelha muito com a construção civil antiga. Naquela época, as paredes eram construídas com adobe, que é o barro comprimido. No Centro Histórico de Planaltina há muitas casas que ainda hoje são feitas com esse material”, conta o artista. César revela que o trabalho foi criado especialmente para esta mostra e levou dias para ficar pronto. A exposição tem como objetivo apresentar artes plásticas para a população que está mais afastada do centro do Plano Piloto. “O significado dessa obra vai depender muito da leitura do espectador. Isso atrai a curiosidade das pessoas e atrai interesse pela arte. O trabalho foi construído já no museu, por conta da impossibilidade de transporte já depois de
pronto. Levou cerca de sete dias para que tudo ficasse como eu queria. A exposição é voltada principalmente para a comunidade de Planaltina e faz com que a arte, já muito presente no Plano Piloto, se integre com as demais cidades do Distrito Federal”, completa o profissional. Acervo permanente Nos cômodos do casarão histórico, o público pode acompanhar intervenções urbanas, fotografias, vídeos e objetos que levam os visitantes ao contato direto com a arte moderna. Tudo isso em pleno Centro Histórico de Planaltina, um ambiente repleto de casarões coloniais e cenário que lembra uma novela de época. Junto às novas exposições, há objetos que contam um pouco da história da cidade e do Distrito Federal. Armários antigos, o primeiro modelo de telefone usado no Brasil e o primeiro piano do CentroOeste fazem parte do acervo permanente do museu. Nos fundos do imóvel, um pé de manga foi revestido com notas de dois reais, na obra Dois Mangos. Já em uma das paredes do casarão estão quadros pintados com o próprio sangue do artista Paul Setúbal. A mostra cultural foi realizada pela Associação Amigos do Centro Histórico de Planaltina, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e com apoio técnico do Museu Nacional de Brasília. A presidente da associação, Simone dos Santos Macedo, conta que os novos trabalhos resgatam o interesse da comunidade pelo museu como espaço de lazer e educação. “Parte do acervo foi sendo retirado ao longo do tempo. Não havia exposições temporárias, ações que atraíssem o público. Por isso, surgiu a ideia do Salão Mestre D’Armas, com a mostra dos artistas selecionados”, afirma Simone.
Na obra Dois Mangos, um pé de manga é revestido com notas de dois reais
Ela conta que estudantes das escolas públicas da região foram convidados a visitarem o lugar, a fim de obterem um maior aprendizado sobre arte. “A principal proposta dessas obras é que o museu seja ocupado pela comunidade. Já estamos trazendo estudantes de escolas públicas da região para verem o trabalho dos artistas. Para muitos, é o primeiro contato com as artes plásticas. Com isso, o acesso a obras artísticas não fica mais centralizado nos museus do Plano Piloto”, completa. O museu Principal ponto turístico e artístico de Planaltina (DF), o Museu Histórico e Artístico conserva até hoje sua estrutura original, que faz parte da história da cidade. A edificação guarda características coloniais, paredes erguidas em adobe e taipas. No seu interior, os cômodos foram construídos de tábuas e o forro paulista pintado a óleo. O espaço foi idealizado antes de 1905. Foi nessa época que nasceu, dentro do casarão, Dr. Hosannah, médico que ocupou o cargo de governador do Estado de Goiás no ano de 1950. Em 9 de novembro de 1973, a estrutura foi vendida para a Administração Regional de Planaltina. Mas só em 22 de abril de 1974 que foi inaugurado como Museu Histórico e Artístico. Desde sua inauguração, o centro histórico recebeu diversas mostras culturais, entre elas, exposições, saraus, exibições e debates de filmes, rodas de conversa, lançamentos de livros e mostras diárias. Paralelo às atividades, um acervo formado por mobiliário de época é mantido no local. Serviço
Fotografias, vídeos e intervenções urbanas integram o acervo
Museu Histórico e Artístico de Planaltina A exposição do Salão Mestre D’Armas – Prêmio de Arte Contemporânea de Planaltina fica em cartaz até o dia 24 de junho. Endereço: Centro Histórico de Planaltina, próximo à Igreja Matriz. Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 8h às 18h.
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Solidariedade
Por: Marlice Pinto | Fotos: João Américo
A decisão de
continuar sorrindo Luciana Calazans com Carol Freza, Priscila Veiga e Laura Poccheschi: todas superaram o câncer
Com os olhos marejados e a voz embargada, a estudante Luciana Calazans dividiu um pedacinho da sua história de superação. Ao encarar o medo da morte, aprendeu a viver de verdade Eram inflamações constantes na garganta. Um dia, percebeu que a amígdala esquerda estava muito inchada. Foi nas férias de julho de 2013, época em que recebeu a visita da mãe, que a garota de 19 anos se internou no Hospital de Base. Foram necessários cinco dias para o diagnóstico. Neste período, Luciana Calazans acreditou que poderia ter desenvolvido uma infecção, mas nada além disso. O médico, porém, deu um veredito nada animador: ela era portadora de linfoma plasmoblástico, ou seja, um câncer no sistema linfático. A mãe e os irmãos da jovem, que moram na Itália, planejavam passar dois meses de férias no Brasil, mas ficaram muito além do previsto. Lucenir Calazans permaneceu no país durante todo o tempo de tratamento da filha – seis meses – juntamente com o filho Lucca, que na época tinha cinco anos e é o irmão mais novo de Luciana. O irmão do meio, Rodrigo Calazans, e o padrasto, que também estavam no Brasil, precisaram voltar para a Europa. Desde que a mãe se mudou para a cidade de Milão, Luciana mora com o pai e a tia. O medo do câncer parecia maior do que a própria doença. Afinal, um ano antes do diagnóstico, Luciana havia perdido um tio, que também fora vítima de um tumor maligno. Na época, tudo havia sido muito rápido: foram 15 dias entre a descoberta da enfermidade e a morte.
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Uma nova visão A jovem tinha uma vida bastante ativa, mas percebeu, aos poucos, o surgimento de sintomas, como falta de concentração, fraqueza excessiva, tontura, vista escurecida e suor no pescoço durante a noite, típicos do linfoma. Seis sessões de quimioterapia derrubaram o seu sistema imunológico. As missas, as quais gostava de ir, ela assistia pela internet. Quando podia, comparecia ao Santuário de Schoenstatt, localizado próximo à Torre Digital, onde o espaço é aberto. Com o auxílio de uma psicóloga, Luciana, aos poucos, passou a não ver mais a doença com o breu dos primeiros dias. A percepção foi-se tornando mais clara. O adoecimento não traria mais a morte. Seria apenas mais um capítulo da história de uma jovem que passou a se sentir ainda mais viva. Acordava sempre com a felicidade estampada no rosto. Cada dia era um presente e queria aproveitá-lo da melhor maneira possível. Ações simples, como tomar banho e alimentar-se, eram feitas sempre com satisfação. Após a quarta sessão de quimioterapia, Luciana recebeu mais um resultado dos exames semanais.
Desta vez, as taxas, sempre muito alteradas, tornaramse estáveis. Era 18 de outubro, dia de São Lucas, que na religião Católica, praticada por ela, é considerado o padroeiro dos médicos. Ainda extasiada com o resultado, mostrou-o para o médico, mas, mesmo com o prognóstico, era preciso fazer mais algumas sessões, para completar o protocolo. Em fevereiro de 2014, Luciana entrou em remissão. Foi liberada do tratamento, mas iria ser acompanhada pelos próximos cinco anos, até ter sua cura confirmada. Já se passaram dois anos e meio. Legado positivo Durante o tratamento, Lu, como gosta de ser chamada, surpreendia a todos que a visitavam com a sua alegria. Mais do que surpreender, o entusiasmo da estudante ajudava os outros a verem seus problemas de forma mais positiva. Por esta razão, Luciana resolveu criar, juntamente com um amigo publicitário, a página Continuar Sorrindo , que já atingiu 15 mil curtidas no Facebook.
Repleta de mensagens de motivação, a página toca as pessoas com vídeos e frases de impacto. Em um desses textos motivacionais, a jovem dá um resumo de sua própria vida: “Depois de dar muito murro em ponta de faca, entendi o seguinte: as coisas não acontecem comigo. As coisas acontecem para mim. Porque, independentemente do que forem, há sempre o que aprender com elas!”. A rede social também traz objetivos mais concretos, como ser um meio de conseguir doações e distribuí-las aos pacientes. São arrecadados, por exemplo, livros e brinquedos para crianças com câncer. Sempre que pode, Luciana também organiza um grupo de visitas para contar histórias de superação. Quem estiver disposto a ajudar, é só mandar uma simples mensagem no chat da página: www.facebook.com/continuarsorrindosempre/. Os planos para o futuro não param. Luciana está no terceiro semestre do curso de psicologia e quer trabalhar dando suporte psicológico a crianças com câncer. Com isso, ela quer deixar um legado positivo e inspirar futuras gerações. Afinal, é preciso “continuar sorrindo”.
Católica, Luciana encontrou na fé um motivo a mais para seguir em frente
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Turismo
Por: Ludmila Rocha | Fotos: Divulgação
Novas trilhas, velha paixão Apaixonados por aventura têm várias opções de roteiros turísticos no município goiano de Pirenópolis Mesmo quem nunca foi a Pirenópolis (GO), já ouviu falar sobre suas belas cachoeiras. De fato, as diversas quedas d’água em meio ao Cerrado estão entre os principais roteiros turísticos da região. Mas nem só de trilhas e água gelada vive a cidade, situada a cerca de 120 km de Goiânia. Visando fortalecer o turismo local, agências especializadas têm oferecido novas opções de lazer, com foco em cultura, esportes e integração com a natureza. Para começar, um passeio pelo Centro, tombado como Patrimônio Histórico da Humanidade, pode ser uma boa pedida. Lá é possível apreciar igrejas e casarões do século XVIII, com arquitetura tradicional em madeira. A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (1728), a Nossa Senhora do Carmo (1750) e a Igreja de Nosso Senhor do Bonfim (1754) estão entre as mais procuradas. Outros prédios, como o Teatro de Pirenópolis, de estilo híbrido entre o colonial e neoclássico, construído em 1899, e o Cine-Pireneus, de 1919, também chamam a atenção. Agências tradicionais, como a Tilapatur, há quase 30 anos no mercado, oferecem passeios guiados, com até três horas de duração pelo Centro Histórico. Os valores devem ser consultados na véspera, pois costumam sofrer alterações. Parque dos Pireneus A subida no Morro dos Pireneus – segundo ponto mais alto do estado de Goiás – é uma atração a parte. Ele está situado no Parque dos Pireneus, criado em 1987 na tentativa de assegurar a preservação da fauna e flora local. A reserva tem uma área de 2,8 mil hectares e fica a 20 km do centro de Pirenópolis. Para quem gosta de trilha, o parque oferece opções leves e moderadas, entre 1,8 km e 8 km de extensão. Há a possibilidade de paradas nos mirantes do Morro Cabeludo, a 1,3 mil metros de altura, e na Vila dos Becos, um local coberto por pedras, a 1,2 mil metros. “A chance de encontro e visualização de animais silvestres é grande”, afirma Henrique Tilapa, proprietário da agência Tilapatur. Após a caminhada, uma parada para banho nas cachoeiras Sonrisal e Coqueiro. Também há opções de passeio guiado, com saída do Centro Histórico.
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Cachoeiras, sempre elas O surgimento de novos roteiros aumentou o leque de opções aos turistas, mas ainda não destronou as 82 cachoeiras, que continuam sendo alguns dos maiores atrativos de “Piri”. Quase todas estão situadas em propriedades particulares. Para melhor conservação dos espaços, é cobrado um ingresso, que varia entre R$ 15 e R$ 30. Entre as mais procuradas estão a Meia Lua, Usina Velha, Abade e Dragões. A cachoeira Lago Azul também tem chamado a atenção, em função de sua beleza ainda pouco explorada. “A água é tão límpida, que os visitantes conseguem fazer mergulhos em nascente com visibilidade de até 85%”, comenta Tilapa. Em função do intenso movimento de turistas durante o ano, todas elas possuem boa infraestrutura. Encantos naturais A servidora pública goiana Aline Azevedo, de 24 anos, aprofeitou o final de semana, junto com o namorado, para conhecer Pirenópolis. “A ‘caxu’ Meia Lua é linda e a cidade gostosa, propícia para descansar; vale muito a pena”, avalia. Ana Flávia Oishi, estudante de Uberlândia (MG), 23 anos, também visitou a cachoeira pela primeira vez. “Estou adorando a Meia Lua. O acesso é fácil, com degraus para descer até a queda d’água e corrimão para auxiliar. Deixamos o carro pertinho e andamos pouco. Só havia ido a uma cachoeira na vida e estou encantada”, diz. Cidade de Pedra Outro passeio ainda pouco conhecido é a Cidade de Pedra. O local, considerado a maior cidade-pedra do Brasil, foi decretado Monumento Natural Municipal em outubro de 2005. A área, de cerca de 600 hectares, fica a 56 km de Pirenópolis e possui diversas formações rochosas em quartzito. Os desenhos esculpidos pela natureza formam cânions, labirintos e formações que lembram animais e rostos humanos. Para visitar o local, é imprescindível a presença de um guia experiente, pois a caminhada é de dificuldade média a alta, com cerca de 10 km de extensão, trilhas sujas de mato e terreno acidentado. O passeio é recomendado para pessoas acima dos 12 anos. Para os mais aventureiros, existe a possibilidade de uma expedição com acampamento, com duração de três a cinco dias. “Passamos pela trilha do ouro, Pireneus e Cidade de Pedra. Acampamos perto de cachoeiras e morros. Para quem gosta de bike, há trilhas para mountain bike de 5 km a 80 km”, enfatiza Tilapa. Boia cross O passeio que caiu nas graças dos turistas só tem um problema: não pode ser feito o ano inteiro. O boia cross, modalidade que consiste em descer por um rio em boias individuais, só é praticado na época da chuvas, cheia dos rios, o que normalmente ocorre entre os meses de dezembro e junho. Ele é feito no Rio das Almas, tem duração mínima de 1h e custa R$ 50. O valor inclui guia, transporte e todo o equipamento necessário para a prática da atividade; o cliente só precisa levar a coragem. Serviço
A Tilapatur também serve como Centro de Informações ao Turista. Para pesquisar sobre passeios, tarifas, hospedagens e reservas, entre em contato pelos telefones: (62) 9218-0915 ou (62) 9645-4913. Endereço: Largo da Matriz, Centro Histórico Site: www.tilapatur.com.br E-mail: tilapa@pirenopolis.com.br Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 8h às 18h
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Gastronomia
Por: João Paulo Mariano | Fotos: Moreno, Divulgação
O diferente que atrai Marc e Yann Cunha: cerveja genuinamente brasiliense
A valorização da marca e a busca da melhor qualidade no produto e no serviço, levaram alguns donos de estabelecimentos da capital a colocar produtos de produção própria. O resultado é a fidelização e surpresa do cliente Investir em um produto próprio, em estabelecimentos gastronômicos, pode fazer a diferença e ser um atrativo a mais para a clientela, sempre ávida por novidades. O Stadt Bier, por exemplo, investiu em sua própria cerveja. Surgido em 2004, é o primeiro bar de Brasília a ter o serviço de delivery de chope. Marc Cunha, um dos sócios, explica que a produção começou quando o fundador, Luiz Cláudio, amante de boas brejas, resolveu criar uma bebida que ele realmente gostasse e fugisse do padrão adotado pelas cervejarias mainstream. Deu tão certo que, atualmente, há um centro de distribuição no Núcleo Bandeirante, uma fábrica em Luziânia, bares da franquia Stadt e outros estabelecimentos que são abastecidos com a cerveja da marca. São seis tipos de cerveja produzidos e distribuídos: Stadt Original (chope tipo pilsen não filtrado e puro malte), Stadt Kristall (a mesma formulação da Original, mas com um diferencial: é filtrada, para retirar parte da levedura, e apresenta coloração translúcida), Stadt Delirius (chope mais encorpado e de mais alto teor alcoólico – 8,5%), Stadt Weiss (chope de trigo), Stadt Schwarz (chope escuro tipo Dunkel, feito com maltes torrados) e Stadt Trauben (chope que
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combina malte de cevada e extrato natural da uva). Uma breja sabor maçã está em estudo e pode ser lançada nos próximos meses. Yann Cunha conta que ele e o irmão Marc deixaram de lado suas carreiras profissionais para tocar a produção cervejeira. Yann era piloto de automobilismo e Marc, da área de TI. Para ambos, a mudança valeu muito a pena. A matéria-prima, como o lúpulo e o malte, é toda importada da Alemanha. “O bom de ter um bar que produz a própria cerveja, é que podemos ter o feedback do próprio público, sobre quais tipos eles apreciam mais”, observa Marc. Segundo Yann, é oferecido ao cliente um produto premium. “Estamos no meio termo entre quem produz uma cerveja artesanal e as de grande escala”, afirma. A cerveja Stadt pode ser encontrada em 15 bares do Distrito Federal e também é entregue pelo sistema delivery. O consumo nos próprios bares Stadt é bastante significativo. No Setor de Indústrias Gráficas –onde outrora o bar funcionava como beer pub, um misto de bar e microcervejaria – são 7 mil litros por mês; na Asa Norte, 2 mil; no shopping Liberty Mall, 1 mil; e no beer truck Stadt, cerca de 700 litros. “Os brasilienses estão ficando com o paladar mais apurado. Aqui, por ter uma
renda maior, já se tornou o segundo maior mercado consumidor no Brasil, atrás apenas do Rio Grande do Sul”, relata Marc. Os jovens empreendedores pretendem, futuramente, engarrafar a cerveja, para poder levar a marca a outros Estados brasileiros. O segredo de um bom vinho O Fortunello Ristorante, inaugurado em fevereiro do ano passado, colocou em sua carta de vinhos, a partir do segundo semestre de 2015, um rótulo próprio, que é produzido no município de Pinto Bandeira (RS). “A ideia era que fosse um rótulo mais simples, para acompanhar a degustação de todos os pratos”, explica a sócia do restaurante, Luciene Kaipper. Os clientes gostaram do diferencial, atraídos pelo sabor agradável e pelo preço acessível. Uma garrafa de 750 ml sai por R$ 44,90; já quem quiser degustar apenas uma taça, desembolsa R$ 15,90. A bebida é feita a partir da mistura de duas castas de uva: cabernet sauvignon, 70%; e merlot, 30%. “Vale a pena aproveitar o vinho com um dos carros-chefe da casa, o medalhão do bosque com frutas vermelhas, ou o fettuccini de frango com legumes”, sugere Luciene. Lui Veronese: direto da horta para a mesa dos clientes
Produtos orgânicos O chef Lui Veronese, do restaurante Cru Balcão Criativo, fez questão de implementar, no local, uma horta, para que todas as folhagens e algumas verduras – ou até mesmo flores comestíveis – pudessem ser colhidas frescas. A iniciativa é fruto de sua experiência na Europa. “Quando eu saí do Brasil, trabalhei em restaurantes cujo foco era utilizar produtos locais. Então, diversas vezes, na Espanha, por exemplo, eu saía do estabelecimento e me dirigia à montanha para colher alecrim fresco ou tomilho, a fim de finalizar o prato. Era algo que me encantava e mudou minha visão da cozinha”, relata Veronese. No restaurante Cru, produtos como manjericão, alface e batata doce, por exemplo, são retirados frescos da horta. Também há espaço para couve, três tipos de pimenta, mamão, temperos diversos, milho negro peruano, entre outros itens. Tudo é colhido, higienizado e utilizado diretamente nos pratos à la carte ou no “Passeio Criativo” – nome dado ao menu degustação. Para o chef, isto traz um diferencial na qualidade e imprime um conceito ecológico à gastronomia, já que os produtos são todos orgânicos. “Quando eu sirvo o prato, como um sorvete de manjericão, por exemplo, informo ao cliente que é uma iguaria artesanal e que o manjericão é de nossa horta”, diz. Segundo ele, todos os dejetos da cozinha são aproveitados para fazer um composto orgânico, a ser utilizado como adubo na horta.
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Plano Gastrô
Da Redação | Fotos: Divulgação, Diego Koppe, Leo Feltran, Alan Santos, Igor Almeida
BELINI REABRE AS PORTAS Um dos mais tradicionais points da cidade, a Belini Pães & Gastronomia está de portas abertas, em sua totalidade, para atender seus clientes com a qualidade de sempre. A parte da delicatéssen, que foi acometida por um incêndio há poucos dias, passou por uma reforma de uma semana e já está em pleno funcionamento. Além de restaurar o que foi tomado pelo fogo, a obra trouxe um ar mais claro ao ambiente e o bar foi ampliado. A Belini congrega os serviços de panificadora, café, restaurante, confeitaria, delicatéssen e loja de utensílios domésticos, além de oferecer completo serviço de encomendas. Foi eleita por oito anos seguidos como a melhor padaria de Brasília e possui uma confeitaria francesa que é referência aos amantes de pâtisserie em Brasília. Diariamente, na varanda, são oferecidos buffets de café da manhã, almoço e chá da tarde com saborosos pratos produzidos com ingredientes frescos e preparados na hora. Serviço
Belini Pães & Gastronomia (CLS 113, Bloco D, Loja 36) Tel.: (61) 3345-0777 Funciona diariamente, das 6h30 a 0h
MENU ESPECIAL NO SANTÉ 13 O restaurante Santé 13 preparou um menu superespecial para celebrar o Dia dos Namorados. Durante o almoço e o jantar dos dias 11 e 12 de junho, os apaixonados poderão escolher entre duas opções de entrada, prato principal e sobremesa por R$ 135 (individual). Para entrada: salada tropical (mix de folhas, frutas tropicais e molho à base de pimentão, cebola, vinagre e azeite) ou Creme Parmentier (creme de batata Asterix com lascas de bacon crocante e torradas de ervas). Para o prato principal: robalo ao molho de laranja com gengibre, pincelado com molho teriyaki, acompanhado de mousseline de mandioquinha ou filé mignon em crosta de pães especiais com molho de cranberry, acompanhado de risoto de alho poró e chips de inhame. Para encerrar a noite, duas opções de sobremesa: Lago dos Cisnes (massa de Carolina em formato de cisne recheada sobre lago de creme inglês e ganache de chocolate) ou brigadeirão recheado com creme pâtissiére salpicado com cacau em pó. Serviço
Santé 13 – CLN 413, Bloco A, Loja 40 Tel.: (61) 3037-2132 Funciona de segunda a quinta, das 12h às 15h, e das 19h às 23h30; sexta e sábado, das 12h às 16h e das 19h a 1h; domingo, das 12h às 17h.
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BAR DO UNIVERSAL DINER O Universal Diner (210 Sul) inaugurou o seu novo bar no dia 25 de maio, com a proposta de proporcionar aos apreciadores da coquetelaria uma imersão a cada gole. Para tanto, o pequeno e alegre ambiente, localizado logo na entrada do restaurante, ganhou personalidade própria, que inclui um outro conceito visual, além de cardápios de drinques e aperitivos. Comandado por Luciana Fabrino em parceria com o restaurante Universal, o Bar do Universal Diner tem consultoria de Fabio La Pietra (head bartender do SubAstor, com matriz em São Paulo e recém-inaugurada filial no Rio de Janeiro), além de menu de aperitivos assinado pela chef Mara Alcamim. No local, é possível apreciar desde drinques clássicos das décadas de 1920 a 1940, como Mai Tai (rum Appleton, limão, Grand Marnier, amêndoas brancas, bitter cítrico, aromático e refrescante); ou Blood and Sand (elaborado com JW Black Label, laranja, licor de amora, Vermouth tinto encorpado, aromático e levemente cítrico), até elaborações chamadas clássicas modernas, como o Gin Gin Mule, mistura de Gin Tanqueray, limão, hortelã e ginger beer. Outros que se encaixam nessa categoria são o Russian Spring Punch (vodka Ketel One, frutas vermelhas, licor de amora e espumante seco) e o Old Cuban (rum Appleton, limão, angostura e espumante seco). Entre os aperitivos para harmonizar com os cocktails, há sugestões a partir de R$ 29: pipoquinha Universal aromatizada com limão siciliano (couvert); tábua de queijos do Cerrado e da Canastra com geleias caseiras de frutas da estação; tábua de polenta e rabada desfiada; acarajé do Cerrado (pamonha frita orgânica com frango caipira desfiado e creme de milho, quiabo e creme de pequi com tequila Jose Cuervo); pastel de bacalhau com redução de Porto; carpaccio de salmão com molho de Campari citrus e alcaparras; e camarão crocante com abóbora orgânica, brie e gim com açafrão Zafron.
DECK DO DUDU A capital federal ganhou mais um empreendimento que leva a digital do chef Dudu Camargo: o Deck do Dudu, que fica no Shopping Deck Brasil, na QI 11 do Lago Sul. A casa, inaugurada no último dia 25 de abril, é mais uma opção para os amantes da boa gastronomia. O espaço, com capacidade para 82 pessoas sentadas, foi projetado pelas arquitetas Cristiane Hoff e Aline Cruz. Dividido em três ambientes térreos, conta com um gazebo requintado e acolhedor, onde está localizado o bar, com mesas, pufes e sofás; o lounge externo; e um terceiro ambiente, também externo, com mesas e cadeiras de design, ombrelones e jardins. A proposta do restaurante é oferecer um saboroso e variado cardápio no café da manhã (à la carte) com opções de sucos, cafés, achocolatados, chás, salada de frutas, iogurte, tapiocas, crepiocas, sanduíches quentes e frios, bolos e ovo em suas várias versões: frito, mexido e omeletes. Já para o almoço, durante a semana, quatro opções de pratos, sendo duas com gostinho caseiro e duas no estilo saudável, que variam de R$ 22,90 a R$ 39,90 (por pessoa). De segunda a sexta, serão servidos pratos diferentes, entre eles coxa e sobrecoxa de frango assada com alecrim, arroz, feijão e farofa de abobrinha; bife a rolê ao molho rústico, acompanhado de espinafre ao alho (caseiros). Da linha saudável, tilápia grelhada com limão siciliano acompanhada de purê misto; e espaguete ao molho de tomate, muçarela de búfala e manjericão, entre outras delícias. Para o finalzinho do dia e à noite, a boa pedida é o cardápio de drinques e aperitivos, com opções de delícias para petiscar, dois pratos montados (uma opção de peixe e outra de carne), dois hambúrgueres e duas sobremesas surpresa. Aos finais de semana, o chef servirá, aos sábados, uma deliciosa feijoada (R$ 60 por pessoa) e, aos domingos, uma paella (R$ 180 para duas pessoas). Serviço
Deck do Dudu – Shopping Deck Brasil (SHIS, QI 11) Tel.:(61) 3248-0184 Funciona de segunda a domingo com café da manhã das 6h às 11h, e das 11h às 17h para o almoço. De segunda a sábado, das 17h às 2h para happy hour e jantar.
Serviço
Bar do Universal Diner – Térreo do Universal Diner (CLS 210, Bloco C, Loja 18) Tel.: (61) 3443-2089 Funciona de segunda a sexta, das 12h às 15h e das 19h a 0h; sábado, das 12h às 16h e das 19h à 1h.
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DIA DOS NAMORADOS NO C’EST LA VIE Música, um vinho gostoso, clima romântico e menu especial assinado pelo chef Diego Koppe. Essa é a proposta do C’est la Vie Bistrô & Creperia para comemorar o Dia dos Namorados, de 10 e 12 de junho. Batizado como C’est L’amour , o menu foi inspirado na gastronomia italiana. Cada casal poderá montar seu cardápio, começando com uma entrada para comer a dois. Na sequência, dois pratos principais e duas sobremesas (uma para cada), com direito à meia garrafa de vinho ou de espumante. O valor por casal é R$ 190; com bebida, sai a R$ 230. Quem optar por pedir individualmente, pagará R$ 95 e R$ 115, respectivamente. Os valores incluem também a música. Sexta, dia 10, das 19h30 às 22h, o público poderá curtir um show especial do Trilogia, com Pedro Vasconcellos (cavaquinho), Zé Krishna (guitarra e violão) e Isael Silvestre (piano). Sábado, dia 11, um dos maiores violonistas da cidade, Paulo André Tavares, apresenta-se com o acordeonista Juninho Ferreira, em uma noite de músicas românticas, das 19h30 às 22h30. No domingo, 12, a flautista Dani Neri recebe o violonista Caçari e o percussionista Benjo para duas apresentações: das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 22h30. Serviço
C’est la Vie Bistrô & Creperia – CLS 408, Bloco A, loja 5 Tel.: (61) 3244-6353 Funciona de domingo a quinta, das 11h30 às 23h30; sexta e sábado, das 11h30 a 1h
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G I RO N A P O L E TA N O A pizzaria brasiliense Baco, comandada p e l o e m p re s á r i o G i l G u i m a r ã e s , re a l i z a , to d a s a s q u i n t a s - fe i r a s , n a s d u a s u n i d a d e s , o G i ro N a p o l e t a n o , u m a v i a g e m g a s t ro n ô m i c a e cultural pelas ruas de Nápoles, no sul da Itália. Re s g at a n d o s a b o re s e a ro m a s d a p ro v í n c i a i t a l i a n a , a B a c o p re p a ro u u m c a rd á p i o e s p e c i a l : o to r t a n o n a p o l e t a n o , a p i z z a n a p o l e t a n a , a p i z z e fritti e outras seis delícias de dar água na boca. O to r t a n o é u m a re c e i t a q u e n o r m a l m e n te é p re p a r a d a n a P á s c o a p e l a s v o v ó s i t a l i a n a s . C o m s a b o r c a s e i ro , o p ã o é re c h e a d o c o m l i n g u i ç a , o v o e q u e i j o , e a s s a d o e m fo r n o à l e n h a p a r a g a r a n t i r a m a c i e z e o s a b o r c a r a c te r í s t i c o . J á a p i z z a n a p o l e t a n a te m o c e r t i f i c a d o d a A s s o c i a z i o n e Ve ra ce P i z z a N a p o l e t a n a , q u e te m c o m o o b j e t i v o p re s e r v a r a re c e i t a e , p r i n c i p a l m e n te , a t r a d i ç ã o d a v e rd a d e i r a p i z z a d e N á p o l e s , n a I t á l i a . N o G i ro s ã o ofe re c i d o s c i n c o s a b o re s d e p i z z a : m a rg h e r i t a ve ra ce , m a r i n a ra ve ra ce , s a l s i cc i a e f i n o cch i o ( l i n g u i ç a e t a l o d e e r v a d o c e ) , f i l e t to e s c a ro l a . A pizze fritti ou pizza frita, por sua vez, é re c h e a d a c o m r i c ot a f re s c a , p ro v o l o n e d e f u m a d o , c i co l i ( e m b u t i d o n a p o l i t a n o ) e p o m o d o ro p e l at i , p a r a e n t ã o s e r fe c h a d a c o m o u m p a s te l e e m e rg i d a e m ó l e o a 1 8 0 º C . Serviço
Giro Napoletano na Baco Pizzaria (CLN 309, Bloco A e CLS 408, Bloco C) Tel.: (61) 3274-8600 (Asa Norte) e 3244-2292 (Asa Sul) Data: todas as quintas-feiras, das 19h às 23h
CASA BIER 2016 “A s u a c e r v e j a n u n c a m a i s s e r á a m e s m a ! ” . C o m e s te l e m a , a s e g u n d a e d i ç ã o d o C a s a B i e r p ro m e te ofe re c e r a o p ú b l i c o u m a v e rd a d e i r a “experiência cervejeira”. Devido ao grande s u c e s s o d o e v e n to a n te r i o r, o c o r r i d o n o a n o passado no shopping Casa Park, o Casa Bier a c o n te c e , d e s t a v e z , n u m e s p a ç o b e m m a i s a m p l o , n o I ate C l u b e , e n t re o s d i a s 9 e 1 1 d e junho. “Nosso objetivo é contribuir para a e x p a n s ã o e d i f u s ã o d o m e rc a d o d e c e r v e j a s a r te s a n a i s ” , e x p l i c a Ta r s o F rot a , u m d o s o rg a n i z a d o re s d o e v e n to e s ó c i o d a P u l s o D i s t r i b u i d o r a . “ Q u e re m o s q u e a s p e s s o a s e n te n d a m e s i n t a m - s e p a r te d e s s e u n i v e r s o q u e c re s c e v e r t i g i n o s a m e n te e m n ú m e ro e o p ç õ e s d e t i p o s e m a rc a s ” . P ro d u to re s , e s p e c i a l i s t a s e a m a n te s d a s b o a s b re j a s e s t a r ã o re u n i d o s d u r a n te t rê s d i a s , p a r a p a r t i c i p a r d e s h o w s , d e g u s t a ç õ e s e até m e s m o u m a b r a s s a g e m c o l e t i v a – p re p a r a ç ã o d e u m a c e r v e j a a r te s a n a l , j u n to c o m a l g u n s d o s m a i o re s c e r v e j e i ro s d a c i d a d e . O Casa Bier 2016 vai levar ao público mais de 100 rótulos nacionais e importados, além d e m u i t a i n fo r m a ç ã o s o b re o n o v o m u n d o d a c e r v e j a . S e r ã o m a i s d e 1 0 0 to r n e i r a s d e c h o p e , 20 estandes de cerveja, cinco estandes de c o m i d a – c o m o o P a r r i l l a M a d r i d – e at r a ç õ e s m u s i c a i s e m m a i s d e 4 m i l m e t ro s q u a d r a d o s . A E m p ó r i o S o a re s e S o u z a , p o r e xe m p l o , v i r á re p re s e n t a n d o a c o n c e i t u a d a m i c ro c e r v e j a r i a d o s I r m ã o s F e r r a ro . D i v e r s a s m a rc a s n a c i o n a i s e i m p o r t a d a s , e n t re e l a s a C o l o m b i n a ( G o i â n i a ) , a m i c ro c e r v e j a r i a c i g a n a X ( B r a s í l i a ) , a P ro v i d ê n c i a ( P a r a n á ) e a c e r v e j a r i a l i b a n e s a 9 6 1 B e e r, s ã o p re s e n ç a c e r t a e p ro m e te m a p re s e n t a r uma grande variedade de estilos das famílias Ale e Lager. P a r a o b e e r s o m m é l i e r A l b e r to N a s c i m e n to , d a C o l o m b i n a , o e v e n to é u m a b o a o p o r t u n i d a d e não só para quem já está imerso no universo das boas cervejas, mas também para os leigos que d e s e j a m e n r i q u e c e r s e u c o n h e c i m e n to s o b re o te m a . “ Q u e re m o s c o n q u i s t a r m a i s p ú b l i c o e mostrar a riqueza da cultura cervejeira”, s a l i e n t a . A C o l o m b i n a t r a z a o e v e n to to d o o s e u p o r t f ó l i o d e b re j a s c o m a d i ç ã o d e i n g re d i e n te s
d o C e r r a d o e , a i n d a , o s c h o p e s L a g e r , We i s s , I n d i a Pa l e A l e , Pe p p e r e G y n h at t a n . C o m o n ã o p o d e r i a f a l t a r, a l g u m a s c e r v e j a r i a s l a n ç a r ã o r ó t u l o s d u r a n te o C a s a B i e r, c o m o é o c a s o d a M i c ro c e r v e j a r i a X , q u e a p re s e n t a a I m p e r i a l B row n i e A l e e m p a rc e r i a c o m a M r. B ro w n i e . “ E s t a c e r v e j a te v e c o l a b o r a ç ã o d o c h e f Ro n a l d o Ro s s i . U t i l i z a m o s c o m o b a s e o e s t i l o A m e r i c a n B row n e c h a m a m o s d e I m p e r i a l d e v i d o à a d i ç ã o m a i o r d e m a l te . E n t ã o , e l a te m u m te o r a l c o ó l i c o m a i o r ” , d e t a l h a A l e x a n d re Xe r xe n e v s k y, c e r v e j e i ro d a M i c ro c e r v e j a r i a X . “A re c e i t a l e v a u m a s é r i e d e te m p e ro s , c o m o c a c a u e p i m e n t a d a J a m a i c a , p a r a a p rox i m a r o s a b o r d a b e b i d a a o d e u m b row n i e ” , c o m p l e t a . J á a C o r i n a C e r v e j a s A r te s a n a i s m i r a n o p ú b l i c o “ l o u c o ” p o r l ú p u l o e l a n ç a , n o e v e n to , a D ú b e l Í n d i a P ê i u Ê i u ( e s t i l o D u b b e l I PA ) , u m a p a u l a d a d e 8 5 I B U s – q u a n to m a i o r o I B U, m a i o r o a m a rg o r – , m u i to a ro m a e s a b o r. Serviço
Casa Bier 2016 De 9 a 11 de junho, no Iate Clube de Brasília (SCEN, trecho 2). Ingressos a R$ 30 (um dia) e R$ 70 (passaporte para os três dias) Informações: (61) 3797-0003 / 3201-3323 Classificação indicativa: 18 anos
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Mala sem Rodinha Fotos: Divulgação
Paulo Piratininga Jornalista & empresÁrio
NOVO DESTINO DA COPA AIRLINES São Paulo, maio de 2016 – A Copa Airlines, subsidiária da Copa Holdings, S.A., e membro da rede global de companhias aéreas Star Alliance, iniciou, em 21 de junho, operações para a atrativa cidade de Holguín, em Cuba. São duas frequências semanais para a Cidade do Panamá. Holguín é considerada o terceiro destino turístico de maior relevância na Ilha. Entre seus atrativos, destacamse as águas cristalinas de suas mais de 40 praias, assim como a enriquecedora vida marinha e amplas áreas arborizadas. Para os amantes do turismo cultural e histórico, a cidade oferece a oportunidade de observar locais de grande relevância, como a reserva da biosfera Cuchillas del Toa, assim como o Parque Nacional Alexander von Humboldt, que foram declarados Patrimônios da Humanidade pela Unesco. O voo CM 400 parte às terças-feiras e aos sábados, saindo às 9h01 do Aeroporto Internacional de Tocumen, no Panamá, e chegando às 12h31 no Aeroporto Internacional Frank País, em Holguín (Cuba). O voo de regresso, o CM 401, partirá de Holguín às 13h21, chegando ao Panamá às 14h47. A Copa Airlines permite aos passageiros realizar conexões rápidas e convenientes para 76 destinos em 31 países nas Américas do Norte, Central, do Sul e do Caribe, por meio de seu Centro de Conexões das Américas na Cidade do Panamá, o hub aéreo com mais conexões internacionais na América Latina. Nos últimos três anos consecutivos, a FlightStats reconheceu a Copa Airlines como a companhia aérea mais pontual da América Latina.
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Acesse: www.copaair.com ou 0800 771 2672 PLANO BRASÍLIA
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DATAS ESPECIAIS DE JUNHO SÃO ATRAÇÕES NO ECOLOGIC VILLE PORTO DE GALINHAS ULTRAPASSA 1,2 MILHÃO DE VISITANTES Pesquisa realizada pela empresa Geofusion e divulgada pelo Ministério do Turismo revela que Porto de Galinhas ultrapassou a marca de 1,2 milhão de visitantes, em 2015, e tornou-se o décimo destino turístico do país, com 1.235.312 visitas, média superior a 100 mil turistas/mês ou 3,3 mil/dia. Com localização privilegiada, a 50 km do Recife, servido por voos de quase todas as capitais do Brasil e de Buenos Aires (dois voos semanais diretos, da Gol e TAM Linhas Aéreas), Porto de Galinhas é o principal polo turístico de Pernambuco e também a quinta praia mais procurada do país, tendo sido eleita, por 10 anos consecutivos pelos leitores da revista Viagem & Turismo, como a melhor praia brasileira. A estrutura hoteleira especializada conta com mais de 12 mil leitos e 4.500 acomodações. Cinco empreendimentos disponibilizam espaços para eventos, sendo que três mantêm centros de convenções com capacidade para eventos de médio porte e capazes de abrigar até 1.400 pessoas em auditório. A ocupação hoteleira média atingiu 65% em 2015 e a projeção é alcançar 70% em 2016. Acesse: www.portodegalinhas.org.br ou (81) 3552-1205
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Que tal reservar um fim de semana romântico e relaxante a dois ou festejar São João, em clima de diversão? O mês de junho no Ecologic Ville Resort & Spa by Vivence será assim, recheado de programações temáticas e diferenciadas para todos os gostos e comemorações. Para completar, o empreendimento é o único com serviço all inclusive na região Centro-Oeste do país. Os casais vivenciam momentos especiais no fim de semana do Dia dos Namorados, celebrado no domingo (12 de junho). Um jantar à luz de velas no Restaurante Gourmet, no dia 11, promete emocionar os pombinhos, com um riquíssimo menu a R$ 80 por pessoa. Ao longo do mês, o resort promove ainda festas juninas entre sexta-feira e domingo (exceto de 10 a 12 de junho), com direito a quitutes e atrações típicas do evento. Haverá apresentações de quadrilhas e barraquinhas com comidas tradicionais, como milho, quentão, vinho quente, entre outras coisas. Dia dos Namorados e Festa Junina (programação): - 10 a 12 de junho: Dia dos Namorados com jantar à luz de velas no Restaurante Gourmet. - Mês de junho: festas juninas com comidas típicas. Tarifas: a partir de R$ 280 – diária para duas pessoas com hospedagem em apartamento duplo e café da manhã. A partir de R$ 705 – diária para duas pessoas com hospedagem em apartamento duplo e regime all inclusive. **Uma criança de até 12 anos, na mesma acomodação dos pais, recebe cortesia. Acesse: www.vivencehoteis.com.br ou (62) 3945-4000
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Mundo Animal
Por: Natasha Rosa | Foto: Moreno, Divulgação
Pets para lá de exóticos
Os irmãos Rodrigo e Matheus Rabello cuidam de uma jiboia de 20 kg
Você seria capaz de ter uma jiboia em casa? Para algumas pessoas, criar bichos assim é algo perfeitamente normal, mas só se pode adquiri-los em criadouros autorizados e com permissão do Ibama A paixão por gatos e cachorros é quase unânime. Tê-los em casa e vê-los interagindo com adultos e crianças é uma rotina encarada como normal, pelas pessoas. Porém, há quem prefira criar bichos os quais a maioria prefere passar longe ou, no máximo, observá-los em um zoológico. O veterinário Rodrigo Rabello, por exemplo, convive diariamente com uma jiboia de 20 kg. A preferência pelos animais exóticos vem desde criança e foi por esta razão que ele resolveu cursar Veterinária. O gosto curioso contagiou toda a família: a esposa e irmão mais novo, Matheus Rabello, também trabalham com isso. Atento à escassez de profissionais especializados nesses bichos, ele resolveu criar a Exotic Life Medicina de Animais Silvestres, localizada na 715 Norte. “Apesar de haver uma
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carência de mão de obra especializada, é um trabalho muito gratificante. Atuamos com preservação de espécies”, assegura. A empresa empenha-se na salvação e devolução de animais para a natureza. E o principal: desenvolvem um projeto na confecção de próteses feitas em impressora 3D. “Somos a única equipe no mundo com oito procedimentos inéditos utilizando impressão 3D. Viajamos todo o Brasil e o mundo falando sobre isso”, destaca o profissional que, na ocasião desta entrevista, estava em Salvador (BA), dando uma palestra sobre o tema. Em Brasília, segundo o veterinário, há mercado para essa especialidade. A rotina na clínica é variada: eles cuidam de serpentes, aves, macacos, tartarugas, porquinhos da índia, coelhos e hamsters, além de prestarem serviços ao zoológico.
Como ter um? Com as redes sociais, o encontro dos aficionados por esse tipo de animal tornou-se mais fácil. Grupos de discussão na internet trocam informações sobre congressos e eventos que tratam do tema. Para quem quer ter um animal exótico, não é preciso necessariamente morar em casa: dependendo do bicho, há várias opções também para quem vive em apartamento. “Antes de adquirir um pet, seja ele silvestre ou não, é importante que se pesquise sobre ele, para melhor adequação ao ambiente onde se pretende criá-lo”, informa Rabello. “Sem esses conhecimentos prévios, é o animal que acaba sofrendo as consequências”. Alguns dos fatores a serem levados em consideração ao se adquirir um bichinho, seja ele exótico ou não, são: custos, características, manejo nutricional, exposição ou não ao sol e se o espaço disponível para o pet é suficiente para suas necessidades. A maioria dos animais vem de outros estados, dependendo de cada espécie. Os criadores geralmente vendem os bichos ainda filhotes, o que facilita a convivência e a adaptação. É possível comprar aves sem sair de Brasília, mas, para adquirir uma jiboia, por exemplo, é preciso procurar por autorizadas fora da capital, como a Jiboias Brasil, em Belo Horizonte (MG), e desembolsar cerca de R$ 2 mil. Já o macaco prego, que custa cerca de R$ 40 mil, é comercializado em Santa Catarina (SC). O Ibama está elaborando um documento chamado “lista pet”, que irá regular os animais que podem ser domesticados, renovando as possibilidades. Até o momento, uma legislação antiga versa sobre o tema.
assiste televisão todas as tardes. “Ela é bem dócil, gosta de ser pega no colo e odeia ficar sozinha”, detalha. Adriane já tinha tido antes um papagaio, mas sua predileção é mesmo pela cacatua. “Antes era muito difícil encontrar esse tipo de ave no Brasil, os preços eram muito altos, até que uma pessoa me indicou um criador em Búzios (RJ)”, relata. O pet foi presente do marido, que gastou a bagatela de R$ 30 mil. Frida é criada com muita liberdade e só vai para a gaiola à noite. “Ela passa o dia na janela, toma sol e volta. Às cinco da tarde, ela vem para a sala: é hora de ver TV”, conta a dona, orgulhosa. Tal qual uma criança, a cacatua também curte montar e desmontar brinquedinhos comprados especialmente para ela. Sua dieta é regrada: Frida alimenta-se de ração e um preparado de frutas, verduras e grãos.
Frida, a cacatua Na casa da servidora pública Adriane Aguileras, além dos seis cachorros, um animal ocupa lugar de destaque: a cacatua Frida. Com dois anos de idade e cheia de manias, ela gosta de companhia, come frutas e verduras, e até
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Jornalista Aprendiz
Por: Marina Luísa Oliveira – aluna do 5o semestre de Jornalismo da UnB | Fotos: Divulgação
Escalada tem espaço
no Distrito Federal
Atualmente, existem três muros ativos em Brasília. Há também, nos arredores da capital, diversas opções para quem gosta de práticas ao ar livre A atleta Júlia Nogueira escala a via Boca do Lobo, em Água Fria, Goiás
Engana-se, quem pensa que Brasília não tem lugar para escalar. Apesar de não haver montanhas na capital, nem nos arredores, o esporte é praticado em muros artificiais e em paredões rochosos. Aos finais de semana, os “bondes” – forma que os atletas do esporte chamam os grupos de amigos – se reúnem cedo para pegar estrada e atravessar o dia passando magnésio nas mãos e escalando pedras. O primeiro pico explorado pelos escaladores no Distrito Federal foi a Fercal. De acordo com a Associação de Escaladores do Planalto (AEP), alunos da Universidade de Brasília (UnB) foram até o local, em julho de 1989, para fazer um curso de escalada ministrado por atletas profissionais. Desde então, a Fercal é frequentada por aqueles que gostam de sentir adrenalina nas alturas. Esse é o caso do brasiliense Arthur Santos Martins, 19 anos, atleta da escalada há oito anos. “Meu tio me convidou para conhecer a Fercal. Então, o meu primeiro contato com o esporte foi na rocha. Só depois comecei a praticar no muro, em uma academia apropriada”, diz. O escalador diz ainda que o esporte proporciona bem-estar
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físico e mental. “Quando escalo, trabalho o corpo e o psicológico. O contato com a natureza, principalmente, contribui para isso”, destaca. Proteção extra Outro ponto de encontro dos atletas é Cocalzinho de Goiás, próximo a Pirenópolis (GO). O lugar é considerado um dos maiores picos do país de escalada em Boulder, modalidade que exige colchões especiais para proteger da queda. Mas o atleta Marcio Barros, 30 anos, alerta sobre os perigos. “Se o escalador não fizer os procedimentos de maneira correta, pode se expor a riscos. Pode ser que o atleta não sofra nenhum arranhão. Mas, dependendo, pode se machucar muito”, pontua. “É preciso também controlar o medo. É um esporte que envolve muita adrenalina”, completa. Márcio escala desde 2008 e, atualmente, é o presidente da AEP, associação que tem como objetivo desenvolver e divulgar a prática da escalada na região. A equipe contribui apoiando festivais e eventos do esporte, além de realizar
Sorriso é:
Arthur Martins treina em muro de escalada
a abertura e manutenção de locais para a prática. “O trabalho da associação é voluntário e qualquer pessoa interessada pode ajudar”, diz. Além dos picos naturais, atualmente somam-se três centros de escalada na capital. “Os muros artificiais servem para o atleta treinar e aperfeiçoar o desempenho antes de encarar a rocha”, explica Arthur. A escalada é uma prática esportiva que não possui muitas regras. Por ser individual, o importante é subir nas pedras utilizando a própria força e concentração. A força feminina Júlia Nogueira, 24 anos, escala há sete anos e confessa que, inicialmente, não tinha domínio nenhum sobre a prática. “Fiquei durante um ano escalando só em muro, o que hoje é bem difícil de acontecer. Depois que comecei a escalar na pedra, entendi o real sentido do esporte e como ele poderia se transformar em um estilo de vida. Foi amor à primeira vista”, afirma. A escaladora conta que, nos primeiros anos de escalada, sentia falta da presença feminina no esporte. Mas as poucas mulheres que havia nesse meio inspiraram a atleta, devido ao comprometimento que tinham. “Elas me mostraram que eu era capaz de escalar tão bem quanto os homens”, diz. “Hoje, o número de escaladoras cresceu. É possível ver mulheres treinando em muros e escalando rochas e montanhas”, completa. Cocalcinhas O Cocalcinhas é um festival de escalada realizado uma vez por ano em Cocalzinho de Goiás. O evento, organizado somente por escaladoras, visa incentivar as mulheres na prática do esporte. “O Cocalcinhas fortalece bastante a cena feminina na escalada e no nosso contexto social também. Todo ano, ganha dimensões maiores e, por isso, investimos cada vez mais”, conta Júlia. Mas o festival, que ocorre há cinco anos, não impede a presença masculina. “É um momento engraçado, porque os homens se vestem como mulheres, pintam as unhas e escalam desse jeito. É um momento descontraído, de diversão para todos”, afirma Arthur. O evento não é uma competição de escalada. Os atletas se encontram com o objetivo de passar um final de semana com atividades lúdicas. Este ano, o Cocalcinhas está em sua quinta edição e ocorrerá entre os dias 10 e 12 de junho. Para participar, basta entrar em contato com a equipe pela página da organização no Facebook: https://www.facebook.com/cocalcinhas.
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Vinhos
O vinho e seus
Antônio Matoso Filho servidor público, apreciador e estudioso de vinhos desde 1982
acessórios
Para se beber vinho, além do próprio, alguns instrumentos são essenciais; por isso, chega a ser contraditório considerá-los como “acessórios”. O saca-rolhas é o primeiro deles, claro, dispensável para espumantes e garrafas com tampas de rosca, mas imprescindível para a maioria. Ter um bom saca-rolhas é muito importante para não quebrá-la no processo de retirada. Em alguns casos, uma rolha ressecada pode esfarelar-se durante a retirada e os pedaços caírem dentro da garrafa, o que não é nada agradável para o serviço e degustação do vinho, exigindo um cuidadoso trabalho adicional de se coar esses detritos do precioso caldo. Ter um saca-rolhas do tipo lâmina também ajuda bastante, quando deparamos com o imprevisto de rolha muito ressecada ou que se parte durante a retirada. É fácil de se encontrar no mercado, mas atente-se para que as lâminas sejam bastante finas e resistentes, pois, caso contrário, mais ajudarão a empurrar a rolha para dentro da garrafa do que retirá-la. As taças adequadas, certamente, compreendem outro acessório muito importante no serviço do vinho. Sem o recipiente certo, a percepção da exuberância aromática ou mesmo do sabor pode ficar prejudicada. Para a maioria dos enófilos, não é necessário o preciosismo de possuir jogo de taças Riedel (talvez a melhor), que possui modelo específico para cada tipo de uva/vinho e que, assim, valoriza mais seus respectivos aromas e sabores. Mas é importante utilizar modelos de taças para os tipos de vinhos que o enófilo mais frequentemente aprecia. Estar aparelhado com exemplares para vinhos do tipo Bordeaux (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot, Malbec, Carménère, Petit Verdot e vinhos do mesmo estilo), Borgonha (Pinot Noir), um tipo para brancos em geral e aquelas do tipo tulipa ou flauta (flute) para espumantes, já é suficiente. Se o apreciador gosta de “avaliar” vinhos separadamente da degustação informal e prazerosa, mas com algum critério e registro em fichas, é interessante possuir também a taça de modelo ISO, apropriada para se avaliar, de forma padronizada, todos os vinhos. Existem outros acessórios muito interessantes para o enófilo. Um que utilizo bastante é a cinta térmica com gel em seu interior, muito útil para resfriar e manter o vinho resfriado sobre a mesa. No caso dos vinhos brancos e espumantes, o balde com gelo ainda é insubstituível, mas no caso dos tintos, é um bom apetrecho para mantê-lo à temperatura adequada, se o ambiente estiver superior
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a 18 graus. Outro item bastante útil é uma sacola térmica para transportar vinho, principalmente quando o tiramos da adega a 14 graus e vamos levá-lo para a casa de um amigo ou restaurante. É bom para evitar que o vinho fique oscilando muito de temperatura. Para quem é muito metódico e gosta de servir o vinho rigorosamente à temperatura adequada, um termômetro é indispensável e encontra-se nas lojas especializadas a preços bem acessíveis. Os corta-gotas, de papel laminado ou metal, que se coloca no bico da garrafa para se evitar os indesejáveis pingos de vinhos tintos nas toalhas e roupas, são baratos e eficazes. Os corta-cápsulas podem ser uma boa alternativa àquelas lâminas em formato de canivete que normalmente compõem muitos saca-rolhas atualmente, pois tornam bem mais fácil a retirada da parte superior da cápsula que cobre o bico da garrafa. Paraquemraramentebebeumagarrafadevinhocompletamente e deseja guardá-lo para ir desfrutando paulatinamente, uma bomba de vácuo com as respectivas tampas plásticas é útil para prolongar a sobrevida do vinho após aberto. Com esta bomba, retira-se um tanto do ar da garrafa, o que minimiza a oxidação do vinho, não alterando muito suas características. Porém, ainda prefiro que um grande vinho seja bem compartilhado e consumido em uma única ocasião. Para os espumantes, caso seja necessário interromper ou adiar o consumo completo da garrafa, existem as tampas de pressão, que minimizam o desprendimento do gás do líquido e ajuda a manter a sua efervescência algumas horas após aberto. Outro acessório que às vezes precisamos lançar mão é o aerador (ou arejador), que serve para aumentar e apressar o contato do vinho com o ar logo depois de aberto. Para quem faz questão de beber vinho somente após um tempo de aeração, é um instrumento bastante eficaz, fazendo que se evaporem mais rapidamente os odores de conservantes de vinhos evoluídos e um pouco do excesso de álcool. Além disso, promove muito a interação ar/vinho, o que pode atenuar um pouco os taninos, quando ligeiramente destacados. Essa aeração também pode ser realizada com o uso do decantador ou decanter, concebido inicialmente para se separar borras de vinhos envelhecidos ou não filtrados, mas que se presta muito bem para este serviço. E por ser um assunto um pouco extenso e às vezes polêmico, deixemos para falar de decantadores em outra ocasião. E beba o vinho que lhe agrade e seja feliz!!!
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Diz Aí, Mané “Existem pessoas as quais não adianta insistir: se elas não entendem suas atitudes, não vão entender suas palavras, nem mesmo seu silêncio”
“Feliz era Eva, pois Adão não tinha ex, não tinha amante, muito menos amiguinhas”
“Fale bem ou fale mal, mas fale sem cuspir”
“Que o hoje seja somente o hoje. Sem o peso de ontem. Sem a ansiedade do amanhã”
“Até os bandidos da cadeia tem mais créditos no celular do que eu. Misericórdia!”
“Incrível, como eu gosto de ficar na cama. Acho que em outra vida eu era um lençol”
“Pareço legal, mas corrijo mentalmente quem fala errado”
“Falar mal de mim, não muda o fato de você ser feia, meu amorrrr”
“Até a bateria do meu celular dura mais do que o amor eterno de certas pessoas!”
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Tá lendo o quê?
Fotos: André Zimmerer, Erivelton Viana, Hermínio Oliveira e Divulgação
André Venâncio Empreendedor do Venâncio Shopping
Livro Vera Cruz Autor João Morgado
O livro é uma biografia romanceada de Pedro Álvares Cabral. Juntando fatos reais e ficção, o autor consegue ambientar o leitor no período áureo da história de Portugal, o que prende a atenção até o fim. Acompanhando a vida do explorador português da juventude até a fase adulta, Morgado cria um personagem de quem conseguimos nos sentir próximos pela sua humanidade. Vera Cruz é um livro baseado em diversos estudos do autor, que oferece uma nova visão sobre as viagens de Pedro Álvares Cabral e sobre as intrigas e rivalidades no reino de Portugal. É uma narrativa que informa e entretém, ao mesmo tempo.
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Luana Peixoto Gerente de Marketing do Boulevard Shopping
Luiz Carlos Gama Pinto Diretor de Consórcio e Seguro da Bancorbrás
Ricardo Fenelon Dermatologista
Livro Armadilhas da Mente
Livro Qual é a Tua Obra
Livro Os Quatro Compromissos
Autor Augusto Cury
Autor Mário Sérgio Cortella
Autor Don Miguel Ruiz
O livro é uma deliciosa aula de psicologia, com a profundidade da filosofia. Ele mostra que os labirintos da mente humana são bem mais complexos do que somos capazes de imaginar, mas que, com enfoque correto, podemos desvendar. A obra nos convida a rever nossas vidas e repensar sobre nossas escolhas e emoções. Um maravilhoso meio de falar de alegria, medo, conflitos e romance. Armadilhas da Mente é daquelas obras que nos envolvem emocionalmente e nos faz querer mais.
O tema central do livro baseia-se na gestão, liderança e ética. Nesta obra, o filósofo Mário Sérgio nos remete a uma profunda reflexão sobre o nosso papel na empresa, na família e na sociedade de uma forma geral. Aborda, também, com muita propriedade, sobre a necessidade de mudança e o processo como ela se dá. Eu indico!
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Descendentes de toltecas compartilham a sabedoria milenar de seus ancestrais. Os quatro compromissos são: ser impecável com as palavras, não levar em consideração os comentários sem analisar, não fazer suposições, dê o melhor de si. Com esses hábitos, é possível viver muito melhor e transformar, inclusive, o cotidiano de quem nos rodeia.
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Ponto de Vista
Weslei Antonio Maretti Sociólogo
O MOMENTO ATUAL E MARÇO
DE 1964 Alguns analistas fazem uma correlação entre o momento atual e o período que antecedeu o movimento militar de 1964. Em uma análise superficial, a possibilidade de ocorrer desordens e distúrbios violentos nos grandes centros é muito maior nos dias atuais. Sob a ótica internacional, a década de 1960 ainda estava inserida no quadro da Guerra Fria. A questão ideológica era central e o mundo fazia a opção entre a liberdade ou a igualdade. Já no governo petista, a questão ideológica era meramente um pano de fundo para justificar os baixíssimos níveis de popularidade do governo Dilma. Procurou-se vender a ideia de que a imprensa, os burgueses capitalistas e os políticos identificados com o pensamento fascista e direitista tentaram derrubar um governo comprometido com um projeto popular de apoio às classes menos favorecidas. Conforme as apurações da Operação Lava Jato, parece que tal alegação é falsa. O que se percebeu foi uma privatização do Estado brasileiro e um enorme aparelhamento do mesmo para atender os interesses de uma quadrilha que buscou se locupletar com recursos públicos. No movimento militar de 64, as Forças Armadas estavam divididas, uma parcela muito pequena do seu efetivo era adepta da ideologia comunista. No momento atual, essa divisão aparentemente inexiste; é impensável a compatibilização dos valores militares com os preconizados pelo lulapetismo. O apoio político ao governo João Goulart era muito menor que o de Dilma. Goulart pertencia ao Partido Trabalhista Brasileiro e foi eleito vice-presidente com cerca de 36% de votos. O apoio político de Goulart era tão pequeno que, quando saiu de Brasília para o Rio Grande do Sul para tentar uma resistência militar, ainda no território nacional, o Congresso declarou a Presidência da República vaga pela fuga do presidente. Não foi o que ocorreu com Dilma.
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No que se refere à participação popular, havia um movimento de trabalhadores rurais, as Ligas Camponesas, chefiadas por Francisco Julião, que eram o grande apoio de massa ao governo de Goulart. O movimento limitavase ao Estado de Pernambuco. Atualmente, diversos são os ditos movimentos sociais e sindicais que apoiam Dilma. Dentre eles pode-se destacar, dentre outros, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a Central Única dos Trabalhadores, União Nacional do Estudantes e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. A diferença é enorme; essas organizações sociais têm liderança própria, recursos financeiros, estrutura de comando e direção, e o número dos seus filiados chega perto de centenas de milhares. O apoio popular é muito diferente, quer no número de pessoas participantes, quer na qualidade dessa participação. Na década de 1960, a comunicação social era muito precária no Brasil. O país tinha economia de base agrícola, com a maior parte da população residindo no campo. A sociedade civil era muito pouco articulada. O Brasil de hoje é um país pós industrial, com um grande acesso à informação. Não existe mais uma população amorfa, sem quase nenhuma participação na vida política. As redes sociais e a televisão, principalmente pelos programas jornalísticos, veiculam ideias, informam fatos, difundem opiniões, o que ocasiona uma massa populacional razoavelmente informada. Também o grau de escolaridade teve uma enorme transformação, tendo parcela significativa da população acesso ao Ensino Médio. Enquanto em 64 havia uma ameaça difusa da implantação de um regime estranho aos valores e crenças do povo brasileiro, hoje as denúncias de corrupção, enriquecimento ilícito e desvio de dinheiro público são de conhecimento de parcela significativa da nação.
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Cresça e Apareça
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Teste seu nível de
Algumas pessoas acreditam que o resultado do que fazem é melhor quando deixam para cumprir as tarefas no prazo final, quando não é possível mais adiar. Na verdade, essa é apenas uma característica de alguém que tem como hábito postergar. O resultado que se pode ter em um tempo menor, será, sem dúvida alguma, muito melhor se for investido um prazo maior para analisar, planejar e executar. Será que você também tem como hábito viver na urgência? Se age assim, saiba que o seu nível de estresse deve estar nas alturas. Esse modo de vida interfere diretamente na sua saúde, na sua satisfação pessoal, na sua tranquilidade e no seu bem-estar. Apresentamos abaixo um teste usado para avaliar se você tem como rotina apagar incêndios, ou se adota um estilo de vida de planejar e executar, com prazos adequados, as ações necessárias para obter resultados satisfatórios e ter uma vida tranquila e feliz. Se as suas respostas forem positivas para a maioria das perguntas abaixo, é porque está no vermelho. Mude sua forma de conduzir a vida; afinal, você merece o melhor de você! 1. Trabalho muito melhor sob pressão. 2. Sempre culpo a correria e a pressão das coisas externas pela minha dificuldade em passar algum tempo comigo mesmo. 3. A lentidão das pessoas e das coisas me deixa profundamente incomodado. Detesto esperar ou ficar na fila.
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4. Sinto-me culpado, quando fico à toa. 5 . E sto u se mp re co m p re ssa , qu a nd o vo u a e ve nto s e ao s lu ga re s. 6. Vivo afastando as pessoas para terminar algum projeto. 7. Fico ansioso, quando passo alguns minutos sem notícias do trabalho. 8. Quando estou fazendo alguma coisa, costumo me preocupar com alguma outra coisa. 9. Quando estou contornando alguma crise, sinto-me plenamente capaz. 10. A adrenalina que circula pelas veias durante uma nova crise, parece me dar mais prazer do que a conquista de resultados a longo prazo. 11. Abdico com facilidade da convivência enriquecedora com as pessoas importantes de minha vida, para administrar uma crise. 12. Eu sempre espero que as pessoas compreendam com a maior naturalidade do mundo, quando tenho que deixálas para contornar uma crise. 13. Só quando resolvo uma crise, é que sinto que meu dia teve um sentido. 14. C ostumo almoçar ou fazer outras refeições enquanto trabalho. 15. Alimento a esperança de que, algum dia, conseguirei fazer o que realmente desejo. 16. Quando vejo uma pilha grande na minha lixeira no final do dia, me dá uma sensação de produtividade.
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Justiça
Vivian Simões Falcão Alvim Oliveira advogada trabalhista em Brasília-DF
O que é o Direito do Trabalho, afinal?
No mundo do Direito, não são raras as vezes que surgem os comentários: “Direito do Trabalho só ajuda o empregado”, “Direito do Trabalho é muito chato!”. E você, já se deu conta do impacto que o Direito do Trabalho tem em sua vida? Direitos na CLT Se pararmos para pensar, ele está presente em nosso dia a dia, afetando diretamente o nosso cotidiano. Aposto que vocês amam o Direito do Trabalho sem nem perceber! Querem ver? A CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), que já é velhinha, criada em 1943, assim como os nossos avós, é sábia! Contém leis que garantem ao povo brasileiro uma vida profissional digna. Estamos sempre atentos se nosso empregador está nos garantindo os direitos que sabemos possuir (se não estão atentos, devem ficar!). Desde o início de nossa carreira profissional, passamos a organizar nossos planos pessoais de acordo com o nosso trabalho. Amamos a certeza de que teremos direito às merecidas férias todos os anos. Férias essas que devem ser pagas, acrescidas de 1/3, até dois dias antes do início do período de descanso. Alivia-nos imensamente o fato de recebermos o 13o no final do ano, justamente na época do Natal, em que tantos gastos extras sempre aparecem. A certeza de que receberemos nosso salário até o quinto dia útil do mês, medida indispensável para organização das finanças. É da CLT que vem a determinação de que nossa jornada normal de trabalho será de 8 (oito) horas diárias e de 44 (quarenta e quatro) horas semanais. Com o respaldo da CLT, temos o direito de, no mínimo, uma hora de intervalo para almoço por dia. A CLT incentiva também boas ações, garantindo que o empregado poderá faltar por um dia, a cada 12 meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue.
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Muitas empresas oferecem, ainda, diversos benefícios como atrativos para seus funcionários, como plano de saúde, participação nos lucros e o auxílio alimentação. Ah, o auxílio alimentação! Como é bom poder pagar a conta sem precisarmos onerar ainda mais nossos cartões de crédito! Os direitos dos empregados são inúmeros e todos indispensáveis! Contudo, não há empregado sem emprego e as obrigações fiscais e sociais do empregador são tantas, que acabam por dificultar o funcionamento das empresas. É muito importante buscar equilíbrio nesta relação empregado/empregador, entre os direitos e os deveres de ambos, principalmente nesse difícil momento de crise econômica, em que as empresas fecham as portas. O desemprego aumenta, as dívidas crescem e o dinheiro some! É na Justiça do Trabalho que são vividos os dramas dos trabalhadores, das empresas e de todos que são por ele afetados. Desde negociações que envolvem centenas de empregados, até o contrato individual do doméstico, todos igualmente importantes. É lá que empregados e empregadores buscam seus direitos. Mas não deve ser a única porta: é preciso buscar caminhos, negociar, dialogar! É necessário entender as dificuldades do outro nas empresas, nas casas; o esforço tem que ser coletivo. Conciliação, palavra-chave no dicionário trabalhista, deve ser o objetivo! Afinal, como diz Caetano Veloso: “Também não fique pensando que essas vitórias serão fáceis. Pois nesta vida de perde e ganha, ganha quem sabe perder e perde quem não sabe ganhar. Por isso, você precisa aprender a jogar”. • Não existe bônus sem ônus. • Do trabalho vem a dignidade que incentiva o homem. • Devemos aprimorar as regras do jogo, para que todos saiam vitoriosos. • Vamos aprender a jogar.
A lei que liberou o uso medicinal do canabidiol – substância extraída da maconha – trouxe alívio e esperança para muitas famílias. Fico feliz de ver que a Câmara Legislativa comprou a nossa briga e tomou a decisão acertada. Essa lei mudou as nossas vidas, especialmente a da Anny, que está se beneficiando muito com o uso desse medicamento. Obrigada, de coração. 25 ANOS APROVANDO O MELHOR PARA VOCÊ.
Liberação do uso medicinal do canabidiol Lei nº 5.625/2016 Katiele Fischer Mãe da Anny
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