REDESIGN DE MARCA E IDENTIDADE VISUAL DA BANDA CAPIM SANTO

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FACULDADES INTEGRADAS BARROS MELO Curso de Design Gráfico

Projeto Integrador apresentado como requisito parcial para obtenção do título de tecnólogo em Design, pelo Curso de Design Gráfico das Faculdades Integradas Barros Melo. Orientadora: Profª. Mestra Lia Madureira Ferreira.

IKAMAHÃ FELISBERTO LOPES OLINDA, 2016

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09 APRESENTAÇÃO 10 11 12 13 14

AGRADECIMENTOS INTRODUÇÃO OBJETIVOS JUSTIFICATIVA MOTIVAÇÃO

17 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18 20 22 24 26 30 31

EVOLUÇÃO DA MARCA MARCA NA ATUALIDADE IDENTIDADE DE MARCA IDENTIDADE VISUAL ASSINATURA VISUAL TAGLINE PADRÃO CROMÁTICO

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TIPOGRAFIA PONTOS DE CONTATO DA MARCA STAKEHOLDERS BRANDING POSICIONAMENTO REDESIGN ORIGINALIDADE E CONCEITO MARKETING MUSICAL INDÚSTRIA CULTURAL PIRATARIA E O MUNDO DO GRÁTIS NOVAS FORMAS DE DISTRIBUIÇÃO DA MÚSICA

53 METODOLOGIA E APLICAÇÃO 55 61 63 64 78

CONDUÇÃO DE PESQUISA ESCLARECIMENTO DA ESTRATÉGIA DESIGN DA IDENTIDADE CRIAÇÃO DE PONTOS DE CONTATO GESTÃO DE ATIVOS

80 CONCLUSÃO 82 REFERÊNCIAS 7


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Nenhuma batalha é vencida sozinha. No decorrer desta luta algumas pessoas estiveram ao meu lado e percorreram este caminho como verdadeiros guerreiros, sempre me apoiando e me dando estímulo para nunca desistir e sempre lutar pelos meus sonhos. Antes de mais nada, agradeço a Deus, por sempre me guiar e me dar sabedoria para seguir o caminho certo, sem seu consentimento nada disso seria possível. Agradeço a meus pais, JOSEFA LOPES e INACIO LOPES, que não apenas nesse momento muito importante de minha vida, mas em TODO TEMPO, me apoiaram em tudo. Sempre me incentivando a estudar, lutando e se esforçando para me educar bem, contribuindo diretamente na pessoa que sou hoje. Se hoje eu sou realizado, devo tudo a eles. Amo-os incondicionalmente. Agradeço a minha noiva, Camila, por toda a força, carinho, compreensão, companheirismo e prontidão para me ajudar em qualquer ocasião. Obrigado de coração por fazer as costuras nas peças deste projeto. Você é peça fundamental na construção dele.

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Agradeço de coração as melhores professoras que tive nessa experiência acadêmica na AESO, NARA DE CASTRO, LIA MADUREIRA e PAULA DIAS. Essas com certeza foram cruciais para meu desenvolvimento acadêmico e me proporcionaram um conhecimento muito rico nesta área que tanto amo. Estas hoje são as minhas referências de profissionais acadêmicas. Futuramente, quando eu iniciar minha carreira acadêmica, é nelas que me espelharei. Muito obrigado por tudo, vocês podem SEMPRE contar comigo. Gostaria de agradecer a todos os meus amigos, estes que sempre acreditaram no meu talento e me apoiaram. Alguns se perderam no meio do caminho, outros, os que considero verdadeiros, sempre estarão ao meu lado, ontem, hoje e sempre. Obrigado pelo carinho de todos.


O presente projeto visa criar uma nova identidade visual para a banda de Reggae Capim Santo e inserí-la no mercado digital da música. Para tal, serão utilizados alguns fundamentos do contexto do universo de uma marca e como ela se comporta nos dias atuais, principalmente nas mídias online, além de vermos o que é e para que serve a identidade visual, posicionamento e identidade de marca. Serão abordados também critérios mais específicos para a criação da identidade visual: Logotipo, símbolo, cor e tipografia, manual de marca. Tais critérios servirão como fundamentação teórica deste projeto e posteriormente será aplicado ao desenvolvimento da identidade visual da Banda Capim Santo. Será apresentado um resumo da transformação do mercado fonográfico mediante toda essa revolução tecnológica no qual estamos vivendo; assim como será abordado como o design, aliado ao branding, pode ajudar no sucesso de uma banda. Ao longo do projeto será exposta a importância de se ter uma identidade visual que se diferencie dos concorrentes, utilizando como metodologia o método de Alina Wheeler mostrado no livro “Design da identidade da

marca”, que segundo a mesma: Uma marca é composta por diversos pontos de contato, “Cada ponto de contato é uma oportunidade para aumentar a consciência de marca e promover a fidelidade do cliente.” (WHEELER, 2012, p.14).

No cenário musical existe um grande apelo para, além da qualidade musical, a identidade visual de uma banda. Grande problema de bandas iniciantes e sem experiência é a não preocupação com qualidade em material gráfico, este fato acaba por diminuir o poder de concorrência em grandes festivais e concursos de bandas, pois alguns editais têm como requisito a apresentação do visual da banda. Veremos adiante a importância da intervenção do Design Gráfico para a carreira de bandas musicais, utilizando-se de um sistema de identidade visual próprio. O designer é uma peça importante na construção e divulgação das ideias da banda. Geralmente por falta de capital alguém que já está na equipe acaba desempenhando esses papéis, mas como ela destaca, nesse cenário competitivo no qual estamos inseridos como dar o devido destaque dentre tantas coisas iguais se não tiver o “molho” de um profissional que possa orientar com tantas outras técnicas que um amador muitas vezes desconhece. (ENES, 2014, p.129).

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OBJETIVO GERAL Elaborar redesign de marca e identidade visual da banda de reggae Capim Santo, bem como criar suas principais aplicações em mídias on e offline.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Pesquisar sobre a fundamentação teórica referente o universo da marca;

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Criar o Manual de identidade visual e aplicações.

Pesquisar sobre identidade visual para bandas;

Criar peças para mídias online - Site, Facebook, Instagram, SoundCloud e YouTube.

Analisar o mercado fonográfico atual e as novas formas de distribuição da música

Desenvolver papelaria institucional - Release, cartão de visita, set list.

Desenvolver marca e sistema de identidade visual

Desenvolver brindes promocionais - Caneca, Caderno, Camisa e Botton.


Uma boa aposta para uma carreira da promissora de uma banda, além qualidade sonora, é a apresentação de um bom material gráfico. Realidade para bandas, principalmente iniciantes, é que a comunicação acaba ficando em segundo plano e muitas vezes é feita por algum integrante ou um primo que sabe utilizar algum software gráfico. Ao associarmos uma banda como sendo uma empresa, conseguimos enxergar a necessidade de soluções criativas a partir do Design Gráfico para que elas se tornem mais comerciais e vendáveis, considerando que a imagem da banda deve ser a melhor e mais eficiente possível, comunicando sua mensagem em contato imediato. A primeira impressão é a que fica. Se tratando de grandes festivais musicais, como por exemplo, o Festival de Inverno de Garanhuns, Carnaval Multicultural do Recife, Pré-AMP e outros festivais, um dos critérios de avaliação é a apresentação gráfica da banda: Release, Fotos, Mídias digitais, Rider técnico, Mapa de palco e outras peças. A partir desses pontos descritos, devemos levar em consideração que o Designer é uma intervenção primordial em uma banda independente.

[…] Assim como costumamos fazer julgamentos sobre as pessoas, baseados somente nestes dados, julgamos também negócios e produtos. A maioria das vezes sem ter com eles uma relação direta de consumo, classificamo-los sob a forma pela qual eles se nos apresentam visualmente. Daí ser de fundamental importância que a primeira imagem, a primeira impressão, seja adequadamente trabalhada para que comunique exatamente o que deve comunicar, fixando-se em nossas mentes de uma forma positiva e consistente. (STRUNCK, 2001, p.55)

Com as novas tecnologias e o avanço da internet, o cenário musical, assim como diversos setores precisam se reinventar para não ficarem obsoletos. A pirataria que surgiu paralelo a essa revolução tecnológica contribuiu bastante para a revolução no cenário musical. Sobre esse novo mundo digital, ANDERSON (2009, p.142) fala sobre a cultura do grátis: Não temos como evitar: valorizamos os átomos mais do que os bits. À medida que o conteúdo passava de discos em caixas a arquivos voando através de fios, ele se tornou intangível, até mesmo abstrato. Além disso, roubar um objeto físico deixa uma pessoa sem ele e custa dinheiro real a alguém – o mesmo não se aplica a um arquivo digital.

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Convivo na cena musical independente há aproximadamente 13 anos e acompanho de perto várias bandas da cena local. Vejo que poucas se preocupam com o visual. Algumas por falta de conhecimento, outras por falta de capital de investimento. Com o passar desse tempo pude constatar que as bandas que atingem um ponto mais alto na cena musical são exatamente as que fazem um bom trabalho entre o audiovisual – Design, fotografia e vídeo. O grande desafio é ganhar essa posição de destaque, saber se colocar diante da concorrência. Assisti a uma palestra da Taciana Enes, autora do livro como arrumar a sua banda, no qual estou utilizando na bibliografia deste projeto, que falava justamente sobre isso. Ela abordou as principais deficiências de uma banda iniciante, tanto na parte burocrático jurídica quanto na parte de marketing, design e afins, enfatizando a importância de trabalhar a identidade visual em uma banda.

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No Carnaval Multicultural do Recife, ano de 2012, pude comprovar o valor que o design agrega a uma banda. Dentre dez bandas selecionadas para disputar uma vaga para se apresentar em um dos polos carnavalescos do carnaval do Recife, a que levou a melhor foi a única que apresentou um material gráfico coerente: Release, Músicas Gravadas, Rider técnico, Mapa de Palco, tudo conforme a identidade visual da banda. Foi um projeto meu para a banda de uns amigos. Em seguida, após o anúncio do resultado, um dos produtores do evento, conversando, nos contou que apesar de todas as bandas serem boas no quesito sonoridade, levamos a melhor pelo fato de ser a única a apresentar um material gráfico de destaque. Portanto, ficou bastante claro para mim a necessidade de que queria abordar este tema em meu trabalho de conclusão.


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A evolução das marcas anda estreitamente paralela a evolução da escrita. Surge da necessidade de registrar uma propriedade, a identidade e autoria de determinando objetos, e tem suas primeiras manifestações no início da civilização humana.

reproduzidos (pedra, madeira, cerâmica, ferro, prata ou papel), uma vez que eram utilizadas desde marcar gados até assinaturas para emblemas governamentais. Cada suporte de impressão demandava certo tipo de material para a matriz.

O homem talvez tenha começado a ter consciência da possibilidade de comunicar graficamente quando pela primeira vez se deu conta da sua sombra ou da sombra dos outros seres e objectos projectados pelo chão, ou antes, por ser mais sugestiva, na parede de uma caverna à luz tremente de uma fogueira. Carlos de Souza Rocha (1995, p.16 apud RAPOSO, 2008, p. 22).

Os monogramas foram utilizados para representar famílias nobres, autoridades governamentais e espirituais, mas o sistema comercial era bem voltado para a cultura agrária, pecuária e da pesca.

O homem utilizava de objetos ao seu redor para comunicar graficamente: ossos, peles de animais, placas de barro, madeira, proveniente da escrita cuneiforme e posteriormente começaram a utilizar a pedra.

Antes da escrita já existiriam nomes (designação verbal), permitindo a sua identificação unívoca... A assinatura terá surgido com os povos nômadas para assinalar propriedade do gado e de objectos, adiantando que foram descobertos vestígios de assinaturas em barro, procedentes da Idade da Pedra. Clotilde Perez (2004, p. 6 apud RAPOSO, 2008, p. 22)

Na Antiguidade, as marcas tinham uma estrutura de Monogramas e até então se limitavam pelo material no qual eram

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Os monogramas estão, sobretudo, ligados a nomes de indivíduos de classe alta, dominadores, governantes ou líderes espirituais, que os usavam para certificar documentos. [...] os monogramas figuravam com frequência nas moedas e selos dos governantes, que os limitam ao plano bidimensional e ao uso de iniciais ou à abreviatura acrescida do título social. Frutiger (1981, apud RAPOSO, 2008, p. 24)

Na Idade Média, mais precisamente no século XI, surge a sociedade mercantil totalmente voltada para o comércio do artesanato, os ofícios e nas indústrias manufaturadas, sendo gerenciado por grêmios, guildas e oficinas medievais e policiadas por juízes de ofício. Nessa época as marcas eram indicadas pelo balconista, no qual tinha instrução dos melhores vendedores. Existia um monopólio de algumas “marcas”.


Na Idade Média o sistema econômico estava sujeito a um rigoroso controle que exigia a ‘marca coletiva’ em todos os objetos manipulados, que a princípio, condicionava a concorrência (garantindo o monopólio das vendas) – a Marca começou a ser garantia de origem, de produção, autenticidade e qualidade. Joan Costa (2004, apud RAPOSO, 2008, p. 48)

É um modelo bem próximo do conceito de marca que temos nos dias atuais do ponto de vista em que a marca deve transcender seus valores intangíveis. Joan Costa (2004, apud RAPOSO, 2008) afirma que a industrialização artesanal provocou uma extensão do direito de propriedade sobre os bens materiais de uso cotidiano ou produtivos, e foi o primeiro sinal do regime capitalista que vivemos hoje. No início do século XIX, com a revolução industrial e a guerra civil, as marcas de produção artesanal familiar perderam força ao mesmo tempo em que a demanda da produção em série aumentava significativamente. No século XVIII, com a liberdade concorrencial e a crescente indústria, as corporações e os seus signos distintivos da Idade Média foram suprimidos. A liberdade comercial e industrial terá levado ao surgimento de marcas individuais de caráter facultativo, não regulamentadas, cujo objetivo era garantir ou informar sobre a origem, permitindo a identificação do comerciante (garantindo clientela). A marca deixou de ter qualquer garantia jurídica, possibilitando a qualquer comerciante que, sob um

mesmo signo identitário, vendesse produtos de alta e baixa qualidade. (RAPOSO, 2008, p. 62)

A partir disso, surge o conceito de livre concorrência, aumentando verticalmente o número de novas marcas, ao mesmo tempo em que surgem fracas imitações, refletindo em uma grande demanda de criação de marcas. O design começa a se enraizar no mercado como uma solução para a diferenciação de empresas, produtos e serviços. Os novos meios tecnológicos permitiram o surgimento de novos meios de comunicação e difundiu o conceito de globalização. Isso alterou a percepção e traçou novos meios de trabalhar uma marca corporativa. Devido ao aumento desenfreado da concorrência nos últimos tempos, a marca tem cada vez mais que zelar por uma boa relação com o cliente no sentido de sempre o fidelizar, deixando-o satisfeito e tendo em vista que a marca não é o que queremos mostrar para o público e sim a percepção que ele tem da marca. A marca é um sistema vivo e complexo, porque actualmente já não é algo que apenas agrega ao produto e porque não é estática, dela farão parte novos níveis de inter-relação organizados em grupos e subgrupos dinâmicos (grupos: função, razão, emoção; subgrupos: produtos, banca, edifícios, etc.), construindo o processo de passagem do signo ao símbolo. Joan Costa (2004, apud RAPOSO, 2008, p. 84)

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A necessidade de se diferenciar dos seus concorrentes, perante um mercado extremadamente comoditizado, faz com que as marcas procurem estabelecer um laço emocional com os seus clientes, ajudando-o na escolha de um produto ou serviço diante de infinitas opções. A marca corporativa vai muito além dos valores tangíveis, ela também é responsável pelos intangíveis e tem o papel de comunicar e passar segurança ao cliente para que ele sinta que está fazendo a coisa certa ao escolher a sua marca. Segundo Pinho (1996, p. 7 apud REBOUÇAS, 2013) ao adquirir um produto ou serviço o consumidor não compra apenas um bem, ele compra todo o conjunto de valores e atributos que a marca traz consigo. Para representar os valores intangíveis, a marca corporativa utiliza de grafismos, imagens, linguagens, isso ajuda o usuário na identificação de seu estilo com a marca. Wheeler (2012) afirma que as pessoas se apaixonam pelas marcas, confiam e acreditam nelas e em sua superioridade. O modo como sua marca é percebida afeta seu sucesso, não importando

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se você é uma start-up, uma organização sem fins lucrativos, um produto ou serviço. Tempos atrás, antes de todo esse advento tecnológico a marca transmitia seu conceito através de formas e cores. Esse conceito era estreitamente relacionado com produtos e serviços. Nos dias atuais, temos infinitas ferramentas na web que nos permite explorar o universo do público, nos possibilitando um filtro maior na análise do perfil com o qual queremos dialogar. Essa revolução tecnológica permitiu um conceito que vai além das cores e das formas: o Relacionamento. A partir do conhecimento de quem consome uma marca, estabelece-se um relacionamento, com o armazenamento de seus dados (pessoais, familiares, profissionais, hábitos de consumo, lazer e etc.) e trabalha-se sua fidelização. (STRUNCK, 2001, p.26)

Raposo (2008), se tratando do significado das marcas, vemos que ela pode ter diversos significados, em diferentes níveis, seguindo três funções: Distinção (sua diferenciação perante os demais concorrentes); Descrição (a marca


descreve a empresa, podendo esta ter um apelo emocional) e por fim a Atribuição (relacionada à competência e qualidades da marca). Todo esse significado pode ser alterado com o passar do tempo de vida da empresa, uma vez que as pessoas levarão em conta o histórico e seus produtos, independente da intenção do emissor. [...]Uma marca tem um complexo leque de significados, podendo subdividir-se em: Propósito (o que a empresa pretende alcançar com a marca), Significado descodificado (se a marca identifica, dá informações sobre os objectivos e qualidades) e Significado aberrante descodificado (a adição de outros significados com base em dados que vão para além do controle da empresa). (RAPOSO, 2008, p. 14)

O conceito de vender bem está atrelado ao sucesso da marca e vice-versa, e este movimento circular uma vez estabelecido com o cliente, deve ser cautelosamente estudado e cuidado. Podemos relacionar o pensamento de Joan Costa (2004 apud Raposo 2008) a respeito da transformação da marca de signo para símbolo, com o pensamento de Strunck (2001, p. 28) “O ser humano não consome coisas mas

símbolos, somos educados para procurar o que está na moda, imitamos o comportamento dos que são chamados de ‘formadores de opinião’.”. Depois que a marca cria esse laço emocional e passa a ser conhecido como um símbolo, ela fica cada vez mais consolidada no mercado e tem como resposta maior fidelização de seu público consumidor, construindo assim a forma com que ela deve ser percebida pelo seu cliente. Ao fidelizar um cliente a empresa não conquista apenas um comprador do seu serviço ou produto, ele conquista todo o seu universo, assim como permite que o cliente faça sua propaganda de forma positiva, reforçando a imagem da marca. Uma vez implantada, a marca assegura ao seu possuidor uma sólida posição, tornando difícil a penetração de outra concorrente, em função dos hábitos de consumo criados. Essa fidelidade é fundamental, principalmente em se tratando de produtos ou serviços cujas motivações de compra sejam essencialmente subjetivas. (STRUNCK, 2001, p. 37).

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Foi analisado até então um conceito bem amplo do universo de uma marca, trilhando por seus principais momentos de transformação na transição das eras até chegarmos a um conceito mais atual do que vem a ser a marca corporativa. Entrando num conceito mais tangível do universo da marca, podemos considerar que a Identidade de marca é responsável por tudo aquilo que podemos ver, tocar, cheirar, ouvir e interagir oralmente; é o extrato, a essência da empresa fazendo contato por diversas vias. A identidade de marca denomina o aspecto mais sensorial de uma marca corporativa. Utilizando o conceito de Rebouças (2013) vemos que de modo geral, a identidade é um conjunto de características pelas quais algo é reconhecido ou conhecido. Sendo assim, a marca também possui uma marca que a distingue e a diferencia de seus concorrentes.

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A identidade de marca é tangível e faz um apelo para os sentidos. Você pode vê-la, tocá-la, agarrá-la, ouvi-la, observá-la se mover. A identidade de marca alimenta o reconhecimento, amplia a diferenciação e torna grandes ideias e significados mais acessíveis. A identidade de marca reúne elementos díspares e os unifica em um sistema integrado. (WHEELER, 2012, p.14)

É importante ressaltar a diferença entre a identidade da marca de a imagem da marca. A identidade da marca é justamente todos os valores tangíveis que são passadas para um público e decodificadas pelo mesmo. A imagem da marca corresponde a resposta do público diante da identidade que a marca o passa. Essa codificação pode ser positiva ou negativa, por isso é extremamente válido uma boa gestão de identidade para uma marca que almeja o sucesso.


A identidade da marca está atrelada ao cheiro da cafeteria, as peças gráficas, trilha sonora de um filme, e uma variedade de opções com o propósito de aumentar a percepção da marca e fidelizar cada vez mais clientes. Para externar tudo isso são utilizados os pontos de contato de uma marca, estas serão o contato direto com o público externo. De acordo com Delano Rodrigues, (2011, p.25 apud REBOUÇAS, 2013, p.122) “essa identidade (da marca) é formada através do contato com diversos aspectos que, de certo modo, influenciam na sua assimilação”. Os pontos de contatos são vários, listando alguns podemos encontrar: Cartões de visita, Mídias sociais, Sites, telefone, boca a boca, palestras, embalagens, mensagens de voz, veículos, funcionários, sinalização, propaganda, mala direta, banners e uma infinidade de possibilidades para apresentar a marca para clientes.

Os pontos de contato revelam quatro aspectos importantes da identidade da marca: Posicionamento, que diz respeito ao objetivo da existência da marca e qual a sua importância para o público; Identidade verbal, que engloba o naming e toda a linguagem verbal utilizada, como idioma e vocabulário; Universo experiencial da marca, que abrange as experiências olfativas, táteis e sonoras vivenciadas pelo público; Identidade visual, que é desenvolvida pelo designer gráfico em conjunto com outros profissionais e relacionada aos elementos acima. É a síntese da marca e todos os seus aspectos em elementos gráfico-visuais, como o logotipo e/ou símbolo, uniformes, cartão de visita, embalagens, impressos e demais publicações. Delano Rodrigues (2011, apud REBOUÇAS 2013, p. 124)

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Em um projeto de Branding, a identidade visual é uma atribuição para o Designer Gráfico, apenas ele tem o domínio técnico para executar a comunicação visual de todo o conceito da marca. O Design Gráfico como ferramenta, oferece para o branding a possibilidade de tornar concreto valores tangíveis e intangíveis de uma empresa, produto ou serviço. Rebouças (2013) fala de como é importante que o designer planeje estrategicamente o projeto, se baseando pelos princípios da empresa, perfil do público-alvo, simbologia envolvida, concorrentes diretos e indiretos, e necessidades e percepções.

Os projetos de identidade visual têm como principal objetivo diferenciar para os consumidores quais suas marcas de valor entre milhares de outras. Ou seja, uma identidade visual bem pensada é o que garante o sucesso da marca, independente do seu segmento é justamente a marca que faz com que o produto e/ ou serviço venha a se destacar ou se diferenciar no mercado. (STRUNCK, 2001, p.28).

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Esta etapa de criação é muito importante para a empresa. Nela estará estampada para o mundo a sua aparência. É a forma com que a empresa se mostrará para o mundo. Strunck (2001, p.67 ) afirma que “Hoje, se uma empresa não tem uma boa imagem, não causa boa impressão à primeira vista e isso irá certamente refletir-se em sua receita”. A identidade visual de uma banda deve transparecer o que ela é de forma direta e deve ser trabalhada em cima de todo o conceito da banda. É possível trabalhar a gestão de marcas para bandas fazendo com que ela saia da atmosfera musical, indo para um lado mais comercial, oferecendo produtos e serviços. Isso, claro, é possível depois que a marca já está bem consolidada no mercado. Podemos citar o caso da banda Kiss, que começaram a se vender com suas pinturas e línguas gigantescas, essa foi a marca do Kiss, depois de consolidada todo o conceito da banda eles chegaram a vender bonequinhos, tênis, jogo de damas, e até caixão (avaliado em


torno de R$5 mil), Temos também exemplos de outros artistas como Shakira e Jennifer Lopez que lançaram perfumes, utilizando isso como uma forma de deixar o público sempre mais perto da marca-símbolo. Sobre identidade o conceito de marca para bandas VAN DE KAMP (2010, p.07) define: A marca é o conjunto de características que diferencia um artista de outros. É o conceito e a identidade do artista, enquanto o conteúdo, serviço e produto, como veremos a seguir, é tudo que ele gera, como um disco, um DVD ou um show. A marca, além de constituirse por um nome e um design, reúne as promessas de satisfações e humaniza o produto, fazendo com que ele construa relacionamentos com o público. Uma pessoa compra um disco da Sade porque gosta de músicas minimalistas e românticas, escuta o Marilyn Manson por gostar da sua agressividade e rebeldia, ou Legião Urbana por seu trabalho simples e existencialista. [...]Um indivíduo veste a camisa de uma banda não só por gostar de suas músicas, mas por se identificar com a marca que ela representa, à qual valores e conceitos podem estar agregados.

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A assinatura visual, segundo Strunck (2001) é a junção de símbolo e logotipo e podem se relacionar entre si possibilitando o uso de várias formas, ora priorizando o símbolo, ora priorizando o logotipo. O símbolo é a representação gráfica que propõe a substituição do nome da empresa, produto ou serviço; o logotipo é a maneira que o nome da empresa é apresentado através de palavras em seus pontos de aplicação. Podem vir de uma determinada tipografia que pode ser desenhada ou partir de uma já existente sendo modificada ou não. O logotipo pode vir acompanhado de símbolo ou não. A assinatura visual é a combinação de design específica e inegociável da marca comercial e do logotipo. [...] Uma empresa pode ter várias assinaturas visuais para as várias linhas de negócio, que podem incluir ou não uma tagline. (WHEELER, 2012, p.116)

Strunck (2001) diz que para analisarmos a qualidade de um logotipo e símbolo devemos levar em consideração fatores como:

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Conceito O desenho é compatível com o conceito que deve ser transmitido? Legibilidade O desenho tem características óticas perfeitas? Personalidade Ele é original? Irá se destacar em meio à sua concorrência? Contemporaneidade O desenho será ainda bom daqui a uns três ou cinco anos ou está relacionado a algum modismo gráfico? Pregnância E fácil sua memorização? Uso O desenho é compatível com as aplicações pretendidas em termos de processos e custos?


Existem vários tipos de marcas, com síbolo, sem símbolo, com mascote, modulada e assim por diante. Diante dessa variedade, Wheeler (2012) classifica as marcas em 5 variantes, conforme exibido abaixo:

MARCA COM PALAVRAS São essêncialmente tipográficas, também conhecidas como logotipo.

Figura 01 - Marca com palavra da NOKIA Fonte: TARINGA!

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EMBLEMAS São marcas onde o nome da empresa está conectado com o pictograma.

Figura 02 - Emblema da KIA Fonte: CAR-BRAND-NAMES.COM

MARCAS PICTÓRICAS Marca de formas simples e de alta pregnância. Fácil de memorizar.

Figura 03 - Pictograma da Apple Fonte: LOGOK

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MONOGRAMA Conjunto de duas ou mais letras que formam um símbolo.

Figura 04 - Monograma da Playstation Fonte: WIKIMEDIA COMMONS

MARCA ABSTRATA símbolo que transmite uma ideia, incorporando subjetividade estratégica.

Figura 05 Fonte: SUPERTOP5.COM

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A tagline é uma descrição curta que procura transcender a natureza do negócio. Por muitas vezes as taglines influenciam no consumo do produto, agindo no emocional do consumidor. Wheeler (2012), afirma que a tagline deve ser: Curta, diferenciada dos concorrentes, única, capturar essência e posicionamento da marca, fácil de dizer e lembrar, não apresentar conotações negativas, apresentada em fonte tipográfica pequena, protegida e registrada como marca, evocar uma resposta emocional e difícil de ser criada.

Figura 06 - Exemplo de marca Fonte: Ikamahã (2016)

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O padrão cromático estabelece as cores que serão utilizadas em toda identidade visual do negócio. Esta é uma fase muito importante do projeto, de maneira que a cor é um elemento de fácil memorização e sempre ajuda na lembrança da marca. Assim como sabemos que o vermelho é da Coca Cola, o Azul é da Pepsi, O Banco do Brasil é amarelo, o Bradesco é vermelho, podemos relacionar várias marcas com as cores. As cores fazem parte da personalidade da marca e devem ser integradas de forma coesa, analisando sempre o seu significado diante da psicologia das cores. Se tratando de embalagens Strunck (2001, p.89) afirma que “Existem casos, principalmente de embalagens, em que as cores são diretamente relacionadas aos produtos. Derivados de tomate ou carne: vermelho; café: marrom etc”. Na sequência da percepção visual, o cérebro lê a cor depois que registra a forma e antes que leia o conteúdo. A escolha da cor para uma nova identidade requer uma compreensão essencial da teoria das cores, uma visão clara de como a marca precisa ser percebida e diferenciada, bem como uma habilidade em comandas a consistência e o significado na amplitude da mídia. (WHEELER, 2012, p. 138).

Antes da escolha das cores para a construção de uma identidade visual corporativa, é necessário um estudo prévio a cerca de questões culturais, aceitação do público, mercado e concorrentes, dessa forma, permitindo um maior leque de estratégias e, consequentemente, aumentado as chances de acerto na execução do projeto. A cor é muito mais marcante do que a forma, em muitos casos. As pessoas podem não saber descrever o logotipo ou o símbolo das marcas conhecidas, mas certamente serão capazes de dizer quais são suas cores. Uma ou mais cores, que, sempre nos mesmos tons, são usadas nas identidades suais, são chamadas de cores padrão. Na maioria das vezes passam, com o uso, a ter mais reconhecimento do que o logotipo e o símbolo. (STRUNCK, 2001, p.64) Ainda sobre a importância das cores, Strunck (2001, p.89) afirma que:

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Experiências realizadas por psicólogos demonstram que as cores se relacionam diretamente com a emoção, de um modo muito mais direto e uniforme do que as formas. Assim, uma atenção excepcional deve ser dada a elas nos projetos de identidade visual. (STRUNCK, 2001, p. 89).

O Sistema cromático de uma marca pode ter uma paleta de cores principais e outra paleta de secundárias. As cores principais constituem a identidade corporativa padrão enquanto que, geralmente, as cores secundárias podem ser aplicadas a linhas de produtos ou serviços.

Enquanto algumas cores são usadas para unificar uma unidade, outras podem ser empregadas para tornar clara a arquitetura de marca, diferenciando produtos ou linhas de negócios. Tradicionalmente, a cor principal da marca é destinada ao símbolo, enquanto a cor secundária é destinada ao logotipo, descritor da empresa ou tagline. As famílias de cores são desenvolvidas para dar apoio às necessidades de comunicação, Assegurar a reprodução ideal da cor da marca é um dos elementos essenciais dos padrões e diretrizes e parte do desafio de unificar as cores em embalagens, impressões, sinalizações e mídias eletrônicas. (WHEELER, 2012, p. 138)

A quantidade de cores padrão deve ser definida visando influenciar de forma positiva no desempenho do sistema. Quanto mais cores

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são utilizadas na identidade, maior pode ser o custo e produção de algumas peças, em especial as impressas. São formadas pela combinação de determinadas cores sempre aplicadas nos mesmos tons. As cores institucionais, embora configurem um elemento secundário, têm vital importância na eficiência do sistema, pois têm alto grau de pregnância. Em geral, deve se definir apenas duas ou três cores institucionais, de forma a não onerar custos. Como elas devem estar presentes preferencialmente em todas as aplicações [...], quanto maior o número de cores mais cara sairá a implantação e manutenção do sistema. (PEÓN, 2009, p. 33).

Outro ponto que vale ressaltar é a forma no qual as cores afetam os seres humanos, de maneira psicológica e física. O Marketing se apodera disso fazendo com que a linguagem das cores atinja o consumidor sem que ele perceba, agindo de forma silenciosa e acertiva. O estudo das cores na comunicação e no marketing

permite conhecer sua potência psíquica e aplicala como poderoso fator de atração e sedução para identificar as mensagens publicitárias sob todas as formas: apresentação de produtos, embalagens, logotipos, cartazes, comerciais, anúncios etc. [...] Apesar de a maior parte das pessoas não ter consciência disso nem tampouco da carga simbólica


da cor, todos nós, quando nos deparamos com cores “positivas” e bem combinadas, reagimos favoravelmente e nos deixamos levar pela atração que elas exercem sobre os nossos sentidos. A linguagem da cor é um meio atrativo que atua sobre o inconsciente dos consumidores, permitindo sua utilização alinhada com os objetivos estratégicos dos produtos e das empresas. (FARINA, 2011, p. 02).

As cores apresentam padrões que são aplicados na criação dos mais diversos materiais gráficos – CMYK, RGB, Pantone, Hexadecimal. CMYK corresponde as cores Ciano, Margenta, Amarelo e Preto. Esse padrão de cores primárias é utilizado em todo e qualquer meio impresso. A Junção dos 4 pigmentos resulta em uma infinita variedade de tons; Chamada também de síntese subtrativa.

Figura 08 - CMYK - Síntese subtrativa Fonte: Ikamahã (2016)

RGB é o padrão de cores utilizados em monitores de computador e televisores no geral, câmeras digitais e etc.

Figura 07 - RGB - Síntese aditiva Fonte: Colégio Web

A escala Pantone foi desenvolvida pela Pantone Inc. e utiliza um sistema próprio para identificação de suas cores, baseada na mistura específica de pigmentos tanto para reproduzir cores existentes quanto novas cores. O sistema Pantone ainda permite a impressão de cores especiais como o dourado, prateado e as cores neon. (MIGMIX, 2013) Hexadecimal se aplica em plataformas da WEB – Computadores e microprocessadores. Na construção de sites, por exemplo, o hexadecimal é fundamental, pois esse padrão funciona numa sistemática que representa os números em base 16, ou seja utilizando 16 símbolos que vai de 0 à 9 e de A à F. Esse padão é utilizado na representação de números binários. (CANALTECH, [2016])

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Alfabeto padrão ou institucional, é mais um elemento da identidade visual. “É aquele empregado para escrever todas as informações complementares numa identidade visual. Numa empresa, por exemplo, seria aquele usado para escrever os textos nos impressos administrativos, folhetos, catálogos, etc” (STRUNCK, 2001, p. 80). A tipografia desempenha um papel muito importante na eficácia do um programa de identidade visual de uma marca. Algumas empresas são reconhecidas facilmente através de sua tipografia, como é o caso da Coca-Cola. Muito mais importante do que desenvolver uma fonte é fazer o bom uso dela. Os tipos devem ser trabalhados de forma distinta, na intenção de ser aplicada nas mais diversas plataformas. Ela é um dos pontos chaves para definir o conceito gráfico de uma marca, revelando aspectos mais complexos e sofisticados do design gráfico. A escolha da fonte tipográfica certa requer um conhecimento básico na amplitude de opções e um entendimento essencial de como funciona uma boa tipografia. Questões como a funcionalidade diferem em um fomulário, uma embalagem de cosmético, um anúncio de revista e um site. […] Deve ser de

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fácil memorização e assossiação a proposta ao que se comunica. As faces alternativas de tipos permitem que você dê expressão ao documento, para transmitir instantaneamente, e não-verbalmente, atmosfera e imagem. A tipografia deve dar apoio à estratégia de posicionamento e a hierarquia da informação. (WALTRICK, 2015, p.74)

Existem vários tipos de fontes e famílias tipográficas, das mais variadas formas e estilos. Saber utilizar a tipografia certa é fundamental para um bom programa de identidade visual, a fonte dever ter primordialmente legibilidade e leiturabilidade para ser entendida com facilidade, considerando as mais diversas aplicações: Mídias digitais e impressas. Afora do universo conceitual, uma família tipográfica tem grande relevância no auxilio do posicionamento da marca: Uma imagem integrada e coerente de uma empresa é impossível sem uma tipografia que tenha uma personalidade especial e legibilidade inerente. A tipografia deve dar apoio à estratégia de posicionamento e a hierarquia da informação. (WHEELER, 2012, p.142).


Ao escolher uma tipografia para auxiliar na assinatura visual deve-se priorizar famílias tipográficas por terem a maior número de variantes no que diz respeito a espessura do corpo, inclinação, nos permitindo trabalhar de forma hierárquica o sistema de informação e atendendo uma maior gama de meios a serem aplicados. Para escolher a tipografia ideal é necessário avaliar algumas questões como: serifa ou sem serifa, tamanho, curvas, peso, símbolos, ascendentes, descendentes, maiúsculas, minúsculas, alfanumérico, ligadura, contraste e vários outros fatores. Figura 09 - Derivação de tipos Fonte: Strunck (2001)

Strunck (2001, p. 80) divide as tipografias em cinco grandes grupos onde é usado serifa para diferenciá-las conforme a figura a seguir:

A escolha de uma família de letras para alfabeto padrão de uma identidade é importante porque ele a complementa e lhe confere consistência. Existem centenas de alfabetos que, combinados às suas variações (negritos, itálicos, condensados etc), oferecem infinitas possibilidades. (STRUNCK, 2001, p.80)

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Os pontos de contato da marca são todas as peças no qual a marca é aplicada. Para Wheeler (2008, p.13), “Cada ponto de contato é uma oportunidade para fortalecer uma marca e comunicar a sua essência.

Figura 10 - Gráfico de pontos de contato Fonte: Wheeler, 2012, p.13

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MARCA


Os stakeholders são todos que rodeiam de alguma maneira a empresa, direta ou indiretamente, voluntaria ou involutariamente, numa relação de beneficência mútua.

Afim de aproveitar todas as oportunidades para contruir um campeão de marca, é preciso identificar os públicos que afetam o sucesso. A reputação e a credibilidade vão além dos clientes direto da marca. Hoje, os funcionários são chamados de “clientes internos” por causa da sua força de longo alcance. os insights sobre as características, comportamentos, necessidades e percepções dos stakeholdersproduzem retornos excelentes. (WHEELER, 2012, p.18)

MARCA

Figura 11 - Gráfico de Stakeholders Fonte: Wheeler, 2012, p.19

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É impossível falar de identidade de marcas sem falar de branding. Ao pé da letra branding vem da palavra em inglês “Brand” e que significa “Marca”. O branding é multidisciplinar e envolve pessoas de várias áreas, com a finalidade de transcender a esfera econômica da marca, passando a influenciar seus hábitos e costumes no dia a dia. Esta área ganhou força nas últimas décadas e vem sendo cada vez mais utilizados tanto em empresas de grande porte na finalidade de manter sua posição no mercado, quanto das pequenas e médias que estão buscando espaço no mercado.

Para Wheeler (2012, p.16) “Branding é um processo disciplinado para desenvolver a conscientização e ampliar a fidelidade do cliente, exigindo determinação superior e disposição para investir no futuro. A ideia da gestão de marcas é aproveitar todas as oportunidades para expressar por que as pessoas deveriam escolher uma marca e não outra. O desejo de superar a concorrência, e dar aos colaboradores as melhores ferramentas para se comunicarem com os clientes é o motivo pelo qual as empresas utilizam a gestão das marcas”

O Branding também, chamado de gestão de marcas, está associado os atributos tangíveis

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e intangíveis de uma marca. Enquanto que nos atributos tangíveis são trabalhadas questões de logotipo, folders, e sistema visual gráfico num geral, os atributos intangíveis estão ligadas à experiência e ao comportamento dos usuários. Uma pessoa não compra uma Ferrari apenas para se locomover, um carro de menor porte o oferece o mesmo serviço, ela compra uma Ferrari para mostrar a todos o seu status e o valor de sua aquisição, ela compra, além do produto, os valores intangíveis da marca. Branding é o processo de unificação e criação, não só de elementos gráfico-visuais, mas das áreas e estratégias que correspondem a identidade da empresa, produto ou serviço. Ele será responsável pelo gerenciamento do conceito da marca em sua totalidade, determinando a linguagem verbo visual, o posicionamento, os valores, a qualidade e muitos outros fatores empresariais. (REBOUÇAS, 2013, p. 127)

Para Wheeler (2012), existem alguns casos específicos para o uso da gestão de marcas: Nova empresa ou produto; troca de nome; revitalização de uma marca; revitalização de uma identidade visual; criação de um sistema integrado; quando as empresas se fundem.


O posicionamento de uma marca diz respeito à sua importância e relevância para o público, assim como o seu objetivo existencial, dialogando e estabelecendo uma relação que a priori deve ser bem íntima com o cliente, sempre visando o fidelizar e promover experiências únicas e representativas.

novo conceito em seu repertório, ainda mais se a impressão que o cliente tem de sua marca é negativa.

O posicionamento é a síntese da concepção estratégica da marca, a criação e o desenvolvimento de diferenciais competitivos perfeitamente percebidos pela sociedade e pelos consumidores. O posicionamento de uma marca de forma geral é estabelecido a partir das seguintes questões: produto ou serviço a ser trabalhado, público-alvo e sua segmentação, diferenciais competitivos, vantagens e benefícios, concorrência e suas características, percepções de qualidade e preço.(STRUNCK, 2001, p.36) INTERNO o que você pode controlar

É mais fácil uma empresa nova se estabelecer no mercado através de um posicionamento do que uma empresa já consolidada no mercado fazer um reposicionamento, levando em consideração que, para tirar uma impressão que o cliente tem de uma marca é mais difícil do que inserir um

O posicionamento é desenvolvido para criar aberturas em um mercado que está sempre mudando, um mercado no qual estão saturados com produtos e mensagens. O posicionamento tira vantagens das mudanças que ocorrem na demografia, na tecnologia, nos ciclos de marketing, nas tendências dos consumidores e nas brechas do mercado para encontrar novos meios de chamar atenção do público. (WHEELER, 2012, p.24)

EXTERNO o que você não pode controlar

Figura 12 - Gráfico de posicionamento Fonte: Wheeler, 2012, p.24

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O redesign de uma marca pode acontecer por vários motivos: Novo posicionamento no mercado; Mudança de nome; Junção de empresas ou uma reciclagem de uma marca já existente. Para propor um redesign é necessário analisar o momento do mercado, fazer um diagnóstico da marca, sua percepção, problematização e a partir disso, formular uma estratégia e por fim trabalhar numa linguagem visual que reflita tudo isso. O que é importante saber é que um redesign de logotipo pode ir de uma revolução total na identidade visual a mudanças significativas, porém mantendo alguns elementos, a apenas alguns pequenos ajustes. Isso depende de cada projeto, do objetivo que a empresa tem e do posicionamento. Essa informação é importantíssima para atender as expectativas do cliente. (CHOCOLA DESIGN, 2011)

Figura 13 - Redesign de marca Fonte: Chocola Design 2011

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Figura 14 - Redesign de marca Fonte: Chocola Design 2011

Figura 15 - Redesign de marca Fonte: Chocola Design 2011


Esse é talvez um dos fatores que mais pesa quando pensamos em montar uma banda. Não adianta ser mais uma no meio de tantas, portanto deve a banda ter algo que o diferencie das demais, pode ser na sonoridade, na apresentação, efeitos especiais e a partir disso dar evidenciar para o público. [...]Numa oficina promovida pelo festival abril pro rock que acontece todos os anos na cidade de Recife no mês de abril, no ano de 2011, o administrador, produtor e gestor cultural Rômulo Avelar abordou a importância deste “plus” que o músico tem que ter e citou o exemplo da banda de rock que não possuía guitarrista, algo muito estranho para este estilo musical e eles brincavam e trabalhavam este argumento no intuito de deixar a sua marca de alguma forma. (ENES, 2014, p. 61).

Uma banda precisa mostrar seu conceito, o que realmente ela é, e para isso é necessário refletir sobre algumas questões: Estilo musical, Figurino, maquiagem, repertório, cenário, iluminação, projeções, elementos em palco, performance, apresentações gráficas. O esforço para alcançar o sucesso é duro e árduo, convém saber se realmente é vantajoso investir, tempo, dinheiro, energia em algo que pode ser comparado facilmente ao concorrente, sem diferencial algum, sendo apenas mais um no meio de tantas outras.

É fundamental fazer uma análise do público-alvo da banda. Enes (2014) ratifica a importância de saber quem é o seu público, quem de fato consome o seu produto cultural, além de ressaltar a importância de conhecer seus hábitos e alguns de seus comportamentos no intuito de colaborar com um maior alcance de divulgação e venda de shows. Ratificando o pensamento de Strunck (2001), vemos que os novos meios de comunicação na web são ferramentas poderosas para o conhecimento de seu público, costumes, faixa etária, classe social e cultural. Hoje em dia é possível filtrar os consumidores e comunicar diretamente para eles. Boa parte dos empreendedores brasileiros sequer se pergunta sobre quem é, de fato o seu público e quais são suas expectativas. Preferem crer que seu trabalho atinge as pessoas de modo indiscriminado, independente de seu perfil socioeconômico ou faixa etária. Imaginam ainda que a escassez de público se deva apenas a fatores de ordem financeira. Mas essa visão quase sempre cai por terra quando é feita uma análise mais aprofundada da questão. (AVELAR, 2010, p. 156).

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Todas as estratégias e ações que serão trabalhadas para a divulgação da banda corresponde ao plano de comunicação. Existem empresas que lidam direto com essas estratégias, como é o case das assessorias de comunicação e marketing. No caso das bandas independentes Enes (2014, p. 92) fala que: [...] como não possuem verba para esta contratação, então para colocar em prática esta divulgação devese listar algumas ações bastante importantes, tais como definir o público-alvo, para saber a quem atingir, quais os canais de comunicação serão utilizados, por exemplo, internet, boca a boca, jornal, tv, rádio outdoors, e-mails, sites, blog, elaborar um texto para esta divulgação e quanto irá se gastar para este fim.

De fato, a televisão tem um poder muito grande de alcance e na influência das opiniões das pessoas, podendo ser comparada com a publicidade, uma vez que as pessoas tomam base nas “verdades televisivas”, assim como cultuam personagens da mídia. Aparecer em certas emissoras ou programa são tidos como “sucesso”. Para o artista independente isso é uma questão que requer o investimento que

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talvez ele não possa ter. A televisão, portanto, é um dos pontos de contato mais evidentes, contudo, vale salientar que não é única e absoluta. Antes de qualquer coisa o artista deve ter atenção no que vai comunicar, independente da plataforma. Não basta ser bom. É preciso parecer bom; Eis uma máxima que se aplica aqui, com propriedades. É necessário cuidado não apenas com a qualidade dos aspectos artísticas e culturais mas, também, com as estratégias de divulgação a serem abordadas. (AVELAR, 2010, p. 199).

VAN DE KAMP (2010) define Marketing musical como “uma ferramenta que tem a função de criar e gerenciar conteúdos, serviços e produtos derivados do trabalho musical (ex: composição, CD, Show, MP3), de forma a satisfazer as necessidades do artista, como compor, tocar, vender e ser reconhecido”. Para que os seus objetivos sejam alcançados, é preciso desenvolver ofertas que atendam necessidades e interesses de um grupo de pessoas, como as de lazer, identidade, integração, estima, crescimento e liberdade,


que ainda tenha a disposição e possibilidade de pagar o preço de seus conteúdos, serviços e produtos.” A gestão de marketing é muitas vezes o maior problema para bandas independentes. Os 4P’s do Marketing e sua harmonia entre si podem gerar resultados positivos na gestão de uma banda. O chamado Mix de Marketing consiste em: Praça (local de distribuição do produto ou serviço); Preço (valor no qual é ofertado seu produto/ serviço) Produto (O produto que oferecido ao público); e Promoção (promoção de vendas, propagandas, relações públicas). Mix de marketing ou composto de marketing é um conceito criado na década de 60 por Philip Kotler. Também é conhecido como os “4 Ps” (produto, preço, praça e promoção). O sucesso do marketing está atrelado à correta definição de cada item e à harmonia entre eles. De nada adianta um produto de qualidade sem uma promoção eficaz (eis o problema de muitos músicos independentes – ausência de gestão de marketing). (SALAZAR, 2015, p. 238)

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Estamos vivendo em um mundo totalmente capitalista onde a sede por lucros é algo fora do comum. As empresas utilizam ferramentas como a propaganda, marketing e a mídia para manipular a decisão de compra das pessoas. A mídia evidencia algo e faz as pessoas acreditarem que aquilo é o que elas realmente necessitam e o que querem consumir. São valores impostos para a sociedade e quem não está dentro da “onda” acaba sentindo-se excluído diante dos demais. Hoje as pessoas já nascem no meio desse turbilhão dirigido pelo consumismo desenfreado. Sobre esse consumismo Enes (2014, p.51) reflete: O consumo desenfreado o qual somos educados a nos comportarmos não causa apenas problemas pessoais, como também ao meio ambiente que sofre com a quantidade de lixo que criamos diariamente seguindo tendências do “novo”, sempre substituindo nossos produtos por outros de tecnologia mais avançada, mudança das regras da moda, sede por status ao possuir tal artigo, direcionando a população a serem iguais, fazerem parte de um só grupo que buscam as mesmas coisas, que tem as mesmas ideias, que consomem em série, que ficam na sua zona de conforto e nunca são estimulados a pensar e agir diferente do grande grupo que este sistema criou, essas ações devem ser repensadas em todas as áreas e dentro da cultura não deve ser diferente.

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A indústria cultural musical brasileira atualmente é ditada pela televisão e pelo rádio, ora passa funk ostentação em programas televisivos, ora passa sertanejo universitário e isso é inserido no cotidiano das pessoas forçadamente. Isso nos faz refletir sobre culturas locais como o maracatu, caboclo de lança, o coco e vários outros da nossa terra. Contudo, é possível driblarmos essa alienação imposta procurando fontes alternativas de produção cultural e arte. O cinema e o rádio não tem mais necessidade de serem empacotados como arte. A verdade de que nada são além de negócios lhes serve de ideologia. Esta deverá legitimar o lixo que produzem de propósito. O cinema e o rádio se auto definem como indústrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores-gerais tiram qualquer dúvida sobre a necessidade social de seus produtos. Adorno (2002, p. 8 apud ENES, 2014, p. 52).


“As crianças de hoje não são como as de antigamente”. Essa frase que escuta-se com bastante frequência, geralmente dita por pessoas mais velhas, de uma geração passada, é um reflexo de uma evolução natural da sociedade. O avanço da tecnologia, a chegada da internet e a inclusão digital formam um novo ser, cria novas culturas, subculturas e certos hábitos e costumes. Hoje é comum vermos as pessoas mais conectadas em seus aparelhos telefônicos, laptops, tablets, desktop, usando redes sociais. Essa nova geração já nasce nessa inclusão e isso faz com que o comportamento sociocultural tome outro rumo. Assim, como as crianças, a música e sua forma de distribuição ja não são mais como antigamente. Se antes um artista obtia lucro através da venda de discos - A exemplo temos os cobiçados prêmios televisivos que passavam no programa do Gugu ou Faustão na década de 90, no qual os artistas recebiam prêmios pela quantidade de discos vendidos: disco de ouro quando o artista vendia 40 mil, discos de platina quando vendia 80 mil e diamante quando vendia 300 mil cópias. Hoje isso torna-se uma prática de lucro que não existe mais. Junto com toda essa revolução tecnológica veio também a pirataria digital. Como Witt (2015, p.09) fala em seu livro, “Para

mim, e para os ainda mais jovens, colecionar era fácil: a música simplesmente estava ali. A parte difícil era descobrir o que ouvir”. Em sua obra, Witt (2015) conta a história da pirataria musical sob a ótica de três personagens: o pesquisador e cientista alemão Karlheinz Brandenburg do Instituto Fraunhofer, pai do Mp3; Dell Glover, funcionário da Polygram, uma fábrica de CDs na Carolina do Norte, e o CEO da Universal Music, Doug Morris; abordando como a pirataria se tornou o pior pesadelo dos produtores fonográficos na era do CD. O temor era tanto que ele afirma: A companhia entendia como esse produto estava se tornando desejável. Antes, o vazamento de CDs da fábrica era como uma travessura que causava pequenos danos locais à empresa mãe. Na era da internet, por outro lado, um álbum vazado era uma catástrofe. Era preciso apenas um CD nas mãos da pessoa errada para estragar todo o processo de lançamento. A Universal lançava seus álbuns com campanhas maciças de propaganda e um marketing intenso que incluíam vídeos, anúncios nas rádios, na televisão e o circuito noturno. O acesso aos álbuns antes do lançamento interferia no planejamento, anulando meses de trabalho das equipes de publicidade e fazendo os artistas se sentirem traídos. (WITT, 2015, p.74)

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Ao mesmo tempo em que a pirataria foi o terror de artistas, ela incrivelmente foi propulsora de vendas de CD e isso gerou grande lucro à Universal Music. Contudo, Morris e alguns observadores da área começaram a questionar se realmente a pirataria seria uma ameaça para a indústria fonográfica, visto que, por algum tempo a pirataria contribuiu com o boom da venda de discos físicos. [...] sem uma quantidade significativa de players de música portáteis, os mp3 ainda eram produtos inferiores. Não era possível levá-los para todos os lugares. Você não podia ouvi-los no carro, praticando exercícios ou no avião. Não podia tocá-los em uma festa sem levar um computador de quatro quilos e meio com você. É claro que podia gravá-los em um CD — aliás, centenas deles. Mas muitos CD players não tocavam arquivos mp3, e mesmo com os que tocavam, navegar por um menu com centenas de arquivos em um CD era um processo lento. Então, sim, a pirataria de arquivos mp3 estimulou as vendas dos CDs... por um período. (WITT, 2015, p.89)

Morris, que era CEO da Universal Music, por muito tempo se manteve no topo dos nomes mais importantes na história da produção fonográfica, entretanto, um jovem criou, em 1999, um software chamado Napster e isso foi o início da massificação dos arquivos

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MP3. Sobre o criador do napster e sua solução para seu grande sucesso, Witt (2015, p.82) comenta: Na adolescência, Fanning havia se apaixonado por computadores e participava do submundo do IRC. Mas algo sempre o incomodara no ecossistema do #mp3: não havia uma forma fácil de encontrar os arquivos. Agora, do seu dormitório, encontrara uma solução engenhosa: um “serviço de compartilhamento de arquivos peer-to-peer”, que conectava os usuários a um servidor centralizado onde podiam trocar arquivos mp3 entre si. A pirataria musical, antes limitada a uma pequena esfera de universitários com um bom conhecimento técnico, agora estava disponível para qualquer pessoa. Quase da noite para o dia, o Napster tornou-se um dos aplicativos mais populares, e com isso veio um tsunami de violações de direitos autorais.

Morris, sempre cético da digitalização musical, foi um dos poucos que viam como um crime todo esse volume de músicas distribuídas de maneira grátis. E em 2001, por medidas Judiciais e sob influência dos antigos rivais e agora parceiros Universal Music e Sony, o Napster foi banido e retirado do ar, com isso seus seguidores iniciaram uma contagem regressiva para passarem horas de frente ao computador fazendo downloads, encherem seus desktops com os arquivos mp3. Era o fim do Napster,


contudo, a fabricação de aparelhos para reprodução do mp3 continuou. Não demorou muito e então vieram outros programas de download como o Emule, Winamp e vários outros. Então deu-se início a era do declínio do CD, o que o tornaria obsoleto para sempre e desencadearia um novo cenário na distribuição musical, cabendo a reinvenção e adaptação da produção fonográfica para os meios digitais, fazendo com que as gravadoras tradicionais sofressem uma grande baixa no mercado. Em contrapartida, o mercado da música apontava para uma grande ascensão. Anderson (2009, p.129) fala sobre essa queda das gravadoras e vê na distribuição de música online um crescimento para o mercado da música: Mas quando dizemos “negócio da música”, normalmente nos referimos a gravadoras tradicionais, que culpam o Grátis (em geral, na forma de pirataria) por suas mazelas. Essa acusação pode ser verdadeira, mas é um erro igualar os interesses das gravadoras aos do mercado da música em geral. Tradicionalmente, as gravadoras embalam e vendem música gravada, o que constitui, como sabemos, um negócio em estágio terminal. Mas praticamente todo o mercado da música, excluindo as gravadoras, está crescendo, muitas vezes por meio da adoção do Grátis.

Anderson (2009) ainda comenta sobre como empresas estão lucrando mesmo oferecendo produtos grátis, gerando uma comunidade de consumidores e fazendo surgir novas demandas, ele ainda ressalta que todas as empresas deverão aprender a lucrar com o Grátis ou competir com o grátis. Anderson (2009, p.195) ratifica: “O Grátis abre portas, atingindo novos consumidores. Isto não significa que não se possa cobrar por alguma parte do Grátis”. É possível ganhar dinheiro com o Grátis: as pessoas pagarão para poupar tempo; as pessoas pagarão para reduzir o risco; as pessoas pagarão pelas coisas que gostam ou valorizam; as pessoas pagarão por status. Quando um produto ou serviço passa a ser grátis, o valor migra para a próxima camada de necessidade ou desejo superior

Podemos usar exemplos como os da Netflix que oferece Series online em uma plataforma bem resolvida, com toda programação em uma boa resolução de vídeo, em um preço acessível e planos flexível para toda família. Em contrapartida temos diversos sites que também oferecem a mesma programação, contudo não traz segurança para o usuário, ele está sujeito a infecções de virus no computador e etc. A Netflix não é grátis, mas aprendeu a concorrer com o Grátis;

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Também podemos citar o facebook e instagram que está atualmente sendo utilizado tanto para fins de relacionamentos pessoais como relacionamentos entre empresa e consumidor. Ele é grátis e qualquer um acessa, contanto que esteja nas normas de politica de privacidade da rede, mas, para que empresas possam ter um melhor resultado, é necessário impulsionar os posts, ou seja, pagar para que seu anúncio apareça mais. O produto é grátis, mas, ainda assim, o facebook gera um lucro absurdo com propagandas. No caso da indústria musical, o grátis foi uma coisa que mudou o cenário e a forma de como os músicos e empresários passaram a lucrar. Para ilustrar bem essa situação vamos ver um trecho retirado do livro do Chris Anderson no qual ele retrata o famoso caso da banda Radiohead, que foi um marco na venda de discos de forma online. Se a indústria de videogames é um negócio que corre para o Grátis para acelerar o crescimento, a música é um negócio se arrastando na direção do Grátis para desacelerar a queda. Mas as primeiras tentativas são animadoras. Até agora, o sucesso do experimento “pague o quanto quiser” do Radiohead com o In Rainbows é lendário. Em vez de lançar seu sétimo disco nas lojas como é o costume, a banda o lançou on-line solicitando que as pessoas pagassem o quanto quisessem. Algumas escolheram não pagar nada, como eu (não porque eu não achasse que

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valesse a pena, mas porque eu queria ver se de fato era permitido), enquanto outros pagaram mais de $20. Em geral, o preço médio foi de $6. “In Rainbows” se tornou o disco de maior sucesso comercial do Radiohead. Em uma época na qual as vendas de músicas estão caindo de um abismo, o Radiohead relatou estas impressionantes estatísticas: • A banda vendeu 3 milhões de discos no mundo todo, incluindo downloads do site da banda, CDs físicos, uma edição especial com dois CDs e um vinil e vendas no iTunes e outras varejistas digitais. • A edição especial, que custava $80, vendeu 100 mil cópias. • O Radiohead ganhou mais dinheiro com os downloads digitais antes do lançamento do CD físico do que o total, em todos os formatos, do disco anterior. • Quando o CD físico foi lançado, mais de dois meses depois do lançamento do formato digital “pague o quanto quiser”, o disco ainda entrou no primeiro lugar na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos e Reino Unido e o download digital pago no iTunes também emplacou no primeiro lugar, vendendo 30 mil cópias na primeira semana. • O tour do Radiohead que se seguiu ao lançamento do disco foi o maior de todos, vendendo 1,2 milhão de ingressos. (ANDERSON, 2009, p.128)


Percebe-se até agora que o disco físico (CD) não gera mais a mesma perspectiva de antes na carreira de uma banda. A musica gravada, hoje, é um instrumento de divulgação e o consumidor sequer precisa desembolsar algum dinheiro para ter em seu acervo determinada musica ou disco, contudo, o CD físico não foi totalmente descartado pela indústria e persevera no mercado até hoje. Se antes um disco era comprado em uma loja por uma faixa de R$50 ou R$60, agora esse valor cai vertiginosamente, hoje encontramos CDs de até R$5,99 nas lojas espalhadas pelo Brasil. Com o aumento na oferta e demanda de smartphones no Brasil subiu desenfreadamente, a demanda por apps e players de musica digital de download acompanharam o ritmo. OITunes foi um dos primeiros players para smartphone, hoje temos o Spotify, Deezer, Napster e vários outros. [...]As vendas dos formatos digitais cresceram 30%, enquanto as vendas dos formatos físicos recuaram 15%. A música digital representou 48% das vendas totais do mercado fonográfico brasileiro, em 2014, enquanto os formatos físicos representaram uma fatia de 52% desse mercado....Ficou para trás a época em que o consumidor era obrigado a comprar 12 músicas, quando na verdade ele só queria escutar uma faixa do disco. E mais, hoje o consumidor sequer precisa desembolsar algum dinheiro para ter acesso à música gravada. (SALAZAR, 2015, p. 243)

As mídias digitais são ótimas opções para divulgação de trabalho das bandas independentes, principalmente se tratando da economia que se pode ter, da facilidade do acesso ao conteúdo, da rapidez na qual se pode lançar um trabalho novo, diferente de antigamente, cuja fabricação de vinil era lento e custoso; tempos depois vieram os CDs que eram reproduzidos bem mais rápidos do que o vinil, embora a produção dessa mídia ainda tenha um preço bem salgado; Além de tudo, a distribuição digital permite um maior conforto para o usuário, pois o permite desfrutar do seu disco sem sair do conforto do seu lar. No passar dos anos as indústrias de impressos foram se modernizando e melhorando seus processos de produção e reprodução, contudo, essa modernização requer investimento e foram poucas as empresas que puderam dar esse passo à frente, produzindo mais e lucrando mais. [...]a popularização da Internet e dos computadores pessoais alterou este fluxo. O custo de reprodução despencou, pois já não dependia de um suporte físico – como o papel dos livros ou o plástico dos CDs. Hoje, tudo é digital e armazenado em discos rígidos mais baratos e com capacidades cada vez maiores. A distribuição pode ser feita digitalmente via Internet, praticamente sem custos, permitindo que indivíduos troquem arquivos entre si através da rede. (AVORIO e SPYER, 2015. P.42)

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Sobre as mídias digitais Salazar ressalta a democratização do meio e outros benefícios que vão além da pura e simples distribuição das obras. O acesso ao comércio atacadista da música digital é mais democrático, portanto mais inclusivo para o artista independente. Além da própria Tratore, que também distribui a música para plataformas digitais, outras empresas atuam na distribuição da música digital no Brasil como iMúsicaCorp,117 Onerpm,118 CD Baby.119 De uma maneira geral, as distribuidoras digitais de música oferecem um leque de serviços que vão além da simples distribuição dos fonogramas ou videofonogramas, abrangendo a oferta do conteúdo digital para outros usuários de música (empresas de telefonia, produtoras de audiovisual e agências de publicidade) através da cessão dos direitos autorais (licenciamento e sincronização). (SALAZAR, 2015, p. 245)

Visto que, o lucro que as bandas obtinham com as vendas de seus discos sofreu uma baixa, foi nas apresentações e shows que o faturamento das bandas aumentou consideravelmente. Quanto mais a música era disseminada pela rede, mais fãs, de diversos lugares eram conquistados, somando um público que rende lucro em shows. Na figura 01 temos um exemplo de como a distribuição grátis da música proporcionou à banda Prince um lucro bem maior nos seus shows.

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Figura 16 - Case da banda Price Fonte: Strunck 2001

Acima foi um exemplo de como a distribuição digital da música interferiu na forma de empreender de uma banda já bem consolidada no mercado. Quando falamos em bandas independentes a estratégia muda, embora a questão de maior lucro nos shows seja uma regra geral. Para bandas independentes, um show pode se tornar mais um ponto de venda, e ali ele pode fazer um extra. Montando uma banquinha com camisas, bottons e vários outros produtos, como define Salazar (2015), este seria um canal de distribuição da venda direta ao público.


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A metodologia utilizada nesse projeto é desenvolvida por Wheeler (2012) e retirado do livro “Design de Identidade da Marca”. Toda pesquisa em Design necessita de métodos científicos e projetuais para obter resultados e atingir o objetivo com eficiência, estes processos orientam e determinam o caminho a seguir, através de etapas pré-definidas, podendo variar de acordo com cada projeto.

O processo é definido por fases distintas com pontos lógicos de início, meio e finalização, o que facilita as tomadas de decisão nos intervalos apropriados, quando feito corretamente, pode produzir resultados extraordinários. O processo da metodologia é dividida em 5 etapas:

Figura 14 - Etapas da Metodologia Fonte: Wheeler, 2012, p.16/17

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Consiste na coleta de dados sobre a empresa, visando um maior conhecimento acerca da visão, metas, estratégias e valores. Além de pesquisa de mercado, auditoria de marketing, auditoria de concorrência, auditoria de stakeholders, auditoria de linguagem, relatório de auditoria. Para Kendall (apud WHEELER, 2008, p.96): “A auditoria é uma oportunidade para construir uma compreensão completa da empresa e estabelecer um contexto para a solução de gestão de marca. O sucesso de um projeto começa por essa fase, se conseguirmos o máximo de esclarecimento possível a cerca do que estamos trabalhando, executaremos o projeto com maior eficiência. Dos pontos abordados, por Wheeler (2012) a cerca da condução de pesquisa, o único que não será feito é a entrevista com a gerência chave, uma vez que este trata-se de um projeto pessoal.

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BRIEFING Dados da Empresa/Banda A banda Capim Santo foi a primeira banda de reggae do bairro de Peixinhos, situado em Olinda/PE. Teve seu início em 2005 e está na luta por um espaço no cenário reggae atual. A banda já tem dois EP’s1 lançados, o primeiro intitulado de Essência da vida, gravado no estúdio da AESO e o segundo chamado de Chá de ideias, ambos com produção independente. A banda já fez apresentações em várias cidades de Pernambuco e em alguns estados do Nordeste. Atualmente é composta

por 10 integrantes e tem composições próprias. Suas letras falam do cotidiano urbano, usando a poesia que tratam o amor, a espiritualidade, a desigualdade social e cultural, buscando através de suas mensagens soltar um brado por uma sociedade mais justa. Qual o objetivo do projeto? Desenvolver o redesign da marca e criar sistema de identidade visual para a banda capim santo, assim como seus principais pontos de contato. Com isso, pretende lançar em 2016 a banda no cenário nacional, trazendo essa nova identidade da banda para o novo CD que será lançado.

Figura 15 - Marca Capim Santo - Fonte: Facebook 2016

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Qual o posicionamento mercadológico? Dos anos 90 até meados da década seguinte o bairro de Peixinhos foi reconhecido pela sua vasta gama de artistas, onde este celeiro cultural ganha destaque nacional, atraindo olhos para o que acontecia. Então, mediante ao “boom” cultural que rondava o estado, eis que surge a banda Capim Santo. Hoje a banda está se preparando para lançar um novo disco e tem previsão de lançamento para o segundo semestre de 2016. O projeto de identidade visual proposto fortalecerá a marca, reposicionando-a diante do cenário musical independente atual. A banda até então vem mantendo trabalhos gráficos não muito consistentes e pretende com este projeto dar uma nova cara para a banda e se lançar no mercado, fazendo inscrições em grandes festivais pelo país e lançando editais de incentivo a cultura. O mercado atual está quente, vários produtores de eventos promovem shows voltados para a cena reggae, trazendo artistas nacionais e internacionais. Dentre os festivais que temos na cidade do Recife, podemos citar: Festival Reggae Brazuca, Recife Reggae Festival, PRÉ AMP, Pré no Reggae, Carnaval de Pernambuco, Festival de inverno de Garanhuns,

Festival de inverno de triunfo, Festival Tipóia, Festival Mundo, Festival Dosol, Reggae na Concha e vários outros. Público-Alvo Faixa etária de 15 até os 45 anos. De todas as classes sociais; Homens e mulheres; Gostam das mensagens passadas pelas músicas; Gostam de beber e sair em grupos; Curtem praia, surf, acampamentos e tem um estilo de vida mais “relax”. São pessoas de aparência mais descolada, usam roupas folgadas, tem interesses por artesanatos e apreço pela cultura negra. Tem domínio das novas tecnologias, são bem informatizados e antenados em redes sociais. Seja qual for a idade, seu público tem um espírito jovem, libertário e aventureiro.

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Concorrência Os concorrentes direto da banda Capim Santo são as bandas locais, uma na luta em busca de destaque no cenário. Dentre estas podemos citar: N’Zambi, Jahstafary, Essência Mística, Capim Açú, Tribo Ras, Erva doce, Caravana do reggae, Bantus Reggae, Brazáfrica, Favela Reggae, Homem do mato, Trindade Dub, Jammin’g, Raízes Curumim, Tribo reggae, Mikareggae. Temos também bandas de todo o mundo que estão consagradas no cenário, podemos considerar estas como os concorrentes secundários, apesar de serem os melhores alvos para serem estudadas do ponto de vista da identidade visual, por serem de um patamar mais profissional. Listando as nacionais temos: Ponto de equilíbrio, Vibrações Rasta, Tribo de Jah, Mato seco, Irmandade Brasmorra, Jah I Ras; dentre as internacionais temos Bob Marley, Groundation, Dezarie, SOJA, Kultiration, Black roots, 10 Ft. Ganja Plant e varias outras. Pontos positivos da concorrência Algumas bandas possuem contatos com produtores musicais e culturais que organizam evento no Estado;

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Outras possuem uma banda completa com percussão, metais, teclado, guitarra, e etc.; Pontos negativos da concorrência Banda cover, isso implica na anulação de participação em alguns festivais públicos e privados, restringindo o acesso aos palcos; Falta de engajamento na web relacionamento com o público;

para

Falta de gestão de marca Diferencial do cliente A banda Capim santo dispõe de uma equipe completa de músicos, e estrutura de palco, contando com técnico de som, Designer e fotógrafo, Videomaker, Produtor fonográfico e direção de Shows. Portanto, tem o potencial, através desse trabalho multidisciplinar, de alavancar a banda em todos os sentidos do audiovisual e sonoro de forma totalmente independente.


As músicas da Capim Santo são recheadas de toques africanos em suas composições. Essa essência negra é o ponto de partida para a criação da nova identidade visual do material que será lançado em 2016. Missão A banda Capim Santo se empenha em levar a sua mensagem para o próximo. São mensagens de amor, prosperidade, que pregam a paz e a união entre os seres humanos, ao mesmo tempo em que os alertam para os males do mundo. Visão Em um curto prazo a banda pretende alavancar no cenário do reggae brasileiro, promovendo uma turnê e posteriormente consegui algumas tocadas afora do Brasil. Valores União, Harmonia, Paz, Entendimento, Sabedoria, Irmandade, Amor, Igualdade e respeito são alguns dos valores da banda Capim Santo.

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Histórico da comunicação A seguir será exibido um painel com o histórico das peças envolvidas na comunicação da Capim santo ao longo dos anos:

Considerações do projeto A banda tem pouca verba para investimento no projeto (Gravação de CD, Videoclipe, Impressos...); Liberdade para criação de um novo conceito; Deverá ser pensado algo original para O material que irá ser confeccionado na finalidade de entrega para banca de júris técnicos de concursos e festivais de música;

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Figura 16 - Histórico da comunicação Banda Capim Santo - Fonte: Facebook 2016


Esta etapa consiste na combinação de pensamento racional criativo, baseado no aparato de informações apurado nas pesquisas e auditorias acerca de mercado, diferenciais competitivos, valores, essência, atributos e meta da marca. É a etapa da queima de neurônios, um processo árduo até a chegada da grande ideia. Elaboração de briefing de marca, documento que servirá de norte para a equipe de criação, nele deve conter toda e qualquer informação necessária para a execução do projeto. Definição de posicionamento, elaboração de estratégia criativa. Essa é uma parte superimportante no processo de criação, é a partir dessas ideias que vamos passar para a materialização da marca. O planejamento estratégico de uma banda é algo primordial para uma carreira sólida no mercado fonográfico. Todas as empresas necessitam de um planejamento para fazer funcionar o negócio visando soluções imediatas, de médio e longo prazo, com as bandas acontecem o mesmo. Enes (2014) fala

que maioria das bandas de Recife e Olinda surgiram de uma roda de conversa entre amigos, sem muito planejamento, alguns pensam em gravar um CD e acreditam que esta ferramenta é a mais importante e prioritária no começo de uma banda. Muito comum vermos bandas iniciarem e acabarem sem ao menos traçarem uma estratégia de comunicação eficiente. Para Kotler (2003 apud ENES 2014 p.60) “Quando a estratégia é idêntica à dos concorrentes, não é estratégia. Se for diferente, mas facilmente imitável, será uma estratégia ruim. Se for absolutamente diferente e difícil de copiar, será uma estratégia poderosa e sustentável.” Não podemos falar de identidade visual e gestão de marcas sem pensarmos no investimento necessário para concretizar o projeto. Existem formas alternativas para captar recursos para tal: Vendas de CD, Camisas, Bottons, Cachês, Funcultura, Rouanet, Catarse e mais uma infinidade de outros meios, basta usar a criatividade.

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O que deve ser dito e qual linguagem será abordada A nova identidade visual abordará temas africanos, trilhando um apelo estético das bandas africanas de reggae dos anos 70’s e 80’s. Deverá ser estudados os elementos da época e traduzir de forma contemporânea. Este novo disco será intitulado de “A terra que alimenta vida” e será composto por faixas novas e antigas da banda. Deve fazer referência Para este quesito podemos utilizar as seguintes palavras-chaves: União, Terra, África, Igualdade, Natureza, Reggae Roots, Anos 70, anos 80’s, Respeito, Sobriedade. Como? Esta linguagem deverá se apresentar na Assinatura visual e consequentemente nos principais pontos de contato da marca. A seguir segue uma lista dos principais pontos a serem elaborados como aplicações no manual deste projeto:

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Impressos

Plataformas digitais

Cartão de visita;

Site;

Camisa

SoundCloud

Botton

Facebook

Caderno

Instagram;

Set List Release Caneca

Todos os itens acima listados deverão conter a identidade visual criada para a Banda Capim Santo, respeitando os requisitos sugeridos no manual da marca, tais como: Tipografia, padrão cromático, redução, proteção e etc...


O design da identidade é o resultado da materialização da marca. É nesta etapa que o design procura materializar todo pensamento criativo de forma estratégica, unindo excelência e experiência, onde deve-se seguir critérios técnicos como cor, tipografia, movimento, símbolos, definindo assim toda arquitetura da marca.

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Pesquisa de Similares Foram analisadas as identidades visuais das bandas concorrentes do cenĂĄrio reggae, a nĂ­vel local, nacional e internacional, no intuito de saber como se comportam as marcas e como elas se apresentam no mercado.

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Figura 17 - Pesquisa de similares - Fonte: Google 2016

Dentre as marcas analisadas podemos levar em consideração os seguintes pontos: Utilização de tipografia caixa alta na maioria das identidades visuais;

Assinaturas visuais compostas por símbolo e tipografia;

Uso dos tons de vermelho, verde, amarelo, azul, e escala de cinza;

Bandas internacionais mais antigas diferenciam a assinatura visual da banda frequentemente, não respeitando uma identidade única como marca da banda.

Utilização de fundos de papel envelhecido e preto;

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Mapa semântico No mapa semântico são apresentados formas, cores, e elementos que servirão de base para a construção da identidade visual da banda Capim Santo.

Figura 18 - Mapa semântico - Fonte: Google 2016

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Geração de alternativas Após toda fase de pesquisa chegou finalmente a hora de transpor todas as ideias para o papel. Foram esboçadas, portanto, algumas ideias para a construção da assinatura visual da banda Capim Santo, tomando como base os valores citados no briefing: União, Harmonia, Entendimento, Irmandade, Amor e Igualdade e as imagens coletadas no mapa semântico.

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Seleção da alternativa e justificativa A alternativa escolhida para ser aprimorada foi a versão ao lado. A junção entre o as letras “M” e o “S” conseguiu traduzir de forma sutil os valores da banda – União, Harmonia, Entendimento, Irmandade, Amor e Igualdade.Estes conceitos foram trabalhados e empregados na marca de maneira minimalista. Depois de rabiscado algumas ideias no papel, a alternativa foi escolhida e em seguida o processo partiu para a materialização digital:

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Figura 20 - Geração de alternativas Fonte: Ikamahã 2016


Abaixo apresenta-se a marca em sua versão final.

Figura 21 - Redesign de Marca Capim Santo Fonte: Ikamahã 2016

Depois da elaboração da marca, foi desenvolvido o Manual de Identidade Visual, que, consiste em um documento contendo as regras básicas de uso e aplicação da marca Capim Santo. No manual temos as especificações de padrão tipográfico, padrão cromático, redução da marca, versões de assinatura e etc, Além de conter as principais aplicações da marca para mídia impressa e digital.

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Trata-se do refinamento do design, ou seja, é nesta fase que é finalizado os mínimos detalhes da criação. Tipografia secundária, paleta de cores e qualquer outros elementos que venham a compor os pontos de contatos são detalhados, e a partir disso, devemos aplicar a marca nas mais diversas mídias on e offline que a marca necessite - cartão de visita, websites, redes sociais, camisas, bottons e etc. A seguir será apresentado algumas aplicações da marca em meios impressos e digitais. As demais peças estão dísponíveis no Manual de Identidade Visual da Marca Capim Santo.

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CAMISAS Foram criadas as camisas nas cores amarela, verde, vermelha, marrom e preta. As camisas são de algodão fio 30 com impressão em serigrafia.

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RELEASE Este é um dos principais pontos de contato da banda. Consiste em um documento onde conta a historia da banda, fala dos integrantes, histórico de apresentações, contém o rider técnico, imput list e mapa de palco. Material impresso em papel Couchê 170g. Formato: 20x20cm Acabamento: Fosco

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CADERNO ARTESANAL Capa: Papel Holler 2mm revestida de papel couchê 120g. Miolo: sem pauta em papel offset 90g Costura: copta etíope

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CARTÃO DE VISITA Material impresso em papel Couchê 300g. - 4X4 Formato: 9x5cm Acabamento: Laminação fosca com UV Localizado.

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FACEBOOK Esta é a principal rede social da banda. Todo planejamento de mídia digital será trabalhada nela.

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WEBSITE Site responsivo, adequa-se em qualquer dispositivo. Endereço eletrônico: www.capimsantobanda.wix. com/reggae

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Esta é a última etapa da metodologia de Wheeler (2012), consiste no lançamento da marca, internamente e externamente. Geralmente envolve um plano de lançamento da marca, indicando diretrizes e a normatização do programa de identidade visual. A marca Capim Santo foi lançada internamente, através de set list, Release, e com a criação do site, automaticamente, foi lançada nas redes. Contudo, nenhum post foi impulsionado, nem o site divulgado para a massa. Por enquanto o site está disponível apenas para trâmites internos com fins comerciais e não promocional. A banda irá investir em mídia digital quando lançar o seu próximo disco, aproveitando a oportunidade para enfatizar a nova identidade visual. No facebook a marca tem um planejamento de posts semanais com dias fixos, todas entrando ao ar às 16h20, sendo:

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Segunda – Foto da Banda (Foto de shows, ensaios do final de semana e etc.) Quarta – Capim da Hora (Curiosidades do mundo da Música) ou Institucional Sexta – #SantaTijolada (Vídeos de bandas que influenciam a Capim Santo) Posts relacionados a divulgação de shows e vídeos da banda poderão ser postados afora a pauta fixa, sendo a qualquer dia da semana, de preferência em dias que não choquem com os posts fixos. O Instagram é a rede social, secundária da banda Capim Santo. Nela serão replicados os posts do Facebook.


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Toda banda que almeja uma carreira profissional deve ter a ciência dos benefícios da intervenção do design gráfico em seu projeto. Principalmente se alinharmos essa poderosa ferramenta ao Marketing. O design Gráfico desempenha um forte papel junto a música, pois é ele que materializa de todo o conceito intangível da banda. Com o passar dos anos, e com toda essa revolução tecnológica, a indústria fonográfica passou por algumas mutações no setor. Uma vez que grandes produtores, de grandes empresas do ramo fonográfico, eram os únicos que distribuíam novidades, a internet por outro lado, veio para democratizar o acesso da música e a partir disso as bandas ganharam uma maior autonomia para se autoproduzirem. Essa autoprodução deve ser gerida com cuidado e de maneira bastante assertiva. Saber onde aparecer e pra quem aparecer é

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um requisito primordial na comunicação de uma banda. Quem não é visto não é lembrado, mas a questão é que só é lembrado quando comunicamos para o público certo, a quem se interessa pelo produto, no mais, todo o trabalho pode ser comprometido se direcionado para o público errado. A pirataria recorrente do boom da internet tornou, de certa forma, a música grátis e hoje em dia é nos shows que as bandas obtém o maior parte dos lucros. Uma boa estratégia para a venda nos shows como vimos é construir uma base sólidas de fãs nas mídias online, gerando público em diversas regiões. A inclusão nas mídias digitais, em especial as redes sociais são ferramentas poderosas na divulgação de um artista. Pode-se alcançar milhões de pessoas através de redes como Facebook, Instagram, YouTube e diversos outros. Antes essa magnitude era apenas alcançadas na televisão ou rádio e por um preço


absurdamente caro. A internet toda o impossível em acessível e vem transformando a cada dia o meio musical. Onde existe uma demanda existe uma solução criativa e para isso o design está sempre apostos e foi nessa jornada musical que foi levantado a importância da intervenção do design para bandas e artistas. Neste projeto foi desenvolvido o redesign de Marca da banda Capim Santo, banda de Reggae Pernambucana que já conta com 10 anos de estrada, bem como algumas aplicações impressas e digitais, no qual podemos listar: Site, Facebook, Instagram, YouTube, SoundCloud, Cartão de Visita, Camisa, Botton, Caneca, Caderno Artesanal, Release e outros. Para tal, foi utilizando a metodologia de Alina Wheeler, que consiste em 5 etapas: Condução de pesquisa, Esclarecimento da estratégia, Design de identidade, Criação dos pontos de contato e Gestão de Ativos.

O Projeto proporcionou à banda uma melhor apresentação visual, trazendo um aspecto mais profissional, tornando-a mais atraente ao consumidor, além de ter gerado uma fonte de renda alternativa que vai além dos shows, com a venda de brindes promocionais elaborado – Camisas, Bottons, Caneca, Cadernos e etc.

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