Os italianos chegam ao Paraná e em Palmeira

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Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira Fundado em 13 de fevereiro de 1955 Registro nº 438, Liv A-02 Cartório de Títulos e Documentos CNPJ 07.217.980/0001-28 Declarado de utilidade pública pela Lei nº 310 de 22 de maio 1955.

OS ITALIANOS CHEGAM AO PARANÁ E EM PALMEIRA. Vera Lucia de Oliveira Mayer1

A Itália É um país localizado no Sul do continente Europeu, ocupando quase toda a Península Itálica, mais as ilhas da Sardenha e da Silicia. O país compartilha o seu limite Alpino do norte com a França, a Suíça, a Áustria e a Eslovênia. Também tem fronteira marítima através do mar Adriático com a Croácia e a Eslovênia e através do Mar Ligure com a França. Os Estados independentes de San Marino e a Cidade do Vaticano, são enclaves no território italiano. Além de um enclave no território da Suíça de língua italiana. Como em toda Europa, os italianos dos idos dos oitocentos viviam em estado precário, para alguns em plena miséria. Este fator é que os estimulou a vierem para o Brasil. Em épocas diferentes imigrantes italianos que não se identificam com os ideais anarquistas, se instalam no Município em terras próximas, na localidade de Cantagalo, e que posteriormente se espalham pelo Município. Uns vieram sozinhos, outros com suas famílias numerosas e com os mesmos ideais dos demais imigrantes europeus: A busca de uma nova vida. Foi o caso de Giuseppe Francesco Capraro, que tem sua história contada na Genealogia da Família Capraro, da genealogista Neusa Sklasky, que narra:

Giuseppe Franceso Capraro, natural de Trento Borgo Valsugana 2, depois de ver o território onde morava vir pertencer para a Áustria, tinha de ser Austríaco. Já com seus 25 anos, um dia viu um padre de nome Hugo ser executado em praça publica por gritar: Viva a Itália!! 1

Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira

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Nascido no dia 24 de outubro de 1857

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Ficou muito revoltado e pediu para seu pai lhe emprestasse 200 mil réis, para que ele fosse tentar a vida em outro país. Partiu para o Brasil, a terra escolhida. Partiu sozinho, trazendo consigo a dor da saudade dos que ficaram para traz. Chegou ao Brasil em dezembro de 1882. Foi Para Minas Gerais, depois para o Rio de Janeiro. Em 1884 já estava em Curitiba e finalmente no inicio do ano de 1885 veio para Palmeira. Encontrou apoio para dedicar-se à terra, seu principal objetivo. (SKLASKY. 24) Passou a ser conhecido em Palmeira como José Capraro, casou-se com uma imigrante Francesa, a senhorita Rosalie Louise, no dia 31 de maio de1885, e cuja união nasceram seus 11 filhos. Conseguiu adquirir terras nas adjacências da Colônia Francesa, ali montou um moinho para o fabrico de farinha de mandioca. “Cultivou também uma bela videira e passou a fabricar vinho de mesa, finos e espumantes, na mais rigorosa técnica já conhecida. Acredita-se que tenha sido ele o primeiro a fabricar vinho em Palmeira e primeiras mudas de parreiras foram trazidas pelos franceses"(SK LASKY. p.25).

42. Imagem da primeira marca de vinho em Palmeira. Acervo Neusa Sklasky

Outras famílias Italianas vão se instalando em Palmeira no decorrer dos anos dentre as quais pode-se citar as famílias: Malucelli, Mansani, Bornancin, Passoni, Delfrate, Corsi, Colli, Rigoni, Cherobim, dentre tantas outras. 2


Dedicaram-se à industria madeireira,

agricultura, principalmente de cereais e

parreirais. Com a produção do vinho veio a tradição, cultura até hoje preservada.

Dos italianos herdamos uma farta culinária A História da Polenta A Polenta, nome de origem latina, de "pollen, que significa flor de farinha, é um alimento muito antigo, anterior ao surgimento do pão. Conhecida na época do Império Romano, não com farinha de milho, como hoje a preparamos, mas sim com grãos esmigalhados de fava ou de farro. Este, um cereal semelhante ao trigo, porém de consistência bem mais dura. Entre os italianos que imigraram para o Brasil, a polenta destaca-se como alimento característico de grupos familiares provenientes de regiões rurais da Itália. A polenta manteve-se como alimento de base entre colonos descendentes de imigrantes da região Sul do Brasil, inclusive em Palmeira. Feita a partir de farinha de milho (originário das Américas), a polenta permaneceu como alimento cotidiano das famílias camponesas de origem italiana. A receita básica de polenta utiliza fubá, água e sal, sendo consumida cozida, na chapa ou frita. Pode ser consumida sozinha, pura ou com molho, na condição de entrada, prato principal ou acompanhamento. Combina com molhos à base de tomate, ervilha, espinafre e outros vegetais; também com queijos e carnes. Hoje a maioria dos brasileiros são fãs da polenta, acompanhada de um delicioso vinho, que é outra tradição italiana

A Pizza e o Nhoque Como quase todos os alimentos milenares, não há um registro exato da origem da pizza. Apesar de ser considerada tipicamente da culinária italiana, há vestígios de que os babilônicos, hebreus e egípcios já misturavam o trigo e a água para fazer massas que assavam em fornos rústicos Reza a lenda que essa tão apreciada iguaria italiana, a pizza, surgiu em tempos de crise. O povo, passando necessidades, decidiu utilizar o pão velho em conjunto com alguns ingredientes dispersos por cima, que depois levaria ao forno, para matar a fome. No Brasil foram os imigrantes italianos que começaram a incorporar a massa na gastronomia brasileira.

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Nos anos 50, ainda era difícil de encontrar a massa mais famosa em lugares comuns, só achava nas colônias italianas. A especialidade se tornou tão importante que ganhou até um dia especial. Desde 1985, comemora-se no dia 10 de julho, o dia da pizza.

A lenda italiana do nhoque. Tudo começou com a história de um andarilho que certa vez bateu na porta de uma família para pedir comida. A família, apesar de pobre, não se importou em dividir o nhoque com o rapaz faminto. Cada um ficou então com sete pedaços da comida. O homem comeu em pé, agradeceu e partiu. Em seguida a família descobriu que embaixo de cada prato havia uma grande quantidade de dinheiro.

O Natal dos Italianos Para os Italianos, a festa acontece mesmo no almoço de Natal, porque de véspera a família vai toda para a Missa do Galo. No almoço o fundamental é ter muito vinho, massas, assados. Geralmente todos se reúnem na casa da “Nona”. É sempre uma festa barulhenta, com muitos presentes e muita alegria. O Panetone é um dos maiores símbolos do Natal. Trata-se de um doce de origem italiana, com frutas secas e um leve sabor de baunilha. Segundo a lenda, um padeiro italiano chamado Toni havia criado um pão diferente para poder impressionar seu sogro, a partir daí, surgiu o pão do Toni (panetone). O Panetone é submetido a um processo de fermentação natural, fator responsável por deixar o doce com uma consistência bastante macia, e quem é que não gosta? REFERENCIAS: MAYER, Teresa Wansovicz. Memórias de Palmeira. V. I – Prefeitura Municipal de Palmeira -Departamento de Educação, 1992. MAYER, Teresa Wansovicz. Memórias de Palmeira. V II. Departamento de Educação. Prefeitura Municipal de Palmeira. 1992 SKLASKY. Neusa Maria Wendler. A Genealogia da Família Capraro. 2006

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