Dia do ie 2015 testemunhos homenageados

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8 DE JULHO DE 2015 | 15H00 | ANFITEATRO IE


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Uma homenagem indispensável

Comemoramos este ano, pela primeira vez, o Dia do Instituto de Educaçao. Porque este dia? Porque consideramos necessario fazer um momento de reflexao no Instituto, evidenciando o que somos e o que queremos ser como instituiçao dedicada a investigaçao, ensino e intervençao sobre Educaçao e, muito especialmente, porque queremos homenagear dois professores que tiveram um papel fundamental no desenvolvimento da Educaçao como campo academico em Portugal – os Professores Albano Cordeiro Estrela e Maria Odete Valente.

A Educaçao tem muitas facetas. Uma delas e ser uma area científica ou ramo do conhecimento. Ser membro desta area nao decorre de possuir um grau academico nem do domínio mais ou menos eficaz de certas tecnicas ou instrumentos de trabalho – decorre sobretudo da identificaçao com os seus grandes propositos, os seus valores, as suas problematicas, os seus conhecimentos matriciais. Integrar a comunidade científica da Educaçao e ser sensível ao que a unifica e lhe da sentido como campo de estudos. Perceber de modo aprofundado em que consiste este campo e identificarmo-nos com ele e essencial para o exito de toda a investigaçao e de toda a intervençao, nao so individual como coletiva. Isso passa por conhecer os aspetos essenciais da historia deste campo e, em particular, das pessoas que mais marcaram o seu desenvolvimento. Daí a necessidade desta homenagem, que permitira dar a conhecer a muitos dos que hoje trabalham no Instituto de Educaçao estas duas figuras marcantes e ira possibilitar a outros reviver mais uma vez o que foi a sua açao corajosa e persistente. E, sobretudo, ira permitir a todos expressar o seu reconhecimento pelo muito que fizeram pelo desenvolvimento da Educaçao no nosso país. Como campo de estudos, a Educaçao em Portugal muito deve a Albano Cordeiro Estrela e Maria Odete Valente. Para alem disso, a existencia do proprio Instituto de Educaçao deve-se antes de mais a açao persistente de Albano Estrela na Faculdade de Psicologia e de Ciencias da Educaçao e de Odete Valente no Departamento de Educaçao da Faculdade de Ciencias. Formaram geraçoes de investigadores, construíram comunidades científicas e equipas docentes, empenharam-se em multiplos domínios de intervençao, desdobraram-se em iniciativas dentro e fora das suas instituiçoes. A nossa existencia como Instituto que se dedica a investigaçao, ensino e intervençao em Educaçao nao surgiu fruto do acaso. Deve-se ao contributo de muitos, e entre estes ha que destacar Albano Estrela e Maria Odete Valente, cuja obra e cuja açao deve ser conhecida de todos. Para alem de outras formas de divulgaçao do seu trabalho, reunimos nestas paginas diversos testemunhos que evidenciam de forma eloquente as multiplas facetas academicas e de personalidade destas duas grandes figuras da Educaçao em Portugal. Lisboa, 6 de julho de 2015 João Pedro da Ponte Diretor do Instituto de Educaçao da Universidade de Lisboa

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Vítor Manuel Trindade Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Évora

Qualquer academico, antes de o ser, e um homem. A minha primeira impressao do Professor ALBANO ESTRELA veio da sua humanidade. Corriam os anos 80 e eu, jovem assistente convidado na Universidade de Evora, necessitava de encontrar alguem que me aceitasse como doutorando para levar de vencida o desafio que tinha aceitado: entrar na carreira universitaria. O Manuel Patrício, a terminar o doutoramento na altura, disse-me: «Porque nao vai falar com o Professor Albano Estrela? E pessoa acessível e o mais que lhe pode dizer e nao». E vim! Na Rua Pinheiro Chagas, preparando-se para a grande mudança para o edifício da actual Faculdade, recebeu-me num gabinetezinho, cheio de “papeis” e livros, com uma afabilidade que me surpreendeu – em Evora, o ambiente academico era mais austero e os Professores ainda eram «os senhores professores» – querendo saber coisas de mim, antes mesmo de me dar uma resposta. Descobrimos entao que tínhamos um passado estudantil proximo – ambos tínhamos estudado em Coimbra e tínhamos, senao amigos, conhecidos comuns. Aceitou-me como doutorando, avisando-me, contudo, que os proximos anos seriam de muito trabalho para ambos, embora por razoes distintas: eu, para estudar e trabalhar e ele, para concretizar o sonho de «fazer uma Faculdade de Ciencias de Educaçao e Psicologia “a maneira”…». Com o tempo, a afabilidade transformou-se em empatia e esta em amizade. Eu encontrava o Professor Albano sempre cheio de trabalho, atafulhado em papeis, despachando o correio, indo, num pulo, ao Ministerio «ver se resolvo este assunto…», arrumando moveis e estantes – «isto e uma chatice e ainda nao esta como eu quero. Oh filho, oh filho, ajuda aí. Deixa o que fizeste em cima da secretaria que eu depois leio… Oh Teresinha, chega aqui!» (Nao me e possível falar do Albano sem pensar na sua companheira de tantos anos, a quem tanto devo tambem, e que constitui um outro pilar das Ciencias da Educaçao, em Portugal.) Claro que vim alguns domingos a Lisboa, a sua casa, rapta-lo ao convívio dos seus, para lermos juntos o que tinha feito e receber as orientaçoes que tinha por bem dar-me. Tinha sempre uma palavra de incentivo, tantas vezes irreverente, que me levava a sentir ter valido a pena a viagem!... Foi este Homem – inteligente, perspicaz, lucido, trabalhador, imaginativo, afectuoso e irreverente – que colocou o erguer da Faculdade acima de tudo, sem nunca deixar de trabalhar e investigar nas Ciencias da Educaçao – que ajudou, em muito, a ser o que fui na profissao. Foi para mim um exemplo que procurei seguir em muitos aspectos e um amigo querido. A saude e a aposentaçao vieram atalhando o nosso convívio, embora sem nunca esquecer o muito que lhe devo e quero. A sua veia literaria ocupa-lhe agora o tempo. Quem le os seus livros, certamente encontrara os aspectos de caracter de que aqui deixo testemunho. Foi este Homem que construiu o academico brilhante que chegou a ser: investigador, inovador e divulgador científico na sua area, referencia para geraçoes de professores – a «peste amarela»1, nas suas varias ediçoes, correu Portugal – e consulta obrigatoria para os estudiosos de Ciencias de Educaçao, a quem hoje venho prestar homenagem, associando-me a feliz iniciativa do Instituto de Educaçao. Espero que continue a honrar, com a sua presença e o seu saber, a comunidade academica a que pertence e que nos continue a dar o prazer de, connosco, partilhar o seu pensamento. Desejo-lhe uma vida longa e produtiva, mantendo o espírito jovem e a irreverencia que o caracteriza, para bem de todos nos. Com um grande abraço. Vítor Manuel Trindade

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Teoria e Prática de Observação de Classes: uma estratégia de formação de professores. Lisboa: INIC.

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Louis Marmoz

Almerindo Janela Afonso

Presidente da AFIRSE Internacional

Presidente da Direção da SPCE

C’est presque un anniversaire ! Le Professeur Albano Cordeiro Estrela va avoir 42 ans. Pour moi ! Puisque nous nous sommes rencontres pour la premiere fois au debut de septembre 1973, dans le cadre du grand congres de l’Association internationale des sciences de l’education organise dans la jeune universite de Dauphine a Paris.

Estimado Prof. Albano Estrela: Como prestigiado professor e investigador e como homem de cultura que é, ninguém pode deixar de lhe estar reconhecido pelo que fez pela consolidação e prestígio das Ciências da Educação em Portugal. Por isso, e também pelo privilégio e prazer de ter, tantas vezes, aprendido com a sua sabedoria e com a sua presença amiga e congregadora, sobretudo no espaço da nossa comunidade académica de referência, não poderia deixar de me associar à Homenagem que o Instituto de Educação da Universidade de Lisboa lhe fará no dia 8 de julho de 2015. Tendo sido também um dos fundadores e um dos Presidentes da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação, e tendo eu, neste momento, a responsabilidade de respeitar e de, modestamente, dar continuidade ao trabalho que nos deixou, gostaria que aceitasse, em nome de toda a Direção, o testemunho da nossa admiração e o nosso abraço.

42 ans, c’est bien peu de temps pour suivre toute l’activite menee, assumee et dirigee, avec efficacite et bonne humeur, par Albano Estrela. D’autres que moi vont certainement mieux les enumerer mais j’y participe quand meme : l’ouverture a l’international, tout en etant profondement portugais, ces moments determinants de bilan et d’elan que sont les colloques de la section portugaise de l’afirse, la specification dans un domaine de recherche ou il s’illustre mais l’ouverture et la curiosite vis-avis des autres, la mise en place d’une structure universitaire ouverte et performante, la formation de ses cadres, un art aussi de la critique positive appliquee aussi bien aux produits de la recherche que maintenant aux produits de la litterature. Car Albano Estrela est de ce domaine ; sa belle ecriture lui a permis de communiquer efficacement sa pensee pedagogique et de chercheur mais aussi de realiser une grande œuvre litteraire ou se succedent poesie, nouvelles et romans, autant de regards fins sur la vie et ses possibles.

Dois-je le dire enfin ? Pour toutes ces raisons et bien d’autres qu’une longue fraternite ont fait et font naitre, je suis fier, tres fier, d’avoir pour ami ce magnifique gamin de 42 ans. Merci, Albano !

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Jesuína Fonseca

Luiza Cortesão

Professora Associada Aposentada da U. Algarve e Colaboradora da UIDEF

Professora Emérita da FPCEUP

Quem e? Quem e?

Quando penso na Odete, ela surge-me sempre como alguém que consegue, harmoniosamente, articular competência, seriedade, capacidade de trabalho e uma imensa qualidade humana.

Transborda curiosidade. Sempre sedenta de informaçao. Tira prazer de todos os momentos da sua vida. Se algo a preocupa, partilha genuinamente e a preocupaçao em parte se esvai.

Surge-me, também, a imagem dela em S. Tomé, num projeto em que trabalhámos juntas, sempre com um "cacho" de crianças penduradas à sua volta, crianças essas que constantemente a seguiam. Elas sentiam, instintivamente, alguém de quem valia a pena gostar.

Vaidosa, sem ser egocentrica. A sua mente gosta de voar… mas sempre com ligaçao a realidade. A sua presença desanuvia ambientes. A sua voz e ouvida. As suas palavras sao pequenas liçoes de vida.

Aprendi muito no convívio com a Odete. Obrigada, minha amiga.

Gosta muito de fotografar… mas as vezes apanha-nos em angulos menos favoraveis. Que fazer? Como tira muitas, ha por onde escolher...

Luiza Cortesão, Junho 2015

Criou a Didactica das Ciencias, criou o Ramo Educacional, criou o Departamento de Educaçao. Criou Projectos de educaçao e formaçao, criou Projectos de investigaçao, criou Projectos de Extensao universitaria. Sempre uma peça chave na educaçao no nosso país, mas uma peça livre. "Without strings attached." Progressista de esquerda, e catolica. Vida muito política, mas sempre de mente livre. Mulher de acçao. O seu gabinete de trabalho e a sua "play station". E o amor a família a sua prioridade. Quem e? Quem e? Odete, obrigada por ser quem e. Parabens pelo que tem conseguido. De uma sua pupila, colega, e amiga de ha mais de 40 anos, J.M.B.F. Jesuína Fonseca 8 julho 2015

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Vítor Manuel Trindade Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Évora

Falar de, ou falar sobre…, MARIA ODETE VALENTE em meia duzia de linhas e uma tarefa assaz difícil, embora gratificante. Conheci a Doutora Maria Odete Valente nos finais dos anos 70 quando, recem ingressado na Universidade de Evora, comecei a trabalhar na Formaçao de Professores de Ciencias. Ja na altura, a Doutora Odete Valente – era assim que familiarmente a tratavamos – era uma referencia nessa area do conhecimento. Ao longo dos anos 80 fomos consolidando o conhecimento e estreitando os laços que, inicialmente, estritamente profissionais, se foram transformando em amizade. Uma amizade imbuída de uma profunda admiraçao pelo seu trabalho e pelo seu modo de estar e de ser. Uma «força da Natureza» que aceitava todos os desafios, inquieta, tantas vezes rebelde, a quem o trabalho insano de afirmar o Departamento de Educaçao da Faculdade de Ciencias da Universidade de Lisboa no meio dos seus pares e junto das autoridades da tutela, lhe merecia o epíteto de «consumidor de tempo» – tempo que lhe fazia falta para as suas actividades de investigaçao e de docente – mas que, ao mesmo tempo, lhe dava um enorme prazer pela afirmaçao que ia conquistando. Com ela aprofundei conhecimentos, debati ideias e aprendi muitas coisas que, mais tarde, me foram sendo uteis no meu proprio trabalho. Como docente e investigadora, no domínio da Educaçao em Ciencias, Portugal deve-lhe muito. De facto, a Doutora Odete Valente introduziu, entre nos, a modernidade no Ensino das Ciencias, divulgando conhecimentos e investigando – e promovendo a investigaçao – sobre os temas do Ensino das Ciencias e da Formaçao de Professores. Personalidade multifacetada, com um amplo leque de interesses, dinamica e trabalhadora incansavel, sempre arranjou tempo para me atender, debater as minhas duvidas e «desassossegar-me» com as dela. A vasta obra publicada, atesta bem esta sua faceta e muitos dos documentos oficiais do tempo, possuem a sua assinatura ou transportam as suas ideias. Infelizmente, porem, muitas das suas ideias ficaram no papel; nunca os diferentes poderes que tutelaram o Ministerio da Educaçao abraçaram totalmente o pensamento daqueles que faziam da Educaçao a sua vida e a qual dedicaram o melhor de si. Com prejuízo da sua carreira, nunca deixou de fazer o que entendia dever ser feito!... Generosa, intempestiva, mulher de causas, tudo fazia para, de acordo com o que pensava, tornar o mundo melhor! Recordo a revolta, a angustia, a frustraçao e o desgosto que sentiu por nao ter conseguido ir para Timor-Leste, nos finais dos anos 90. E a Odete ia para. Nao ia a … E com muito orgulho e uma grande satisfaçao que me associo a esta homenagem que o Instituto de Educaçao da Universidade de Lisboa lhe presta, lamentando as limitaçoes de espaço a que me obrigam – embora o talento tambem nao me ajude – deixando-lhe o meu MUITO OBRIGADO pelo seu exemplo e fazendo votos para que continue a honrar com a sua presença a comunidade academica a que pertence, por muitos e longos anos e, simultaneamente, continue a abrir caminhos, com a coragem, a lucidez e o rigor a que nos habituou. BEM HAJA!

Seu admirador confesso Vítor Manuel Trindade 7


Marina Serra de Lemos Professora Associada da FPCEUP

Homenagem ao Professor Albano Estrela Existem alguns acontecimentos na vida das pessoas que, apesar de fortuitos, sao suficientemente significativos para mudar as nossas percepçoes acerca de formas de estar na vida, de encarar certos acontecimentos, certas relaçoes e ate mesmo de entender certas areas tematicas. O meu encontro com o Prof. Albano Estrela como assistente e aluna de doutoramento na FPCEUP constituiu um desses acontecimentos. A sua influencia viria a revelar-se bem mais profunda e duradoura do que se poderia esperar. E mesmo justo dizer que viria a espalhar-se de forma progressiva e consistente a outras Universidades e Politecnicos do Norte do País, sendo ainda hoje visível a sua marca indelevel. Do ponto de vista das abordagens a construçao do conhecimento científico, o Prof. Albano Estrela revelou-se, nao raro, a frente do seu tempo, lançando pistas e traçando linhas ainda hoje de grande actualidade. Destacaria a este proposito a metodologia da investigaçao. A ideia de que a funçao da metodologia e garantir a consistencia entre o abstracto e o concreto, entre o teorico e o empírico, mantendo um contacto proximo com os fenomenos em estudo, e especialmente bem evidenciada e ilustrada no trabalho do Prof. Albano Estrela. Esta ideia tem sido uma importante dimensao da minha propria investigaçao na area da motivaçao em educaçao. Quer os princípios orientadores metodologicos, quer a acentuaçao de conceitos com eles relacionados, tais como os de contexto, finalidade, funçao, viriam a adquirir uma importancia crescente e um desenvolvimento acentuado no contexto de influentes perspectivas tais como a teoria da acçao. Uma outra faceta da pertinencia e actualidade do seu pensamento e a valorizaçao da inscriçao socio-relacional do ensino-aprendizagem, como forma de compreensao dos processos de significaçao e de construçao de conhecimento. Esta valorizaçao da interacçao social na aprendizagem assume ainda uma outra forma, unica, no Prof. Albano Estrela: ele pratica-a. Alias, as nossas teorias parecem sempre de algum modo fragmentos das nossas proprias vivencias. Diria que, neste sentido, o Prof. Albano Estrela funciona como um “outro social intencional”. Organiza intencionalmente a(s) experiencia(s) dos outros. E faz isto sobretudo atraves da interrogaçao; interrogando, amplia a realidade objectiva. Nesta medida revela-se um co-constructor da aprendizagem dos outros. Uma outra característica do Prof. Albano Estrela e o seu lado criativo, a ironia, o constante brincar. Esta forma de estar e de agir tem entre outros um efeito fundamental de explicitaçao da dimensao simbolica (das coisas); cria novos significados, permite trabalhar multiplos significados. Atraves do humor consegue tambem, de uma forma unica, conjugar uma grande profundidade e leveza, num vaivem entre planos, entre significados. Ele proprio e multifacetado: professor, investigador, gestor, organizador, escritor. Esta capacidade de trabalhar significados multiplos teve tambem, mais recentemente, traduçao numa outra area. De facto pudemos assistir a concretizaçao de uma das interessantes facetas da multiplicidade de competencias do Prof. Albano Estrela: a de escritor de contos. Este aspecto, porem, nao constitui uma verdadeira surpresa para quem com ele tem privado. Representa apenas a passagem ao papel de um enorme repositorio de vivencias que o Prof. Albano Estrela foi elaborando, congeminando e, de forma mais ou menos explícita, revelando nos mais variados actos. Ler os seus livros e revisitar a nossa propria relaçao com o autor e a sua relaçao inquieta com o passado. O comico ou ate mesmo hilariante drama de algumas personagens despertam em nos um imparavel sentimento de solidariedade, quase de compaixao. Em todo o caso, de simpatia. 

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Cristina Zukowsky Tavares Coordenadora do Curso de Pedagogia, UNASP-SP 

Para terminar nao poderia deixar de referir o seu importante papel de impulsionador e organizador em particular na formaçao de professores e na dinamizaçao de associaçoes que sao marcos historicos das Ciencias da Educaçao em Portugal, como a SPCE, cujo 1º congresso decorreu no Porto, em Novembro de 1989, ou a AIPELF/AFIRSE. Em suma, a latitude dos seus interesses, a riqueza e estímulo do seu pensamento, a pertinencia das suas iniciativas (empreendimentos, organizaçao,...) e a sua capacidade para integrar questoes científicas, pedagogicas e literarias sao os marcadores da sua ilustre carreira. Fazer parte dela e uma grande honra e um enorme prazer. Porto, 27 de Junho de 2015

Gostaria muito de estar presente na homenagem ao professor Albano Estrela. Aprecio e respeito seu trabalho ha muitos anos aqui do Brasil. E combinando com professora Maria Teresa Estrela representam para mim professores e pesquisadores que trouxeram essencial contribuiçao ao campo das ciencias da educaçao. Abraços fraternos

Anabela Figueiredo Assistente Técnica da Faculdade de Psicologia O Professor Albano, o que posso dizer? Um Senhor simpatico, com um coraçao do tamanho do mundo e com muito sentido de humor! Lembro-me que quando vim a entrevista, estava tao nervosa que quando saí da sala disse a umas colegas que nao ia ter nenhuma hipotese de ser selecionada, mas so o facto de ter sido entrevistada pelo Professor Albano Estrela ja tinha valido a pena ter concorrido! Algum tempo depois tive o privilegio de trabalhar diretamente com ele no Secretariado, enquanto Presidente do Conselho Diretivo da FPCE e guardo muito boas recordaçoes desse tempo. Guardo tambem a lembrança de ele ser a unica pessoa que me tratava e trata por Ana. Nos fazemos anos no mesmo mes com um dia de diferença e alguns anitos tambem…, fazíamos questao de bebermos um cafe juntos para celebrar! Ha muito mais coisas para dizer, mas de momento nao me lembro, so sei que nunca vou esquecer o SENHOR PROFESSOR ALBANO ESTRELA. Muito obrigada, Professor! 9


Cecília Galvão Professora Catedrática do IE-ULisboa

À Professora Maria Odete Valente Comecei a escrever, tentando fazer uma cronologia, mas depressa abandonei esse registo, porque a Professora Odete Valente tem uma ligaçao tao forte a todo o meu percurso profissional que a passagem para um registo personalizado foi muito facil. Quando entrei para o mundo da educaçao em ciencias, nos anos oitenta, ainda como professora de biologia do ensino secundario, a referencia maior era a Professora Odete Valente. Quando entrei para o Departamento de Educaçao da Faculdade de Ciencias, dez anos mais tarde, o nome da Professora Odete trazia associado uma carga de inovaçao pouco vulgar nessa epoca, concretizada no Projeto sobre as Mulheres e as Novas Tecnologias e no Projeto Dianoia. A metacogniçao ganhou uma dimensao importante que se foi perpetuando em teses de mestrado e de doutoramento, ao longo de anos, e concretiza-se cada vez mais nas dimensoes reflexivas que queremos que os professores (e todos nos) desenvolvam sobre a pratica. Todo o meu percurso dentro do Departamento de Educaçao ficou ligado a essa figura maior, a Professora Odete esteve sempre presente nos varios momentos da minha carreira e era a pessoa que se destacava sempre na luta pela afirmaçao da Educaçao e do Departamento. Mulher de partilha de ideias e de desabafos, quantas vezes com ela partilhamos conquistas e derrotas! Ficaram comigo as grandes reflexoes sobre Educaçao, sobre o futuro do Departamento e a formaçao de professores, as reunioes de Departamento, as longas reunioes da Comissao Científica, a Coordenaçao do Centro de Investigaçao em Educaçao, a Revista de Educaçao. Mas tambem a partilha da revolta quando regressava de reunioes da Comissao Coordenadora da Faculdade de Ciencias, particularmente difíceis, e que so percebi de facto quando me confrontei com a mesma agressividade de alguns colegas que nunca entenderam a necessidade do Departamento de Educaçao. Felizmente havia outros mais esclarecidos, com quem trabalhavamos bem e com quem fomos cons10

truindo alguns projetos e ideias interessantes. Mas a Professora Odete foi a pioneira dessa luta, sem ela talvez o Departamento de Educaçao nunca tivesse existido e assim talvez o Instituto de Educaçao nao fosse possível. Nunca sabemos quais as consequencias se o passado tivesse sido diferente, nem e isso que esta em causa. O que interessa e que a sua vontade indomavel, porque acreditava numa causa, determinou o nosso presente. Com ela construímos uma família dentro do Departamento de Educaçao, nem sempre consensual, com vozes muitas vezes discordantes, mas, por isso mesmo, com liberdade para discutir e trocar ideias que nos foram ajudando a avançar. E o nome e a pessoa da professora Odete Valente sao indissociaveis do Instituto de Educaçao e de tudo o que temos alcançado. Muito obrigada por tudo o que me proporcionou, ate em momentos bem particulares da minha vida pessoal. E uma alegria de cada vez que a encontro e penso sempre que gostaria de ve-la ca, no Instituto de Educaçao, mais vezes.

Um beijinho Cecília Galvão


Elisabete Oliveira Professora Auxiliar Aposentada do IE-ULisboa Atual investigadora voluntária no CIEBA - FBAUL PARA O DIA DO IEUL, 2015.07.08 À PROFESSORA ODETE VALENTE (OV) MOMENTOS DE VIDA CRUZADOS Em 1953-58, OV estava noutra turma de emblema verde no Liceu D. Filipa de Lencastre; mas ja se destacava entre duas centenas e conhecíamo-nos. No Liceu Normal de Pedro Nunes, onde eu estagiara com Betamio de Almeida, encontrei OV em alto nível no exigente estagio com Romulo de Carvalho. Depois, foi o seu salto veloz para o Doutoramento nos EUA. Guardo a lembrança da resiliencia de OV quando, por assumir o posicionamento militante político e científico da mudança, dos professores desse tempo, foi forçada a trocar Lisboa por Coimbra, no ensino. E mesmo no pos-25 de Abril, ao reencontrarmo-nos na criaçao da Reforma Curricular, os obstaculos prosseguiram: em 1976, na volta das ferias de verao, tinham sido alterados os Programas criados para Historia e Ciencias Físico-Químicas, este proposto por OV e que, por ser considerado demasiado avançado, era remetido para escassas turmas experimentais. Depois, revelou-se-me o pioneirismo determinado de OV, nas decadas de construçao da Educaçao em Ciencias, na FCUL, que ela ja avançara quando, na FPCEUL, eu acompanhava a luta de Albano Estrela para criar as Ciencias da Educaçao. E a estrutura desenvolvida por OV na FCUL cresceu rizomaticamente em Mestrados e Doutoramentos, abrindo-se as Ciencias e a Pedagogia a Tecnologia. Voltamos a cruzar-nos tambem na criaçao de Secçoes-SPCE que Albano Estrela impulsionara; e em inumeras situaçoes ligadas a disseminaçao da sua dinamica visao educacional, em Comunicaçoes e vasta obra publicada. Assim, expresso o meu reconhecimento do valor da vida profissional de OV, de lutadora determinada, estruturante e inovadora; e da coragem com que – tambem na sua vida pessoal –, arrostou com a perda imprevisível, sempre construindo e irradiando… Tornou-se um referencial de qualidade humana; competencia científico-pedagogica; eco-compatibilizaçao sustentada; resiliencia e esperança. BEM-HAJA! Com apertado abraço de PARABENS, consideraçao e muita estima,

Elisabete Oliveira (elisabeteo@netcabo.pt)

Olga Pombo Professora Auxiliar com Agregação da FCUL Foi com mulheres assim que o mundo foi feito. É com mulheres assim que o mundo poderá ser melhor!

Olga Pombo, Junho de 2015

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Elisabete Oliveira Professora Auxiliar Aposentada do IE-ULisboa Atual investigadora voluntária no CIEBA - FBAUL PARA O DIA DO IEUL, 2015.07.08 AO PROFESSOR ALBANO ESTRELA (AE) MENSAGEM DA SUA PRIMEIRA ASSISTENTE Em 1985, vinda da preparaçao para o PhD no IE da Universidade de Londres, em interacçao internacional – e ja com vinte anos de docencia, planificaçao e formaçao de professores no Ensino Secundario –, em dialogo com a Professora Maria Teresa Estrela, fui encaminhada para AE, tornando-me na sua primeira Assistente nas aulas em Psicologia, na R. Pinheiro Chagas. Se no Estagio de ’65-’67, com Betamio de Almeida, ja acontecera um abrir de horizontes culturais esteticos e o enraizamento de uma visao criativa em Arte-Educaçao, o que resultaria de mais vinte anos, na FPCEUL, com AE? O entretecer das aprendizagens com o seu saber e a sua acçao, tera começado pela singular proximidade do seu dialogo com todos, a cada situaçao. A confiança no desempenho do outro e liberdade de cada um resolver o emergente, agigantava neste a capacidade de assumir responsabilidades, responder as necessidades e crescer-em-processo; e consciencializava a investigaçao-acçao com contínua avaliaçao. Seguiram-se a liçao de serviço publico científico-educacional, criatividade e determinaçao, que levaram AE a lançar as Ciencias da Educaçao a partir do Mestrado, no espaço do gaveto da Av. do Brasil, tao escasso que aulas houve iniciadas no vestiario da Sala dos Doutoramentos da UL; e a energia irradiante que entusiasmava todos os privilegiados que participavam neste empreender. O pioneirismo determinado de AE proliferaria em Mestrados, Doutoramentos e Projectos, em convenios com as Universidades da Madeira e dos Açores; com o Luxemburgo e outros parceiros internacionais; trazendo-nos colaboraçoes de A. de La Ordem, Municio, Miallaret, Hameline, Angulo, G. Landesheere ou Berbaum… A investigaçao foi-se espraiando e aprofundando; e, fruto da sua observaçao sagaz e operacionalidade, nao havia tese cujas Referências Bibliográficas nao incluíssem a sua Bíblia Amarela, de 1984 (Teoria e Prática de Observação de Classes), instrumentos oferecidos a mil e uma adaptaçoes… Ate recordo que lhe ofereceram uma festa, com a Bíblia em forma de bolo! O desafio que talvez nos tenha inculcado mais profundamente, para a vida, tera sido a agilidade para o imprevisto ou a subita mudança do angulo de analise – nele, ora com ternura quase paternalista, ora com ambiguidade ou ironia nao fracturante: precursor da visao da complexidade, pelo dialogo e em recursividade, tambem no seu quotidiano se encontrava a hologramaticidade, de tudo ter a ver com tudo… Talvez por isto, e pela sua abertura cultural, muito em especial ao cinema, AE se tenha vindo a realizar tambem na escrita ficcional, aparentemente inesperada mas em natural continuidade: em poesia, novela e, sobretudo, no Conto: na mestria do fluir com suspense, do trans-planar de associaçoes com originalidade e finais surpreendentes – que ja lhe notava em leitura de 1996 –. Daí nos ficam imagens como a do impulso do homem para dar o salto (da ponte); Um táxi católico? ou o erotismo da sua Mercedes, os sentidos despertos na busca do sentido; ou a escola-caserna (O Mapa dos Sabores) – a reflexao deste Conto partilhada na Crónica-on-line periodica –. Neste primeiro livro, de 1994, revela como emergiu o vício de adolescente, da poesia, em Os três dias mais longos; e partilha algumas chaves: o diálogo intermitente com o público (…) auscultar e escrever; conhecer a essência do homem através do espelho da arte – e nao e tambem isso, o que tentamos, neste paragrafo da nossa Mensagem? –; (…) Ao aceitar o que desconheço em mim, passei a estar mais atento aos outros, a aceitá-los no que são e que eles ainda não sabem que são. Talvez seja esse o sentido da mudança… Sobre o tempo, repara: Veja bem o que sete segundos podem fazer à vida de um cristão… (Sete, Meu Amor, Sete); em dois Andamentos: A vida é sonho (…) Os sonhos vida são (A minha vida por um sonho). E 12


tem sabido ser como aquele que soube fazer da sua vida uma procura incessante do fantástico que liberta da banalidade do quotidiano que nos asfixia. Por isso, se tera encontrado com o chinês (…) o meu anjo protector que me segue dia e noite (…) ele habita dentro de mim. Ele sou eu! (…) E quanto mais o meu corpo se transforma, mais fundo desce em mim o ser inominável, a quem eu, por simplificação, chamo anjo da guarda. A amparar-me nesta caminhada até à morte – porta aberta à eternidade. (O homem em trânsito.) inesgotavel para a nossa caminhada vital. Da dimensao profissional disse: Nestas coisas da cias feito… (a escola-caserna. O Mapa dos Sabores). Temos podido VER, vividas, estas experiencias de AE – das minimezas as grandes realizaçoes –, prosseguidas num quotidiano de vinte anos apos o começo que referimos; e mais dez, pos-aposentaçao: – (1) Na passagem para a nova casa da FPCEUL, apoiando a consulta que o Arquitecto Tainha fez, a Professores, Estudantes e Funcionarios, validando o Projecto que, construído – apesar de ainda estar omissa uma ala – mereceu o premio Valmor. (2) Na fundaçao e impulso das Secçoes e Congressos da SPCE e da AFIRSE-AIPELF (actual AFIRSE Portugal), donde emanaram dezenas de volumosos Livros, em contínua actualizaçao, internacionalmente contextualizada – alem da sua propria Bibliografia –. (3) Na gestao da FPCEUL e dos seus recursos humanos e materiais. (4) Na mediaçao, de longos anos, para que a ESBAL viesse a incorporar-se na UL e a ArteEducaçao pudesse, em parceria com a nova FBAUL, formar Professores-Mestres e Doutores. (5) Para a criaçao de numerosos Mestrados, Doutoramentos e Pos-Doutoramentos em

nais, orientando dezenas de Teses e integrando muitos mais Juris. (6) Na germinaçao do conceito de Instituto de Educaçao, na base do actual IEUL. (7) Na formaçao, semanal por vezes, da equipa docente, congregando Pares (Docencia e Investigaçao). (8) Na iniciativa editorial, reunindo textos científicos de Colegas; mas tambem facilitando a publicaçao da obra de ficçao destes. Pelo que evocamos, expressamos a nossa gratidao; e ainda, especificamente na nossa Investigaçao, pelo saber e fortalecimento, nas nossas Provas:

– (1) Supervisao, quando em 1992 – dezanove anos apos termos integrado um Juri de Exame de Estado (na equipa de Betamio de Almeida), tivemos de realizar Provas de Aptidao Científica e Capacidade Pedagogica na FPCEUL. (2) Encaminhamento para a Supervisao por Berbaum, quando tivemos de transferir o nosso projecto de Tese de Doutoramento do ULIE-UK para a UL, onde viemos a termina-la em 2005 com Supervisao de Sara Bahía, apos a morte de Berbaum, tendo AE integrado o respectivo Juri. Por toda a partilha convivida e pela sua obra: BEM-HAJA! Com a Professora Maria Teresa Estrela, muito presente, e os seus. E sua a receita: a busca da libertação da banalidade do quotidiano que nos asfixia. Sao seus os instrumentos: estar mais atento aos outros, a aceitá-los no que são… E o anjo: esta em si! Com apertado abraço de PARABENS, consideraçao e muita estima, Elisabete Oliveira (elisabeteo@netcabo.pt)

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A. Reis Monteiro Professor Auxiliar com Agregação do IE-ULisboa

A Maria Odete Valente é uma admirável militante das causas do direito à educação. Uma mulher de grandes valores e tantos afectos. A sua abertura ao possível e à alteridade é uma das melhores memórias que guardo dos 25 anos em que fomos colegas de trabalho no Departamento de Educação da FCUL. É com seres humanos como Maria Odete Valente que a combatividade, a generosidade e a amabilidade vão humanizando a vida neste mundo…

Florbela de Sousa Professora Auxiliar do IE-ULisboa

Maria Helena Salema Professora Auxiliar Aposentada do IE-ULisboa

M. O. V., como costuma assinar, sempre me surpreendeu pela premoniçao da sua liderança. M. O. V. (e pur si muove) forte visao e crença na educaçao.

Conheci a Professora Maria Odete Valente em 1985, no 1º curso de Mestrado em Educaçao na FCUL. Foi a minha orientadora na tese de Doutoramento. Depois continuamos a colaborar no trabalho de investigaçao, em projetos nacionais e internacionais.

M. O. V. a cidada: “Educar para a cidadania pode ser educar o olhar sobre o outro”. M. O. V. a mulher e as ciencias: ”Educar para a cidadania pode ser desvendar, tentar compreender e entender as metaforas e as falacias, e nao desistir de procurar compreender o que esta por detras de cada teia…”

As minhas palavras nao sao suficientes para expressar o respeito, a admiraçao e a amizade que tenho para com a Professora Maria Odete Valente. No ensino: inspirou o caminho da inovaçao pedagogica.

Com amizade Florbela de Sousa

Na investigaçao: o gosto, o rigor e a aventura da descoberta do conhecimento. Na amizade: a alegria e o calor humano do convívio academico. Na pessoa: a liberdade, a tenacidade, o sonho. Bem haja. Maria Helena Salema 14


Joaquim Sá Professor Associado Aposentado da Universidade do Minho

EM HOMENAGEM À PROF.ª ODETE VALENTE Neste dia da justa e merecida homenagem do Instituto de Educaçao de Lisboa, quero, perante a comunidade academica, dizer da grande estima, admiraçao e amizade que sempre nutri pela Professora Odete Valente, nestes ja longos anos em que as nossas vidas se cruzam. Um lampejo de empatia incandesceu naquele Outubro de 1979 em que frequentei a cadeira de Metodologia da Física. Eu acabava de ingressar no 4º ano do curso depois de 3 anos de desencanto com a vida universitaria… Porque eu nao tinha espírito para aquela desertificaçao humana no relacionamento dos docentes com os alunos. Com a Professora Odete foi diferente, logo na primeira aula. Dispor-nos numa mesa em U, falar-nos de forma sorridente e afectuosa, dar-nos a palavra para nos expressarmos foi unico e extraordinario… ate aquele momento. Apoderou-se de mim um contentamento interior que ainda nao tinha experienciado na universidade – senti que ali começava uma vida nova: uma paixao pela educaçao. Aproveitei o ensejo para dar largas a minha vontade de falar: expressar ideias, pensamentos, sentimentos… Percebi que vivia amarfanhado, e que a minha vitalidade interior se expandia de novo sob multiplas formas. As conversas com a Professora Odete continuaram para alem das aulas. Nao posso deixar de lhe agradecer o luxo que foi partilhar o seu gabinete em longas conversas, quando eu ainda era um jovem estudante universitario. Senti-me lisonjeado e privilegiado. O que era para mim fascinante era a diversidade de temas de que falavamos e o quanto eu me sentia intelectualmente estimulado. Tornei-me assim, naturalmente, um dos seus discípulos, seguindo-se a Dissertaçao de Mestrado e depois a de Doutoramento. Todo esse percurso foi para mim uma experiencia muito enriquecedora. E a medida que eu melhor conhecia o mundo academico, a Prof.ª Odete permanecia, no meu espírito, com crescente nitidez, a minha principal referencia do ponto de vista intelectual, etico e humano. Mesmo quando estamos muito tempo sem trocar uma palavra, tenho-a no meu pensamento. E quando tenho uma novidade para partilhar, depois da minha família, e com a Professora Odete que me ocorre faze-lo. Continuo ainda hoje a sentir a sua compreensao e estímulo. Terminei a minha carreira academica muito precocemente, por razoes que nao sao as da minha vontade. As razoes sao as da exiguidade do espaço para a liberdade de pensamento, a independencia de espírito e a honestidade intelectual nas nossas universidades. Nas actuais circunstancias e com emoçao que conservo muito viva a recordaçao do seu profundo apreço pela liberdade e independencia intelectual que sempre exerceu e cultivou nos outros. Estou-lhe muito grato por isso. Quando essa liberdade me foi coarctada, muitas vezes me senti orfao... Mas e esse mesmo espírito que hoje me continua a animar em novos projectos muito desafiadores. Oxala esse seu exemplo de liberdade e independencia frutifique e muito tera a Universidade a ganhar. Porque nao existe criaçao sem liberdade de pensamento. Um grande abraço.

Joaquim Sá Braga, 5 de Julho de 2015 15


João Amado Professor Associado da FPCE-UC e Colaborador da UIDEF

O Professor Albano Estrela, ao longo de toda a sua vida, tem vindo a deixar marcas indeleveis na historia de vida de todos aqueles que, nas mais diversas situaçoes, tiveram a sorte de com ele se cruzar. Aos que, como eu, coube o privilegio de o acompanhar ao longo de muitos anos (no meu caso, primeiro como aluno, e depois como colaborador), tera acontecido, por certo, darem consigo mesmos a toma-lo como referencia, quer na exigencia e no rigor do trabalho científico, quer na busca fecunda de outros angulos a partir dos quais os temas, os acontecimentos, a realidade em geral, pode ser vista, e nao simplesmente olhada; mas tambem, a considera-lo como modelo na abertura aos outros, na capacidade de os ouvir, na gentileza e simpatia do trato, na generosidade e disponibilidade para ajudar e colaborar. Um conjunto de qualidades que fazem dele um Grande Ser Humano, para alem do Cientista e Academico. Mas o Professor Albano nao nos deixava (e nao deixa, ainda) de surpreender igualmente pela forma simples, despreocupada e original com que dava (da) a volta as pequenas coisas… e nesse aspeto, muitos serao os “incidentes críticos” que todos nos podemos partilhar e que nos dirao, talvez melhor do que qualquer outro “dado”, quem foi e quem e este Mestre e este Homem. Deixo aqui o registo de um desses possíveis e singelos “incidentes” que, a serem reunidos, haveriam de constituir a melhor informaçao para compreendermos e interpretarmos esta personalidade ímpar e, talvez ate, heterodoxa. Em determinado dia, no início dos anos 90, o Professor Albano veio a Coimbra proferir uma conferencia sobre Formaçao de Professores na Faculdade de Letras. Supostamente viria do Porto onde, na vespera, tinha estado em trabalho, e eu esperava-o na Estaçao Velha para o levar, depois, ao local da conferencia. Logo que nos encontramos, o Professor, com a sua usual bonomia, perguntou: — O Joao, tens uma camisa que me emprestes? De facto, logo que o vi descer do comboio, e como bom conhecedor da cultura coimbra, estranhei que fosse conferenciar, vestido de simples camisete, para a Faculdade de Letras. E, claro… eu nao tinha, nem se esperava que tivesse, uma camisa que lhe servisse! A pergunta mais nao era do que forma de o Professor manifestar a sua preocupaçao. Fomos, de imediato e a correr para uma camisaria do Centro Comercial da cidade. E com ajuda da simpatica empregada, num ambiente de descontraçao e bom humor, que so o Professor sabia criar, la se escolheu uma camisa. A empregada tirou-lhe os alfinetes, o Professor experimentou-a no vestiario … servia na perfeiçao. Faltava uma gravata … mais uma vez, com a cooperaçao da empregada (visivelmente surpreendida e ate um pouco embaraçada com o a vontade daquele cliente, por mim naturalmente tratado por Professor), foi escolhida gravata a condizer. Tudo envergado e posto no sítio (– ja nao sei quem tera feito o no ao dito adereço…) e, finalmente, aconchegado sob um casaco meio engelhado que tirou de um saco de plastico (unica bagagem que transportava, alem do jornal), o Professor foi-se ver ao espelho e exclamou, satisfeito e gaguejando a seu modo: — Ah! Agora ja pareço um Doutor! Pagou e avançamos para a Faculdade, com um ligeiro atraso. Mas o Mestre seguia confortavel e confiante para a sua palestra, certo de que satisfazia plenamente aquilo que em Coimbra, pelo menos a epoca, era exigido: nao bastava ser Doutor… era necessario, tambem, parece -lo! João Amado Universidade de Coimbra

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Cleoni Fernandes

Carlinda Leite

PUCRS (Brasil), tripeira de coração

Professora Catedrática Aposentada da FPCEUP

Ao retornar ao tempo de meus estudos de pos-doutoramento na U.Porto, sob a orientaçao da Profª Carlinda Leite, vivi a alegria de conhecer pessoalmente o Prof. Albano Estrela, para alem da leitura de seus livros. Emerge hoje a lembrança do rapido convívio em fevereiro de 2009, no evento da AFIRSE. A forma como fui acolhida traz para mim a ideia de que saudade e presença na ausencia de quem nunca partiu, pois a sua obra e as suas atitudes estao entranhadas em aprendizagens que nos fazem melhores.

Conheci o Professor Albano Estrela Conheci o Professor Albano Estrela quando era uma jovem orientadora de estagio de professores de Ciencias da Natureza. Nao recordo o ano em que isso ocorreu mas deve ter sido no final dos anos 70, princípio dos anos 1980. Na altura nao se falava ainda entre nos de supervisao pedagogica – ou pelo menos essa nao era uma expressao que fizesse parte do meu vocabulario –, mas tenho ainda bem presente o modo como o curso que realizou para orientadoras de estagio me despertou a atençao para questoes hoje consideradas inovadoras no campo da supervisao. Tenho a impressao que nunca lhe falei desta marca que em mim teve. Faço-o agora para que o Prof. Albano saiba a importancia que teve no início da minha carreira profissional como formadora de professores. Com ele aprendi a importancia da observaçao de situaçoes educacionais, o cuidado que ha que ter para nao se cair em generalizaçoes apressadas e a importancia que pode ter para a formaçao um dialogo partilhado e comprometido sobre observaçoes de praticas pedagogicas.

Com afeto, Cleoni Fernandes

Marcel POSTIC Professeur honoraire des Universités de Rennes II et de Nantes

Mais tarde tive a oportunidade de conviver mais de perto com o Professor Albano e de o reconhecer na sua criatividade e capacidade de planeamento e no espírito de abertura a outras ideias. Com ele estive envolvida na Sociedade Portuguesa de Ciencias da Educaçao e por ele fui cada vez mais desenvolvendo uma enorme amizade que hoje aqui quero publicamente deixar expressa.

Message du Professeur Postic à l’occasion de l’hommage au Professeur Albano C. Estrela du 8 juillet 2015 Nous nous connaissons, Albano et moi, depuis son séjour à Caen, au sein de l’Université de Caen. Nous n’avons pas cessé de correspondre, d’échanger nos publications, de partager nos idées et d’exprimer notre amitié.

27 de junho, 2015

A l’Université de Lisbonne où je suis venu de nombreuses fois pour assurer des séminaires de recherche et faire des cours et des conférences, j’ai pu apprécier non seulement sa rigueur scientifique mais aussi son ouverture à toutes les formes d’expression culturelle. Il est un parfait humaniste.

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António Neto Professor Associado com Agregação do Departamento de Pedagogia e Educação da Universidade de Évora

É muito importante que a gente pense que a criança que está na sala de aula não é nem a criança do psicólogo, nem a criança do sociólogo, nem a criança do filósofo, nem a criança do antropólogo. É uma criança deles todos, mas que, depois de tudo, é um aluno que, pelo facto de ter sido metido dentro da instituição escola, passou a ser uma nova figura. É o aluno! (Maria Odete Valente, 1991)

Esta visao ecletica e integradora de saberes que, a meu ver, carateriza o pensamento pedagogico e a pratica educativa da Prof.ª Odete Valente, constitui uma das marcas idiossincraticas mais salientes e, simultaneamente, para mim mais gratificantes, porque verdadeiramente transformativa, que dela retenho, enquanto minha orientadora de doutoramento. Como grande responsavel em Portugal pela afirmaçao do campo da Didatica das Ciencias, a Prof.ª Odete, no seu papel de pioneira nesta missao, foi realmente capaz, com a ousadia que so os pioneiros sabem mobilizar, de ajudar a edificar este campo, e por contagio as proprias ciencias da educaçao, como um espaço integrador de saberes, mas uma integraçao reconstruída, uma produçao nova, para a qual contribuem as ciencias auxiliares da educaçao que, estudando o aluno como facto, ajudam a Didatica a estuda-lo como ato. A Prof.ª Odete sempre recusou, nesse sentido, uma Didatica confinada a simples transposiçao do conhecimento científico da especialidade, ainda que eventualmente suportada numa panoplia de tecnicas supostamente apropriadas. Mas, dada a emergencia relativamente recente deste campo epistemologico, compreende-se que, por vezes, se verifique algum desfasamento entre o pluralismo epistemologico e metodologico para que apontam as novas filosofias das ciencias e o monolitismo que, a esse respeito, caracterizava a corrente positivista, sobretudo na sua fase mais radical, a do positivismo logico. Deteta-se ainda, com efeito, na investigaçao em Didatica das Ciencias, alguma obsessao pela “cientificidade”. Essa e, porem, uma cientificidade contemporaneamente descontextualizada, em que, muitas vezes, parece nao se ter em conta o facto de haver muitos saberes mobilizados para a açao educativa que nao sao, nem podem ser saberes de tipo científico − sobretudo do modelo positivista do conhecimento científico. Essa foi sempre a convicçao de Maria Odete Valente, como bem o ilustram as palavras por ela proferidas quando, a proposito do estatuto epistemologico da Didatica, escrevia: A didáctica é uma sabedoria feita de filosofia, feita de ciência, feita de estética, feita de intuição, feita de capacidade de engenharia, de projecto de novas dinâmicas. E, portanto, é uma maneira humana superior à de fazer ciência, à de fazer arte; é tudo isto engendrado numa capacidade que se revela melhor para a intervenção que se deseja. (Valente, 1991)

Trata-se de uma perspetiva que nao retira a didatica cientificidade; o que necessariamente tem de ser e uma cientificidade reconfigurada, colocada em fase com os sinais dos tempos. Cruzei-me por acaso varias vezes com a Prof.ª Odete ainda nos anos gloriosos da decada de 70 do seculo passado, período em que o ano de 74 e naturalmente marco proeminente. Isso aconteceu nos corredores do Departamento de Física da velhinha Faculdade de Ciencias de Lisboa, a Escola Politecnica, onde eu frequentava a Licenciatura em Física, Ramo de Microfísica. Atraves de testemunhos de outros colegas que tinham optado pelo Ramo Educacional do curso, ia tendo conhecimento das atividades que iam sendo desenvolvidas nas exíguas instalaçoes destinadas a area da Metodologia da Física, coordenada pela Prof.ª Odete. Desses colega, lembro-me, por exemplo, da Maurícia Oliveira, da Clementina Miranda, da Ze Bras Martins, da Lucília Pinho ou do Vítor Teodoro. Nos, os que nos tínhamos orientado para uma física mais “dura”, olhavamos para o que se passava naquele pequeno gabinete das metodologias com um misto de curiosidade e sobranceria. 18


Mas o que nao poderíamos na altura antecipar era que, devido ao ímpetus inovador e a ousadia da Prof.ª Odete o que ali estava a germinar era o que viria a tornar-se no pujante Departamento de Educaçao da Faculdade de Ciencias, ja com as suas novas instalaçoes ao Campo Grande. No anos 80, exercendo eu funçoes docentes, como assistente convidado, no Departamento de Pedagogia e Educaçao da Universidade de Evora, colocou-se-me a possibilidade, muito por estímulo do entao Presidente do Departamento, Prof. Manuel Patrício, de vir a realizar Doutoramento, mesmo sem antes ter tirado mestrado. E claro que o primeiro nome que logo surgiu como potencial orientador foi o da Prof.ª Odete. Tendo esta manifestado a sua disponibilidade, começamos a trabalhar num tema que cruzava a resoluçao de problemas de física com a dimensao do pensamento criativo, linha que na altura representava uma das principais apostas de investigaçao da Prof.ª Odete. Fiquei bastante entusiasmado com o tema. Quem podia ficar insensível a estudos focados na criatividade, ainda para mais numa disciplina que, para muitos alunos, nao passava (como hoje ainda nao passa!) de uma autentica “seca”? Mas, confesso, o entusiasmo foi um pouco esmorecendo, quando fui confrontado com a necessidade de pensar nos instrumentos de recolha de dados, em particular nos famosos testes de pensamento criativo, como os de Torrance. Mas, felizmente, a Prof.ª Odete, soube intervir cirurgicamente. Entretanto, ela propria se tinha entusiasmado com o campo dos thinking skills, em particular da metacognição, domínio em que mais uma vez seria pioneira em Portugal. E nesse ambito que surge o importante e influente Projeto DIANOIA. Embora eu nao tivesse feito parte formalmente da equipa do projeto, pude beneficiar dos seus recursos (materiais e humanos) e dos seus produtos. E o meu tema viria a adquirir forte multidimensionalidade, ja que tinha de cruzar a Física, nomeadamente a designada Física Qualitativa, o campo da metacogniçao, sem ignorar as questoes do pensamento logico-matematico e, como pano de fundo, o aprender a pensar.

So uma orientadora com o perfil da Professora Odete, ou seja, com um pensamento verdadeiramente holístico e integrador de saberes conceptuais e metodologicos, e que se teria responsabilizado pela orientaçao de tal projeto. Mas essa tarefa foi algo que ela acabou por desempenhar pode dizer-se naturalmente. A visao ecletica, reflexiva, problematizante e ao mesmo tempo etica e estetica, numa palavra global, e nela estruturante. Ja a tender para o final da investigaçao para o doutoramento, encontrei por mero acaso, numa Livraria de Madrid, um pequeno livrinho com o sugestivo título “Los procesos psicologicos de nível superior”. Era de um tal Lev Vigotsky, autor que, na altura, praticamente desconhecia. Li o livro e fiquei agradavelmente surpreendido, diria mesmo, perplexo. Praticamente todos os conceitos que considerava estruturantes na minha tese estavam plasmados naquele livrinho! E questionei-me a mim mesmo: nao seria Vigotsky, autor que faleceu precocemente nos anos trinta do seculo passado, um precursor do conceito de metacogniçao, termo que so viria a ser cunhado em meados do mesmo seculo? Mais tarde, em Inglaterra, deparo-me com tres importantes artigos subordinados exatamente ao título principal: “Vygotsy as precursor of metacognition”. Nao mais deixei de me interessar por este autor. Sobretudo por valorizar nele a natureza global, ecletica, social e cultural da sua obra. E, curiosamente ou talvez nao, e tambem o que muito valorizo no pensamento, na obra e na atitude da Prof.ª Odete Valente. Como valorizo, e muito, a forma como sabe ser amiga, uma amiga por inteiro: Para ser grande, sê inteiro: nada Teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és No mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda Brilha, porque alta vive Ricardo Reis

Muito obrigado Prof.ª Odete!

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Maria de Fátima Pinto

Licínio C. Lima

Doutoranda em História da Educação, IE-ULisboa

Professor Catedrático do IE da Universidade do Minho

Tive o privilegio de conhecer o Professor Albano Estrela no final da decada de 1980, quando resolvi voltar a FLUL para fazer um conjunto de cadeiras extra-curriculares, entre as quais se integrava a de “Introduçao as Ciencias da Educaçao”. Esta disciplina significou o meu primeiro contacto com teorias e metodologias da educaçao, apesar de ja lecionar desde que concluíra a licenciatura em Historia, no ano de 1982. Da “turma”, recordo a presença marcante de Maria Santos, presidente do grupo parlamentar do PEV, que liderava a participaçao oral nas aulas, onde se cruzavam temas de educaçao e política com a partilha das experiencias letivas e pedagogicas. Do trabalho e do Professor, ficou o registo, muito interessante, da pratica de observaçao de uma classe/turma de 8º ano, na Escola Basica de Telheiras: um conjunto de grelhas preenchidas com o resultado das observaçoes, o teste sociometrico, o relatorio e o “livro de capa amarela” de folhas soltas e amarelecidas pelo uso e pelo tempo. Saber observar e problematizar para intervir no real e avaliar de forma consciente era o principal objetivo daquela disciplina que representou para mim, tambem, uma primeira aproximaçao das duas areas científicas que estruturaram a minha formaçao profissional: a Historia e a Educaçao.

Escreve Albano Estrela: “Se admitirmos que alguem viu Deus e dele tenha recebido uma missao, esse alguem foi, sem duvida, Buzzati, a quem Deus teria confiado o poder de nos fazer amar a literatura e, atraves dela, o poder de conhecer o bem e o mal que vive no coraçao do homem”. A partilhada admiraçao por Buzzati trouxe-me a memoria muitos momentos de dialogo e de cumplicidade, das reunioes da AFIRSE a avaliaçao das licenciaturas em Ciencias da Educaçao, no contexto da Fundaçao das Universidades Portuguesas e, especialmente, sob a sua coordenaçao inteligente e sabia, entre um finíssimo humor, umas vezes desconcertante e outras vezes subtil e pouco acessível, e o rigor de um trabalho assente no dialogo e na intersubjetividade, contra a alienaçao das regras burocraticamente impostas e a assimetria das relaçoes de poder entre os sujeitos em processo de avaliaçao. Coisa rara entre nos, como se sabe. Albano Estrela, um dos precursores das Ciencias da Educaçao em Portugal e, simultaneamente, o mais literariamente ilustrado e talentoso, e um homem profundamente conhecedor da condiçao humana, que aprendi a admirar profissionalmente e, depois, como amigo, atraves do dialogo intelectual e da convivencia, sempre a margem de hierarquias superfluas e de atitudes reverenciais que ambos consideramos um atentado a autonomia e a criatividade. Por tudo isto, Albano, aqui te deixo o meu forte abraço, com a amizade e a admiraçao pelo teu amor a literatura e a tarefa da educaçao como processo cultural de humanizaçao do ser humano. Licínio C. Lima Braga, 2 de julho de 2015

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Clara Ferrão Tavares

Bartolomeu Varela

Aposentada da ESE-IPSantarém

Professor da UniCv e Representante da SPCE em Cabo Verde

Caro Professor e Amigo, Albano Estrela Nao estou em Portugal, no dia em que o IE da Universidade de Lisboa lhe vai prestar reconhecida homenagem. Estou a escrever antes de sair. Tenho, mesmo, de lhe escrever esta mensagem para lhe agradecer o que tenho aprendido consigo. Refiro muitas vezes o seu nome, nao so em referencias de livros ou artigos, mas em contextos mais informais, para lamentar que, em Educaçao, como acontece em muitos outros campos, se tenha perdido muito a vontade de aprender. Tanta gente sabe tanto sobre tudo! E aprender tambem com «modelos»! Sei que nos proprios, recusamos os modelos, por varias razoes, mas eles existem! E felizmente que ainda existem alguns! Ha felizmente muitos Professores! E o Professor Albano Estrela e um deles!

Congratulo-me com o facto de a SPCE se associar a sessao de homenagem ao ilustre Prof. Albano Estrela, posto que este merece-a bem. Na verdade, estamos perante uma ilustre e destacada figura do campo da Educaçao que transcende as fronteiras de Portugal e e apreciada pelo mundo fora, em particular em Cabo Verde, onde foi Reitor do Liceu da Praia, cargo que desempenhou exemplarmente, granjeando respeito, admiraçao e carinho. Cordialmente, Bartolomeu Varela

Ana Paula Balão Assistente Técnica da FP-IE

— «Dizes que vais fazer um questionario… isso e o que todos os que nao sabem o que vao fazer dizem!» Nao foi directamente meu professor e, no entanto, sempre teve tempo e disponibilidade, mesmo para atender uma miuda que nao sabia bem como queria ser investigadora! Diverti-me tanto em Montreal, quando considerava que o «Mestre» nao se podia enganar nas ruas e andavamos as voltas ate que assumi que, claramente, a leitura de mapas nao era o seu forte! E em outras circunstancias, com comentarios, por vezes, cheios de humor, temperados pelo tom acertado (com outro tipo de ironia) da Professora Teresa. Fui a muitos Coloquios, mas… o do Canada nao esqueço! Muito Obrigada, Professor Albano Estrela E um abraço amigo da

Estimado Professor Albano Estrela Ha pessoas especiais para as nossas vidas, outras importantes, raríssimas, indispensaveis. Algumas fazem-nos felizes, muitas fazem-nos rir, outras marcam-nos por uma vida toda. E o Professor Albano foi tudo isso! Foi o Professor que me entrevistou, em 1992, era o Presidente do Conselho Diretivo da Faculdade de Psicologia e de Ciencias da Educaçao, ja la vao uns aninhos… Gostei muito de o conhecer e trabalhar consigo. Um ser humano extraordinario, com um sentido de humor fora do comum, com um coraçao do tamanho do mundo… com uma personalidade unica! Professor Albano, muito obrigada!

Clara Ferrão Tavares

Com amizade e carinho, Ana Paula Balao

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Ana Maria Freire Professora Auxiliar Aposentada do IE-ULisboa

Constitui para mim um prazer refletir e partilhar com colegas e amigos alguns aspetos da vida academica da Professora, Investigadora e Gestora Maria Odete Valente. No ano letivo de 1971/72 iniciaram-se a nível nacional as Licenciaturas do Ramo Educacional e no Departamento de Física da Faculdade de Ciencias da Universidade de Lisboa, Maria Odete Valente lecionou a cadeira de Metodologia da Física. Fui nesse mesmo ano sua aluna e com ela comecei a aprender a ensinar Física. Trabalhamos o PSSC (Physical Science Study Commitee) usando os seus textos e os seus materiais. Foi uma mudança a nível de conceçoes de ensino com outras estrategias e modos de aprender. Tinha tido, nas escolas secundarias que frequentei, professores tradicionais, transmitindo conceitos basicos, usando o quadro preto sem que nos questionassem ou colocassem perguntas interessantes e promovendo o trabalho laboratorial tipo receita de cozinha. Eis senao quando, nas aulas de metodologia da Física, Inquiry e Investigaçoes tomaram conta do nosso quotidiano escolar. Adorei aquelas aulas e sei hoje que foram elas que despertaram o meu gosto pelo ensino e influenciaram a minha trajetoria profissional como Professora de Física e Química. No ano letivo de 1976/77, Maria Odete Valente regressou dos Estados Unidos com o seu doutoramento em Educaçao para continuar, na Faculdade de Ciencias e no Departamento de Física, a lecionar novamente a cadeira de Metodologia da Física. Recebi, nessa altura, um telefonema seu a convidar-me para colaborar num projeto que envolvia trabalhar os materiais Project Physics. Aceitei naturalmente com alvoroço a proposta e durante tres anos, apos as minhas aulas, em diferentes escolas secundarias onde estava colocada, trabalhei no Departamento de Física onde pude, sob sua orientaçao, testar todos os materiais Projecto Física e preparar dois cursos de formaçao de professores (um em Lisboa e outro no Porto). A Educaçao em Ciencias estava a dar os primeiros passos e a Professora Maria Odete Valente foi a responsavel pelo incremento desta area do conhecimento, no nosso país. Em 1986, aceitei com muita honra o seu convite para ingressar como assistente convidada na Faculdade de Ciencias da Universidade de Lisboa. Durante alguns anos fui sua assistente e pude continuar a aprender nas suas aulas, onde sobressaía o seu conhecimento científico, a sua cultura e o humanismo nas relaçoes pessoais que estabelecia com os seus alunos. Nesses anos, integrei projetos de investigaçao por si coordenados e foi-me dado apreciar o rigor científico e a mestria com que os conduzia, conseguindo por a trabalhar equipas de pessoas muito diversificadas e com interesses distintos. Recordando hoje esses tempos surge-me a ideia de uma maestrina que consegue retirar de cada musico aquilo que ele tem de melhor para dar. Quero igualmente recordar o papel determinante e o seu empenhamento na criaçao do Departamento de Educaçao. Foi com uma fortíssima determinaçao e uma imensa racionalidade e inteligencia que conseguiu romper equilíbrios e interesses existentes e fundar um novo Departamento na Faculdade de Ciencias da Universidade de Lisboa. O Departamento de Educaçao desempenhou um papel importantíssimo na formaçao de professores de Ciencias e tambem na conceçao de mestrados e doutoramentos em Educaçao. 22


Estela Costa Professora Auxiliar do IE-ULisboa

Acompanhei-a durante varios mandatos na Comissao Executiva do Departamento de Educaçao e gostaria de referir tres aspetos de grande relevancia, o rigor com que geria os dinheiros publicos, a preocupaçao em chegar a todos os elementos que constituíam o Departamento e a criatividade em imaginar novos rumos, de modo a acompanhar sempre o que de mais inovador se produzia em outros países bem como o incremento de interesses e gostos na participaçao de cursos e congressos tivas, impossível de todas referir, foram tomadas como a organizaçao da Biblioteca, a conceçao da Revista de Educaçao, a criaçao do Centro de Audiovisuais. Recordo ainda a organizaçao da 18ª Conferencia da ATEE sob o tema Educaçao e Valores, em Setembro de 1993. Depois das recordaçoes e opinioes que aqui deixo expressas e que geralmente nunca se conseguem exprimir oralmente, quero terminar a afirmar o respeito, a admiraçao e a amizade que me liga a Maria Odete Valente ha mais de 40 anos.

Conheci Maria Odete Valente nos anos 90, quando foi minha professora e orientadora de mestrado. Fomo-nos reencontrando em diferentes tempos, espaços e contextos. Em cada novo (re)encontro, invariavelmente, reconheço o sorriso cativante, a vivacidade do olhar e a sagacidade da sua inteligência. O seu pioneirismo é marca distintiva no campo da Educação, mas também o espírito crítico e pensamento sempre inovador. Obrigada, professora! E que os desígnios nos tragam muitos outros (re)encontros!

Maria Fernanda Marinha Chefe de Divisão do IE-ULisboa

Foi com a Professora Maria Odete Valente, que dei os primeiros passos no mundo do trabalho e com quem trabalhei durante largos anos. Recordo algumas “noitadas” de trabalho com muito boa disposiçao. Agradeço-lhe reconhecidamente os ensinamentos e a liberdade que me concedeu ao longo dos anos. Obrigada Professora Maria Odete, foi um privilegio trabalhar consigo. Com amizade. Beijinhos da Fernanda

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Bravo Nico Estudante a Amigo do Prof. Albano Estrela, desde 1991

Conheci o Senhor Professor Albano Estrela, no ano de 1991, quando iniciei a frequencia do Curso de Mestrado em Ciencias da Educaçao – Area de Analise e Organizaçao do Ensino, na, entao, Faculdade de Psicologia e de Ciencias da Educaçao. Nesse mesmo dia, conheci a Senhora Professora Maria Teresa Estrela. Podia, agora, estar aqui a escrever uns quantos paragrafos sobre o que foram os, muitos, momentos que tive o privilegio de partilhar com o Prof. Albano e onde muito aprendi. Dos metodos de observaçao, das tecnicas de recolha de dados, dos sistemas educativos e de outras coisas muito importantes para minha formaçao. Mas, nao e este o momento, pois quem me esta a ler e a ouvir, nao tera paciencia para um relato que seria extenso. Nao e, pois, por aí que irei. No dia da nossa primeira aula com o Prof. Albano, estavamos todos muito receosos, pois a Norma, nossa colega brasileira, tinha consigo o seu neto bebe e nao sabia o que fazer, pois nao queria faltar a aula, mas nao podia separar-se da criança. Estavamos todos a colocar hipoteses para a soluçao do grande dilema, quando surge o nosso Prof. Albano. Chegou, olhou e percebeu logo o que se passava. O docente da disciplina de Teoria e Pratica de Observaçao de Classes chegou junto a Norma, pediu licença e tomou aquela criança nos seus braços, com todo o cuidado e carinho. E assim deu a aula de 50 minutos, sem nunca deixar de mimar o netinho da Norma, enquanto debitava algo sobre as grelhas de Flanders (acho eu). A criança terminou a aula dormindo profundamente e nos completamente surpreendidos. Aqui ha uns meses, conseguimos reunir o grupo desse mestrado e almoçamos juntos, no Parlamento, onde tive a felicidade de receber os meus colegas, seus estudantes e amigos de sempre. No meio do convívio, recordamos este episodio e … as lagrimas que deitamos ca para fora nao eram do peixe estar salgado…. E este Prof. Albano que temos dentro de nos. O Prof. Albano que nos marcou para sempre, com a sua humanidade, a sua alegria e a sua preocupaçao constante em ser bom para cada um de nos. Ainda hoje nao sei se tudo isto fara parte das Ciencias da Educaçao. Provavelmente, tera pouca sustentaçao científica e grande dificuldade de ser medido nos instrumentos que validam as evidencias que constroem a realidade. Mas la que nos marcou e nos formou, disso nao tenho qualquer duvida. Prof. Albano, envio-lhe um grande abraço e um sincero agradecimento por tudo o que me ensinou e me transmitiu. Agradecimento extensível a Profª Maria Teresa Estrela, cujo trabalho educativo comigo nao fica atras, muito pelo contrario. Quero, tambem, enviar um abraço a Senhora Professora Odete Valente, com quem, muitas vezes, me cruzei, nas mais diversas atividades academicas. Prof. Albano, nao posso estar aí, porque estou aqui, na Assembleia da Republica. E estou aqui a tentar fazer aquilo que me ensinou: lutar pelas causas e pelos ideais que transformam, para melhor, as nossas vidas. Sabendo que a Educaçao e uma dessas ferramentas que, quando entra pelo coraçao das pessoas, nao para no cerebro. Vai mesmo ate a alma! E quando aí chega, começamos a mudar, mesmo, um pouco, o mundo. Comigo, resultou, Prof. Albano: a sua humanidade, sentida naquela aula, com a criança ao colo, entrou-me mesmo na alma. E nunca mais saiu! A bebe, neta da nossa colega Norma, hoje, ja e uma mulher de 24 anos! Como o tempo passou… Bem-haja, Prof. Albano!

Bravo Nico (Deputado a Assembleia da Republica) 24


Pedro Rodrigues

Ana Paula da Silva Pereira

Professor Auxiliar do IE-ULisboa

Aluna da Licenciatura em Ciências da Educação da FPCE-UL (1991/1996)

Fui aluno do Professor Albano Estrela na licenciatura de Psicologia, onde sobressaía a sua postura informal, o humor, a boa disposiçao, a afabilidade, a tolerancia, o humanismo, a abertura de espírito e a boa relaçao com os alunos, características e valores que sem duvida norteavam tambem a sua vida pessoal e o seu modo de ser e de estar em geral no plano profissional, de que pude beneficiar nos anos em que com ele colaborei na Faculdade de Psicologia e de Ciencias da Educaçao, nomeadamente enquanto seu assistente, tendo sido sob sua orientaçao que concluí o mestrado e o doutoramento em Ciencias da Educaçao. Nesse contexto, pude testemunhar o seu contributo decisivo para o desenvolvimento das Ciencias da Educaçao na Faculdade de Psicologia e de Ciencias da Educaçao da Universidade de Lisboa, bem como para o desenvolvimento entre nos de novas perspectivas pedagogicas, metodologicas e epistemologicas. O seu livro sobre observaçao de classes continua a ver-se e a vender-se nas livrarias, trinta anos apos a primeira ediçao, o que e, sem duvida, um indicador da sua importancia nesse domínio.

So posso dizer que foi uma honra para mim ser aluna do Prof. Albano Estrela e ter tido oportunidade de trabalhar directamente com ele quando o mesmo foi Presidente do Conselho Directivo e eu da Direcçao da Associaçao de Estudantes.

O professor Albano Estrela e uma referencia das Ciencias da Educaçao em Portugal e e uma referencia no plano pessoal para aqueles que com ele privaram. Hoje, em situaçoes problematicas e dilematicas, e importante para mim recorrer a formula “E se fosse o Prof. Albano Estrela, como e que ele reagiria?”

Sem duvida que se poderiam destacar muitas das suas características mas evidencio, enquanto Ser Humano, o seu carinho, preocupaçao e disponibilidade pelos alunos e, enquanto Professor, o entusiasmo, apoio permanente e inesgotavel ... ora, foi / e um Mentor Extraordinario! Eu faço parte do Grupo de 91/96 que terminou a Licenciatura em Ciencias da Educaçao e naquela epoca TODOS os alunos da Faculdade de Psicologia e Ciencias da Educaçao da Universidade de Lisboa, fossem das Ciencias da Educaçao ou de Psicologia, conheciam perfeitamente a "Bíblia Amarela do Prof. Albano", pois era motivo de sorrisos e desespero pelos trabalhos de investigaçao / campo que naquela altura fazia parte dos Cursos, mas sem duvida foi uma das mais uteis obras / ferramentas em todo o meu percurso. Naquela altura, e mais recentemente quando fiz o meu Mestrado em Ciencias da Educaçao, na Area de Especializaçao em Formaçao de Professores, ou quando em 2013/2014 a minha irma entrou no Curso de Ciencias da Educaçao e eu lhe passei esse testemunho, ou seja, a "Bíblia Amarela do Prof. Albano". A Homenagem que neste dia lhe e feita, sera certamente cheia de respeito, carinho, muita amizade e sobejamente merecida. Um muito obrigada pelo Carinho e Longas Conversas que tivemos, nunca me esquecerei de como as vezes me cumprimentava, com um beijo na testa.

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PROGRAMA 8 de julho de 2015 Anfiteatro do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa

14h45 | Receção dos Convidados 15h00 | Início da Cerimónia. Intervenção do Diretor do IE 15h10 | O VI Fórum de Jovens Investigadores Documento multimédia 15h15 | Intervenção de Ana Isabel Pinheiro Representante do Pessoal não docente 15h20 | Intervenção de Daniel Anacleto Representante dos Estudantes 15h25 | Entrega de Prémios a Alunos do IE 15h40 | Homenagem ao Professor Albano Cordeiro Estrela Intervenção da Prof.ª Doutora Ana Paula Caetano

16h05 | Homenagem à Professora Maria Odete Valente Intervenção da Prof.ª Doutora Maria de Fátima Chorão 16h30 | Intervenção do Reitor Honorário da ULisboa Prof. Doutor António Sampaio da Nóvoa 16h45 | Intervenção do Reitor da ULisboa Prof. Doutor António Cruz Serra 17h00 | Encerramento. Porto de Honra

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Assessoria da Direção do IE-ULisboa  Julho 2015 Instituto de Educação da Universidade de Lisboa Alameda da Universidade  1649-013 Lisboa T. (+351) 217 943 633  Fax (+351) 217 933 408 www.ie.ulisboa.pt  geral@ie.ulisboa.pt 27


8 de julho de 2015 DIA DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO

Homenagem ALBANO CORDEIRO ESTRELA é Professor Catedrático Jubilado do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, foi Presidente do Conselho Diretivo da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, responsável pela Unidade de Formação de Professores e de Formadores, investigador na área da formação de professores, presidente da Section Portugaise de l’AIPELF /AFIRSE e Presidente da Direção da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.

MARIA ODETE VALENTE é Professora Associada Aposentada do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa e foi Presidente do Departamento de Educação da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e Coordenadora do Centro de Investigação em Educação. Foi Membro Cooptado do Conselho Nacional de Educação e recebeu a Ordem de Grande Oficial da Instrução Pública das mãos

do Presidente da República Jorge Sampaio em 8 de março de 2005.


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