ATELIER ABERTO / LOJA
CENTRO COMERCIAL BOMBARDA RUA MIGUEL BOMBARDA, 285, LOJA 24, PORTO SEGUNDA A SÁBADO, 12H ÀS 20H
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CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 3
6 EDITORIAL Idiot no Coração da Baixa 16 ATUALIDADE Ser Português 30 ARTISTA DE CAPA AC 3Monitor 38 IDIOTtAS AO PALCO 44 ELETRÓNICA Magazino 54 ATUALIDADE A Esgrima em Santa Catarina 64 LA FOUINOGRAPHE 73 CRÓNICA Guia de Um Jovem...
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12 VROTEIRO + VER, OUVIR E LER 20 PHOTOREPORT Idiot Store 36 CINEMA 40 ATUALIDADE Surfin Monkeys 48 ATUALIDADE Estúdio CTRL N 58 INTERVENÇÃO O Fruto Proibido 70 PROVOC’ARTE Escolham Outra Data
Direcção: João Cabral // Nuno Dias Textos: Ana Meira Ana Catarina Ramalho Ana Luísa Carvalho Bernardo Alves Bruno Manso Carmo Pereira Carolina HardCandy Mariana Vaz Nuno Dias Nuno Di Rosso Patrícia (Pseudónimo) Ricardo Branco Rui de Noronha Ozório Tiago Moura Tish Estagiarios: Ana Santo Andreia Carvalho Diogo Moreira Gonçalo Ribeiro Rui Castro Design: João Cabral // Nuno Dias IDIOT, Gabinete de Design® Capa: AC 3Monitor (Rave Against the Machine) Fotografia: Aline Fournier Lígia Claro Video: Ana Pouzada CTRL N Rita Laranjeira Todos os conteúdos são da responsabilidade de: IDIOT, Gabinete de Design ®
Cada redactor tem a liberdade de adoptar, ou não, o novo acordo ortográfico (*) NENHUMA ÁRVORE FOI SACRIFICADA NA IMPRESSÃO DESTA MAGAZINE!
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“Ardina”
Nuno Dias
Nuno Dias
A IDIOT NO CORAÇÃO DA BAIXA FOI NO PASSADO DIA 26 QUE ABRIMOS AS NOSSAS PORTAS PARA O MUNDO E, NO CENTRO COMERCIAL BOMBARDA, MESMO NO CORAÇÃO DO BAIRRO DAS ARTES, ABRIMOS A IDIOT STORE. MAS O QUE É A IDIOT STORE? AO INICIO PENSAMOS EM TER UMA LOJA QUE ALBERGASSE A RECÉM CRIADA MARCA DE ROUPA DA IDIOT - T-SHIRTS, TOPS, CAVEADAS, VESTIDOS - TUDO COM DESENHO E IMPRESSÕES FEITAS UMA A UMA PELAS IDIOTAS, NUM PROCESSO DE EXPERIMENTAÇÃO SERIGRÁFICA. AGORA PERCEBEMOS QUE O QUE QUEREMOS É UM ESPAÇO FAMILIAR, DE PARTILHA DE ARTE, TRABALHO, OPINIÕES E ACIMA DE TUDO APROXIMAR OS ARTISTAS E A PRÓPRIA ARTE DO IDIOTA COMUM. A IDIOT É AGORA UM ATELIER DE PORTA ABERTA ONDE PODES VIR ENRIQUECER O TEU ESPÍRITO E CRIATIVIDADE QUALQUER DIA DA SEMANA, MENOS AO DOMINGO PARA PODERMOS DE VEZ EM QUANDO DESCANSAR. ABRIMOS, ENCHEMOS O CENTRO DE AMIGOS E FAMILIARES E EM CONJUNTO FIZEMOS A FESTA. O PEDRO TOUXE AS BEBIDAS, A TIXA OS REFRESCOS. A MÃE DO JOÃO FEZ UNS BOLOS E CORTOU A FRUTA, E O JOY TROUXE A MÚSICA. PARA RELAXAR A MARIA TROUXE MAIS UMA VEZ AS MARQUESAS. FOI MAIS UMA VEZ, NUMA FESTA COM A AJUDA DOS NOSSOS AMIGOS, QUE ABRAÇAMOS OUTRO PROJETO. AGRADECEMOS - MAIS UMA VEZ - DO FUNDO DO CORAÇÃO, A TODOS QUE NOS AJUDARAM A DAR ESTE PASSO. AGRADECEMOS A TODOS QUE NOS APOIARAM E QUE, CONTINUAM A PASSAR POR CÁ TODOS OS DIAS PARA CONHECER E APOIAR A IDIOT. // CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 9
Fedor @ Idiot Week, Exponor
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No dia 24 de maio, pelas 19.30h, a cidade da Maia receberá a primeira corrida Glow Run (1), em Portugal. É uma corrida noturna, originária dos Estados Unidos da América, na qual, para além de se correr, existem luzes e música para manter o espírito feliz, a quem corre. Ao longo de cinco quilómetros existirão as Glow Zones, marcadas por diferentes músicas e luzes. É uma corrida solidária já que, parte dos fundos, reverterão a favor da Associação Salvador E como cada vez mais o nosso estilo de vida exige que estejamos preparados para qualquer situação quer a nível pessoal ou profissional, decidi sugerir, este mês, o Tostinhas (3). Este restaurante traz-nos um serviço gourmet de tostas que prima pelo profissionalismo e rapidez, ideal para um almoço que se quer leve e prático.
Começou no dia 30 e vai até dia 1 de junho, o Street Art AXA (2), no Edíficio AXA. Durante este mês de maio, os cinco pisos do edifícios receberão a street art de grandes nomes de artistas como Alma, Eime, Ego, Doc, Hazul e outros artistas, entres os quais, alguns internacionais como Fra Biancoshock (italiano) e Okuda (espanhol). De 25 de abril a 30 de junho estará patente a exposição A Poesia está na Rua, na Galeria Municipal Almeida Garrett. A exposição é so-
De 25 de abril a 18 de maio, Noite de Guerra no Museu do Prado (5), estará no Teatro Nacional de São João. Esta peça com a encenação de José Peixoto, em coprodução com o TNSJ e o Teatro dos Aloés, esta peça presta tributo aos que lutaram pela cidade de Madrid quando foi bombardeada pelas tropas de Franco, em 1936. Estreando numa data importante para a história portuguesa, esta peça celebra a resistência e a revolução. De 9 a 18 de maio, no Teatro Carlos Alberto (6), é colocada em cena a peça Ocidente. Encenada por Victor Hugo Pontes, esta peça retrata a vida de um casal , não tão cor de rosa como
bre Maria Helena Vieira da Silva e celebrará os cartazes que pintou e que retratam a Revolução dos Cravos. No dia 31 de maio e 1 de junho tem lugar, tal como nas edições dos anos anteriores, o Serralves em Festa (4) desde as 8h de sábado até à meia-noite de domingo. Nesta sua 11ª edição mais artistas nacionais e internacionais reúnem-se naquelas que são as mais conhecidas e culturais 40 horas da cidade do Porto. O tema deste ano é Terreno Comum.
se imagina. Nesta peça a palavra ganha uma dimensão corporal, capaz dos maiores feitos, dando corpo a uma relação com a qual a nossa sociedade se poderá identificar. De 10 a 23 de maio é a vez do Mosteiro São Bento da Vitória receber o texto que todos nós, um dia, estudamos: Peregrinação (7) , de Fernão Mendes Pinto. Através de meios t e c n o l ó g i co s , t a i s como o audiovisual e multimédia, o encenador monta uma espécie de um estúdio que irá receber (e tratar através da montagem, mistura e sonorização de imagens) as narrativas fantásticas deste português. //
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O Fantástico Homem Aranha 2. Electro é o novo inimigo de Peter Parker ( bravo Jamie Foxx), Harry Osborn regressa com uma nova ameaça, e Gwen… (bem, Gwen… see it yourself). O quinto filme da saga (e segundo pelas mãos de Marc Webb) traz-nos de volta a incansável luta ao crime banhada pelo amor do aranhiço Andrew Garfield (melhor escolha, indubitável, que o seu antecessor a trepar paredes) e da querida Emma Stone. Dane DeHaan, Campbell Scott e Paul Giamatti acompanham a valsa.
Amores e Saudades de Um Português Arreliado de Miguel Esteves Cardoso. “A única coisa é a vida. A única coisa é a vida de cada um. Sem vida, nada feito. Viver não é a melhor coisa que há: é a única coisa. Cada momento da vida não é único. Mas há momentos únicos. A nossa felicidade não é passá-los como quisermos. É dar por ela a aproveitá-los. (…) A única coisa é saber que um dia virá em que nos será tirada a vida. Para sempre. Mas, por sabermos isso, não podemos perder tempo a pensar nisso. (…) A única coisa é estar aqui, agora, a escrever isto. Enquanto posso. Enchendo-me de alegria”. In Bertrand online
Apollo Brown Apollo Brown lança o terceiro álbum “ Thirty Eight “. Mais uma cartada da Mello Music Group para nos encher os ouvidos no mês das flores ( e das noivas e das trovoadas ). // Tish 14 // www.IDIOTMAG.com
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NO DIA 3 DE MAIO ABRE A LOJA OFICIAL DA IDIOT. ISTO É UM GRANDE ACONTECIMENTO POR VÁRIOS MOTIVOS. É UM GRANDE ACONTECIMENTO POR SER UMA LOJA COM O CARIMBO IDIOT; POR SER UMA LOJA COM UM CONCEITO QUE ABRANGE DESDE MANIFESTAÇÕES E TENDÊNCIAS URBANAS A NOVOS E Ana Meira
EMERGENTES ARTISTAS E EMPREENDEDORES PORTUGUESES; POR SER UMA LOJA COM PRODUTOS PERSONALIZADOS; POR SER UMA LOJA CRIADA E LEVADA AO COLO POR PESSOAS QUE TORNAM O ESPAÇO FAMILIAR E PESSOAL. É UM GRANDE ACONTECIMENTO PORQUE DESTACA CRIAÇÕES, IDEIAS, PROJETOS E PRODUTOS PORTUGUESES. PORQUE A IDEIA VEM DE PORTUGUESES E AGORA, MAIS DO QUE NUNCA, O SER PORTUGUÊS É QUE ESTÁ A DAR.
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Ser português, em Portugal, e conseguir concretizar um projeto com sucesso é uma maravilha. Ser português, fora de Portugal e conseguir concretizar um projeto com sucesso é uma maravilha. Mas o que está mesmo a dar é ser português. Imbuídos nesta sensação de que todos os esforços têm que ser feitos para fazer este país sobreviver e, mais do que isso, destacar-se dos demais, levamos a cabo projetos que sentimos serem nossos. Que sentimos fazerem a diferença e que ajudem na construção de um Portugal mais rico intelectualmente, culturalmente, artisticamente e corporativamente. São muitos “mentes” pelos quais temos que trabalhar. São muitas ideias que temos que alimentar e tornar exequíveis. Levamos um país às costas. Mais do que a geração anterior, levamos a ideia de um país, levamos a ideia do “ser português” às costas. De todo o
lado vemos brotar novos projetos e novos profissionais que nos fazem aquecer a alma e pensar: “Sim senhor, tenho orgulho em partilhar uma nação com novos talentos.” Porque para além de tentarmos, desalmadamente, construir um país cheio de “mentes”, temos que apoiar todos os corajosos que o fazem. Que dão a cara e o corpo por um trabalho português, sendo em Portugal ou não. O que temos que fazer é apoiar estes frutos, resultados de uma árvore que está a libertar-se do bolor e dos líquenes. Iremos fazê-lo. Estamos a fazê-lo. Realmente, uma crise tem das suas coisas. A nossa “coisa” é a união, o sentimento de dever de apoiar os conterrâneos, de criar uma rede segura para todos os que tentam voar. O desejo de que muitos voem alto, para termos orgulho em ser portugueses. De facto, o ser português é o que está a dar. Idiot Store, abriu a 3 de Maio. //
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INAUGURAÇÃO
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No passado dia 26, entre familia e amigos, abrimos as portas para o mundo, e no centro do bairro das artes definimos o nosso novo ponto de referência. Foi um evento que excedeu as nossas expectativas e foi uma tarde que nos ficou estampada no coração. Mas não fizemos isto sozinhos, por isso não podemos deixar de aproveitar este espaço para agradecer aos nossos pais, Marina Costa, Mafalda Martins, Miguel Sereno, Rui Almeida, Fernando Valdoleiros, Flora Neves, André Costa, Jorge Machado, Hazul, God Mess, Bent, Laro Lagosta, Patricia Ribeiro, Xana Pinheiro, Sandrinha Zagalo, Marta Costa, Sara Lopes, Pedro Segurado, Joana Babo, Flux, Gil, André Guedes Vaz, Maria Corrêa Monteiro Alves, Patricia Brandao, Eduardo, Teresa, e a todos os amigos que durante aquelas 4 horas encheram completamente o CCB. //
fotografia: UNDA CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 21
Montra: Laro Lagosta
Flora sempre com um sorriso 22 // www.IDIOTMAG.com
Cada peça da roupa é única, não há duas iguais!
Pedro Segurado a preparar os deliciosos cocktails da Jameson CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 23
Como se costuma dizer: “ao barrote”
Massagens Mariposa 24 // www.IDIOTMAG.com
Somersby fresquinhas toda a tarde
Botashake CULTURA E TENDĂŠNCIAS URBANAS // 25
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Inauguração que se preze tem que ter comidinha da boa
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ATELIER ABERTO / LOJA
CENTRO COMERCIAL BOMBARDA LOJA 24, PORTO SEGUNDA A SÁBADO, DAS 13H ÀS 20H 28 // www.IDIOTMAG.com
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ARTISTA DE CAPA: entrevista: Tish
O PROJECTO É COMPOSTO POR MARCO DIAS, 34 ANOS, NATURAL DE COIMBRA, LICENCIADO EM QUANDO TINHA 13 ANOS, FUI À DESIGN GRÁFICO PELA BIBLIOTECA DA MINHA ESCOLA E UNIVERSIDADE DE AVEIRO REQUISITEI TRÊS LIVROS: 1984, O VELHO DO EEOTAMBÉM MAR E FUNDADOR A FESTA DE MRS. DALLOWAY. PROJECTO STREET ART SAVE LEMBRO-ME DE NÃO TER GOSTADO MY LIFE E PAULO HUMBERTO, Idiot – Quando DOS DOIS PRIMEIROS, MAS TAMBÉM ME começou este romance artístico? DE 35 ANOS, RECORDO DENATURAL SENTIR UMA FORTE LIGAÇÃO AC - Surgiu em Aveiro por volta de 2000, DE AVEIRO, LICENCIADO COM A HEROÍNA DE VIRGINIA quando WOOLF OS nosE conhecemos na UniversiEM DESIGN GRÁFICO PELA dade e de forma natural começámos SEUS PENSAMENTOS MAIS ÍNTIMOS. NÃO a trabalhar juntos por partilharmos alUNIVERSIDADE DE AVEIRO. ACHO QUE, NAQUELA TENRA ALTURA, NÃO
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gumas semelhanças e gostos gráficos. Desde então jáDE desenvolvemos projecTENHA RETIRADO PRAZER DA LEITURA tos nas áreas do design gráfico, veejay HEMINGWAY OU DE ORWELL POR ACHAR O e arte urbana. No início, dedicámo-nos MEU INTELECTO SUPERIOR AOmuito DELES maisOU ao veejay, percorrendo grande parte dos clubes de renome a AS SUAS TEMÁTICAS MENORES. OLHANDO nível nacional, e depois com o facto de PARA TRÁS, E NÃO TENDO SIDO TENTADO irmos ambos para Barcelona tivemos a possibilidade de continuar a dedicarA LER NOVAMENTE QUALQUER DOS mo-nos aos visuais com residências ROMANCES, NÃO GOSTEI, PORQUE NÃO clubes e festivais da cinos melhores dade, Sónar, Razzmatazz, Apollo, CreaPOSSUÍA MATURIDADE SUFICIENTE PARA mfields, entre outros. “Decide the Issue”
OS PERCEBER. NEM VICE VERSA. Tiago Moura 30 // www.IDIOTMAG.com
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Idiot - E o gosto pela arte urbana aparece aí pelo meio? AC - Sempre esteve presente, desde as primeiras colagens de Obey e os primeiros stencil’s de Banksy que vimos seguindo de forma constante o movimento e em 2000 começámos a cortar as primeiras máscaras. No nosso trabalho de AC 3MONITOR temos a necessidade de exprimir conceitos e ideias paralisantes da sociedade, pretendemos criar actos de reflexão na expressão de emoções e denúncias da sociedade. O acto de pintar na rua transmite uma energia libertadora, de transferência de informação ao individuo. O gostar de street art provém de uma vivência de rua, da experiência adquirida na mesma e do caos envolvente. As paredes são telas onde podemos exprimir as nossas emoções. Idiot - E essa relação é fiel? Ac - Desde 2010 e com a criação do projecto Street Art Save My Life a relação com a arte urbana é diária, trata-se de uma comunidade criativa dedicada à “street art” que mostra e promove o trabalho de artistas a nível mundial. Brevemente irá lançar edições limitadas e exclusivas de trabalhos de vários nomes bem conhecidos dos amantes da street art. Idiot – Como caracterizariam o vosso trabalho em termos estéticos? Ac - Independentemente do suporte praticamos um estilo industrial e corrosivo recorrendo de forma constante à reciclagem de elementos e texturas. Usando a técnica de stencil e colagem como base, a inspiração provém do lixo humano encontrado na rua. Destruir para construir é a base das nossas criações. Reciclar para transformar novas ideias. Ideias que expressam o quotidiano, injustiças sociais e ambientes mais utópicos.
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“Hazardous Road”
Idiot - Fãs já sabemos que têm, mas quem admiram vocês? AC - Há vários artistas que apreciamos e de certa forma nos marcam graficamente. No entanto torna-se difícil fazer uma pequena selecção porque todos os dias temos um diferente e existem milhares e bombásticos… mas podemos destacar sem dúvida WK Interact, 123Recyclab, Hush, Goin, Banksy… Em Portugal seguimos de perto o trabalho de Draw, Odeith, Vhils, Violant, Samina, Add Fuel, Eime, Vile, MaisMenos, Paulo Arraiano, mas há muitos mais para referir, a lista é interminável. Idiot – Que objectivos artísticos têm como colectivo? AC - Temos imensos projectos que gostaríamos de desenvolver na área do Street Art, algumas ilustrações estão na gaveta prontas para começar, mas vamos arrancar brevemente com o projecto Street Art Save My Life e com a edição de alguns produtos limitados e exclusivos de artistas urbanos bem conhecidos; a criação de um festival na cidade de Aveiro também está na gaveta. 2014 e 2015 serão anos de grandes notícias. Pretendemos desenvolver projectos de forma não convencional, o que proporciona mais liberdade de pensamento e execução. Experimentação para desenvolvimento de novas técnicas e assimilação de ideias.
Idiot – Que trabalho vos marcou mais neste percurso? AC - Ppffff, essa é difícil... Há projectos melhores, outros piores, mas há sempre algo a aprender com todos, mas achamos que o mais marcante foi mesmo o Sónar em Barcelona, participámos 2 anos consecutivos como veejays do evento, igualmente com outras crew’s do veejay internacional e foi tudo espectacular. Já tínhamos estado presentes em eventos de alguma dimensão mas nada que se compare a um dos eventos mais importantes da música electrónica a nível europeu.
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“Rave Against the Machine”
Idiot – A street art nacional está bem de saúde? AC - A Street art em Portugal está muito bem representado, temos um leque enorme de artistas, de estilos e intervenções. Começam a haver mais apoios para que este movimento artístico possa crescer, no entanto há ainda alguns obstáculos burocráticos e legislativos que precisam de ser ultrapassados. Mas temos imensa gente no nosso país a trabalhar diariamente para alterar o rumo das coisas, Gau, Underdogs, Wool fest, Walk & Talk fest, Stick2Target, a Idiot, LAC - Laboratório Actividades Criativas em Lagos são alguns exemplos de instituições e festivais que muito têm feito pela street art em Portugal. Quanto a artistas a lista é ainda maior, mas é impossível
não falar em Vhils dada a projecção internacional que conseguiu, no entanto temos muita gente com trabalhos de topo, AddFuel, Kruella D’enfer, BoardBrothers, Bordalo II, Cabidela Ninjas, Costah, Draw, Eime, Carneiro, Fedor, Samina, Leonor Morais, MaisMenos, Mosaik, Mr. Dheo, Nomen, Odeith, Oker, Pantónio, Phomer, Ram, Regg, Smile, Third, Tosco, Vile, Vanessa Teodoro, Violant e muitos mais. Idiot – Como foi esta experiência idiota? AC - Queremos agradecer a oportunidade e o convite que nos fizeram, é um prazer fazer parte de um projecto que tanto faz para promover a cultura artística em Portugal, Power ON! // https://www.facebook.com/ac3monitor CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 35
CENTRO HISTÓRICO
De Aki Kaurismäki, Manoel de Oliveira, Pedro Costa e Victor Erice (2012)
O IndieLisboa (festival de cinema independente português) estreou no dia 27 de Abril Centro Histórico, um filme que reúne dois realizadores portugueses a dois realizadores estrangeiros para celebrar a cidade histórica de Guimarães. Centro Histórico é assim um conjunto de quatro curtas-metragens que foram encomendadas para a celebração de Guimarães Capital da Cultura 2012, mas que não chegaram a tempo da festa. Pedro Costa, Manoel de Oliveira, Aki Kaurismäki (finlandês) e Victor Erice (basco) são os nomes que a obra reúne – na qual estava previsto trabalhar também Jean Luc Godard (com filmagens programadas em Saravejo) mas que posteriormente foi afastado do projecto. Kaurismäki com o seu tasqueiro ambicioso e triste, Pedro Costa com o seu Ventura do ultra-mar cheio de recordações de um 25 de Abril de há quarenta anos atrás, Victor Erice numa fábrica de vidros partidos com um ensaio so36 // www.IDIOTMAG.com
Crítica por:
Ricardo Branco
bre a memória neste local cheio de histórias de vida para contar e Manoel de Oliveira na sua visita guiada ao centro histórico de Guimarães. Com principal destaque para Pedro Costa e a sua peça intitulada Sweet Exorcism com planos deslumbrantes numa floresta e ainda uma extensa viagem de elevador onde transitam e dialogam um emigrante cabo-verdiano (personagem de outro filme de Costa intitulado Juventude em Marcha) e um soldado português - que nos transportam para uma reflexão do Portugal de antes e daquele de agora - Centro Histórico falha exactamente na peça de Manoel de Oliveira com planos básicos e analogias mais básicas ainda sobre o Conquistador, primeiro rei de Portugal. Talvez esteja também na altura de Ricardo Trêpa (protagonista da peça de Manoel de Oliveira) entender que o seu amor pelo cinema não é de maneira nenhuma correspondido.
BORGMAN – O MAL INTENCIONADO De Alex van Warmerdam (2013)
Um sem-abrigo pede a uma arrogante família da classe alta para tomar um banho por se sentir tão sujo, Marina – a mulher da casa – sensibilizada, convida este homem para a sua casa, não sabendo ela aquilo que convidava para a sua vida. Warmerdam está familiarizado com o cinema de Hanneke e com o Teorema de Pasolini com certeza e acredito que a estética tenha sido inspirada pelo Canino de Lanthimos. Jogos psicológicos de que não conhecemos bem a natureza, corpos plantados no fundo de um rio e até galgos que poderão ser os side-kicks deste sem-abrigo de nome Borgman. O subtítulo em português quase parecia chamar-nos para uma comédia – e o filme roça o irónico e caricato várias vezes – mas estamos sem dúvida perante um thriller psicológico que nos vai intrigando cada vez mais à medida
que a longa metragem avança. Borgman é um filme que leva a Holanda de novo a Canne após quarenta anos, rendeu-lhe uma nomeação para a palma de ouro (prémio que perdeu para A Vida de Adéle de Kechiche) e a verdade é que este é um filme que não mereceria tal título. Ainda que nos recorde de verdadeiras delícias referidas anteriormente, Borgman é um filme cheio de caprichos e imagens perturbadoras e interessantes mas que não nos conduz ou leva a lado algum e se a nossa curiosidade se vai aguçando a cada frame, lamento informar que no seu desenlace nada restará além de interpretação pessoal e subjectividade. Enquanto Teorema e Funny Games nos transformam para uma vida inteira, Borgman vai-nos incomodar uns dias até desistirmos de pensar sobre ele. É sedutor que baste e misterioso em demasia, diria que é um autêntico bruxedo este filme que trouxe Warmerdam para a ribalta. Não é dispensável, mas estejamos cientes que é um filme fechado em si e que se torna quase impenetrável. // CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 37
MÃE HÁ SÓ UMA
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NA PRANCHA DE NOÉ NA FRONTEIRA DA CIRCUNVALAÇÃO, ONDE O PORTO DÁ LUGAR A MATOSINHOS E O RIO SE TRANSFORMA EM MAR, JUNTO À ROTUDA DA ANÉMONA, FOI LOCALIZADO O HABITAT NATURAL DE UMA NOVA ESPÉCIE: SURFIN’N MONKEYS. Mariana Vaz
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Com vista e acesso ao mar, como deve ser, aqui se estabeleceu em Dezembro de 2013 um porto seguro para os amantes do surf, do skate, dos patins e do btt. Mais do que uma escola / loja de surf, a Surfin’ Monkeys é um espaço aberto onde cada espécime pode fruir livremente num ambiente mais que propício à pratica de desporto. À porta, comes e bebes repousam sobre bancos corridos de madeira enquanto pranchas e fatos secam ao sol. No interior, música, playstation e wireless... Numa amena tarde de Sábado, quem está “em terra” é assim que passa o tempo; quem anda no mar ou algures pelo passeio da marginal, mais tarde ou mais cedo regressa à base para fazer o mesmo. Elson Pereira dá a cara pelo projecto. Com quase 11 anos de experiência nestas andanças, coordena, orienta, dá aulas e, quando pode, confraterniza com o pessoal. “Queremos que a Surfin’ Monkeys não seja vista como mais uma loja, ou mais uma escola, mas sim um spot em que o pessoal possa parar mesmo já tendo o seu surf regular.” Enquanto escola, a Surfin’ Monkeys especializa-se em desmistificar, orientar e encaminhar os seus alunos nas artes dos desportos “radicais”, mas também dá apoio e manutenção a todos os que já navegam sozinhos. Cacifos, cofre, banhos quentes são algumas das comodidades disponíveis e que têm feito as maravilhas dos surfistas de hora de almoço. “Já tive gente a agradecer por agora poder fazer surf à semana. Chegam, pousam o fatinho... banho quente... e nem os vejo mais. Entram de fato de surf e saem de fato de trabalho!” Aluguer de material (sem caução), venda de material usado, aconselhamento à medida do cliente, são alguns dos serviços da loja, que recentemente se tornou um ponto de venda Deeply, marca até aqui exclusiva da Sport Zone. “Quando as pessoas acabam as aulas e querem material próprio, ou vão à in-
ternet, e aí espetam-lhes de tudo, ou então têm dificuldade em encontrar aquele material de meio termo. Uma prancha mais “cheiinha” e mais larga em que a pessoa pode evoluir e divertir-se ao mesmo tempo... O mesmo acontece com os fatos...” Mas a Surfin’ Monkeys tem outros planos, já previstos para o verão, como surf trips e surf camps... Entretanto, enquanto o tempo não aquece e os “locais” escaceiam, são muitos os que vêm de fora e acham que as condições atmosféricas já são suficientemente amenas. Para esses, a Surfin’ Monkeys ocupa-se de tudo: do transfer do e para o aeroporto, ao alojamento, material e aulas . Aulas de Surf são sempre o prato do dia, mas na ementa há muito mais para explorar. Se o mar não estiver de feição, ou para quem não vai à bola com a água salgada, há treinos de condicionamento em piscina coberta e existe uma alternativa mais terrestre. O Skate slide é uma modalidade de skate que em matéria de equilíbrio se assemelha ao surf. “Não é o skate convencional, é um skate mais longo, para passear, e dá para treinar bastante.” CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 41
Juntamente com a Escola de Patinagem do Norte, a Surfin’ Monkeys tem vindo a pôr um par de patins grátis na primeira ou segunda aula a cada vez mais leigos, iniciantes e avançados. As aulas de patinagem são dadas externamente. Contudo, quem com ou sem patins se passear pela zona e necessitar de um “empurrão”, pode recorrer à Surfin’ Monkeys tanto para compra e/ou aconselhamento como para reparação de material. “Surfin’” porque, quer seja sobre agua ou sobre rodas, este é o santuário para os artistas do equilíbrio. “ Monkey’s” porque a agilidade não é coisa de agora, é mais antiga que o homem e mais humana que o homo sapiens. Ela está em todos nós e nunca é tarde para fazer uso dela. Com representantes dos 7 aos 70 anos, esta esta nova tribo faz da linha de evolução uma capicua, resgatando em cada um o seu primata interior. //
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Bernardo Alves
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Idiot - Conta-nos como começaste a tua carreira. Magazino - Comecei a tocar na escola para os amigos, o que me fez chegar a um club ( Clubíssimo em Setúbal) e ficar como residente durante dois anos.
Idiot - Já actuaste um pouco por todo o planeta, quais foram os locais que mais te marcaram? Magazino - Buenos Aires, Moscovo, São Paulo e Los Angeles. Idiot – Sete anos de Bloop, marca de sucesso. Conta-nos o segredo. Magazino - Não há segredos: mais que acreditar, sentir o que fazemos -Trabalho em equipa, juntar talentos com diferentes valências. Imagem e Comunicação forte, método e planeamento, boa rede de contactos
Idiot - Quem era o Del Costa e quem é o Magazino? Magazino - O Del Costa estava muito ligado à cultura After party e ao Jackin house “Chicago Style”.O Magazino é um animal 4 por 4. Idiot - Conta-nos um episódio caricato que te tenha acontecido num festa. Magazino - No último Neo-Pop, algures no meio da pista uma miúda reconheceu-me e pediu para tirar uma foto com ela, abraçou-me, sorriso para a câmara e eis que aparece um miúdo (namorado) a empurrar-me e a pedir satisfações, quando a miúda explicou quem eu era foi a vez dela ser empurrada porque ele queria tirar uma foto a sós comigo. Foi caricato, mas confesso que ainda temi o pior.
Idiot - Achas que um projecto como a Idiot faz falta em Lisboa? Magazino - Cultura urbana é fundamental em qualquer urbe que se preze, bem que podiam criar um bando de idiotas por estas bandas também… // https://www.facebook.com/magazinodj www.blooprecordings.com
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http://www.youtube.com/watch?v=cZBS-OYcztw
MÚSICA, VÍDEO E VONTADE
PORQUE OS OLHOS JÁ NÃO CHEGAM, VER BEM É MAIS DO QUE APENAS NÃO PRECISAR DE ÓCULOS. VER BEM É VER COM TODOS OS SENTIDOS, VER COM OS PRÓPRIOS OLHOS PELOS OLHOS DOS OUTROS AO MESMO TEMPO QUE LHES EMPRESTAMOS OS NOSSOS. MAS O QUE É QUE NOS FASCINA NO VÍDEO? ESSE FENÓMENO QUE FEZ COM QUE A EXPRESSÃO “VER PARA CRER” TENHA PERDIDO TODO O SENTIDO? É ISTO QUE A CTRL+N PRODUÇÕES TEM VINDO A TENTAR DESCOBRIR DESDE 2011. A DUPLA TERESA PACHECO MIRANDA E ANTÓNIO VASQUEZ TEM O VÍDEO E A MÚSICA COMO LÍNGUA MATER E PROMETE OTIMIZAR O MUNDO ATRAVÉS DOS 4 CANTOS DO ECRÃ. Mariana Vaz 48 // www.IDIOTMAG.com
Hoje, em regra geral, se existe, está no youtube, e se não existe, há boas hipóteses de lá estar também. Mas falar por imagens só é fácil para quem não sabe o que quer dizer e, numa altura em que filmar um vídeo é consideravelmente menos complicado do que aquecer salsichas no microondas, sobressair no meio do pantanal multimédia não é para quem quer, nem tanto para quem pode... Apenas o empenho que vem com a abnegação de um trabalho de amor consegue trazer a dedicação, perseverança e entusiasmo necessários à receita de sucesso. É este o segredo nada bem guardado da Ctrl+N. Desde cedo, Teresa e António fazem o que gostam – registam momentos em imagens e sons. Máquina fotográfica sempre presente entre o casal, esta é a mais fiel “pendura” desde o 10º ano, altura em que os dois se juntaram. “Percebemos que gostávamos das mesmas coisas em termos de estética e técnica.” (...) “levávamos a máquina para todo o lado, férias, passagem de ano... e as pessoas iam gostando (...) Os nossos
amigos davam-nos imensa força.” Difícil de explicar mas fácil de perceber é o magnetismo com o qual inicialmente cativaram o público e também o P3 através de um simples vídeo doméstico e de outro documentando a viagem entre amigos: “3 amigos, 3 cidades, 10 dias” onde partilham Estrasburgo, Amesterdão e Bruxelas, à sua maneira, com o resto do mundo. A Ctrl+N nasceu, assim, pelos olhos destes 3 jovens, Teresa, António e João Braga, com uma identidade marcada e o objetivo comum de extrudir lugares, experiências, ideias e emoções para o formato digital. “Fomos sempre muito à procura de trabalho, mas agora as pessoas já nos começam a procurar. Talvez seja pela estética do vídeo, a energia que conseguimos passar e também a dinâmica entre nós e o cliente.” Hoje, só Teresa e António trabalham e o projeto Ctrl+N, vai crescendo exponencialmente . Através da Vice, P3, Bodyspace, Vimeo e outras plataformas online a dupla tem-se afirmado como
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uma nova e inventiva opção para quem procura destacar-se no mundo dos ecrãs de forma inovadora. “Hoje em dia, o vídeo é a melhor forma de promover seja o que for... O que nos distingue a sério é a vontade de fazer. Aquela ânsia... Não é propriamente trabalho porque isto não é um trabalho para mim; é fazeres o que tu gostas e é essa garra que nos orgulhamos de ter.” Mas como obter segurança financeira fazendo o que se gosta? Esta é mais uma daquelas situações que se resolvem com o casamento... Não tanto o próprio, senão mais os alheios. Filmar casamentos pode não ser o trabalho mais criativo, sabemos. Mas a Ctrl+N tem vindo a provar que para fazer vídeos de casamento não é preciso deixar o cérebro em casa nem vender a alma ao cheque. As limitações impostas pelo formato só servem para espicaçar ainda mais uma já mal contida vontade de inovar. Exploram novas formas de registar e contar histórias originais e irrepetíveis de forma a que clientes e criadores acabem satisfeitos e com um filme para ver, rever e manter ... ainda que mesmo depois do divórcio. “A nossa progressão foi muito graças aos casamentos, assim pudemos investir em material e também encontrar novos clientes.” Tentamos fazer sempre o que as pessoas querem, mas à nossa maneira.” Nos casamentos, as pessoas gostam porque também somos bastante discretos, não andamos ali sempre em cima. Praticamos um registo muito natural.” 50 // www.IDIOTMAG.com
Uma linguagem clara, simples e franca, com especial atenção ao pormenor. Aqui, a música é dona e senhora; põe e dispõe sob o compasso da sua trela com uma espontaneidade despretensiosa que nos cativa como uma segunda natureza. “Adoramos música, por isso tentamos estar sempre envolvidos.” É com esta naturalidade despreocupada que se lançam no primeiro vídeo making- off para a revista Playboy Portugal onde através de um clima de retro glamour e ao ritmo de “Do you love me?” retratam de perto a sessão da fotografa Ana Dias. Muitos dos projetos nascem sem destino premeditado a partir daqueles encontros fortuitos que só acontecem a quem se entrega ao imprevisto.. É destas sementes soltas que nascem
as melhores árvores. “Dreams of a rebel”, o clip realizado pela Ctrl+N para o músico Frankie Chavez foi um desses momentos. Um encontro de esquina no mini festival Zmar em 2012, uns minutinhos de gravação e o upload de um acústico para a videoteca Vimeo foi todo o necessário para que Frankie se rendesse à dinâmica da produtora. Daí até às 100 mil visualizações e a uma apresentação na Music Box foi um passo curto. Filmado durante o dia mundial do skate na cidade do Porto, “Dreams of a Rebel” retrata em 3 minutos o espírito enérgico e irreverente da música num cenário insólito digno de qualquer cidade com arranha-céus. “Fizemos o clip quase num só take porque não tínhamos outra possibilidade... Andei de carro e o António em cima do skate a filmar. ”
Vídeos institucionais, promocionais, teasers, making offs, vídeo clips, casamentos, são algumas das produções que a Ctrl+N se orgulha de ter no seu portefólio cada vez mais diversificado. “Estamos sempre a passar trabalhos e isso ajuda a promover...Temos amigos a fazer vídeo e fotografia e gostamos de trabalhar com eles porque sentimos que a vontade é a mesma. É importante a competitividade, mas acima de tudo a parceria. Trabalhamos todos para o mesmo.” Com clientes tão diversos como Indústria, Punch Magazine, Frankie Chavez, Peixe, Vice, Mercado do Bom Sucesso, Conduril, entre outros, Teresa e António têm oportunidade de explorar os mais diversos ramos audiovisuais e passar o seu cunho pessoal numa marca cada vez mais reconhecível e valorizada por aqueles que a procuram. // CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 51
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EM SANTA CATARINA A ESGRIMA É UM DESPORTO QUE EVOLUIU DA ANTIGA FORMA DE COMBATE, EM QUE O OBJECTIVO É TOCAR O ADVERSÁRIO COM UMA LÂMINA AO MESMO TEMPO QUE SE EVITA SER TOCADO POR ELE. EXISTEM TRÊS DISCIPLINAS DE ESGRIMA: O FLORETE, A ESPADA E O SABRE, DIFERINDO NÃO SÓ NO FORMATO DA LÂMINA MAS TAMBÉM NAS ZONAS DO CORPO ONDE UM TOQUE É VÁLIDO E TAMBÉM COMO AS ARMAS FUNCIONAM. APOS A INVENÇÃO DA PÓLVORA, ESTA FORMA DE COMBATE CAIU EM DESUSO, SENDO APENAS PRATICADA POR LAZER, OU EM COMPETIÇÃO. ESTAS TRÊS DISCIPLINAS DE ESGRIMAS SÃO PRATICADAS NO SPORT CLUB DO PORTO, EM SANTA CATARINA. Diogo Moreira, Gonçalo Ribeiro
Sport Club do Porto na Idiot Week 54 // www.IDIOTMAG.com
A Idiot foi encontrar a secção de esgrima do Sport Club do Porto no ultimo piso de um prédio em Santa Catarina. O aquecimento já decorria e esperava-se os últimos alunos para dar inicio ao treino. Os alunos vestiam-se, colocavam as mascaras e engatavam os cabos na traseira dos equipamentos. Todos ao mesmo tempo, a pares, lutavam, com o constante buzinar, indicando quem tinha sido atingido. Poucos minutos passaram os sinais da exigência da esgrima eram evidentes. Os gémeos e o braço que segura a arma são as partes do corpo que mais sofrem, mas , segundo os atiradores, vale a pena. É visível na parede as vitorias e alguns títulos conseguidos pelo clube . Contam com uma campeã nacional de seniores femininos, a Sofia Gouveia,
vice-campeões de seniores masculinos com Álvaro Noite, entre outras presenças nos pódios. Para alem de ensinarem a técnica, as regras e as competências necessárias para ser um bom praticante de esgrima, um atirador, Filipe Melo, um dos treinadores, afirma que a esgrima também serve ara incutir nos participantes, sobretudo nos mais novos, regras de solidariedade, civismo, respeito pelo adversário e pelo material, honra, perseverança, qualidades que tornarão os atiradores melhores desportistas e cidadãos. Apesar da falta de apoios, a esgrima no Sport Club do Porto tem grandes aspiraços, incluindo os Jogos Olimpicos. O atirador Rui Costa alimenta esse sonho e trabalha diariamente para o atingir. //
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“Slavery”
Tiago Moura
ALDEIA DAS PAREDES BRANCAS, LÊ A INSTALAÇÃO DE MAISMENOS NA FACHADA DO EDIFÍCIO AXA, NA AVENIDA DOS ALIADOS. A EXPOSIÇÃO EM QUE SE INSERE É MAIS UM SINAL DO RÁPIDO AUMENTO DE INTERESSE NA ARTE URBANA E NOS SEUS AUTORES.
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Normalmente, existe um momento em que o interesse público num um estilo ou artista aumenta repentinamente e estes deixam de pertencer às margens. Presenciamos este fenómeno com o triunfo dos Arcade Fire, nos Grammy Awards, com a massificação crescente do cinema de Quentin Tarantino e, cada vez mais, graças à liberdade eletrónica de que possuímos, assistimos a uma descentralização do interesse público. Podemos tecer o argumento que os últimos meses viram uma mudança de atitude, na cidade do Porto, em relação ao modo como o status quo se relaciona com o conceito e a prática da arte urbana. Se nem há alguns meses, durante os passos finais do mandato de Rui Rio na Câmara Municipal do Porto, as ruas e as suas paredes eram pintadas de branco e a cidade limpa sem escrúpulos, maio de 2014 marca um ponto de viragem no modo como a autarquia pode beneficiar com uma relação aprimorada com a expressão artística em questão. No espaço de poucas semanas, a cidade do Porto renovou o seu ponto de vista em relação à street art e foram vários os marcos alcançados nesse curto período de tempo.
Fedor
IDIOT WEEK:
Realizada na EXPONOR, em conjunto com o Qualifica, a semana de celebração do segundo aniversário da Idiot Mag foi mais um certame organizado pela jovem marca onde, mais uma vez, foi dado primazia à criação de pontes entre o espetador e o universo artístico em exposição. Durante um punhado de dias, a ocupação mostrou, ensinou e demonstrou diferentes aspetos da arte urbana a diferentes tipos de público.
MrDheo CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 59
Laro Lagosta ao vivo
IDIOT STORE
Inaugurada a 26 de abril, a Idiot Store é importante para o panorama da arte urbana na Invicta, porque sublinha a existência de um mercado virgem e, possivelmente, lucrativo. O interesse crescente das massas na arte urbana, especialmente nas camadas jovens, aumenta a necessidade de consumo desses produtos, e a inauguração desta loja, onde diferentes artistas urbanos colaborarão com a marca na criação de produtos únicos, é um passo importante na massificação do conceito da street art, na cidade do Porto.
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Draw
STREET ART AXA PORTO
Até dia 1 de junho está em cena, em plena Avenida dos Aliados, possivelmente, a maior conquista da arte urbana, nos últimos tempos. A 1ª Avenida e o Edifício AXA colocam 22 criadores no centro do Porto e dos seus habitantes (de passagem e permanentes), numa exposição enorme dos diferentes meios e técnicas utilizadas na street arte. De Hazul a Mesk, de Draw a Maze, a convidados internacionais, esta é a primeira grande oportunidade da street art se provar dentro de um espaço que lhe fora interdito pela autarquia tantas vezes.
Estaremos num ponto de viragem para o modo como a arte urbana é entendida? Sem dúvida e somos todos melhores pessoas por tentar compreender e abraçar uma jovem expressão artística. Será a massificação da street urbana um bom sinal? É um passo necessário. Talvez, daqui a uns meses, o súbito interesse nos trabalhos deste coletivo de autores seja uma memória longíqua e o que reste sejam os lucros conseguidos pelas corporações que, eventualmente, perceberão o potencial comercial da arte urbana. O que há a perder com esta massificação? Absolutamente nada. O Pablo Picasso continua a ser o Pablo Picasso e a sua obra continua a ser extremamente valioso (inteligível e empiricamente). //
Alma e Draw, RUA CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 61
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Aline Fournier
www.lafouinographe.com
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Valet de Pique https://www.facebook.com/VisionDandy
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Dos Alpes Suiços para a granitica invicta Aline Fournier envia-nos as suas mais idílicas fotografias. E nós gostamos tanto.
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ESCOLHAM OUTRA DATA O 25 DE ABRIL É UMA DATA MUITO POUCO INTERESSANTE! EM PORTUGAL CELEBRA 40 ANOS, O QUE FAZ DELA UMA DATA AINDA MAIS DESINTERESSANTE: NÃO TEM O VIGOR E A IRREVERÊNCIA DA JUVENTUDE, NEM A SABEDORIA E A SOLENIDADE DA VELHICE. É, POR OUTRO LADO, UMA DATA DE MEIA-IDADE COM A ROTINA PRÓPRIA DO ADULTO, COM OS INTERESSES VENDADOS EM MENTIRAS. Rui de Noronha Ozorio Festejar o 25 de Abril não é, a meu ver, cumprir a história ou aclamar a Liberdade. Apagar as velas à revolução dos cravos é sustentar a ideia, errada, de que escolhemos bem quem nos governa, é ter a liberdade de nos enganarmos de 4 em 4 anos, de 5 em 5 anos, de legitimar legislaturas que de livres e democráticas pouco têm! Antes desta data ter a importância que lhe querem dar, o país vivia uma ditadura quase-morta, atirada às fileiras duma guerra colonial perdida à nascença. Portugal acordava todos os dias cinzento e pobrezinho, isolado e orgulhosamente só, patrioticamente mergulhado nas decrépitas decisões autoritárias de um homem, de um governo que nos empobrecia monetária e intelectualmente. Na madrugada de 25 de Abril de 1974, aquela madrugada que a Sophia de Mello Breyner esperava para emergir do silêncio, os capitães saíram às ruas para conquistar o homem livre, mas essa liberdade nunca apareceu nem vestida de homem nem de mulher, e o que conseguiram foi apenas tirar o lugar ao bicho papão. O 25 de Abril de 1975 foi bem diferente do de 1974. Era uma data jo70 // www.IDIOTMAG.com
vem, irreverente, cheia de ideias socialistas e outras soviéticas, uma data facilmente aliciada por estrangeirismos vermelhos e por outros capitalistas. De um lado estavam os Bolcheviques, do outro os “Carluccis”, mas no meio estavam os portugueses que não percebiam, de facto, o que factualmente se estava a passar. Nesses anos viram militares contra militares, socialistas contra comunistas, partidos contra partidos. Em 1976, já tudo muito mais calmo, decidem fazer uma constituição de república que não foi tão democraticamente concebida como se pensa e que manteve como órgão máximo de soberania o Conselho da Revolução que de eleito nada teve, que de democrático nada tinha e que, livremente, se manteve até 1982. Passados 4 anos, Portugal entra para a CEE com o intuito de beber de lá qualquer coisinha, visto que as colónias era coisa de que já não se podia beber. Se antes estávamos dependentes dos ditadores, hoje somos escravos alemães, e entre uns e outros não sei qual o pior: se ouvir o obedecer em português ou em alemão! Provavelmente alguém dirá que, se estivéssemos no 24 de Abril de 1974,
nunca poderia escrever ou falar destes temas, não poderia ver a mulher a votar, muitos continuariam a não ter direito à escola e ao ensino, que não poderia demonstrar sentimentos na rua. Mas antes que isso aconteça, penso: hoje, 40 anos volvidos, falamos sem ser ouvidos, votamos em quem nos definha, estudamos por programas convenientes num sistema de ensino altamente corrupto, se vemos uma mulher numa atitude mais irreverente continua a ser puta, assim como um homossexual que ande de mão dada com o seu companheiro continua a ser Maricas ou suspeito de vagabundagem. Será que as mudanças foram assim tão importantes? Tão culturais? Continuo a ver, sucessivamente, governos despóticos, as mesmas famílias do tempo da outra senhora como detentores do monopólio financeiro, as diferenças sociais cada vez mais evidentes, a direita a roubar com a mão direita e a esquerda a roubar com a mão esquerda, continuamos a ser enganados e a ser postos de parte! E digam-me uma coisa! Passados 40 anos (quase meio século) do 25 de Abril, temos nós razões a sério para festejar a revolução dos cravos? Tem
lógica alguma, cantarmos o Grândola Vila Morena? Marcelo Caetano, o último homem da ditadura, com a razão que eu não lhe queria dar, disse assertivamente que “em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar em independência nacional. (…) Veremos alçados ao poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data” – e não é que ele tinha razão?! O 25 de Abril é uma data muito pouco interessante, já não por ser uma data de meia-idade, mas por não ter mudado rigorosamente nada no que toca ao respeito pelo cidadão e pelas suas liberdades e garantias… e não me falem do Sistema Nacional de Saúde que é moribundo, da Justiça que é corrupta nem do Voto que vem envenenado. Ao que vejo, Abril não se cumpriu! Entre uma ditadura e esta democracia a diferença está no cheiro e na globalização do assalto. Lutarei sempre contra qualquer tipo de ditadura, principalmente esta em que vivemos há 40 anos, bem camuflada de cravos! Sabem que mais?! Viva a Liberdade! Mas escolham outra data! // CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 71
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UM GUIA DE UM JOVEM FRACASSO PARA SE TORNAR NUM ADULTO EXCELENTE Crónica: Tiago Moura
RE:start: Enquanto acabo mais um quizz do BuzzFeed (este sobre a cidade mais apropriada para a minha personalidade) pergunto-me o inevitável: qual é objetivo desta atividade? Sim, estou terrivelmente aborrecido e estes questionários são visualmente interessantes o suficiente para prender a minha atenção durante os poucos momentos que demoro a decidir se gostava de morar perto do mar ou numa cidade, mas irá o resultado evidenciar algum pedaço da minha personalidade que eu já não conheça? A resposta é tão vistosa e redonda como o resultado final: não. Há uns dias cumpri uma tradição que já me acompanha desde os 17 anos quando estava prestes a entrar na faculdade. Como todas as tradições, a sua verdadeira origem encontra-se enterrada algures na [minha] História e o que sobrevive, hoje em dia, é o significado que ela possui para os seus praticantes. Depois de 25 anos, no seu último programa, a Oprah partilhou que uma das lições que tinha aprendido da experiência de ter apresentado um dos maiores programas da televisão mundial havia sido a constatação que a nossa vida comunica connosco: começa por murmúrios, explicou, e vai crescendo de um beliscão até ao tijolo que nos atinge e desperta para uma verdade absoluta que havíamos tentado evitar. A Oprah, quando partilhou esta lição, referia-se apenas aos avisos que recebemos no seguimento de uma cadeia de más decisões, mas eu acho que o mesmo sistema pode ser utilizado para o inverso. Às vezes, estamos tão concentrados na meta que perdemos a capacidade de reconhecer como o ambiente muda durante o percurso e essa constatação é tão importante como a que impede uma decisão errada. Normalmente, e independentemente de ser uma situação agradável ou negativa, o tijolo já colidiu com a minha cabeça quando me lembro de cumprir a minha tradição. Regra geral, já estou em modo Adele, quando decido vestir-me e sair porta fora. Quando tinha 17 anos, na tentativa de digerir o final do Sete Palmos de Terra e da relação mais importante que tivera até então e o enorme medo que me consumia por estar prestes a entrar na faculdade, decidi dar uma caminhada. Passadas cerca de quatro horas, cheguei à praia. Lembro-me de sentir algo semelhante a conquista ao olhar para o mar e para as
pessoas que se banhavam nele e ao Sol. Recordo-me que tocava nos meus ouvidos uma de três versões diferentes da Breathe Me, da Sia, e de conseguir sentir a minha vida a mudar. Muito literalmente, apesar que metaforicamente, conseguia ver os átomos e partículas a sofrerem mutações e era um sentimento magnífico. Talvez seja uma sensação redundante e até inócua, mas interiorizar o modo como suportamos e nos adaptamos às mudanças grosseiras da vida – sejam elas benéficas ou menos positivas – foi uma experiência única e, em si, marcante. Com o desenrolar dos anos, tornou-se comum fazer a mesma caminhada (vou-me abster de mencionar o termo peregrinação para não tornar isto demasiado paternalista) em situações pontuais da minha vida em que ela ou eu preparamo-nos para mudar drasticamente. Este fim de semana fui lá novamente. Na noite anterior, tinha saído para o Plano B e assistido a um beijo entre duas pessoas que ansiavam por aquele resultado há imenso tempo, mas nunca nenhum tivera os cojones para avançar. No momento, encontrei-me a viver vicariamente a alegria deles e a celebrar uma vitória por aqueles que não se importam de esperar quando sabem que a pessoa vale a pena. Mas depois apercebi-me que viver vicariamente não era o mesmo que viver e o tijolo atingiu-me - forte. Ao mesmo tempo que percebia o significado daquele momento para eles os dois, não conseguia deixar de julgar que tinha esperado demasiado – e senti-me repentinamente cansado. Quando acordei, no dia seguinte, sentia as pisaduras de uma noite bem passada e as mazelas que aquela epifania tinha feito ao meu espírito. Sem pensar duas vezes no mesmo assunto, saí. Desta vez, em vez da Sia e do Jeff Buckley, fui com o Sam Smith. A minha vida, nos últimos anos, tem sido uma sucessão de fases estranhas. Foi isso que retirei desta caminhada. E que estou pronto para enfrentar o meu maior desafio. Se o longo percurso até ao mar serviu para desprender-me de algumas amarras amorosas e de outro tipo de emoções, quando cheguei ao meu destino, não conseguia se não pensar nos meus recentes triunfos e planear os futuros - lembro-me de passear entre as famílias sentadas na relva ou a caminhar em sentido inverso ao meu e de sorrir ao pensar no que me espera. A verdade é que esperar pela pessoa certa tem as suas virtudes, mas chega sempre aquele momento em que desistimos de esperar pelo autocarro e vamos a pé - e eu já tenho algum treino nesta área. // CULTURA E TENDÊNCIAS URBANAS // 73
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