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AFRICA Acess贸rios Trends Valentino Refer锚ncias Doces franceses
Estou escrevendo
Um dos momentos marcantes da temporada de desfiles de verão foi a coleção Valentino. Aliás, além do show, convidaram para o resee, como chamam a visita ao showroom para ver as peças de perto. Um privilégio, subir no sowroom que conheci em ruínas, antes das obras. Outro privilégio, pelo menos assim considero, enquanto escrevo no calor do verão do Rio: ver que de vez em quando consigo usar suéter de cashmere e cachecol de lã! Lá es-
tava eu, no último dia da semana de moda, com minha bolsinha Eastpack pink - como cabe tudo, como é impermeável,dá para usar atravessada ou a tiracolo. Desta coleção veio a confirmação de fortes referências em temas africanos para este ano. Além da importância das ondas de imigrantes fugindo de vários países, o colorido das roupas tribais e a sensação de aventura deste continente sempre fascinam os europeus. Se os criadores brasileiros pretendem seguir esta tendência, vamos conferir nos próximos eventos nacionais. Por nossa conta, vamos antecipando a africanice pelos acessórios. E contamos com a contribuição de fotos e textos de Gustavo Gouvea, viajante do tipo explorador
Quem fez Diretora/Editora Iesa Rodrigues Fotografia Ines Rozario Marina Sprogis Zeca Santos Projeto gráfico Renata Buhler Design Ines Rozario Editora RR Letras
CNPJ 04571660/0001-83
nos intervalos do trabalho como cardiologista querido por seus clientes. A moda evolui, acompanha os caminhos da sociedade. Pelo jeito, esperamos que as roupas nos levem a sonhar com viagens exóticas, nos tirem da realidade urbana. Tomara que sejam belas viagens de sonho, de preferência em classe executiva.
Por Aí
A estreia da peça Relações Aparentes levou muitos admiradores e amigos ao teatro Leblon, no Rio de Janeiro. Motivo principal: ver Vera Fischer! A linda recebeu queridos como Rosamaria Murtinho, Maria Luiza Mendonça, Francisco Cuoco, Adriana Birolli, Sergio Mattos, além dos promoters, Liege e Luiz Fernando Coutinho. E os filhos, claro: Gabriel e Rafaela estavam lá, abraçadinhos com a Mamy
Fotos:Zeca Santos
fotos Murilo Tinoco
Camila Gusmão
Catia Gillet
Nina Kauffman reuniu lindinhas para um lançamento múltiplo da Drogaria Discover, no Village Mall. Original e divertido, o evento foi liderado pelo treinador Baiano. Entre as news, produtos da Coppertone, Foline Fit, Urby, Mavala e GAm Glow
Eliana Torres
Gisele Blak
Nina e Claudio Baiano
Malu Amaral e Baiano
Mariana Souza
Paola Crespi
AFRICA uma viagem Texto e fotos:Gustovo Gouvea
A medicina é uma profissão gratificante, pela possibilidade de cuidar das pessoas, de fazer a diferença na vida de alguém e, frequentemente, de uma família inteira. Nem sempre salvamos vidas, mas estamos sempre atentos a aliviar sofrimentos, a ouvir, a estar presentes nas horas em que mais precisam de nós. Estamos sempre cuidando, no mais amplo sentido dessa palavra. Mas essa rotina, es-
pecialmente na minha especialidade, Cardiologia, após quase duas décadas de formado e intenso trabalho nos hospitais me fez ter a necessidade de, por vezes, “fugir” para “recarregar as baterias”. A fotografia, há muito um hobby, se tornou perfeita para essa tarefa, pois une a possibilidade de viajar com o ato de fotografar, duas atividades extremamente prazerosas pra mim. A fotografia requer uma sensibi-
lidade diferente, um olhar aguçado, sendo uma arte de certa forma muito parecida com a medicina em alguns aspectos. Então, nos últimos anos venho fazendo expedições fotográficas para lugares diferentes, diria até extremos, pelo mundo. Foi assim fotografando a aurora boreal na Islândia, a temperaturas negativas, registrando em Galápagos o que Darwin viu para desenvolver a teoria da evolução das
espécies ou registrando o magnífico céu no deserto do Atacama.
bro é a época de seca nessa região, não sendo o melhor momento para fotografar. Optamos por Rumo à África explorar a África do No ano passado Sul e a Namíbia. decidi que iria para Começamos pela África, para tentar África do sul. De registrar a vida ani- cara, vimos que mal no seu habitat. nosso dinheiro ainda Porém, a epidemia vale alguma coisa de Ebola me fez quando comparado adiar esta expedicom o Rand, moeda ção. Como médico, sul africana. Trocasabia da extensão mos mil dólares no e gravidade dessa aeroporto e saímos epidemia e não po- com um bolo tão deria arriscar. Mas grande de notas que o tempo passou, a fiz minha primeira epidemia ficou sob foto ali, registrando controle e lá fui eu aquele exagero de para duas semanas dinheiro na mochino território africala. Os 14 mil Rands no. Meu parceiro quase deram para de expedições foa viagem toda. Em tográficas, amigo tempos de crise no e também médico nosso país a ÁfriMarcelo Régnier me ca aparece como acompanhou em uma ótima opção mais uma viagem. de viagem. Outra Nossa ideia inicial constatação tamera explorar uma bém se confirmaria região conhecida por toda a viagem: a como Delta do Oka- percepção de como vango, mas novem- Nelson Mandela foi
importante e querido naquele país; Ele estampa todas as notas de Rand, assim como a maioria das paredes dos locais públicos. Passagens pelos parques Seguimos para o local inicialmente escolhido para a primeira metade da viagem, o Parque Nacional Kruger. Ele leva esse nome em homenagem a Paul Kruger, presidente da república, que em 1898 proclamou aquela área como um parque de proteção animal, restringindo a caça. Este parque tem 19.633Km2 e abriga 336 espécies de árvores, 49 de peixes, 34 de anfíbios, 114 de répteis, 507 de pássaros e 147 de mamíferos! Poderia ficar um mês por ali e não conheceria nem metade
do parque, mas só tinha cinco dias. Então escolhemos dois “camps” estratégicos: Satara e Skukuza. Nesses camps temos todo tipo de acomodação, desde local para camping até bangalôs que acomodam uma família inteira, com cozinha e tudo mais. Tudo simples, mas o suficiente para ter conforto.
proibido circular fora das estradas, ou seja, entrar de carro na savana. Incrivelmente, 90% das estradas no Kruger são asfaltadas. A velocidade máxima é de 50Km/h, pelo risco de atropelar algum animal em velocidades superiores. Vimos pessoas serem multadas dentro do parque por infringirem essa lei. Para facilitar a atividade fotográfica revezávamos no volante a cada dia. Um dirigindo e o outro no banco de trás do carro, pois animais aparecem a todo momento, em qualquer dos lados da estrada. Assim podíamos nos deslocar livremente de um lado ao outro do carro, sem um atrapalhar o outro.
Após entrar no parque, onde é feita até revista para verificar se não estamos levando armas para caça, é proibido sair do carro, exceto dentro da área cercadas dos camps. Pode-se explorar o parque com guias locais, em jipes enormes, ou no seu próprio carro. Optamos por este último, uma vez que teríamos mais Desafios e muita liberdade pra fotosorte grafar. Também é Já no primeiro dia o
parque mostrou toda sua fama: dezenas de animais ao longo do caminho, de pássaros multicoloridos a zebras, elefantes, girafas e muitos outros. Paisagem exuberantes, muitas árvores, flores e vegetações de todos os tipos. Rios cheios de hipopótamos completavam o cenário. Mas o grande ator desse cenário é mesmo o leão. Não é fácil vê-lo, uma vez que dorme quase 20 horas por dia, predominantemente de dia quando está quente, saindo para caçar à noite. Neste período somos proibidos de circular pelo parque. Os camps fecham na hora do pôr-do-sol e abrem ao amanhecer. Só é possível circular à noite em tours programados com guias oficiais do parque e mesmo assim em número
limitado. Portanto, conseguir um belo retrato do rei da selva se tornou um grande desafio, mas não o maior, como descobriríamos mais tarde. Nos dias que se seguiram tivemos a sorte de ver, fotografar, filmar ou apenas contemplar vários leões, leoas, guepardos, e muitos outros animais. Fomos pegando o jeito de procurar, aproximar e obter o melhor ângulo pra fotografar. Esse foi um dos maiores desafios: nunca tinha passado por uma situação como essa _ o incômodo de ficar o dia todo confinado dentro do carro. Não tinha como ficar de joelho, deitar, andar pra frente ou pra trás, usar tripé ou as técnicas que vinha usando há anos. Havia apenas o quadrado do vidro
pra usar. Na verdade, meio vidro. As objetivas grandes e pesadas, com muito zoom, precisavam do apoio do vidro pra estabilizar a câmera. Então abaixava o vidro até a metade, colocava uma toalha da National Geographic, que sempre me acompanha, por cima e apoiava a lente. Aí, era clicar e ser feliz. Ficar quase 10 horas por dia sentado dentro de um automóvel provocava uma sensação de inatividade, difícil para um cardiologista acostumado a fazer atividade física e um fotógrafo acostumado a longas e extenuantes caminhadas em regiões remotas. Isso me fez arrumar energia extra para corridas noturnas nos camps. Aliás, as noites nos camps foram uma grata
surpresa: o céu africano é simplesmente sensacional. A quase ausência de luz torna a astrofotografia um convite a ficar acordado e por isso algumas vezes fiquei até de madrugada, fotografando e contemplando o céu. Nesses momentos, no meio do nada, na total escuridão, observando milhares de estrelas, planetas, estrelas cadentes, em total silêncio, me sinto parte daquele ambiente. Ao mesmo tempo percebo como somos pequenos neste universo. Nestas ocasiões, penso em ser uma pessoa melhor, um médico melhor, nos objetivos futuros, na família, ou simplesmente não penso em nada e procuro apenas sentir a energia daquele instante.
Depois, a Namíbia Depois da incrível experiência no Kruger, voamos para Namíbia. Após dois voos, uma noite no meio do caminho, e mais de 500 Km de carro, chegamos enfim no Etosha. Etosha se tornou um parque nacional em 1907, e em 1970 sofreu a última demarcação, atualmente com uma área de 20.000 Km2. É um parque totalmente diferente do Kruger. Sua marca é ter um deserto de sal (chamado de Pan) de 4.800Km2, o maior da África, visto até do espaço. Originalmente era um imenso lago, mas as mudanças climáticas e movimentos de placas tectônicas fizeram os rios que supriam esse lago se desviarem para o Oceano Atlânti-
co, restando apenas um deserto de sal. Os outros 75% de área do parque, têm uma vegetação bem menos exuberante comparado ao Kruger. Tudo é mais seco e árido ali. As estradas são quase todas de terra, apesar de bem construídas. Ficamos em três camps no Etosha: Okaukuejo, Halali e Namutoni. As acomodações são semelhantes ao do Kruger, porém com uma diferença importante: não há internet. Ou seja, fica-se sem comunicação alguma. Por um lado, é bom pois tira-se realmente férias, mas por outro é uma aflição perder a comunicação com a família. E, no meu caso, com meus pacientes. Apesar de 100%
confiante na minha equipe, sempre gosto de estar recebendo notícia ou mesmo ajudando, ainda que de longe, se alguém precisa de mim. A única opção foi comprar um chip de celular no aeroporto, que funcionou bem na maioria dos camps. Já acostumado com lugares extremos, fiz isso e passei pouco aperto. A grande vantagem no Etosha são os “waterholes”, espécies de lagos circulares existentes por todo o parque, locais para onde os animais se deslocam para beber água. O segredo ali é descobrir os melhores waterholes, parar o carro e esperar. É diversão na certa. De tempos em tempos chegam e saem manadas de mais de 30 elefantes, zebras, cervos,
rinocerontes, girafas, aves, e dezenas de outras espécies de animais. Outra grande vantagem no Etosha é que cada camp tem um waterhole em frente, iluminado à noite, e com bancos para as pessoas se sentarem e observarem os animais. Ali pude fotografar como estava acostumado, de pé, mudando de posição e usando tripé. Assistir ao nascer e ao pôr-do-sol. Cenas que nunca sairão da memória.
difíceis de serem caçados pelo homem eram: leão, rinoceronte, búfalo, elefante e leopardo. Há quem diga que se você foi à África e não viu os Big Five, não foi completo. São tão importantes que cada um está no verso das cédulas de Rands (Mandela, como disse, está na frente de todas). E faltava o leopardo para completarmos a lista. No penúltimo dia fomos iluminados. Uma regra que aprendemos foi: um carro parado na estrada signiFaz a foto! fica um animal na Mas ainda faltava “mira” desse carro. um animal. O mais E sempre que um difícil de ser visto na carro para os outros savana pelos seus vão parando atrás hábitos estritamen- pra ver o que existe te noturnos: o leopor ali. Às vezes é pardo. Ele compõe apenas um passaum dos chamados rinho, uma árvore “big five", termo que bonita ou alguém remete à época da olhando mapas e caça na África. Os GPS. Mas nesse cinco animais mais dia, vimos um carro
parado e, devagar, fomos chegando para observar. De repente, uma mulher no banco de passageiro do veículo coloca metade do corpo pra fora e começa a gesticular intensamente para fora do carro em nossa direção. Tentava avisar um carro que vinha atrás do nosso, numa velocidade muito superior aos 50km/h permitidos. Passou a toda, levantando poeira e, infelizmente, fazendo um leopardo deitado à sombra de uma árvore levantar calmamente e seguir pra dentro da savana, indo embora da nossa vista. Mas, naqueles 20 segundos em que pudemos contemplá-lo, ele parou, se
virou pra nós como se dissesse: “faz a foto!”. E é claro, eu fiz! Missão cumprida. Emoções finais Após deixar o Etosha, voltamos para a civilização e ficamos dois dias na Cidade do Cabo. A cidade é linda, moderna, com praias maravilhosas. Nas redondezas visitamos o Cabo da Boa Esperança (onde até fiz um atendimento a uma senhora que desmaiou na minha frente, na fila do teleférico), a praia Simon Beach, lotada de pinguins e uma região de pescadores com casinhas coloridas tombadas pelo Unesco. Um último passeio me deixou muito
emocionado: Visitei o hospital onde o Dr. Christiaan Barnard realizou o primeiro transplante cardíaco do mundo, em outubro de 1967: o Groote Schuur Hospital. O local onde funcionava a ala cirúrgica onde o transplante foi realizado virou um museu e fiz uma visita guiada de duas horas. Foi a cereja do bolo dessa incrível viagem. Após 13 dias, nove voos, mais de dois mil quilômetros de carro e mais de cinco mil fotografias, voltei para o Brasil já pensando na próxima expedição. E que venham muitas outras!
Africa de Valentino Pierpaolo Piccioli e Maria Grazia Chiuri honram a incumbência de criar as coleções da grife Valentino. Nos primeiros desfiles, logo depois da saída do próprio Valentino Garavani, ainda havia uma atmosfera pesada, religiosa, escura. A coleção de outubro demonstrou que eles pegaram o jeito, combinando os requintes do criador original com os toques étnicos e políticos da dupla atual
Salão dos longos rendados no showroom da Place Vendôme, em Paris
Máscaras e besouros enfeitam gargantilha, pulseira e sandálias
A África e as imigrações, tema escolhido, rendeu longos maravilhosos, até quando misturam franjas, penas e bordados e o salto alto é substituído por uma rasteira. Os curtos tanto lembram guerreiros como dão novas interpretações dos tecidos estampados tradicionais africanos. Colares e sandálias são decorados por miniaturas de máscaras. Quase não há os
vermelhos e brancos dos tempos do Valentino, nem as modelos parecem as mulheres mais lindas do mundo. Valentino costumava convocar um elenco de brasileiras que arrasavam no desfile - Gisele à frente, claro. Pier Paolo e Maria Grazia partem por outros caminhos, mais simples e usáveis. Estão influenciando as modas, basta ver a quantidade de túnicas bordadas
que preenchem as vitrines das grandes lojas como Renner, Riachuelo e C&A. Outros tempos, outras necessidades - a prioridade é vender. Neste ponto, a dupla acerta, e a África foi um grande tema.
Agora, a prioridade é vender. Neste ponto, a bela coleção está certa
Efeitos artesanais nos tecidos leves dos modelos em preto e branco
As cordas de fios e miรงangas ajustam vestidos ou formam franjas. Na pรกgina ao lado, a sala de tons terroso e vermelhos
No desfile, comprimentos longos e curtos se alternaram, mostrando as possibilidades da inspiração nos grafismos das tribos
Outras variantes da coleção em vestidos inspirados em trajes de guerreiros. Muito luxo em couros e metais
Coerência: a campanha de verão 2016 foi fotografada nas savanas da África. Esta série tem longos de tule e rendas rebordadas sobre transparências
NNativos do QuĂŞnia participaram das fotos da campanha. Eles saltam, vestidos de vermelho, a modelo usa tons de camuflagem
Fotos - campanha: Steven McCurry; desfile: Marina Sprogis; showroom Paris: Ines Rozario
Painel Querem referĂŞncias para criar africanices? Procurem estampas, olhem insetos, pesquisem cores de deserto e savanas e as roupas dos africanos. Vale tambĂŠm conferir o que colegas de moda fizeram com estes temas.Como Saint Laurent, com a saharienne
Para o setor de acessórios, a África está sempre por perto. Nunca deixamos de ver colares escandalosamente étnicos, pulseiras dignas de lembrarem as manillas, braceletes usados pelas mulheres em tribos da Tanzania. O aspecto rústico invade até as joias
Colar com aspecto de corais negros, contas de resina/ marfim Francesca Romana Diana. Top de neoprene Jenessequá
ÁFRICA
Visual de madeira na placa magnética com botão e no anel com círculo. Brinco prata e preto. Tudo, Fiszpan
Bracelete filigranado com pedra Francesca Romana Diana. Colar de resina madeira e contas pretas Fiszpan
Pulseiras? Nunca menos de três, em madeiras e resinas com gravações e estampas de animais das savanas. Estas são Fiszpan. Óculos de madeira reciclada Zerezes para Farm. Vestido AD Lifestyle. Brinco argola fosca Fiszpan
Medalh達o de resina madeira no colar Fiszpan que completa o decote do vestido AD Lifestyle
Pastilhas negras e um adereรงo dourado no colar e brincos padrรฃo girafa, tudo, Francesca Romana Diana. Top de neoprene Jenessequรก
Altas plataformas nas sandálias com estampa de onça ou toda em palhinha, da Cecconello. Na foto ao lado, look da coleção resort de Stella McCartney, com direito a gatinho no ombro
Simplesmente elegante, o colar com elementos de madeira encravados em prata, por Antonio Bernardo
Equipe: Modelo Clara Chagas (40 Graus Models) Beleza Monica França Produção Almost Paper Fotos Ines Rozario
Paradis
Pierre Cornet-Vernet e a torre de macarons
Doce ParaĂso Fotos Ines Rozario
Esta é mais uma história de paixão pelo Brasil. Um parisiense veio passar férias aqui, com a família. Começaram pela Bahia, enveredaram pelo Pantanal, Foz do Iguaçu. E acabaram ficando no Rio de Janeiro. Em resumo, foi assim que Pierre Cornet-Vernet mudou de vida, de continente. Deixou Paris, onde liderava um restaurante e um bufê que atendia a eventos de grifes como Dior e Louis Vuitton e há quatro
anos abriu a Paradis, em Copacabana. Nas vitrines, delícias e tentações. _ Comecei pelos macarons, porque são tipicamente franceses. Mas acrescentei recheios de frutas brasileiras: maracujá, cupuaçu, açaí. Aqui, as pessoas gostam de renovar, é uma boa energia - conta Pierre, que logo desandou a inventar os sabores de lavanda, os duplos de pistache e amarène, pétalas de rosa e framboesas.
Orgulhoso, parte ao meio um ovinho, para mostrar o recheio de marshmellow, glacê de frutas e pralinê crocante. _ É o Mademoiselle, um bombom com recheios de chocolate amargo, maracujá ou menta. Outra novidade que faz sucesso é a barra gigante de chocolate. Basta quebrar no tamanho que quiser, pesar e levar.
À esquerda, os bombons Mademoiselle; nesta página, os chocolates em barra Sempre sorridente, com jeito de quem encontrou seu lugar para viver, Patrick aproveita símbolos charmosos de seu país. As vitrines exibem chocolates em forma de Tour Eiffel, há palavrinhas em francês por toda a parte. Sobra uma parede para mesinhas para o chá com os chocolates, bolos e éclairs. _ Não é nossa intenção manter um petit café, mas este espaço alegra a loja. Muitas senhorinhas falam em francês,
elas gostam disto. E eu também! Atualmente são quatro lojas no Rio e uma em São Paulo. “Estamos testando o mercado”, comenta o sócio Claudio Zonis. Em meio a tantas delícias - ainda há o picoluxo, o picolé de macaron com recheio de sorvete -, Pierre curte quitutes brasileiros. O pé-de-moleque virou o Florestin, com amêndoas, em lugar dos amendoins. Na parede da loja de Copacabana está a foto estililizada da
vovó Paradis, patissier maravilhosa, homenageada com o nome da empresa do neto. Um parisiense que se instalou no Brasil, com a mulher e os filhos de 12, 14 e 9 anos, que falam português e nem pensam em voltar para a França. - O menor diz que é brasileiro! Enquanto estava na Europa, parecia que não tinha mais vida, era só trabalho. Agora, vivemos aqui no Brasil, temos a Paradis, está tudo bem!