Artigo independencia do Brasil

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Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira Fundado em 13 de fevereiro de 1955 Registro nº 438, Liv A-02 Cartório de Títulos e Documentos CNPJ 07.217.980/0001-28 Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955. D. PEDRO I E A INDEPENDÊNCIAS DO BRASIL. Vera Lucia de Oliveira Mayer1 Setembro 2014

Pedro de Alântara Francisco Antonio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Brangança e Bourbon, esse era o nome completo da figura nacional que conhecemos apenas por D. Pedro I do Brasil. Nascido em Portugal em 12 de outubro de 1798. Filho de D. João VI e Carlota Joaquina. Veio para o Brasil com a família Real, em 1808 quando fugiam de Napoleão que ameaçava invadir Portugal. Em 1816 aos 18 anos de idade, casou-se com Maria Leopoldina, arquiduquesa da Aústria. Em 1821 quando a familia real portuguesa retorna para reassumir o trono em Portugal, seu pai o deixa no Brasil como príncipe regente. Na partida D. João disse ao filho que “tudo fizesse para o bem do Brasil e de Portugal antes que aventureiros tomassem seu lugar”. Lembrando-se sempre dos dizeres do pai, D. Pedro esforcava-se em unir os brasileiros com os portugueses. Sem concluir seus estudos em Portugal com a vinda para o Brasil ainda muito jovem, o herdeiro da coroa poruguesa também deveria retornar, era o que as cortes portugueses desejam. Além do que as Cortes de Portugal estavam preocupadas com os movimentos que ocorriam no Brasil em direção à emancipação política. Via-se no retorno de D.Pedro uma maneira de recolonizar o Brasil, enfraquecendo as idéias de independência.

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Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira.

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O povo brasileiro receava ficar sem o príncipe regente, e como prova de confiança, escreveu-lhe uma carta pedindo para que ficasse no Brasil como defensor do País. Os liberais do Partido Brasileiro recolheram cerca de 8 mil assinaturas, exigindo a permanência de D.Pedro no Brasil, carta que lhe foi entregue por José Clemente Pereira. D. Pedro respondeu a carta e declarou: "Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico". A data de 9 de janeiro de 1822 passou a ser conhecida como o “Dia do Fico”. O príncipe regente do Brasil, não acatou ordens das para que deixasse imediatamente o Brasil, retornando para Portugal. Este fato histórico foi importante, pois fortaleceu a posição brasileira de buscar a independência, distanciando cada vez mais da influência portuguesa. O ano de 1822 foi cercado de acontecimentos e desfechos políticos, econômicos e sociais tanto para Portugal quanto para o Brasil, que já vinham se prenunciando pelo menos desde 1820 e marcaram páginas decisivas para história de ambos. No dia sete de setembro de 1822, quando retornava de Santos para o Rio de Janeiro, encontrou na Colina do Ipiranga, mensageiros que lhe traziam cartas de Portugal e do Rio. Tomando conhecimento do que dizia D. João VI, Dona Leopoldina e José Bonifácio, com novos pedidos de que ele deveria retornar urgente para Portugal, arrancado da espada gritou: “Viva a

Independência e a separação do Brasil. Pelo meu

sangue, pela minha honra, pelo meu Deus, juro promover a liberdade do Brasil... Independência ou morte!” Foi no dia 12 de outubro de 1822 que D. Pedro foi proclamado Imperador do Brasil cuja cerimônia de coroação como D. Pedro I do Brasil foi realizada em 1º de dezembro. As tropas portuguesas percebendo sua derrota, retornaram à Lisboa. Ao tornar-se imperador do Brasil D. Pedro I se vê pressionado pelas elites em convocar Assembléia Constituinte, declarou inimigas as tropas portuguesas em território brasileiro; precisou administrar conflitos e disputas pelo controle político nas províncias, e uma sucessão de acontecimentos que pressionaram o então Imperador a se posicionar em favor dos brasileiros.

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Somente anos depois a cena do “Grito do Ipiranga” passou para a história como marco simbólico da “Independência do Brasil”. Isso se deve em parte porque foi depois que o Visconde de Cairu, ao narrar o acontecimento, dizia que D. Pedro afinal tinha de tomar uma decisão, ou mantinha o Brasil sob os domínios de Portugal ou libertava-o. Assim o dia sete de setembro foi sendo enfatizado para marcar o momento da emancipação política e principalmente para reafirmar o poder, a força e a consagração de D. Pedro I do Brasil como a figura mais importante no processo da independência, posicionando o Brasil como uma nação autônoma. Mesmo diante dos problemas decorrentes de uma nova sociedade que almejava consolidar-se, momento em que absolutistas, republicanos e democratas, conflitavam entre si, disputavam poder e ideologias e o Brasil passava por uma série crise política, era preciso fortificar a liderança do imperador. No passar do tempo, foi também a visão positivista da produção historiográfica veiculada pelo IHGB, que o sete de setembro resgatava a imagem D. Pedro I, valorizando a monarquia. Além da obra de Pedro Américo com o quadro a “Proclamação da Independência” que contribuiu para mistificar o “dia da Independência” como uma data a ser celebrada, rememorada todos os anos pelos brasileiros. Muito mais pontualmente depois das comemorações do centenário, ocasião em que muitas correntes também já estavam descontentes com a Velha Republica e trazem a visão monarquista e conservadora da Independência, sem a preocupação em distorcer ou emitir conflitos. O objetivo republicano aí, se concentrava em incutir no povo brasileiro o sentimento de orgulho e amor a Pátria à brasileira. Assim o passado monárquico, somado às idéias republicanas consolida de vez o “Sete de Setembro como a data “Magna” da nação brasileira e o sentimento patriota se incorpora a cada comemoração, como o dia em que o Brasil deixou de ser colônia portuguesa”. Para muitos historiadores, esse tipo de comemoração, rememora e traduz para o presente uma relação positiva em relação ao passado

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histórico, criando uma memória favorável em meio as crises do presente e a incertezas futuras tanto no plano individual como coletivo. Afinal, sete de setembro, é a data maior da nação brasileira, dia de celebrar a Independência. Até 1822, Portugal era o dono do Brasil. Aqui morava um filho português, o Príncipe D. Pedro. Ele deveria governar o Brasil do jeito que o Rei de Portugal mandasse. D. Pedro I ao enfrentar os grupos de situação e de oposição entrou para a história como o Pai da Pátria brasileira. Por amor ao Brasil recusou as Coroas de Portugal, da Grécia e a rica e poderosa coroa da Espanha. D. Pedro I governa o Brasil até 1831, quando abdica a coroa do Brasil, para reconquistar a de Portugal, deixando o império brasileiro para seu filho Pedro II que à época tinha apenas 5 anos. De volta a Lisboa, fica no trono português por pouco tempo, morre em 24 de setembro de 1834, com apenas 36 anos de idade. Em 7 de setembro, 192 anos atrás, o Brasil nasce como nação livre e soberana, se desligando oficialmente da tutela de Portugal, graças a coragem de D. Pedro de Bragança que as margens do Ipiranga proclamou a independência. O sete de setembro, a data maior da pátria, deveria ser celebrada intensamente, pois neste momento não importa se fomos explorados e podados, não importam as circunstâncias de nossa independência, as más figuras histórica, a falta de lisura daqueles que nos governam, que deveriam nos servir e no entanto nos exploram. Que a cada sete de setembro, data magna da nação brasileira os brasileiros possam

vivenciá-la com

alegria, com

liberdade e com

verdadeira emoção em todos os cantos e de todas as formas declarar o amor pelo Brasil: “Ó Pátria Amada, Brasil”. Amai-a com orgulho. Terra generosa que a mais de 500 anos tem recebido a todos quantos têm chegado em busca de abrigo, sustento e paz. Sem pátria seriamos somente massa humana! Somos parte da história e construtores do Brasil. Por isso é preciso lutar sempre, não desanimar nunca em busca dos sonhos e ideais, sobretudo porque temos uma pátria e somos livres, por mais que existam dificuldades, este ainda é um país de oportunidades. Viva o Brasil e o Povo Brasileiro.

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Referências. MARQUES. Christiane Szesz. LEITE. Renato Lopes. STANCIK. Marco Antonio. História do Brasil II. Ponta Grossa. UEPG/NUTEAD, p. 12-35 . 2011. SILVA, Helenice Rodrigues da. Rememoração/Comemoração: as utilizações sociais da memória – UFPR. Revista Brasileira de História, São Paulo V.2, nº 44, pp.425-438. 2002. http://www.suapesquisa.com/independencia/dia_do_fico.htm

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