Jornal DCE UFS

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JORNAL

DCE INFORMA AGOSTO DE 2017

GESTÃO: “POR TODOS OS CANTOS”

Estamos vivendo um momento de grandes ataques à educação pública e aos direitos da juventude e do povo brasileiro. Desde o começo desta gestão do DCE temos enfrentado grandes desafios, e sabíamos que era necessário estarmos POR TODOS OS CANTOS para dar repostas firmes a esses ataques. Começamos a gestão com um GOLPE se consolidando em nosso país. Michel Temer assume a presidência, e desde então começa a pôr em prática um plano de desmonte dos direitos do povo brasileiro, afetando em cheio a educação pública. A tal “ponte para o futuro” se revelou em mais cortes na educação, tentativa de pôr fim ao Ministério da Cultura, congelamento dos gastos públicos combinado com Lei da mordaça nas escolas e reforma do caos no ensino médio e, agora, o sucateamento ainda mais profundo das universidades federais, que ameaçam parar atividades fundamentais que garantem seu funcionamento normal. Além do #FORATEMER, uma palavra foi cravada na nossa rotina, que expressou e expressa cada vez mais nossas ações: Resistência! E é com essa Resistência, e esperança de seguir avançando rumo a uma educação de qualidade e gratuita para toda a juventude que seguimos lutando.

Entre todas as atividades que pudemos desenvolver ao longo deste ano, destaca-se a afirmação do compromisso com a Democracia no Brasil e na UFS e a defesa do acesso e permanência na universidade, que firmamos na última campanha. Não por acaso, começamos a gestão resistindo aos cortes na Educação, mais expresso naquele momento pela Portaria 46 que determinava o desmantelo do PIBID. Resistimos à retirada de verbas para a pesquisa, defendendo a manutenção das verbas da FAPITEC. Resistimos ocupando ruas, prefeituras, secretaria de educação, escolas, o MEC, os IPHANs, a Reitoria e toda a Universidade. Resistimos com muita cultura e arte colorindo aos poucos os muros da UFS, realizando as edições do Cultura de Quinta e as Calouradas (a nossa e o apoio às calouradas dos Centros Acadêmicos), e lutando contra as tentativas da Reitoria em abafar as atividades culturais com a Portaria 1024. Resistimos na defesa da ampliação do RESUN nos interiores e no campus São Cristóvão, pela diminuição da fila e a conquista dos créditos emergenciais. E continuamos resistindo dia após dia contra os ataques às mulheres, ao povo negro e à população LGBT, erguendo as bandeiras contra qualquer injustiça

POR TODOS OISSTACEAPNOTPOULSAR!

COLORIDO, FEMIN FALE COM O DCE:

/dceufs

@dceufs


+ BOLSAS

Frente à ameaça de desmantelo do PIBID, a partir da Portaria 1024 (que acabava com o programa para alguns cursos e reformulava toda sua proposta pedagógica), realizamos uma plenária do PIBID com professores e estudantes e fomos até a reitoria cobrar um posicionamento da Universidade e exigir um ônibus para que fossemos até o MEC em Brasília. Realizamos um ato em Brasília com estudantes de outros estados e, pouco tempo depois, pudemos ver a queda da Portaria 46! No mesmo mês, defendemos junto a centenas de professores e estudantes as verbas da FAPITEC (Fundação de apoio à pesquisa e Inovação Tecnológica) destinadas a bolsas como PIBID e PIBITI.

OCUPA MINC Cultura sim, Temer jamais! A partir da iniciativa de estudantes do Campus de Laranjeiras, com muita ousadia ocupamos o IPHAN em Sergipe, ao mesmo tempo em que em vários outros estados havia ocupações em defesa do Ministério da Cultura que Temer tentou extinguir. A ocupação foi uma explosão de arte e cultura todos os dias, reafirmando sua importância. Somaram-se à ocupação diversos movimentos de Sergipe e inúmeros artistas que passaram a se rearticular na luta. Houve ainda, uma importante Audiência Pública com a Secretaria de Cultura do Estado de Sergipe conquistada pela ocupação.

OCUPA REITORIA

Quando veio à tona que vários residentes seriam postos pra fora de suas casas por conta de erros no processo de renovação das bolsas, os estudantes não vacilaram e ocuparam a Reitoria. Nesse mesmo processo, vários estudantes tinham perdido suas bolsas e quase todos viviam reclamando dos atrasos e os problemas com as bolsas e auxílios na UFS. Em um pouco mais de uma semana, foi conquistada a manutenção de todos os residentes em suas moradias, e várias outras conquistas vieram durante a ocupação. Ainda hoje temos conquistas desta luta, ao passo que continuamos cobrando as pautas lá reivindicadas.

Hoje, há possibilidade de editais semestrais de oferta de bolsas e auxílios, e os atrasos são bem menos frequentes. A burocracia para a prestação de contas dos residentes é bem menor, e está sendo desenvolvido um sistema de diminuição do número de residentes por casa. Além disso, hoje temos os créditos emergenciais funcionando, pauta antiga de luta do DCE, e não precisamos mais ficar sem almoçar ou jantar esperando que os créditos caiam nas nossas contas.


OCUPA ITAPORANGA

OCUPA UFS

Na iminência do corte do transporte dos estudantes de Itaporanga para Aracaju, o DCE chegou junto ajudando a construir o ato na cidade, que logo se transformou em mais uma ocupação. Desta vez, passamos pela Câmara de Vereadores e pela Prefeitura, até ficar um tempo na Secretaria Municipal de Educação. Tentaram nos botar para fora, e foi aí que acabamos por ocupar a 1ª escola em Sergipe contra a PEC55, sem abandonar o foco da luta pelo transporte e pela educação em Itaporanga. Foi um grande exercício de conscientização e mobilização na cidade e, meses depois, a partir do fortalecimento da auto-organização estudantil, uma boa parte dos ônibus foi restabelecida a partir da pressão feita ao atual prefeito da cidade. Nos comprometemos também com a defesa frente a qualquer ameaça de retirada do transporte aos estudantes da UFS.

O Governo golpista de Michel Temer emplacou mais um ataque aos direitos do povo quando pôs em pauta e aprovou a PEC 55, conhecida também como a PEC dos gastos públicos ou PEC do fim do mundo, com o intuito de congelar os gastos com educação, saúde e outros direitos básicos. Começaram a se multiplicar em todo o país ocupações de escolas e de universidades contra a PEC, e na UFS tínhamos também uma pauta local que era a

+ RESUN

A luta pelo RESUN foi um dos focos desta gestão, principalmente nos interiores. Começamos com uma campanha “Cadê o RESUN”, que junto com as cobranças feitas nas comissões formadas pós-Ocupação da Reitoria em defesa da assistência estudantil garantiram um repasse mais detalhado da situação do RESUN em cada campus e impulsionaram os projetos, que entraram em andamento. Posteriormente, já no ano de 2017, começamos uma nova campanha chamada “RESUN, sai do papel”, com o intuito de pressionar para que esses projetos andassem e tivéssemos avanços mais concretos. Ao fim dessa gestão, o RESUN em Laranjeiras e em Lagarto já é uma realidade bem mais próxima do que era no início da gestão!

derrubada da Portaria 1024, uma tentativa da UFS de coibir manifestações culturais e até mesmo debates organizados pelo movimento estudantil. Conseguimos derrubar a portaria, mas infelizmente a PEC passou e temos observado desde então o desmonte que segue sendo imposto pelos golpistas, mas não descansaremos até a queda de Temer a retomada da democracia.

No campus São Cristóvão, impulsionamos a Rádio DCE, denunciando a falta de atenção da Reitoria com a fila absurda. Desenvolvemos um abaixo-assinado no período 2016.2 com medidas de melhorias para o RESUN, que garantiu principalmente a conquista dos créditos emergenciais, livrando-nos dos 3 dias sem almoço e sem janta quando os créditos ainda não tinham entrado nas nossas contas. Além disso, impulsionamos e participamos de diversas reuniões com um corpo técnico formado por engenheiros de produção, arquitetos etc. para repensar a logística do RESUN e diminuir a fila. Mais recentemente, fizemos uma Roda de conversa com a presença da Reitoria para cobrar respostas e realizamos um ato de entrega de uma carta de reivindicação, que contou com um comprometimento do Reitor com medidas para reformas do restaurante.


+ CULTURA

Entre um ataque e outro, a cultura dentro da UFS resistiu! Realizamos uma grande e forte Calourada do DCE, com debates, oficinas e boas atrações sergipanas, e ajudamos a construir, sempre que possível, as calouradas com os centros acadêmicos. Várias edições semanais do Cultura de Quinta cada vez mais lotadas e algumas intervenções do Projeto Por Todos os Muros, trazendo arte para os muros da UFS. Reafirmamos que temos compromisso em manter vivas as manifestações culturais dos estudantes dentro da UFS, e que vai ter Calourada SIM!

+ DIVERSIDADE E IGUALDADE

Nos últimos anos presenciamos o crescimento do pensamento conservador de forma mais exposta na sociedade e, consequentemente, também nas universidades. Mas também presenciamos uma maior ocupação dos espaços de luta pelas mulheres, negras e negros e LGBTs. Embora enfrentemos vários casos de assédio na UFS e violência – principalmente casos graves de violência contra as mulheres –, gritamos em alto e bom som: Não nos calaremos! Reafirmamos o compromisso com a memória da estudante YASMIN COSTA que, assim como a servidora DANIELE BISPO, foi vítima do feminicídio. A violência contra a mulher não é o mundo que a gente quer!

NÃO AO GOLPE:

RESISTIR COM A UFS DE PORTAS ABERTAS Os tempos não têm sido fáceis, e não tendem a ser nos próximos períodos. Resta aos estudantes ficarem alerta e seguirem firmes na resistência frente às investidas do Golpe. Ultimamente temos ouvido as notícias de que as verbas não estão sendo suficientes, que a UFS possivelmente feche suas portas por um tempo. O aprofundamento mais violento do neoliberalismo pós-Golpe tem atacado principalmente a educação, e essa realidade agora aparece diante de nossos olhos. Muitos de nós soubemos também que a UERJ já vai paralisar suas atividades, e várias outras universidades federais se encontram na mesma situação. O que acontece é que está em curso um processo de sucateamento do ensino público em geral, e uma perspectiva de fortalecer o ensino privado ainda mais. O governo e o congresso federal demonstram mais uma vez que não se importam com a realidade da grande maioria da juventude brasileira, que não tem como sustentar um curso superior

com as mensalidades abusivas cobradas pelas universidades particulares. Portanto, é possível que faltem alguns materiais nos laboratórios, que vagas de bolsas diminuam, que vagas de matrículas diminuam, que os campi dos interiores (e até o de São Cristóvão) tenham suas atividades comprometidas num nível insustentável. Frente a essa situação, só temos uma saída: Lutar, mais e de novo! Porque não é mais só por melhores condições de estudo, uma permanência com qualidade melhor. É, como tem sido cada vez mais, pela nossa permanência em si, pelo nosso sonho de concluir um ensino superior, e pelo sonho de que nosso povo brasileiro consiga ter acesso e permanência garantidos numa educação pública e de qualidade. Precisamos derrubar o Temer, vencendo o Golpe, e exigir Diretas Já! para restabelecer nossa Democracia.

DCE UFS, EM TODOS OS CANTOS POR UMA UNIVERSIDADE POPULAR


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