Apostila Vida no EspĂrito
Vida no Espírito
APRESENTAÇÃO
“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”. João 3.6
Queremos apresentar-lhes uma nova e empolgante etapa no pleno conhecimento da nova vida em Cristo: A Vida no Espírito. Ela é, sem dúvida alguma, o centro da nossa vida a partir do novo nascimento. Todas as direções e caminhos, todas as nossas decisões e descobertas serão transformadas pela nova vida de Deus que agora habita em nós. Mas como entender a voz de Deus?
O propósito deste material que apresentamos é o de descortinar a nossa própria natureza para podermos entender a natureza de Deus em nós. Somos vasos criados para conter Deus, para manifestar a Sua própria vida através da nossa vida. Através da revelação de alguns homens de Deus, esta compilação de textos, objetiva ampliar a nossa visão e entendimento da vida que temos em nosso espírito.
Que Deus nos dê o Espírito de Sabedoria e de Revelação para que sejam abertos os olhos do entendimento, e que haja compreensão da nova vida que nós já possuímos em nosso espírito.
Sejam bem-vindos à Vida no Espírito!
O Presbitério
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Vida no EspĂrito
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Vida no Espírito
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A VIDA DE DEUS DENTRO DE NÓS Texto de Witness Lee publicado pela Editora Árvore da Vida.
A vida divina está sendo dispensada para dentro de nosso ser. Como resultado desse dispensar, nós, o povo escolhido de Deus, temos tanto a vida humana como a vida divina. Todo tipo de vida, mesmo o tipo mais rudimentar de vida vegetal, é um mistério. Nenhum cientista consegue explicar totalmente como uma sementinha cresce e se transforma numa linda flor. Dentro da semente há um elemento de vida que gera uma flor, com uma certa forma e cor. Maravilhoso!
A mais bela vida criada Entre as diversas formas de vida criada, a mais bela é a vida humana. Contrapondo-se à opinião de muitos, a vida angélica não é melhor que a humana. Deus não determinou que a vida angélica contivesse a vida divina, antes, criou a vida humana para ser o vaso para ela. Embora você possa se considerar inferior aos anjos, Deus o considera melhor do que eles. A Bíblia, todavia, não fala do amor de Deus pelos anjos, mas revela Seu amor pelo homem. Os anjos são simplesmente os servos de Deus. Aos Seus olhos, a mais maravilhosa vida entre todas as Suas criaturas é a humana. Gênesis 1.26 diz: "Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Assim, os anjos não foram criados à imagem e semelhança de Deus, mas o homem foi. Você percebe que foi feito à imagem de Deus e conforme a Sua semelhança? Não somos descendentes de macacos, mas do homem criado à imagem de Deus. Simplesmente por termos a imagem de Deus e a Sua semelhança, parecemos-nos com Ele. Esta é uma revelação clara na Palavra santa. Porquanto o homem foi criado segundo Deus, a vida humana é a melhor de todas as vidas criadas. Por isso, podemos ficar orgulhosos com o fato de sermos seres humanos. Louvado seja o Senhor por sermos homens e não anjos!
Imagem, Semelhança e Realidade Um dia, por meio da encarnação de Cristo, o próprio Deus tornou-se homem. Desse modo, Deus Se identificou com o homem. Jesus - Deus encarnado - era tanto Deus como homem. A encarnação de Cristo não só trouxe Deus ao nível do homem, mas também elevou o homem ao nível de Deus. Pela criação, o homem teve tanto a imagem de Deus quanto a Sua semelhança, mas não havia nele a realidade de Deus. A encarnação trouxe a realidade de Deus ao homem. O Senhor Jesus tinha não só a imagem como a semelhança de Deus; Ele também corporificava a realidade de Deus porque Deus estava Nele. Em princípio, o mesmo acontece com todo aquele que foi regenerado. Como pessoas regeneradas, não só temos a imagem e a semelhança de Deus, mas também temos dentro de nós, a realidade de Deus.
Um Vaso para conter Deus A Bíblia revela que o homem foi criado como um vaso para conter Deus. Em Romanos 9.21, Paulo fala de vasos de honra e, em 9.23, de vasos de misericórdia preparados para glória. Por isso, o fato de sermos vasos de honra, preparados para glória, significa que fomos designados para conter Deus como nossa honra e glória. Podemos usar uma luva como ilustração do homem como um vaso, um recipiente, de Deus. Porquanto o objetivo de uma luva é conter a mão, a luva é feita à semelhança da mão. A mão tem um polegar e quatro dedos, e a luva também tem um polegar e quatro dedos. Embora a luva não seja a mão, ela é feita à semelhança da mão com a finalidade de contê-la. No mesmo princípio, o homem é um vaso para conter Deus. Por essa razão ele foi feito de acordo com a semelhança de Deus. Se você colocar a sua mão dentro de uma luva, confeccionada para ela, a sua mão se sentirá confortável nela. Do mesmo modo, 4
Vida no Espírito Deus sente-se confortável no homem. Entretanto, Ele não Se sentiria confortável num animal ou mesmo num anjo. Somente num homem Deus sente-se em casa, em descanso. O céu pode ser o lugar temporário da habitação de Deus, mas o Seu verdadeiro lar é o homem. Somos todos "luvas" confeccionadas para conter Deus como a mão divina. Fomos feitos numa forma que é adequada para ser a habitação de Deus. Deus tem uma mente, uma vontade e emoções; nós também. Como humanos, não devemos ser molengas, seres sem uma vontade forte. Um ser humano adequado deve não só ter uma mente e uma vontade, mas também ser cheio de emoção. Para nós, deve ser fácil rir ou chorar. Não devemos ser como estátuas, incapazes de expressar sentimentos, mesmo em situações diferentes. A Bíblia revela que Deus é rico em emoções. Ele odeia, ama e fica zangado. De acordo com João 11.5, o Senhor Jesus, o Deus encarnado, chorou, Por isso, para ser um vaso para conter Deus, o homem foi criado com emoções. A emoção é extremamente importante, porque o próprio Deus é rico em emoção. Ele não é um Deus de pedra. Todas as virtudes humanas foram criadas de acordo com os atributos de Deus. Por exemplo, a bondade humana é uma imagem da bondade de Deus. O mesmo é verdade com relação à mansidão. A mansidão do homem é segundo a semelhança da mansidão de Deus.
A Capacitação para ser Piedoso Nos somos "luvas" à semelhança da mão divina. Isto significa que não é o polegar real que temos, mas a sua forma; não serão os dedos, mas a semelhança dos dedos. A nossa mansidão, por exemplo, é um recipiente para a mansidão de Deus. A. nossa mansidão é apenas a forma, ao passo que a mansidão do Senhor é a substância, a realidade. Porquanto fomos criados segundo a semelhança de Deus, temos a capacidade de sermos piedosos, isto é, semelhantes a Deus. Os animais jamais serão piedosos porque não são à semelhança de Deus e não podem contê-Lo. Em nosso amor, bondade e mansidão, porém, podemos manifestar piedade, à semelhança de Deus. Ao criar o homem, Deus fez dele um vaso para contê-Lo com a intenção de entrar neste vaso e enchê-lo Consigo mesmo. Quando Deus entra nos vasos criados por Ele, descobre que os vasos Lhe são adequados. Ele tem emoção, e o Seu recipiente também tem. Assim, no recipiente, Deus tem um lugar para colocar, para dispensar, a Sua própria emoção. Dessa maneira, as emoções divina e humana tornam-se uma só. A emoção divina é o conteúdo, e a humana é o recipiente e expressão. Embora essa revelação esteja na Bíblia, poucos viram-na. Louvamos o Senhor porque em Sua restauração essa revelação está mais clara. Não está mais oculto para nós o fato de que o homem é um vaso para conter Deus e que Deus sente-Se em casa em tal maravilhoso vaso.
Um Dispensar, Não Troca. Vimos que quando a vida divina entra na vida humana, ela torna-se-lhe o conteúdo e a expressão. Entretanto, não há uma troca de vidas. Isso quer dizer que não trocamos a vida humana pela divina. Ao invés de troca, há um dispensar. A luva vazia é preenchida pela mão. Usando outra figura de linguagem, podemos dizer que o homem é como um pneu que precisa ser cheio de ar. O ar é dispensado para dentro da câmara e o enche, mas o ar não é trocado pelo pneu. De semelhante modo, ar divino, o pneuma celestial, é dispensado para dentro de nós, mas não é permutado pela nossa vida humana. Antes, como veremos, ele é dispensado para dentro de nós e é amalgamado conosco. Alguns mestres no cristianismo consideram a vida cristã uma vida permutada. De acordo com este conceito, a nossa vida é pobre e a vida de Cristo é superior. Por isso, o Senhor nos pede para desistirmos da nossa vida e trocá-la pela Sua. Damos-Lhe a nossa vida e Ele a substitui pela Sua própria vida. Todavia, a nossa vida cristã não é uma vida permutada, mas é totalmente uma questão da vida divina dispensada, infundida para dentro da nossa vida humana. Este é um conceito básico nas Escrituras.
Vasos de Honra e Glória No livro de Romanos, Paulo usa três ilustrações para mostrar a dispensação da vida divina para dentro de nós. Em cada ilustração vemos que a vida cristã não é uma vida permutada. A primeira ilustração é a de vasos. Quando certo conteúdo é posto num vaso, não ocorre uma permuta; antes, há o dispensar do conteúdo para dentro do vaso. O vaso pode ser terreno, nem um pouco honroso ou glorioso. Quando tal conteúdo é dispensado para dentro do vaso terreno, este se torna um vaso de honra, um vaso de glória. Isso não é uma troca; é um dispensar. 5
Vida no Espírito
Uma União de Vida A segunda ilustração de Paulo é a da vida conjugal. O casamento não é uma troca, mas uma união de vida. No matrimônio, o marido torna-se a própria pessoa da esposa. Por essa razão, a esposa toma como seu o nome do marido. Em casamentos no mundo inteiro, a cabeça da noiva é sempre coberta. Isso indica que na união matrimonial só deve haver um cabeça. Assim, o casamento é a união de duas pessoas sob uma única cabeça. Em tal união não há troca ou permuta, mas identificação. A esposa deve identificar-se plenamente com o seu marido. Nessa união, nessa identificação, a esposa é um com o marido e o marido c um com a esposa. Essa é uma união de vida, não uma troca de vida. Em 7.4, Paulo fala de sermos casados com Cristo: "Assim, meus irmãos, também vós fostes mortos para a lei, por meio do corpo de Cristo, para casardes com outro, a saber, Aquele que ressuscitou dentre os mortos...“ Cristo é o nosso marido e nós somos a sua esposa. Entre o Noivo e a Noiva não há permuta de vida, antes, há uma união maravilhosa. Somos um com Ele em pessoa, em nome, em vida e em existência. Se um homem e uma esposa quiserem ter um matrimônio adequado devem aprender a ser dessa maneira. De semelhante modo, a nossa vida cristã é uma vida de identificação com Cristo e unidade com Ele.
Enxerto Uma vez que nem a ilustração do vaso nem o da vida conjugal retratam alguma coisa orgânica relacionada com o dispensar de Deus, Paulo prossegue usando uma terceira ilustração: o enxerto de uma planta em outra. Em Romanos 11.17-24, Paulo usa a ilustração de ramos de oliveira brava sendo enxertados em oliveira cultivada. Como resultado do enxerto, os ramos da oliveira brava e da cultivada crescem juntos organicamente. Cada árvore tem a sua própria vida, mas agora essas vidas crescem organicamente juntas e têm um único produto. Um cirurgião pode fazer o que é chamado de enxerto de pele. Nesse processo, um pedaço de pele saudável é transplantado de uma parte do corpo de um paciente para outra ferida ou queimada, a fim de se formar nova pele. Depois que o enxerto é completado, a pele transplantada crescerá organicamente com o tecido ao qual foi enxertada. Esse crescimento é possível porque tanto a pele como o tecido têm vida. O elemento orgânico na vida capacita-os a crescerem juntos. Em Romanos, Paulo usa as ilustrações de vasos, vida conjugal e enxerto. A ilustração de vasos mostra que somos os recipientes de Deus, com Ele como nosso conteúdo. A ilustração do casamento mostra que um homem e uma mulher, com mentes, emoções, vontades, personalidades, caracteres e disposições diferentes, são ligados para formar uma única unidade. A ilustração cio enxerto mostra que duas vidas são unidas e então crescem juntas organicamente.
O Enxerto de Vidas Semelhantes Para que um tipo de vida seja enxertado em outro, as duas vidas devem ser muito semelhantes. Por exemplo, não é possível enxertar um ramo de bananeira em uma mangueira. Todavia, e possível enxertar alguns ramos de uma mangueira inferior numa superior, mais produtiva, porque as vidas dessas duas árvores são muito assemelhadas. Podemos aplicar esse princípio ao dispensar da vida divina no homem. A vida divina não pode ser enxertada à vida de um cachorro porque não há qualquer semelhança entre essas duas vidas, porém, porque a nossa vida humana foi feita á imagem de Deus e segundo a Sua semelhança, ela pode ser ligada à vida divina. Embora a nossa vida humana não seja a divina, ela assemelha-se a essa. Assim, essas vidas podem facilmente ser enxertadas e então crescer juntas organicamente.
Elevada através do Enxerto Além disso, de acordo com a lei natural ordenada por Deus, não é a vida pobre que afeta a rica, mas a rica que afeta a pobre. De fato, a vida rica tragará todos os defeitos da vida pobre e, assim, transforma-la-á. No mesmo princípio, quando somos enxertados em 6
Vida no Espírito Cristo, Ele traga os nossos defeitos, mas não elimina a nossa própria vida. Pelo contrário, Ele eleva a nossa humanidade. Ele eleva a nossa mente, vontade, emoção e todas as nossas virtudes.
Dispensando, Amalgamando e Permanecendo. Em João 14.20, o Senhor Jesus disse: "Naquele dia vós conhecereis que Eu estou em Meu Pai e vós em Mau e Eu em vós". O dia mencionado aqui é o dia da Ressurreição de Cristo. Nesse versículo, o Senhor estava dizendo que no dia da Sua ressurreição, os Seus discípulos saberiam que Ele está no Pai, que eles estão Nele e que Ele está neles. Isso não é uma troca de uma vida por outra; é uma amalgamação de vidas. O Senhor está em nós e nós estamos Nele. Esse é o amalgamar que vem do dispensar, da infusão da vida do Deus triúno para dentro de nós. O amalgamar falado em João 14.20 é como o amalgamar do azeite com a farinha fina na oferta de manjares (Lv 2). A farinha fina está no azeite e o azeite esta na farinha fina. Isto é amalgamar. O amalgamar leva ao mútuo permanecer. Por isso, em João 15.4, o Senhor Jesus disse: “Permaneceu em Mim e Eu permanecerei em vós”. Essa mútua permanência de nós no Senhor e do Senhor em nós é o que queremos dizer por vida amalgamada. Além disso, essa vida amalgamada é uma vida enxertada.
Uma Vida com um Viver João 6.57 diz: "Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e igualmente Eu vivo pelo Pai; também quem de Mim se alimenta, por Mim viverá". O Senhor aqui diz que Ele vive por causa do Pai. Esta palavra indica que duas Pessoas vivem por uma única vida e têm um único viver. O Filho e o Pai são dois, mas Eles não têm duas vidas nem dois viveres. Têm uma única vida com um único viver. O Filho vive pelo Pai e o Pai vive por intermédio do Filho. Nesse versículo, o Senhor também diz que aquele que Dele comer, viverá por Ele. Isto indica que assim como o Filho e o Pai são duas Pessoas, com uma única vida e um único viver, também nós e o Filho devemos ter uma única vida com um único viver. Vemos mais uma vez que esta é uma vida enxertada, não uma vida permutada. Em Gálatas 2.20, Paulo fala da sua própria experiência cristã. Nesse versículo, Paulo diz que ele foi crucificado com Cristo e que Cristo agora vive nele. Outra vez vemos duas pessoas. Cristo e Paulo, com uma única vida e um único viver.
Tragando todos os nossos Defeitos e Carências Já enfatizamos que a vida melhor traga os defeitos e carência da vida inferior. Isso significa que a vida divina há de tragar os defeitos e carências da nossa da humana. Isso é possível porque na vida de Cristo há o poder mortificador da Sua crucificação. Lembre-se de que a vida de Cristo foi processada pela encarnação, viver humano, crucificação e ressurreição, e agora a Sua vida inclui todos esses ingredientes. Podemos usar os antibióticos como uma ilustração disso. Assim como os antibióticos matam os germes da doença, também o elemento mortificador na vida de Cristo põe fim às coisas negativas em nós. Podemos preferir simplesmente desistir de nossa vida humana e tê-la substituída pela vida de Cristo. Podemos sentir que a nossa vida é cheia de "germes” e, portanto, gostaríamos que fosse substituída pela vida divina. Essa pode ser a nossa maneira, mas não é a de Deus em Sua administração. A Sua maneira é a vida de Cristo tragando todos os defeitos, carências e "germes" dentro de nós. Quanto mais dissermos ao Senhor que O amamos e que queremos ser um com Ele, mais experimentaremos o poder mortificador do antibiótico espiritual. Todos os elementos de que necessitamos estão disponíveis na vida de Cristo. Em Sua vida há o elemento mortificador e também o elemento nutridor. Você pode ficar desencorajado com a sua disposição natural, mas a vida de Cristo mortificará o elemento negativo em sua disposição, e então, ao invés de lançar fora a sua disposição, Cristo eleva-la-á e a usará.
O Princípio da Encarnação
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Vida no Espírito Muitos dos que estão nas denominações pentecostais ou em movimentos carismáticos gostam de imitar os profetas do Velho Testamento, nas suas assim chamadas profecias, dizendo: "Assim diz o Senhor!” Embora essa expressão seja usada pelos profetas do Velho Testamento, não é usada pelos escritores do Novo Testamento. Paulo escreveu muitas epístolas, mas não disse no fim: "Assim disse o Senhor!" Antes ele disse: "A graça seja convosco", "A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito", ou simplesmente: "O Senhor seja com o teu espírito" (I Tm 6.21; Gl 6.18). O motivo dessa diferença é muito significativo. Na época do Velho Testamento, a encarnação de Cristo ainda não ocorrera. A encarnação é uma questão de Deus entrar no homem e ser um com ele. No nascimento de Jesus, Deus realizou a encarnação de Si mesmo no homem. Por meio da morte de Cristo, nós, que cremos em Cristo, podemos partilhar o princípio da encarnação. Isso quer dizer que por meio da regeneração, Cristo nasceu em nosso ser e tornou-Se um conosco. Como Paulo diz em l Coríntios 6.17: "Aquele que se une no Senhor é um espírito com Ele". Isso significa que uma vez que tenhamos nascido de novo, somos um espírito com o Senhor. Agora, todos nós temos base para declarar que somos um espírito com Cristo. No dia em que cremos, não só fomos salvos, mas também desposados com Cristo em espírito, e ocorreu uma união entre nós e Ele. À medida que continuamos a contatá-lo, os elementos superiores da vida divina tragarão os elementos inferiores da nossa vida humana. Então, o que dissermos e fizermos, espontaneamente será o dizer e o fazer de Cristo. Por isso, não há necessidade de usarmos a expressão: "Assim diz o Senhor!" Porquanto fomos enxertados em Cristo e estamos vivendo em unidade com Ele, o nosso talar espontaneamente é o Seu falar. I Coríntios 7 ilustra isso O versículo 25 diz: "Com respeito às virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém dou minha opinião como tendo recebido do Senhor a misericórdia de ser fiel". Paulo não tinha mandamento do Senhor a respeito dessa questão, mas falava como alguém que amava o Senhor e vívia-O de uma maneira prática. Ele então prosseguiu, dando a sua opinião. Depois de fazer isso, ele disse: "...penso que também eu tenho o Espírito de Deus".
A Revelação de Deus e a nossa Experiência Que todos nós fiquemos impressionados com o fato de que a vida cristã não é uma questão de permuta, mas uma questão de enxerto! Uma vida inferior, a nossa vida humana, é enxertada numa vida superior, a vida divina. A vida mais elevada traga os defeitos e fraquezas da vida inferior. Quando isso acontece, a vida superior espontaneamente enriquece, eleva e transforma a vida inferior. Que maravilha! Essa não é a nossa doutrina ou opinião; é a revelação divina na Palavra de Deus. Além disso, essa revelação pode ser apoiada pela nossa experiência (v.40). Ao lermos 1ª Coríntios 7 hoje, admitimos o capítulo todo como sendo o oráculo de Deus, como parte da Palavra santa de Deus. Assim, o falar de Paulo tornou-se e oráculo de Deus porque Paulo era um com o Senhor. De acordo com o princípio da encarnação, Cristo Se encarnou dentro de Paulo, e Paulo não vivia uma vida trocada, mas uma vida enxertada, isso o capacitou a falar, em unidade com o Senhor. Por isso, de acordo com a revelação de Deus e de acordo com a nossa experiência, vemos que hoje, como cristãos, temos uma maravilhosa vida enxertada.
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Vida no Espírito
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DISCIPLINA DO ESPÍRITO
A oração efetiva é a chave para o sucesso em cada área da vida; é segredo da vitória no trabalho de Deus e na vida pessoal. A oração verdadeira é a mais poderosa arma contra os poderes das trevas; é também a chave que abre os tesouros do céu para o homem. Fica, pois, claro que cada esforço no reino de Deus só terá sucesso se for gerado e sustentado pela oração. Todo sucesso na vida cristã é proporcional ao tempo de oração: 10% de oração, 10% de sucesso; 50% de oração, 50% de sucesso; 100% de oração, 100% de sucesso. Lucas 18.1 fala do "Dever de orar sempre e nunca esmorecer"; I Ts 5:17 declara: "Orai sem cessar". Paulo recomenda: Orando em todo tempo no espírito..." (Ef 6.18). Como orar sempre?
1. Oração é um modo de viver. É uma comunicação entre o nosso espírito recriado e o Espírito de Deus. É a expressão que resulta de um relacionamento íntimo com o Senhor residente em nosso coração, pelo seu espírito. Nossa vida, pois, pode ser uma oração. 2. Oração é comunhão com Deus. Nossa vida inteira deve ser estabelecida sobre o funcionamento de uma comunhão pessoal, profunda e íntima com Deus. Uma ligação permanente (I Co 6.17). Oração é um encontro do Pai celeste com Seu filho, numa comunhão de amor. 3. Oração é comunicação com um Deus pessoal e digno de confiança. Deus é uma pessoa! Deus é digno de confiança! Ele é um Deus pessoal que se relaciona conosco numa base pessoal. Nossos olhos de carne não vêem, mas Ele é real e se comunica com Seus filhos. Concepções religiosas erradas O colocam como um Deus inatingível, impessoal, distante, que pode ou não estar interessado em nossas vidas. Daí surgem as orações que são meras expressões religiosas, destituídas de significado, sem nenhum valor prático. 4. Oração é comunhão com um Deus residente no cristão No Velho Testamento, Deus estava no meio do povo, era pelo povo, mas não estava no povo. No Novo Testamento, Deus não somente está em nosso meio, é por nós, mas Ele está em nós, pelo Seu Espírito residente em nosso espírito. 5. Oração exige tempo com Deus. O maior investimento que podemos fazer em nossa vida é o tempo com Deus e Sua Palavra. A maior contribuição que podemos dar ao mundo é o tempo gasto em oração por ele. O maior bem que podemos fazer a uma pessoa é o tempo usado em oração genuína por ela. Os efeitos de uma vida de oração transcendem as realizações humanas. 6. A oração exige disciplina dos pensamentos. Tão logo alguém se consagra à oração, verá que a mente será atacada por outros pensamentos. E aí que surge a tentação de desistir, deixar para outra hora que não aparece. É uma luta espiritual. Há que desenvolver o hábito de tomar os pensamentos cativos à obediência de Cristo (II Co 10.5). 9
Vida no Espírito
7. Oração é o primeiro passo para o conhecimento de Jesus. "Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10.13). O homem vai a Jesus pela oração e todo o seu andar com Ele é firmado na oração. 8. Oração é reconhecer a presença de Deus. É o meio de conhecê-lo inteiramente e lançar mão de Suas promessas. É trazer a alma sobre os joelhos, é o caminho para o homem entender o plano de Deus para sua vida. 9. Oração é dar a Deus acesso às nossas necessidades. É a chave para o miraculoso; é a verdadeira respiração espiritual. Em suma, oração é um modo de vida em íntima ligação com Deus.
POR QUE ORAR? 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
Porque Deus insistentemente o ordena na Bíblia: Lc 18.1; I Ts 5.17; Fl 4.6; Ef 6.18-19; I Tm 2.1; Mt 26.41; Cl 4.3; I Ts 5.25; II Ts 3.1; Hb 13.18. Porque é o caminho indicado por Deus para o cristão receber coisas de que precisa (Is 1.5-8). Porque a oração é o caminho que Deus aponta para que o cristão tenha a plenitude do gozo (Jo 16.24; Pv 10.20). Porque a oração é a saída para os problemas, a cura para todo o cuidado e ansiedade (Fp 4.6,7; Sl 55.22). Porque a oração respondida é o único argumento irrefutável contra o ceticismo, a incredulidade, o modernismo e a infidelidade (Hb 11.6; I Rs 18.36-38; Jz 6.12,13; Ex 8.19; Dn 2.47; At 13.6-12). Porque a oração é o caminho para o poder do Espírito Santo no serviço cristão (Lc 11.13; I Cr 7.14; Hb 3.2; At 1.13,14; 4.31; 8.14-16; 9.9,11,17; 13.1-4; Ef 1.15-19; 3.14-19). Porque "todo o que invocar o nome do Senhor será salvo" (Rm 10.13).
INIMIGOS DA ORAÇÃO "Para que não se interrompam as vossas orações" (I Pe 3.7b). "...Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós para que não vos ouça" (Is 59.2). "Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas; mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males" (Pe 3.12). "Se eu no coração contem piara a vaidade, o Senhor não me teria ouvido" (Sl 66.18). O propósito de Deus é ouvir todas as orações. Jesus disse: "Graças te dou porque sempre me ouves" (Jo 11:42). Mas há obstáculos, problemas, inimigos que se infiltram na vida de oração e impedem a manifestação do poder de Deus. Veremos alguns deles. 1. Relacionamentos errados na família (I Pe 3.1-7) O não cumprimento dos deveres dos cônjuges um para com o outro. A vida conjugal deve ser posta diante de Deus. As orações não estão sendo respondidas; podem haver falhas no relacionamento. 2. Falta de perdão (Mc 11.25) Nossas orações são ouvidas na base de que nossos pecados estão perdoados; mas Deus não pode tratar conosco sobre tal base de perdão, enquanto nós guardamos o mal, o espírito de animosidade ou de vingança contra aqueles que nos ofenderam. Qualquer que 10
Vida no Espírito guarda espírito de rancor ou mágoa contra alguém, fecha os ouvidos de Deus para sua própria petição. 3. Contenda (Tg 3.16) A contenda é simplesmente agir movido pela falta de perdão. Paulo declara que por causa de contendas, Satanás pode tornar cristãos prisioneiros de sua vontade. A ausência de contendas é a chave para agastar a confusão e o mal. Dê a Deus oportunidade de criar um sistema de harmonia em volta de você e sua vida de oração começará a funcionar. 4. Motivação errada (Tg 4.3) Um sério obstáculo à oração é pedir a Deus coisas que realmente não necessitamos, com o propósito de satisfazer desejos egoístas. Orar com uma motivação egoísta. "Quer comais; quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus" (I Co 10.31). Podemos orar por coisas em linha com a vontade de Deus, mas se o motivo for errado, não haverá resposta. O propósito primeiro da oração deve ser a glória de Deus. 5. Toda a forma de desobediência a Deus (Is 59.1,2) Uma atitude de rebeldia ou desobediência à palavra de Deus fecha os céus para nós. Qualquer pecado inconfessado torna-se inimigo da oração. Uma vida de obediência ao céu abre o caminho à resposta de Deus: "E aquilo que pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos diante dele o que lhe é agradável" (Jo 3.22). 6. Ídolos no coração (Ez 14.3). Ídolo é toda e qualquer pessoa ou coisa que toma o lugar de Deus na vida de alguém. E aquilo que se torna o objeto supremo da afeição. Aquilo que mais ocupa nosso pensamento. Deus deve ser supremo em nossa vida. 7. Falta de generosidade para com os pobres (Pv 21.13) A recusa de ajudar o que se encontra em necessidade, quando podemos fazê-lo, impede a resposta às nossas orações. 8. Dúvida e incredulidade (Tg 1.7) A dúvida é a ladra da bênção de Deus. A dúvida vem da ignorância da Palavra de Deus. A incredulidade é quando alguém sabe que há um Deus que responde nas orações, e ainda assim não crê em Sua Palavra. E não crer nas promessas é duvidar do caráter de Deus. 9. Uma disposição de ler sobre oração e sobre a Bíblia, em vez de estudar e entrar na arena da oração. A oração é a maior e mais santa das vocações. Saber sobre oração não garante a resposta, mas o por a Palavra em operação para receber de Deus aquilo que Ele prometeu. 10. Falta de entendimento da nossa posição em Cristo. Talvez esse seja o maior inimigo. Ignorância quanto aos privilégios e direitos de redenção. Daquilo que Cristo é em nós e do que somos nele. Um desconhecimento da extensão de que Ele fez por nós e direitos legais, outorgados em Graça, diante do Trono. 11. Uma confissão errada (Rm 10.9) O Cristianismo é uma grande confissão. Confissão é o reconhecimento verbal do que Deus fez por nós em Cristo (Hb 3.1; 4.14). 12. Depender da fé do outro. "A cada crente, Deus deu uma medida de fé. Ele veio quando nos tornamos uma nova criação em Cristo e recebemos a natureza de Deus. Assim como desenvolvemos nossas capacidades físicas e mentais pelo exercício, desenvolvemos nossa fé pelo alimento da Palavra de Deus (Jo 15.7).
A VIDA PESSOAL DE ORAÇÃO 1. O plano de Deus: usar pessoas a) Totalmente redimidas; 11
Vida no Espírito b) Perdoadas pelo sangue de Jesus; c) Que vivem uma vida de disciplina; d) Que possuem uma mente renovada; e) Cheias de um espírito correto; f) Com uma vida íntegra; g) Crucificadas para carne e para o mundo; h) Cheias de amor. 2. Perigos para o desenvolvimento próprio a) O perigo do medo; b) O perigo da culpa; c) O perigo do sentimento de inferioridade; d) O perigo do ódio; e) O perigo de um espírito não perdoador; f) O perigo do sentimento de justiça e vingança. 3. O poder de uma vida santa a) Vida santa é separação total do mundo; b) Vida santa é despir-se do velho homem; c) Vida santa é o que somos quando estamos sozinhos; d) Vida santa é estar limpo e pronto para Deus; e) Vida santa é aprender a chamar pecado de pecado; f) Vida santa é lealdade ao Rei; g) Vida santa é odiar o pecado; h) Vida santa é crescer na perfeição de Cristo.
TIPOS DE ORAÇÃO Paulo adverte-nos a orar em todo tempo "com toda oração" (Ef 6.18). "Com orações e súplicas de toda a sorte, orai em todo o tempo, no espírito, e para isso vigiai com toda perseverança e súplica por todos os santos" (Bíblia de Jerusalém). "Orai sempre com toda a espécie de orações espirituais, e não esquecendo em vossas orações todos os irmãos e irmãs" (J.B. Philips). "Use cada tipo de oração e súplica" (Goodspeed). "Pela instrumentalidade de cada oração e súplica" (Wuest). "Orai em todo o tempo (em cada ocasião, em cada época) no Espírito, com toda a (maneira de) oração e súplica" (V. Ampliada). Costumamos definir nosso relacionamento com Deus em uma palavra: Oração. Essa é uma arte da qual muito se fala e pouco se conhece. Para que a oração seja respondida, deve ser feita de acordo com os princípios estabelecidos na Palavra de Deus. Oração é algo sério específico, objetivo, e segue as regras e princípios da Palavra de Deus. E a tentativa de orar em desarmonia com eles que resulta em uma experiência frustrante de não ver as orações e súplicas respondidas. Paulo declara em Efésios 6.18: "Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no espírito e para isso vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos”. Há diversos tipos ou espécies de orações e cada um deles segue princípios claros. Há regras estabelecidas na Palavra de Deus para esses diferentes tipos de oração. E é aqui onde há grande confusão. Costumamos definir nosso relacionamento com Deus em uma palavra: Oração. Tudo o que lhe dizemos ou pedimos chamamos "oração". Sim, tudo é oração. É preciso, contudo saber: Há diversos tipos de oração. 12
Vida no Espírito Pense numa farmácia, ali encontramos medicamentos. Tudo é medicamento, mas há um grande número de diferentes medicamentos, cada um deles destinado a tratar certo tipo de enfermidade. O mesmo acontece no mundo do esporte. Há diversas modalidades de esporte, mas cada uma delas tem suas próprias regras. Que confusão seria alguém tentar jogar futebol usando as regras de basquete! O que aconteceria se alguém comprasse água oxigenada para uma dor de ouvidos ou iodo para o estômago? Mas no mundo da oração muitos têm agido assim. Não admira que as orações não sejam respondidas. Há orações que não buscam necessariamente alguma coisa de Deus. Outras visam alterar uma circunstância em nossa vida e de outros. A todas elas Deus deseja ouvir. "Ó tu que escutas as orações, a ti virão todos os homens" (Sl 65.2), pois, "A oração dos retos é o seu contentamento" (Pv 15.8b). Poderíamos classificar as orações em três níveis diferentes: Deus, Nós e os Outros. Dentro de cada um desses níveis há tipos de oração.
DEUS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES Há orações que são dirigidas a Deus, visando Deus mesmo, o que Ele é, o que Ele faz e o que Ele nos tem feito. Outra coisa não buscamos, senão apresentar-lhe nossa gratidão, louvor e adoração. Dentro deste nível temos três tipos de oração: 1 - Ações de graça - A expressão do nosso reconhecimento e gratidão a Deus pelo que nos tem feito. Basicamente é a oração que expressa gratidão a Deus pelas bênçãos que Ele tem derramado sobre nós. 2 - Louvor - A oração de louvor é um passo além das ações de graça. São expressões de louvor a Deus pelo que Ele faz. Louvar é reunir todos os feitos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de gratidão. 3 - Adoração - O tipo de oração que exalta Deus pelo que Ele é. É a entrada no Santo dos Santos para responder ao amor de Deus. Ali nada fala do homem, mas de Deus. E o reconhecimento do que Deus é. E a resposta do nosso amor ao amor divino.
NÓS MESMOS COMO O CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES Aqui vamos a Deus para apresentar necessidades pessoais. Embora falando com Deus, o foco da atenção é a satisfação de nossas necessidades. Vamos a Deus em busca de uma resposta para a alteração de alguma circunstância em nossa vida. Nesse nível temos também três tipos de oração: 4 – Petição - É "um pedido formal a um poder maior". É a apresentação a Deus de um pedido, visando satisfazer uma necessidade pessoal, tendo como base uma promessa de Deus. Nesse tipo de oração já temos o conhecimento de qual é a vontade de Deus, pelo que o pedido será feito em fé, com a certeza da reposta, antes mesmo da sua manifestação, de acordo com Marcos 11.24. 5 - Consagração ou Dedicação - É uma atitude de submissão à vontade de Deus. Essa oração é para as ocasiões em que a vontade de Deus é desconhecida. Exige espera, consagração e inteira disposição de conhecer e seguir a vontade do Pai. 6 - Entrega - E a transferência de um cuidado ou inquietação para Deus. E lançar o cuidado sobre o Senhor, com um conseqüente descanso. Essa oração é feita quando um cuidado, um problema ou inquietação nos batem à porta.
OS OUTROS COMO CENTRO DAS NOSSAS ORAÇÕES 7 - Intercessão - Aqui vamos a Deus como sacerdotes, como intercessores, levando a necessidade de outra pessoa. Nosso motivo primeiro é ver circunstâncias alteradas na vida de outrem. Esta é a oração de intercessão. Interceder é colocar-se no lugar de outro e pleitear a sua causa.
1 – ORAÇÃO DE AÇÕES DE GRAÇA
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Vida no Espírito "Entrai por Suas portas com ações de graça" (Sl 100.4). A gratidão é uma das virtudes que embelezam o caráter cristão e expressam um coração caloroso e cheio de amor e das palavras do seu Deus. Paulo declara: "Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com gratidão em vossos corações" (Cl 3.16). "Sede agradecidos" (Cl 3.15) é um conselho a ser abraçado com alegria, pois a gratidão tanto alegra o coração do Pai, como enriquece a nossa vida. Ações de graça é basicamente o ato de expressar gratidão a Deus por bênção que Ele tem derramado sobre nós. Pode ser mental ou vocal. Ações de graça diferem de louvor porque no louvor é focalizado o que Deus faz, suas obras e realizações, enquanto as ações de graça focalizam o que Deus nos dá ou faz por nós. Poderíamos chamar de uma confissão de bênçãos. Essa atitude estava presente na vida de Jesus (Jo 11.4 pela resposta à oração; Mc 8.6, pelo pão; Mt 11.25 pela revelação). Ações de graças era um tipo de oferta oferecida no templo - Lv 7.12; II Cr 29.31; 33.16. Era também uma das funções das cantoras no templo -I (Cr 24.3). As ações de graça estavam presentes quando da restauração de Israel (Is 51.3; Jr 17.26; 30.19; 33.11). Demonstra um coração agradecido pelo benefício (Sl 103.4). As ações de graça ocupavam um lugar muito importante no templo (Ne 12.46); (II Cr 7.6). Ações de graça é um caminho para o louvor (Sl 69.30; 95.2; 100.4; 147.7). Ações de graça são um sacrifício espiritual a Deus (Sl 50.14,23; 116.17). Todas as orações devem ser acompanhadas de ações de graça (Fl 4.6). A resposta às orações deve ser esperada com ações de graça (Cl 4.2). É a vontade de Deus que seu Filho dê graças (I Ts 5.18). As ações de graça devem ser abundantes (II Co 4.15), devem permear nessa conversação (Ef 5.4) e devemos crescer nelas (Cl 2.6). As ações de graça estão presentes no céu (Ap 4.9; 7.12). Todas estas observações dão amplas bases para afirmarmos a importância da oração de Ações de graças. Além disso quero mencionar ainda alguns princípios. O primeiro princípio podemos ver em I Coríntios 10.10. As ações de graças nos protegem do destruidor. A Bíblia menciona o nome de muitos demônios como Legião, Apoliom, Devorador, etc. Mas aqui se menciona um demônio chamado destruidor que está relacionado com a ingratidão e a murmuração. Muitos temem o demônio devorador e por isso dão os seus dízimos, mas ainda se esquecem que um coração descontente é porta para o destruidor. Em segundo lugar podemos ver o poder das ações de Graças para nos proteger de influências malignas. Paulo diz que a comida é santificada se comemos com ações de graças. Veja, não há necessidade de repreendermos demônio algum basta termos um coração grato e seremos protegidos. Já pensou quanta doença poderíamos evitar se apenas déssemos ações de graças pela comida apropriadamente? Em terceiro lugar as ações de graças têm o poder de multiplicar as bênçãos. Quando Jesus foi multiplicar os pães em João 6.11 ele não fez uma oração de petição ou de fé, ele apenas deu graças ao Pai. Muitos não prosperam porque não aprenderam a agradecer a Deus pelos míseros cinco pães e dois peixinhos. Se formos contentes com o pouco, o Senhor o multiplicará e veremos a abundância de Deus. 2. ORAÇÃO DE LOUVOR "Louvarei ao Senhor em todo o tempo; o Seu louvor estará continuamente na minha boca" (Sl 34.1). Louvar é reunir todos os feitos que conhecemos de Deus e expressá-los em palavras, numa atitude de exaltação e glorificação ao Seu nome, que é digno de ser louvado. E isso deve ser feito como um modo de vida (Sl 145.1-7). A Igreja primitiva estava sempre louvando (Lc 24.53), pois sabia que Deus habita nos louvores do Seu povo (Sl 22.3). O louvor é o sacrifício espiritual ordenado aos cristãos (Hb 13.15). O louvor é a atitude adequada de quem vai a uma reunião da Igreja (Sl 100.4). O louvor é a porta de entrada para a adoração (II Cr 5.13-14). O louvor é a arma contra os inimigos (II Cr 20.21,22). 14
Vida no Espírito O louvor é a fonte de alegria (Sl 9.1,2; Sl 33.1; 35.27). O louvor está muitas vezes associado aos cânticos (Sl 40.3; Sl 92.1-4). O louvor está associado à manifestação física, danças (Sl 150:4), o erguer das mãos (Sl 63.3,4; 134.2). O louvor deve ser crescente (Sl 71.14). Louvar é um convite a toda a carne (Sl 145.21; Ap 19.5). 3. ORAÇÃO DE ADORAÇÃO O reconhecimento do que Deus é (Ap 4.8,11). Há uma fome dentro de nós que nem sempre sabemos discernir do quê. Buscamos a satisfação em muitas fontes, mas ela permanece. É a necessidade de Deus mesmo, que Ele colocou em nosso coração. O espírito em nós busca ser liberto do cativeiro e alçar vôo rumo à presença de Deus, assim como pássaros parecem ser compelidos a responder um chamado para migrarem. É Deus nos atraindo. Há um desejo inerente em nós de adorar Deus, mas a habilidade de fazê-lo foi perdida na queda de Adão. O Espírito de Deus, contudo nos capacita a entrar no Santo dos Santos, habitação de Deus, onde, finalmente encontramos nossa razão de viver: Adorar a Deus. A adoração é um dos principais temas da Bíblia. Há 270 referências à adoração. A adoração fala do nosso amor respondendo ao amor de Deus. Não é um imperativo, pois o amor não se pode impor, mas uma resposta voluntária a um estímulo espiritual. E Jesus nos garante que esse amor que sentimos, e o fluir do Espírito que experimentamos encontrarão sua expressão e satisfação quando os liberamos de volta para Deus em adoração (Jo 4.23). Não há uma definição de adoração na Bíblia, pois amor não se define. A palavra mais comum no hebraico é "shachah" (172), traduzida por "adoração", "curvar-se", "prostrar-se". No grego a mais comum é "prokeneo" (59 vezes). É composição de duas palavras: "prós", que significa "para", "em direção a", e "heneo", que significa beijar. Alguns eruditos dão o significado de "beijar a mão com admiração", outros "beijar os pés em homenagem". Etimologicamente adoração é curvar-se, prostrar-se, beijar as mãos, pés ou lábios, com um sentimento de temor e devoção, enquanto serve ao Senhor com todo o coração. E uma atitude expressa em ação. Infere profundamente de sentimento e proximidade dos parceiros e um relacionamento de aliança. Envolve moção e emoção, mas a verdadeira adoração é mais profunda que tudo isso e usa simplesmente esses canais para liberar o amor profundo e devoção que impele o crente para a presença de um Deus de amor. A expressão de adoração Podemos entender melhor a adoração na Bíblia, pela observação de como os adoradores se comportavam diante de Deus. I Cr 29.20-22 dá um exemplo: a) Louvaram ao Senhor; b) Inclinaram as cabeças; c) adoraram (shachah); d) Sacrificaram ao Senhor; e) Ofereceram holocausto; f) Comeram e beberam perante o Senhor; g) Fizeram isso com grande regozijo. A definição mais próxima de adoração está em Mc 12.30,31. Aí está um amor que libera toda a adoração do coração, expressa todas as atitudes da alma, expressa toda a determinação da mente e utiliza toda a força do corpo do adorador. Isso é adoração. Adoração é uma resposta a um relacionamento. É o amor respondendo ao amor. Ela ocorre quando nosso espírito contacta o Espírito de Deus. Elementos da adoração: a) Oração - Precisamos nos comunicar com Deus para entrar em comunhão, e oração é essencialmente comunicação. b) Louvor, confissão de pecados e confissão de fé. c) Leitura das Escrituras. d) Pregação 15
Vida no Espírito e) Ceia do Senhor. Esses elementos podem ser parte da adoração, mas não são em si mesmo adoração, nem a substituem. São simples guias, elementos que despertam o coração a entrar na presença de Deus e responder ao Seu amor. Atitudes de adoração Lucas 7.37,38 revela a atitude de uma adoradora, a atitude de um espectador e a de Jesus. Vejamos a da adoradora. Quebrantamento - O contraste entre a presença santa e perfeita de Deus e a nossa pequenez quebranta o coração. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado ("shabor"); coração compungido e contrito ("dakah") não desprezarás, ó Deus. (Sl 51.17). "Shabot" - significa "temer, quebrar, em pedaços, ou reduzir". "Dakah" - quer dizer "esmagar", quebrar, machucar, ferir, esmagar e humilhar. "Contrito" - usado para descrever o processo de fazer pó (talco). A adoração requer quebrantamento. Muitos constroem em volta de si paredes de proteção e não deixam que sejam liberados o amor, a ternura e a adoração. Humildade - Ela soltou os cabelos em lugar indevido, segundo o costume (I Co 11.15). Deixou sua reputação de lado para adorar do modo que ela sentia que Jesus devia ser adorado. Usou os cabelos para enxugar seus pés empoeirados. Tomou sua glória (o cabelo) para lavar a lama (Ler Is 57.15; I Pe 5.5). Adoração sem humildade é como o amor sem compromisso. Amor - Sua atitude estava repassada de amor. "Ela muito amou". Dádiva - Ela não se limitou à expressão de suas emoções; ela também deu uma evidência tangível do seu amor, devoção e adoração. A dádiva está associada à adoração (Ex 23.14; 34.20; Dt 16.16; Sl 96.1-9). A atitude de Jesus em resposta a essa adoração é: "A tua fé te salvou; vai-te em paz" (Lc 7.49) – fé, libertação e paz. O objeto da adoração - Deus mesmo (Jo 4.20,21) Só pelo Espírito Santo se pode adorar (Rm 8.16). O lugar da adoração - No espírito do homem, onde o Espírito de Deus habita. A verdadeira adoração - "Em espírito e em verdade”. A verdadeira adoração deve fluir de um relacionamento genuíno com Deus. Um bom relacionamento com uma igreja pode produzir um bom trabalhador, mas somente um relacionamento caloroso com Deus produz o verdadeiro adorador. Espíritos calorosos produzem corações adoradores. As motivações também devem ser corretas na adoração verdadeira. O objetivo é dar ao Senhor e não adquirir d’Ele. A motivação pura para a adoração é o amor que transborda do espírito do homem como correntes de água viva. Diferença entre Louvor e adoração: O louvor nos prepara para a adoração. E o prelúdio, a porta de entrada para a adoração. Sl 95. l,2,6; Sl 96.4,7,8,9. Mas ainda que a adoração possa depender do louvor, o louvor não é substituto da oração, mas um precioso suplemento. Há diferença entre o Louvor e a Adoração. a. Na motivação Geralmente louvamos com a motivação de sermos abençoados por Deus. Há um desejo de despertar as agradáveis emoções que o louvor produz. No louvor, aproximamo-nos de Deus com um coração entusiasta e feliz, para gozar do prazer de Sua presença. Mas na adoração apresentamos algo ai Deus, como um reconhecimento de amor e expressão da nossa profunda apreciação do que Deus é. A chave da adoração é dar, e não receber. A adoração dá glória a Deus e não busca conseguir a glória de Deus. Um adorador vai a Ele não para ser abençoado, mas para abençoar; não como um pedinte, mas como um admirador. Os que louvam e querem ser adoradores devem aplicar o teste: Estou indo a Deus para dar ou para receber? Estou ministrando ao Senhor, ou buscando ser ministrado por Deus? b. No impulso O impulso primeiro do louvor é uma resposta positiva voltada para Deus, baseado muito mais nos Seus feitos do que em Sua PESSOA. O salmista convida a louvar a Deus pelos feitos. Moisés louva pela libertação (Êx 15); Ana louva por Samuel (I Sm 2.1-10); Sl 107; 8,21,31. Esse impulso de louvor é proveitoso e é um passo além das ações de graça. Mas o louvor se concentra mais no presente (dádiva) de Deus do que na Sua presença. Como o louvor é centrado em atos, freqüentemente se transforma em petição numa forma positiva, ou mesmo numa tentativa de 16
Vida no Espírito conseguir que Deus satisfaça os presentes desejos, louvando-o grandemente por Suas dádivas passadas. É possível ir-se à presença de Deus 2 apresentar um louvor próprio, buscando mais receber do que dar, nunca passando do louvor para a adoração. Muitas vezes voltamos do louvor para a petição, em vez de prosseguirmos do louvor para a adoração. No louvor, a ordem é "louvor por". A adoração se volta para a pessoa de Deus "Adora a Deus". O louvor começa aplaudindo o poder de Deus, mas freqüentemente nos aproxima tanto de Deus que a adoração pode responder a essa presença. Enquanto a energia do louvor é voltada para o que Deus faz, a energia da adoração é voltada para o que Deus é. O louvor se concentra na realização; a adoração na Pessoa. O impulso da adoração, portanto, é mais elevado do que o do louvor. c. Na sua fonte de inspiração Fundamentalmente o louvor é uma exuberância da alma e do espírito do homem, que é expressa a Deus. A adoração flui do Espírito de Deus que é residente no espírito do homem. O louvor é o homem redimido invocando a Deus, enquanto adoração é Deus invocando a Deus de dentro do homem redimido. O louvor tem freqüentemente sua origem na alma, mas a verdadeira adoração sempre se originará no espírito (Jo 4.24). O louvor é mais um ato de emoção, enquanto a adoração é um ato de devoção. O louvor brota da fonte dos sentimentos, enquanto a adoração diz: "Eu amo". O louvor olha para a mão de Deus; adoração olha para o coração. Embora o louvor e adoração sejam manifestos pelo mesmo corpo, eles brotam de diferentes fontes em nosso ser. Mas a manifestação nem sempre revela a fonte, pois pode ser expresso pelas mesmas posturas físicas ou pelas ações. d. Na profundidade da dedicação Enquanto o louvor é uma expressão de nossa vida, a adoração é um estilo de vida. O louvor é muitas vezes um ato da nossa vontade, e pode ser despertado pelo estímulo das emoções. A adoração, porém, envolve a vida inteira. Um verdadeiro adorador o é o tempo todo, mesmo que no momento não esteja envolvido no ato da adoração. Adoração é um modo de vida que afeta o comportamento do adorador fora da presença de Deus, como o faz em Sua presença. No louvor nós expressamos uma profunda apreciação a Deus pelo que Ele nos tem feito, mas na adoração nós "vivemos para o Senhor". e. Na proximidade de Deus O louvor nem sempre é a respeito das obras de Deus; algumas vezes olha para além do que é feito e louva Aquele que fez as obras. Mas normalmente é uma resposta de uma certa distância, mas adoração, antes que possa fluir, requer que a pessoa esteja na presença real de Deus. A adoração no templo acontecia no lugar Santo. O louvor ficava nos átrios. Há uma intimidade na adoração, que não é exigida para o louvor. f. Na forma de expressão O louvor e a adoração devem ser expressos pelo corpo e há muita semelhança entre eles, mas há também diferenças. O louvor é mais vocal enquanto a adoração é freqüentemente destituída de muitas palavras. Dois amantes numa caminhada têm muito do que falar, mas quando se envolvem em um abraço, as palavras se tornam supérfluas. Assim é freqüentemente com a adoração. O louvor é usualmente demonstrativo, com muita ação física, enquanto a profunda adoração tende mais a manifestar uma submissão física, em vez de uma atividade física. Como o louvor tende mais a ser emocional, é mais barulhento e exuberante; a adoração é devocional e mais quieta e contemplativa. Poderíamos dizer que o louvor põe o amor em palavras e ação, enquanto a adoração põe-no em toque e relacionamento. Ambos são importantes, mas a adoração é mais íntima.
4 - PETIÇÃO E SÚPLICA "Por isso vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco”. (Mt 21.22\ Mc 11.24). "Não andeis ansiosos de cousa alguma; em tudo, porém sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça”. (Fl 4.6) Deus é a fonte de todo a bênção e Ele tem a solução para todos os nossos problemas. Ele tem recursos inesgotáveis para satisfazer cada uma das nossas necessidades. "O meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus, cada uma de 17
Vida no Espírito vossas necessidades" (Fl 4.19). A Palavra de Deus nos encoraja a apresentar nossas petições ao Senhor, sabendo que Ele está pronto a nos atender. Seguem-se alguns princípios que devem governar nossa oração, especialmente a de petição, para que alcancemos uma resposta favorável. l. Forme uma imagem clara do seu desejo e expresse-o em palavras objetivas. Defina o que você quer de Deus em termos claros. A Bíblia ensina que a oração deve ser específica, objetiva (Lc 11.1-12; Tg 1.5). Exemplos de orações objetivas: Eliezer - Gn 24.12-14; Elias -I Rs 17.1; Eliseu - II Rs 2.9. Uma resposta definida exige um pedido definido (Lc 18.38, 41-43). O que está errado com a oração indefinida: a) Freqüentemente é uma mera formalidade. As pessoas oram por coisas que realmente não desejam. b) Muitas orações são feitas só para serem ouvidas pela congregação. São indefinidas e insinceras. Nada esperam realmente de Deus e por essa razão nada têm em especial de Deus. c) A oração indefinida revela que não há um clamor na alma, nem urgência no coração, nenhum peso na oração ou desejo real. d) A oração formal, indefinida, geral, vaga, é resultado da falta de direção do Espírito Santo. Revela um desconhecimento da mente de Deus. Quem é guiado pelo Espírito Santo, sabe o que quer, porque sabe o que Deus quer e sabe que Ele está disposto a dar as coisas pedidas em oração. Como ser definido: a) Analise suas orações. Coloque de lado aquelas que são insinceras ou feitas por mera obrigação. Separe as coisas que você realmente deseja e tem um peso de oração; aquilo que está verdadeiramente em seu coração e para o que espera resposta específica. b) Espere na presença de Deus até ter na mente, de um modo claro, aquilo porque deve orar. Deixe que o Espírito lhe fale e coloque o desejo em seu coração, você poderá ser ousado no pedir. Oração específica não é uma tentativa de você fazer Deus concordar com o seu desejo, mas é antes descobrir o desejo de Deus para você e orar de acordo com o que o Espírito coloca em seu coração. c) Escreva seu desejo. Isso lhe ajudará a ser específico e preparar-se convenientemente para apresentar sua petição, assistido pelo Espírito Santo, de tal modo que alcance a resposta específica. Isso poderá também ser feito em concordância com outra ou outras pessoas. O registro das petições específicas a Deus e das respostas, ajuda a desenvolver a fé e crescer na vida de oração bem sucedida. d) Busque na Bíblia textos que se referem ao que você deseja, quer em promessas ou em princípios. Uma vez identificada a necessidade, pesquise a Palavra e selecione textos que se referem ao assunto. 2. Toda a oração deve ser feita de acordo com a vontade de Deus revelada na Palavra. A Fé começa onde a vontade de Deus é conhecida. Sua vontade é revelada na Palavra escrita. Deus está preso à Sua Palavra. A Palavra expressa o que Deus é. Ele é absolutamente fiel ao que prometeu. Você não tem interesse em desejar o que Deus não quer para a sua vida. Pesquisando a Palavra, sob a direção do Espírito Santo, você descobrirá se seu desejo deve ser abandonado ou se é digno de ser transformada em objeto de oração. Sem o fundamento da Palavra de Deus é impossível fazer uma oração de fé. Deus tem habilidade de cumprir aquilo que prometeu (Rm 4.21; Jr 1.12). O conhecimento da vontade de Deus revelada em Sua Palavra dará a você a certeza de que sua petição será atendida (I Jo 5.14). O conhecimento das promessas de Deus relativas ao seu desejo, despertará e alimentará sua fé (Rm 10.11). As promessas serão, para você, arma segura contra os ataques de Satanás, enquanto espera a manifestação da resposta de Deus ao seu pedido (Lc 4.3-12). Orações baseadas na Palavra de Deus. A Bíblia está cheia de pedidos a Deus firmados nas Suas promessas. a) Davi ora por sua casa, de acordo com a Palavra do Senhor, de que lhe edificarão casa estável. Nata lhe transmite as 18
Vida no Espírito promessas do Pai e ele ora de acordo, "Agora, ó Senhor, seja confirmada para sempre a Palavra que falaste acerca do teu servo, e acerca de sua casa, e faze como falaste... Agora, pois, ó Senhor, tu és Deus e falaste este bem acerca do teu servo, para que permaneça para sempre diante de ti; porque Tu, Senhor, a abençoaste, ficará abençoada para sempre" (I Cr 17.23,26,27). b) Na dedicação do templo, Salomão apresenta suas petições de acordo com as promessas de Deus (II Cr 6.14-17). c) Josafá se vê ameaçado por tropas inimigas e vai à casa do Senhor e clama, de acordo com a promessa (II Cr 20.12). Exemplo de necessidades e as respectivas promessas de sua satisfação: a) Necessidades de emprego - Fl 4.19. b) Prosperidade - Dt 28. c) Saúde - Is. 53.4; I Pe 2.24. Para cada pedido que fazemos a Deus devemos ter uma passagem na Bíblia para sustentá-lo. Ninguém apresenta uma petição ou um caso em algum tribunal, sem invocar o respaldo da Lei. Do mesmo modo, nossas petições diante do trono devem ter o respaldo da Palavra de Deus escrita, a Bíblia, que é a constituição do Reino. 3. Faça seu pedido a Deus de modo simples e claro, invocando o que Ele prometeu na Sua Palavra. Se você já sabe o que quer do Pai e se certificou de que Ele lhe fez uma promessa em Sua Palavra, agora é só apresentar o caso diante d’Ele, por meio de um pedido. A palavra nos encoraja a não andar ansiosos, mas tornar conhecidas diante de Deus as nossas petições. "Não andeis ansiosos por coisa alguma, em tudo, porém sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições..." (Fl 4.6). A petição é o meio dado por Deus para a satisfação das necessidades de Seus filhos. "Pedi, e dar-se-vos-á" (Mt 7.7). "Pois todo o que pede recebe..." (Mt 7.8). "Pedi e recebereis..." (Jo 16.24). "Nada tendes porque não pedis" (Tg 4.2). "Quanto mais o vosso Pai celestial, dará boas coisas aos que lhe pedirem” (Mt 7.11). "E tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis "(Mt 21.22). "Quanto mais vosso Pai Celestial, dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem" (Lc 11.13). "Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei" (Jo 14.14). A oração sacerdotal de Jesus está permeada de pedidos ao Pai: "Glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu tive diante de Ti, antes que houvesse mundo"(v. 5) - Por si mesmo. "Rogo por aqueles que me deste, para que sejam um, assim como nós" (v.9,11) - Pela unidade dos discípulos. "Que eles tenham o meu gozo completo em si mesmos" (v. 13) - Pelo gozo dos discípulos. "Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do ma!" (v. 15) -Proteção dos discípulos. "Santifica-os na verdade"(v. 17) - Pela santificação dos discípulos. "Rogo por aqueles que vierem a crer em Mim, por intermédio da Sua Palavra (v. 20) - Pelo resultado do trabalho dos discípulos. "Que todos sejam um; e como Tu és, ó Pai, em Mim, e eu em Ti, também sejam eles em nós" (v. 21) - Pela unidade espiritual dos discípulos. "Que onde Eu estou, estejam também comigo os que me deste, para que vejam a minha glória que me conferiste" (v. 24) Pela participação dos discípulos na sua glória. 4. Creia firmemente, com base na promessa da Palavra, que Deus atendeu sua petição e a manifestação da resposta já está a caminho. A fé tem como fundamento a fidelidade de Deus e da Sua Palavra (Nm 23.19). A fé é a precursora de toda oração respondida. É uma confiança ousada em Deus. É uma certeza antecipada do milagre que virá 19
Vida no Espírito (Mc 11.23-24). A verdadeira fé é aquela que se apropria da promessa no reino do espírito, antes que ela se materialize diante dos olhos (Hb 11.1; 11.6). A única oração que Deus ouve é aquela feita em fé. O limite do que se consegue pela oração está na própria fé de cada pessoa. A vida de oração será tão forte quanto a fé que a pessoa tem em Deus (Mt 17.20; Mc 9.23: Tg 5.15). E como crescer numa fé mais forte? a) Lembre-se que cada um tem uma medida de fé (Rm 12.3). b) Aprenda a Palavra de Deus (Rm 10.17), porque a f é baseada nas promessas de Deus: A medida em que nos tornamos familiares com a natureza de Deus revelada na Bíblia, a fé é desenvolvida. Veja João 15.7. c) Submeta-se completamente à liderança do Espírito Santo e à vontade Deus. É o Espírito quem interpreta a Palavra em nosso coração. d) Aja de acordo com a medida da fé que você tem. Alguns "nãos" a considerar a) Não tente crer; simplesmente aja de acordo com a Palavra, b) Não use uma confissão dupla de modo que num momento você confessa: "Sim, Ele ouviu minha oração. Estou curado", ou "eu tenho o dinheiro", ou "recebi o emprego", e então começa a questionar como é que isso vai acontecer e o que você tem de fazer para consegui-lo. Sua última confissão destrói a primeira. Uma confissão errada destrói a oração e a fé. c) Não confie na fé de outras pessoas - tenha a sua própria fé. Assim como você tem sua própria roupa, tenha sua própria fé. Aja de acordo com a Palavra por si mesmo. d) Não converse incredulidade. Nunca admita que você é um "Tomé duvidoso", pois isso é um insulto ao Pai. e) Não fale sobre doenças e problemas. f) Nunca fale sobre fracasso. Fale sobre a Palavra, sua absoluta integridade e sobre sua confiança nela. Fale de sua disposição de agir de acordo com ela e ater-se à sua confissão de que ela é fiel. Alguns princípios para reflexão Você não pode edificar a fé sem praticar a Palavra. Você não pode desenvolver uma vida de oração que nada é senão palavras, a menos que a Palavra de Deus tenha uma parte real em sua vida. Se você vive a Palavra, você pratica a Palavra. Alguém pode ser professor da Bíblia. Pode saber de Gênesis à Apocalipse, mas isso não significa que ele anda pela fé. Ele vive no reino dos sentidos. Eu vivo a Palavra na medida da minha fé. Minha vida de oração só tem valor na medida em que a Palavra em meus lábios é algo vivo. E ela só vive se eu a pratico. "Se alguém é ouvinte da Palavra e não praticante, é como um homem que contempla seu rosto num espelho natural, e se retira, e logo esquece de como era a sua aparência" (Tg 1.23,24). Quem é esse homem? Ele é um novo homem em Cristo. Ele é um homem da nova criação. Ele é um membro do corpo de Cristo. Ele é um filho com uma posição legal e a habilidade de Deus, e ainda assim ele vive como um homem comum. Ele tem o caminho aberto para comparecer diante do Trono quando desejar. Ele tem a justiça de Deus que o capacita a colocar-se na presença do Pai com a mesma liberdade que Jesus possuía. Mas ele vive como um homem comum e quando a crise vem, ele procura alguém para crer por ele. É claro que ele pode orar, mas suas orações não passam de palavras vazias, quando poderiam estar cheias de fé, nascidas de uma real comunhão com o Pai. Ele é um ouvinte que esquece, um crente que não é praticante, um professor sem uma vida a caminhar na Palavra. Ser praticante das palavras de Jesus é o segredo real de uma vida de oração. 5. Tome cuidado para que sua conversa sobre o que você pediu a Deus esteja em linha com sua fé de que Ele ouviu sua petição. Nossa fé ou incredulidade é determinada pela nossa confissão. Poucos percebem o efeito da palavra falada sobre seu próprio coração e sobre o adversário. O inimigo ouve nossas conversas e aparentemente não as esquece, enquanto nós descemos ao nível da nossa confissão. 20
Vida no Espírito A Palavra só se torna real quando confessamos sua realidade. Hebreus 4.14 deve ser uma divisa para a vida: "Tendo, pois, a Jesus, o filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus conservemos firmes a nossa confissão". A fé é expressa pela confissão dos lábios (Rm 10.9-10). O que os lábios dizem deve concordar com a fé do coração. Palavras contrárias à promessa destroem e neutralizam a oração. Palavras são sementes, e palavras confessadas são sementes plantadas. Confissão repetida é semente regada. Regue as sementes da fé com a confissão da promessa. Sua confiança não é nas orações de outros, mas na imutável e indestrutível Palavra de Deus. Por isso você se recusa a permitir que seus lábios destruam a eficácia da Palavra no seu caso. Você se conservará firme à sua confissão, ainda que pareça, aos olhos humanos, que a sua oração não foi respondida. 6. Rejeite toda a dúvida que assaltar sua mente quanto ao fato de que Deus já respondeu a sua oração. Deixe que cada pensamento, cada imagem, e desejo afirmem que você tem o que pediu. Não olhe para as circunstâncias, para os sintomas, mas fixe-se na Palavra e isso manterá a dúvida fora do seu território. Entre sua petição e a efetiva manifestação da resposta existe um tempo que pode ser mais ou menos prolongado. Durante esse período, Satanás tentará lançar dúvidas na sua mente. Torna-se necessário manter uma atitude firme para não aceitá-la, mas conservar a fé. A dúvida é um ladrão que rouba a bênção de Deus. É o inimigo número um da fé. Exemplo da dúvida: Mt 14.24-31. A dúvida impede a resposta à oração. Ela é mãe da derrota (Tg 1.6-8). Quando duvidamos da Palavra de Deus é porque estamos crendo em algo contrário àquela Palavra. E duvidar da Palavra é duvidar do próprio Deus. Qualquer substituto para a fé em Deus e Suas promessas destrói a vida de fé; destrói as orações e traz de volta o jugo. A dúvida e a fé não permanecem juntas. Se uma entra pela porta, a outra sai pela janela. Como vencer a dúvida • Mantenha controle sobre a sua mente. A dúvida opera no reino da mente; a Palavra de Deus opera no reino do espírito. A fé também opera no reino do espírito. Há, pois, que lançar mão das armas disponíveis para vencer os pensamentos da dúvida (II Co 10.3-5). Esteja pronto a recusar qualquer pensamento ou imagem contrários à sua oração. Controle seus pensamentos de acordo com Filipenses 4.6-9. • Use as promessas de Deus como arma contra os ataques de dúvida. A Palavra de Deus confessada com autoridade e fé mantém o inimigo distante (Mt 4.1-11). • Concentre-se na fidelidade de Deus e de Sua Palavra. Isso fortalece a fé e põe a dúvida fora do caminho. Nossa fé é firmada naquilo que Deus é (Rm 4.19-21). É sua segurança na Palavra de Deus que garantirá a vitória contra os ataques das dúvidas. 7. Conserve uma visão clara das promessas que serviam de base para a sua petição (Pv 4.20-21). "Não se apartem elas de diante dos teus olhos..." Quando a promessa é guardada diante dos nossos olhos, trocamos a imagem do problema pela imagem da promessa. Isso é fundamental. Nossas vitórias ou derrotas são alcançadas primeiro na mente. As circunstâncias que nos cercam tentarão impor suas imagens. Mas se a Palavra de Deus estiver diante dos nossos olhos, serão as imagens das promessas que prevalecerão. Essas imagens serão alimentadas pela meditação nas promessas que serviram de base para a nossa oração. Meditar é ruminar. E trazer de volta à mente a Palavra e absorver dela todos os seus nutrientes espirituais. É ter a promessa sempre presente e viva na memória. É considerá-la atentamente, contemplá-la. Pela meditação a promessa é interiorizada e a certeza da sua manifestação é alimentada. (Is 1.8) A meditação favorece a permanência na Palavra, (Jo 15.7) e isso é condição para a resposta à oração. O amor à Palavra é demonstrada no ato de meditar nela. "Quanto amo a Tua Lei! É a minha meditação todo dia" (Sl 119.97-148; Sl 1.2). De fato, a contínua meditação na Palavra gera em nós as imagens das abundantes promessas de Deus do que somos em Cristo. Isso faz com que na hora de uma determinada necessidade, a oração seja prontamente feita dentro dos princípios divinos. Pela meditação, o coração é aquecido e a fé alimentada - "Esbraseou-se-me no peito o coração; enquanto eu meditava ateou-se o fogo" (Sl 39.3). O meditar na Palavra nos leva a um maior conhecimento e intimidade com Deus, pois a base da fidelidade no cumprimento da promessa reside em Sua própria pessoa. "Em Ti medito, durante as vigílias da noite" (Sl 63.6). Se conheço Deus, sei que Suas Promessas 21
Vida no Espírito são fiéis e verdadeiras. Meditar na Palavra requer uma decisão firme. É uma questão de escolha e disciplina (Sl 119.11; 27; 48; 78; 145.5). O hábito da meditação na Palavra nos torna sábios e nos dará o conhecimento dos caminhos de Deus. "Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos Teus testemunhos" (Sl 119.99). 8. Conserve-se numa atitude de louvor e gratidão a Deus até a plena materialização da resposta ao pedido. Você não deve esperar a manifestação para poder agradecer. Agradeça logo, pois a sua convicção é que Deus é fiel à Sua Palavra e a materialização da resposta é apenas uma questão de tempo. O louvor é uma expressão de fé em Deus, e se baseia na promessa de Deus. Ele é fiel. O louvor deve acompanhar as orações (Fl 4.6,7). Toda a petição deve ser marcada pelas ações de graça. O louvor fortalece a fé (Rm 4.20). O louvor, pela resposta à oração, antes de ver sua manifestação, libera a operação do poder de Deus. Jesus, diante do túmulo aberto de Lázaro, Levantando os olhos para o céu, disse, Pai, graças te dou porque me ouviste" (Jo 11.41). E logo Lázaro estava fora do túmulo, vivo. O coração agradecido que aguarda a manifestação física da resposta de Deus com louvor e ações de graça entra no descanso da FÉ. 5 - CONSAGRAÇÃO Surgem ocasiões em nossa vida, quando temos de tomar algumas decisões, e seguir por um determinado caminho sem que a vontade de Deus, naquela área, esteja claramente revelada em Sua Palavra. É aí quando, em vez de começar a pedir, devemos buscar Sua face e esperar em Sua presença a fim de conhecermos o desejo do Seu coração para aquela situação específica. Esse tipo de oração é mais uma atitude de submissão, dedicação, entrega e obediência a Deus do que petição. Uma vez conhecida Sua vontade, é só segui-la. Nesse tipo de oração há uma disposição de fazer ou aceitar qualquer que seja a vontade de Deus naquela circunstância. Este é o único tipo de oração onde se emprega o "se for da Tua vontade". Ela é feita numa situação em que se busca o conhecimento da vontade de Deus ainda não revelada. Isso é feito com a mais profunda atitude de submissão a Deus. A oração de dedicação é harmonizar nossa vontade com a vontade de Deus a fim de trazer sucesso numa determinada situação. À vontade de Deus é sempre para nosso benefício. Esse tipo de oração coloca-nos e a Deus direcionados para o mesmo alvo. Jesus fez esta oração no Getsêmani (Lc 22.42): "Pai, se queres afasta de mim este cálice; todavia não se faça a minha vontade, mas a Tua". É mais uma atitude de submissão e obediência do que palavras. Exige um tempo maior de busca, repetidas vezes, até a convicção do plano divino. Requer a renúncia da vontade própria. A mente deve ser esvaziada das preferências pessoais para aceitar o plano de Deus, não importando qual seja. Uma vez conhecido o plano de Deus, não se trata de receber alguma coisa, mas fazer alguma coisa de acordo com a direção recebida. 6 - ENTREGA (I Pe 5.7; Mt 6.25-27). A oração de entrega fala também de uma atitude do coração. Quando os cuidados, inquietações e pesos nos batem à porta, transferimo-los para o Senhor, que tem condições de levá-los e, então, devemos entrar no descanso da fé. Podemos entregar nossos cuidados, preocupações e a nós mesmos a Deus e gozar Sua paz divina (Sl 37.5). Deus é contra a preocupação. Ela nada produz senão stress, esgotamento e morte. Jesus pregou contra ela. Paulo pregou contra ela. A Bíblia é contra a preocupação porque ela foi gerada por Satanás. Todo e qualquer cuidado deve ser erradicado de nossas vidas (Fl 4.6,7). O Poder de Deus começa a operar, quando lançamos nossos cuidados sobre Ele. As preocupações apenas bloqueiam essa operação. 22
Vida no Espírito A entrega dos fardos a Deus traz o descanso (Sl 37.7). 7 - INTERCESSÃO Deus chamou o Corpo de Cristo para o ministério da intercessão por todos os homens (I Tm 2:1-4). Deus está para trazer um grande derramamento do Seu Espírito nestes últimos dias, com grande demonstração de poder. A oração intercessória é o instrumento que o Espírito de Deus usará para trazer esse derramamento. Somos chamados a interceder porque Deus nada faz na terra sem a cooperação do homem. Deus revela Seus propósitos e Seus servos falam na terra em linha com eles e se tornam o instrumento para gerar e dar à luz, pela intercessão, cada um deles. O homem ainda tem autoridade na terra. Deus o colocou nessa posição. Deus busca intercessores: Is 59.16,17; Jó 9.32,33; Nm 16.48; Is 64.7. Jesus, o Intercessor provido por Deus: Hb 7.25; Rm 8.34. Ele intercede no céu. O Espírito Santo como Intercessor: Rm 8.26. Ele intercede, na terra, de dentro de santuários humanos, redimidos pelo sangue do cordeiro. Deus precisa hoje de servos na "brecha": Ez 22.30,31. Intercessão e as "dores de parto": Jr 30.6; Is 66.8; Cl 4.19. Elementos indispensáveis à intercessão a) Identificação: Interceder é tomar o lugar de outro e pleitear sua causa como se fosse sua (Êx 32.31,32). b) Amor: Rm 5.5. c) Compaixão: Mt 9.36-38; 14.14; 15.32; 20.34.
MÉTODOS OU FORMAS DE ORAÇÃO Oração privada (Mt 6.6): Cada filho tem direito de entrar na presença de Deus com confiança (Hb 4.16) e apresentar suas orações. Oração de concordância (Mt 18.18-20): A versão Ampliada da Bíblia traduz o versículo 19 como "concordarem e harmonizarem juntos ou fazerem uma sinfonia juntos". "Sinfonia" é quando todos os instrumentos tocam em harmonia. Concordar espiritualmente envolve: a) Concordar com a Palavra de Deus. Tenha a plena convicção de que a Palavra de Deus é verdadeira e ela será cumprida. b) Concordância envolve também a mente. Pensar a mesma coisa. Na mente se trava um campo de batalha e os pensamentos deverão ser controlados para que estejam em harmonia com Deus e a Palavra. Algo que ajuda a ter uma mente firme é escrever o objeto da concordância. Quando a mente se inclinar para outra direção, leve-a a concordar com a Palavra de Deus. c) Concordar com o outro crente com quem se ora. Essa concordância é mais que palavras. É preciso haver harmonia (Mc 11.25,26). d) Há um poder na concordância (Dt 32.30). Oração coletiva (At 4.23-31): O corpo orando, em perfeita concordância, com o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Esse tipo de oração tem um tremendo poder (At 5.12).
RECURSOS A SEREM USADOS NAS ORAÇÕES Orar a Palavra: Quando oramos a Palavra, já começamos com a resposta (I Ts 5.10,11). Oração no Espírito: 23
Vida no Espírito (I Co 14.14; Ef 6.18; Jd 20). Em áreas conhecidas pela mente, podemos aplicar a Palavra escrita. Mas aqueles que fogem ao nosso conhecimento ou quando não temos convicção de qual a vontade de Deus, o Espírito Santo vem em nosso auxílio (Rm 8.26,27)."Gemidos inexprimíveis" significando literal: "gemidos que não podem ser expressos por palavras articuladas". Orando no espírito: A oração no Espírito, para além de ser um grande auxílio em todos os tipos de oração, é uma arma poderosa contra as forças das trevas.
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Vida no Espírito
Arma Contra as Interferências em Nossas Orações Temos autoridade, dada por Deus, de abrir e fechar (Mt 16.19). A vida de oração é uma batalha (Ef 6.10-18). O tempo passado na presença de Deus é como que o "carregar da bateria". Somos supridos para o combate. O inimigo é enfrentado com arma de combate: a Palavra de Deus (Ef 6.17). O inimigo é enfrentado na autoridade e Nome de Jesus, a quem tudo se sujeita (Lc 19.10; Mc 16.17). O inimigo é enfrentado por um poder maior (Mt 12.29). Enfrente o inimigo falando diretamente a Satanás. Exerça sua fé na obra do Calvário. Neutralize as forças inimigas para que a resposta às suas orações não seja retida nas "regiões celestes" (Dn 10.12-21).
ASPECTOS IMPORTANTES DA ORAÇÃO BEM SUCEDIDA 1. Ore ao Pai, em nome de Jesus. João 16.23-24: É o nome de Jesus que garante a resposta de Deus. 2. Creia que Deus responde a sua oração. Mc 11.24; I Jo 5.14,15: A oração sem fé não produz resultados. 3. Perdoe a todos que lhe ofenderam. Mc 11.25; Mt 6.14-15: Toda falta de perdão impede a resposta de Deus. 4. Dependa do Espírito Santo em sua vida de oração. Rm 8.26,27; 8.15: Sem o auxílio, não se chega ao trono. 5. Aprenda a orar pelos outros (Ef 6.18). Há uma lei de semeadura e ceifa no reino do espírito. Quando me envolvo com o corpo, intercedendo por ele, Deus levantará outros no corpo para intercederem por mim. 6. Edifique-se a si mesmo, orando no Espírito (Judas 20; I Co 14.4).
ORAÇÃO E JEJUM 1. Por que jejuar e orar? Por que motivo os cristãos devem algumas vezes deixar a comida, dormida, boas roupas, a vida em família ou outros confortos para dedicarem-se somente à oração? Homens e mulheres usados por Deus em toda a Bíblia, jejuaram: Moisés, Davi, Esdras, Neemias, Daniel, Paulo... Jesus iniciou seu ministério com 40 dias de jejum. Não há uma ordem na Bíblia para se jejuar, mas Jesus deixa claro que jejum é parte da vida do cristão, ao dizer:"Quando jejuardes..." (Mt 6:16) "...naqueles dias jejuarão" (Lc 5:34,35). A Igreja primitiva conhecia a prática do jejum (At 13.2,3). 2. O que é o jejum e a oração? Não é simplesmente abstinência de alimento ou de alguma coisa. Acima de tudo é colocar Deus no lugar supremo. É colocar a oração em primeiro lugar. Há momentos em que devemos comer e beber com alegria e gratidão (Sl 103.2,5); que devemos dormir (Sl 127.2; 3.5); os prazeres da família devem ser gozados (Hb 13.4; Pv 18.22). Toda bênção vem de Deus (Tg 1.7) e deve ser desfrutada, para que por elas Deus seja glorificado. Mas há momentos que devemos voltar as costas para tudo isso e buscar a face do Senhor por algum tempo. Para tanto somos levados a voltar toda a nossa atenção e energia para o Senhor, orando e esperando em Sua presença. A abstinência pode ser só de comida (Mt 4.2). Há ocasiões em que o jejum é completo, sem água nem comida (Ester 4.16). Há jejuns parciais, em que se come só o indispensável (Dn 10.2-3). Às vezes há abstinência do relacionamento sexual entre marido e mulher (Êx 19.14-15; l Co 7.5). O espírito do jejum é um desejo ardente de estar com Deus em oração, por alguma razão específica, maior que qualquer desejo normal ou lícito. Jejum significa persistência em oração. Podemos orar freqüentemente, mas não oramos muito. Separar um tempo para jejum e oração é dispor-se a um sério trabalho com uma persistência que não aceitará a negação. A oração persistente, que deixa tudo mais e dá a Deus o devido lugar, freqüentemente envolve o jejum. Jejum é uma deliberação de remover todo obstáculo à oração (Hb 12.1,2). Jejuar é 25
Vida no Espírito simplesmente colocar de lado todo peso e todo emprego que impede nossas orações. O jejum manifesta a intensidade de um desejo, a grandeza de uma determinação e da fé. O jejum, pois, revela o fervor e a seriedade da busca da resposta à oração. 3. Motivos que levaram as pessoas a jejuar (no Velho Testamento) Busca de auxílio em tempo de aflição (Sl 50.15): Josué e os anciãos de Israel diante da derrota em Ai (Js 7.6). As tribos de Israel, quando a tribo de Benjamim foi contra elas (Jz 20.26). Ester, Mordecai e os judeus, quando ameaçados de destruição (Et 4.16). Esdras, quando temeu os inimigos no deserto (Es 8.21-23). Confissão de pecados (I Sm 7.6; Jn 3.5-8). Oração por cura (II Sm 12.16,21,22). Contrição e quebrantamento (I Rs 21:27). Intercessão (Ne 1.4; Dn 9.2,3-19). Por revelação (Dn 10). 4. O Jejum no Novo Testamento Não há uma única ordem no Novo Testamento para a Igreja jejuar. Também não há normas estabelecidas. No entanto, parece que o jejum é algo que faz parte da vida normal do povo. Os judeus já eram dados ao jejum semanal e os fariseus jejuavam duas vezes por semana. Jesus jejuou após o batismo (Mt 4.2; Lc 4.2). Ele passava noites em oração e, ao que parece, sem comer. Mas não praticava o tipo de jejum dos fariseus ou mesmo de João Batista. Ele deixou, contudo, ensinos sobre o jejum. Lucas 5.33-35: Haveria um tempo, depois da Sua partida, em que os discípulos jejuariam. Há tempos em que o jejum não se faz necessário. Ver ainda Mateus 17.21. O jejum deve ser ao Senhor, sem a motivação de impressionar (Mt 6.16-18). "Quando jejuardes". Está implícito que jejum era uma prática indiscutível. Talvez por essa razão não haja nenhum mandamento para que se jejue. O Jejum no livro de Atos: Saulo jejuou após o encontro com Cristo, à caminho de Damasco (At 9.9). Motivo: espera em Deus e busca de revelação. Cornélio jejuava, quando o anjo lhe trouxe a mensagem de Deus (At 10.30). Motivo: exercício espiritual diante do Senhor. Os profetas e mestres na igreja de Antioquia (At 13.1-3). Motivo: ministrar ao Senhor, impor as mãos sobre os apóstolos e enviálos à obra missionária. Paulo, para a separação dos presbíteros (At 41.23). As pessoas que viajavam com Paulo para Roma (At 27.9,33,34). Eram dias de grande perigo. O Jejum nas cartas: Paulo era dado à prática do jejum (II Co 6.4,5). A única instrução sobre jejum e oração nas cartas é no que se refere ao casal (I Co 7.4,5). 5. Razões bíblicas para o crente jejuar O jejum põe a carne sob sujeição e ajuda na disciplina. Mas ele nada altera a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois do meu jejum. O benefício do jejum é para mim, pois ajudame a estar mais sensível ao Espírito de Deus. Quando uma necessidade de esperar mais em Deus surge, e o Espírito Santo nos impele a jejuar, esse é o tempo para tal. O Novo Testamento não estabelece um programa de jejum. O cristão é "guiado pelo espírito" (Rm 8:16) e é Ele quem vai mostrar por quê, como e quando jejuar. Jejuar fora da liderança do Espírito não passa de autopunição. Jejuar com o propósito de ministrar ao Senhor. Um tempo de comunhão sem qualquer interrupção (At 13:2).
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Vida no Espírito
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ANDANDO NO ESPÍRITO
PRIMEIRO PRINCÍPIO DO ANDAR NO ESPÍRITO: ANDAR EM FÉ "Se vivemos no espírito, andemos também no espírito" (Gl 5.26) "... visto que andamos por fé, e não pelo que vemos". (II Co 5.7) É necessário que, antes de iniciarmos este estudo sobre o "andar no Espírito", entendamos duas verdades básicas, para não incorrermos em erros que poderão impedir o nosso “andar em Fé". E se à medida que formos nos aprofundando em nosso estudo, você se vir fora do padrão de Deus, é porque estas duas verdades não estão bem edificadas em sua vida, e esta poderá ser uma brecha por onde os ataques do inimigo por certo entrarão. Quais são estas verdades? A primeira é: Deus ama você. Você pode ser confrontado pela Palavra de Deus e descobrir algumas coisas, em você, que não lhe são agradáveis. Daí poderão surgir pensamentos, tais como: "Deus está com raiva de mim. Ele está decepcionado comigo". Querido, deixe-me dizer-lhe uma grande verdade: você nunca vai decepcionar Deus. Se há algo que você nunca vai conseguir é decepcionar o Senhor. Por quê? Porque o amor do Senhor não depende de você ser bom ou mau: perfeito ou imperfeito: pecador ou não. Meu querido, o único que não o conhece no céu é você mesmo. Deixe-me explicar: Deus o conhecia muito antes de você nascer, quanto mais agora; Ele já sabia quem seria você, e mesmo assim o amou. Tanto amou que resolveu morrer por você, muito antes de você tê-lo conhecido. O Senhor o amou, quando você ainda se revolvia na lama do pecado. E nada, nada pode mudar o amor de Deus por você. É muito importante que você tenha revelação do amor de Deus, da sua graça derramada em seu favor. Você é muito importante para o Senhor. E Ele o ama muito. Não por você se esforçar para ser bonzinho, educado ou coisa parecida - eu sei que você se esforça para ser santo, justo, correto, procura não fazer besteiras; mas ouça-me, mesmo que você, vez por outra, venha a falhar em suas tentativas, isto não muda o amor do Senhor. Você é amado, independentemente de qualquer coisa que tenha feito ou venha a fazer, para merecer este amor. Percebe que a intenção Dele é fazer com que você se conheça melhor? Não é para que Ele o conheça; Ele já sabe muito bem o que é a carne do homem. João 2.25 diz que o Senhor conhece muito bem o que ó a natureza humana carnal. Não precisa de ninguém contar para Ele quem é você. Ele já sabe. E o maravilhoso de tudo é isto: mesmo assim, Ele ama você. A segunda verdade é o perigo de você cair na introspecção. Introspecção é a atitude de nos auto-analisarmos, voltando a nossa atenção para dentro de nós mesmos. Isso é realmente perigoso e pode minar toda a nossa fé, e abrir uma grande brecha para o inimigo agir. Você não deve ficar olhando para si mesmo; olhe para o Senhor; caso contrário, lhe acontecerá uma das duas coisas: autopiedade, auto-condenação ou orgulho. Auto-piedade é a atitude interior de ter pena de si mesmo; auto-condenação é a atitude de lançar sentenças condenatórias, sem provas suficientes, contra si mesmo. Você poderá dizer, num ato de auto-piedade: “coitadinho de mim, nunca vou ter unção, nunca vou ter poder; sou um miserável e desprezível pecador; sou um crente de segunda classe; não adianta mesmo". Essa atitude não glorifica a Deus e vai bloquear a sua fé. Ela conduz à prostração. Ou você poderá dizer: "Sou um miserável, não presto mesmo; não consigo fazer nada mesmo; é por isso que ninguém gosta de mim". Essas duas atitudes são perigosas, procedem do Diabo, e são os espíritos enganadores que nos atacam pela porta da introspecção. Quando agimos assim desvirtuamos a Palavra de Deus, para o nosso próprio prejuízo. Fugimos do trilho, que é a Palavra de Deus; descarrilhamos dela para o nosso próprio dano. Não há nenhum lugar na Bíblia que nos manda sondar-nos a nós mesmos. Há dois versículos que falam para o homem "examinar-se a si mesmo: "Examine-se pois o homem a si mesmo e assim coma do pão e beba do vinho" (I Co 11.28); e "examinai-vos a vós outros para ver se estais na fé" (II Co 13.5). Esses dois versículos não se referem à introspecção, mas a examinarmo-nos para vermos se cremos ou não, no coração. Quando caímos em pecado, não precisamos de examinarmo-nos a nós mesmos, pois surgirá uma angústia tal, que não conseguiremos ficar em paz, enquanto não confessarmos. A forma bíblica é “sonda-me ó Deus, e conhece o meu coração... vê se há em 28
Vida no Espírito mim algum caminho mau...” (Sl 139.23-24). Gosto da palavra "sondar” porque ”sondar” lembra aquele equipamento de detectar poços de petróleo. Sondar é obra de Deus e não nossa. Siga o padrão de Deus e não o seu próprio. Não saia do trilho da Palavra. Ficar se olhando não vai levá-lo a crescer. Ore, para que o Senhor lhe revele o seu coração; pois quando Ele o fizer, certamente haverá mudanças. Mas se você insistir em se auto-analisar, Deus não, poderá realizar a Sua obra completa em sua vida. Não queira fazer aquilo que é obra de Deus. A Bíblia diz: "Aquele que, em vós, começou a boa obra há de completá-la até ao dia de Cristo" (Fl 1.6). O Senhor vai terminar a Sua obra em você, porque Ele assim o disse, e porque Ele o ama. Nada pode mudar esse amor e nada pode impedi-lo de fazer o que disse que faria. Lembre-se sempre: você é muito amado. Deixe que o amor de Deus o empolgue, e encha d’Ele o seu coração e deixe-o transbordar. "O Senhor nos amou, quando nós ainda éramos pecadores" (Rm 5.8); muito mais agora, sendo feitos seus filhos, não gozaremos de muito mais abundante graça? Deus nos olha com olhos de amor. Mesmo quando erramos, e cometemos nossas gafes, o seu amor continua; nada pode alterar esse amor, ou diminuí-lo - somos seus filhos. Nunca diga: "eu não valho nada", pois o Senhor olhou dos céus e achou que valia a pena morrer por você. O Senhor não iria morrer por algo que não tivesse valor. O seu valor é o preço que Deus pagou. Qual foi este preço? A Sua própria vida. Ele comprou você com preço de sangue. Esse é o seu valor; esse é o tamanho do amor Dele. O seu nome e o meu nome estão agora, escritos nas palmas de suas mãos, lá no céu. Ele não pode se esquecer de mim e nem de você, pois os cravos trazem os nossos nomes. Se em algum momento deste estudo, você se sentir alguém do padrão de Deus, não se desanime - confie e creia no poder e no amor de Deus por você.
OS INIMIGOS DA FÉ Conforme I João 5:4 "E esta é a vitória que vence o mundo, a nossa Fé". "E assim, a Fé vem pela pregação pela Palavra de Cristo" (Rm 10.17) A primeira investida de Satanás será contra a nossa mente, pois, bloqueando nossa mente a Palavra não terá efeito algum em nossas vidas. Antes da Palavra se tornar Rhema, ou seja, Revelação no nosso espírito, precisamos compreendê-la em nossa mente. O alvo de Deus sempre foi dirigir o homem, Ele deu no homem uma parte espiritual, Satanás sabendo disto veio destruir esta comunhão, antes que ele fosse destruído por ela. E com a queda do homem se abriu uma porta de entrada e saída em nossa alma, uma ponte intermediária entre as coisas espirituais e as naturais. E o alvo do inimigo é o inverso de Deus, ou seja, é que o homem não receba nenhuma direção da parte de Deus.
Uma Mente Destruída Satanás tentará nos prender sempre no nosso natural e principalmente no nosso passado. É por isso que Paulo diz: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Rm 12.2). Só podemos ser libertos de toda investida maligna se permanecermos na Palavra (Jo 8.32,32). Jesus conseguiu vencer a Satanás confessando a própria Palavra (Lc 4.1-13).
Independência Como teremos as direções vindas de Deus, se temos sempre direções particulares? Em Romanos 8.8 diz: "Portanto os que estão na carne não podem agradar a Deus". E em João 3.6 diz: "O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito". As direções do Senhor sempre virão no seu espírito, e a independência como conseqüência do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal trará sempre a morte. Devemos ser como o Vento, que sopra onde quer, ouve a sua voz, mas não sabe de onde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito (Jo 3.8). E declarar que: Em Cristo somos novas criaturas: as coisas antigas passaram; e eis que tudo se fez novo (II Co 5.17).
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Vida no Espírito
Pecados Ocultos não Confessados Podemos comparar nossos pecados com a lepra. Não percebemos que estamos apodrecendo e morrendo e quando percebemos já é tarde, toda a nossa vida já foi tragada por ela. A nossa vida está em Cristo, logo, estamos mortos para o pecado (Gl 2.19,20; Rm 6.7, 8, 11). Não se pode ter um coração cheio de Fé se este mesmo está cheio de acusações do diabo. Quanto mais rápido confessarmos os nossos pecados, mais rápido virá o poder regenerador de Cristo Jesus sobre nós (I Jo 1.7,9).
Motivações Erradas Deus aprova os homens é pelo coração, pois é de lá que procedem as fontes de Vida (Pv 4.23). Em I João 2.15-17 vemos: "Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida não procede do Pai, mas procede do mundo. Ora o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém que faz a vontade de Deus permanece eternamente". O nosso coração deve estar em linha com o trono de Deus para que a nossa Fé seja frutífera. "Buscai, pois em primeiro lugar o seu Reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mt 6.33). "Portanto, se fostes ressuscitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Cl 3.1-3). Achar os Padrões do Mundo Normais também é um empecilho para o liberar da nossa Fé. Temos um bom exemplo: Gênesis l3.l18. Ló era alguém que andava somente de carona na Fé de Abraão, e quando precisou que ele decidisse sua vida, escolheu somente as coisas naturais e humanas. Andou por vista, escolheu o natural, e acabou indo morar em Sodoma e Gomorra, a pior cidade que alguém podia escolher, foi preso e assaltado, teve sua mulher transformada em estátua, foi visitado por anjos... mas nunca deixou se dirigir por Deus. Paulo escrevendo a Tito diz que: "...a mente como a consciência dos ímpios estão corrompidas suas obras são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra"(Tt 1.15,16). Nós não somos homens naturais, por isso não devemos andar no natural. No Capítulo 8 de I Samuel, os israelitas pediram um rei, porque todas as nações tinham um rei. Este rei deveria ser como os reis das outras nações: forte, valente e que lutassem as suas guerras e os governassem. Isto entristeceu muito ao profeta Samuel, mas, muito mais ao Senhor. "Disse o Senhor a Samuel: Atende a voz do povo em tudo quanto te dizem, pois não te rejeitaram a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre eles" (I Sm 8.7). Que possamos compreender que Deus está atrás de adoradores que o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23, 24).
Ceder a Pressões Naturais e Espirituais Deus havia falado com Abraão que daria a ele um filho. Mas o tempo se passava e nada de filho, então independente de como Deus faria dele uma grande nação, ele e sua esposa resolveram acelerar o que Deus estava querendo. Tomaram a Hagar para que esta concebesse este filho (Gn 16). Esta nunca foi a vontade de Deus, Ele só age quando todos os recursos humanos estiveram esgotados, porque assim é a Fé."É a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não Vêem" (Hb 11.1). Devemos caminhar sempre debaixo das direções divinas e mesmo que passemos por tribulações, é nisto que será provado a nossa dependência de Deus.
Experiências Contrárias à Palavra - Nossos Fracassos. Este princípio é o que vai mais diretamente contra o cumprimento da Palavra. Em Lucas 5.1-11, Jesus disse a Pedro para que lançasse as redes para pescar, Pedro apesar de ter passado a noite inteira pescando sem nada ter pescado disse: "...mas sobre a tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes" (vv.5,6). Precisamos ter esta postura, mesmo diante de experiências negativas. Devemos crer que: "somos mais que vencedores em Cristo Jesus" (Rm 8.37). "E maior é o que está em vós do que aquele que está no mundo" (I Jo 4.4). Como já disse, o mais interessado no nosso passado é o diabo. Por isso pare de andar sobre suas experiências pessoais e comece a andar conforme a palavra de Cristo. 30
Vida no Espírito O oitavo princípio que vai contra a Fé é a Confissão Errada. "Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12.34). A fé está diretamente ligada com o que confessamos. Em Mateus 8, Jesus curou um criado de um centurião somente porque aquele centurião creu. "Vai-te, e seja conforme a vossa fé” (Mt 8.13). Muitas vezes estamos debaixo de pressões e situações das mais adversas e esquecemos que o nosso Pai cuida de nós e confessamos tolices que desagradam o Senhor. Falar em desequilíbrio desagrada a Deus. Todo o povo que saiu do Egito e não creu no sustento divino padeceu no deserto. Em Pv 18.21 diz: "A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto". E assim acontece com quem confessa as heranças dadas por Jesus. O último princípio contra a Fé é a nossa Inconstância na Fé. Não adianta somente conhecermos mentalmente a palavra, devemos ser perseverantes na nossa fé. "...pois o que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa" (Tg. 1.6,7). Podemos receber uma palavra do Senhor, mas esta só se tornará realidade quando de fato o nosso coração estiver entregue a ela.
O Primeiro Pecado: Incredulidade Se entendermos como surgiu o primeiro pecado do homem, poderemos entender como os outros surgem, pois o princípio do pecado é o mesmo (Gn 3.l-6). O primeiro pecado não foi terrível, do ponto de vista da aparência. Não era obsceno, não era pornográfico, não era escandaloso, não era feio de se ver Adão e Eva apenas comeram da fruta, nada mais do que isso. O primeiro pecado deu origem a todos os outros, pois o princípio que o governou governa todos os outros, embora possam surgir de formas diferentes. Como é isto? No princípio, o homem andava no espírito. A Bíblia diz que "à tardinha, Deus vinha ter comunhão com o homem, todos os dias". Isso indiscutivelmente é uma relação espiritual, pois Deus é Espírito. O homem era um ser guiado pelo espírito, naqueles dias. O espírito é o ponto central na vida do homem. A alma era como um servo, em relação ao espírito. Mas, com o pecado, aconteceu algo dentro do homem: o seu espírito morreu para Deus e a sua alma cresceu, tornando-se o centro do seu ser. O homem passou a ser carne. O propósito de Deus, desde então, é nos restaurar a posição que Adão desfrutava de comunhão com Ele. E não apenas isso, pois nós hoje temos muito mais que Adão teve: Deus entrou em nosso espírito humano recriado, tornando-se a nossa vida. Adão nunca comeu da "árvore da vida", nós, porém, hoje, podemos comer dela, pois a árvore da vida é o Senhor Jesus. Mas qual foi a essência do primeiro pecado? Podemos dizer que o pecado se manifestou por três princípios. O primeiro princípio foi a incredulidade. O primeiro pecado foi o da incredulidade. Eva preferiu acreditar no que o diabo disse a acreditar no que Deus dissera: "se comeres, vais morrer''. O diabo veio e desmentiu Deus, dizendo: "é certo que não morrereis". Certa vez, pregando a um homossexual, ele me disse: "é impossível eu deixar, de ser o que sou". E eu lhe respondi: "Isso é o que o diabo diz, mas Deus diz que se você crer, você se tornará em uma nova pessoa, uma nova criatura. O mundo diz: "você nunca pode mudar; pra você não há libertação; você nasceu assim, vai morrer assim; pode até virar crente, mas vai continuar sendo o que era; pode até nunca falar sobre isso, mas continuará sendo" - isso é o que o mundo e o diabo dizem. Mas Deus diz que se você crer, será nova criatura - é uma questão de ser e não simplesmente de fazer. Você é nova criatura. E eu disse àquele homossexual: "diante de você têm duas afirmações: a de Deus e a do diabo. Qual você escolhe?" A base desta escolha é uma questão de "em quem vou crer?" Devemos sempre colocar para o homem essa mesma escolha, pois foi neste ponto que o pecado surgiu: Quando Adão e Eva preteriram confiar no diabo a confiar em Deus. "Seja Deus verdadeiro e mentiroso todo homem". Deus não pode mentir; Ele é completamente fiel àquilo que diz. Eva duvidou da Palavra de Deus; aqui começou o problema da carne. E para entrarmos agora na dimensão do espírito, devemos cumprir a primeira condição: "Andar em espírito implica em andar em fé". Se não andamos em fé, então não estamos andando no espírito - "andar no espírito é andar em Fé". Andar no Espírito e andar em fé se misturam na Bíblia. Em Hebreus 11.6, lemos que "sem fé é impossível agradar a Deus"; e, em Romanos 8.8, lemos que "os que estão na carne não podem agradar a Deus". Observe estas duas colocações: em Hebreus, os incrédulos não podem agradar a Deus; e, em Romanos, os carnais também não podem agradá-lo. Logo, por associação, dizemos que os carnais são também incrédulos - são a mesma coisa. Carnalidade é sinônimo de incredulidade. Aqueles que estão na carne são facilmente percebidos, pois eles são incrédulos, indiferentes e insensíveis.
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Vida no Espírito Para com a pessoa de Deus, o pecado se manifesta de três formas. O primeiro tipo de pecado é a soberba, a rebeldia. Esse pecado agride a Deus em sua autoridade, atinge o trono de Deus. Satanás disse: "subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo" (Is 24.23). Do ponto de vista de Deus, esse é o tipo mais grave de pecado, porque ele atinge diretamente o trono de Sua autoridade. O segundo tipo de pecado é a desobediência. O desobediente é aquele que mente, rouba, prostitui; é aquele que desobedece ao mandamento de Deus. O desobediente agride a Deus em sua santidade, pois Deus é santo; Ele não suporta a sujeira, a impureza e a iniqüidade. Esse tipo de pecado é terrível, mas, do ponto de vista de Deus, a rebeldia é mais grave ainda. O terceiro tipo de pecado é a incredulidade. O incrédulo atinge Deus em seu caráter. Ele é aquele que faz de Deus um mentiroso. Deus diz: "em tudo fostes enriquecidos", mas o incrédulo diz: "eu sou pobre". Deus diz: "eu carreguei na cruz a sua enfermidade; o incrédulo diz: "tenho medo de morrer de câncer". Deus diz: "eis que vos dou autoridade sobre serpentes e escorpiões"; o incrédulo diz: "eu não tenho o dom de expulsar demônios; isto é só para pastores". Percebe que há muitas maneiras sutis de dizer que Deus é mentiroso.. Nem sempre somos desmascarados, na maioria das vezes somos sutis. Certa vez, um irmão me disse: "Pastor, acho que não devemos fazer apelos para a cura, dizendo que podem vir à frente, e que todos os que crerem serão curados; nem todos são curados e isso pode levá-los à revolta". E eu lhe perguntei: "Todos os que crêem são salvos? Ele respondeu: "é claro que sim". Eu disse "a mesma cruz que garante a salvação, também garante a cura". Se faço apelo e nem todos são salvos, isso não impede de o fazer novamente, não são salvos porque não crêem. E se nem todos são curados é porque nem todos crêem. Devemos crer em toda a Palavra e não apenas em algumas partes; pois se Deus mente em uma pequena frase, Ele compromete toda a Bíblia, se há uma parte errada, quem me garante que toda ela também não está errada? Ou é tudo verdade, ou nada é verdadeiro: é um princípio da lógica. Mas graças a Deus, que é fiel, e nenhuma de suas palavras deixará de se cumprir. A incredulidade se manifesta de maneira sutil. Fé é sinônimo de vida no espírito. Se alguém anda no espírito, invariavelmente ficará cheio do Espírito. Uma pessoa que anda no espírito pode facilmente ser reconhecida, pois naturalmente expressará a vida. Quando falo de vida, não estou me referindo à vida prática - retidão, integridade - tudo isso um cristão deve ter; estou falando de algo mais tênue, subjetivo. Refiro-me a algo que não sabemos de onde vem, nem para onde vai. Quando olhamos a pessoa, sentimos algo diferente nela. O primeiro sinal, que o Senhor Jesus fez, foi transformar água em vinho. O vinho é símbolo de vida. Por quê? Isso pode ser facilmente observado na pessoa que ingere uma certa quantidade de vinho, ou outra bebida alcoólica. A primeira coisa que se percebe nela é uma mudança em sua pele - mostra uma aparência de saúde. Em segundo lugar, os olhos começam a brilhar, como que cheios de alegria; é uma alegria natural, proveniente da bebida. Em terceiro lugar, surge uma dose de ânimo, empolgação e força. A pessoa começa a se sentir como um leão; em seus lábios, o sorriso é fácil, e ela parece estar cheia de vida. O vinho é para nós um símbolo de vida, pois provoca sensação, ainda que superficial e efêmera, de vida. Quando bebemos, e nos embriagamos do Senhor, acontece algo parecido, mas é algo que ninguém pode nos tirar. O sorriso também fica fácil, não há mais dificuldades de jubilarmos diante de Deus, de saltar, ou de gritar. Não é uma alegria que vem de fora - piadas ou do ritmo quente da música - é algo mais sublime, que vem de dentro, que vem do espírito; é algo permanente. Há um fogo do Senhor que vem queimando dentro do coração, que torna a vida diferente e linda. Esse fogo é a presença viva do Senhor em nós. "Andar em fé "gera a vida, pois implica andar sobre a Palavra de Deus.
Renunciar ao Esforço Próprio Andar em fé implica em abrirmos mão do que vemos, do nosso esforço próprio e do nosso entendimento próprio. Isto quer dizer que andar no espírito também implica em renunciarmos a estas três coisas: andar por vista, por esforço próprio e por entendimento próprio. Todo carnal anda pelo esforço próprio. A fé pressupõe dependência de Deus. Se andamos pela nossa força, não precisamos exercer fé. A principal característica da vida de fé é o descanso. Hebreus 4.3 diz que "os que crêem entram no descanso". Os que andam no espírito andam em descanso. É como um barco no meio do mar, não tem que se esforçar, é só deixar-se levar pelo vento Nós somos o barco, o vento é o Espírito. Veja que este descanso não é lazer, não é retiro, não é férias. Podemos ir a estes lugares, em todas estas formas de descanso, e mesmo assim não descansarmos. O verdadeiro descanso é poder dizer: "Senhor, és tu quem fazes, não eu. Não sou eu quem salva, és tu, Senhor. Não sou eu quem santifica, és tu, Senhor. Não sou eu quem faz, és tu, Senhor". Se ficarmos angustiados cada vez que temos de pregar, e se a ansiedade aumenta, a ponto de a vida perder o sabor, é porque tem faltado o descanso "Resta um 32
Vida no Espírito descanso para o povo de Deus". A obra de Deus não se faz no cansaço; não se faz na fadiga, não se faz com suor: se faz na dependência do Senhor. Ezequiel 44.17 dá uma orientação clara àqueles que trabalham no templo: "E será que quando os sacerdotes entrarem pelas portas do átrio interior, usarão vestes de linho, não se porá lã sobre eles, quando servirem nas portas do átrio interior, dentro do templo. Tiras de linho lhes estarão sobre as cabeças, e calções de linho sobre as coxas, não se cingirão a ponto de lhes vir suor". Na obra de Deus, não pode haver suor. Nós somos sacerdotes levitas, encarregados de servir na casa do Senhor e, quando servimos ao Senhor, não pode haver suor. Qual é o significado do suor? Gênesis 3.19 fala que o suor é maldição, por causa do pecado. Suor é símbolo de maldição, mas graças a Deus que, por meio de Jesus Cristo, nos libertou de toda a maldição do pecado. É bom demais servir a Deus. Não temos de suar, não temos de viver no cansaço. É como diz o cântico: “É meu somente meu todo o trabalho, e o teu trabalho é descansar em mim”. Esta é a Palavra de Deus para nós. Fico preocupado com pastores e líderes que tem estafa. Estafa não está nos planos de Deus para nós. Estafa é maldição. Observe que aqueles que trabalham em serviço braçal não têm estafa, deitam e dormem o sono do descanso. Mas há pastores e líderes que não dormem à noite, ficam uma, duas, três, quatro noites acordados, até que lhes vem uma estafa. Não é um cansaço físico, mas mental, da alma. Aqueles que se achegam para servir no santuário não podem suar lá dentro. Não temos mais de suportar a maldição do pecado, pois Jesus já suou o nosso suor para que Nele tenhamos descanso. O Senhor suou no Getsêmani o suor que nos cabia. Não precisamos nos esforçar até suar, Ele já suou por nós; não temos o que fazer, Ele já fez tudo por nós. Alguém pode perguntar: "não temos que fazer mais nada?” Nada! "Mas e quem vai pregar o Evangelho?" Não somos nós quem pregamos; somente a boca é nossa, o resto é trabalho do Senhor. Muitos ficam se cobrando o tempo todo: "tenho de pregar; preciso pregar". É como uma paranóia, uma obsessão. Não estou dizendo que não devemos pregar, não falo disso; ouça-me, se andarmos no espírito, passaremos vida. A vida é algo que sai de nós, sem que percebamos, ou sem nos esforçarmos. Se temos vida, os outros perceberão. É aquele princípio que diz "a boca fala do que o coração está cheio". Se o nosso coração está cheio da vida de Deus, como um rio de água viva, naturalmente a boca vai manifesta o que está lá dentro. Não há trabalho nenhum nisso, é uma questão de ser espontâneo, de ter vida fluindo do espírito. Quando você se enche do Senhor, no descanso, naturalmente você vai fazer a obra de Deus. A obra do Senhor tem de ser espontânea em sua vida. Tem de ser gostosa de se fazer. Tem de ser empolgante ser líder; a idéia de ser pastor tem de ser agradável à mente. É bom trabalhar para o Senhor, porque o nosso trabalho é descansar Nele. Vemos que o primeiro aspecto do andar em fé é o abrir mão do esforço próprio, e entrar no descanso de Deus. Se andamos em espírito, andamos também em descanso.
Não Andar por Vista O segundo aspecto importante para frisarmos é "não andar por vista". II Coríntios diz: "andamos por fé e não pelo que vemos". Tenho sempre comigo uma regra: enquanto o que vejo bate com a Palavra de Deus, continuo vendo; quando, porém, não bate mais, ignoro o que estou vendo, e fico somente com a Palavra de Deus. Note que é um estilo de vida louco; é loucura para o mundo. Uma das situações onde isso pode ser mais facilmente observado é com relação às enfermidades. Muitas vezes insistimos em olhar para os sintomas da doença, em vez de olharmos para a Palavra de Deus. Se a Palavra diz que o Senhor já levou as nossas enfermidades na cruz, devemos rejeitá-las, e passar à verdade da Palavra, independente daquilo que estamos vendo ou sentindo. Não é mentir para nós mesmos, dizendo que não estamos doentes, mas é declarar a Palavra, e ignorar os sintomas da doença. Poucos de nós fazemos isso, preferimos andar por vista; isto é, na carne. Andar por vista é característica do carnal. Se insistirmos em andar por vista, seremos escravos do natural. As circunstâncias irão facilmente nos desanimar, e tenderemos a ficar prostrados. Se eu ficasse olhando a forma superficial de alguns adorarem a Deus, ficaria desanimado e nem iria mais dirigir louvor. Se eu ficasse olhando o grande número de crentes infantis, iria desistir de fazer a obra de Deus. Se eu ficasse olhando as diferenças pessoais e a postura de alguns líderes, nunca iria crer na unidade da mente e do coração. De maneira que, devemos ter um olhar profético: andamos pelo que cremos que será e não pelo que o diabo quer nos mostrar. Vejo um povo que adora a Deus; um povo forte que manifesta o reino de Deus; uma liderança ungida, que ministra em unidade. Creio e sei que na dimensão do Espírito já é assim, ainda que com os meus olhos naturais não o veja. O segundo aspecto do andar em fé então é, não andar segundo a vista.
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Vida no Espírito
Vimos que há aqueles que andam pelo esforço próprio, há os que andam por vista, mas há também os que andam pelo seu próprio entendimento. A Palavra de Deus diz que no princípio Deus criou Adão e Eva e os colocou no Jardim do Éden. Lá havia duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. A árvore da vida aponta para a vida de Deus. Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida; "Nele estava a vida e a vida era a luz dos homens", (Jo 14.6 e 1.4). A luz significa que pela vida, eu posso ter luz, ou seja, posso conhecer a realidade última das coisas. A vida de Deus, que agora está em nós, se manifesta como luz em nosso espírito. É uma sensação de clareza, de entendimento. Deus queria que Adão comesse da árvore da vida e vivesse por essa vida. Ele não iria conhecer nada - nem o bem, nem o mal, nem o certo, nem o errado - e a vida iria guiá-lo em todas as circunstâncias. Entretanto, sabemos que ele pecou, comendo da árvore do conhecimento; e Adão e Eva passaram a conhecer o bem e o mal. E, desde então, o homem passou a ser dirigido segundo o que é certo ou errado. Mas, ouça-me, ser cristão não é uma questão de entender se algo é certo ou errado, se é moral ou imoral e nem mesmo se é ou não uma questão ética. Ser cristão é andar pela árvore da vida, isto é, andar segundo a vida que está em nós, e que Adão nunca teve. Esta vida é luz, e nos dirige em toda a vontade de Deus. Alguns irmãos, antes de fazerem alguma coisa, perguntam: "será que isto é certo ou é errado? Será que é pecado ou não?" E pensam que com isso estão agradando a Deus. Isso é andar pelo entendimento e não por fé, na direção vida do espírito. Porém, a Bíblia diz: "Tudo o que não provém de fé é pecado" (Rm14.23). Aqueles que agem assim estão andando segundo a árvore do conhecimento do bem e do mal. Isso pode até parecer piedoso e bem intencionado, mas não provém da dependência e fé em Cristo, é, portanto da carne. Se antes de fazermos alguma coisa dissermos: "isto não é errado, não é pecado, não escandaliza, não ofende e nem faz mal a ninguém, estaremos agindo segundo o entendimento do certo e do errado e não pela vida. Querido, você ainda vai descobrir que muitas coisas que não são erradas, que não escandalizam e nem são sujas são reprovadas por Deus. Porém, não devemos nos preocupar em proibir ninguém de coisa alguma. Não devemos ser escravos de código de conduta, de códigos morais e normas de certo e de errado. O importante é aprender a andar no espírito. Podemos seguir piamente um código e ainda assim vivermos na carne. O que importa não é conhecermos o que se pode e o que não pode fazer, o que importa é conhecer a vontade de Deus. Há muitos irmãos que querem tudo prontinho, querem normas e regras sobre regras. Precisamos é ensiná-los a ouvirem o espírito, e, naturalmente, eles vão fazer a vontade de Deus. Se andarmos por entendimento, não dependeremos de fé no Espírito; por isso os que andam pelo entendimento próprio não podem agradar a Deus; o que eles fazem não provém da fé, e isso é carne. Muitos irmãos me procuram para saber se é ou não errado buscar coisas no Paraguai. Eu sempre digo: "Não sei, vamos orar". Depois de orarmos, pergunto o que a pessoa sentiu da parte de Deus. Normalmente responde: "não sei". "Não consegui sentir nada, continuo com a dúvida". E eu lhe respondo: não vá, pois tudo o que não provém de absoluta certeza é pecado. Quando o Senhor fala, há fé. Quando Ele fala conosco, sempre manifestamos uma convicção e certezas resolutas. Mas quando Ele não fala, há confusão e dúvida. Nunca façamos nada na base da insegurança e incerteza, pois certamente não provém de Deus. As coisas do Espírito são também na base da fé, pois andar no Espírito implica em andar por fé. E tudo o que não provém de fé ou dependência de Deus é carne. Quando estivermos aconselhando uma pessoa, não devemos dar-lhe as coisas prontas, devemos antes estimulá-la a usar o seu próprio espírito, para que possa discernir a direção de Deus. Só há crescimento, quando Deus fala; as palavras humanas podem ser boas, mas somente quando Deus fala há transformação e há vida. Só há crescimento quando aprendemos a ouvir a Deus. Muitos discipuladores estimulam seus discípulos a serem seus dependentes. Ensinam que os discípulos não devem fazer nada sem antes compartilhar com eles. Isso não é o propósito de Deus; o discipulador deve permitir que o discípulo aprenda a ouvir e depender de Deus. Se o discipulador sempre fala qual é a vontade de Deus, o discípulo nunca vai aprender a discerni-la por si mesmo, e isso é lamentável. Com relação ao "andar em fé", três coisas são consideradas como da carne. Carne é andar pela força própria, pela vista e pelo entendimento próprio. Andar em fé é o oposto: andar no descanso de Deus, ignorar a vista e renunciar o próprio entendimento. Antes, porém, de avançarmos, devemos entender que a direção do Espírito nunca está fora da Palavra de Deus. Deus e a sua Palavra se misturam. Assim como eu sou aquilo que eu falo, Deus é aquilo que Ele fala. A Palavra é o seu retrato. Crer Nele é crer em sua Palavra. Se alguém diz crer em Deus e não crê na Bíblia, está mentindo; pois é impossível crer em Deus e não crer no que Ele diz. Lembre-se! Se o que você vê bate com a Palavra de Deus, continue vendo, mas se não bate, fique com a Palavra de Deus. Se quisermos "andar no Espírito", devemos andar pela fé na Palavra de Deus; as duas coisas se misturam, na prática.
A Necessidade de Crescer em Fé Nós podemos crescer na vida espiritual. O crescer espiritual está muito relacionado com o crescer em fé. Quero compartilhar 34
Vida no Espírito dois princípios básicos que nos levam a avançar em novos níveis de fé: crescemos em fé, conhecendo a Palavra - pelo espírito, por revelação, e crescemos confessando a Palavra. Uma parte só não resolve, temos de conhecer a Palavra por revelação e temos de confessá-la com os lábios.
A Revelação da Palavra "Para que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da Glória, vos conceda espírito de sabedoria e, de revelação, no pleno conhecimento Dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos ..." (Ef 1.17-18). "O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito, porque a letra mata, mas o espírito vivifica" (II Co 3.6). "Porque Deus que disse: De trevas resplandecerá luz, Ele mesmo resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo". (II Co 4.6). O homem é um ser triuno: possui espírito, alma e corpo. Temos de avançar e aprender as coisas de Deus pelo nosso espírito e não apenas pela mente. Mas, às vezes, quando falamos de saber algo no espírito, isso parece ter outro sentido, para alguns irmãos. A Palavra de Deus nos diz claramente sobre o quê devemos ter revelação. Alguns irmãos querem ter revelação de coisas sem importância, e chegam a ensinar que revelação é descobrir algo que jamais alguém viu ou percebeu. Noutro dia, alguém veio até mim com uma nova revelação e disse: "Adão não foi o primeiro homem, existiram outros homens antes dele". Isso, realmente não veio de Deus e, além de estar fora da Bíblia, é assunto completamente irrelevante para nós. Observe atentamente o texto de Efésios. Você vai perceber que Paulo nos diz sobre o que devemos ter revelação: A revelação do pleno conhecimento Dele, do Senhor Jesus. Devemos conhecer o Senhor. Se estamos gastando tempo procurando conhecer outra coisa na Bíblia, que não seja Ele, é perda de tempo. Saber como Adão vivia, se vestia, ou algo assim, não está dentro do ponto central da vontade de Deus. A Palavra de Deus tem um ponto central. Todo propósito de Deus na história tem um ponto central e este ponto central é uma pessoa: Jesus Cristo. Mas não apenas Cristo; Cristo dentro de nós. É sobre isto que devemos ter revelação. O problema da Igreja é que se dispõe a conhecer muitas coisas que fogem do ponto central de Deus: Cristo. "É triste quando ouvimos pessoas pregando aridamente, falam de Jesus sem empolgação, sem vida. A verdade não está queimando em seus corações; quando falam do amor de Deus, é algo seco, que não toca o coração de ninguém. Estão falando de algo que não conhecem, com o que não tiveram relação; é pura mente. Todos aqueles que falam do sangue e da cruz de Cristo sem revelação, são secos e estéreis; essa é a maneira de Deus barrar os carnais. É por isso que muitos pregadores preferem pregar sobre coisas etéreas, sobre a cor das asas dos anjos no céu; sobre o tom da última trombeta, se é Lá ou Sol e até brigam por isso. A segunda coisa que Paulo fala é que devemos conhecer a esperança do chamamento de Deus, ou seja, a esperança do céu, a glória de ser filho de Deus. E Paulo ainda continua dizendo que devemos conhecer a glória de sua herança em nós. Qual a glória do Senhor que está em nós? É o Seu Espírito Santo. Devemos ter revelação Dele. Quando Deus chamou Moisés, em Êxodo, ele o fez por meio da sarça ardente. Aquela sarça não era uma sarça especial, não era mais santa do que as outras, e nem mais poderosa e nem era melhor; era apenas uma sarça sem nenhum valor, um capim seco do deserto. Mas você sabe o que diferenciava aquela sarça das demais? O Fogo. O fogo não precisava da sarça para se queimar; significando que o Senhor não usa os nossos recursos para manifestar seu fogo em nós. A nossa glória é apenas o fogo de Deus em nós. É só isso que nos faz diferentes dos demais, termos um fogo queimando em nós. Temos que conhecer o poder deste fogo que está em nós; temos de discernir a glória de Deus que está dentro de nós; isso sim é básico, é fundamental. A Palavra não nos diz apenas que devemos ter revelação, ela diz também sobre o que devemos ter revelação: do próprio Senhor, do Seu poder, da esperança da Salvação e da Sua glória em nós, que é o Seu Espírito. Mas pode ser que muitos de nós já tenhamos revelação dessas verdades e pensemos que ainda não a possuímos. Quando temos revelação de uma verdade, algumas coisas vão inevitavelmente acontecer. A primeira delas é que a revelação vai gerar vida dentro de nós. Em João 6.63, Jesus disse: "As palavras que eu vos digo são espírito e vida". Quando o Senhor fala conosco na Palavra, isso vai gerar vida dentro do nosso ser. Mas, lembre-se daquilo que já expliquei sobre o que é a vida. Não é algo que fazemos ou que praticamos, mas é a expressão de algo interior que se manifesta exteriormente e pode ser percebido, seja na forma de vigor ânimo, alegria, disposição, seja numa expressão de descanso e paz. Em segundo lugar, a revelação sempre vai gerar fé. É como se uma nova luz brilhasse sobre um texto bíblico, já conhecido anteriormente por nós. Quando isso acontece, nosso coração é despertado numa ré empolgante. Romanos 10.17 diz que "a fé vem pelo ouvir a Palavra de Deus". Se não há despertar da fé, é porque não houve revelação. 35
Vida no Espírito Em terceiro lugar, a revelação sempre vai gerar mudanças em nossa vida. Se em sua vida não tem havido mudanças, está faltando diz sobre a Palavra. Alguns reclamam dizendo que estou sempre mudando. Graças a Deus, mudo e continuarei sempre mudando. Não sou o mesmo do ano passado e não serei o mesmo no ano que vem. Se tenho uma Palavra queimando em meu coração, a minha vida tem de estar constantemente em crescimento e transformação. Não há como andar no Espírito sem andar em fé, e não há como anelar em fé, sem antes ter revelação da Palavra. Em quarto lugar, a revelação nos ajuda contra a tentação. Quando uma verdade é aprendida só na mente, ela não nos ajuda na hora dos ataques do diabo, mas quando é algo que queima em nosso coração, podemos lançar mão dela, sempre que for necessário, porque sempre haverá fé para destruir a ação do inimigo. A Palavra quando vem do espírito dentro de nós, destrói as obras do diabo. Toda Palavra que sai do espírito é Palavra de Deus. Podemos concluir que a revelação se manifesta pelo menos de quatro maneiras: gerando vida. gerando fé, transformando a vida e provendo-nos na hora da batalha. Mas como podemos adquirir revelação? Em primeiro lugar, a revelação surge quando há um coração ensinável. Se me julgo conhecedor de todas as coisas, quem estará apto para me ensinar? Uma irmã foi ter com minha esposa, em meio a uma crise emocional. Ela estava triste porque não tinha namorado. A minha esposa a aconselhou por algum tempo, mas a irmã resistiu ao conselho, dizendo ser muito fácil para uma mulher casada falar tudo aquilo, afinal, não estava mais na condição de solteira. Uma irmã solteira, então, veio aconselhá-la, mas ela disse: "quem é você para me dizer isso? Você é solteira como eu". Creio que se um anjo viesse do céu para aconselhá-la, ela também não o aceitaria, por certo diria: "Para você é muito fácil falar, você é anjo e não precisa se casar", uma pessoa soberba, de coração não ensinável, nunca vai crescer no conhecimento de Deus. Devemos também ter um coração que se humilha. Não devemos ter uma atitude de constrangimento em aprender com quem quer que seja. Alguns me criticam porque imito este ou aquele pregador, mas digo: imito mesmo. Não tenho vergonha de aprender com quem tem unção. Ouça, se você, com soberba, disser: "não vou aprender com aquele irmão, vou buscar de Deus e aprender sozinho". Deus não vai falar com você. Deus resiste ao soberbo, mas dá graça aos humildes. Se eu souber que um líder qualquer em Goiânia está fluindo numa área qualquer da Palavra, vou lá aprender com ele e Deus vai falar comigo lá. Mas se eu disser: "eu sou pastor, igual a ele, Deus vai falar comigo também. Isso é soberba e nunca vou crescer dessa maneira. E como fica a nossa mente nesse processo de receber revelação no espírito? Ela fica infrutífera? Em I Coríntios 15.46, lemos: "não é primeiro o espiritual, e sim o natural, depois o espiritual". Esse princípio espiritual simples nos mostra o lugar da mente na vida cristã. Não quero que ninguém pense que a mente é inútil e que não devemos usá-la mais. O conhecimento deve primeiro vir no natural, para depois se tornar espiritual. Se a mente não entender, o espírito não vai ter revelação. O Senhor diz que o Espírito Santo nos lembraria das Suas palavras. Mas como lembrar de algo que não conhecemos? Se não sabemos com a mente, o Espírito não nos pode lembrar. Ainda que o mero conhecimento mental seja insuficiente, ainda assim elegem a sua importância. Lembremos que no Novo Testamento, encontramos duas expressões que são traduzidas para o português como "palavra". São as expressões "Logos" e "Rhema". Logos é a palavra escrita, é a letra, é o que está registrado nas Escrituras.
Rhema é a palavra viva revelada pelo Espírito e que queima em nosso coração.
A Confissão da Palavra de Deus "Porque com o coração se crê e com a boca se confessa a respeito da salvação". (Rm 10.10). A nossa fé precisa ser cultivada à maneira de Deus, para reforçarmos a fé e abrirmos a boca. Não basta orar com o coração, é preciso também confessar com a boca. Muitas vezes, Deus vem com um entendimento forte na Palavra, a respeito de uma verdade, mas, muitas vezes, com o tempo, nos esquecemos daquela verdade. Por que isso acontece? Porque deixamos de falar nela. Deixamos de confessá-la, de contar para os outros, de ensinar e mesmo de pregá-la. Se fecharmos a boca, com o tempo perderemos aquele entendimento vivo, e tudo se tornará apenas conhecimento mental. Mas existe um outro lado muito importante, mesmo que ainda não tenhamos revelação de uma verdade, se abrirmos a boca e começarmos a confessá-la, logo ela vai começar a gerar fé em nós. Vemos então que a confissão não apenas preserva a revelação recebida, mas também nos abre o espírito para novas revelações. Mas o que é confessar? Há uma maneira bem simples de memorizarmos o que devemos estar constantemente confessando: Eu 36
Vida no Espírito devo confessar:
O que Deus diz que é. O que Deus diz que tem. O que Deus diz que faz. O que Deus diz que sou. O que Deus diz que tenho. O que Deus diz que faço.
A base da nossa fé é aquilo que Deus diz. A palavra é o trilho do qual nós andamos. Aprenda tudo aquilo que Deus diz que é e confesse constantemente, você vai perceber que a sua fé gradualmente vai se fortificar e crescer.
O que Deus Diz que Eu Sou: Eu sou nova criatura (I Co 5.17). Eu sou templo do Deus vivo (I Co 6.16). Eu sou como árvore plantada junto a ribeiros de água, que no devido tempo dá o seu fruto e tudo quanto faço sou bem
sucedido (Sl 1.3). Eu sou forte e ativo porque conheço o meu Deus (Dn 11.32). Eu sou mais que vencedor por meio daquele que me amou (Rm 8.37). Eu sou zeloso de boas obras (Tt 2.14). Eu sou um ganhador de almas e por isso sou sábio (Pv 11.30). Sou feitura Dele, portanto sou belo (Ef 2.10).
O que Deus Diz que Eu Tenho:
O amor de Deus está derramado em meu coração (Rm 5.5). A unção do Santo permanece em mim (I Jo 2.27). Deus me tem dado autoridade sobre todo o poder do inimigo e nada me causará dano (Lc 10.19). Posso todas as coisas naquele que me fortalece (Fl 4.13). Deus me deu espírito de poder, de amor e de moderação (II Tm 1.7). Maior é o que está em mim do que aquele que está no mundo (I Jo 4.4). Deus sempre me faz triunfar em Cristo Jesus (II Co 2.14). Eu tenho sido abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestes, em Cristo Jesus (Ef 1.3). Eu tenho o poder do Espírito Santo (Mq 3.8).
O que Deus Diz que Eu Faço:
No nome de Jesus eu expulso demônios, falo novas línguas, pego em serpentes, se beber alguma coisa mortífera não me causará dano, imponho as mãos sobre os enfermos e eles são curados (Mc 16.17). Eu venço o diabo pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do meu testemunho.
SEGUNDO PRINCÍPIO DO ANDAR NO ESPÍRITO: ANDAR PELA CRUZ 1234-
Gênesis 3.l - Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal. 37
Vida no Espírito 5-
Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido e ele também comeu. (Almeida versão revisada - IBB)
Para gerar incredulidade em Eva, o diabo procurou usar de estratégias. O diabo é espírito, e os espíritos não podem mudar; da mesma maneira que ele agiu com Eva, age conosco hoje. Desta forma, através de suas ações na Bíblia, podemos conhecer suas estratégias e guerrear contra ele. A primeira área que o inimigo atacou foi a bondade de Deus. Ele disse: "Deus não deve ser bom, caso contrário, não teria proibido o comer da árvore". Nunca devemos permitir que em nossa mente haja a mínima insinuação satânica de que Deus não é bom, isso não é verdade. Essa é, muitas vezes, a forma que o inimigo encontra para gerar incredulidade em nós. Durante muito tempo convivi com muitos medos dentro de mim, todos eles relacionados com a dúvida sobre a bondade de Deus. Tinha medo de ser pastor, porque achava que a vida das ovelhas não estaria em boas mãos; poderia ser, que na hora crucial, Deus faltasse. Tinha medo até de orar, pois eu pensava que se orasse muito, Deus resolveria enviar-me para o meio dos índios, e disso eu tinha medo. Vejo que a minha vida foi por muito tempo bloqueada, em função de eu ter duvidado da bondade de Deus. E ele é bom, Aleluia! A segunda área que ele atacou foi o caráter de Deus. Ele disse que Deus não era reto, pois havia mentido, certamente o homem não morreria se comesse da árvore. Ora, se Deus era mentiroso, não valia a pena confiar Nele, daí também surgiu a raiz da incredulidade. É impressionante vermos como o povo de Deus tem engolido esses dois ataques do inimigo. Muitos afirmam categoricamente que Deus é mau, ao afirmarem que foi Deus quem lhes mandou doenças. Muitos procuram pastores para receberem oração dizendo: "Pastor, ore por mim por que a mão de Deus me feriu com esta enfermidade. Ora, se foi a mão de Deus que feriu, eu não posso orar; se é a vontade de Deus, certamente ele não me ouvirá. Penso que as pessoas que têm essa posição não deveriam nem mesmo ir ao médico, pois se foi Deus quem mandou, o homem não pode desfazer. E se Deus mandou a doença, ela é uma coisa boa, pois Deus só nos dá coisas boas. Qual pai teria coragem de mandar câncer para seu filho? Pois se nós sendo humanos não agimos assim, muito menos o Senhor o fará. Deus é mentiroso - não falamos isso descaradamente, como fez o inimigo, mas aceitamos a sugestão de que, nem tudo o que está escrito acontece hoje em dia. A Bíblia realmente diz que Deus cura, mas hoje Ele não cura mais. Se Deus não cura mais, então Ele é mentiroso, pois Deus nunca muda, sempre é o mesmo e se Ele curou no passado e não o faz mais, a Sua Palavra é falsa, pois mudou com o tempo. Se existe alguma coisa que Deus não mais faz em Sua Palavra, ela é indigna de confiança, pois, como vou ter certeza de que alguma coisa pode ser feita hoje, ou não? Se desejamos andar no espírito, devemos desmentir o diabo e confessar tudo aquilo que Deus diz que é, tudo aquilo que Ele diz que faz e tudo aquilo que Deus diz que tem: "Eis que as suas mãos não estão encolhidas para não poder abençoar e nem surdos os seus ouvidos, para não poder ouvir". A vontade de Deus para nós é a saúde, a vida, a prosperidade e a paz. A terceira área que o diabo atacou foi a Santidade de Deus, dizendo que Deus não queria que ninguém conhecesse o bem e o mal, que Deus não queria que ninguém fosse como Ele, que Deus queria ser o único. Aquilo que Satanás desejou na sua soberba e aquilo que Adão e Eva buscaram na sua desobediência, Deus agora nos concede gratuitamente, por meio de Jesus Cristo; eles queriam ser como Deus e nós ,agora, nos tornamos Seus filhos, gerados pela Sua semente. Semente de manga, dá manga; semente de uva , dá uva; semente de cachorro, dá cachorro e semente de Deus, dá Deus. No Salmo 82.6, Deus diz: "sois deuses, pois sois todos filhos do Altíssimo". Eu sou agora da raça de Deus, sou filho. Nisto, Deus prova a Sua santidade, pois nos concedeu aquilo que foi acusado de não querer compartilhar: a Sua natureza divina. Para que a nossa fé seja forte, devemos ter uma revelação clara do caráter de Deus, Deus é bom e tem o melhor para nós. Deus é reto e nunca pode mentir ou falhar naquilo que disse: a Sua palavra é a própria verdade. E Deus é santo e nos fez participantes da Sua natureza, da Sua riqueza e da Sua glória. Aleluia! Se permitirmos surgir dúvidas nestes aspectos, então a nossa fé será abalada e não poderemos viver no espírito, pois, como já aprendemos, andar no Espírito implica em andar em fé. Andamos por fé na Palavra. A Palavra é o trilho, andar no Espírito é andar no trilho da Palavra. Vimos que o pecado foi originalmente o pecado da incredulidade, e que se desejamos andar hoje no espírito, temos de andar em fé. Mas temos de avançar um pouco mais agora e entender que houve um outro aspecto: a independência. Havia no Éden duas árvores: a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Vimos também que a árvore da vida apontava para o próprio Deus. Se o homem optasse pela árvore da vida, teria escolhido depender de Deus. Ele não saberia o bem e o mal por si mesmo, teria de depender de Deus para saber. Não viveria por si mesmo, mas por aquilo que Deus dissesse. Sabemos que isso não aconteceu com Adão. Depois que o diabo falou, certamente Adão ponderou e disse: "se Deus é tudo isso, então é melhor eu mesmo tomar conta de minha vida, tomar minhas próprias decisões. Isso foi a independência. Como originou-se o primeiro pecado, certamente os outros pecados se originam; pois todo pecado tem no seu centro o egocentrismo. Todo pecado, em sua origem, é o ego em ação. A independência é a forma específica de como o ego se manifesta: "eu 38
Vida no Espírito tenho minhas opiniões, meus desejos, meus alvos, minha identidade". Quando o homem optou por comer da árvore do conhecimento, o seu Ego, a sua alma, foi aumentado, e passou a ser o centro da personalidade humana. O propósito de Deus era (e é) que o espírito humano fosse o centro, mas o pecado transformou o homem em algo da alma, o homem se tornou almático. O espírito morreu, o ego se tornou o centro, por isso o homem passou a ser egoísta, egocêntrico. A melhor maneira de definirmos o pecado é entendermos que o pecado é tudo aquilo que tem origem no ego. Tudo aquilo que é feito independente de Deus é pecado. Nesse sentido qualquer coisa pode ser pecado, desde que feita independentemente de Deus. Pode ser pregar, orar, ou qualquer outra coisa piedosa, se é feita por iniciativa do ego, é carne; e, portanto é pecado aos olhos de Deus, ainda que aos olhos dos homens seja algo normal. Mas podemos ver também que atrás de todo fruto da carne tem também o ego em ação. O que é inimizade? É quando o ego não é reconhecido. O que é raiva? É o ego contrariado. O que é ciúme? É o medo do ego ser suplantado. O que é divisão? E o ego que sempre está certo e nunca abre mão. O que é inveja? E quando o ego não suporta que o outro tenha algo e ele não. Poderíamos analisar cada pecado e observar que o princípio subjacente a todos eles é a ação do ego. Um grande problema que aflige a igreja do Senhor é a questão do ficar ofendido. O ficar ofendido é a maior expressão do ego em ação. Quando ficamos ofendidos surge a ira, o ódio, a discórdia, a divisão, a facção, a gritaria, as brigas e coisas semelhantes.. Alguns podem dizer, será que não temos nem o direito de ficar ofendido? Mas eu digo, ficar ofendido é ficar com o orgulho ferido, e o orgulho ferido é ego machucado. Vamos imaginar em que circunstâncias alguém pode ficar ofendido. Não ser lembrado é algo que ofende, mas o desejo de ser lembrado é algo do ego. Nós nos achamos tão importantes que não suportamos não ser lembrados. Sentimo-nos ofendidos quando somos criticados; nos ofendemos quando não somos tratados como pensamos que merecemos. Veja que tudo isso tem como centro o orgulho do ego. Se o ego for renunciado, vai acabar com a história de ficar ofendido. Lembro-me de uma certa vez, na passagem de ano, quando o pastor estava dando posse a todos os cargos. Ele chamou todos e se esqueceu de um irmão. Esse amado irmão tinha vindo à reunião com um terno novo, estava realmente bem vestido. Foi algo terrível. Ele simplesmente não foi lembrado. Todos nós daríamos razão a este irmão por ficar ofendido. Se ele, entretanto, não tivesse orgulho próprio, então acharia normal não ser lembrado, mas se o seu ego ainda estivesse no centro, ele se tornaria um vulcão prestes a entrar em erupção. O conselho bíblico é que haja em nós o mesmo sentimento que houve também em Cristo, que sendo Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus, antes se esvaziou de si mesmo e assumiu a forma de servo; e ainda morreu numa vergonhosa cruz (Fp 2.5-11). Todos os grandes problemas na história acontecem porque alguém ficou ofendido. Alguém ficou melindrado. Assim como todo pecado consiste no egocentrismo, toda virtude consiste no oposto, no altruísmo. Enquanto o egocentrismo é colocar a si mesmo no centro, altruísmo é colocar-se o outro no centro. O que é amor? É esquecer de si e olhar para o outro. O que é alegria? E viver contente com o que se tem e o que se é. Diante disso, vemos então que para vivermos uma vida no espírito, não basta andar em fé, temos também de andar em amor. Andar em amor é andar em renúncia do ego. É abandonar o egocentrismo e a independência de Deus; é negar-se a si mesmo. Em I João 3.23, lemos: "Ora, o seu mandamento é este, que creiamos em o nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, segundo o mandamento que nos ordenou". O andar em espírito implica andar em fé, andar pela cruz, em amor. Quando eu digo andar em amor, estou me referindo, em primeiro lugar, ao fato de que amor é, em última análise, renúncia de si mesmo. Se eu ando em amor, eu também vou andar em dependência de Deus, pois tudo o que é feito fora de dependência d’Ele é carne. Andar em amor também implica em abrir mão do orgulho e de sua conseqüência - o ficar ofendido. O orgulho se manifesta no ato de ficar-se ofendido. Todas as vezes que eu fico ofendido, é porque meu orgulho foi ferido. Andar em amor implica em não ficar ofendido. Mas há ainda outras formas de vida egocêntrica. O egocentrismo pode--se manifestar na auto-preservação, na auto-realização, e na busca de felicidade. Precisamos saber que auto-preservação não é, em si mesma, pecado; entretanto, pode ser uma atitude egoísta. É assustador quando vemos a atitude de certos líderes se preservando demasiadamente, não admitindo nenhuma forma de desgaste, de dor ou de sofrimento. O remédio de Deus para o ego é a cruz, e a cruz implica de uma forma ou de outra, em alguma espécie de desgaste e perda da comodidade. Uma coisa que ainda não consegui entender é porque que alguns jovens, quando se casam, se afastam do trabalho do Senhor. Às vezes, penso que a maioria estava apenas buscando um casamento, e agora que o conseguiram não precisam mais se envolver no trabalho de Deus. Um outro aspecto que devemos mencionar é a busca da felicidade. Não encontramos em nenhum lugar da Bíblia a sugestão de que devemos buscar que felicidade. Felicidade é um conceito mundano. Felicidade é comer, beber e regalar a alma. É estar indiferente a tudo e a todos; é não se afligir com coisa alguma. O conceito mundano de busca da felicidade é uma expressão do egocentrismo e da falta de amor. Que se dane o meu vizinho! Eu não quero saber de nada do que está acontecendo; quero mais é economizar dinheiro e tirar um longo período de férias. Se desejamos ter uma vida no espírito, temos que entender que não basta crer naquilo que está na Palavra, é preciso também se comprometer com aquilo com que Deus está comprometido. Não basta sermos místicos ou piedosos, temos de nos voltar para nosso próximo. Não estou dizendo, absolutamente, que o crente deve ser infeliz. Mas veja que a 39
Vida no Espírito nossa felicidade, a nossa realização, é sermos usados pelas mãos de Deus. O meu deleite e a minha felicidade é ter uma palavra, da parte de Deus para dizer, ou poder estender a mão a ajudar alguém. Só somos felizes buscando a felicidade dos outros. Só recebemos, se ofertamos; só crescemos, se diminuímos, este é o paradoxo da vida cristã. A vida no espírito é uma conseqüência direta de passarmos pela cruz. Só há cristianismo se vivermos pela cruz. Jesus não apenas morreu numa cruz, ele viveu uma vida de cruz. Se formos observar os aspectos que fazem o homem feliz, veremos que tudo está fora do padrão de vida de cruz. Vida de cruz consiste em renúncia diária do ego. Jesus, quando ensinou os seus discípulos a orar, no final Ele terminou a oração dizendo: "porque teu é o reino, o poder e a glória". Reino, poder e glória é tudo aquilo que o homem natural anda buscando. O que é reino? O reino nos fala de bens, riqueza, respeito e reconhecimento. Todo homem procura essas coisas e até mesmo fica ofendido quando não alcança esse objetivo. Todos queremos construir um reinozinho pessoal, pensando com isso encontrar a realização. Mas o veredicto de Deus sobre isso é: carne. Se buscamos um reino para nós mesmos, estamos fora do padrão de Deus. Veja que não é pecado buscar respeito, reconhecimento, ou coisas assim, e mesmo o dinheiro, em si, não é pecaminoso, mas se queremos andar no caminho da cruz, temos de abrir mão dessas coisas. E o que é poder? É aquele desejo íntimo de mandar, de ter a primazia. Muitas vezes gostamos de poder dizer; "vá e diga a fulano que fui eu quem lhe mandou". Isso é realização, é ser conhecido na praça. O poder também nos fala de dons e capacidades. Eu posso fazer certas coisas que os outros não podem. Isso me faz sentir-me feliz e realizado, mas, se desejamos andar no caminho do espírito, temos de ir para a cruz e abandonar esses desejos da carne.E, por fim, o Senhor entregou a glória. Aqui está um ponto realmente crucial do ego: o elogio e a glória. A vida de cruz consiste em abrir mão do reino, do poder e da glória. Chegamos a um ponto crucial: não há possibilidade de renunciarmos ao ego, se ainda não nos conhecemos. Para avançarmos na carreira cristã, temos de nos conhecer a nós mesmos. Não. há como andar no espírito, sem antes nos conhecermos.Há dois caminhos, ou duas maneiras que o Senhor usa para nos levar ao fim de nós mesmos e tomarmos a cruz. O primeiro caminho é a revelação. A revelação, ou a luz do Espírito Santo, não vem apenas para nos abrir a Palavra, ela vem também para nos revelar a nós mesmos. Veja que a revelação é para nós mesmos, para o nosso próprio proveito, Deus sabe muito bem o que é a nossa carne, o que é o nosso ego, nós é que não sabemos. Muitas vezes quando a luz do Senhor vem sobre nós, nos sentimos realmente pequenos e completamente pecadores, mas é nesta hora que podemos notar o amor de Deus mais vivamente, pois, quando nós éramos ainda pecadores, o Senhor nos amou sobremaneira, e mesmo quando nem percebíamos a nós próprios, o Senhor já manifestava o seu cuidado amoroso para conosco. Há uma grande diferença entre a revelação que o Espírito Santo traz e as acusações de Satanás. Quando Deus nos mostra a nós mesmos na Sua luz, Ele também nos mostra o Seu amor e cuidado para conosco. A acusação, por sua vez, é vaga e difusa e sempre produz angústia, desânimo e incredulidade. O resultado da acusação sempre é morte, mas a revelação sempre gera vida. Devemos recusar toda acusação do diabo, mesmo quando realmente tivermos pecado. Nem assim devemos aceitar acusação, mas devemos ir para junto do nosso advogado: Jesus . Aleluia ! O Capítulo 6 de Isaías diz que ele teve uma visão de Deus sentado no seu trono de glória. Agora, observe que Isaías teve a visão de Deus, mas quem ele realmente viu foi a si mesmo. O verso 5 diz: "Ai de mim que sou homem de lábios impuros, habito no meio de um povo de impuros lábios..."Toda visão de Deus leva-nos a nos vermos também, por que na Sua luz vemos a luz. Todo aquele que passa tempo diante de Deus, tem luz da parte de Deus, por isso nunca se gloriam de coisa alguma, pois conhece a si mesmo. Para que possamos andar no espírito, devemos perceber que em nós mesmos não habita bem nenhum e tudo que há, em vós vem dEle. No capítulo 8 de Romanos, temos o ensino da vida no Espírito. É em Romanos 8 que temos a consumação de Romanos 6. Em Romanos 6, somos libertos do pecado pela morte do velho homem, mas é em Romanos 8 que aprendemos a vida que Deus tem para nós. Mas observe que entre a bênção de Romanos 6 e a glória do 8, temos um aparente fracasso em Romanos 7. Romanos 7 tem sido muito pouco compreendido porque há muitos que procuram achar nele a justificativa da sua derrota espiritual; quando dizem que todo cristão tem de viver como escravo do pecado. Mas precisamos entender que a intenção de Paulo é mostrar como é a vida daquele que anda segundo a sua própria força, segundo o ego, e que, pela força humana, tenta vencer o pecado. A experiência de Romanos 7 é o meio pelo qual Deus nos leva a nos conhecer a nós mesmos, e entender que só há vitória pelo espírito. Em Romanos 6, temos a libertação, em Romanos 7 temos a libertação de nós mesmos pelo fracasso. Só depois de tudo isso é que.-podemos entrar em Romanos 8, que nos fala da vida no espírito. A experiência de Romanos 7 é a experiência do deserto pelo qual o povo de Israel passou. Em Deuteronômio 8.2, lemos que tudo aquilo que o povo passou, Deus os fez trilhar para que percebessem o que estava verdadeiramente nos seus corações... Todos lemos que passar pelo deserto, para que descubramos quem somos nós na luz de Deus. O deserto é inevitável, mas lembre-se que a vida genuína não é vivida ali, mas em Canaã. Mas como essa revelação vem? Muitas vezes acontecerá quando estivermos lendo e meditando sobre a Palavra de Deus e outras vezes quando estivermos orando. Eu não posso dizer como você receberá a revelação, mas eu posso dizer que você saberá quando ela vier. 40
Vida no Espírito Eu não posso dar uma definição da luz, mas eu sei quando ela se acende, assim também é com o espírito. Eu não posso dizer como é a revelação, mas saberemos, quando a luz se acender. Se olharmos para o tabernáculo, veremos que também ali o Senhor nos ensina sobre essa verdade espiritual. No átrio, havia dois móveis, o altar de holocausto e a bacia de bronze. Ambos apontam para as bases da vida cristã. O altar nos fala da obra da cruz e a bacia de bronze aponta para o lavar regenerador e vivificador do Espírito Santo. Mas antes de lavar, a bacia tinha uma função muito importante, ela era como espelho. Em Êxodo 38.8, lemos que a bacia de bronze foi feita dos espelhos das mulheres de Israel. O que isso nos fala? Aponta para o fato de que antes de entrarmos no lugar santo, há um espelho para nós. Esse espelho é a luz do espírito que mostra tudo o que está em nosso ego. Primeiro Deus nos mostra, depois Ele nos muda, esse é o sentido da bacia de bronze. Não há como crescer sem antes se conhecer. Entramos agora em um ponto seríssimo. O Senhor não nos autoriza, em sua Palavra, a ficarmos olhando para nós mesmos. Isso é introspecção, é pecado. Nós nunca podemos nos ver, a não ser por meio de um espelho.Por mais que eu me olhe, nunca vou me ver completamente, só posso me ver completamente, por meio de um espelho e esse espelho é a luz do Espírito sobre nós. Ficar se perguntando não vai resolver coisa alguma. Muitos se perguntam: "será que eu estou falando na carne? Será que estou pregando na carne? Andando na carne?" orando na carne? Isso só vai abrir espaço para respostas do diabo e certamente vai produzir uma neurose. Perguntar-se a si mesmo não resolve, pois a introspecção é esforço humano, portanto é carnalidade. Ninguém muda ninguém, muito, menos a si mesmo;isso é obra exclusiva de Deus. A carne não pode mudar a carne. Nós saímos fora do trilho da Palavra de Deus para a nossa própria tristeza. O padrão de Deus para nós é: "Senhor, tu me sondas e me conheces, vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno" (Sl 119.23-24). Mas muitos querem mudar esse padrão para: "Eu me sondo e eu me conheço. Eu vejo se há em mim algum caminho mau e eu me guio para o caminho eterno". Percebe a diferença? A introspecção produz tristes conseqüências, devemos ser cuidadosos com ela. A primeira maneira que Deus usa para nos levar ao fim de nós mesmos é a revelação. Mas quando isso falha, por causa da nossa dureza e insensibilidade ao Espírito, o Senhor se vê forçado a usar outro recurso: o fracasso, o vexame. Não é da vontade do Senhor que soframos vexame. Ele vem por causa da nossa dureza e resistência em aprender por meio da revelação do Espírito. Ele vem também porque muitas vezes temos um conceito errado a respeito de nós mesmos; pensamos que somos humildes, quando na verdade não somos. Pensamos que somos dependentes, quando na verdade agimos pelo esforço próprio. Suponhamos que um irmão simples é convidado para pregar na reunião principal da Igreja, no domingo. Ele certamente vai sentir angústias e até ter uma desinteria, por medo da responsabilidade. Essa é uma reação interessante, porém é apenas uma expressão do medo da carne do vexame. Como o irmão está inseguro, ele vai orar bastante, jejuar e meditar na Palavra. Chega o domingo e a sua pregação é impactante. Os líderes ficam admirados e convidam-no para o próximo domingo também. No segundo domingo, ele já não fica tão inseguro, mas ainda assim precisa de gastar um tempo em oração, buscando a Deus. Mais uma vez é uma bênção, e a liderança extasiada o convida para mais um outro domingo. Dessa vez o nosso irmão já estava tão seguro que pensa ser capaz de pregar para um estádio inteiro. Já não ora e nem medita na Palavra como antes, ele agora pensa que pode confiar em si mesmo. Ele sobe no púlpito e prega todo o seu sermão, mas quando olha no relógio não se passaram mais do que dez minutos; ele começa a suar copiosamente; sente calafrios; tonturas; uma pontada no estômago, e o seu desejo é sair correndo dali. O terceiro domingo foi um completo vexame. Veja a maneira como Deus fez, ele levou aquele irmão a perceber que ele não era tão dependente e humilde, quanto pensava, mas foi só no terceiro domingo que ele percebeu isso. Não é fácil perceber em nós erro nenhum, mas quando vem o vexame eles se tornam manifestos. Lembro-me quando, certa vez, fui convidado pelo Pastor para substituí-lo, por motivo de viagem, mas o Pastor havia se esquecido de que convidara um outro amado irmão para pregar. Esse irmão havia convidado todos os seus familiares, o chefe de sua repartição e até mesmo um deputado, para ouvi-lo. Em nossa igreja, não exigimos terno e gravata para pregar. Mas este irmão trajou-se assim, naquele dia, e ainda se assentou atrás do púlpito. Eu, por minha vez, estava dirigindo o louvor, e nem o notei, pois ele estava ali atrás sentado; do louvor, passei à mensagem, sem perceber que ele estava esperando que eu lhe desse a palavra. Este irmão levantou-se e permaneceu de pé, atrás de mim uma boa parte da mensagem, em um lugar que não pude percebê-lo. Todos olhavam para ele, alguns riam, outros se remexiam no banco, de tanta inquietação. Quando ele percebeu que eu não o vira, desceu do púlpito completamente envergonhado. Essa foi a maneira de Deus mostrar ao amado irmão a sua soberba. Esse irmão pensava que ele era um pregador excepcional, por isso digo que não foi por acaso que o Pastor se esqueceu que o havia convidado; Deus estava de olho naquele irmão, para tratar com seu orgulho e vaidade. Vemos que andar no Espírito implica andar em fé, mas não apenas isso, implica também andar pela cruz, em amor. Mas como amar, se ainda vivemos uma vida egoísta? Alguns dizem que para amar ao próximo é preciso esquecer de si mesmo.Esquecer-se de si é renunciar ao ego. E só podemos renunciar de fato, quando nos conhecemos como Deus nos vê.Que o Senhor nos leve a esse nível, por meio da revelação, sem que soframos tanto pelo vexame. Muitos de nós buscamos uma vida mística e sobrenatural,o que em si não está errado, mas nos esquecemos que misticismo sem amor é morte é vazio. Se desejamos uma vida cheia do 41
Vida no Espírito Espírito temos de andar em amor. O que nos impede de alcançarmos isso? O nosso ego.Observe qual a sua reação diante de um homem caído na sarjeta.Você o ignora,e, no fundo, até se acha superior a esse homem.Isso vem na sua mente, porque você ainda não se conhece, não sabe que somos todos iguais,somos todos homens sujeitos às mesmas falhas. Não renunciamos a nós mesmos porque talvez, no fundo pensemos que o nosso ego não é ruim e não há necessidade de o deixarmos de lado. Se não nos esquecermos de nós mesmos, não podemos amar ao próximo e nem ser discípulo de Jesus."Àquele pois que não negar a si mesmo e não tomara sua cruz, não pode ser meu discípulo”. Essa é a proposta de Jesus para nós. Gostaria de colocar alguns pontos que precisamos aprender se desejamos expressar uma vida no Espírito, em amor,como já disse, não se ofenda, não se melindre, não fique magoado. Ainda que o agressor de fato esteja errado, não se ofenda. O ficar ofendido é uma vidência muito séria de um orgulho muito grande. Evidentemente, eu sou contra toda falta de educação, toda brutalidade e aspereza, sou contra toda carnalidade, sou contra falatórios, mexericos e difamações, mas sou mais contra quem se ofende com isso.Um irmão que chega e me ofende asperamente com toda sorte de palavras erradas está, indiscutivelmente, errado, mas eu estarei mais errado ainda se ficar ofendido. Estarei errado porque estarei bombando no teste de Deus. Vou ter que repetir a lição. Em segundo lugar, não viva em função de si mesmo. Esqueça seu ego. Não viva a vida o tempo todo em função de si mesmo. Olhe ao seu redor e veja quanta coisa pode ser feita para aqueles que estão diante de você. Não espere receber, ofereça. Não espere ser visto, veja. Não espere elogios, elogie você aos outros. Em terceiro lugar aceite o outro como ele é. Não fique tentando mudar ninguém no seu esforço próprio. Ninguém muda ninguém, isso é obra de Deus. Por mais que uma mulher tente, ela nunca conseguirá mudar nada na vida de seu esposo e o mesmo se pode dizer do homem, isso não significa que eu vou compactuar com o pecado e o erro. Se eu vejo algo errado , devo exortar o irmão em amor, e se ele insistir na prática do pecado demonstra que não nasceu de novo. Quando eu digo para aceitar o outro, é para respeitá-lo na sua forma de ser, de se expressar. Se o irmão é lento ou rápido, alto ou baixo, risonho ou tímido, extrovertido ou introvertido; devo aceitá-lo como ele é. Urna boa maneira de aceitarmos os outros é observarmos mais as suas qualidades do que suas falhas. Ofereça elogios a todos, raça porém com sinceridade, elogiando aquilo que você realmente acha bonito. Em quarto lugar, aprenda a enxergar potencialidades. T.L. Osborn, em um dos seus livros, nos conta de como encontrou um mendigo no interior da África e depois de expor a ele o evangelho de Cristo, falou-lhe sobre o grande potencial que havia dentro dele. Aquele homem se acostumara a ver-se incapaz e desprezível, mas aquela palavra o animou, e no outro dia lá estava aquele homem vestido de terno, limpo e penteado. Alguém conseguiu enxergar por detrás das roupas sujas e do cabelo despenteado, um potencial de vida. Isso é expressão de amor. De onde menos esperamos, Deus pode realizar grandes coisas. Deus pode realizar milagres.
TERCEIRO PRINCÍPIO DO ANDAR NO ESPÍRITO: ANDAR NO SOBRENATURAL Já aprendemos que andar no Espírito implica em duas coisas. A primeira implicação é que, se desejamos andar no Espírito/ precisamos andar em fé. O primeiro pecado foi o pecado da incredulidade, assim, o caminho da vitória é andar pela fé. Andar em fé significa andar no trilho da Palavra de Deus. O primeiro pecado consistiu em não se levar a sério a Palavra de Deus, daí dizermos que o trilho da vida de fé é a Palavra de Deus. O segundo princípio que vimos é que andar no Espírito é andar em amor. Andar em amor é andar no trilho da cruz. Não há como andarmos no espírito, sem renunciarmos a nós mesmos. Em I João 3.23, lemos que a vontade de Deus é que creiamos e amemos. As coisas de Deus são realmente simples. Devemos andar no trilho da Palavra e no trilho da cruz. Tudo o que fazemos que sai desses dois trilhos é carne. Mas resta ainda um terceiro aspecto que precisamos mostrar-lhes. Esse terceiro aspecto é uma conseqüência natural dos dois primeiros. Observe que Eva foi tentada a comer porque a árvore era desejável (Gn 3.6). Tudo começou no corpo. Na verdade, esse é um critério para sabermos se algo vem de Deus ou do inimigo. As coisas de Deus sempre procedem do espírito, para atingir a alma. As coisas do mundo do espírito somente podem ser experimentadas pelo espírito recriado. O homem é um ser triuno: espírito, alma e corpo. O pecado de Eva começou exatamente no corpo. Por ela ter abandonado o nível do espírito, o pecado teve espaço. Se desejamos servir a Deus, devemos fazê-lo pelo Espírito, pela vida de Deus. E para que o espírito flua, devemos disciplinar o nosso corpo. O nosso espírito foi regenerado, a nossa alma está sendo transformada e o nosso corpo deve ser disciplinado. Não há possibilidade de haver vida cristã sem renovação da mente, da alma. Mas, igualmente verdadeiro, é dizermos que é impossível haver vida cristã sem disciplina do corpo. É importante sermos radicais nesse ponto: é impossível vida no espírito sem disciplina do corpo. Mas antes de falarmos sobre esse ponto é bom fazermos uma distinção: disciplina não é igual a lei. Nós já fomos libertos da lei. Em Romanos 6.14, descobrimos que não temos mais de ser libertos da lei, nós já fomos libertos da lei. “Porque o 42
Vida no Espírito pecado não terá domínio sobre vós porque não estais debaixo da lei e sim da graça”. É importante frisarmos esse entendimento para que não transformemos a disciplina do corpo em legalismo e nem tão pouco em ascetismo. A disciplina não é para comprarmos bênção de Deus e muito menos para sermos aceitos diante dele. Somos aceitos por causa do sangue do Cordeiro; aleluia! A disciplina é para nós mesmos, não para Deus. É lamentável que muitos irmãos transformem a oração, a leitura da Palavra e o jejum em leis. Quando não oram se sentem distantes de Deus; quando não lêem a Palavra, imaginam que Deus agora está longe deles, que Deus os rejeitou. Nada pode ser mais lamentável do que isso. O amor de Deus por nós é o mesmo nos dias em que oramos, bem como nos dias em que não oramos. A oração não é uma lei, é uma necessidade, uma disciplina. Não muda a nossa herança e os nossos privilégios em Cristo, mas nos ajuda a perceber as coisas do espírito com mais clareza. A disciplina é para nós mesmos e não para sermos aceitos diante de Deus. O acesso diante de Deus é exclusivamente pelo sangue de Jesus.O que é a lei? Lei é tudo aquilo eu tenho de fazer para Deus com o fim de ser aceito por ele. Eu já fui liberto da lei. Não tenho mais de fazer coisa alguma com o fim de ser aceito, pois por meio da obra da cruz, tenho livre e perfeito acesso. Fui justificado, perdoado, purificado, reconciliado, santificado, liberto e salvo. Nada pode me separar do amor e da presença de Deus, o caminho foi aberto. O legalismo é uma das piores heresias de nosso tempo. Há muitos que querem ser salvos mediante algum mérito próprio; somos realmente contra eles. Há, porém, muitos em nosso meio que buscam a santificação por esforço próprio. Toda a obra é realizada por Deus: desde a regeneração até a glorificação, na volta do Senhor. Mas o que é a graça? Graça é aquilo que Deus faz por mim. Lei é o que eu faço, graça é o que Ele faz. Estamos debaixo da graça, ou seja, estou debaixo daquilo que Deus faz por mim. Isso significa que eu não vou viver na prática do pecado porque o que está n’Ele é a vida, divina semente, o Espírito Santo.O legalismo é tão terrível por que ele anula a graça de Cristo. Quando eu digo que sou eu que tenho de fazer, estou anulando aquilo que Ele já realizou por mim.Quando eu começo de novo a criar leis, estou escravizando alguém que é livre em Cristo. Nesse ponto, volto a frisar que disciplina não é lei. Disciplina é levar o corpo e a mente a fazerem a vontade Espírito.Eu sou um ser espiritual, a minha vontade real está no meu espírito.O meu espírito sempre quer ter comunhão com Deus, o corpo é que procura impedir.Eu devo disciplinar meu corpo para que o que está no meu espírito possa ser realizado. Com essa verdade em mente, vamos avançar no nosso estudo.
O Ponto Central é a Vida Desde Gênesis até Apocalipse, podemos ver que Deus tem uma ênfase. A ênfase de Deus é a vida. Isso pode ser facilmente observado em João: "A vida está n’Ele e a vida era a luz dos homens", "Eu sou o caminho a verdade e a vida...", "Eu sou a água da vida”. Desde o princípio, em Gênesis, podemos ver a vida no centro. É a criação da vida, e Deus dando vida ao homem. Mas não é apenas a vida natural e biológica, é a vida de Deus. No princípio, Deus colocou duas árvores no jardim: a árvore do conhecimento do bem e do mal e a árvore da vida. Deus queria que Adão comesse do fruto da vida. Jesus é o rio da vida que sai do trono de Deus, em sua margem, havia a árvore da vida. Deus queria ter comunhão com o homem. A Sua vontade era de pôr dentro do homem a Sua vida sobrenatural. Nós vimos que o homem caiu, traiu a Deus, mas o Senhor projetou um plano de salvação, de redenção. Esse plano é prefigurado do Velho Testamento, quando Deus resgatou a nação de Israel do Egito, levou o seu povo para o monte Sinai. Lá no monte, Deus deu o plano do Tabernáculo. Deus queria habitar no meio do Seu povo. Mas o Tabernáculo era algo provisório. Houve um dia em que se levantou um homem, Davi, na sua intimidade com Deus, percebeu algo que estava no coração Deus. Ele então recebeu o projeto do templo. O Tabernáculo era provisório, mas o templo era uma construção sólida e definitiva. No Novo Testamento, temos a concretização do propósito de Deus. O Senhor Jesus disse que nos iria enviar o Consolador, o Espírito Santo de Deus. Hoje nós somos o templo definitivo do Deus vivo. Nós somos o tabernáculo de Deus na terra.O Tabernáculo possuía três partes: o átrio, lugar santo e o santo dos santos. Deus habitava no santo dos santos. O átrio aponta para o nosso corpo, o lugar santo para a nossa alma e o santo dos santos para o nosso espírito. Deus habita agora em nosso espírito. Esse é o ponto central do Evangelho: Cristo dentro de nós. O Espírito Santo de Deus é vida; contactar o Espírito é contactar a vida de Deus. Não é totalmente correto se usar a palavra avivamento quando se refere à ação de Deus na Igreja hoje. Se observarmos bem veremos que, na Bíblia, a palavra avivamento só aparece no Velho Testamento. No Novo Testamento, a palavra mais próxima está em Efésios, capítulo um: "Ele vos deu vida..." No original seria: Ele vos vivificou. O verbo está no passado mostrando uma ação já consumada, Deus já nos deu vida. Isto acontece porque, para ser Igreja, é necessário ter vida; quem não tem vida não é igreja. A Igreja 43
Vida no Espírito não pode ser morta, se é morta, não é Igreja, e se é Igreja, é porque tem vida. Para ser Igreja é preciso nascer de novo. Como é que eu posso nascer de novo e ainda continuar morto? Veja que a Igreja tem vida, o problema é que ela não sabe disso e, quando sabe, não entende como desfrutar e deixar que esta vida apareça. A vida está no nosso espírito. Se desejarmos fluir em vida, precisamos aprender a contactar o espírito. Andar em espírito não é só andar em fé, e nem só andar em amor, é também andar no sobrenatural pela vida dele. O nosso espírito é como um rádio que tem a função de sintonizar as ondas do céu. E um rádio que serve para receber e também para transmitir. Se desejarmos fluir em vida, temos de aprender "a contactar" o Senhor em nosso espírito. Mas é fundamental que separemos bem aquilo que é da alma daquilo que é do espírito. Hebreus 4.12 nos diz que a Palavra do Senhor é que separa a alma do espírito. Se falharmos em discernir a alma do espírito, isso poderá ser prejudicial para a nossa vida cristã, perceber aquilo que é do espírito em nós e também nos outros. Alguém poderá me dizer: "Não julgaras por que com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”. Mas eu digo, não é julgar no natural, mas pelo espírito. Em I Coríntios 2.15 lemos que o homem espiritual a todas as coisas julga. O homem espiritual julga pelo espírito, com critérios do espírito. Mas qual seria esse critério? O critério é vida. Tudo o que é do espírito é vida, mas o que é da alma é morte. Se um irmão abre a boca e sai vida, eis algo do espírito, mas se sai morte temos a alma em ação. O melhor critério é observar se ha vida. Se em uma reunião alguém traz alguma coisa sem ser movido por Deus, aquilo mata. Quando alguém prega no espírito, há vida saindo de sua boca e isso atrai e sacia as pessoas. Não devemos aceitar fazer coisa alguma sem ministrarmos vida. As coisas do espírito sempre manifestam vida. A vida é algo contagiante, quando abrimos a boca pelo espírito, aquilo vai fluir e se espalhar por entre os irmãos. A vida também é alimento. Quando falamos algo do espírito aquilo será a Palavra de Deus. Toda Palavra de Deus é espírito, e vida. Quando falamos algo pelo Espírito, esta palavra é espírito e vida. Devemos estar ministrando vida aos nossos irmãos até mesmo em nossas conversas, mesmo conversando a vida deve fluir. A vida é algo sobrenatural e ser guiado pelo Espírito é ser guiado por esta vida. Entretanto para que possamos ser guiados pelo Espírito é necessário que desenvolvamos uma sensibilidade em nosso próprio espírito. Se não formos sensíveis não poderemos perceber a direção e a voz de Deus. Quero compartilhar quatro princípios para desenvolvermos a sensibilidade e aprendermos a ser dirigido por Deus. Lembre-se sempre que andar no Espírito implica em: andar em fé, em amor e também em andar no sobrenatural.
Princípios para Alguém Ser Guiado pelo Espírito Siga o Impulso da Intuição Devemos lembrar que o homem tem três partes: espírito, alma e corpo. O nosso corpo tem três funções: movimento, sensação e instinto.A alma também tem três funções: mente, vontade e emoções. No nosso espírito tem também três funções: intuição, consciência e comunhão. A intuição é como um impulso dentro do coração. Não é uma voz percebida audivelmente, mas é um impulso. Em Marcos 1.12, lemos que o Espírito impeliu a Jesus... A Palavra impeliu é boa pois denota bem a sensação interior. É perigoso eu ser mal interpretado nesse ponto, pois é certo que existem impulsos do corpo, das emoções e mesmo impulso de demônios. Entretanto, se somos nascidos de novo aprendemos a diferenciar todas essas vozes daquela que vem do espírito. Muitas vezes estou conversando com uma pessoa e repentinamente me vem um impulso de perguntar alguma coisa e invariavelmente aquela pergunta é exatamente o que a pessoa estava com medo de me contar. É uma sensação interior, não é uma voz audível. Isso pode aparecer muito místico, mas ouça-me se desejamos andar no espírito devemos ser livres do natural e entrarmos no sobrenatural. Um amado me contou que recentemente estava passando de carro em uma rua, quando sentiu um impulso de parar e dar uma Bíblia de presente a dois jovens que estavam conversando em uma esquina. Ele parou, se dirigiu aos jovens e perguntou a eles se gostariam de ganhar uma Bíblia de presente. Aqueles jovens se entre olharam perplexos e disseram que naquele instante estavam exatamente discutindo se a Bíblia era ou não verdadeira. Aqueles jovens certamente se converteram. Um outro irmão saiu para comprar calças em uma loja para homens. Um vendedor veio atendê-lo, e este irmão se sentiu impelido a perguntar também ao vendedor se ele não gostaria de ganhar uma Bíblia. O vendedor assentiu e dentro de poucos instantes, o irmão estava pregando para todos os vendedores e o gerente resolveu fechar a loja para que todos pudessem receber oração. Tudo isso aconteceu porque aquele irmão seguiu o impulso do espírito. Sem nenhum motivo especial para aquilo, ele parou e seguiu o impulso e os frutos apareceram. O primeiro princípio para sermos guiados pelo espírito é seguir o impulso do Espírito. Esse impulso é no nosso espírito e não em nossa emoção ou corpo. É algo inteiramente espiritual. 44
Vida no Espírito
Siga o Testificar do Espírito "O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rm 8.16). I Coríntios 6.17 diz que "aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele". Isso significa que o nosso espírito, depois que nascemos de novo, é como que amalgamado, unido por uma argamassa, vinculado com o Espírito Santo. O testificar do espírito é uma convicção profunda que não tem origem em nada natural. Muitas vezes a nossa mente rejeita essa convicção pelo temor e insegurança. Deus fala conosco todo o dia, nós é que não damos crédito, pensando que são coisas da nossa mente. Que Senhor separe a nossa alma do espírito! Se o Senhor vem com um testificar em nosso espírito, a melhor coisa a fazer é checar a convicção com outros irmãos mais amadurecidos. Mas se mesmo depois disso não tivermos clareza na direção, o melhor é correr o risco. Provavelmente cometeremos muitos erros, mas estaremos exercitando o nosso espírito, e chegará o ponto em que virtualmente não cometeremos equívocos. No processo de crescimento, é normal que nos equivoquemos, não devemos nos cobrar perfeição e nem tão pouco pensarmos que depois de algum erro, Deus nos abandonou e não vai mais nos usar. Siga a Paz do Espírito "Seja a paz de Cristo o árbitro nos corações..." (Cl 3.25). A paz é o árbitro em nosso coração. O árbitro é o juiz, aquele que decide. Com o coração podemos entender o nosso espírito. Nós percebemos o nosso espírito no coração. Existe uma paz que excede todo entendimento. O testificar muitas vezes vem como um fogo que queima no coração, a paz, porém, é como manancial de águas tranqüilas. É como se o mundo estivesse desabando, mas dentro do coração as águas estão tranqüilas. Seguir a Vida A quarta maneira é seguirmos a vida interior do coração. Se estivermos para ir a um cinema, por exemplo, não devemos consultar a mente, mas a vida em nosso coração. Se a vida se agitou no interior, não devemos entrar. A sensação de quando o espírito é constrangido por Deus se parece um pouco com náusea. É uma sensação no meio da barriga, no ventre. Esse constrangimento sempre aparece quando entramos em uma direção que Deus não aprova. Se vamos comprar um carro e surge esse constrangimento no interior, não devemos comprar. Isso vale para todas as coisas até aquelas mais insignificantes. Tudo o que me diz respeito é importante para o Senhor. Ele está preocupado com cada detalhe da minha vida. Nunca devemos permitir que as águas interiores fiquem tumultuadas. No nosso coração as águas sempre devem estar tranqüilas. O andar no Espírito não é uma questão de certo ou errado, bem ou mal. Existem dois caminhos diante de nós: o caminho da árvore do conhecimento e o caminho da árvore da vida. Andar pela árvore do conhecimento é carne. Esses são aqueles que sempre estão perguntando se isso é certo ou errado. Aqueles que andam pela árvore da vida não perguntam se é pecado ou não, se é bom ou mal, certo ou errado, eles perguntam qual é a vontade de Deus. Não devemos fazer nada que constranja essa vida dentro de nós, ainda que pelos critérios da mente seja algo bom e até recomendável. Se a vida rejeitou, não devemos fazer. Existem muitas coisas que não são pecaminosas em si mesmas, mas que Deus rejeita e outras vezes podemos pecar contra Deus até mesmo pregando, louvando ou fazendo missões. O critério para a vida no Espírito não é o certo ou o errado, mas a vontade de Deus. Creio que não deveríamos ensinar leis de certo e errado para os novos convertidos, mas estimulá-los a perceberem a direção de Deus pela vida no nosso espírito.. Se somos rápidos em dizer aos outros o que é certo e o que é errado, estamos tirando preciosas oportunidades de eles mesmos entrarem em contato com o Senhor. Ser cristão não é ser guiado por um código de conduta, nem por um conjunto de normas e éticas sociais.Ser cristão é ser guiado pelo Espírito de Deus.
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VIDA NO ESPÍRITO
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O PLANO DE REDENÇÃO
A NOVA ALIANÇA Os Antecedentes da Nova Aliança Deus planejou colocar o homem na terra, a fim de que este fosse o seu reflexo, manifestando sua vida, sua natureza e sua glória. Deus desejava que o homem o recebesse como sua vida dentro de seu espírito. Deus diz em Gênesis 1.26 "Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança". E assim, o homem, criado por Deus, andava na terra expressando a natureza de quem o criara para isto. Infelizmente, este homem traiu o propósito de Deus, não o recebeu em seu espírito e deu ao Diabo a posse daquilo que lhe havia sido entregue. Deu a terra e a si mesmo, vendeu-se à escravidão do pecado e tornou-se escravo do Diabo. Deus, entretanto não se deu por vencido, e estabeleceu um plano. Este plano divino é expresso em Gênesis 3.15, neste sentido: “Tu fizeste uma aliança com o homem, diz Deus ao Diabo, e pelo engano entraste na terra. Mas Eu te digo que usarei a mulher e colocarei dentro dela a minha semente, não a semente do homem, porquanto a semente do homem foi corrompida. Colocarei a minha semente dentro da mulher e esta semente me fará vir á luz um homem, porque eu dei a terra aos filhos dos homens. Essa semente fará uma aliança de sangue com o homem e quebrará o teu poder”. Passam-se dois mil anos, Deus começa a por em andamento seu Plano que virá através de uma aliança de sangue. Virá por um pacto, um testamento. O primeiro sangue derramado na Bíblia foi no Éden. Foi Deus mesmo quem imolou o primeiro cordeiro e derramou o seu sangue sobre a terra. Esse derramamento de sangue fez-se necessário porque entre Deus e Adão havia uma aliança e quando uma aliança é quebrada, a morte deve vir sobre a parte infiel. O cordeiro morreu no lugar do homem e a sua pele cobriu a nudez deste. Por toda a Bíblia, vemos este sangue. Só no livro de Apocalipse, por vinte e oito vezes Jesus é chamado de Cordeiro de Deus, o cordeiro que verteu sangue. O que é uma Aliança de Sangue? A vida está no sangue e este é vida. Onde há derramamento de sangue, houve morte, houve derramamento de vida. A aliança de sangue celebrada há muito tempo pelos povos antigos nasceu no coração de Deus. É um contrato entre duas pessoas, tão sagrado, tão sério, que jamais poderá ser quebrado, sob pena de morte. Por este contrato, todas as coisas se tornam em comum. O que é seu torna-se meu, e que é meu, torna-se seu. Meus bens são seus, seus bens são meus, minhas dívidas são suas, suas dividas são minhas. Eu não tenho mais que pedir, posso lançar mão de tudo que é seu como se fosse meu e você pode lançar mão de tudo que é meu como sendo seu. Todos os povos antigos conhecem a aliança de sangue. Ainda hoje, entre os africanos e os orientais, a aliança de sangue está presente. O Diabo sabe do poder que há atrás de uma aliança de sangue, e por isso mesmo a usa também. O ocultismo, a maçonaria e toda sorte de cultos satânicos a conhecem e a praticam. Entretanto, a aliança de sangue nasceu de Deus. Várias eram as cerimônias que os hebreus seguiam quando faziam uma aliança de sangue com alguém. Uma delas era a troca de túnica: A roupa simbolizava a vida e quando se tirava a túnica e a dava a alguém, isso significava que se estava dando â própria vida. Outra cerimônia era a troca do cinto que servia para ajustar a arma. O cinto simboliza, nesse contexto, segurança. Quando se trocavam os cintos queria-se dizer: Dou-te a minha segurança e a minha defesa. Quem luta contra ti, luta contra mim. Outro cerimonial era cortar o cordeiro em partes. Morto era o animal e uma metade era colocada defronte da outra e ambos caminhavam por entre as partes formando a figura de um oito deitado, que significa o infinito. O significado é este: Eu morri, tu morreste, começamos uma nova vida como parceiros de aliança. Outra cerimônia era o corte da mão ou do pulso. Após os cortes, juntavam-se estes, significando: Nossas vidas misturam-se, porque a vida está no sangue. Ainda outra era o partir do pão juntos e o beber do cálice. Isso acontece até o dia de hoje. Quando duas pessoas comem juntas, isto significa: Minha vida está entrando na tua, tua vida está entrando na minha. 46
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Somos irmãos de sangue, irmãos de aliança. Outro cerimonial era a troca de nomes. Eu passo a receber seu nome e você recebe o meu, significando: Tenho agora direito a tudo quanto seu nome tem direito e você tem direito a tudo quanto o meu nome tem direito. Às vezes, plantavam uma árvore com o memorial ou trocavam ovelhas para gerarem frutos com esse fim. Na presença do memorial, os termos da aliança eram escritos.Em todas elas havia bênçãos decorrentes da fidelidade à aliança, ou então maldições decorrentes da quebra da aliança.
Só um Filho do Homem pode agir Legalmente na Terra Quando Deus veio ao encontro do homem, Ele não veio pelo engano, como Satanás, mas veio com a aliança de sangue. A palavra "aliança", no hebraico significa cortar com derramamento de sangue e andar por entre as partes.O Novo Testamento também é uma aliança de sangue. Deus tinha o plano de trazer a sua semente à terra, com o fim de retomar a terra das mãos do Diabo e derrotá-lo. Deus deu a terra aos filhos dos homens, conforme o Salmo 115. Mas esse homem quebra a aliança e faz toda a terra e toda a sua descendência culpada. Mas, porque a terra é dos homens, somente um. homem poderia ser instrumento legítimo de redenção. Entretanto, todos os homens sobre a terra estavam desqualificados para se tornarem esse instrumento. Se um homem foi instrumento de queda, um homem deveria ser instrumento de redenção. Não da descendência de Adão, porque a semente deste está contaminada pelo pecado e como cada semente produz de acordo com a sua espécie, toda a descendência de Adão é contaminada. Deus, então, sem violar Sua palavra e sua aliança, concebe, então, um plano para entrar legalmente na terra. Se a terra era dos homens, só um homem na terra poderia ser instrumento e canal da ação de Deus no planeta. Deus, então, faz-se homem e sem violar nada, entra pela porta. A porta é o nascimento de mulher. Em João, capítulo dez, Jesus fala de duas formas de se agir na terra: como o ladrão de ovelhas que pula a cerca ou como pastor que entra pela porta. O aprisco é a terra, as ovelhas são os filhos dos homens e a porta de entrada na terra é o nascimento de mulher. Satanás não nasceu aqui, ele não é homem, nem filho do homem, subiu ilegalmente, tomou emprestado o corpo da serpente. A aliança do Novo Testamento começa com Abraão, e Deus, através dessa aliança, abre uma forma legal de agir na terra. Deus tem em vista sua semente; tudo quanto fizer terá em mente essa sua semente: O Cristo.
A Nova Aliança procede da Aliança Abraãmica No capítulo doze de Gênesis, o Senhor diz a Abrão: “Saí da tua terra e da tua parentela e vai para a terra que eu te mostrarei. Abençoar-te-ei e tu serás uma bênção. Em ti serão benditas todas as famílias da terra". Quando Deus chama Abrão, Ele não tem em vista a descendência física deste, mas tem em vista a sua própria semente que viria através da descendência de Abrão. É o que diz Gálatas 3.15 e 16: "... Uma aliança, uma vez confirmada, ainda que humana, ninguém lhe revoga ou acrescenta coisa alguma, ora, as promessas foram feitas a Abrão e ao seu descendente. Não diz: e aos descendentes, como se falando de muitos, porém como de um só: e o teu descendente, que é Cristo". Quando Deus vê Abrão, Ele vê a sua semente. Ele vê o homem que esmagará a cabeça da serpente. E ao entrar em aliança com Abrão, Ele pratica todos os rituais que mencionei acima. Não dá a Abrão uma túnica, mas um escudo. O Senhor chega a Abrão e diz: "Eu sou o teu escudo" (Gn 15.1). Quem luta contra ti, luta contra mim, tu estás oculto em mim. Quando chega a hora de partir os animais, Deus lhe pede que tome três animais da terra e duas aves do céu (Gn 15.9). Abrão não espera nenhum detalhe porque sabe que é uma aliança. Parte os animais ao meio e coloca as suas metades, uma defronte da outra, mas as aves não parte. Não as parte porque são símbolos da Trindade do céu e Deus não pode morrer. Por que são somente duas aves? Porque a terceira, que é Jesus, desceria do céu, tomaria o lugar do homem e morreria. Abrão então aguarda que Deus venha caminhar por entre as partes, mas aves de rapina vêm sobre os animais imolados, tentando roubar as carnes. É um símbolo de Satanás, que quer destruir a aliança antes que ela aconteça. Entretanto, Deus fez cair pesado sono sobre Abrão (Gn 15.12) querendo dizer com isto que a aliança nada tinha a haver diretamente com homem Abrão, e que este não conseguiria enxotar as aves de rapina. Enquanto Abrão dormia, Deus mesmo estava estabelecendo a aliança, e quando acorda, vê que caminhando por entre as partes estavam duas pessoas, um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo. O primeiro era Deus Pai. Era assim que se apresentava no Sinai. O segundo é Jesus. Este toma o lugar de Abrão para fazer uma aliança com Deus Pai. 47
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Deus não podia caminhar por entre as partes com Abrão, porque numa aliança de sangue tudo se torna comum a ambos, e Abrão era pecador e Deus não pode misturar-se com o pecado. Entretanto, o plano de Deus era trazer sua semente, que seria um homem. Assim, esta semente, o Cristo de Deus toma o lugar de Abrão e faz com que esta aliança seja entre Deus e o homem, ao mesmo tempo em que é entre Deus e Deus. O Senhor determina que Abrão circuncide-se na carne do seu prepúcio como sinal perpétuo de aliança entre Deus e suas gerações. A marca da aliança ficava no órgão reprodutor porque a aliança era com Abrão e a sua descendência, até chegar a semente a quem as promessas foram feitas e em quem todas as famílias da terra seriam abençoadas. O nome de Abrão foi mudado por Deus que retirou parte do seu próprio nome, colocando-o no meio do nome de Abrão. No hebraico, o nome de Deus é composto por quatro letras, é o impronunciável YHVH. "H" correspondente ao "H" do nosso alfabeto, tem um som forte e aspirado sem voz que equivale mais ou menos a um sopro. Diz respeito à vida que Deus, tem em si mesmo. No Éden, Ele soprou, de si mesmo criando o espírito eterno do homem, agora na aliança com Abrão Deus sopra novamente a si mesmo para dentro do nome de Abrão. No meio do nome de Abrão, Deus coloca o seu sopro, Seu Espírito, Sua vida e seu próprio nome.Deus também acrescenta o nome de AbrHão ao Seu próprio nome passando a chamar-se "Deus de AbrHão". Este é seu sobrenome, que pela aliança, significa: "Tudo o que é de AbrHão é meu". E AbrHão significa: "Tudo o que é de Deus é meu". Esta é a aliança de sangue. Na nossa tradução do hebraico a letra (Alef) que tem som de "H" é traduzida como "A". Assim, Abrão torna-se Abraão. Nada agora Deus pode negar a Abraão. Ambos são cabeça de aliança. O Senhor, finalmente, tem na terra, uma boca, um corpo. Finalmente, Ele entra legalmente na terra, via aliança de sangue. Os filhos de Abraão serão filhos de Deus, e é a partir disto que os propósitos dele se desenrolaram sobre a terra. Deus tem homens no planeta. É por isso que Deus, quando planeja destruir Sodoma, pergunta a si mesmo: "posso ocultar o que vou fazer a Abraão? De modo Algum! Nada faço na terra sem falar com meu parceiro de aliança. E foi Abraão quem traçou os limites, não foi Deus: - Tu não destruirás o justo com o ímpio. Se houver cinqüenta justos? - Se houver cinqüenta justos, não destruirei a cidade. - Mas se faltar cinco? Se houver quarenta e cinco justos? - Ok, não destruirei. - Talvez quarenta ou trinta? - Não destruirei. - Só mais uma vez.. .dez! - Ok, por amor dos dez não destruirei Sodoma. Quem estabeleceu os limites foi Abraão. Quando entendermos as realidades da aliança que Deus tem conosco e a nossa autoridade decorrente dela, não haverá limites para a intercessão. Quando o Senhor decretou o juízo sobre Sodoma e Gomorra, a Bíblia diz: "Lembrou-se de Abraão e tirou a Ló”. Não foi por causa de Ló, foi por causa do homem da aliança. Deus é fiel à sua aliança. Abraão terá tudo o que quiser de Deus, mas perante as cortes celestiais, perante Satanás, seus príncipes e potestades poderia levantar-se uma dúvida. Satanás poderia questionar a validade da aliança: Será que Deus teria tudo de Abraão? Se Deus não tivesse tudo do parceiro, essa aliança seria unilateral. Aí é que vem a tremenda prova da aliança em Gênesis 22. Deus vem a Abraão e faz um pedido. Ele dera ao seu servo um filho gerado de uma promessa, gerado pela palavra. A palavra é Espírito, é semente, é vida, a palavra produz exatamente o que diz. Quando Sara, esposa de Abraão tinha 89 anos, e de 99 anos, o útero dela estava amortecido e envelhecido, veio o anjo com a palavra que é semente e disse: "Dentro de um ano, tu darás à luz um filho". Essa palavra enviada por Deus penetrou no útero morto de Sara, e fê-lo reviver. A promessa cria vida e o filho vem: É o filho único, amado. Tudo o que Deus faz tem em vista Sua semente. Um dia, ele mandará um anjo a uma filha de Abraão. Seu útero será virgem, mas o anjo trará uma palavra e dirá: “Darás à luz um filho”. Esta palavra entrará no útero da virgem e vai fazê-lo conceber trazendo à terra o filho da promessa. A promessa se materializará. A palavra far-se-á carne e habitará entre nós. Será a semente de Deus na terra, não de Abraão, porque a sua semente está corrompida. A aliança permitirá a Deus fazer isto de acordo com suas regras. Tudo será legal.Deus então diz: " Abraão, dá-me TEU FILHO, TEU ÚNICO FILHO, a quem amas, em sacrifício. Ele não hesita porque é homem de aliança e por este pacto, seu parceiro, Deus, não precisa pedir, ordena e está feito. Há uma expectativa na terra, nas regiões celestiais. Anjos e demônios ficam em suspense, aguardam... Será a retificação da aliança. Terá Deus do Homem tudo o que quiser. Abraão não hesita, toma seu filho, seu único filho e por TRÊS DIAS vai rumo ao monte do sacrifício. Por aqueles três dias Isaque, que é um tipo de Cristo, estava como morto, estava debaixo de um decreto de morte. Cada vez que Abraão o via, o via morto, no altar, imolado. Ao chegar ao pé do monte, Abraão diz aos seus servos: ficai aqui enquanto eu e o rapaz vamos adorar, e depois de adorarmos voltaremos para vós.Eu poderia perguntar a Abraão: 48
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- Tu estás delirando? Estás mentindo? Vai imolar o teu filho? - Vou! - Como voltará com ele? - Não sei, mas vou voltar. Deus disse: "Em Isaque será chamada a tua descendência''. Morto não gera e Deus não pode mentir. O que Ele vai fazer não tenho idéia, mas que volto com meu filho vivo, volto! Eu farei o que Deus ordenou e Ele fará o que me prometeu. O autor dos Hebreus declara que quando Abraão foi posto à prova, não hesitou em dar o seu único filho, porque sabia que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde o recobrou, embora não tivesse um único testemunho na história de que um morto houvesse ressuscitado. A palavra diz sobre Abraão: "Creu Abraão em Deus e isso lhe foi imputado para justiça". O sentido no original disso é: Abraão entregou-se a Deus com tudo o que era e que viesse a ser. No monte do sacrifício, ergueu a mão para imolar o filho e naquele momento de morte, doloroso e desesperador, antes de descer a faca no peito do seu único filho, este lhe fez uma pergunta: "Onde está o cordeiro?" Abraão ergue os olhos ao céu, e como profeta, como cabeça de aliança, pode dizer agora o que ele quer de Deus. Assim, ele decreta, declara, pede e profetiza: "Deus proverá para si mesmo o cordeiro, meu filho". Ao dizer esta frase, estava tanto respondendo a pergunta de Isaque profeticamente, quanto dizendo que o cordeiro que Deus proveria para si, seria também seu filho: Cristo Jesus. Soou a voz da terra até o trono de Deus. O homem da aliança decreta: Chegará o momento em que Deus proverá seu próprio cordeiro, Filho de mulher, gerado pela semente de Deus, pela palavra de Deus. O filho de Deus será o seu cordeiro. Estou dando o meu filho, Deus dará o seu. Abraão, então coloca o nome daquele monte: Jeová Jiréh, o Senhor proverá. Proverá o quê? O cordeiro, Filho de Abraão e Filho de Deus.. Ao descer a mão sobre o menino, brada a voz do céu: Abraão, não faça mal ao menino, porque agora sei que temes a Deus. No tribunal eterno, nas cortes celestiais, no reino do espírito, está comprovado: Deus tem tudo o que quiser de Abraão. Deus tem tudo do homem: está consumado! A aliança está ratificada para sempre e nela os propósitos de Deus estarão estabelecidos e os de Satanás irremediavelmente frustrados. Abraão olha e vê um carneiro. Não confunda este carneiro com o cordeiro. Abraão teve um substituto para o seu filho, mas Deus não terá para o Seu. Bradou segunda vez a voz do Senhor e disse: "Jurei por mim mesmo, diz o Senhor..." Que é isso? O juramento da aliança. Em toda aliança há os termos da aliança, os participantes dela, o selo, as promessas e o juramento. O escritor dos Hebreus declara: "Quando Deus quis confirmar a promessa com juramento, não havendo ninguém superior a si por quem jurar, jurou por si mesmo". Que significa isto? Era o decreto de Deus; cumpro a aliança ou morro. Como Deus não pode morrer, a aliança não pode ser quebrada. Deus então diz em juramento a seu servo: "Porquanto não me negaste o teu filho, teu único filho, ouvindo a minha voz..." A palavra PORQUANTO quer dizer: em função do que fizera Abraão, Deus agora tinha o caminho livre para fazer o que quisesse. “Vou te abençoar, multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu e a areia do mar e o TEU DESCENDENTE possuirá a porta do seu adversário" (Gn 13.14 a 18; 17.6-8 e 24.60). Deus tem em vista o Cristo e quando diz a tua descendência, a tua semente, está vendo Cristo sendo gerado através da descendência de Abraão. "Vou trazer a terra o meu filho, amado, teu descendente, gerado das tuas entranhas através de uma virgem que sairá dos teus lombos. Este meu filho esmagará Satanás e se colocará à porta do inferno como Senhor da vida e da morte e n’Ele todas as famílias da terra serão abençoadas porquanto tu, Abraão,ouviste a minha voz. No decorrer da história dos filhos de Abraão, os profetas começam a anunciar: há um filho que vem. Deus usa os profetas para ''falar a palavra", porque nada o Senhor faz na terra sem que antes seja ordenado por um homem. Isaías declara: "Este será o sinal: a virgem conceberá e dará à luz um filho e o seu nome será Emanuel, que significa ‘Deus conosco’, o governo, o principado estará sobre os seus ombros”. Ele vai reinar sobre e terra. Um filho nos nasceu, um menino se nos deu. Um homem há de vir. Os dias se passam, os profetas silenciam-se, e por cerca de 400 anos não vemos mais ninguém. Entretanto, todos os anos, fielmente, os judeus se reuniam para comemorar o cordeiro. Essa é a comemoração do que chamamos páscoa. Quando finalmente Jesus cumpre sua missão, ao levantar o cálice, diz: “Este é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança". Aleluia! Ele veio para estender a todos os homens a possibilidade de entrarem em aliança de sangue com Deus. A Nova aliança abre esta oportunidade para você e para mim.
A PLENA SALVAÇÃO DE DEUS l - O Plano de Deus 49
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Nesta seção abordaremos sobre a plena salvação de Deus. Qual é o seu significado? Por que precisamos ser salvos? Salvos de quê e para quê? Por que deseja Deus salvar-nos e como? O que devemos fazer para sermos salvos? Há uma longa lista de questões a considerar. Procuraremos respondê-las aqui de forma sucinta e você poderá conhecer mais sobre a salvação de Deus. O Propósito Eterno de Deus O que é o propósito eterno de Deus? O propósito eterno de Deus é ter um grupo de pessoas à Sua imagem e semelhança. Deus deseja que o homem seja cheio com Ele mesmo como vida a fim de expressá-Lo e tenha o Seu domínio para representá-Lo. Este é um propósito eterno porque fora planejado por Deus antes do início do tempo e jamais mudará. O Inimigo de Deus Antes, porém que Deus pudesse realizar seu propósito, Satanás, o Seu inimigo, entrou em cena, enganou o homem e injetou nele a sua própria natureza pecaminosa. Com isso, o homem caiu em uma situação lamentável, praticando atos pecaminosos e ainda possuindo uma natureza pecaminosa que o arruinou para o grande propósito de Deus.
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A Salvação de Deus Todavia, Deus não pode ser derrotado! Apesar da queda do homem e do Seu plano ter sido frustrado, ele ainda o amava e não podia ser demovido do Seu propósito. Daí, Deus agiu para salvar o homem a fim de realizar o Seu propósito eterno. Tal ação é a Sua plena salvação. A Filiação O alvo de Deus é a. "filiação". Na Bíblia, esta palavra significa duas coisas principais: maturidade em Deus e a posição para herdar tudo o que Deus é e tem. Não significa somente ser filho. Uma criança tem a vida de seu pai, mas por não estar totalmente crescida, não pode herdar tudo o que seu pai tem para lhe dar. Ela estará apta para receber a herança quando crescer e estiver madura. De semelhante modo, Deus nos escolheu para sermos Seus filhos, cheios de sua vida, crescidos e maduros. Você pode possuir a vida do Pai, que o torna Seu filho. Mas a vontade de Deus não é para ser apenas Seu filho, mas, para ser Seu filho totalmente maduro. Somente nessas condições estará qualificado para herdar tudo que Ele é e fez por você. Após a queda do homem, toda a raça humana se tornou pecadora, filhos do diabo (João 8.44). Mas Deus nos escolheu para sermos Seus filhos. Que maravilhoso! Apesar de não parecermos tanto com Ele, a Sua escolha nos dá a confiança de que um dia seremos os muitos filhos de Deus totalmente crescidos, cheios da Sua vida para expressá-Lo e cheios do Seu domínio para representá-Lo. Isto é a igreja hoje, o Corpo de Cristo, e será a Nova Jerusalém no futuro.
2 - O Objetivo de Deus - A Igreja: O Corpo de Cristo Todos os filhos de Deus possuem a vida de Deus. Na verdade, a vida de Deus não é uma coisa, senão uma Pessoa, o próprio Deus. Ter esta vida é ter uma Pessoa viva em nós, o próprio Deus vivo. Quando esses muitos homens individuais são enchidos pelo único Deus vivo, tornam-se em um único homem, um único corpo. Eles se tornam os muitos membros do Corpo de Cristo. Observe o seu próprio corpo. Ele possui uma única vida. Quando você vai para a escola, todo o seu ser vai. Quando vai ao trabalho, toda a sua pessoa vai ao trabalho. Tudo quanto fizer, você o faz em unidade, porque em você não há duas pessoas, senão uma única. Com relação a Deus, Ele é um e o Seu propósito é expresso nesta unidade. Quando tantas pessoas individuais. O recebem como vida, elas se tornam um com Deus, e são a igreja, o Corpo de Cristo. Na eternidade futura, tais pessoas comporão a Nova Jerusalém. Ao ler Efésios 3.9-11, você perceberá que a igreja não é algo que aconteceu somente depois que muitos foram salvos. Não, a igreja fora planejada já na eternidade passada. Foi visando a igreja que as pessoas foram salvas. Através da nossa salvação em Cristo, a igreja veio à luz para expressar Deus. E ela continuará sendo o alvo eterno e o lugar de habitação de Deus pela eternidade, conforme Apocalipse 21 e 22. A igreja, portanto, é composta por pessoas que têm Deus como sua vida e estão sendo edificadas em Cristo. Elas são a expressão de Deus e representam Deus com a Sua autoridade.
3 - A Criação do Homem como um Vaso Já estudamos sobre o maravilhoso plano eterno de Deus. De acordo com este plano e escolha, Deus então criou os céus e a terra para o homem. Finalmente, Ele criou o homem, o centro da Sua criação, de forma muito especial. À Imagem e Semelhança de Deus Disse Deus em Gênesis 1.26: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança". Aqui vemos que Deus criou o homem diferentemente de quaisquer outras criaturas. Todas as outras coisas foram criadas segundo a sua própria espécie. Somente o homem era segundo a espécie de Deus. O homem é muito próximo de Deus. Uma boa ilustração disso é a luva e a mão. O homem está para Deus assim como a luva está para a mão. A luva é feita conforme a forma da mão, para que a 51
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mão possa entrar nela. O homem foi criado segundo a imagem de Deus e conforme a Sua semelhança para que Deus pudesse entrar nele. Nós somos muito especiais para Deus. Fomos criados como um vaso (Romanos 9.21-23), à imagem de Deus, para podermos contê-Lo e expressá-Lo. Nada disso aconteceu por acidente ou por evolução. Tudo foi planejado por Deus para o cumprimento do Seu propósito eterno. O Homem Triúno O homem foi criado como um vaso com o propósito de conter Deus. Por isso, ele nos criou com três partes: espírito, alma e corpo (I Ts 5.22). O Corpo A primeira parte do homem é seu corpo, a parte física. Ela foi criada por Deus do pó da terra e é a mais superficial (Gênesis 2.7). Através do nosso corpo podemos tocar, ver, cheirar e ouvir, isto é, contatar as coisas da esfera material. A Alma A alma é a parte psicológica do homem. Esta é você, sua pessoa ou sua personalidade. Ela é composta de três partes ou órgãos: mente, vontade e emoção. A fim de entender este estudo, você está usando a sua mente. Ao saber que foi criado de maneira muito especial por Deus, você pode estar explodindo de alegria, esta parte é a emoção. E por fim você decide estudar mais a Bíblia para desvendar mais sobre Deus e o homem. Tal decisão é feita pela vontade. Assim, a alma é a parte do homem criada por Deus para podermos conhecer Deus, amá-Lo e voltar nosso ser a Ele, a fim de sermos saturados por Ele, sendo Sua expressão. O Espírito O espírito é a parte mais profunda do homem. A Bíblia chama-o de "o homem interior" (Efésios 3.16), o "o homem interior do coração" (I Pedro 3.4), porque ele é mais profundo e mais difícil de se conhecer do que as outras duas partes. De todas as criaturas de Deus, somente o homem foi criado com um espírito para contatar Deus e recebê-Lo. Se você nunca se chegasse a Deus, não precisaria jamais usar o seu espírito. Você precisa do seu corpo e de sua alma para sua existência humana; mas, como você foi feito como um vaso para conter Deus; se você não O tiver como seu conteúdo no espírito, sentirá um grande vazio no seu interior. Nada tem sentido para você e nada poderá satisfazê-lo. Deus deseja entrar no espírito do homem, para ser o seu conteúdo e a sua satisfação. Da mesma forma como exercitamos a nossa mente na escola para aprender as coisas, precisamos também aprender a exercitar o nosso espírito, fazê-lo funcionar adequadamente, para entrarmos em contato com Deus, conhecê-Lo e ter comunhão com Ele.
4 - A Árvore e o Rio da Vida O Homem no Jardim do Éden Após criar o homem, Deus plantou um belo jardim e pôs ali o homem que tinha formado. Havia ali toda sorte de árvores boas para comida. No centro do jardim, estava a árvore da vida e junto a ela havia um rio. Deus colocou o homem diante dessa árvore. Qual era, naquele tempo, a maior necessidade do homem? Seria um emprego a fim de obter dinheiro para seu sustento? Não tudo que precisava fora providenciado por Deus. Será que Deus lhe deu instruções de como fazer o bem e ser um bom homem? Não, a única instrução de Deus quando pôs o homem ali foi para ele cultivar e guardar o jardim; e ordenou-lhe comer de toda árvore ali existente, exceto a do conhecimento do bem e do mal. Podemos perceber, então, que o homem foi criado para servir a Deus, cultivando e guardando o jardim, e para isso Deus precisava ser a sua vida. A Árvore da Vida Em toda descrição da Bíblia sobre o jardim do Éden, o ponto crucial é que a árvore da vida estava no seu centro. Essa árvore símbolo Deus como vida para o homem. O jardim do Éden era não somente um lugar agradável e belo, mas um lugar onde o homem podia receber Deus como vida e ser cheio com Ele mesmo, a fim de cumprir o Seu propósito eterno e satisfazê-Lo. Vida Para Expressão de Deus O homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Mas faltava-lhe ainda receber Deus como vida. Sem a vida de Deus, o 52
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homem é totalmente incapaz e desqualificado para expressá-Lo e representá-Lo. Por exemplo, uma lâmpada possui todos os itens necessários para brilhar, mas sem a eletricidade ela jamais cumprirá a sua função. O homem é uma "lâmpada" para expressar Deus, a luz divina. Para isso, a "eletricidade" divina, a vida de Deus, precisa entrar nele. Simbolizando Cristo Voltemos agora a Gênesis 2.9-10. Após criar o homem, Deus pôs o homem diante da árvore da vida para que este pudesse tomáLo como vida, comendo-O. O Novo Testamento nos mostra que a árvore da vida significa o próprio Cristo. João 1.4 diz que "a vida estava Nele". Em João 14.6, o Senhor Jesus disse que Ele é "o caminho, a verdade e a vida". Em João 10.10, "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância". O Senhor Jesus disse-nos em João 6.57 para comermos Dele, e em João 15, que Ele é a videira verdadeira e nós os ramos. Todos esses versículos mostram que Jesus Cristo é vida para o homem, como retratado pela árvore da vida. Isso é maravilhoso! O Rio da Vida Junto à árvore havia também um rio. Apocalipse 22.1 fala em "rio da água da vida". Este rio é visto ao longo de toda a Bíblia. Ele significa Deus como o Espírito alcançando-nos como vida e saciando a nossa sede. Em João 7.37, o Senhor Jesus disse: "Se alguém tem sede, venha a Mim e beba". Às vezes você tem a sensação de que nada mais pode satisfazê-lo. Mas, "no último dia, o grande dia da festa", Jesus ofereceu-Se como uma bebida que satisfaz, trazendo Deus como vida para dentro do homem, para que tanto o homem como Deus sejam satisfeitos. Hoje Deus continua a Se oferecer a nós. Precisamos ir a ele e beber!
5 - A Queda do Homem - As Duas Árvores Em Gênesis 2.9, além da árvore da vida, havia a árvore do conhecimento do bem e do mal. Ao comê-la, o homem caiu e foi totalmente arruinado para o propósito de Deus. Precisamos agora entender o significado destas duas árvores. Dependência e Independência As duas árvores representam dois princípios no relacionamento do homem com Deus. O princípio da árvore da vida é o da dependência de Deus. Ter Deus como vida torna o homem dependente Dele. O princípio da árvore do conhecimento é o da independência. Quando não tomamos Deus como nossa vida, mas em lugar disso escolhemos viver segundo o conhecimento, não vivemos dependente» Dele. Vida e Morte A árvore da vida simboliza a vida de Deus ou Deus como vida para o homem, enquanto que a árvore do conhecimento simboliza Satanás como a fonte da morte, Deus disse ao homem que no dia em que comesse da árvore do conhecimento certamente morreria. Isso mostra que, na verdade, ela é a árvore da morte. Ao comê-la, o homem recebeu para dentro de si a natureza do pecado. Satanás, o inimigo de Deus A Bíblia nos mostra que Satanás originalmente era Lúcifer, o arcanjo de Deus. Lúcifer significa "a estrela da manhã". Naquele tempo entre todas as criaturas de Deus, ele era o mais formoso e sábio. Por este motivo, aspirou ser igual a Deus e semelhante ao Altíssimo (Is 14.13-14). Assim, ele se rebelou, tornando-se então o inimigo de Deus, sempre buscando exaltar-se a si mesmo e frustrar o propósito de Deus. A Tragédia do Universo Antes de o homem receber Deus como vida, Satanás enganou Eva, que comeu do fruto da árvore do conhecimento e o deu também ao marido, Adão, e ele comeu. Dessa forma, Satanás conseguiu injetar no homem a natureza maligna do pecado, que hoje habita em todo homem (Rm 7.17-20). Assim aconteceu a grande tragédia do universo. O homem que foi criado por Deus para contê-Lo e expressáLo, passou, após a sua queda, a expressar a natureza pecaminosa de Satanás. O Resultado O primeiro problema, como resultado, é que o homem transgrediu a justiça de Deus por desobedecer Seu mandamento, de não 53
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comer da árvore do conhecimento. Como conseqüência, o homem ficou sob o julgamento de Deus, perdeu o direito à árvore da vida; o seu fim foi a morte. O segundo problema é subjetivo. O homem agora possui uma natureza pecaminosa em si, isto o constitui um pecador. Como resultado, ele não consegue fazer o bem que prefere, mas o mal que não quer esse faz, "Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" (Rm 7.19,24) - disse Paulo. Esta é a grande tragédia da história! Os efeitos dela podemos ver no homem hoje. Mesmo para um caso perdido como este, Deus preparou para o homem uma maravilhosa salvação.
6 - Os Problemas do Homem após a Queda a - O Problema Perante Deus Como conseqüência da queda, o homem passou a ter um problema com Deus. - A Condenação de Deus Pela desobediência ou transgressão de Adão, ficamos todos sob a condenação de Deus (Rm 5.18). Quando Deus criou o homem, todos os homens estavam incluídos em Adão. Aos Seus olhos, quando Adão pecou, fomos incluídos nesse pecado, mesmo que nunca tenhamos cometido pecado semelhante. Por isso, quando Adão foi julgado e ficou sob a condenação de Deus, todos nós também fomos julgados e condenados nele. - A Ira de Deus Por termos sido condenados por Deus em Adão, todos estávamos debaixo da ira de Deus (Jo 3.36). Por causa do pecado de Adão, todos os homens hoje estão sob a ira de Deus aguardando o Seu julgamento final. - O Julgamento de Deus Finalmente, pelo pecado de Adão, o homem será julgado por Deus (Hb 9.27) e lançado no lago do fogo pela eternidade (Ap 20.15). A Bíblia diz que o fogo eterno foi preparado para Satanás e os anjos que o seguiram na sua rebelião contra Deus, então para o homem (Mt 25.41). Todavia, o homem foi enganado e seguiu Satanás, rebelando-se contra Deus, desobedecendo-O; ele também deve sofrer o julgamento de Deus, com Satanás, no lago do fogo (Ap 20:15). Exteriormente, e perante Deus. esta é a condição terrível na qual, pela transgressão de Adão, o homem caiu. Em lugar de desfrutar a vida de Deus e expressá-Lo, o homem foi condenado à morte e a sofrer o mesmo julgamento de Deus para Satanás.
b - O Problema no Interior do Homem Usemos uma ilustração de um menino que desobedeceu sua mãe e acabou ingerindo veneno: primeiro, ele tem um problema a resolver com a mãe. Tal problema é objetivo, algo fora dele. Segundo, agora ele tem também o problema no seu interior, subjetivo, que é o veneno que ingeriu. Ac comer da árvore do conhecimento, o homem não somente transgrediu a palavra de Deus; o que pode ser resolvido com o perdão de Deus, mas recebeu para dentro de si a natureza pecaminosa, que é corrupta e satânica. Assim todo o seu ser foi amortecido, arruinado e corrompido. - Amortecido no Espírito Efésios 2:1 diz que o homem está morto nos seus delitos e pecados. O espírito do homem ficou amortecido, perdendo sua função de entrar em contato com Deus e recebê-Lo como vida. Dessa forma, os homens hoje perderam a habilidade de contatar Deus e muitos não crêem Nele. - Arruinado na Alma Quando a natureza maligna do pecado entrou no homem ,danificou a sua alma para com o propósito de Deus. A sua mente, que foi criada para conhecer Deus, ficou obscurecida. Isso leva o homem a andar na vaidade dos seus pensamentos (Ef 4.17-18). A sua emoção, criada para amar Deus, foi desviada para amar outras coisas além Dele e chega ao extremo de até odiá-Lo (II Tm 3.2-4). Finalmente, a vontade do homem foi criada para optar por Deus e obedecê-Lo, no entanto, ela tornou-se rebelde contra Ele (Ef 2:2). 54
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- Corrompido no Corpo Quando a natureza do pecado entrou no corpo do homem fez dele a carne pecaminosa. O pecado habita agora na carne do homem (Rm 7.17-18). Por isso o seu corpo corrompido é cheio de concupiscências; tornou-se o corpo do pecado - serve o pecado como escravo (Rm 6.6), e o corpo da morte (Rm 7.24). Em tal condição miserável, o homem é totalmente impotente para salvar a si mesmo, e extremamente sem esperança. Nesta situação lamentável, resultado do pecado de Adão, caíram todos os homens, incluindo você e eu. Mas esta mesma condição horrível do homem motivou Deus, em Seu amor, a vir salvar-nos.
7 - A Fonte da Salvação - O Amor de Deus A condição do homem caído é extremamente ruim. Ele pecou ao desobedecer ao mandamento de Deus e ficou debaixo da condenação de Deus. Agora ele também possui dentro de si uma natureza pecaminosa que o faz pecar. O homem, nessas condições, é incapaz de salvar a si mesmo ou a outros do julgamento vindouro de Deus. O seu destino final é o lago do fogo, preparado para Satanás e seus seguidores, Esta é a situação lamentável, totalmente sem esperança, a que chegou c homem. O Amor de Deus "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos" (Ef 2.4-5). Deus amou o homem antes da fundação do mundo (Ef 1.4). Ele criou os céus e a terra para o homem, e, por amá-lo, colocou-o diante da árvore da vida. Após a queda, todavia, Deus continuou a amá-lo. Ele não desistiu do Seu propósito de entrar no homem para ser o seu conteúdo e vida, a fim de que ele O expresse e tenha domínio por Ele. A Misericórdia Alcança o Homem O objeto do amor normalmente está numa condição merecedora de ser amado, mas o objeto da misericórdia geralmente se encontra numa situação deplorável. Portanto, a misericórdia de Deus alcança até mais do que o Seu amor. Ele nos ama, mas caímos numa situação miserável, até mesmo mortos em nossos delitos e pecados; por isso precisamos da misericórdia de Deus. Por causa do Seu grande amor, Deus é rico em misericórdia para salvar-nos da nossa posição vil para uma condição apropriada para o Seu amor. A Fonte da Salvação O amor de Deus é a fonte da nossa salvação Ele manifestou este amor enviando o Seu Filho unigênito para morrer pela nossa redenção. Deus poderia ter-nos abandonado. Mas Ele, o Bom Pastor, abandonou tudo e saiu à procura da ovelha perdida; o Espírito Santo procurou diligentemente a dracma perdida e o Pai saiu para receber o filho que havia perdido. Na parábola de Lucas 15, vemos que o amor divino se deixaria gastar livremente para redimir uma única alma. Somos capazes de ignorar a tamanha intensidade do amor de Deus para com o homem? O Seu interesse pelo homem trouxe-O do céu para a terra a fim de ministrar ao homem, a ponto de dar a Sua própria vida para resgatá-lo. O poder motivador foi o grande amor de Deus. O Amor de Deus é Eterno Por causa desse amor, nós nos tornamos filhos de Deus. Em I João 3.1 diz-se; "Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo". Agora você pode ver que, graças ao amor de Deus, não somos pessoas sem esperança. Deus deseja salvar-nos e dar-nos Sua vida. O Seu propósito com relação ao homem é eterno, assim também é o Seu amor. Ele nos ama eternamente. Mesmo quando caímos em pecado e morte, a Sua misericórdia nos alcançou. Aleluia! Por causa do Seu grande amor por nós, está garantido que seremos cheios com Sua vida e cumpriremos o Seu propósito eterno. 55
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8 - A Base da Salvação - A Justiça de Deus A base da nossa salvação é a justiça de Deus. Sem a justiça de Deus, não teremos uma base sólida para nos achegarmos a Ele com ousadia a fim de recebermos e desfrutarmos da Sua salvação. A Justiça de Deus é Ele Próprio A justiça de Deus é o que Deus é com relação à justiça e retidão (Rm 3.21-22; 1.17; 10.3; Fp 3.9). Deus é justo e reto. A justiça de Deus é uma Pessoa, não simplesmente um atributo divino. O próprio Cristo, como uma Pessoa, foi feito a justiça de Deus para nós (I Co l.30). O Homem Condenado pela Justiça de Deus Deus disse que se o homem comesse da árvore do conhecimento do bem e do mal certamente morreria (Gn 2.17). Mas o homem transgrediu a Sua palavra. Então, por causa da Sua justiça, Ele não poderia deixar de condená-lo, pois o Seu trono é trono de justiça. Deus deixaria de ser justo se não condenasse o homem, pois assim Ele não teria mais autoridade para governar, e todo o universo desabaria. A Justiça de Cristo Deus estava num dilema. Ele amava o homem, mas não podia deixar de condená-lo. Como poderia perdoar o homem que Ele amava, sem violar a Sua justiça? A resposta está na dupla justiça de Deus. Esta é a sabedoria de Deus mostrada pela Sua salvação. Para que Deus pudesse perdoar-nos, Cristo, o Filho de Deus, tornou-se carne. Conforme registrado em Romanos 8.3, Deus enviou o Seu próprio Filho em semelhança da carne pecaminosa. Por meio da encarnação, o Senhor "vestiu-Se" da semelhança da carne do pecado e, na carne, identificou-Se com os pecadores. Só que Nele não havia pecado, somente a semelhança da carne do pecado. Por causa da justiça de Deus, o Senhor Jesus morreu na cruz. Ali na cruz, Ele foi feito pecado por nós (II Co 5.21) e Deus condenou, na carne, o pecado (Rm 8.3). Ele morreu em nosso favor para realizar a redenção e satisfazer todas as exigências da justiça de Deus. Agora Deus tem a posição justei para perdoar-nos. Na verdade, Ele não somente nos pode perdoar, mas por causa da Sua justiça, Ele deve perdoar-nos. Antes de qualquer coisa, Deus nos perdoa não porque nos ama, mas por causa da Sua justiça. A justiça de Deus nos condena, mas por causa da justiça de Cristo realiza na Sua morte, somos justificados. Isso é maravilhoso! Ao mesmo tempo a justiça de Deus é mantida e a boca de Satanás é calada. Agora Deus (tampouco Satanás) não pode condenar aqueles que creram na morte justa de Cristo. Louvamos a Deus pela base sólida da salvação. Pela Sua justiça dupla, vemos o Seu amor, a Sua justiça e a Sua sabedoria.
9 - O Salvador No jardim do Éden, após o homem ter pecado, Deus o julgou segundo a Sua justiça. Todavia, por amar o homem, ele prometeu salvá-lo (Gn 3.15). O homem foi feito para conter Deus como sua vida. Porém, enganado por Satanás, ele desobedeceu a Deus; o pecado entrou nele e assim perdeu o seu direito de receber Deus como vida. A Promessa Por isso, logo após a queda, Deus deu e o homem duas grandes promessas: que o resgataria do controle de Satanás, e lhe daria a Sua vida para cumprir o Seu propósito. Em Gênesis 3.15, Deus prometeu que o descendente da mulher viria para ferir a cabeça da serpente. Este foi o primeiro grande evangelho para o homem! A semente da mulher é Cristo, o qual nasceu de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.23). Quando chegou "a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher" (Gl 4.4). A Profecia Baseado nessas promessas, Deus profetizou no Velho Testamento a respeito da vinda de Cristo, que é o próprio Deus vindo na carne, para salvar o homem. Foi profetizado que Ele nasceria de uma virgem (Is 7.14) e em Belém (Mq 5.2). Ele não teria aparência agradável (Is 52.14; 53.2), e seria ungido por Deus para o Seu ministério (Is 61.1; 42.1). Foi predito com precisão sobre o ano, mês, dia, e 56
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lugar da Sua morte e como morreria (Dn 9.24-26; Êx 12.1-6; Gn 22.2; Dt 21.23; Zc 12.10; Sl 34.20). As profecias também mostravam que Ele entraria na morte e que ressuscitaria ao terceiro dia (Jn 1.2, 17; 3.2-10; Mt 12.40). Quando Cristo veio, Ele cumpriu todas as promessas e profecias. Maravilhoso! O tema central do Velho Testamento, na verdade, é o Cristo prometido e profetizado por Deus. O Salvador João 1.1 afirma que a Palavra era Deus. E João 1.14 diz que a Palavra tornou-se carne. Essa Palavra é Cristo, o qual é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. A Sua vinda cumpriu todas as promessas e profecias de Deus. Como Homem-Deus, Ele nasceu de uma virgem em Belém e viveu por trinta e três anos e meio, uma genuína vida humana, entretanto sem pecado. Por fim, morreu na data e lugar exatos profetizados centenas de anos antes. A Crucificação A morte de Cristo realizou coisas maravilhosas por nós. Fomos redimidos, perdoados, lavados, justificados e reconciliados com Deus. Redimidos, porque um alto preço foi pago para nos comprar de volta a Deus. Justificados - somos considerados justos por Deus. Reconciliados, porque éramos inimigos de Deus, mas agora somos levados de volta a Ele, gozando paz e harmonia com Deus. Além de tudo, no entanto, a morte de Cristo feriu a cabeça da serpente conforme prometido cm Gênesis 3.15 (ver Hb 2.14).
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A Ressurreição Ao terceiro dia, Ele ressuscitou para nos enviar o Espírito da vida (I Co 15.45) a fim de dar vida ao homem, cumprindo a promessa de Gênesis 22.18 (ver Gl 3.14). Ele se tornou o Espírito prometido para dar ao homem vida como a bênção eterna. Graças ao Senhor! Os problemas negativos do homem foram solucionados e o seu direito inicial de receber Deus foi recuperado pela morte de Jesus Cristo. Agora o homem pode crer em Jesus para ser salvo do pecado e da morte, e receber a vida de Deus a fim de cumprir o Seu propósito eterno. Devemos louvar e amar o nosso Deus Salvador por tudo que Ele fez.
10 - A Redenção Neste ponto começaremos a abordar os cinco aspectos objetivos da plena salvação de Deus que solucionou nossos problemas perante Deus. O primeiro item é a redenção realizada por Cristo pela Sua morte na cruz. Leiamos Efésios l.7: "no qual temos a redenção pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça". Que é a redenção? A redenção é a forma nominal da palavra "redimir". "Redimir" significa comprar de volta aquilo que originalmente era seu, mas que, por qualquer motivo, você havia perdido. Nós originalmente pertencíamos a Deus. Éramos a Sua propriedade. Todavia, fomos perdidos. Deus, porém, não desistiu de nós. Ele pagou um alto preço para nos obter de volta, retomando a nossa posse a um grande custo (I Co 6.20; I Pe 1.18-19; I Tm 2.6). Isso é a redenção. Todavia, isso não era fácil para Deus, pois o homem se envolvera com pecado e muitas outras coisas que eram contra a Sua justiça, santidade e glória. A nossa volta a Deus ficou condicionada sob tríplice exigência: a exigência da justiça de Deus, da santidade de Deus e da glória de Deus. Era impossível ao homem satisfazer todas essas exigências. O preço era grande. O Sangue de Cristo Mas Deus pagou o preço por nós, possuindo-nos a um custo altíssimo. Cristo morreu na cruz para realizar a eterna redenção por nós (Gl 3.13; I Pe 2.24; 3.18; II Co 5.21; Hb 10.12; 9.28). Com o Seu precioso sangue Ele cumpriu a maravilhosa redenção (Hb 9.2,14; I Pe 1.18-19). Ele nos redimiu de volta a Deus e ao Seu propósito. O Seu sangue precioso foi o preço. Nós não podíamos pagar tal preço alto, Ele pagou por nós. O nosso destino era morrer em pecado, mas agora podemos voltar a Deus, receber Seu perdão, a Sua vida e ser enchidos por ele para expressá-Lo. Que preciosa redenção!
11 - O Perdão e a Purificação dos Pecados O Perdão dos Pecados Após o homem ter pecado, ele necessitava do perdão de Deus e da purificação dos pecados. Por termos ofendido a Deus precisamos do Seu perdão; entretanto, não podemos ser perdoados sem que a justiça de Deus seja satisfeita. E para satisfazê-la, devemos morrer. Porém, se morrermos, Deus não terá a quem dar a Sua vida para o cumprimento do Seu propósito eterno. A solução perfeita para esse problema era que Cristo viesse e morresse por nós. Baseado na Sua morte, a exigência da justiça de Deus seria satisfeita e poderíamos receber o Seu perdão. Perdoar é Esquecer De acordo com Jeremias 31.34, para Deus, perdoar os nossos pecados é esquecê-los também. Quando perdoamos alguém que nos ofendeu, dificilmente esquecemos daquilo que ele nos fez. Todavia, Deus é diferente. Quando Ele perdoa os nossos pecados, deles jamais se lembrará. Aleluia! Por causa da morte de Cristo e da nossa fé Nele, podemos ser perdoados por Deus. Para Ele é como se jamais tivéssemos cometido pecado! Só pelo crer, somos perdoados! Por meio do Sangue de Cristo A redenção realizada por meio do sangue de Cristo é a remissão dos pecados (Mt 26.28; Hb 9.22). A redenção foi realizada por Cristo na cruz e o perdão é aplicado no momento em que cremos Nele. A redenção e o perdão são, na verdade, dois extremos de uma mesma coisa: um é o seu cumprimento na cruz e o outro, a aplicação no momento em que cremos. Isso é claramente mostrado em Efésios 1.7. E uma vez que Deus perdoa, Ele esquece: 58
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"Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades,para sempre” (Hb 10.17). A Purificação Qual é a diferença entre o perdão e a purificação? Para saber a resposta, precisamos primeiro conhecer a diferença entre pecados e injustiça. Pecados referem-se a ofensas, e injustiça é a mancha, a mácula na nossa conduta causada pela ofensa. Por exemplo, suponha que você efetuou uma compra de duas mercadorias mas só pagou uma. Com relação à pessoa de quem você comprou, você cometeu uma ofensa. Mas com relação a você mesmo, na sua conduta há uma mancha de injustiça. Por isso, você não será chamado de pecaminoso, mas de injusto. De semelhante modo, quando cometemos pecado diante de Deus, com relação a Ele, aqueles pecados são ofensas. Mas para nós são manchas de injustiça. Precisamos confessar os nossos pecados. Daí, por um lado, Deus perdoa os nossos pecados, as nossas ofensas; por outro lado, Deus lava toda a mancha da nossa injustiça. "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I Jo 1.9). Ver também Zacarias 13.1; Hebreus 1.3; 9:14.
12 - A Justificação "Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestara sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé Jesus" (Romanos 3.23-26). Pela Fé A justificação é o ato de Deus aprovar as pessoas de acordo com o Seu padrão de justiça. A sua justiça é o padrão, não a nossa. Não obstante quão justos nos julgamos ser, a nossa justiça está muito longe do padrão da justiça de Deus. A Sua justiça é ilimitada! Você pode ter vivido todos estes anos sendo correto com todos - pais, filhos e amigos - porém a sua justiça jamais lhe justificará perante Deus. A única forma de Deus nos justificar é pela fé. A justificação pela fé significa sermos aprovados segundo o padrão da justiça de Deus. Por quê? Porque esta justificação é baseada na redenção de Cristo. Sem a redenção de Cristo, Deus jamais poderia nos justificar. A base da justificação é a redenção Por isso, a Bíblia nos diz que somos justificados pela fé em Cristo, e não por obras (Rm 3.28; 5.1). A Redenção de Cristo A morte de Cristo cumpriu a redenção por nós. E baseado nesta morte que Deus nos justifica. "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu, ou antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós" (Rm 8.33-34). Assim, a justificação depende da redenção, e a redenção, por sua vez, tem o seu aspecto principal; a propiciação. A propiciação é a principal estrutura da redenção, porque, como pecadores, temos uma tremenda dívida com Deus e não temos como pagá-la. Todavia, este problema foi resolvido por Cristo sendo Ele mesmo o nosso sacrifício propiciatório. Uma vez resolvido o nosso problema com Deus pela propiciação, fomos redimidos. E baseado na redenção de Cristo, Deus pode fácil e legalmente nos justificar. Do nosso lado, necessitamos tão somente crer Nele, Louvado seja o Senhor!
13 - A Reconciliação Chegamos ao último ponto objetivo da plena salvação de Deus - reconciliação. A reconciliação é a ação de trazer de volta duas partes à unidade ou harmonia. 59
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"Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo... Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida; e não isto apenas, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem acabamos agora de receber a reconciliação" (Rm 5.1, 10-11). Éramos Inimigos de Deus Não éramos somente pecadores, mas também inimigos de Deus. Através da morte redentora de Cristo, Deus justificou-nos, os pecadores, e ainda reconciliou-nos Consigo mesmo, sendo nós Seus inimigos. Isso ocorreu quando cremos no Senhor Jesus. Recebemos a justificação e a reconciliação de Deus pela fé. Dessa forma, abriu-se-nos um caminho para entrarmos na esfera da graça para o gozo de Deus. Na queda, o homem não só pecou contra Deus, mas também tornou-se inimigo de Deus. Para o problema de pecados, o perdão é suficiente; todavia, para solucionar a inimizade, precisamos ser reconciliados com Deus. A reconciliação é baseada na redenção de Cristo (Rm 5.10-11) e foi realizada por meio da justificação de Deus (II Co 5.18-19; Rm 5.1, 11; Cl l.20a, 22). Assim, a reconciliação é o resultado da redenção com a justificação. O Resultado Como resultado da reconciliação, hoje temos paz com Deus (Rm 5.1), podemos nos gloriar em Deus (Rm 5.11) e podemos ser salvos pela vida do Filho de Deus (Rm 5.10). Deus nos reconciliou Consigo mesmo por meio de Cristo. Ele nos deu o ministério da reconciliação, confiando-nos a palavra da reconciliação (II Co 5.18-19). Agora que fomos reconciliados, devemos ser fiéis ao nosso ministério confiado por Deus e devemos anunciar esta boa nova aos outros: que Deus reconciliou Consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e que ainda temos paz com Deus!
14 - Regeneração A plena salvação de Deus tem cinco aspectos subjetivos. Nesta lição, veremos o primeiro: a regeneração. Regeneração significa que além da vida recebida ao nascer, recebemos outra vida, a vida de Deus. Isto é o que a Bíblia (Jo 3.5-7) quer dizer quando fala de nascer de novo, "importa-vos nascer de novo". A regeneração é o centro da nossa experiência de salvação. É o ponto de partida de nossa relação de vida com Deus (I Pe 1.23). A Intenção de Deus A intenção de Deus é ter um grupo de pessoas que O recebam como sua vida, a fim de que possam expressá-Lo em sua imagem e representá-Lo com Sua autoridade (Gn 1.26). A desobediência de Adão fez com que ele caísse em pecado e perdesse tal direito de primogenitura. A morte de Cristo resolveu todos os problemas do homem diante de Deus. Fomos trazidos de volta a Deus de maneira absoluta. Enquanto o homem não contém Deus como vida para expressá-Lo, nem Deus nem o homem podem estar satisfeitos. O passo seguinte de Deus na Sua plena salvação é entrar no homem para colocar Sua vida nele. Este é o passo mais crucial. Mesmo se o homem for completamente perdoado e reconciliado, ele ainda não poderá expressar a Deus sem receber Sua vida. Nascido de Deus Ser um cristão não é uma questão de ser aperfeiçoado. Ser um cristão é nascer de Deus (Jo 1.13), o que significa que, além de nossa vida humana, recebemos a vide de Deus. Porque todos nascemos do pecado, somos todos pecadores. Como um pecador pode parar de pecar? Isso não é possível. Como dizer para um cachorro parar de latir e começar a miar? O que você faz é regido pela sua vida. Embora Deus tenha perdoado seus pecados, sua natureza pecaminosa fará você pecar novamente. Você precisa de uma outra vida, uma vida sem pecado. A única vida que é sem pecado é a vida de Deus. A regeneração leva esta vida para dentro de você. Esta é a vida que Adão desprezou quando voltou-se da árvore da vida para a árvore do conhecimento. Hoje, ao crer em Cristo, podemos nascer de Deus e recebê-Lo como vida! Louvado seja o Senhor! Após receber a vida de Deus, a natureza maligna dentro do homem é expulsa gradativamente. Homens inferiores e pecaminosos como nós, agora podem crescer na vida de Deus para tornar-se os filhos de Deus a fim de expressá-Lo (II Co 3.18). 60
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Três Coisas Maravilhosas Ezequiel 36.26,27 diz que na regeneração, recebemos três coisas maravilhosas. Primeira, recebemos um "novo coração", um "coração de carne" para substituir nosso velho "coração de pedra". Segunda, recebemos um "novo espírito". O nosso velho e mortificado espírito é renovado e vivificado pelo Espírito que dá vida. Terceira, recebemos o Espírito do próprio Deus para habitar em nós. Que salvação maravilhosa recebemos por crermos no Senhor! A regeneração é o centro e o início desta salvação.
15 - A Santificação Por meio da regeneração, recebemos uma nova vida, um novo coração e um novo espírito. Isto é, o nosso espírito amortecido por causa da queda do homem, foi agora vivificado pelo Espírito que dá vida (I Co 15.45). Esse foi o início da nossa experiência subjetiva da plena salvação de Deus. Um novo começo maravilhoso! Todavia, há mais coisas para experienciarmos na plena salvação de Deus. Nesta lição falaremos sobre a santificação. A santificação é o sorver da nossa natureza pecaminosa pelo trabalhar da natureza santa de Deus em nós. Na Bíblia, a palavra "santificação" significa principalmente "separação", ser separado daquilo que é comum (Lv 10.10). O primeiro aspecto da santificação é posicional. Significa ser separado de uma posição comum no mundo para uma posição para Deus, conforme ilustrado em Mateus 23.17, 19. O ouro em qualquer lugar no mundo é comum, mas, uma vez dentro do santuário, ele é santificado; assim como um animal no campo é comum, mas quando a sua posição é mudada, isto é, ele for colocado sobre o altar, é santificado. Assim, somos santificados pela fé em Cristo (At 26.18) e estamos em Cristo (I Co 1.2). A santificação posicional é mediante a oferta única de Cristo (Hb 10.10), pelo sangue de Jesus (Hb 13.12) e por termos sido chamados (I Co 1.2; Rm 1.7). O outro aspecto da santificação é disposicional, isto é, está relacionado com o nosso ser. A santificação posicional é objetiva, ao passo que a disposicional é subjetiva. O Espírito santificador está tornando santo cada parte do nosso ser, e isso ocorre pelo trabalho de transformação, dia a dia (Rm 12.2; II Co 3.18). Isso é um longo processo, começando pela regeneração (I Pe 1.2,3; Tt 3.5), prossegue por toda a vida cristã (I Ts 4.3, Hb 12.14; Ef 5.26) e será completado na época do arrebatamento, na maturidade de vida (I Ts 5.23). Santidade é o Próprio Deus Em todo o universo, só Deus é santo. A Sua vida e natureza são santas. Não conseguiremos nenhuma santidade fora Dele. Não é por praticarmos algumas coisas que consideramos "santas" que temos a santidade, mas por estarmos saturados do próprio Deus santo é que somos santificados. Santidade é o próprio Deus (Lv 20.26). Os Meios de Santificação Romanos 5.10 revela-nos que após termos sido reconciliados, seremos salvos pela Sua vida. Isso se refere à vida de Deus que transforma a nossa natureza caída por meio de infundir a Sua natureza santa e divina em nós. Portanto, em primeiro lugar, somos santificados pela vida santa de Deus. Em segundo lugar, somos santificados pela Palavra santa (Jo 27.17) e pelo Espírito Santo (Rm 15.16; I Co 6.11; II Ts 2.13). Quando nos achegamos à Palavra de Deus, com oração repetitiva tocamos no Espírito Santo, tocamos no próprio Senhor, e isso nos santifica. Se o fizermos todos os dias, permitiremos que o nosso Deus santo nos santifique com a Sua vida santa. Assim expressaremos plenamente a Sua santidade.
16 - Transformação Uma Mudança Interior Transformação é o resultado da santificação e está relacionada com a alma do homem. Transformação significa que uma substância é mudada em sua natureza e forma. E uma mudança na natureza interior que causa uma mudança na forma. Um Processo de Metabolismo Este tipo de mudança é uma mudança metabólica. Não é simplesmente uma alteração exterior, mas uma mudança tanto na constituição interior quanto na forma externa. Essa mudança se dá através do processo de metabolismo. Em tal processo um elemento orgânico cheio de vitaminas entra no nosso corpo e produz uma mudança química em nosso organismo. Essa reação química muda a constituição do nosso ser. Isso é transformação. Suponha que uma pessoa seja muito pálida e que alguém, desejando mudar seu aspecto, lhe aplique alguma maquilagem. Isso 61
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produz uma mudança exterior, mas não é uma mudança orgânica, em sua vida. Como, então, tal pessoa poderia ter uma face corada? Alimentando-se diariamente de comida saudável com os elementos orgânicos necessários. Sendo seu corpo um organismo vivo, quando uma substância orgânica entra nele, um composto químico é formado organicamente pelo processo de metabolismo. Gradualmente este processo interior irá mudar a coloração de sua face. Esta mudança não é exterior; é algo que vem de dentro, o resultado de um processo metabólico. Um Novo Elemento Substituindo o Velho No processo de metabolismo um novo elemento adicionado ao organismo substitui o velho elemento e faz com que ele seja eliminado; algo novo é criado para substituir o velho elemento que é levado embora. O metabolismo, portanto, inclui três itens: 1) o suprimento de um novo elemento; 2) a substituição do velho elemento pelo novo elemento; 3) a eliminação ou remoção do velho elemento. Pelo processo de santificação, o novo elemento da vida de Deus é adicionado ao nosso ser. Este novo elemento substitui nosso velho ser, pecaminoso e morto. Isto é uma continuação da salvação de Deus em nós. Precisamos estar em tal processo desde o dia em que cremos. Pela vida de Cristo Qual é o novo elemento que produz essa mudança interior? E Cristo, o Deus Triúno, o Espírito Santo. Desde o momento em que fomos regenerados em nosso espírito, o Senhor deseja que essa vida continue expandindo-se do nosso espírito para nossa alma. Assim nossa mente, emoção e vontade podem ser transformadas. Nosso espírito é regenerado e mudado, mas "nossa mente, emoção e vontade não são transformadas, e ainda permanecem iguais. Temos Cristo como vida em nosso espírito, mas não O temos em nossa alma. Se não O permitirmos expandir-se para nossa alma, nosso espírito se tornará uma prisão para Ele. Precisamos que Cristo expanda-se continuamente do nosso espírito para nossa alma até que cada parte seja transformada à Sua imagem (Rm 12.2; II Co 3.18). Então, pensaremos como Ele pensa, amaremos como Ele ama e escolheremos como Ele escolhe. Teremos a semelhança do Senhor em nossa vida prática, porque nossa alma estará saturada de sua vida.
17 - Conformação "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos" (Rm 8.29). Fomos predestinados por Deus para sermos conformados à imagem de Cristo. Cristo é o nosso molde e devemos ser conformados a Ele. Filipenses 3.10 fala de sermos conformados com Ele na Sua morte. A morte de Cristo é como um molde ao qual somos conformados, assim como um bolo é conformado à forma. Isso significa vivermos pela vida de Cristo, e esta vida é uma vida de crucificação, exatamente como a que Ele viveu aqui na terra. Por meio da Sua vida dentro de nós, o nosso viver é conformado ao padrão do viver humano de Jesus. Somente por meio de tal vida o poder de ressurreição é experienciado e expressado. Conformados à Imagem de Cristo Cada tipo de vida possui sua própria forma. A vida de cão possui a forma de cão e a do pato, a sua forma. O crescimento de uma certa vida produz a sua forma plena. Somos filhos de Deus, ternos a Sua vida. Portanto, pelo crescimento de vida e transformação, somos conformados à imagem de Cristo. O poder da vida de Deus está no nosso interior nos moldando à imagem do Filho de Deus. Não é pelo imitar exterior que tomamos a forma de Cristo, mas é pelo viver pela vida interior, pelo crescimento de vida e transformação. O Padrão O Filho primogênito de Deus é o protótipo, nosso molde e o nosso padrão. Para que sejamos reproduzidos de acordo com tal molde, há necessidade de pressão exterior. Às vezes, o Senhor nos permite passar por sofrimento e provações como que pelo fogo (I Pe 1.6, 7; 4.12,13), para tomarmos mais a forma de Cristo. Portanto, há necessidades do trabalho interno do Espírito e também da pressão e temperatura externas. 62
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De Glória em Glória "E todos nós com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito" (II Co.18). Quanto mais somos transformados, mais somos conformados, e isso acontece de um nível de glória para outro nível de glória, porque o objetivo de Deus é nos glorificar (Rm 8.30). Quando todo o processo terminar, o nosso corpo de humilhação será conformado ao corpo da glória de Cristo (Fp 3.21).
18- Glorificação Glorificação é o último estágio de nossa plena salvação. Ser glorificado é entrar na glória de Deus para experimentar e desfrutar sem medida a infinita e eterna vida de Deus em Cristo. O Propósito de Deus "Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória..." (I Pe 5.10). Aqui vemos que o propósito do chamamento de Deus em Cristo e de dar-nos toda a graça é que desfrutemos a Sua glória eterna. Na eternidade passada, Ele nos predestinou segundo Seu pré-conhecimento e, no tempo, nos chamou e justificou para que fôssemos glorificados (Rm 8.29, 30). Isso ocorrerá na segunda vinda de Cristo, quando seremos ''manifestados com ele, em glória" (Cl 3.4) e desfrutaremos a "glória dos filhos de Deus” (Rm 8.21). Os nossos sofrimentos hoje não são dignos de serem comparados com "a glória por vir a ser revelada em nós" (Rm 8.18), a qual é a própria glória de Deus (I Ts 2.12). Tudo o que nos acontece é devidamente arranjado por Deus (Rm 8.28-30), com o fim de conduzir Seus muitos filhos à glória (Hb 2.10). A Esperança da Glória Paulo diz que Cristo em nós é a esperança da glória (Cl l.27b). Quando ouvimos o evangelho e cremos, Cristo veio para dentro de nós como uma semente de vida. Esta semente é nossa esperança da glória no futuro. A metamorfose da lagarta em borboleta é uma ilustração disso. A lagarta não é instantaneamente transformada em borboleta, mas a beleza da borboleta está contida na vida da lagarta. Obedecendo à lei desta vida, a lagarta vai-se gradualmente transformando, até atingir seu estágio final, que é a sua "glorificação". No mesmo princípio, Cristo está em nós para ser nossa esperança da glória. Ele aproveita cada oportunidade para expandir-se de dentro de nós. Um dia nosso ser será saturado com a glória divina e seremos, então, levados para dentro da glória de uma maneira completa. Nosso Desfrute ''Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então vós também sereis manifestados com Ele, em glória" (Cl 3.4). Quando Cristo for manifestado, seremos manifestados com Ele em Sua glória para a desfrutarmos. Na volta do Senhor,teremos, por um lado, Deus nos conduzindo à Sua glória e, por outro, teremos Cristo sendo manifestado a partir de nós, sendo Ele mesmo a glória na qual entraremos. Isso será Cristo glorificado e admirado em Seus santos (II Ts 1.10). No futuro, nosso corpo será saturado da glória de Cristo, manifestando-a e sendo conformado ao Seu corpo glorioso; seremos, então, libertos do cativeiro ao qual estamos sujeitos, bem como toda a criação, para entrarmos na liberdade da glória dos filhos de Deus. Que maravilhoso é o fato de que nós, através da salvação de Deus, tornamo-nos Seus filhos, cheios de Sua vida e glória a fim de expressá-Lo para eternidade!
19 - Conclusão 63
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Na Eternidade Passada Na eternidade passada, Deus estabeleceu um propósito de acordo com o bom prazer de Sua vontade. Este propósito é o de ter um grupo de pessoas que tivesse Sua vida, que O expressasse e que exercesse Sua autoridade sobre Satanás. No Tempo No tempo, Deus criou o homem, que deveria recebê-Lo como vida. Mas Satanás enganou o homem, levando-o a desobedecer a Deus, tornando-se um pecador sob a condenação de Deus. Com isso, aparentemente o propósito de Deus fora frustrado. Mas Ele tornou-se um homem perfeito, Jesus Cristo, foi à cruz como o Cordeiro de Deus (Jo 1.29), como a serpente de bronze (Jo 3.14) e como o grão de trigo (Jo 12.24) que precisava morrer para gerar muitos grãos com a Sua vida. Com Sua morte, todos os problemas objetivos entre o homem e Deus foram resolvidos. Em Sua ressurreição, o Senhor Jesus tornou-se o Espírito que dá vida (I Co 15.45; II Co 3.17) para regenerar-nos em nosso espírito (o primeiro estágio da nossa salvação). Durante nossa vida cristã, Ele está salvando nossa alma por meio de Sua vida (Rm 12.2; Fp 2.12; I Pe 1.9), santificando-nos e transformando-nos (o segundo estágio da plena salvação de Deus). Por fim, em Sua volta, nossos corpos serão redimidos e serão conformados ao Seu corpo glorioso (Rm 8.29). Esta é a glorificação, o último estágio da salvação de Deus. Na Eternidade Futura Na eternidade futura, todos os escolhidos e redimidos de Deus ao longo de todas as eras serão a Nova Jerusalém. Ali Deus habitará no homem e o homem em Deus para sempre. Este é o objetivo final e máximo de Deus, o cumprimento de Seu propósito, e Ele terminará toda a Sua obra, estará satisfeito e descansará pela eternidade (cf. Gn 2.2, 3)! Podemos assim resumir todo o plano da redenção por meio destes pontos abordados. Uma outra forma de compreendermos o plano de Deus é entendermos o que é a Nova Aliança.
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COMUNHÃO NO ESPÍRITO
FOMOS DESTINADOS A SER ESPIRITUAIS Todos os seres humanos são dotados de um espírito, o sopro de Deus, que, no entanto permanece amortecido por causa do pecado. Esse espírito foi criado para conter Deus e é a região mais elevada do nosso ser, o que nos qualifica para nos relacionarmos com o Senhor. Na queda, o espírito do homem morreu, perdeu a finalidade, porque Deus já não podia ser percebido; Sua voz, Seu amor, Seu conduzir, Sua presença já não fluíam mais no homem, já não havia mais comunhão com Deus. Ao perder a comunhão foi também perdida a Vida divina e como conseqüência o homem passou a viver noutra base: a base da vida da alma. Assim, em função da queda, todos os seres humanos morreram espiritualmente, perderam a vida de Deus e tornaram-se presos à alma. Desde que nascemos nossa alma é desenvolvida de todas as formas: intelecto, emoções e vontade; o espírito, entretanto permanece morto aguardando o dia do nosso Novo Nascimento.
O Novo Nascimento é a Base para a Comunhão com Deus "... O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo." (Jo 3.5-7) O novo nascimento, o nascimento no Espírito é um nascimento para Deus. Devemos compreender a importância disso, para o bem do nosso progresso espiritual. No texto mencionado acima, a primeira coisa que Jesus diz é que: "Aquele que é nascido da carne é carne", quer dizer que qualquer um que nasceu da união física de um homem com uma mulher é carne. Todos nós experimentamos desse primeiro nascimento, senão não existiríamos. O nascimento da carne trás junto com ele uma base que nos caracteriza como seres carnais. A Bíblia diz que aquele que nasceu do primeiro nascimento tem uma base para a vida, que é carne. Aquele que nasceu da carne, não tem a carne como um dos seus componentes, mais do que isso, a Bíblia qualifica todo o ser dele como carnal. Todas as suas cogitações são para carne, suas inclinações são para a carne, suas intenções, seu ser total e o pendor da sua vida são para a carne. Não interessa quão boa seja a sua família, quão moralmente aprovada sua origem, quão educados são, interessa menos ainda se são religiosos ou não, se freqüentam Igreja ou se são ímpios. A Bíblia está dizendo que aquele que nasceu somente no primeiro nascimento é carne, a base de sua vida é carnal. Todo o seu pendor é para a carne. Esse indivíduo que só experimentou o primeiro nascimento, tem um grave problema: não pode ter comunhão com Deus, está incapacitado para se relacionar com Deus, ouvir de Deus, será incapaz de descer às profundezas espirituais em íntima amizade com o Altíssimo e de ser conduzido pelo Espírito Santo. Seu espírito, embora exista, é um espírito amortecido, atrofiado e sem a Vida divina. É como um rádio que tem tudo para sintonizar uma estação, mas que permanece desligado, apagado. Na seqüência do texto mencionado o Senhor Jesus, diz para Nicodemos: "O que é nascido da carne, é carne; o que é nascido do Espírito é espírito." (Jo 3.5-6) Que fato impressionante! Veja a força do segundo nascimento! Esse segundo nascimento - que é do espírito -, que se dá no âmbito do espírito, é tão poderoso, tão forte, tão determinante que é capaz de alterar toda a base anterior de vida. É tão profundo que altera a nossa natureza! A base anterior era que você era carnal, por ter nascido da carne. Essa base é completamente alterada pela base seguinte. Qualquer um que tenha nascido um segundo nascimento, tenha experimentado um encontro real com Jesus numa experiência de regeneração genuína, a Bíblia diz que é espírito. A Bíblia mostra que esse novo nascimento acontece na esfera do espírito, não é na esfera do intelecto, não é na esfera do corpo. Qualquer um que tenha passado por essa experiência, a Bíblia diz que é espírito. O verbo ser que 65
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está aqui no presente caracteriza essa pessoa como "espírito". Quando você nasceu do Espírito, foi finalmente qualificado a tocar em Deus no espírito, a ouvir de Deus no espírito, a ser guiado por Deus no espírito e receber uma vida genuinamente espiritual. Isto é algo tão forte, tão poderoso, que se tornou uma segunda base de vida. O Senhor Jesus é categórico ao dizer: "Aquele que é nascido do Espírito, é espírito". Então esse segundo nascimento é um nascimento no espírito, e é um nascimento para o Espírito Santo, é como se você nascesse para Deus, nascesse para esfera espiritual.
Características de Alguém não Regenerado Qualquer pessoa não regenerada tem um pendor para a carne que é o fator determinante em sua vida e conduta. Suas inclinações básicas são para satisfazer seus apetites físicos, todas as necessidades e desejos dos sentidos e as coisas da carne e do corpo. Será alguém natural, com análises sempre naturais e provenientes do plano mental e material, nunca espiritual. Não imporia quanto tempo passe com alguém não regenerado, só o ouvirá cogitar das coisas naturais. Nenhuma Vida fluirá daquela fonte seca, nenhuma edificação. A Bíblia afirma que a boca fala do que o coração está cheio. Uma pessoa que não tem o Senhor, que não experimentou essa regeneração, falará somente do que é natural e terreno. Gastará tempo em conversas intermináveis acerca de esportes, política, comida, turismo, trabalho, casamento, relações familiares, tolices sem fim e as aflições decorrentes desse plano carnal e estéril. Há um vazio espiritual, e a boca reproduzirá esse vazio. Tal pessoa expressará a sua real base de vida: sua alma. O apóstolo Paulo nos faz entender algo importante quando diz: "... em mim mesmo, isto é, na minha carne..." (Rm 7.18) Em outras palavras está dizendo que seu "EU" e a sua carne eram uma só coisa. Assim, mesmo a nossa alma, por ter caído na concupiscência da carne e ter sido feita escrava dos apetites do corpo, tomou-se também "carne". Se o perfil da alma for emocional, como os artistas, os poetas, os cantores e muitos religiosos, a característica dessa pessoa não regenerada vai ser toda para as emoções. Assim, ela será uma pessoa melindrosa, super sensível, inconstante, volúvel, intempestiva, exagerada, mística, susceptível e facilmente influenciada por circunstâncias exteriores. Crentes regenerados, embora não espirituais tenderão a manifestar as mesmas características. Se, entretanto o perfil de alma for intelectual, irá expressar lógica, razão, incredulidade, prazer por divagações intelectuais sem fim, teorias filosóficas fúteis, será alguém calculista, indiferente, questionador, arrogante, irreverente. Normalmente pessoas assim se colocam acima de Deus coroando o próprio intelecto no lugar da divindade. Na história humana há a tendência de valorizar mais a razão e o intelecto do que as emoções e a vontade. As filosofias ocidentais coroaram a razão em detrimento das outras faculdades da alma. Para Deus, no entanto, o Seu veredicto permanece: tudo aquilo que não tem sua fonte no espírito é carnal não importa quão elevado pareça! Temos, no entanto de fazer uma distinção entre aquilo que é natural e não necessariamente negativo daquilo que é natural e nos leva à independência de Deus. Uma pergunta básica deve ser respondida: em que base de vida eu vivo? Se não for na base da vida de Deus dentro de mim, sou carnal! Além deste perfil emocional e mental, há ainda o perfil volitivo. O indivíduo com esta característica marcante será alguém extremamente forte e obstinado. Teimosia, radicalismo, pensamentos fixos e irracionais, força de vontade admirável são algumas das suas expressões. Mesmo com prejuízos, tenderá levar o que quer até o fim. As pessoas não regeneradas viverão sempre numa base de vida que as arrastará fatalmente para cometerem vários tipos de pecados sem, contudo, sentirem qualquer culpa ou condenação.
Deus é um Ser Espiritual "Porque Deus é espírito, importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade". (Jo 4.24) Há crentes que esperam que Deus fale em sua mente ou pelas emoções. Tais pessoas não compreendem que Deus é espírito, portanto falará e mover-se-á no âmbito do espírito. Deus não é um pensamento, assim, Ele não falará na sua mente, não tocará no seu intelecto. Ele até poderia falar audivelmente, como já o fez, mas essa não é a regra, Ele escolheu falar no seu espírito humano. Portanto, Ele vai falar no seu espírito, Ele irá dirigir você a partir do seu espírito. Ele irá fortalecê-lo no espírito, vai edificar no seu espírito, irá compungi-lo no espírito, Ele tornará seu coração contrito pelo espírito, vai mover no espírito, abençoar no espírito, fortalecer sua fé no espírito. Em fim, tudo vai fluir da parte de Deus a partir do seu espírito. O espírito humano é o "Quartel General" de Deus, para conquistar sua vida. Pela Nova Aliança foi que o Senhor Jesus conseguiu fazer de nós seres espirituais. Por que Deus teve que usar a Nova 66
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Aliança? Como é que foi esse processo? É oportuno vermos agora uma porção da Escritura: "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo nosso Senhor". (Rm 1.1-4) A Bíblia está dizendo quê com respeito à carne, a parte humana do Filho de Deus, que era da descendência de Davi, foi designado Filho de Deus com poder, pela ressurreição. Para Deus tornar você um espírito vivificado, levá-lo ao novo nascimento, permitir que houvesse um espírito vivo no seu espírito, Ele teve que enviar Jesus. A Bíblia afirma que Jesus era Deus com Deus na eternidade. O Senhor não tem começo, Ele é Deus com Deus, não teve início, não foi criado. Está na eternidade com Deus, e a eternidade não tem passado e nem futuro. A eternidade é "eterna". A Bíblia refere-se aqui a Jesus, o filho do homem, a parte humana, que teve começo em Maria, que foi concebido, que veio da descendência de Davi, e que foi designado Filho de Deus com poder mediante a ressurreição. Na parte humana, de Jesus não era Filho de Deus, era filho do homem, era filho de Maria, e quando Jesus ressuscitou levou consigo esse corpo físico que ganhou aqui na terra. Quando chegou nos portais eternos com esse corpo físico diante de Deus, então Ele foi designado Filho de Deus com poder, mediante o espírito de ressurreição. Ele se tornou Filho de Deus, a parte humana que vestira aqui nesta terra foi elevada e glorificada n’Ele. Por isso Deus diz em Hebreus a respeito de Jesus, agora com o corpo humano elevado e glorificado: Tu és meu Filho, hoje te gerei“. Tudo que Deus fez na Sua Obra da Cruz; Ele o fez no princípio da representatividade para atingir você. Deus então levou Cristo à cruz, morreu, foi sepultado e ressuscitou e entrou nos portais eternos no seu lugar e como seu representante. Deus estava vendo você, quando Jesus entrou por aqueles portais. Jesus, o Verbo era UM no início com Deus na eternidade. Era só divindade, só Espírito. Esse Ente Santo vem para a terra e aqui Ele se veste da sua humanidade. Com Deus Ele era só divino, mas depois que se revestiu de humanidade, não era mais só o Filho de Deus, tornou-se também o Filho do homem. Quando, finalmente Ele sobe glorificado, depois da ressurreição dentre os mortos, He eleva através da Sua própria humanidade a nossa humanidade caída. Quando eleva essa humanidade diante de Deus, Ele está elevando eu e você, He está elevando a nossa humanidade. Deus que é todo espiritual consegue, dessa forma, através do representante, nos fazer espirituais como Ele mesmo é. Ele era somente divino, nós somente humanos. Em Cristo, a divindade se reveste de humanidade e na ressurreição torna a nós, que éramos somente humanos, recheados interiormente de um conteúdo divino: Seu próprio ser.
Um Grande Romance É importante entendermos qual o princípio que está por traz desse propósito eterno, da redenção de Deus. A Bíblia é um grande romance entre um Deus apaixonado e um homem rebelde e pecador. A Bíblia é o livro do amor de Deus e relata esse amor que almeja por comunhão, intimidade, relacionamento e proximidade com o homem. Deus podia pensar: "como Eu posso ter comunhão com o homem, se Eu sou só divindade, e o homem é todo carnal, vendido ao pecado? Isso não seria possível. Não é compatível, não dá para haver romance entre dois seres de natureza e de essência diferentes. Deus então enviou o seu Filho, para que Ele se tornasse semelhante ao homem, e assim, fizesse o homem semelhante a si mesmo. Ao olharmos para Eva, vemos alguém que é um tipo de toda a humanidade. Ela é um símbolo da Igreja no Éden, foi tirada daquilo que o próprio Adão era. Você e eu fomos tirados do que o próprio Cristo é. E quando o Senhor Jesus vem e ressuscita, Ele nos habilita a nascer no Espírito e a nos casar consigo mesmo. Pode haver agora um romance, pois o desejo intenso do Senhor se cumpre quando a divindade se reveste de humanidade e a humanidade caída passa a receber a natureza divina dentro de si. Agora há um noivo que é Filho do homem, e que tem o Filho de Deus dentro dele, e está no céu, glorificado. Mas aqui na terra nós temos filhos dos homens que carregam o Filho de Deus dentro deles. Pode haver casamento, pode haver romance. Por isso o Senhor Jesus e a Igreja são comparados com um noivo e a noiva, Isto fala de casamento, de amor. Por que Deus te fez nascer no Espírito? É porque Deus está apaixonado por você. "... tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”. (Jo 13.lb) Mesmo sabendo que seria negado, traído, abandonado, os amou até o fim, esse é o amor de Deus pela humanidade, e é na base desse amor, que Ele quer ter comunhão, relacionamento com o homem. Na redenção Cristo que era divino, toma-se humano e você que era só humano recebe do Seu conteúdo divino em seu espírito. Pode haver estreita, profunda e íntima comunhão! Aleluia! 67
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Amalgamados em Cristo Na igreja dos primeiros séculos circularam cartas e escritos que não tem valor canônico, isto é, que não foram incorporados às Escrituras sagradas. Mesmo assim, são de grande importância ao revelar valores e ênfases que a Igreja cristã nascente viveu e experimentou. Nesses escritos era usada em profusão, segundo muitos estudiosos, a palavra amalgamados que vem de "amálgama". Na língua portuguesa essa palavra quase não é utilizada, sendo relegada ao uso meramente técnico. Um amálgama é formado a partir de alguns componentes que ao se juntarem sofrem uma troca química e formam um terceiro elemento. Eles perdem a característica anterior para formar um outro elemento com característica distinta. Os dentistas misturam o mercúrio com a limalha de prata para formar aquele amálgama a fim de procederem a restauração de dentes. Uma vez solidificado o amálgama, já não é mais possível desfazê-lo: tomaram-se um novo material. Um bolo é outro bom exemplo de amálgama. Reunimos todos os ingredientes, misturamos tudo, e levamos ao forno. O calor ali vai produzir um amálgama com todos aqueles ingredientes que sofreram uma troca química. O resultado disso é um bolo. Se alguém requisitar de volta os ovos é impossível trazê-los de volta. Se outro, ainda pedir de volta o leite ou a farinha, será impossível restituí-los. Foram amalgamados! Havia um entendimento muito forte do que era uma amálgama naquela época, porque havia uma poderosa e profunda revelação de que o Senhor Jesus tinha se unido ao nosso espírito e agora tínhamos sido "amalgamados" no Espírito de Cristo. "Aquele que se une o Senhor é um espírito com Ele". (I Co 6.17). As implicações desse versículo são assombrosas! Você já parou para pensar no que acabou de ler? Entende as implicações? A Bíblia diz que você que se uniu ao Senhor, tornou-se um espírito com Ele! Você crê no que Deus diz? Ele diz aqui que se misturou ao seu espírito e que por isso vocês foram amalgamados. Agora não tem mais jeito de tirar você de Cristo, e muito menos jeito há de tirar Cristo de você! Oh verdade bendita! Oh verdade gloriosa! Isto é o centro da Bíblia e o coração do projeto redentor de Deus. Ao invés de vivermos vidas miseráveis durante anos na Igreja, essa deveria ser a primeira verdade a ser ministrada aos novos crentes assim que nascessem. Fomos amalgamados! Glória a Deus. O Espírito de Cristo foi ministrado para dentro de você, agora não tem mais volta, o seu espírito foi misturado com o Espírito do Senhor. Ele foi amalgamado com você.
O Deus Residente "EM" Nós "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque Ele habita convosco e estará em vós (dentro de nós, vivendo em nosso interior). Não vos deixarei órfãos, voltarei para vós outros. Ainda por um pouco e o mundo não me verá mais; vós, porém, me verei; porque eu vivo, vós também vivereis. Naquele dia vós conhecereis que eu estou em meu Pai e vós em mim (dentro de Cristo) e eu em vós (dentro de nós). Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama; e aquele que me ama, será amado por meu Pai, e eu também o amarei e me manifestarei a ele. Disse-lhe Judas, não o Iscariotes: Donde procede, Senhor, que estás para manifestar-te a nós, e não ao mundo? Respondeu Jesus: Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para Ele e faremos nele morada (dentro de nós)" (Jo 14.16-23). São impressionantes as implicações deste texto e devemos tomá-lo como fato em nossas vidas, afinal são coisas diretamente dirigidas do Senhor para nós. Você crê em Cristo? Crê que o que Ele diz é digno de aceitação, ou acha que o que diz é apenas palavras bonitas. Se crê realmente no seu Senhor poderá tomar essas palavras de Jesus como fatos revolucionários em sua vida.
Enviarei o Consolador que Estará para Sempre EM Vós 68
VIDA NO ESPÍRITO
Nos versos 16 e 17 Jesus diz que enviaria o Espírito Santo para estar para sempre conosco e habitar "EM" (dentro de) nós! O Espírito Santo, querido irmão, veio morar dentro de você. Ele já foi enviado para nós e não há lugar na Escritura que somos ensinados a esperar que Ele desça! Ele já desceu, está aqui e agora mesmo dentro de você. Quando foi deitar-se ontem à noite, Ele estava lá; quando tomou o café-da-manhã hoje, Ele estava lá e quando tomou seu banho, Ele também estava lá. Depois que você nasceu de novo Ele veio habitar dentro de você e nunca mais se retirou. Talvez sua alma tenha estado por demais agitada para perceber isso; talvez o pecado tenha maculado a sua consciência e impedido que enxergasse esse fato, mas nada pode mudar a realidade: o Espírito Santo te foi dado e habita para sempre EM você. Você já falou com ele hoje? Faça isso agora: volte-se para o endereço de Deus (dentro de você) e imediatamente entrará em contato com essa Presença bendita e maravilhosa. Se Ele disse que estaria aí, então ELE ESTÁ!!! Simplesmente confie no que Ele diz e toque agora em Sua doce Presença.
Vós Estais EM Mim e Eu Estou EM Vós Nos versículos 18 a 20 Jesus avança no que diz. Agora conhecemos que não apenas o Espírito Santo viria morar dentro de nós, mas Ele mesmo, o Senhor Jesus Cristo depois de ressurreto viria habitar em nós. Querido irmão isso é um fato, uma realidade, um firme fundamento sobre o qual você poderá caminhar. Isso não pode ser uma mera doutrina evangélica aceita intelectualmente, deve ser uma realidade viva e experimental em nossas vidas, pois o que o Senhor ensina aqui é o coração da Bíblia: Deus que foi ministrado como vida para dentro do nosso espírito e se tornou á nossa própria vida. É finalmente o homem, você e eu tomando do fruto da árvore da vida (Jesus), ingerindo-o para dentro de nós. O Zoe, a própria Vida com a qual Deus vive veio morar em nós e se fez uma só vida conosco. "Aquele que se UNE ao Senhor É UM espírito com Ele" (I Co 6.17). Você foi feito Um com o Senhor, meu irmão. É tão simples como isso: preto no branco.
Meu Pai o Amará e Viremos e Faremos NELE Morada Nos versos de 21 a 23 a verdade se completa: Jesus agora diz que o Pai também viria para fazer de você e de mim Sua morada. Isso é tremendo!!! Quer dizer que o Deus que lançou o fundamento das estrelas, o Deus Onipotente e Eterno mora em você. Pense em Jeová Saboah, em Jeová Makadeshkem, em Jeová El Olam, em Jeová Jireh o Grande El Shadai do Velho Testamento, o Deus de Abrão, Isaque e Jacó. Este é o Deus que Jesus Cristo afirma em Sua Palavra que veio habitar em você. Este é o Deus a quem você se uniu e foi amalgamado. É preciso haver um esclarecimento aqui. As Escrituras nunca dizem que nos tomamos deus por temos sido unidos a Ele. Em espírito, entretanto, nosso espírito foi unido e se fez um com o Senhor. Este é o maior fato da nossa experiência com Deus.
Cristo Nos Evangelhos e em Atos Qual é a diferença básica entre os quatro evangelhos e o livro de Atos? A diferença básica é que nos evangelhos, Cristo é revelado como "Emanuel". Ele é Deus conosco, um Deus do lado de fora de nós e no livro de Atos, se revelou como Deus residente em nós, dentro de nós. Nos Evangelhos Jesus é o unigênito, isto é, o único gerado naquela nova base. Alguém com uma natureza santa expressando a glória de Deus. Depois de Atos, Ele não é mais o unigênito, mas se tornou o "primogênito". Por quê? Porque se mudou para dentro de nós para ser o primeiro entre muitos irmãos. Hoje Ele não é mais Emanuel, é Deus dentro de nós. Aleluia! Na prática foi Deus mudando de endereço. A divindade que habitava no céu mudou-se para dentro de seres humanos que tomaram-se Sua residência. Este é o novo endereço de Deus: meu espírito, e seu espírito.
Um Vaso para Conter Deus "Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito (dentro de mim),no 69
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evangelho do seu Filho, é minha testemunha de como Incessantemente faço menção de vós". (Rm 1.9) Paulo servia a Deus no seu espírito humano. Isso nos remete para outra ilustração rica sobre termos recebido o Senhor dentro de nós. Somos vasos para conter o Espírito de Deus. Somos esse recipiente idealizado e feito para este fim. Um vaso, do ponto de vista natural serve tanto para decoração, quanto para conter alguma coisa. Como vasos não fomos projetados para sermos apenas mostrados em público, mas para recebermos um precioso conteúdo, um recheio: o próprio Senhor! O conteúdo desse vaso é o próprio Deus. Em Romanos 9.21, Paulo fala de vasos de honra e, em 9.23, de vasos de misericórdia preparados para a glória. Por isso, o fato de sermos vasos de honra, preparados para a glória, significa que fomos designados para conter Deus como nossa honra e glória. Do mesmo modo, Deus sentese confortável no homem. Entretanto, Ele não Se sentiria confortável num animal ou mesmo num anjo. Somente num homem. Deus sentese em casa, em descanso. O céu pode ser o lugar temporário da habitação de Deus, mas o Seu verdadeiro lar é o homem.
Um Deus que Reside e Reveste Muita gente confunde o receber o Senhor como Deus residente com o receber o Espírito Santo para revestimento de poder. No primeiro caso Jesus sopra o Espírito para dentro dos discípulos e diz: "...recebei o Espírito Santo". (Jo 20.22). Isto é, recebei-o como sua nova base de vida e natureza. Por outro lado, ainda antes de ser elevado aos céus dá a ordem: "Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo" (At l.8). Como pode ser isso se Ele já houvera soprado sobre eles o Espírito Santo? É incontestável que são duas experiências distintas e incorrem em grave erro aqueles que privam a Igreja da segunda experiência. O Espírito de Deus veio primeiro para transformar o espírito, no segundo momento para revestimento de poder e capacitação para o trabalho. Foram dois momentos distintos. Agora, depois disso o discurso muda, Jesus mostra que no futuro, o Espírito não viria de cima para baixo, mas fluiria de dentro para fora. Chegará o tempo que do vosso interior, fluirão rios de vida, rios de águas vivas. Adoração será algo espiritual, a fé vai vir a partir do seu espírito, a revelação, os dons espirituais, o amor de Deus vai fluir a partir do seu espírito, tudo Deus vai trabalhar a partir do seu espírito. Por que muitas vezes não experimentamos os poderes do mundo vindouro como diz a Bíblia? Porque insistimos em procurar a Deus, onde Ele não está. Deus tem uma maneira de trabalhar, e o diabo uma maneira oposta a de Deus. A maneira de Deus trabalhar com você é tentar atrair as suas atenções para dentro, porque Ele está lá, é a sua fonte de vida, de força, de autoridade. Deus trabalha para atrair suas atenções dentro de você. O diabo trabalha para atrair suas atenções para fora, pois ao fazer isso estará afastando você da real fonte de suprimento e solução para seus problemas. Na sua sutileza o inimigo usa de estratégias com aparência de espiritualidade como levar os irmãos a terem expectativas em homens e mulheres ungidos e poderosos, em cultos marcantes em estratégias mirabolantes com aparência de poder e de realidade espiritual. Ainda que Deus use pessoas, ao manterem os crentes com expectativas exteriores o inimigo conseguirá mantê-las longe da fonte. Não podemos alcançar nada de Deus, com expectativas externas, pois Ele está dentro de você. A sua vida só mudará quando tiver revelação de que Deus mora dentro de você. Repito: isso não pode ser mera doutrina com a qual concorda! Tem que ser experiência viva, revelada e concreta! Como conseqüência virá uma consciência de santidade, de reverência e de temor de Deus com a qual jamais sonhou. Um nível de intimidade e comunhão com Deus que jamais imaginou ser possível Você carrega o Santo em você por onde quer que vá. A sua comunhão com Deus será íntima, pois terá descoberto endereço d’Ele é dentro de você.
Nada tem Poder para nos Separar Dele "Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 8.38-39). Eu não posso retirar você de Cristo, não conseguiria, por mais que tentasse separá-los; os homens mais poderosos e influentes dessa presente geração jamais conseguiriam se assim o quisessem. O diabo com todos os seus demônios e suas estratagemas são 70
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impotentes para conseguir afastá-lo de Cristo. Nada, mesmo nada poderia fazê-lo. E acrescento mais: se de fato você é nascido de Deus, nem o pecado pode retirar de você o Espírito Residente. Na nossa fraca consciência achamos que podemos agradar a Deus por nossa própria força, assim só sentimo-nos em condições de ter paz com Deus, comunhão e orar quando não detectamos nada de errado e pecaminoso diante da nossa fraca e parcial visão. Quero deixar claro algo aqui, meu irmão: mesmo desejando ser fiel a Deus você está sempre carregado de pecados, iniqüidades e transgressões das quais você nem tem consciência. Se Deus as revelasse de uma vez a você certamente você se desesperaria. Assim, NUNCA a nossa confiança para termos comunhão com Deus deve ser posta no que fazemos de certo, mas deve ser fundamentada na justificação perfeita operada por Cristo e no fato de Ele ter-nos feito morada dele. Assim, mesmo se você pecar, ou chegar ater consciência de algum pecado saiba que isso não espantará o Espírito Santo. Ele já tratou com todos os pecados naquele único dia e único sacrifício. Não te purifica aos pedaços, mas já o fez totalmente! Aleluia! O texto acima diz que NADA poderá nos separar do amor de Deus. Estamos debaixo de uma aliança, que é uma aliança eterna. Se ela é eterna, não está condicionada aos nossos tropeços e fracassos ou às nossas inconstâncias. Deus quis nos assegurar que não é com base no que nossa humanidade, em processo de transformação, pode fazer. O fundamento é aquilo que Ele, o Cordeiro, fez no Calvário. E a Bíblia afirma que, o que o Cordeiro fez no Calvário, é totalmente aceitável por Deus, satisfez os altíssimos padrões de Deus, e é nessa base que Ele foi ministrado para dentro de você.
Uma União de Vida Deus fez isso porque estava interessado em ter comunhão com o homem. O que é ter comunhão? No grego, comunhão é "koinonia" - ter tudo em comum, quer dizer casar-se. Tudo que é seu é meu, e tudo que é meu é seu. Em I João 1.3b lemos: "... ora a nossa comunhão é com o Pai e com seu filho Jesus Cristo" E isso é sem nenhuma condição. Essa comunhão é baseada na obra que Ele fez. A segunda ilustração de Paulo é da vida conjugal. O casamento não é uma troca, mas uma união de vida. No matrimônio, o marido torna-se um com a pessoa da esposa. Por essa razão, a esposa toma, como seu, o nome do marido. Em casamentos no mundo inteiro, a cabeça da noiva é sempre coberta. Isso indica que na união matrimonial só deve haver uma única cabeça. Em tal união não há troca ou permuta, mas identificação. A esposa deve identificar-se plenamente com seu marido. Nessa união, nessa identificação, a esposa é uma com o marido e o marido é um com a esposa. Essa é uma união de vida, não uma troca de vida. Suas vidas se misturam para um mesmo destino e propósito. Em Romanos 7.4 Paulo fala de sermos casados com Cristo: “Assim, meus irmãos, também vós fostes mortos para a lei, por meio do corpo de Cristo, para casardes com outro, a saber, Aquele que ressuscitou dentre os mortos...” Cristo é o nosso marido e nós somos sua esposa. Entre o Noivo e a noiva não há permuta de vida, antes, há uma união maravilhosa. Somos um com Ele em pessoa, em nome, em vida e em existência. Se um homem e uma mulher quiserem ter um matrimônio adequado, devem aprender a ser dessa maneira. De semelhante modo, a nossa vida cristã é uma vida de identificação com Cristo e em unidade com Ele. O inimigo tenta lançar dúvidas a respeito dessa comunhão, dizendo que Deus não o aceita, que você não é bom o suficiente, mas não é com base nas suas obras que você é aceito, mas sim com base na obra do Calvário. Todos nós temos um chamado sacerdotal, que é ministrar na presença de Deus, é estar imerso, é fluir e caminhar na presença. O profeta Eliseu costumava usar a expressão: "O Deus cuja presença estou"; em outro lugar diz: "O Deus em cuja presença ando". Podemos dizer mais do que ele, podemos dizer: "O Deus cuja presença conduzo dentro de mim". Nós nascemos n’Ele, subsistimos n’Ele e convergimos para Ele.
EM Cristo A Bíblia é cheia de expressões, tais como: 'em Cristo', 'em quem', 'no qual, n’Ele', 'por meio de', 'por quem’. Essas expressões todas significam que Ele está em você, age por meio de você e flui Sua doce presença através de você. Paulo diz em Romanos 3.6, que aqueles que foram colocados em Cristo, batizados em Cristo, de Cristo se revestiram. Há uma mistura e há uma amalgama, agora onde isso 71
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deve desembocar? Numa comunhão íntima, profunda e cada vez mais poderosa e viva.
Bebendo d’Ele como Vida Há uma dimensão profunda a ser experimentada ao nos voltarmos para o Senhor em nosso espírito. Podemos tomar o Senhor como nossa própria vida e ao fazer isso, não estamos citando uma poesia, proferindo palavras bonitas ou porque é interessante, mas porque é um fato, é concreto, objetivo. No Evangelho segundo João, há várias expressões como: "Eu sou a ressurreição e a VIDA" – n’Ele estava a VIDA -, "Sou a água da VIDA", "Eu sou o pão da VIDA". Essa vida é a vida "ZOE" que é a própria vida eterna de Deus. A Bíblia diz que essa vida é que foi ministrada para dentro de você. Então Deus é nossa própria vida, e isso é um fato, uma realidade espiritual. Podemos nos voltar para o Senhor em nosso espírito, confiando que diz a verdade ao dizer que habita para sempre dentro de nós e dizer: Oh Senhor neste momento eu O tomo como minha VIDA. Bebo e me satisfaço em Ti como a minha própria VIDA. Oh bendita VIDA que desceu do céu transborda dentro de mim! Note bem é muito mais que mera oração verbalizada, é um desfrute para dentro do seu espírito.
Tomando o Senhor como Alimento A Bíblia também diz que Jesus é o pão, é o alimento, é a água. Devemos ingerir o próprio Jesus como alimento. O pão, usado aqui por Jesus como símbolo tem muito a revelar: depois de engolido, é processado dentro de nós e passa a fazer parte de nós mesmos. Depois de ser apreciado e matar a fome, já dentro de nós, o pão é digerido e se transforma em glicose. Esta é tomada pela corrente sanguínea e distribuída para cada célula do nosso corpo na forma de energia pura. O Pão se faz um conosco! Ele é de fato o nosso pão. O padrão de maturidade de vida cristã, não é esperar chegar os domingos para se alimentar, e sim você sozinho se alimentar todos os dias do Senhor através de uma íntima e real comunhão com Ele. Suas atenções não devem ser voltadas para fora, e sim para dentro onde Ele está, é lá que está a resposta, é lá que está a vida. Deus quer que você cresça em comunhão e intimidade com Ele. Beba d’Ele, como água que sacia a sede, que acaba com a sequidão e que leva à mananciais de águas vivas.
Tomando o Senhor como Deleite Podemos simplesmente desfrutar do Senhor como nosso deleite, nosso doce gozo no espírito. A Bíblia diz em Efésios 5.18-19: "Não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos e cânticos espirituais". É você que se enche do Espírito. Como? Falando, declarando e confessando a Palavra. Se você começa a beber e a fluir do Senhor onde você estiver, a vida e o poder de Deus irão se manifestar. Se houver alguém no ambiente, receberá esta preciosa influência, se estiver enfermo será curado, se houver alguém a quem o Senhor pretende alcançar com contrição e arrependimento, a contrição de Deus tomará conta de seu coração diante de você. Sente falta de força? Tome-o como força. Quer unção? Volte-se para dentro de você, pois o Cristo, o Ungido, está dentro de você agora mesmo aí onde está. Ele é a própria unção. Tome d’Ele como sua unção, sua alegria, sua direção, sua libertação, sua defesa, sua cura... Ao experimentar, degustar e beber do Senhor como fonte, você irá se aprofundando nessas águas caudalosa até que se tornem torrentes, mananciais que transbordam de dentro de você. De dentro para fora, pois a fonte está dentro de você. Esta é uma verdade básica, portanto não diga mais que o Senhor virá te visitar ou que está ao seu redor. Ainda que seja verdade, pois Ele está em todos os lugares, o maior fundamento da sua vida é que Ele está EM você para sempre: "Aquele que se une ao Senhor É UM espírito com Ele!" Essa é a porta de entrada para um caminho de maturidade e progresso espiritual genuínos. Muita gente se equivoca achando que Deus se disseca e se estuda com a mente. Lembre-se, Ele é Espírito. Esta a porta para um genuíno conhecimento de Deus, é a porta para a unção, para a revelação, para experiências mais íntimas, é a porta para frutos abundantes. Deus não quer você para a obra, para ser seu empregado; Ele quer você para si mesmo; Deus não quer um servo, um fazedor de coisas, Ele quer sua intimidade.
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Figuras do Velho Testamento A Bíblia mostra no Velho Testamento, que Deus usa figuras, símbolos que apontam diretamente para nós. Ele fez o homem, conforme a sua imagem e semelhança, triúno. Como expressão do Deus que também é triúno.Há muitas coisas triúnas na criação que apontam para o Senhor. Por exemplo, um acorde perfeito é triúno, são três notas básicas; o tabernáculo também era triúno, composto do Átrio, Santo Lugar, e Santo dos Santos. A hierarquia de anjos no céu também era composta por três subdivisões debaixo de três arcanjos. São os únicos anjos cujos nomes são citados na Bíblia: Gabriel, Miguel e Lúcifer. Deus é triúno, e tudo que Ele faz expressa isso.Por isso, quando Deus fez o homem, que é a imagem e semelhança de si mesmo, Deus o fez também para ser triúno: espírito, alma e corpo.
Residência de Deus em nosso Interior O Tabernáculo e o Templo do Velho Testamento tinham uma arquitetura semelhante, uma estrutura semelhante. Deus mandou Moisés fazer um tabernáculo, uma tenda de peles, que possuía três subdivisões, como já dissemos, que eram o Átrio, o Lugar Santo e o Santo dos Santos. O Átrio aponta para o seu corpo e fala no aspecto físico. O Átrio era a parte mais exterior. Da mesma forma, o seu corpo é aquilo que te permite ter contato com o mundo físico e natural. O Santo Lugar era o lugar de trabalho, e aponta para a sua alma. É na alma que você pensa, resolve, decide, medita, escolhe. A sua alma é lugar de trabalho. O seu corpo é mera expressão da sua alma. No Santo Lugar, os sacerdotes iam para trabalhar. Finalmente, o Santo dos Santos era o recinto mais solene, onde as coisas mais importantes estavam. As características do Santo dos Santos, ou Lugar Santíssimo apontam diretamente para o seu espírito. No Santo dos Santos não havia movimento algum, não havia som, e a cobertura daquele lugar era de várias camadas de peles, de modo que havia uma escuridão completa, trevas espessas, absoluto silêncio e não havia trabalho algum a ser realizado naquele lugar. "Então disse Salomão: O Senhor declarou que habitaria em trevas espessas!" (I Rs 8.12) "No mais interior da casa preparou o Santo dos Santos para nele colocar a arca da aliança do Senhor." (I Rs 6.19) Não havia absolutamente nada nos Santo dos Santos, a não ser a arca com o Propiciatório em cima. Aquele Tabernáculo e aquele Templo apontavam para você. Quando Deus mandou Moisés erigir o Tabernáculo, Deus estava pensando em você. Esse era o alvo de Deus, que no Novo Testamento nós nos tornássemos templos vivos que caminhariam pela terra. O testemunho estaria dentro desses templos vivos. Em Êxodo 25.10-11 a Bíblia diz: "Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois côvados e meio será o seu comprimento, de um cavado e meio a largura, e de um côvado e meio a altura. De ouro puro a cobrirás; por dentro e por fora a cobrirás, e farás sobre ela uma bordadura de ouro ao redor." Arca de acácia - madeira de acácia - A madeira na Bíblia, refere-se à natureza humana. Quando a Escritura fala para termos cuidado com o que edificamos, adverte-nos a não construir nada na base da palha, madeira e feno, pois isso é edificação humana, são iniciativas do homem, estruturas geradas pelo homem. Não produz nada, porque é madeira - natureza humana. Deus fala então que nós devemos edificar na base do ouro, prata e pedras preciosas. A madeira de acácia era uma madeira retorcida e extremamente fibrosa e muito difícil de se trabalhar. Isso está relacionado conosco com a nossa difícil natureza humana. Já o ouro na Bíblia aponta para a própria pessoa de Deus, para a Sua glória. Ouro fala de divindade e perfeição. É muito precioso o que encontramos então na arca: havia as duas coisas. Somente uma pessoa houve com as duas naturezas: a natureza humana recoberta da natureza divina. Ele é humano, mas Ele é Deus. Nosso doce e bendito Jesus é nossa Arca da Aliança. Deus manda então colocar essa arca no meio dos Santos dos Santos. O Senhor Jesus foi colocado no meio dos Santos dos Santos, que aponta para seu espírito. Ele foi colocado dentro, no meio do seu espírito, mas não parou por aí. Em seguida Deus manda que se faça o Propiciatório: "Farás também um propiciatório de ouro puro; de dois côvados e meio será o seu cumprimento, e a largura de um côvado e meio. Farás dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório; um querubim na extremidade de uma parte, e o outro na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; estarão eles de faces voltadas uma para a outra, olhando para o propiciatório. Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro dela porás o Testemunho, que eu te darei." (Ex 25.17-21) O propiciatório era a tampa, isto é, a cobertura da Arca. Feito de ouro puro. Os dois querubins apontam para as duas pessoas da 73
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Trindade, era o Pai e o Espírito. Eram dois querubins, mas o fato de serem de ouro puro apontam para a Divindade. Não dizia respeito a anjos, mas a Deus. Os dois querubins estão curvados e fazem reverência para parte de baixo do propiciatório. São dois querubins de ouro puro, em cima da tampa da arca no propiciatório. Por que estão inclinados a fazer reverência para baixo? Porque a segunda pessoa da trindade foi aquele que desceu e derramou seu sangue. Assim, uma vez por ano o sumo sacerdote entrava lá e aspergia o sangue do cordeiro na parte debaixo do propiciatório. Que bela cena! É o Pai e o Espírito fazendo reverência ao sangue do cordeiro, entretanto, eles formavam uma só peça, porque Deus é um. Não são três deuses. Os dois querubins de ouro que representam o Pai e o Espírito eram somente de ouro, sem madeira, só ouro, porque o Pai não encarnou, e o Espírito não se tornou carne, só o Filho se tomou homem. Agora você é no seu espírito esse Santo dos Santos, o lugar da morada do Deus Triúno. A arca e o propiciatório, foram ministrados para dentro do seu espírito. Isso confirma que é o Deus triúno que habita em você. Você está amalgamado com o Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Você se tornou um espírito com Ele. E isso é por toda a eternidade, nada pode desfazer essa mistura.
Nosso Espírito, Lugar de Absoluta Quietude. Quando o Espírito de Deus toca o seu espírito, é inevitável que também a sua alma seja tocada, mas primeiro Ele toca no seu espírito e se foi um toque genuíno, ele vai produzir algo genuíno, duradouro, definitivo. A sua alma é tocada por conseqüência. Se você vai na via inversa tentando se comover, é só a sua alma que se comove, porque a alma não tem poder para levar o espírito com ela. Nós gostamos de imaginar, fazer imagens, cenários para poder meditar, imaginar alguma cena. Algumas pessoas quando vão orar insistem em sentir emoções e ficam imaginando cenas comoventes. Pensam que se não sentirem a presença de Deus nas emoções, então nada aconteceu. Grande engano!!! No Santo dos Santos não havia luz, nem som, nem movimento, e não havia trabalho. Isso significa que você deve simplesmente voltar-se para dentro, para seu espírito, colocar a mente no espírito e encontrar ali com o Senhor, isso é a única coisa que Ele espera. No seu espírito há uma quietude completa, não há nada natural, a única coisa que há ali é o Espírito do Deus triúno. Quando você se volta para seu espírito, ou para adorar ou contemplar o Senhor, haverá ocasiões que você vai sentir uma forte percepção da presença de Deus, noutras você vai receber do Espírito Santo um batismo de poder e de unção, ou você será profundamente compungido e contrito, comovendo-se em abundantes lágrimas. Mas também haverá ocasiões nas quais você não sentirá nada, rigorosamente nada. E isso quer dizer que Ele não está ali? Que você não está tendo comunhão com Ele? Quer dizer que alguma coisa não está no lugar? Não, nada disso. Quer dizer apenas que Ele o conduzirá para níveis cada vez mais finos de uma dependência única da pessoa d’Ele. Devemos compreender que haverá ocasiões em que Deus vai falar, em outras, que Ele não falará nada. Haverá ocasião em que você irá orar, perguntar, interceder por determinada resposta e não ouvira nada de Deus. Poderá ser que no decorrer do dia, quando você menos esperar, a resposta virá. Porque Ele sempre nos ouve e responde, mas isso nunca é na alma, às vezes achamos que não obtivemos resposta, mas Ele nos ouviu. Entretanto nunca o busque na alma. Se assim procedermos estaremos procurando no endereço errado. O lugar certo para você ouvir de Deus é no seu espírito, pois é lá que Ele se encontra. Muitos quando vem receber a Cristo, vem em lágrimas, porque o espírito foi tocado, e conseqüentemente a alma também foi tocada e se comove.
Três Obstáculos na Mente: O obstáculo que nós temos para avançarmos nessa vida cristã, nessa comunhão com Deus, é a nossa mente difusa, indisciplinada e dispersa. A nossa mente pensa em várias coisas ao mesmo tempo, sai daqui, vai para acolá, lembra-se, perde a linha do que pensava a pouco e já se dirige para outro pensamento. Quando nos convertemos e nosso espírito humano é vivificado a alma deve aprender a seguir o espírito. Assim a mente terá a chance de não deter mais as rédeas da direção do nosso ser. Se decidirmos adorar a Deus a mente deverá seguir obediente. Aqui encontramos o problema desses anos todos a viver independentes de Deus. Quando começamos a por essas coisas espirituais em prática, haverá momentos em que a presença de Deus flui de maneira tremenda. Haverá momentos nos quais aparentemente nada acontece. Quando estamos buscando o Senhor no nosso espírito, a nossa mente tenta nos levar para as coisas naturais que estão a nossa volta. Nesse momento se lembra de irão banco, que está na hora de fazer o almoço, ou buscar as crianças na escola, que esqueceu o leite no fogo etc. Tudo isso flui nesse momento, porque a mente ainda é indisciplinada, é difusa. Está acostumada a anos à fio de independência. Por isso é tão difícil colocarmos a nossa mente no espírito. A mente está acostumada a não seguir orientação nenhuma.
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A independência da alma e da mente A alma acostumou a ser independente. A mente é desgovernada. Quando viemos do mundo, chegamos com essa mente desgovernada, pois não sabíamos que estávamos em um bombardeiro cerrado com o inimigo. Quando conhecemos a Cristo é que sabemos que a nossa mente é o único lugar que os espíritos malignos tem acesso para nos atacar. A Bíblia diz que o maligno não nos toca. Fisicamente o diabo não pode nos tocar, em circunstâncias normais, se dermos brecha, formos complacente com o pecado, ele vai tocar sim. Em circunstâncias normais, ele não toca.
A mente atacada, cede ao Inimigo. O diabo pode induzir os nossos pensamentos, lançando dardos na nossa mente. Às vezes vem um pensamento relâmpago, uma sugestão absurda, você nem estava pensando naquilo. A nossa mente antes de receber à Cristo, vivia em desgoverno. As pessoas no mundo são manipuladas e induzidas por espíritos malignos, que as induzem na mente, às vezes até para cometerem crimes bárbaros. Nunca percebem que estão sendo marionetes nas mãos do maligno, pensam que vivem na liberdade de escolha, mas vivem sob a manipulação das sensações, desejos, sugestões e pensamentos.
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A Mente era uma Aliada de Satanás. Quando chegamos a Cristo, tomamos conhecimento desse problema na nossa mente, na nossa alma. A Bíblia mostra que Adão tinha uma comunhão íntima com Deus no seu espírito. O espírito de Adão era o que estava em evidência no seu ser, e com isso Deus podia vir e ter comunhão, falar, ter relacionamento de amizade com Adão. Adão tinha o seu espírito em lugar de primazia em preeminência na sua vida. Satanás então estimulou a independência, estimulou a Adão a tomar iniciativas à parte da direção de Deus. A colocar Deus à parte. Ele estimulou Adão a se divorciar da comunhão, da amizade de Deus. Então quando Adão teve estimulada a sua alma, e decidiu aceitar e seguir tal sugestão, ele passou a andar à parte da direção de Deus. Na prática a sua alma tomou o lugar do espírito, e o espírito passou a ter um lugar secundário. Por causa dessa independência, o homem morreu espiritualmente. Assim, desde que nascemos, vivemos em um contexto no qual somente a nossa mente (uma das funções da alma) é estimulada a funcionar. O sistema do mundo funciona assim, o sistema ideológico, religioso, educacional e político. Quando finalmente você vem para Cristo, o seu espírito é então vivificado, entretanto, a sua mente precisa ser disciplinada a fim de romper com a independência do Espírito.Essa é a principal dificuldade que encontramos. Queremos servir ao Senhor, tomar o Senhor como nosso alimento, mas a nossa mente não acompanha o nosso espírito. Depois que o nosso espírito é colocado em evidência, vivificado, o Espírito Santo que habita em nós espera que a nossa mente volte para o lugar dela, que sujeite-se ao espírito. Ele nos oferece várias ferramentas para disciplinar a nossa mente. Vamos falar de quatro ferramentas básicas para isso acontecer.
Aprendendo a Colocar a Mente no Espírito O Dom de Línguas "O que fala em outra língua a si mesmo se edifica,..." I Coríntios 14.4a. O que fala em línguas edifica a si mesmo, e Deus quer que todos falem em línguas, para poderem ser edificados. "Porque, se eu orar em outra língua, o meu espírito ora de fato, mas a minha mente fica infrutífera" (I Co 14.14). Quem ora em línguas, o espírito ora de fato, mas a mente fica infrutífera. A mente não entende nada, e isso é para discipliná-la no seguir o espírito. Nós estamos acostumados a exercitar a mente para orar, para ler a Bíblia, para tudo. Aí Deus dá um dom em que a sua mente não tem que se exercitar, pelo contrário, ela tem que ficar quieta, calada, acompanhar o seu espírito. Essa é a maneira de Deus de trazer a sua mente cativa, para o caminho estabelecido pelo seu espírito. Portanto se você quiser se edificar, Deus oferece a possibilidade de assim o fazer falando em línguas. Temos, entretanto, que tomar cuidado pois a mente é hábil em aprender as coisas do espírito, e transformá-las em cópia. Facilmente podemos falar em línguas com base no que já decoramos na mente sem entretanto voltar-nos para o espírito. Esse é um tremendo tropeço para teólogos racionais que tiram seu prazer dos exercícios mentais teológicos e filosóficos. As coisas de Deus se discernem espiritualmente. Sem perceberem caem no mesmo problema dos fariseus do passado. "...dou graças aDeus, porque falo em línguas mais do que todos vós. Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento, para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua" (I Co 14.17-19). Aqui Paulo estava querendo dizer que dentro da igreja, para que os demais irmãos sejam edificados, é preciso haver compreensão, entendimento. Paulo diz que não é nas reuniões da igreja o melhor lugar para se falar em línguas. Diz por outro lado, que falava em línguas muito mais do que todos eles. Então onde Paulo falava em línguas ? Enquanto fazia qualquer outro tipo de atividade, andando, viajando, enquanto estava nas prisões, trabalhando, etc. Ele orava em línguas para edificar seu espírito e disciplinar a mente. Vamos citar três motivos porque as pessoas têm dificuldades em receber o dom de línguas: Bloqueio teológico - Você foi doutrinado que, o Dom de línguas foi para a dispensação do tempo dos apóstolos, que aquilo era um contexto especial, que Deus não batiza mais no Espírito Santo, que Deus não cura mais. Se é seu caso, há uma estrutura de pensamento com argumento teológico que te bloqueará. Você terá dificuldade para receber o Dom de línguas, e outros dons. Ansiedade - A pessoa entra em conflito. Todos estão falando em línguas, e ela fica olhando e perguntando: Será que isso é para mim, será que é de Deus, será que é a minha mente? Fica procurando entender o que acontece, debate-se, divaga em mil argumentos, abre a mente para acusações do maligno sobre sua falta de mérito etc. Não recebemos os dons de Deus nessa peleja toda. É simples como o 76
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dia. Ele disse que me daria? Então eu creio nele e alegremente agradeço. Volto-me para ele com intensidade e amor. A partir daí fico na expectativa do que Ele me dará. Qualquer que seja a porção daquele dia, me alegrarei e ficarei satisfeito. Infelizmente a maioria não tem essa maturidade no começo da caminhada com Cristo. Não é com o raciocínio que se fala em línguas, mas com o espírito. Muitas vezes o Espírito Santo quer te conduzir à maneira d’Ele, e às vezes de um modo que você menos espera. Deus age assim a fim de subverter os caminhos traçados pelo homem. E manter-nos humildes seguindo sua sensível e suave condução. Acusação - É quando o inimigo fala que você não é bom o suficiente, não é santo, não é perfeito, não é aprovado, não é merecedor suficientemente para receber o Dom de línguas. Quando você acata um desses argumentos, Deus não tem como te batizar no Espírito Santo, pois você mesmo se exclui. Você tem que lançar isso fora, porque não é propósito de Deus que você acate esse tipo de coisa, pois o Dom de línguas não é dado por merecimento, e sim por fé. Adoração - "Mas vem à hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores" (Jo 4.23). Esta é a segunda ferramenta preciosa que Deus nos dá para disciplinarmos a nossa mente em seguir o espírito. A Bíblia diz que a adoração funciona no âmbito dessa esfera espiritual. Quando você chega diante de Deus para adorar o Senhor, ao mesmo tempo que você é embevecido com a presença dele, edificado na presença dele e se perde nos rios caudalosas da sua Presença, a sua mente terá que seguir o seu espírito à medida que você ora e navega no seu Senhor. Contemplar o Senhor - "Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na minha vida, para contemplar a beleza do Senhor, e meditar no seu templo" (Sl 27.4). Quando você se dispõe a contemplar a beleza do Senhor, a sua mente vai seguindo a trilha que o seu espírito está dando. Quanto mais contemplamos o Senhor, mais vamos sendo transformado à imagem d’Ele. Ativamente você induzir o seu coração a buscar a Deus, a estar na presença dEle. Orar a Palavra - "O Espírito é que vivifica; a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito, são espírito e são vida" (Jo 6.63). A Palavra é viva, ela é espírito e é vida. Orar a Palavra de Deus disciplinar a nossa mente, requer uma atitude ativa. Enchei-vos do Espírito, falando, cantando, orando, ministrando. Deus nos leva para regiões íntimas e profundas nEle, através do nosso espírito. É baseado numa atitude, numa posição, em um posicionamento ativo. Eu induzo o meu coração ao Senhor, eu aplico o meu coração nessa direção. Isso é o que Deus espera, o que Deus requer. Deus não pode trabalhar e vê-se impedido de agir por causa da sua passividade. Ao orarmos a palavra estaremos descansando a nossa mente nos trilhos estritos que a Escritura está dando. Não teremos que formular frases e nem exercitar á mente. Não tomaremos a Palavra nesse momento para meditarmos, nem para descobrirmos novas verdades, mas estritamente para dar à mente o caminho vivo da disciplina.Há várias maneiras de você orar a Palavra. Você pode tomá-la como fonte de conhecimento de Deus - como manual de princípios espirituais - ou como um livro de histórias. Pode tomá-la também como arma, pois ela é espada - ou ainda, como temos ensinado aqui: como alimento. A Palavra, que é espírito e vida, porque não é a palavra de qualquer, mas a Palavra da própria boca de Deus. Ele diz que a Palavra é espírito e Vida, pode ser bebida para dentro do seu espírito, pode ser comida, pode ser instrumento de vida para mim. Isso é uma maneira completamente diferente de se aproximar da Palavra de Deus. Você pode se aproximar da Palavra para o seu conhecimento. Se eu a torno como alimento para dentro do meu espírito, como vida, eu vou tomar cada palavra, não para meditar nela, eu irei disciplinar a minha mente, e pegarei cada palavra, por exemplo, do Salmo 23. Irei comer, beber, como se desfrutasse de uma gostosa laranja. Vou sorver para dentro do meu espírito cada palavra, como se bebesse o caldo da laranja para deleite do meu paladar natural. Se você ora um texto da Palavra, comendo e bebendo para dentro do seu espírito, no final disso, a conseqüência extra será que você receberá muita revelação. Ficará assustado com tanta luz. Dessa forma, a mente seguirá o espírito quando você colocar a trilha que o espírito está orando diante dela. Você está disciplinando a sua mente a seguir o seu espírito. Antes da Reforma Protestante, Deus levantou um homem -Francisco de Assis. Naquela época, o povo vivia na profunda ignorância, vivia-se um folclore religioso, mas não se vivia a palavra de Deus e nesse contexto Deus chama aquele homem, no século XIII, e Deus falou com ele - restaura a minha igreja, a princípio ele achou que era para restaurar aquelas capelas de pedras, até que Deus começou a mostrar que não era aquele tipo de restauração que Deus queria. O que Ele queria era a restauração de um cristianismo do coração, de uma vida íntima com Deus, do fluir da presença e da unção do Espírito Santo. Aquele homem, então, começa a ter revelação do princípio da cruz. Deus os conduzia às profundezas. 77
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Pouquíssimos evangélicos têm revelação desse princípio. Isso é o estilo de vida que entra no profundo quebrantamento produzido pelo Espírito Santo a partir do seu espírito. Francisco de Assis entrou em alguns exageros, por exemplo, abriu-se para a irmã morte, para a irmã enfermidade, mas também Deus fez coisas positivas a partir daquele mover. Deus criou uma situação irônica. O representante oficial da igreja, era o Papa Inocêncio III, que representou o apogeu do domínio Papal através do domínio econômico, militar e político. Imperadores tinham que se dobrar diante dele para serem coroados. Inocêncio III era a expressão maior da arrogância, do orgulho, entrara na vida clerical ainda garoto quando sua família comprou alguns dos cargos eclesiásticos mais importantes. No meio daquele contexto, Deus levantou um contemporâneo de Inocêncio: Francisco de Assis, manso, humilde, quebrantado e cheio do Espírito Santo. Francisco saia para alguns retiros, para estar sozinho com o Senhor e O contemplar. Segundo seus discípulos ele começava a adorar profundamente com jejuns e oração. Adorando, ministrando e bebendo, ele começava a chorar, chorar, embevecido daquela presença. Às vezes dizia: "O amor (Jesus) não é amado..." Depois desses retiros, ele saia para determinadas aldeias e começava a pregar e a falar do Salvador. Falava de quem havia encontrado pessoalmente. Falava da meiguice do Senhor Jesus, da humildade do Nazareno e da Sua doce presença. Segundo os biógrafos, multidões inteiras entravam num pranto convulsivo. O Espírito de Deus produzia arrependimento de pecados, conversões e a Glória de Deus era experimentada. Isto no século XIII, bem antes da Reforma. A medida que você reservar tempo para estar diante do Senhor para orar em línguas, para contemplar, para adorar, você vai receber o resultado do que você está plantando, Na medida que você semear, você irá colher. Cada vez que você usar uma dessas ferramentas, você estará disciplinando a sua mente, e se enchendo do Espírito, e cada vez mais a sua alma estará sendo transformada, pela renovação da sua mente (Rm 12.1-2). Por isso tome, coma, beba do "Eu Sou, pois Ele é a fonte de tudo o que você precisa, para ter uma vida cristã satisfatória.
As Implicações de Sermos Habitação de Deus no Espírito O Templo Sagrado Somos Nós e Não o Prédio da Igreja Há uns dez anos atrás quando o Senhor me deu luz sobre este assunto, fiquei meio atônito com as implicações dessa verdade. Você já parou para pensar nas implicações disso? Quer dizer que a partir de agora para onde você for, o Senhor irá com você. Quando você chega, Ele chega; quando você sai, Ele sai. Assim, aquele velho conceito de templos sagrados feitos de pedra e tijolos é completamente proscrito, pois o templo é você. Você é sagrado e quando você chega o ambiente que o recebe torna-se santificado. Na verdade o local de reuniões da sua Igreja só fica sagrado quando o primeiro crente chega trazendo o Espírito Santo.
A Oração com Imposição de Mãos Começa a fazer mais sentido a oração com a imposição de mãos. Já imaginou o sentido disso? Por que impomos as mãos para orar, para ordenar ministérios e para abençoar? O que temos de especial para ser necessário impormos as mãos sobre as pessoas? Mas o que é imposição de mãos? É transferência. Mas o que transferimos? Transferimos o que está dentro de nós. O Senhor está dentro de nós; Ele, Sua unção, Sua vida e virtude. É isso que está dentro de você e é comunicado quando toca alguém e impõe as mãos. Tudo o que Ele faz, Ele o faz através de nós. Ele pode salvar, curar, libertar, batizar com o Espírito Santo, fortalecer e edificar. É o Cristo maravilhoso comunicado, compartilhado, ministrado e transferido e que reside dentro de nós.
Somos o Seu Corpo Outra implicação maravilhosa de termos o Senhor residindo em nós é o fato de termo? sido constituídos Corpo de Cristo. Já pensou para o que serve um corpo? Alguém diria que para andar, se reproduzir, falar... Mas sendo mais elementar ainda na resposta, podemos dizer que corpo é para expressão! Por que Deus nos constituiu "Corpo de Cristo"? Se a função básica de um corpo é se expressar, podemos ver com clareza que o Senhor desejava expressar Seu amor, Sua compaixão, Sua graça e misericórdia, Sua justiça e Seu caráter. Assim, se você é constituído Corpo de Cristo para Sua própria expressão eu posso dizer que as suas mãos são as mãos do 78
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Senhor, seus pés são os pés do Senhor, seus olhos são os olhos do Senhor, a sua boca é a boca do Senhor e assim por diante. Quando você toca alguém, o Senhor toca, quando fala o Senhor fala, quando chega é o Senhor chagando e quando dirige seu olhar para algo ou alguém, são os olhos do Senhor postos sobre alguém. O Senhor que reside dentro de você se expressa por seu intermédio. Quão tremendo é isso!
APÊNDICES ORAR LENDO A PALAVRA Quando um bebê nasce, a sua necessidade mais imediata é tomar leite para se alimentar. Sem alimento, a criança nova não somente deixará de acompanhar o crescimento normal, mas brevemente virá a ser fraca e eventualmente poderá até morrer. Depois que somos salvos e nascidos de novo, a nossa necessidade mais imediata é que aprendamos a beber o Senhor como nosso leite e alimento espiritual. Sem esse alimento espiritual nós também não temos o crescimento normal e em pouco tempo estaremos espiritualmente mortos. Nos Evangelhos, o Senhor Jesus Se apresenta como um banquete para nós bebermos e comermos. Ele diz no quarto capítulo de João que Ele é "a água viva" para nós bebermos. No sexto capítulo do mesmo livro, Ele diz que Ele é "o pão da vida" para ser comido. Depois, a Bíblia diz em I Coríntios 12: "E a todos nós foi dado beber de um só Espírito". Nós O bebemos e o comemos, e, em conseqüência disso, nos deleitamos Nele e O recebemos como o nosso alimento espiritual. Temos que louvar o Senhor por Jesus Cristo se apresentar a nós como um banquete para satisfazer todas as nossas necessidades e ser nosso suprimento. Todos nós sabemos que o Seu nome é o grande "EU SOU", o qual significa: EU SOU tudo quanto Meu povo precisa. Em I Pedro 2.2-3, nós temos uma passagem muito importante: "desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para a salvação, se é que já provastes que o Senhor é bom". Esses versículos são importantes para nós, porque nos dizem claramente como experimentar o Senhor: beber o "leite genuíno (puro) da Palavra". Se nós quisermos experimentar Cristo, temos que beber o leite da Palavra. Assim estaremos nutridos para o crescimento espiritual. Glória ao Senhor, a Bíblia diz "provastes!". Ela não diz que nós conhecemos este ou aquele aspecto acerca do Senhor. Quando nós bebemos o leite da Palavra, na realidade nós estamos provando o Senhor. Portanto, o modo para nós provarmos o Senhor é simplesmente tomando o leite da Palavra. A Palavra não é somente para nós estudarmos e aprendermos. O modo pelo qual o Senhor alimenta o Seu corpo é pela Sua Palavra. Se desejamos nos deleitar no Senhor e sermos alimentados por Ele, precisamos vir à Palavra para provar do Senhor. Todavia, a idéia que muitos de nós temos a respeito da Bíblia é que ela é uma espécie de ensino, um livro cheio de doutrinas. Deste modo, nós chegamos à Palavra com a intenção de entendermos e sabermos alguma coisa. Em toda a nossa vida cristã, quanto da Palavra temos nós ingerido como alimento para o nosso espírito? Devemos responder honestamente que a maioria de nós tem ingerido muito pouco. Nós não devemos ir à Bíblia para aprender e entender somente. A Bíblia não é a "árvore do conhecimento", é a "árvore da vida"! Se pegarmos a Palavra de Deus como a "árvore do conhecimento", nós a usaremos erradamente porque II Coríntios 3.6 diz que "a letra mata". Nunca devemos pegar a Palavra como um livro de letras, mas como um livro de vida. Todos os cristãos sabem que a função da Palavra de Deus é revelar Deus para nós. Ainda que isto seja verdade, essa não é sua principal função. A principal função da Bíblia e expandir Deus dentro de nós como vida e como suprimento de vida. Não só nos fornecer conhecimento a respeito de Deus e do Seu amor, mas expandir o próprio Deus dentro de nós. Sempre que lermos a Bíblia, não devemos somente tentar conhecê-la ou entendê-la, mas apropriarmo-nos de alguma coisa da essência de Deus para dentro de nós, assim como fazemos ao comer nossa comida. Igual à comida, essa substância será absorvida dentro de nosso ser. I Timóteo 4.6 diz que somos "alimentados com as palavras de fé". Sem dúvida temos lido esse versículo várias vezes, mas temos nós notado a palavra "alimentados"? Aleluia! O conceito do apóstolo Paulo era que a Palavra de Deus é comida para alimentar os filhos de Deus. Nós também devemos ter a mesma percepção a respeito da Palavra de Deus. Não devemos considerá-la só como conhecimento, mas como comida para alimentar-nos e suprir-nos a toda hora. I Timóteo 1.10 fala das coisas que "se opõem à sã doutrina". De acordo com o texto original, a palavra "sã" significa saudável. A Palavra de Deus não é somente sã doutrina para a mente, mas doutrina saudável para vida. Esta palavra saudável no grego é equivalente à palavra higiene. A higiene está muito relacionada com saúde. Devemos ter mais do que uma palavra sã; devemos ter uma palavra saudável, a qual nos alimenta e nos supre. As Escrituras revelam no mínimo três casos daqueles que comeram a Palavra de Deus. O primeiro é Jeremias, que disse: "Achadas as tuas palavras, logo as comi" (Jr 15.16). Comer alguma coisa não é meramente recebê-la, mas absorvê-la. Absorver é receber 79
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alguma coisa dentro de você, digerir e fazer disto parte de você mesmo. O segundo caso de alguém que tenha comido a Palavra de Deus é narrado no livro de Ezequiel, onde o profeta Ezequiel comeu a Palavra de Deus (Ez 3.1-3). Finalmente, em Apocalipse 10, nós vemos que o apóstolo João também comeu a Palavra de Deus. Jeremias disse: "as tuas palavras me foram gozo e alegria para o coração" (Jr 15.16b). Esta é uma espécie de prazer. A Palavra, depois de ter sido comida vem a ser gozo e também alegria. A Palavra de Deus é prazer; depois de estar em nós e ser absorvida bem dentro de nós, torna-se alegria em nosso interior e regozijo exterior. Davi disse: A Palavra na verdade é uma satisfação: é ela até mais doce e mais agradável do que o mel para o nosso paladar. Desses versículos, percebemos que a Palavra de Deus não é somente para nós aprendermos, mas para nós a provarmos, comermos, deleitarmos nela e digeri-la. O Senhor Jesus também fala da Palavra de Deus como alimento espiritual: "Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt 4.4). Toda palavra que procede da boca de Deus é comida espiritual para nos alimentar. Esta é a comida pela qual devemos viver. Qual a substância, a essência da Palavra de Deus? A resposta é encontrada em 2 Timóteo 3.16: "Toda Escritura é inspirada por Deus...". A tradução de João Ferreira de Almeida diz "inspirada por Deus", mas o significado na língua original é "soprada por Deus". Nós sabemos que "Deus é Espírito" (Jo 4.24); o Espírito é a essência e a natureza de Deus. "Deus é Espírito" (assim como uma mesa de madeira é). Visto que a Palavra é o sopro de Deus, e "Deus é Espírito, tudo que é soprado por Deus tem de ser Espírito! Então, a essência ou a natureza da Palavra de Deus é Espírito. O Espírito é a profunda essência da Palavra de Deus. Agora nós podemos ver porque o Senhor Jesus disse que as palavras que Ele disse "são Espírito e são vida" (Jo 6.63). Uma revelação, um pensamento ou uma doutrina nunca poderiam ser vida, mas porque a Palavra é Espírito, eles são vida. A natureza deste livro é a essência do próprio Deus.Toda vez que nós lidamos com esse livro, devemos saber que estamos tocando Deus mesmo. Tendo visto que a Palavra de Deus é a essência do próprio Deus e que ela é para o nosso gozo espiritual e alimentação, devemos ver agora a maneira certa de vir à Palavra. Qual é a maneira? Devemos olhar para a Palavra de Deus como é mencionada em Efésios 6.1718. Para esclarecer o versículo 17, é melhor adicionar a palavra que é absolutamente correta, de acordo com a construção gramatical da língua original. Podemos traduzir desse modo: "Tomai... a espada do Espírito, o qual Espírito é a Palavra de Deus, com toda oração e súplica". De que maneira devemos, portanto, nos alimentar da palavra de Deus de acordo com essa passagem? "Com toda oração e súplica". Isso é o que nós chamamos "ORAR-LER"! Novamente devemos repetir - a Palavra de Deus deve ser tomada "com toda oração". Simplesmente pegue a Palavra de Deus e ore-lendo alguns versículos de manhã e à noite. Não há necessidade de você exercitar a sua mente para tirar dela algum proveito e não é necessário que você reflita sobre o que leu. Somente ore com as mesmas palavras que você leu. Em cada página e em cada versículo, existe uma oração viva. Não há necessidade de fechar os olhos quando você ora. Em todos os 66 livros da Bíblia, não achamos um versículo que diz que devemos fechar os olhos para orar, mas há um versículo que diz que "Jesus...levantou os olhos ao céu, e disse: Pai..." (Jo 17.1). Ele estava olhando em direção ao céu enquanto estava orando. Não que devemos agora argumentar sobre doutrinas, mas devemos reconhecer que não há necessidade de nós fecharmos os olhos, quando oramos. Seria melhor se fechássemos a nossa mente! Por exemplo, ao orar-ler Gálatas 2.19, apenas olhe para a página impressa que diz: "Estou crucificado com Cristo". Então, com os olhos na Palavra e orando do fundo de seu interior, diga: Glória ao Senhor, "Eu estou crucificado com Cristo". Amém! "Eu estou", Ó, Senhor, "Estou crucificado". Louvado seja o Senhor! "Crucificado com Cristo", Amém! Aleluia! "Contudo", Amém! "Eu vivo", Ó Senhor! "Eu vivo" Aleluia! Aleluia! "Não eu, mas Cristo", etc... Aí talvez você abra em João 10.10 e leia: "Eu vim para que tenham vida". Então, com os seus olhos ainda na Bíblia, você pode orar. "Eu vim". Amém! "Eu vim". Aleluia! "Eu vim para que tenham vida". Louvado seja o Senhor! "Para que tenham vida". Aleluia! "Vida". "Amém! Vida", O Senhor! "Vida". Não há necessidade de você compor alguma sentença ou criar uma oração, somente você verá que toda a Bíblia é um livro de oração! Você pode abrir em qualquer página da Bíblia e começar a orar com qualquer porção da Palavra. A Bíblia é o livro, o livro santo. "Toda palavra que vem da boca de Deus" é diferente de qualquer outra, até da melhor do mundo. O mundo tem somente as palavras dos seres humanos, mas a Bíblia tem a Palavra de Deus! Toda palavra nesse livro é a Palavra de Deus. Mesmo que você não entenda alguma passagem, ainda assim você está se alimentando enquanto ora e lê porque há realmente alguma coisa de Deus em Sua Palavra: a Palavra de Deus é o Seu sopro. Não há necessidade de explicações ou expor a Palavra; simplesmente ore com a Palavra. Para maior satisfação, alimentação, e orar-ler a Palavra correta, adequadamente, nós precisamos do Corpo, a Igreja. Nós podemos gostar de orar-ler a Palavra individualmente, mas se tentarmos isso com um grupo de cristãos, estaremos no terceiro céu! A explicação para isso é que o alimento é para todo o Corpo, não meramente para um membro sozinho. Não comemos comida simplesmente por causa do nosso braço; tampouco pensamos que a mão pode comer por ela mesma. Não, o alimento é para ser comido pelo Corpo e o alimento é para o Corpo. O princípio é que comer é para o Corpo, não somente para os membros. Portanto, a melhor maneira de você orar-ler é com os outros membros do Corpo. Você vai lucrar orando-lendo sozinho, mas você verá a diferença quando se reunir com outros irmãos e irmãs. 80
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Quando nos reunimos com os irmãos e irmãs para orar-ler, existem quatro palavras que devem ser lembradas: rápido, curto, verdadeiro e novo. Primeiro, precisamos orar rapidamente, sem hesitar. Quando somos rápidos pra orar, não temos tempo para usar a nossa mente e considerar. Depois, as nossas orações devem ser curtas porque orações longas precisam de alguma composição. Devemos esquecer sobre composição de uma longa oração somente proferir uma frase ou uma sentença. Faça isto de uma maneira rápida e breve. E precisamos também ser verdadeiros, não atores. Diga algo de um modo verdadeiro. Finalmente, nossas orações devem ser novas, não velhas. A melhor maneira de elas serem novas é não orarmos com as nossas palavras, mas com as palavras da Bíblia. Cada passagem, cada linha desse livro pode ser usada como oração e será uma oração bem nova, cheia de frescor. Milhões têm provado que esta é a maneira certa de se chegar à Palavra de Deus. Isso tem revolucionado suas vidas. Pode não funcionar tão bem no começo, mas com prática e coração sincero, você tocará o Espírito vivo. Se você tentar tanto individualmente como no Corpo, você será capaz de testificar das riquezas de Cristo que têm sido doadas a você pelo "orar-ler" a Palavra de Deus. Você verá bênção e crescimento na sua vida espiritual. Haverá uma grande mudança. Entrando em contato com a Palavra desse modo, para saborear a Cristo e ser alimentado por Ele, você será uma pessoa crescendo para a maturidade, cheia de vida e plena com Aquele que vive.
Uma maneira simples para tocar o Senhor Em suas epístolas, Paulo nos revela, clara e enfaticamente, o ponto fundamental, o objetivo máximo do andar cristão: "Para O conhecer" (Fp 3.10); "Para mim o viver é Cristo" (Fp 1.1); "Disto, que é a nossa vida" (Cl 3.4). Por meio desses versículos, todos nós podemos ver que a realidade e o ponto central da vida cristã é simplesmente o próprio Cristo. Como pessoas que nasceram de Deus e têm Cristo vivendo em seu interior, todos os cristãos precisam ser levados, pela misericórdia do Senhor, ao ponto de não mais serem surpreendidos estudando sobre Cristo ou fazendo alguma coisa para Ele, ou mesmo servindo-O. Mas, pelo contrário, estejam na realidade de tocá-Lo e experimentá-Lo de uma maneira viva à cada dia. Romanos 5.10 testifica: "Porque se nós, éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte de Seu Filho, muito mais, tendo sido conciliados, seremos salvos em Sua vida" (V.R.). Esse "muito mais" quer dizer mais de Cristo. A experiência inicial de salvação de um cristão é verdadeiramente maravilhosa. Ele é agora uma pessoa nascida de Deus, mas "muito mais" ele deve ser salvo pela vida de Cristo. Toda pessoa que conhece Cristo como seu Salvador pode e deve ser levada a essa experiência de "muito mais", a qual consiste em penetrarmos na plenitude e realidade de uma vida completamente centrada em Cristo, experimentando-O, tocando-O e desfrutando-O à cada momento. Como nós podemos experimentar Cristo de uma maneira prática como nossa própria vida a cada momento? O Senhor nos deu uma maneira simples. Tudo o que precisamos fazer é invocá-Lo, e então tocaremos Aquele que é o suprimento que dá vida. Em Romanos 10.12b-13, a Bíblia diz: "... porque o mesmo Senhor de todos é rico para com todos os que O invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo" (V.R.). No passado talvez tivéssemos o conceito de que esses versículos eram aplicáveis somente a uma experiência inicial de salvação, mas todos sabemos que cada cristão precisa de uma salvação diária do pecado, do ego, das fraquezas humanas, etc. Do lado positivo, ele também precisa de um suprimento abundante do Senhor para nutri-lo e fortalecê-lo, a fim de que ele possa amadurecer para dentro de Cristo em todas as coisas. O caminho para a realização disso é simplesmente pelo invocar o Senhor. Ele é rico para com todos os que O invocam. Nós vemos que, em 2 Timóteo 2.22, Paulo incita Timóteo a viver a vida cristã com aqueles que invocam o Senhor com um coração puro. A experiência de Cristo pelo cristão na forma proposta por Deus deve ser real para o crente e um testemunho para aqueles que estão no mundo. Qual era o testemunho dos primeiros cristãos? Era este: eles eram o povo que invocava o nome do Senhor. Vemos isso em Atos 9.14, onde está escrito que Paulo, antes de sua conversão, perseguia todos aqueles que invocavam o nome do Senhor. Ele recebeu "autoridade dos principais sacerdotes para capturar todos os que invocavam Seu nome", Primeira Coríntios 1.2 reafirma isso, mostrandonos claramente que os primeiros cristãos eram aqueles que em todo lugar invocavam o nome do Senhor. Muitos cristãos hoje têm começado a praticar o invocar o nome do Senhor à cada dia, à cada hora e à cada momento, de uma maneira simples e prática. Para seu gozo, eles têm descoberto que o Senhor é tudo o de que necessitam, e que eles podem tocá-Lo e ter comunhão com Ele a qualquer hora e em qualquer circunstância, simplesmente invocando-O do mais profundo de seu interior. O nosso invocar ao Senhor não deveria ser de uma maneira objetiva, invocando o Cristo que habita nos céus, mas invocando o Cristo que é o Espírito e que habita profundamente no interior do nosso ser. Assim sentiremos o fluir e a comunhão de Cristo dentro de nós. "Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes o que o Pai procura para Seus adoradores. Deus é Espírito; e importa que os Seus adoradores, que O adoram, O adorem em espírito e em verdade" (Jo 4.23,24). Essa verdadeira adoração ou comunhão deve ser constante e vivificante para todo cristão. A verdadeira adoração nesses versículos não consiste em tomar parte ou guardar certas regras, formas, rituais ou regulamentos, mas pelo contrário, em invocar o Senhor do mais profundo de seu ser, contando e 81
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tendo comunhão com Jesus Cristo, a Verdade, a Realidade. O desejo do Pai para nós é que possamos desfrutar e participar dessa verdadeira adoração, que é tocar e ter comunhão com o Seu Filho durante todo, e à cada dia. Quer no trabalho, na sala de aula, dirigindo um carro, conversando com um amigo ou em reuniões com outros cristãos, Seu desejo é que nós contatemos e tenhamos comunhão com o nosso Senhor. Novamente temos de louvar e agradecer o Senhor porque Ele não somente nos disse que precisamos invocá-Lo, adorando-O em espírito e em realidade, mas Ele também nos deu uma maneira muito prática e simples para tocá-Lo nessa verdadeira adoração. A Bíblia nos dá exemplos claros que nos mostram que podemos tocar e experimentar o Senhor em adoração, simplesmente invocando o Seu nome. Em Mateus 8.2, lemos: "E eis que um leproso, tendo-se aproximado, adorou-O, dizendo: Senhor,..." Depois, em Mateus 15.25, nós lemos: "Ela, porém, veio e O adorou, dizendo, Senhor,..." Esses versículos nos ajudam a ver que podemos participar da verdadeira adoração em qualquer lugar, a qualquer hora, e em qualquer situação. Qualquer que seja nossa circunstância imediata, podemos adorá-Lo simplesmente orando: "Ó Senhor, Ó Senhor". Muitos cristãos estão descobrindo que o simples respirar Seu nome, "Ó Senhor", quando são tentados, oprimidos ou apenas distraídos, leva-os a um verdadeiro contato e comunhão com o Senhor, e a uma completa libertação do ego, do pecado, do mundo, etc. Quando clamamos ao Senhor desta maneira, do profundo do nosso interior, temos uma sensação profunda de Cristo e da Sua vida fluindo e movendo-Se dentro de nós. Nos Salmos, vemos que, quando os salmistas oraram ao Senhor, eles clamaram: "Ó Senhor", mais de 180 vezes. Numa ocasião, um salmista disse: "De todo o coração eu Te invoco, ouve-me, Senhor" (Sl 119.145). Em outra ocasião um deles disse: "Então invoquei o nome do Senhor: Ó Senhor..." (Sl 116.4). Na verdade, não é algo leve invocar o Senhor; contudo, é tão simples e prático, pois, dessa maneira, podemos diariamente, à cada momento, tocar e experimentar Cristo como nossa satisfação interior e nosso gozo. A Bíblia nos dá um outro exemplo da verdadeira adoração em Apocalipse 19.4: "E os vinte e quatro anciãos e quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que está sentado sobre o trono, dizendo: Amém! Aleluia!" (V.R.). Segunda Coríntios 1.20 diz:" Porque quantas são as promessas de Deus, Nele é o sim, porquanto também por Ele é o Amém para Deus" (V.R.). E em Apocalipse 3:14 encontramos que "Amém" é um outro nome dado a Cristo. Quando clamamos Amém do profundo do nosso interior, sentimos que tocamos Cristo, da mesma maneira que quando invocamos "Ó Senhor", porque assim como Seu nome é Senhor, Seu nome também é Amém. Então, em I Crônicas 16.36 vemos que o nosso clamar "Amém", é um verdadeiro louvor ao Senhor. "Bendito seja o Senhor Deus de Israel, desde a eternidade até a eternidade. E todo o povo disse: Amém! e louvou ao Senhor". Clamarmos "Amém" do profundo do nosso interior é invocar o Senhor e tocá-Lo. Aleluia - significa: "Louvado seja o Senhor". Isto é, "Louvai a Jeová", e inúmeras vezes o salmista usou aleluia na sua adoração e louvor a Deus. Os últimos cinco Salmos começam e terminam com esta palavra celestial de adoração. Nós também encontramos essa palavra oferecida em adoração a Deus em Apocalipse 19.1,3,4,6. Hoje ela ainda é a mesma; nós podemos adorar e ter comunhão com o nosso Senhor dessa mesma maneira simples. Durante todo o dia, clame apenas: "Ó Senhor, Amém, Aleluia", do mais profundo do seu ser. Do mais profundo do seu ser, simplesmente respire: "Ó Senhor", "Amém", "Aleluia", e você provará a doçura e a realidade do próprio Senhor. Você começará a perceber, cada vez mais, que Sua vida é verdadeiramente uma vida que salva. Hoje muitos cristãos têm descoberto que eles podem conhecê-Lo, que podem ser trazidos para dentro do poder da Sua ressurreição, experimentar Sua salvação espontânea, e andar em unidade com Ele, clamando a cada momento: " Ó Senhor, Amém, Aleluia!" (Texto extraído do livro Oração -O Primeiro e o Último Recurso de Witness Lee e Watchman Nee)
Do lugar raso às profundezas Enquanto você lê este título, talvez sinta que simplesmente não é uma daquelas pessoas capazes de uma profunda experiência com Jesus Cristo. A maioria dos cristãos não percebe que é chamado para uma relação mais profunda e interior, com o seu Senhor. Mas todos nós fomos chamados às profundezas de Cristo, tão certo como fomos chamados para a salvação. Quando falo de uma profunda e interior relação com Cristo Jesus, estou falando de oração. Não aquela oração mental, do entendimento natural, mas a que vem diretamente do coração. A oração que sai da mente é inadequada, mas aquela que brota do coração, que não é interrompida pelo pensamento, nem por nada, aquela que é baseada na simplicidade, que acontece quando você se volta, de todo o coração para o seu espírito, em busca de Jesus - é desse tipo de oração que estou me referindo. A única coisa que pode interromper a nossa oração são os desejos egoístas. Mas nem por isso precisamos nos entristecer, porque, mesmo assim há encorajamento, pois, a partir do momento em que nos alegramos no Senhor e provamos a doçura do seu amor, até mesmo esses desejos egoístas não terão qualquer poder. A nossa intimidade com o Senhor, nos convence de que é impossível ter prazer em qualquer outra coisa, senão nEle. E compreensível o fato de muitos irmãos se sentirem vagarosos, ou com uma compreensão pobre, ou se sentirem pouco espirituais. Mas deixe-me encorajar você, não há nada que seja mais fácil do que obter a percepção de Cristo Jesus, e, uma vez que você já 82
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nasceu de novo, ele já está presente em você, no seu espírito, e o desejo dEle dar-se a você é bem maior do que o seu de receber mais e mais dEle. E necessário descobrir o caminho contactar Deus, e isso é tão fácil quanto aspirar o ar: para ter contato com Deus basta voltarse para o seu espírito. À medida que experimentamos Cristo, passamos a viver pelo próprio Deus, é uma oração simples como respirar. Isso é tão verdadeiro que se, por algum motivo, deixarmos de orar, isso vai se constituir em pecado. Mas como se tornará tão fácil estar com o Senhor, que não mais negligenciaremos. Vamos adiante, portanto, e aprendamos esse modo simples de orar. Um a vez na presença do Senhor fique silencioso e quieto diante dEle. E agora, simplesmente comece a Oração do Senhor comece com a palavra "Pai". Ao fazê-lo, deixe que o sentido completo dessa palavra toque profundamente seu coração. Creia que o Deus que vive dentro de você está de fato desejoso de ser seu Pai. Derrame seu coração a Ele, como a criança faz com seu pai. Nunca duvide do profundo amor do Senhor por você. Nunca duvide de Seu desejo de escutá-lo. Invoque o Seu Nome e permaneça diante dEle silenciosamente por algum tempo. Permaneça assim, esperando conhecer o Seu coração. Deus quer receber você como uma frágil criança, que está toda suja e muito machucada - uma criança que tem sido ferida ao cair e isso repetidamente. Venha ao Senhor como alguém que não tem qualquer força própria; como alguém que não tem qualquer poder para se purificar. Humildemente, exponha sua triste condição diante do olhar de Seu Pai. Enquanto está aí, diante dEle, diga, ocasionalmente, uma palavra de amor para Ele e uma palavra de pesar sobre seu próprio pecado. Permaneça deste modo por um tempo. Então sentirá que é tempo de ir adiante. Continue a oração do Senhor. Nunca procure o Reino de Deus em qualquer lugar senão dentro de você. E, uma vez que tenha percebido que o Reino de Deus está dentro de você e que somente aí Ele pode ser encontrado, venha logo ao Senhor. E, vindo, faça-o com um profundo senso de amor; venha a Ele mui docilmente; venha a Ele com um profundo senso de adoração. Ao chegar a Ele, reconheça humildemente que Ele é tudo. Confesse-Lhe que você nada é. Feche seus olhos para tudo ao redor; comece a abrir os olhos interiores de sua alma, voltando-os para o seu próprio espírito. Em uma palavra, dê toda sua atenção às partes profundamente interiores de seu ser. Você precisa somente crer que Deus mora em você. Esta fé, e somente ela, o levará à Sua Santa Presença. Não permita que sua mente vagueie, mas mantenha-a em submissão. Querido filho de Deus, todos os seus conceitos sobre Deus não levam a nada, realmente. Não tente imaginar na mente como Ele é. Pelo contrário, simplesmente creia em Sua Presença. Nunca tente imaginar o que Deus fará. Não há qualquer jeito de Deus se acomodar aos seus conceitos. Que fará você então? Procure contemplar Jesus Cristo, olhando para Ele em seu ser mais interior, em seu espírito. Vamos encerrar este capítulo, vendo um terceiro modo pelo qual você pode começar um encontro mais profundo com o Senhor. Você pode fazê-lo considerando seu Senhor como seu Médico. Traga a Ele todas as suas enfermidades, para que Ele possa curá-las. Mas, ao chegar a Ele, não o faça ansiosamente e não fique inquieto. Ao se aproximar, faça uma pausa de vez em quando.Esses períodos de espera silenciosa diante do Senhor irão aumentando gradualmente. Mais ainda, seus esforços próprios irão diminuindo paulatinamente. Chegará para você o momento em que Ele obterá completo controle, quando, continuamente você se render à operação de Deus dentro de você. Como você pode ver, aquilo que começou como algo muito simples, crescerá. Crescerá para tornar-se uma relação muito real e vital entre você e o Deus vivo. Quando a Presença do Senhor se tornar sua experiência, realmente descobrirá que você gradualmente começou a amar este silêncio e este repouso pacífico que vem de Sua Presença. Há um maravilhoso gozo em Sua Presença. Este gozo maravilhoso de Sua Presença ajuda a introduzi-lo em um outro nível de oração. Em algum ponto deste encontro com seu Senhor, você sentirá bem no fundo de seu espírito que é tempo para simplesmente manter-se em silêncio diante dEle. Quando sentir isso, não se desloque. O próprio Senhor o manterá em silêncio. Quando isso passar, então siga adiante para as próximas palavras da oração. "Seja feita a tua vontade assim na terra como no céu". Orando tais palavras, humilhe-se diante do Senhor, pedindo-lhe sinceramente que realize toda sua vontade em você e através de você. Renda seu coração em Suas Mãos. Renda sua liberdade em Suas Mãos. Renda à Seu Senhor o direito de fazer com você como Lhe agrada. Você sabe qual é a vontade de Deus? Sua vontade é que seus filhos O amem. Portanto, quando você ora "Senhor, seja feita a tua vontade", está pedindo ao Senhor que lhe permita amá-lO. Então, comece a amá-LO. E enquanto o faz, rogue-Lhe que lhe dê de Seu amor. Tudo que acabo de descrever-lhe, ocorrerá de modo muito doce e pacificamente, através de toda aquela Oração do Senhor. Vejamos agora outra possibilidade. Pode surgir uma ocasião em que, estando com o Senhor, você sentirá que deve pôr de lado a Oração do Senhor. Talvez você queira chegar a Ele como seu Pastor. Venha a Ele, pois, como uma ovelha que busca seu pastor à procura de alimento. Ao chegar a Ele, diga mais ou menos assim: "Oh, terno Pastor, Tu alimentas Teu rebanho com Tua própria Pessoa, e Tu és 83
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realmente meu pão de cada dia".
Orar a escritura "Orar a Escritura" é um modo especial de lidar com a Escritura; envolve tanto a leitura como a oração. Eis aqui como começar: Abra a Escritura; escolha alguma passagem que seja simples e suficientemente prática. A seguir, venha ao Senhor quieto e humildemente. Aí, diante Dele, leia uma pequena parte da passagem que você escolheu. Seja cuidadoso enquanto lê. Tome o que está lendo de modo completo e gentil. Prove-o, vá saboreando cada palavra, à medida que lê. No passado, pode ter sido seu hábito, enquanto lia, mover-se rapidamente de um versículo para outro, até que lesse toda a passagem. Talvez estivesse procurando o ponto principal do texto. Ao chegar ao Senhor, porém, por este meio, você deverá ir de uma passagem para outra, até que tenha sentido o verdadeiro coração daquilo que está lendo, depois tome a parte da Escritura que o tocou e transforme-a em oração.Depois de ter sentido algo da passagem, e depois de saber que a sua essência já foi extraída e que todo o sentido mais profundo dela já saiu, então, bem devagar, suavemente, e de modo tranqüilo, comece a ler a próxima parte do texto.
Contemplar ao Senhor Ao "olhar para o Senhor", você vem ao Senhor de modo totalmente diferente. Talvez, neste ponto, eu precise partilhar com você a maior dificuldade que terá em "esperar no Senhor". E isso tem a ver com sua mente. A mente tem uma tendência muito forte a afastar-se do Senhor. Portanto, quando você vem para diante do Senhor, para sentar-se em Sua Presença, contemplando-O, use a Escritura para aquietar sua mente. A maneira de executar isto é muito simples. Primeiro, leia uma passagem da Escritura, voltando-se para o seu próprio espírito. Uma vez que sinta a presença do Senhor, o conteúdo do que você leu não é o mais importante. A Escritura já atendeu ao propósito; acalmou sua mente; trouxe você para Ele. Para que você possa ver isto mais claramente, deixe-me descrever-lhe o modo como você se chega ao Senhor, pelo simples ato de contemplá-LO e esperar nEle. Você começa separando tempo para estar com o seu Senhor. Quando vier a Ele, venha calmamente. Volte seu coração à presença de Deus. Como fará isso? Pela fé. Você crê ter vindo à Sua presença. Depois, enquanto está diante do Senhor, comece a ler alguma parte da Escritura. À medida em que lê, faça uma pausa que deve ser completamente em calma. Você pára, de modo a colocar sua mente, interiormente, em Cristo. Você deve sempre lembrar que não está fazendo isto para obter algum entendimento do que está lendo; ao contrário, você está lendo a fim de voltar sua mente das coisas exteriores para as regiões profundas. É certo que você traga todas as suas necessidades ao seu Senhor. Mas, faça o que fizer, faça crendo numa coisa: Deus se encontra dentro de você. Entendo que você pode ser um daqueles que estabeleceu um padrão, um ritual, para suas orações. Você não deveria se sobrecarregar com rituais aprendidos. Não há necessidade de usar repetições ou orações memorizadas. Ao invés disso, faça simplesmente a oração do coração corno sugeri. Produzirá abundante fruto em sua vida. Assim fazendo, deixe-me sugerir dois modos de você vir ao Senhor. Ao primeiro chamarei de "Orar a Escritura"; ao segundo chamarei de "Contemplar o Senhor" ou "Esperar em Sua presença" de seu ser. Não está fazendo, na realidade, para aprender ou para ler mais, e sim para experimentar a Presença do seu Senhor. Enquanto você está diante do Senhor, mantenha seu coração na Sua Presença. Como? Isso também é pela fé. Sim, pela fé você pode manter seu coração na Presença do Senhor. Agora, esperando diante dEle, volte toda sua atenção para o seu espírito. Não permita que sua mente vagueie. Se sua mente começar a passear, volte sua atenção para as partes interiores de seu ser. Você ficará livre de andar dispersivamente, livre de qualquer distração exterior e será levado para perto de Deus. O Senhor é encontrado somente dentro do seu espírito, no recesso do seu ser, no Santo dos Santos; é aí que Ele habita. O Senhor certa vez prometeu que viria morar dentro de você (Jo 14.23). Prometeu àqueles que O adoram e que fazem Sua vontade que estaria dentro deles. O Senhor encontrará você no seu espírito. Foi Agostinho quem, certa vez, disse que havia perdido muito tempo, no começo de sua experiência cristã, tentando encontrar o Senhor, externamente, ao invés de voltar-se para o interior. Uma vez que seu coração tenha se voltado, interiormente, para o Senhor você terá uma noção de Sua Presença. Será capaz de notar Sua Presença mais agudamente, porque seus sentidos exteriores se tomaram agora muito calmos e tranqüilos. Sua atenção não está mais em coisas exteriores ou nos pensamentos superficiais de sua mente; ao invés disso, doce e silenciosamente, sua mente se toma 84
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ocupada com o que leu e pelo toque de Sua Presença. Oh, não se trata do que você há de pensar sobre o que leu, mas você se alimentará do que leu. Por causa do amor ao Senhor, você exercitará sua vontade para manter sua mente quieta diante dEle. Quando chegar a este estado você deve permitir que sua mente repouse. Neste estado muito cheio de paz, engula o que você já provou. No princípio, isto pode parecer difícil e estranho, mas talvez eu lhe possa mostrar quão simples é. Você não tem, por vezes, gostado do sabor de uma comida muito gostosa? Mas, a menos que esteja disposto a engolir a comida, não receberá qualquer nutrição. É a mesma coisa com seu espírito. Neste estado de calma, paz e simplicidade, apenas tome o que lhe é oferecido como nutrição, para dentro de seu espírito. E quanto às distrações: digamos que sua mente comece a ficar errante. Uma vez que você tenha sido tocado pelo Espírito do Senhor e se distraia, seja diligente em trazer sua mente errante de volta ao Senhor. Este é o modo mais simples que existe de sobrepujar as distrações externas. Quando sua mente vagueia, não tente forçá-la a mudar de pensamento. Veja: se você concentra-se no que está pensando, apenas irritará sua mente e vou instigá-la ainda mais. Ao invés disso, retire-se de sua mente! Continue retomando interiormente para a Presença do Senhor. Fazendo assim, você vencerá as guerras contra sua mente errante, mas, nunca se envolva diretamente na batalha! Esteja certo de que, à medida que sua alma for se acostumando a reter as coisas mais interiores, este processo se tomará muito mais fácil.Há duas razões pelas quais você O encontrará mais facilmente a cada vez que trouxer sua mente sob sujeição ao Senhor: uma, é que a mente, depois de muita prática, formará novo hábito, o de voltar-se profundamente para dentro, outra, é que você tem um gracioso Senhor! O principal desejo do Senhor é revelar-Se a você e, a fim de fazer isso, Ele lhe dá abundante graça. O Senhor lhe dá a experiência de gozar de Sua presença. Ele lhe toca, e Seu toque é tão delicioso que, mais do que nunca você é atraído interiormente por Ele. Compilado dos quatro primeiros capítulos do livro Experimentando as Profundezas de Jesus Cristo de Madame Guyon.
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BIBLIOGRAFIA
Esta Apostila foi desenvolvida a partir das seguintes fontes: 1.
Curso de Maturidade no Espírito (Módulo 1) – Igreja Videira (Goiânia)
2.
Instituto Bíblico da Igreja da Paz – Ministério Luz para os Povos
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