InterIFMG • No. 1 • Maio a Agosto de 2016

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InterIFMG • Maio a Agosto de 2016

Instituto Federal de Minas Gerais

Ano I • No. 1 • Maio a Agosto de 2016

Publicação do Instituto Federal de Minas Gerais

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NO.

Distribuição gratuita

INTERIFMG Fotolia.com

www.ifmg.edu.br

Sabores da Gastronomia Com focos em Turismo e empreendedorismo, o curso superior de Tecnologia em Gastronomia do Campus Ouro Preto é um prato cheio para os amantes da arte de cozinhar.

pes Foto: Luiz Lo

Págs. 6 e 7

Gestão e diálogo

Êxito no Ensino

Opção pela Universo é pesquisa o limite

Reitoria Itinerante, GTs e regionalização estão entre as pautas da gestão para descentralizar ações e conferir mais autonomia às unidades.

Comissão promove levantamento de desafios e estratégias com foco em alcançar índices cada vez melhores de permanência dos estudantes.

Participação de alunos em projetos científicos amplia visão de mundo e diversifica oportunidades profissionais.

Págs. 2 e 5

Pág. 4

Pág. 8

Em entrevista, cientista e ex-aluno do Campus Bambuí conta sua história desde a academia até a atual fase como integrante de equipe da Nasa.

Pág. 10

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Instituto Federal de Minas Gerais

E D ITORIAL

EXPEDIENTE

Diálogo, trabalho e participação

Kléber Gonçalves Glória

Reitor

Mais presente e participativo, o InterIFMG se consolida como um canal de comunicação essencial no âmbito do Instituto. Não se trata apenas de um jornal, mas de uma oportunidade para nos conhecermos e partilharmos nossos trabalhos. Estas páginas são a fração de uma realidade maior e dinâmica, nas quais você, leitor, encontrará experiências e novidades sobre o IFMG. Relatos vindos principalmente dos campi, pois é no campus onde se concretiza o objetivo maior de nossos esforços: “promover uma educação pública, gratuita e de qualidade”. Para que o nosso trabalho reflita tal realidade, é importante manter o diálogo com os protagonistas, dando voz e mais autonomia aos campi, uma postura que adotamos e que considero fundamental. Como exemplo, cito as reuniões do Colégio de Dirigentes em Bambuí, São João Evangelista, Formiga e Governador Valadares. Nessa vertente, segue o projeto Reitoria Itinerante, cujo intuito

é visitar as unidades, semestralmente, ouvindo críticas, elogios e propostas. Menciono, ainda, os Grupos de Trabalho, espaços destinados à deliberação de assuntos que interessam à comunidade acadêmica. Como consequência, foi regulamentado o processo de remoção e encontram-se sob análise a regulamentação da atividade docente e a flexibilização da jornada/computação da frequência. Poderia citar outras ações, mas devo também agradecer. Sou imensamente grato a todos pelo empenho com o qual abraçaram nossas propostas e filosofia de trabalho. Sabemos que o método adotado não é isento de falhas, mas nos permite correção e aperfeiçoamento contínuo, cientes de que esse aprendizado nos exigirá, sobretudo, coragem, para dialogar, dividir os esforços e compartilhar as responsabilidades. Desejo a todos uma boa leitura, colocando-nos à disposição para aperfeiçoarmos o InterIFMG e, sobretudo, nossa gestão à frente do Instituto.

INTERIFMG PUBLICAÇÃO DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MINAS GERAIS Reitor Kléber Gonçalves Glória Chefe de Gabinete Ângela Rangel Diretor de Comunicação Renan Ramos Conselho Editorial Bruno Costa Denise Ferreira Juliano Tavares Lívia S. Azzi Fuccio Lucas Alves Marinho Raquel Alves Fonseca Sibele Fonseca Thomás Bertozzi Virgínia Fonseca Jornalista responsável Denise Ferreira MTB 11.392/MG Reportagens Bruno Costa • Denise Ferreira • Juliano Tavares • Sibele Fonseca • Thomás Bertozzi • Virgínia Fonseca

Colaboradores Aline Sima • Ana Karina Reis • Ana Maria Teles • Fabiano Falcão • Flávia Siqueira • Gilberto Guimarães • Gisele Puygcerver • Gracielle Paixão • Isabel Martins • Lawrence Gomes • Neimar de Freitas • Luiz Lopes • Raquel Fonseca • Stella Gomes Tomé • Tatiana Toledo • Vivian Andaki Projeto gráfico e diagramação Ângela Bacon e Michel Araújo Revisão Valéria Rodrigues Tiragem 10.000 Fale conosco 31 2513 5120 jornalismo@ifmg.edu.br www.ifmg.edu.br

Por Juliano Tavares

RE ITORIA ITI N E R ANTE

Muito além de itinerante Visita dos gestores aos campi é apenas uma das ações descentralizadoras que permeiam projetos em implantação

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de ouvir as palavras do reitor Kléber Gonçalves Glória e de membros da equipe, esses mesmos servidores puderam também falar, questionar, sugerir e, por que não, colocar as dificuldades enfrentadas. Vale lembrar que o projeto repetirá o ciclo, já no segundo semestre.

Saiba mais sobre como está ocorrendo a descentralização administrativa na página 5.

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Liberdade de expressão. Se fosse necessário definir a Reitoria Itinerante com algumas palavras, provavelmente essas seriam as mais adequadas. Nesse primeiro semestre, o projeto contou com a presença da equipe gestora em contato direto com servidores de todas as unidades do IFMG. Além

Em uma instituição diversificada e em fase de consolidação, é natural que as queixas existam e que parte dos problemas não sejam solucionados com a rapidez com que a comunidade deseja. De qualquer forma, ao expor-se e falar sobre as dificuldades pelas quais vêm passando, os servidores não só têm feito uso de sua voz, como também acabam criando sugestões para que os membros da gestão façam ajustes em suas ações,

dentro do possível, na condução de um IFMG verdadeiramente para todos. Projetos implementados para descentralizar ações: Grupos de trabalho: três grupos foram criados para discutir temas e normativas que estão entrando ou entrarão em vigor no futuro. Entre eles estão a regulamentação da atividade docente, a remoção de técnicos-administrativos e professores e a flexibilização da jornada de trabalho. Colégio de Dirigentes: com o objetivo de ampliar o entrosamento e o conhecimento dos diretores no sentido de terem contato com outras realidades, diretores-gerais se reuniram em Bambuí, Formi-

ga, Governador Valadares e São João Evangelista. Eleições para diretores-gerais: não é obrigatório, mas foram abertas inscrições para eleições de diretores em campi que ainda não têm cinco anos: Betim, Ouro Branco, Ribeirão das Neves, Sabará e Santa Luzia. Como em quatro deles só o candidato atual se inscreveu, não houve necessidade de votação. Delegação de competências: com a publicação de uma portaria (475/2016), várias ações que até então eram realizadas somente na Reitoria estão passando a ser feitas nos campi, o que amplia a o poder de decisão das unidades. O objetivo é também descentralizar o IFMG administrativamente.


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Instituto Federal de Minas Gerais

Por Juliano Tavares

I N STITUCI ONAL Arquivo IFMG

Nossos alunos Protagonistas do IFMG, eles trazem ritmo, vivacidade e dinamismo a essa escola que já faz parte do dia a dia de muitos mineiros.

12.911 Estudantes

40 30 7 DE

Cursos Técnicos

DE

Cursos Superiores

Cursos de Pós-Graduação

Em Minas... um IFMG para todos Com 18 unidades distribuídas por quatro regiões de Minas, o IFMG vem cada vez mais fazendo a diferença nos cenários das cidades onde se localiza Com que palavras você definiria uma instituição de ensino? Alcance. Crescimento. Diversidade. Oportunidade. Excelência. Seria um pouco de cada uma delas ou a soma de todas reunidas em prol de um mesmo objetivo? Em suma, é com essas perspectivas que o Instituto Federal de Minas Gerais está traçando seu caminho em direção ao futuro. Sem dúvidas, muito está sendo feito – e este informativo mostra um pouco disso –, mas ainda há tarefas a serem realizadas. Assim, podese dizer que pelos menos uma certeza já existe: um futuro de sucesso no IFMG, mais do que nunca, depende de cada um de nós, estudantes, professores e técnicos-administrativos.

Saiba mais sobre o IFMG pelo www.ifmg.edu.br, na seção “Vídeos IFMG”, ou em nosso canal do Youtube: goo.gl/FgRLCC

Cada vez mais levando educação aos muitos cenários de Minas, o Instituto hoje está presente em quatro regiões: Inconfidentes, Leste, Centro-Oeste e região metropolitana de Belo Horizonte. Ao todo, são 18 unidades em funcionamento, além de um Polo de

Inovação, sediado em Formiga. Vinculadas à Reitoria em BH, as unidades se dividem em campus e campus avançado (confira no mapa ao lado). As possibilidades de aprendizagem são muitas: é possível cursar o ensino técnico integrado ao médio e também há oportunidades para quem já concluiu o ensino médio, tanto para aqueles que querem se voltar para a carreira técnica como para os interessados em cursar o ensino superior: bacharelado, licenciatura ou tecnologia. Além disso, são ofertadas seis pós-graduações e um mestrado profissional, todos gratuitos. Para ofertar essas oportunidades, essa engrenagem conta com professores altamente qualificados e técnicos-administrativos especializados nas mais diversas áreas, que juntos trabalham para ensinar e oferecer estrutura a quase 13 mil estudantes, que, depois de formados, atuam em diversas

áreas de trabalho, inclusive na Nasa (ver página 10). Até se formarem, estudantes podem se dedicar à pesquisa e inovação, atuar em projetos de extensão e também ter acesso a auxílios estudantis (moradia, alimentação, transporte e até creche), caso precisem de apoio para concluir seus estudos.

Conheça nossas unidades:

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1 16

Campi 1. Bambuí 2. Betim 3. Congonhas 4. Formiga 5. Governador Valadares 6. Ouro Branco 7. Ouro Preto 8. Ribeirão das Neves 9. Sabará 10. Santa Luzia 11. São João Evangelista

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Campi Avançados 12. Arcos 13. Conselheiro Lafaiete 14. Itabirito 15. Ipatinga 16. Piumhi 17. Ponte Nova

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Instituto Federal de Minas Gerais

Por Thomás Bertozzi

E N S I NO

Foco na permanência Comissão prepara relatório para traçar o perfil do aluno evadido e propor medidas de combate a evasão

O relatório é um documento amplo, no qual serão apontadas as principais causas de evasão, bem como as ações e estraté-

Arquivo IFMG

Gincana da integração Evento promovido pelo Campus Avançado Piumhi em parceria com o Napnee/Piumhi

Inclusão As ações de políticas para inclusão vêm sendo impulsionadas no Instituto. Este ano, por exemplo, foram iniciadas as discussões para regulamentação dos Núcleos de Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (Napnees) e o fortalecimento dos trabalhos do setor de Políticas Inclusivas do Instituto.

Para atualizar os processos referentes à matrícula, transferência, retenção, entre outros, o Regimento de Ensino do IFMG está passando por alterações. A primeira delas será no próprio nome do documento, que passa a se chamar Regulamento de Ensino de Graduação. A função ainda é a mesma: reunir o conjunto de normas e diretrizes para os processos do ensino, porém, com um enfoque mais segmentado. “Antes, existia um único regimento, que trazia as

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normas para o funcionamento de todos os níveis de ensino oferecidos pelo Instituto. A partir de agora, haverá regulamentos específicos para cada um desses níveis: técnico, graduação e educação a distância”, explica o coordenador de Graduação, Carlos Henrique Bento. O texto encontra-se disponível para consulta pública antes de ser enviado ao Comitê de Ensino. Para entrar em vigor, o novo regulamento deve ser aprovado pelo Conselho Superior do IFMG.

Para tornar possível uma avaliação aprofundada, a comissão

formulou um questionário on-line, enviado pelos campi a todos os alunos evadidos do Instituto em 2015. “Tivemos um retorno surpreendente, o que é difícil com estudantes nessa condição. Os dados serão divididos por unidade para que sejam avaliados de acordo com a realidade de cada campus”, explica Lucas. Segundo ele, as informações coletadas pelas comissões locais serão a base para a conclusão do relatório. O documento vai traçar o perfil do aluno evadido e propor políticas institucionais para garantir a permanência dos estudantes matriculados.

Por Thomás Bertozzi, Bruno Costa e Sibele Fonseca

P OR D E NTRO DO E N S I NO

Regulamento de Ensino de Graduação

gias para mitigar esse processo. “Com apoio das comissões locais, estamos sistematizando as informações por campus, curso e modalidade de ensino, dados que confirmamos via Conecta e Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica (Sistec). Fizemos um estudo conceitual sobre a evasão para encontrar as maiores causas desse fenômeno no IFMG”, explica o professor Lucas Alves Marinho, coordenador do Setor de Formulação e Supervisão de Políticas para o Ensino Técnico da Pró-Reitoria de Ensino.

O IFMG possui, hoje, 65 alunos com necessidades educacionais específicas, que contam com o apoio dos Napnees estabelecidos, ou em fase de implantação, em todas as unidades do Instituto. Esses estudantes são acompanhados pelos coordenadores e membros dos núcleos, que ainda promovem eventos educativos envolvendo toda a comunidade. A responsável pelo setor de Políticas Inclusivas, Delaine Oliveira Sabbagh, esclarece que o trabalho de inclusão também envolve ações de setores como a Assistência Estudantil, Desenvolvimento de Pessoas e Qualidade de Vida e a Coordenadoria de Promoção da Acessibilidade (Ciac).

Novas regras para novos cursos Os processos de criação, suspensão e extinção de cursos no IFMG terão regras mais detalhadas e criteriosas. É o que se pretende com o Regulamento para Criação, Suspensão e Extinção de Cursos. Elaborado pela Comissão de Fluxo de Criação e Extinção de Cursos, o documento está sob análise do Conselho Superior do Instituto para aprovação. “Vamos traçar melhor o perfil de atuação dos campi e garantir que haja critérios mais específicos de viabilidade e atendimento às demandas regionais”, afirma o

presidente da comissão, Lucas Marinho. Ele explica que essa análise evitará problemas como falta de demanda, evasão escolar, além de facilitar a pesquisa e a extensão. Para que seja criado um novo curso, por exemplo, o regulamento prevê que o campus interessado elabore um projeto de criação, comprovando a viabilidade, além de justificar a necessidade e relevância do curso. A criação só ocorrerá após aprovação do Conselho Acadêmico da unidade e do Conselho Superior do IFMG.

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Arquivo IFMG

Os trabalhos começaram em novembro do ano passado e culminaram em um relatório, a ser concluído em breve pela Comissão de Permanência e Êxito do IFMG. Fruto de um acordo entre o Instituto e a Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), a comissão surgiu de uma necessidade detectada após auditoria do Tribunal de Contas da União, feita em toda a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica.


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Instituto Federal de Minas Gerais

Por Juliano Tavares

G E STÃO

Descentralizar para crescer Ações preveem descentralização administrativa, mas novo modelo de gestão será implantado de maneira gradativa Várias ações estão sendo realizadas no sentido de descentralizar administrativamente o IFMG e conceder mais autonomia às unidades. O objetivo é suprir os anseios da comunidade, dando mais agilidade a um grande número de processos. “No entanto, é importante esclarecer que isso não ocorrerá repentinamente. As atividades passarão a ser executadas pelas unidades de maneira gradativa”, explica o pró-reitor de Administração e Planejamento, Leandro Antônio da Conceição. Para isso, haverá treinamentos e os servidores terão todo o suporte das respectivas áreas da Reitoria.

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Novas competências foram delegadas aos diretores-gerais dos campi e dos campi avançados, por meio da Portaria 475/2016. Com isso, alguns exemplos de ações que estão sendo executadas nas unidades são a emissão de Portarias como a de nomeação de servidor para ocupar Cargo de Direção (CD) e Função Gratificada (FG); a concessão de incentivo à qualificação; a concessão de progressão funcional por mérito e a expedição de portarias que alteram, extinguem e criam organogramas, respeitando o

número de cargos de direção e funções gratificadas disponíveis para cada unidade.

Regionalização

A distribuição das ações administrativas por regiões de atuação também foi estabelecida por portaria. Com isso, propôs-se a divisão dos trabalhos: Região 1 (Betim, Ribeirão das Neves, Sabará, Santa Luzia e Ibirité, em implantação), Região 2 (Conselheiro Lafaiete, Congonhas, Itabirito, Ouro Branco, Ouro Preto e Ponte Nova), Região 3 (Bambuí, Formiga, Piumhi) e Região 4 (São João Evangelista, Governador Valadares e Ipatinga). Já a Reitoria terá o papel de apoiar as regiões por meio das equipes de compras, contratações e contratos. Assim, estão sendo constituídas equipes formadas por membros dos campi (agrupados de acordo com a região a qual pertencem) para trabalhar com os processos de compras e contratações, bem como com a gestão e a fiscalização de contratos.

Com a palavra, os diretores

Creio que a descentralização trará mais agilidade aos processos administrativos do Instituto

Luciana Batista de Lima diretora pro-tempore do Campus Betim

A delegação de competências aos diretores dos campi associada à descentralização das atividades administrativas são medidas que, apesar do receio de alguns, principalmente no que tange às equipes das unidades, devem ser experimentadas, pois, além de caracterizar ações de uma gestão moderna, possibilitarão maior dinamismo, celeridade e autonomia ao IFMG. José Roberto de Paula diretor do Campus São João Evangelista

AVALIAÇÃO

Por Virgínia Fonseca Arquivo IFMG

e, em especial aos de compras, visto que o IFMG passa a regionalizar os campi facilitando os diálogos, tanto na identif icação de demandas comuns quanto nas discussões de soluções viáveis para os problemas encontrados. Além disso, o processo facilitará as divisões de tarefas de acordo com o potencial de cada campus a ser identif icado pelos coordenadores regionais. Como benefício temos ainda um aumento no número de pessoas nas equipes executoras, uma vez que passamos a contar não só com os servidores da Reitoria como também com os dos campi, o que será ainda mais positivo com a chegada de novos servidores.

Olhar adiante Acompanhamento de egressos, mobilidade acadêmica, programas de pós-graduação, espaços de convivência... Esses são apenas alguns dos aspectos analisados pelo IFMG, anualmente, na Autoavaliação Institucional. Conduzido pela Comissão Própria de Avaliação (CPA), que possui representantes em cada campus e na Reitoria, o processo identifica potencialidades e pontos de melhoria capazes de apontar os rumos para uma gestão eficaz do Instituto. Com foco no aperfeiçoamento dos trabalhos, cerca de 40 servidores, de 15 campi e da

Reitoria, estiveram reunidos em Belo Horizonte, no final de junho, durante o “Encontro da CPA do IFMG 2016” (foto). “Pudemos conhecer uma experiência externa do Cefet e ver que temos caminhado em uma direção muito boa. É mais um passo rumo à busca pela excelência”, considera Ronaldo Pires, representante do Campus Santa Luzia. A próxima avaliação institucional será realizada em meados do segundo semestre. Fique ligado e participe. Por um IFMG sempre melhor.

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Instituto Federal de Minas Gerais

E N S I NO, PE SQU I SA E E X TE N SÃO

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Tradição e comida A cidade de Ouro Preto, com toda sua riqueza cultural e histórica, recebe milhares de visitantes por ano, fazendo do turismo gastronômico um prato cheio para o comércio local.

Doces sabores da gastronomia Quem nunca experimentou um prato típico de uma região durante uma viagem de férias? E, estando em Minas Gerais, não se deliciou com um frango com quiabo ou um pãozinho de queijo especial? Experiências de sabores como essas são a essência da relação entre a Gastronomia e o Turismo. Em Ouro Preto, cidade turística, o curso superior de Tecnologia em Gastronomia une duas áreas que prometem uma parceria de sucesso. Para a professora do curso no Campus Ana Cristina Magalhães, a proximidade se dá “numa inter-relação em que os sabores e a culinária local trabalhados como potenciais turísticos atraem o viajante que se desloca em busca de novas experiências

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culturais, de experimentação de novas realidades, de contato com o novo, com o diferente”, explica. Dentro desse contexto, o professor Asdrubal Senra, também docente do curso, esclarece que, sendo a Gastronomia uma das áreas de conhecimento da ciência do Turismo, “nada mais natural ser impossível dissociar o comer do lazer. Também é impossível dissociar os valores culturais de uma população, de suas predileções culinárias”, ressalta. Segundo a coordenadora do curso, Luanda Demarchi, a proposta de abertura das turmas foi impulsionada, sobretudo, pelo grande potencial turístico do município. “É um dos 65 destinos indutores do Turismo especificados no Estudo de Competitividade realizado pela Fundação Getúlio Vargas”, enfatiza. O Prof. As-

drubal complementa: “é uma feliz combinação a criação do curso com a escolha de Ouro Preto para sua implantação, aliando a vocação turística do local às suas tradições culinárias”, destaca. O curso está inserido no Catálogo Nacional de Cursos Superiores do MEC e pertence ao eixo Hospitalidade e Lazer. Em Ouro Preto, de acordo com a Profa. Ana, a Gastronomia é trabalhada a partir da visão da Hospitalidade e suas perspectivas no contexto do Turismo.

Estímulo ao empreendedorismo

Luanda Demarchi explica que a matriz curricular do curso no IFMG é bastante voltada para o empreendedorismo desde os primeiros períodos. “A proposta é que o aluno tenha uma visão diversificada das várias possi-

bilidades de atuação na área”, afirma. Entre os alunos egressos – ou em via de conclusão do curso –, a grande maioria atua no mercado de trabalho. “Tem-se uma boa absorção no mercado gastronômico ouro-pretano. Muitos alunos ainda não formados também já estão atuando, o que é extremamente benéfico na relação pedagógica entre o aprender e o fazer, na ótica de vivenciar sua realidade profissional concomitantemente à sua formação educacional”, constata Asdrubal.

COM A PALAVRA, UMA GASTRÔNOMA... Paladares aguçados “Atuo como chef de cozinha na área de Restaurante e Cozinha Hoteleira, em Ouro Preto. Por se tratar de um hotel, trabalhamos com um público diferenciado. São turistas do Brasil e do mundo

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Anos de Duração

20 Vagas

Ingresso:

anual

(vespertino/noturno)

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Projetos de Pesquisa*

Projeto de Extensão*

Em andamento atualmente

Gastronomia e Turismo: parceria que dá certo

Curso superior de Tecnologia em Gastronomia

*

Descobertas e conquistas profissionais nas ladeiras de Ouro Preto


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Tatiana Toledo

Por Denise Ferreira

Luiz Lopes

Primeira edição da Jornada de Gastronomia propiciou troca de experiências e contribuiu para fortalecer a integração entre academia e mercado.

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Atrativo turístico-cultural “A arte de preparar alimentos de cada povo está relacionada à cultura, religiosidade, classe social, etnia, localização geográf ica e o que cada lugar oferece como alimento. Com isso, a Gastronomia é uma fonte para conhecer a cultura de um povo e tem se tornado uma opção de atrativo turístico-cultural.” Das ladeiras da cidade aos sabores regionais “A histórica Ouro Preto é uma das joias do Brasil e Patrimô-

nio Cultural da Humanidade. Não há como não despertar interesse em turistas que gostam de história, de arte, de cultura. Em se tratando de Gastronomia, temos muitos atrativos: doces de São Bartolomeu, cachaça de engenhos, cervejas artesanais, ora-pronóbis, fubá, quitandas... a região oferece ao turista um verdadeiro elo com o passado.” Nas montanhas de Minas Gerais... “O mineiro é conhecido como o ‘povo hospitaleiro’. Essa hospitalidade tem forte relação com a cozinha mineira. Mineiro gosta da cozinha rústica, carne de porco e de galinha, milho, mandioca, cachaça, doces caseiros, café com rapadura e, é claro, pão de queijo e queijo minas.” Maria Emília Mendes Tecnóloga em Gastronomia pelo IFMG, turma 2014

Quer saber mais? Acesse a entrevista completa em: www.ifmg.edu.br.

Da paixão às salas de aulas

“Venho daquelas típicas famílias de Minas Gerais. Todas as festas e encontros começam e terminam na cozinha. Minha paixão pela Gastronomia só veio aos 18 anos, quando saí de casa e cozinhei sozinha pela primeira vez. Pude entender, e vivenciar, a paixão por cozinhar. Num período triste da minha vida, resolvi largar tudo, voltar para casa e recomeçar. E eu sabia que meu recomeço deveria ser apaixonante. Foi aí que descobri o curso de Gastronomia e, sem pensar duas vezes, fui fazer o vestibular. Passei! Amo cada momento aqui. Amo a oportunidade que tenho no IFMG.” Daniela Leroy | 4º período

de Gastronomia, IFMG

A Gastronomia é uma fonte para conhecer a cultura de um povo e tem se tornado uma opção de atrativo turístico-cultural Maria Emília Mendes | Tecnóloga em Gastronomia pelo IFMG, turma 2014

Arquivo pessoal/Maria Emilia Mendes

que vêm conhecer a cidade. Por isso, as opções do cardápio são variadas e conhecidas internacionalmente. Temos opções de pratos advindos da culinária típica de diversos países e algumas opções com ingredientes regionais para aqueles que querem conhecer a cultura local.”

Mesa-redonda sobre o cenário profissional e os desafios no mercado de trabalho, aula-show sobre cozinha ibérica, degustação de vinhos brasileiros e concurso “caixa-surpresa” entre os alunos, com o preparo de pratos a partir de tempo estipulado. Em junho, alunos, ex-alunos e professores do Campus, profissionais da área de Gastronomia e comunidade externa conheceram os desafios e as oportunidades proporcionados pela profissão. De forma criativa, puderam degustar diversos sabores decorrentes da arte da Gastronomia.

Luiz Lopes

Jornada de Gastronomia


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Neimar de Freitas | Pró-Reitor de Pesquisa, Inovação e Pós-Graduação | neimar@ifmg.edu.br Raquel Fonseca | Técnica-administrativa em Educação – Reitoria | raquel.fonseca@ifmg.edu.br

ARTI G O

Pesquisa Aplicada x Básica

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Uma breve reflexão com o intuito de ampliar a compreensão sobre os conceitos e fomentar o debate do tema locais, é Aplicada. Se o que se busca é o desenvolvimento do conhecimento com o objetivo do construir teorias e verdades universais, é Básica.

da comunidade ou do meio empresarial. No Brasil, esse tipo de financiamento só passou a ser permitido a partir do Marco Legal da Inovação, por isso o financiamento privado a pesquisas é muito incipiente.

Existe uma vasta literatura sobre a distinção entre Pesquisa Aplicada e Pesquisa Básica. Apesar disso, percebe-se que há necessidade de desenvolvermos esses dois conceitos, para que as ações tanto da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, por meio de seus editais, quanto dos pesquisadores do IFMG, que irão submeter seus projetos a eles, ampliem a compreensão sobre esses dois conceitos. Não pretendemos, nesse momento, esgotar o assunto. Nesse texto, buscamos socializar nosso entendimento sobre o tema e abrir um caminho para que ele seja discutido.

não é uma necessidade. O conhecimento gerado pode ser utilizado na pesquisa aplicada e/ou tecnológica. Na Pesquisa Básica, busca-se o desenvolvimento puro de teorias. Na Pesquisa Aplicada, objetiva-se a aplicação das teorias para o desenvolvimento das necessidades humanas. O resultado final pode ser um produto, um processo e/ou também um novo conhecimento, que respondam a uma finalidade imediata. A Pesquisa Aplicada tende a ser mais interdisciplinar e pressupõe a reunião de diversas habilidades.

Nos EUA, percebemos uma ligação maior no desenvolvimento da Pesquisa Aplicada do que no Brasil. Isso porque há uma ligação maior entre a comunidade e a academia. Naquele país é comum o papel do patrocinador, ou seja, um provedor privado que se torna “cliente da pesquisa”. Assim, o patrocínio é direcionado para a solução de problemas práticos para satisfazer a necessidade

Quando falamos em Pesquisa Básica, entendemos que o seu desenvolvimento tem por objetivo a busca e o desenvolvimento de teorias e conhecimentos novos que sejam úteis para o desenvolvimento da ciência. Envolve, muitas vezes, verdades e interesses universais. O produto final é o conhecimento, e a sua aplicabilidade

A questão do desenvolvimento de conhecimento, que é comum às duas, é o principal gerador de conflitos. Em nosso entendimento, a distinção é basicamente guiada pela finalidade. Se há uma aplicação prática, se o conhecimento é dirigido para a solução de um problema específico e envolve verdades e interesses

A questão do desenvolvimento de conhecimento, que é comum às duas, é o principal gerador de conflito. A distinção é guiada pela finalidade.

PE SQU I SA

Por fim, achamos necessário exemplificar, para que a discussão anterior apresente algum tipo de materialidade. Se o estudo envolve o comportamento de consumidores na busca de informação, é uma Pesquisa Aplicada. Mas, se compreende a “forma” e “como” esses consumidores buscam a informação, é Pesquisa Básica.

Por Virgínia Fonseca

Horizontes ampliados Participação em projetos de pesquisa representa formação mais completa e diversifica oportunidades para alunos Arquivo pessoal/Josimar Rodrigues

Um caminho que pode começar cedo, já no curso técnico ou na graduação, com a participação do estudante em projetos de iniciação científica.

Josimar Rodrigues viu na pesquisa uma oportunidade para ampliar sua visão de mundo.

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Estados Unidos, China, Alemanha... Grandes potências da atualidade têm em comum um aspecto de sucesso: investimento em pesquisa e desenvolvimento científico-tecnológico. Mas, para além dos benefícios macros que a pesquisa traz às instituições e aos países, ela colabora, em nível individual, na formação de profissionais diferenciados.

O presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), Prof. Evaldo Vilela, explica que, ao se envolver com a pesquisa, o aluno tem oportunidade de conhecer um método científico, que é o procedimento para apurar a verdade sobre os fenômenos naturais, pautado numa metodologia, com repetições, estatísticas e reflexões. “A pessoa que é preparada por meio da pesquisa científica tem uma cabeça mais aberta, aceita mais estudar, analisar a opinião de outros, ter a certeza de que as coisas, muitas vezes, são mais complexas do que pa-

recem”, pondera. Ex-aluno dos cursos técnico em Agronomia e Zootecnia e superior em Agronomia do Campus Bambuí, Josimar Rodrigues concorda: “participar desses projetos amplia nossa percepção e nossa visão de mundo: consigo ver o lado técnico e o científico em uma situação”. Josimar teve seu primeiro contato com a pesquisa em 2008, por meio de um edital de Iniciação Científica. Quando a bolsa terminou, buscou outra, e mais outras... Ao todo, foram quatro anos dedicados a pesquisas, simultaneamente aos estudos. Durante a graduação, o olhar científico proporcionava mais facilidade em diversas disciplinas. A bolsa ainda ajudava o estudante a custear suas despesas de transporte e de alimentação.

Após se formar, Josimar fez mestrado em Solos e Nutrição de Plantas, tema ligado aos projetos com que trabalhou. “A gente se envolve nas pesquisas e isso acaba ajudando a direcionar depois”, conta. Direcionamento da carreira é uma das vantagens vistas, também, pelo aluno do curso técnico integrado em Mineração do Campus Congonhas Mateus de Castro. Ele participa de projeto de pesquisa sobre custos logisticos na mineração. “A experiência tem proporcionado conhecer, inclusive na prática, várias questões ligadas à logística, o que reflete na minha área profissional”, avalia. O estudante está tendo a oportunidade de colaborar em seu primeiro artigo acadêmico e já pensa em uma graduação, talvez, no exterior.


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Instituto Federal de Minas Gerais

Por Virgínia Fonseca

P ÓS - G R ADUAÇÃO

Sustentabilidade ao vivo Com foco em formação dinâmica, Mestrado Profissional em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental alia práticas de mercado e forte base acadêmica Desde 2015 o IFMG oferece o Mestrado Profissional em Sustentabilidade e Tecnologia Ambiental, ministrado no Campus Bambuí. Hoje, são cerca de 40 alunos matriculados no curso, que tem uma concorrida seleção anual – chegou a dez candidatos por vaga no primeiro ano. Mas o que há de diferente no mestrado profissional? O que motiva a opção pelo curso? Quem responde, a seguir, são os próprios alunos. “Na hora de se colocar no mercado, cada nova formação conta. Busquei o mestrado a título de aperfeiçoamento profissional. Na escolha do curso, contou muito o fato de ser mestrado profissional e conseguir aplicar teoria na prática, aliando o lado acadê-

mico-científico ao profissional. O programa está superando minhas expectativas, os professores têm adentrado muito nas questões práticas e tecnológicas. Estamos equiparados com tudo o que está ocorrendo em nível internacional. Além disso, tenho vontade de atuar, também, em sala de aula e o mestrado abre essa alternativa.” Sérgio Barbosa, engenheiro ambiental e sanitarista | aluno da turma 2016

“Quando me formei na graduação, fiz o mestrado acadêmico para dar aula em faculdades. Acabei me tornando não só professora, hoje sou consultora ambiental na minha área de formação, já com dez anos de atuação. Ao longo desse

tempo, surgiu a necessidade de voltar a estudar. Acho sensacional a proposta do mestrado profissional. No mestrado acadêmico, eu tinha bolsa de pesquisa e ficava por conta do curso. O profissional não deixa nada a desejar para o acadêmico, em termos de aulas e de qualificação dos docentes, sendo que a modalidade é no fim de semana. Então, podemos trabalhar e estudar. É mais pesado, ficamos concentrados lá sexta, sábado e, às vezes, até domingos e feriados. Mas vale a pena. O nível de pesquisas também é bem diferente, com projetos direcionados para o mercado, de aplicabilidade, de inovação.”

Acadêmico x profissional: qual a diferença? O mestrado acadêmico prepara um pesquisador, que geralmente segue carreira com doutorado. Já o mestrado profissional envolve o aluno no processo de pesquisa associada aos interesses da sua área de atuação, preparando-o para o mercado com sólida base, também, acadêmica.

Fernanda Raggi, bióloga, mestre em Botânica | aluna da turma 2015

Arquivo IFMG Arquivo IFMG

Arquivo IFMG

Arquivo pessoal/Sérgio Barbosa

Arquivo pessoal/Fernanda Raggi

Arquivo pessoal/Fernanda Raggi

Sérgio e fernanda (acima e ao lado); mestrado em sala de aula e em atividades práticas, como a visita à nascente do rio São Francisco e à região de Ouro Preto.


InterIFMG • Maio a Agosto de 2016

Instituto Federal de Minas Gerais

E NTRE VI STA

Por Juliano Tavares

Quando o universo é o limite Na entrevista abaixo, o cientista Ivair Gontijo fala um pouco sobre sua trajetória como estudante, iniciada em Bambuí, e sobre sua atuação na Nasa

Arquivo IFMG

Ivair Gontijo (de azul), em visita ao observatório do Campus Bambuí.

Leia a entrevista na íntegra no site www.ifmg.edu.br, e confira fotos do “Curiosity”.

O ex-aluno do IFMG Ivair Gontijo obteve o grau de Doctor of Philosophy na Escócia. Atualmente, faz parte da equipe da Nasa em um laboratório localizado em Los Angeles. Comente sua experiência no Colégio Agrícola de Bambuí, hoje campus do IFMG. Morávamos no Colégio e eu ia para casa visitar a família uma vez a cada dois meses. Era tradição os alunos vestirem uma camiseta da Escola e irem para a estrada pedir carona, quando queriam ir visitar a família. Éramos então conhecidos na região e não era muito difícil

Como havia duas turmas, uma estava em aulas teóricas, enquanto a outra estava em aulas práticas, trabalhando em atividades relacionadas ao que estávamos aprendendo. Era uma relação proveitosa para os dois lados, porque tínhamos comida e alojamento e a Escola produzia muito mais alimentos do que o necessário para seu consumo próprio. O excesso era vendido pelos alunos, sob a supervisão de um dos professores, na feira da cidade. É possível citar um momento marcante de sua trajetória como estudante? Eu sempre gostei das Ciências Exatas e da Matemática. Foi na biblioteca do Colégio de Bambuí que li o livro “O universo e o Dr. Einstein”, a partir do qual decidi estudar mais, possivelmente Física. Antes de ir para a universidade, no entanto, fui técnico agrícola administrando uma fazenda de 7.000 hectares no norte de Minas. A cidade

mais próxima era Pirapora, que ficava a 100 km de distância, dos quais somente 19 eram asfaltados. Aprendi muito lá e depois de três anos fui para BH, onde fiz o vestibular para Física na UFMG. Conte sobre o projeto de construção e envio do veículo Curiosity a Marte. Por mais de 2 mil anos a humanidade tem estudado Marte e grandes avanços foram feitos nas últimas décadas, com satélites terrestres em órbita marciana e veículos robotizados na superfície. Agora já sabemos que o planeta teve oceanos no passado, mas por alguma razão a água sumiu! Em 2012, o projeto MSL (Mars Science Laboratory), da Nasa, colocou na superfície de Marte o veículo Curiosity, carregado de instrumentos para estudar o planeta. As

várias missões para Marte são idealizadas e construídas no Jet Propulsion Laboratory da Nasa, em Los Angeles. Que mensagem deixaria àqueles que querem desenvolver trabalhos em prol da sociedade? Sempre digo em minhas palestras que tudo na vida, especialmente uma carreira de sucesso, é mesmo muito difícil. Por isso, a gente tem de tentar de tudo, que no final alguma coisa dá certo. Além disso, “não há obstáculo que resista a 16 horas de trabalho todo dia, durante 20 anos”, por isso prepare-se para dar o melhor de si em sua carreira profissional. Para os estudantes, muito sucesso vem do cuidado de pensar sua carreira a longo prazo, por exemplo, pensar onde você quer estar daqui a 10 ou 20 anos e tentar de tudo para chegar lá.

Muito sucesso vem do cuidado de pensar sua carreira a longo prazo (...) onde você quer estar daqui a 10 ou 20 anos.

conseguir carona. Na época, os alunos moravam na Escola e, em contrapartida, trabalhavam a metade do dia, cuidando de plantas e animais.

Por Denise Ferreira

M Í DIA E CU LTU R A

Vozes que (in)formam Papo Reto, Rádio Web Jovem e Jornal InfoLafaiete: três iniciativas de sucesso que movimentam o IFMG. Os projetos têm como finalidade contribuir para a formação dos alunos por meio de ações relacionadas à cultura e à arte. De modo geral, as propostas de atividades e programas nas unidades foram inspiradas no eixo intitulado “Arte, Comunicação, Cultura das Mídias e Audiovisual”, pertencente ao programa Mais Cultura nas Universidades, parceria entre os ministérios da Educação e da Cultura.

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Papo Reto em Bambuí Abrir espaço para alunos e servidores discutirem assuntos de relevância política e social: esse é o objetivo do Papo Reto, desenvolvido no Campus Bambuí. Iniciado em 2012, já trouxe uma série de debates, entre eles homofobia, bullying e a atual conjuntura política brasileira. O projeto conta com 20 alunos, coordenados pelo Prof. Hudson Campos. Em 2016, para ampliar o alcance dos debates, foi criada no Youtube a TV Papo Reto (goo.gl/ a4K3gU). A ação expandiu-se, também, para escolas do município e, no Campus Formiga, inspirou o projeto “Momento Opine”.

Rádio Web Jovem Iniciativa do Grêmio Interação e da Gerência de Extensão do Campus Congonhas, a Rádio Web Jovem é conduzida pelos alunos e leva ao público temas relacionados à água e à mineração – com destaque para a tragédia ocorrida em Bento Rodrigues. O projeto, coordenado por Rodrigo Gomes e João Lobo, tem participação de alunos, servidores e da comunidade do Alto Paraopeba. Os spots de rádio são disponibilizados na Web e a comunidade participa por meio de entrevistas e debates. O Ministério do Meio Ambiente e a Agência Nacional de Águas estão entre os parceiros.

Jornal InfoLafaiete Projeto de extensão do Campus Avançado Conselheiro Lafaiete, o jornal acadêmico InfoLafaiete é desenvolvido, mensalmente, nos formatos impresso e on-line. Foi criado, entre outros, para aproximar a comunidade e o Campus, despertar o senso crítico e potencializar habilidades linguístico-textuais dos alunos. A equipe é composta por bolsistas e colaboradores voluntários – servidores, pais, estudantes e comunidade –, coordenados pelos professores Anderson Souto e Filipe Lima. As matérias são publicadas também em um blog e no Facebook (goo.gl/zJNzpT).

Fotolia.com

TV, rádio e jornal conectam cultura e atividades acadêmicas nos campi


InterIFMG • Maio a Agosto de 2016

Instituto Federal de Minas Gerais

M E RCADO D E TR ABALHO

Por Denise Ferreira

Arquivo pessoal/Lucas Oliveira

Lucas Oliveira, primeiro aluno do IFMG a fazer estágio no exterior

Da teoria à prática profissional Com o estágio, estudantes aplicam conhecimentos obtidos em sala de aula, se preparam para o mercado e podem garantir sucesso na carreira Ultrapassar os limites da teoria, executar conhecimentos adquiridos em sala de aula e iniciar a experiência no mundo do trabalho: de modo simples, essa é a função do estágio na vida acadêmica de um estudante. Na prática, o universo de possibilidades é muito maior. Desde amadurecimento, delineamento do perfil profissional até a possibilidade de inserção no mercado e destaque na carreira. No âmbito do IFMG, alguns campi contam com setor específico de estágio e, em todas as unidades, a ação é coordenada pela área de Extensão. À Reitoria, segundo a técnica em Assuntos Educacionais da Pró-Reitoria de Extensão Kátia Lima cabe a função de dar suporte às atividades ligadas ao tema, como legislação, regulamentação e convênios entre o IFMG, empresas e instituições. Para o gestor de Estágios do Campus Bambuí, Arnaldo Francisco, a prática do estágio é a oportunidade para o profissional em formação “analisar, intervir e se mostrar para o mercado. Paralelamente, coloca as empresas em contato com a capacidade de pesquisa, desenvolvimento e inovação das instituições de ensino”, explica. O Instituto conta com regulamentação para convênios e termos de compromisso referentes aos estágios obrigatório e não

obrigatório. A ação é regida pela Lei de Estágio.

Do IFMG para o mundo Primeiro aluno da Instituição a realizar um estágio internacional, Lucas Oliveira, do Campus Formiga, está no 10º período do curso de Engenharia Elétrica e teve a oportunidade de trabalhar no Instituto Norueguês de Tecnologia, em 2014, na área de otimização de linhas de transmissão e barramentos. “Ao descobrir que o mercado necessita de um diferencial, percebi que o estágio poderia mudar minha carreira e a mim mesmo”, explica.

O estágio foi viabilizado por intermédio do programa Iaeste. “A experiência foi indescritível, poder vivenciar outras culturas

e conhecer pessoas de todo o mundo com uma visão de vida diferente”, enfatiza. Para atravessar as fronteiras do país, Lucas encontrou desafios e destaca a importância de parcerias com empresas e instituições, por meio de convênios e programas de estágio.

Portas abertas para o mercado

Conhecimento, interesse, responsabilidade e pró-atividade: com esses requisitos, a administradora Gabriela Goulart, 24 anos, conseguiu conquistar a tão sonhada vaga no mercado de trabalho. Ex-aluna do Campus Bambuí, trabalha na Fiat Automóveis, em Betim. Tudo começou em 2013, a partir de um estágio: “a duração era de

A experiência foi indescritível, poder vivenciar outras culturas e conhecer pessoas de todo o mundo com uma visão de vida diferente. Lucas Oliveira, 10º período do curso de Engenharia Elétrica, Campus Formiga

dez meses, porém, depois de oito, a Fiat já me contratou como funcionária. Trabalho até hoje na mesma área, no setor financeiro da Pintura”, revela. Sobre o período em que estudou no IFMG – até 2014 –, ela guarda boas lembranças. “Por meio dos excelentes profissionais, consegui aprender e desenvolver potenciais na área administrativa, essenciais para a inserção no mercado”, explica. Para o futuro, as perspectivas são positivas: Gabriela quer atuar na área de Controladoria Financeira.

Do técnico para a Vale

Ex-aluno do técnico em Mineração do Campus Ouro Preto – formou-se em 1999 –, Cleiber Rezende teve, durante o curso, a oportunidade de fazer estágio na Vale como técnico de Operação de Mina, em 2000. Hoje, ele é gerente de Planejamento de Processo e Qualidade da Vale, em Marabá (PA). O profissional destaca a importância do IFMG para sua formação: “a Instituição me preparou como estudante, pessoa e profissional. Realizei estágio e fui contratado. Pude trilhar uma carreira sólida e de sucesso. Hoje ocupo uma posição de destaque na empresa, em um dos negócios mais importantes do Brasil”.

619

Empresas ofertaram estágios para alunos do IFMG só em 2015

1186

é o número de estágios dos alunos do IFMG em 2015, sendo a maior parte de Bambuí (519), Congonhas (128) e Ouro Preto (119)

43 cursos, entre técnicos e superiores, exigem estágio obrigatório (requisito para obtenção de diploma) - dados do mês de junho de 2016

67 oferecem estágio não obrigatório (atividade opcional) - dados do mês de junho de 2016

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InterIFMG • Maio a Agosto de 2016

Instituto Federal de Minas Gerais

Por Bruno Costa e Sibele Fonseca

FI QU E P OR D E NTRO

Arquivo IFMG

GIRO PELOS CAMPI Fotolia.com

BETIM

SÃO JOÃO EVANGELISTA

Casa nova

III Feira de Matemática

Em maio foram iniciadas as atividades na nova sede do Campus Betim (foto acima). O prédio, recém-inaugurado, conta com ginásio poliesportivo, galpão de laboratórios, refeitório e pavilhão de aulas. Para a estudante Aelyssa Xavier, do curso técnico em Química, “este campus tem uma infraestrutura melhor e possibilita a realização de novas atividades extracurriculares e de aulas práticas”. De acordo com o professor de Matemática Hélio Simonetti, a nova instalação possibilita mais acesso aos estudantes.

Cerca de 400 visitantes prestigiaram os expositores dos 25 trabalhos apresentados no Dia Nacional da Matemática, em maio, durante a III Feira de Matemática do Vale do Rio Doce. O evento é fruto de parceria entre o Campus São João Evangelista, a Capes e os programas Pibid e Prodocência. A edição 2016 envolveu 16 escolas, incluindo as Apaes, e quatro municípios: Cantagalo, Peçanha, Guanhães e São João Evangelista.

Fotolia.com

OURO BRANCO

Noites Astronômicas O projeto “Noites Astronômicas” envolve um ciclo de palestras sobre temas relacionados à Astronomia e observações do céu com telescópio. O evento faz parte do Ciclo da Astronomia, que tem ocorrido no Campus Ouro Branco desde 2013, e inclui, além das “Noites Astronômicas”, a prova da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) e a Mostra Brasileira de Foguetes. A última edição do projeto foi realizada de março a maio e contou com a participação de, aproximadamente, 60 alunos.

Escreva para:

jornalismo@ifmg.edu.br

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Novos equipamentos O Polo de Inovação do IFMG, no Campus Formiga, viabilizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), está em fase de estruturação para receber novos projetos, desenvolvidos em parceria com empresas do setor automotivo. Em 2015 foram adquiridos equipamentos de TI para todo o campus. Os novos materiais possibilitam aos pesquisadores e alunos visualizar as informações disponíveis para análise nos sistemas automotivos, aumentando o conhecimento e a aprendizagem desses sistemas.

RIBEIRÃO DAS NEVES

Semana da Gestão

PIUMHI

Complexo esportivo Em 2015, estudantes dos cursos técnico em Edificações e superior em Engenharia Civil do Campus Avançado Piumhi apresentaram projeto para a transformação do ginásio poliesportivo local em um complexo esportivo multiuso. O prefeito do município, Wilson Craide, avaliou o projeto e se surpreendeu com o trabalho desenvolvido pelos estudantes. “Eles colocaram em prática o que aprendem em sala de aula, possibilitando o pleito de verbas para as futuras obras e trazendo grandes benefícios para a comunidade”, afirma.

GOVERNADOR VALADARES

O encanto de ler Em junho, o Campus Governador Valadares promoveu o primeiro encontro do projeto “Diálogos”. A ação foi coordenada pelo professor Wanderson Batista, com o objetivo de expandir a capacidade de leitura por meio de reflexão e discussão de textos. O projeto dá prosseguimento a outras atividades já desenvolvidas. Em janeiro, por exemplo, alunos dos cursos técnicos integrados em Meio Ambiente e em Segurança do Trabalho escreveram cartas para amigos e familiares e as postaram durante uma excursão aos Correios.

A IV Semana da Gestão do Campus Ribeirão das Neves, ocorrida em maio, contou com atividades organizadas pelos alunos dos cursos técnicos em Administração e Logística e do curso superior em Processos Gerenciais. Durante o evento foram realizados minicursos, palestras, seminários e apresentação de pôsteres elaborados pelos estudantes. Para o coordenador do curso técnico de Logística, professor Luiz Nogueira, os trabalhos foram bastante proveitosos e organizados com uma linguagem clara e dinâmica.

SABARÁ

ConectivIDADE em alta O projeto ConectivIDADE (foto abaixo) promoveu, em junho, a primeira formatura de seus integrantes. Voltado para a inclusão social e digital da terceira idade sabarense, a iniciativa busca fomentar a interação entre as comunidades interna e externa do Instituto. Para as atividades, são utilizadas ferramentas de tecnologias da informação como meios para o exercício da cidadania. Os participantes podem, por meio do projeto, desenvolver habilidades que extrapolam os ambientes físicos.

Arquivo IFMG

Este é um espaço exclusivo para os campi. A cada edição, nossa equipe irá selecionar eventos e projetos a serem publicados.

POLO DE INOVAÇÃO


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