How does a project mature? It is obviously a most mysterious, imperceptible process. It carries on independently of ourselves, in the subconscious, crystallizing on the walls of the soul. It is the form of the soul that makes it unique, indeed only the soul decides the hidden “gestation period” of that image which cannot be perceived by the conscious gaze. Instant Light – Tarkovsky Polaroids
Regressemos por um instante a um passado que agora nos parece distante mas ainda pleno de significado. A um tempo em que uma imagem era construída e revelada por um processo quase mágico. Contemplemos um fragmento imediato da realidade, palpável e testemunhal. A estranheza da cor. Estamos no Polaroid Park.
Obrigado Maria João Frade e João pela oportunidade, simpatia e disponibilidade. 2 POLAROID PARK
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António Bettencourt Debute - Parte II 50 x 50 cm Prova única
Nesta imagem, parte integrante de uma série mais vasta, tento debruçar-me sobre o processo de legitimação do autor enquanto artista, e consequentemente, sobre os mecanismos da própria produção artística. Recorro a subprodutos da produção fotográfica, de um autor já consolidado no contexto artístico, para construir uma série de imagens negras que escondem a sua origem e revelam intenções. A recuperação destas imagens, quase fotografias pela impossibilidade física do próprio suporte, quase obras de arte por rejeição do seu criador, revela a intenção de me posicionar naquele espaço escuro, desvalorizado ou por agora esquecido, na sombra da arte.
Biografia:
António Bettencourt. Lisboa, 1973. Licenciado em Fotografia, expõe irregularmente desde 2006, com destaque para a Horta Contemporânea (2006), na cidade da Horta e 1+1 (2007), Kameraphoto, Lisboa. Contactos:
bettantonio@gmail.com 3 POLAROID PARK
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António Proença de Carvalho Um anjo mora em ti Impressão com tintas pigmentadas sobre papel de algodão fine art, réplica do polaroid original aplicado no vidro, emoldurado, fragmento do texto de Jean Cocteau. Nº de provas: Autor + 5 provas Preço: 950€ (inclui a instalação completa com moldura)
“Um espírito puro não pode nem começar nem acabar e jamais se transforma. A queda dos anjos é, pois, insensata. Quero dizer que ela não tem sentido na medida em que evoca filmes rodados ao contrário. O diabo representa, por assim dizer os defeitos de Deus. Sem o diabo, Deus seria desumano.” “Ópio” Jean Cocteau
Biografia:
António Proença de Carvalho. Coimbra, 1961. É um multifacetado e compulsivo amante de arte, trabalhou em arquitetura, decoração de interiores, design, ilustração e pintura a fresco. Tem uma paixão por fotografia desde a adolescência e tem maioritariamente produzido trabalho para coleções privadas. Contactos:
antonioproencadecarvalho@gmail.com | www.antonioproencadecarvalho.com 4 POLAROID PARK
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Cátia Mingote Mansfield_7 polaroids rumo ao tempo estagnado espuma apressada aprisionada pelo peso quente do meu corpo
95 x 78 mm Preço de reproduções para venda: (Séries de 3) 150€ cada Conjunto: 800€€ € Impressão fotográfica digital em papel fine art
de dentro das casas estalam histórias imperceptíveis movimento gélido que teima em partir prazer que fica inacabado Margarida Chambel
Biografia:
Cátia Mingote. Moçambique, 1973. Vive e trabalha em Lisboa, em design gráfico/editorial e fotografia. Terminou a Licenciatura em Design de Comunicação na Faculdade de Belas-Artes de Lisboa em 1998. Frequentou os cursos de Fotografia Contemporânea e Linguagem Fotográfica no Atelier de Lisboa em 2009. Terminou a Pós-graduação Fotografia, Projeto e Arte Contemporânea do Atelier de Lisboa/IPA em 2011, que culminou numa exposição coletiva na Galeria Plataforma Revólver em Lisboa. Teve uma exposição individual na InsideHall, Showroom Arquitectura e Design em 2010, e em 2015/16 no Atelier Pura Habilidade em Lisboa. Algumas das suas fotografias foram publicadas e outras pertencem a coleções particulares. Faz também fotografia de arquitetura, e o seu trabalho sobre a casa Paulo Rolo do atelier InSpazo Arquitectura foi publicado no site archdaily.com. Mansfield_7 Polaroids integrou a exposição coletiva The Polaroid Show na Doomed Gallery em Londres em setembro de 2014. Contactos:
catiamingote@gmail.com | +351 917475031 | www.catiamingote.com 5 POLAROID PARK
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Fábio Túlio Horas Perdidas 50 x 33 cm e 59 x 34 cm (caixa de luz) Impressão: Fuji duratrans Tiragem única Preço por cada conjunto: 150€
“1. Deixar de ter alguma coisa útil, proveitosa ou necessária, que se possuía, por culpa ou descuido do possuidor, ou por contingência, ou desgraça. 2. Sofrer prejuízo, dano, ruína, detrimento ou diminuição em. 3. Não conseguir o que se deseja ou ama. 4. Desperdiçar, dissipar, malbaratar, menosprezar. 5. Deixar de gozar, de atender, deixar passar despercebido. 6. Descair do conceito, crédito ou estima. 7. Esquecer. 8. Causar dano ou ruína a, ou o mal, ou a desgraça de. 9. Junto com alguns nomes, faltar à obrigação do que significam, ou fazer alguma coisa em contrário, como: perder o respeito, a vergonha, a educação, a cortesia, etc. 10. Tratando-se de guerra, morrer, ficar prisioneiro ou ser derrotado. 11. Sofrer dano, prejuízo, quebra, etc. 12. Diminuir de valor, merecimento, conceito, etc. 13. Ser vencido (em jogo, aposta, etc.). 14. Errar o caminho, transviar-se. 15. Não achar saída. 16. Não achar meio de remover uma dificuldade. 17. Deixar de ser ouvido ou percebido. 18. Desaparecer, sumir-se, extinguir-se, esvaecer-se. 19. Estragar-se. 20. Inutilizar-se. 21. Conturbar-se, arrebatar-se. 22. Desvairar-se, desorientar-se. 23. Confundir-se, baralhar-se. 24. Sofrer dano ou prejuízo. 25. Arruinar-se. 26. Ficar pobre ou desgraçado. 27. Entregar-se aos vícios. 28. Perverter-se. 29. Pecar. 30. Ficar desonrado. 31. Deixar-se irresistivelmente dominar por uma paixão, por um afeto veemente. 32. Ficar preocupado, absorvido. 33. Naufragar. 34. Pôr-se em risco de perder a vida. 35. Não se aproveitar de alguma coisa. 36. Cair em desuso.” Em Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (Procura: perdido)
Biografia:
Fábio Túlio. Lisboa, 1987. Tem berço na Cruz de Pau, Margem Sul. Atualmente vive no Funchal, Madeira. Estuda na Escola Secundária Artística António Arroio onde conhece a câmara escura. Para aprofundar o conhecimento fotográfico, faz um curso profissional no Instituto Português de Fotografia entre 2006 e 2008. No jornal 24 horas enfrenta e combate o digital. Ainda no mesmo ano, experimenta pela primeira vez o instantâneo, que já está, literalmente, na falência. Hoje e todos os dias fotografa, arranja câmaras, vende/troca e coleciona o mundo Polaroid. Contactos:
tulio_ipf@yahoo.com | +351 912678145 6 POLAROID PARK
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Flávio Andrade Vago 3 imagens com 110 x 110 cm Preço: 1500€. Tiragem 1+3. Originais em moldura com 50 x 50 cm. ambiente sonoro por jIbóia (Óscar Silva, Ricardo Martins, André Pinto).
São auto-retratos este “Vago”, numa desconstrução do definido e focado, nesta impressão/emoção. Há muito que procurava este momento de reflexão sobre o movimento e a incerteza. A pesquisa deste tempo, de uma interioridade pictórica pela imperfeição e materialidade do suporte. Ou seja um lugar incomum, vago e íntimo. Sendo um instantâneo analógico, com uma visualização quase imediata (alguns minutos) o que me satisfaz, permite e mantém a reflexão/maturação do corpo fotográfico, algo inexistente na fotografia digital pela sua imaterialidade. Ano de 2016. Projecto em película a preto e branco instantânea – Impossible, para a câmara SX-70 da Polaroid. As imagens finais são o resultado da digitalização dos originais nas dimensões de 110 x 110 cm, impressas em Papel Fine Art Photo Smooth, sem suporte. Este projecto é acompanhado de uma instalação com som original feito para o projecto e de futuro também com uma instalação vídeo.
Biografia:
Flávio Andrade (Moita, 1964), é formado em Fotografia pelo Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual (1998). Como artista visual dedica-se exclusivamente à realização de projectos pessoais tendo como suporte a fotografia. Expõe com regularidade desde 1999. É formador no Centro Protocolar de Formação Profissional para Jornalistas (CENJOR), onde leciona cursos de fotografia e fotojornalismo. Colaborou na área do fotojornalismo durante vários anos para várias instituições, jornais e entidades públicas e privadas, tanto nacionais como estrangeiras onde ainda mantém ligação. Entre 2003 e 2013 foi professor assistente na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, onde co-lecionou a cadeira de Teoria e Prática da Fotografia, no Curso de Comunicação Social e Cultural. As suas fotografias fazem parte de coleções públicas e privadas em Portugal, (Instantes – Festival Internacional de Fotografia de Avintes, Duna Parque Hotel Group, Junta de Freguesia de Pinhal Novo, Museu de Fotografia de Braga, Museu de Jesus de Setúbal, Museu do Trabalho Michel Giacometti de Setúbal). Contactos:
flavioandrade@flavioandrade.com | www.flavioandrade.com 7 POLAROID PARK
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Gualter Franco Outono Revisitado 2 fotografias / textos - 24 x 30 cm Impressão a Laser (papel Coated 200 g) e Polaroids originais: 150€/cada 1 fotografia texto - 30 x 40 cm Impressão a Laser (papel Coated 200 g) e Polaroid original: 200€€ Tiragem única
Dialogar entre a imagem e a escrita. Olhar a fotografia através da lente das palavras. Registar impressões, reflexões que a retina sugere e transmite ao pensamento. Duas linguagens que procuram relações e complementaridades, não sobreposições. O Outono, fonte de inspiração ao longo da história da arte e da literatura, é o tema escolhido para materializar esta ideia.
Biografia:
Gualter Franco. Lisboa, 1975. Professor. No Ar.Co (Centro de Arte & Comunicação Visual), realizou a sua formação em fotografia. Publicou duas obras de poesia: Ninguém pelas Ondas do Mar Entrando (2008) e recentemente Os Voos Não Esquecidos (2016). Participou no coletivo de fotografia os Suspeitos, nas exposições Não Fiques Assim Tão Longe, na Fábrica Braço de Prata e Nostalgia, na Casa das Imagens, com o trabalho A última carta de amor. Em 2011, expôs parte do seu projeto Estranho, na Galeria Pickpocket e no site da Galeria Érre-Vê. Entre 2010 e 2012, no Centro de Exposições de Odivelas, participou nas mostras coletivas Do Outro Lado do Espelho expondo diversas obras do seu trabalho criativo. Colaborou regularmente na revista New Optimism nas áreas de Literatura e Fotografia. Contactos:
gualterfranco@gmail.com | www.gualterfranco.webnode.pt 8 POLAROID PARK
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Hugo Rodrigues Cunha SILK 3 imagens, filme Fujifilm FP-100c Silk montadas em molduras clip.
Na fotografia instantânea, para além do pouco controlo do fotógrafo no produto final, cada prova é única. Em fevereiro de 2016 a Fujifilm anunciou o fim da produção do seu filme instantâneo FP-100c usado nas Landcameras Polaroid e em backs Polaroid de câmaras de grande formato. SILK é uma homenagem à Fotografia. Nota: SILK é a designação do acabamento do filme FP-100C usado neste trabalho.
Biografia:
Hugo Rodrigues Cunha nasceu em Lisboa em 1974. É Professor e Artista. Licenciado em Ensino de Física e Química, concluiu o Curso Avançado de Fotografia no Ar.Co em 2012 sob a orientação de Sérgio Mah e Pedro Tropa. Foi ainda aluno do Atelier de Lisboa. Em 2008 venceu o Prémio “Novos Talentos FNAC-Fotografia”. Entre 2008 e 2011 pertenceu ao coletivo Le Journal de la Maison com o qual organizou e participou em várias exposições. Em 2011 foi-lhe atribuída a bolsa BESAr.Co. Realizou quatro exposições individuais e participou em várias coletivas das quais se registam as de 2016: “Motel Coimbra: Bíblias de Cabeceira” (Colégio das Artes-Universidade de Coimbra) e “cliché-verre” (Galeria Diferença-Lisboa). Teve como professores, entre outros, Sérgio Mah, Pedro Tropa, Manuel Castro Caldas, João Paulo Serafim, Bruno Marchand, José Soudo, Augusto Brázio, Bruno Sequeira, Sara Matos e Delfim Sardo. Frequenta atualmente o Doutoramento em Arte Contemporânea no Colégio das Artes da Universidade de Coimbra onde desenvolve uma tese sobre “A Experiência do Lugar em Roni Horn e em Fernanda Fragateiro”. Contactos:
hugorodriguescunha@gmail.com | +351 965437400 | http://hugorodriguescunha.wixsite.com/hugorc 9 POLAROID PARK
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Imagerie WUNDERKAMERA* 10 fotografias Polaroid 600, realizadas com câmara estenopeica construída pelos autores - Magda e Domingos (2016-2017) Provas únicas em molduras 15 x 20 cm Preço de venda de cada fotografia original: 350€
“I don’t care about my appearance, but I want people to see my soul and it comes out in these photographs better than in others.” 1 A câmara fotográfica como caixa de ressonância. A luz e o som, viajando pelo tempo e pelo espaço, transportam a alma. Revoando, levam-na a pousar sobre a superfície sensível, que revela sucessivamente a sua “desmaterialidade”. * Wunderkamera foi o nome que Strindberg deu à câmara fotográfica que construiu com o seu amigo Herman Anderson para realizar uma série de retratos e autorretratos psicológicos nos quais se pretendia captar, em tamanho real, algo da essência dos retratados. 1 August Strindberg, citado pelo amigo Gustaf Eisen (“Strindberg som fotograf”, Vecko-Journalen, Stockholm, 1920:14). In Hemmingson 1989b, 167.
Descobrimos pistas sobre a existência de uma obra fotográfica de August Strindberg (1849-1912) no meio de leituras sobre fotografia, retratos e cameras obscuras… 10 POLAROID PARK
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Mais do que pela aparência das suas imagens, deixamo-nos seduzir pela peculiaridade do seu discurso, permeado por incursões pela literatura, pela química, pela fotografia, que resultavam em extraordinárias analogias poéticocientíficas. A busca da verdade como um todo pontuou toda a sua produção, e a fotografia não foi exceção. Baseado em suposições científicas, acreditava que quanto menos mediada fosse a formação da imagem, mais verdadeira seria a realidade mostrada pela fotografia, e tinha fé que esta podia até revelar algo para além do visível. Começou então sucessivamente a retirar elementos das câmaras fotográficas, começando pela lente, substituindo-a por um pequeno furo, na esperança de poder representar dessa forma a realidade de uma forma mais pura, mais “verdadeira”. Assumindo que esta forma mais direta de fotografar pudesse captar o que não se vê – até a própria essência humana – construímos a nossa Wunderkamera, e invocámos a nossa alma, envoltos por músicas que tocavam aleatoriamente enquanto posávamos para a fotografia. O som atravessava o nosso corpo, assim como as paredes da câmara, e reverberava sobre a película, operando, quem sabe, sobre a matéria fotográfica. Acreditámos que podia ser a nossa essência a ser gravada na emulsão sensível, e que a manifestação dessa verdade nuclear resultaria na desmaterialização das aparências. Biografias:
A Imagerie - Casa de Imagens, criada em Lisboa, em 2008 por Magda Fernandes e José Domingos, é uma estrutura que desenvolve as suas atividades no âmbito da fotografia, funcionando como plataforma de criação e investigação, e como espaço de aprendizagem e de partilha de conhecimento. O coletivo explora as possibilidades técnicas, concetuais e artísticas da fotografia analógica e dos processos fotográficos alternativos na produção visual contemporânea. Magda Fernandes. Porto, 1981 – Frequenta a Licenciatura em Arquitetura de Interiores da UTL (1998-2000), o Curso de Cinema, Televisão e Cinema Publicitário do i@t (2001-2002), e a Licenciatura em Realização Plástica do Espetáculo da ESTC (2002-2003). Conclui o Curso de Fotografia Profissional do Instituto Português de Fotografia (2003-2005) com estágio profissional em Fotografia de Cena no Teatro da Garagem (2005). Inicia atividade como fotógrafa freelancer em 2005. Cria, através da Imagerie projetos que promovem a interação com o público, e a promoção da reflexão e produção fotográficas em processos alternativos, tais como “Latas Na Cidade”, que tem vindo a desenvolver por todo o país, ou “TOSCA”, um projeto de uma câmara artesanal estenopeica, com uma vertente formativa (oficina) e outra editorial (TOSCAzine). Tem vindo a expor individual e coletivamente, e a fazer apresentações públicas do seu trabalho em masterclasses e conferências. José Domingos. Paris, 1974 – Frequenta o curso de Gestão de Empresas do Instituto Superior de Administração e de Gestão (1993-1999), o curso de Curso e Cinema, Televisão e Cinema Publicitário do i@t (2001-2004) e a Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Aberta (2006-) Exerceu atividade como freelancer nas áreas do cinema e da televisão (como argumentista e pesquisador) até 2012. A partir de 2008 cria através da Imagerie, projetos que promovem a interação com o público, e a promoção da reflexão e produção fotográficas em processos alternativos, tais como “Latas Na Cidade”, que tem vindo a desenvolver por todo o país, ou “TOSCA” , um projeto de uma câmara artesanal estenopeica, com uma vertente formativa (oficina) e outra editorial (TOSCAzine). Tem vindo a expor e a apresentar projetos autorais como membro do coletivo Imagerie - Casa de Imagens em diversos locais. Contactos:
geral@imagerieonline.com | +351 916199408 | http://imagerie.myportfolio.com/ 11 POLAROID PARK
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Joana Linda Postcards from the Far Away Conjunto de 4: 20 x 24 cm Vodka Limão (moldura laranja): 30 x 36 cm Edição 1/10 + 2 provas de artista: 100€€ Conjunto das 4 fotos: 300€
“Postcards from the Far Away” é uma série diarística iniciada em 2014 que combina a fotografia instantânea com pequenas frases e/ou intervenções plásticas na própria imagem de forma a criar um postal ilustrativo de uma ideia ou estado de espírito. “Vodka Limão” é a imagem que resulta de um pequeno acidente: uma garrafa de vodka limão artesanal derramada por cima de uma câmara com o rolo ainda lá dentro.
Biografia:
Joana Linda nasceu em Lisboa, em 1980. É fotógrafa e realizadora. Contactos:
www.joanalinda.com 12 POLAROID PARK
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João Farelo Polaroid Transfer Hasselblad 500C + Carl Zeiss 80 mm 1:2.8 + Polaroid Back + Packfilm Type 125i Silk, ISO 125, colour João Farelo, Polaroid Transfer, 2009, Video installation, 1 video projector, 1 dvd player, 2 loudspeakers, 16:9 colour, stereo sound, 17’30’’.
«If video installations can be more easily described by the term piece, rather than work, this is certainly because they can be reproduced; video images like conceptual art projects, are reproducible; this is a technical feature of the video medium. The notion of original is wrongly treated in its productions. One might think that this is a logical consequence of the very nature of the electronic image, which is allographic, in other words, reproducible as many others (the readymade and conceptual art had already made reproducibility an essential factor of the work of art), but – and this is where its originality lies in relation to tapes – the video installation, that object of plural immanence to borrow the terminology used by Gerard Genette, retains many of the autographic qualities because each one of its appearances is unique. It is not reduced down to its electronic substance, it is still markedly, at any given moment, a more or less variable relation between a space, a time, materials and an electronic device.», VAN ASSCHE, Christine - Collection new media installations: la collection du Centre Pompidou, p.34.
«(...) freed from the monitor, the projected image has become isotropic and has thus managed to take possession of all constructed surfaces, from floor to ceiling, whatever the dimensions and the directions of these surfaces. The image is projected onto the museum and has turned the museum into the screen that is vital for its visibility; by squatting its territory, it profits from a deja-construct. (...) The wall remains the wall, acting as a screen, but it lets a scintillating expanse appear, an electronic skin, a surface endowed with energy; this scintillating expanse is regarded for its plastic features (light, density, colour, speed of its movement, contrast, dimension, etc.) as painting might be.» Idem Ibid., p.49. Biografia:
João Farelo. Lisboa, 1981. O seu trabalho tem procurado o encontro entre os seguintes focos de interesse: caminhada, invisível e devir de elementos do território e da paisagem. Atualmente colabora na Associação Binaural / Nodar na função de arquivista. Contactos:
joaofarelo@gmail.com | www.joaofarelo.com 13 POLAROID PARK
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45 x 55 cm: 250€ 90 x 110 cm: 600€ 18 x 24 cm: 60€/imagem
João Miguel Baptista My Own Private Therapy So difficult. You see, I am infinitly confused about the whole bussiness of life. All turned upside-down, shaken, shattered. I know it will always be so - the confusion. Paul Auster, Report of the Interior
Da complexidade de tudo. Biografia:
João Miguel Baptista. 1966, Lisboa. Curso de Fotografia - nível 1 a 4 (Formação Avançada) no Ar.Co (2007-2010). Exposições individuais: De Olhos Bem Fechados (Uma Palavra) - online (2015); In(visível) – Bartô do Chapitô (2015) e Portugal Telecom Porto (2013); My Frontiers na Biblioteca da FCT-UNL - Campus de Caparica (2012); My Frontiers e Elevation na A Casa Portuguesa – Barcelona (2011); Elevation na Galeria Pickpocket (2011). Exposições coletivas - Polaroid Park, como curador e fotógrafo – Fábrica Braço de Prata (2013); Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro (2013); Casa da Cultura de Beja (2014); Casa da Zorra, Évora, (2014), UFCA, Algeciras. Participação com o coletivo de fotógrafos Os Suspeitos nas exposições: Não Fiques Assim Tão Longe, Acto I e II - Fábrica Braço de Prata (2010). Nostalgia - Projeto Welcome Home - Imagerie/Casa das Imagens (2012). Publicação do livro de fotografia My Frontiers, uma edição de autor (2010). Apresentações: Fábrica Braço de Prata, Lisboa (2010), Photobook Club Lisboa/Imagerie Casa de Imagens, Lisboa (2012), Photobook Club Coimbra/ Mercearia de Arte, Coimbra (2014). Organização da 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª na Fábrica Braço de Prata, Lisboa - e da 6ª e 7ª Edição da Feira do Livro de Fotografia de Lisboa no Arquivo Municipal de Lisboa | Fotográfico (2010-2015). Contactos:
jmmsbaptista@gmail.com | +351 916666953 | www.joaomiguelbaptista.com
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Maria Lopes Diário de Bordo: Douro | Tua | Galiza Caderno (Diário de Bordo) montado em moldura caixa de 50 x 50 cm. 9 fotografias polaroid montadas em moldura caixa de 50 x 50 cm.
10 de Agosto – (…) Estou contente por termos vindo para aqui. Gosto muito desta paisagem. É árida, com pedras e pinheiros. Nada luxuriante. (…) 12 de Agosto – Hoje foi o dia da caminhada na Linha do Tua. (…) Durante o primeiro quilómetro a presença da construção da barragem ainda era muito forte, (…). Passada essa fase a paisagem torna-se mais contida e somos dominados pela métrica dos carris. (…) 13 de Agosto – (…) Depois do primeiro campo de futebol andamos um pouco na zona rochosa. Era um sítio estranho (…) 17 de Agosto – (…) Este é um dos casos em que o que importa mesmo é o caminho. O Pocinho não tem grande interesse (se bem que a estação é bonita) e Peso da Régua não tem interesse algum. (…) No entanto valeu bem a pena a viagem de comboio. (…) 25 de Agosto – Corunha (…) A cidade é estranha. Em termos arquitectónicos acho-a muito desinteressante, apesar de haver alguns edifícios bonitos. Gostei de passear na zona do porto. É uma zona vedada, por isso só vi do exterior, mas aquele mundo de contentores, armazéns e gruas fascina-me muito. 21 de Setembro – Lisboa. Já passaram uns bons dias (melhor dizendo, semana) desde que terminamos as férias, mas só agora peguei no caderno para terminar o relato. Claro que muitas coisas vão ficar esquecidas, mas ainda tenho na memória o essencial.
Biografia:
Maria Lopes. Luanda, 1976. Arquiteta Paisagista e Fotógrafa. Entre 1995-2000 realiza a licenciatura de Arquitetura Paisagista na Universidade de Évora, tendo frequentado o programa Erasmus em 2000 na Universidade de Wageningen (Holanda). Conclui em junho de 2012 o Curso Avançado de Fotografia no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual (Lisboa) sob a orientação de Sérgio Mah e Pedro Tropa. Foi assistente no Departamento de Fotografia do Ar.Co durante o ano letivo de 2013/2014. Desde 2010 tem colaborado na organização das edições anuais da Feira do Livro de Fotografia de Lisboa, mais concretamente na dinamização da Mostra de Maquetes e Livros de Artista. É autora dos cadernos GALHO (www.cadernogalho.wix.com/home). Tem participado em diversas exposições, sendo de destacar mais recentemente: a exposição individual “Cadernos de Campo” no Museu Geológico (Lisboa) e Teatro Municipal (Vila do Conde) em abril e outubro de 2016, respetivamente; a exposição coletiva “cliché - verre” na Galeria Diferença (Lisboa) entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017; bem como as edições anteriores da exposição Polaroid Park em Lisboa, Barreiro, Beja, Évora e Algeciras. O seu trabalho autoral centra-se na pesquisa sobre a paisagem e o uso que o faz Homem dela, a forma como se apropria e a transforma. Contactos:
http://smlxlxxl.wixsite.com/portfolio | smlxlxxl@gmail.com 15 POLAROID PARK
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Marina Vieira da Silva “Don`t wait for me tonight” 10,7 x 8,8 cm Preço individual: 250€€ Conjunto: 400€
“Don’t wait for me tonight” é a busca apaixonada da beleza no aparentemente vulgar, banal ou decadente. Lugares que têm a grandeza da simplicidade poética da desnudez da alma, do corpo e do espaço.
Biografia:
Marina Vieira da Silva. Desde muito cedo a fotografia fez parte de mim. Ver a vida por uma lente fez de mim a pessoa que sou hoje. Contactos:
marinavieiradasilva@gmail.com | marinavieiradasilva.blogspot.pt | marinavieiradasilva.tumblr.com 16 POLAROID PARK
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Mário Venda Nova
PolaPlayBook
17 POLAROID PARK
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Mário Venda Nova
The uses of sorrow I comprehend Better and better at each year’s end.
PolaPlayBook
Deeper and deeper I seem to see Why and wherefore it has to be
para encomenda de cópias/reproduções das imagens deverá contactar o autor.
Only after the dark, wet days Do we fully rejoice in the sun’s bright rays. Sweeter the crust tastes after the fast Than the sated gourmand’s finest repast. The faintest cheer sounds never amiss To the actor who once has heard a hiss. To one who the sadness of freedom knows, Light seem the fetters love may impose. And he who has dwelt with his heart alone, Hears all the music in friendship’s tone. So better and better I comprehend, How sorrow ever would be our friend. Ella Wheeler Wilcox
Biografia:
mário venda nova nasceu em 1968, no porto, onde reside e trabalha. é fotógrafo desde 1991, com algumas interrupções entre 2000 e 2006 quando tirou um curso de artes plásticas. tem estado sempre ligado à fotografia, do lado da produção ou do lado da curadoria, de forma consistente desde 2000. Em 2009 desenvolveu um trabalho de comissariado/curadoria numa galeria no porto onde foi responsável pela programação desde set./2009 até jun./2012. escreveu na revista portuguesa ”fotodigital” uma série de artigos de opinião sobre a fotografia, durante o período de fevereiro a dezembro de 2008 e em 2009 escreveu o texto introdutório para o livro ”entre reportagens” do fotógrafo fernando guerra. é um lobo solitário – sempre na procura do compromisso entre a mais pura solidão e o ato de comunicar com os outros – mais à vontade entre a solidão das ruas desertas de uma cidade ou nas mais cerradas florestas, mário venda nova é um fotógrafo da angústia dos nossos dias, da tristeza e da solidão dos grandes espaços. é mais fácil encontrá-lo numa serra ou numa cidade deserta do que num evento social, onde está pouco à vontade. fã do silêncio e da solidão. sente-se confortável em qualquer suporte e é um mestre da impressão digital, utiliza máquinas low-fi – lomo holga, compactas dos anos ‘80, polaroid e pinhole, e a mais recente tecnologia digital. fotografa em toda a luz em todo o lugar a toda a hora. em 2011 fundou o ”colectivo phos” e em 2014 juntou-se à editora ”our private garden”, após o fecho deste projeto fundou a editora ”phos print”. tem exposto regularmente quer a solo quer integrado em coletivas. Contactos:
info@mariovendanova.com | www.mariovendanova.com | www.blog.mariovendanova.com 18 POLAROID PARK
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Miguel Henriques Obra de Arte Obra de Arte - Determinados tipos de construção, que requerem uma maior especialização, tal como pontes, viadutos, túneis.* *Dicionário de Engenharia Civil
Biografia:
Miguel Henriques. Lisboa, 1970. Fotógrafo e arquiteto. Completou o Curso de Arquitetura na FAUTL, Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1994. Completou o Curso Avançado de Fotografia do AR.CO, Centro de Arte e Comunicação Visual de Lisboa, em 2013. Nos últimos anos, dedicou-se ao estudo e ao levantamento fotográfico dos bairros de Lisboa. Publicou o livro Olivais (2014, editora Pianola). Tem fotografias publicadas na primeira edição do jornal Homeland – News from Portugal, Representação Oficial Portuguesa na 14ª Bienal de Arquitetura de Veneza (2014) e duas fotografias da série Olivais no número 117 da Revista arqa (2015). Publicou Miraflores na Scopio Network, online (2015). Realizou diversas exposições individuais e coletivas, destacando-se a exposição individual Olivais, na Fábrica Braço de Prata – Lisboa em março de 2014. Desde 2012, colabora na organização da Lisbon´s Photobook Fair, evento anual que divulga e promove o livro de fotografia. Contactos:
arqhenriques@gmail.com | http://miguelhenriquesblogblr.tumblr.com/ 19 POLAROID PARK
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Patrícia Ricardo Crú O quotidiano. Eu, porque tenho que ser alguém: memória nunca me falhes.
Biografia:
Patrícia Ricardo. Em pequena tinha a indómita vontade de ser Jacques-Yves Cousteau e licenciei-me em Biologia Marinha. Uso óculos desde os 5 anos, tenho um nariz grande e oiço Bon Iver. Sou autodidata. Jorge Sousa Braga escreveu um dia que nenhum rio consegue voar durante muito tempo. Uns segundos no máximo e ei-los que se despenham de muitos metros de altura. Ainda mal refeitos da queda, começam logo a correr a uma velocidade vertiginosa. E de novo se despenham. E só desistem quando se lhes depara o mar pela frente. O que é que isto tem a ver? Nada. Tudo. Gosto tanto (mas tanto) que logo se vê. Contactos:
patriciaisabelricardo@gmail.com | www.patriciaisabelricardo.com 20 POLAROID PARK
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Paula Arinto “O meu Atlas” Original montado em moldura de caixa com vidro – 23 x 23 cm
Este meu Atlas é o resultado de um acidente que invoca o erro e a falha como possível metodologia para representar poeticamente a viagem, como um espaço de experimentação, descoberta e crescimento.
Biografia:
Paula Arinto. Porto, 1968. Vive e trabalha em Lisboa. Desde cedo nutre uma paixão pelo cinema e pela fotografia. Fotografava apenas em viagem, num registo próximo do documental. Sentindo necessidade de ir mais além, frequentou, desde 2010, vários Workshops de fotografia e em 2014 começou a frequentar a Escola Informal de Fotografia, orientada pela fotógrafa Susana Paiva. Contactos:
paula.arinto@gmail.com 21 POLAROID PARK
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Paulo Simão LEVITAS 26 x 32 cm Impressão em papel Munken 240 gr. 1/3 + 1 PA Preço: 50€
LEVITAS, é um projeto que se vai desenvolvendo ao longo de pequenas séries de imagens. Imagens que refletem sobre a impermanência das coisas, que são um convite para a observação da transformação contínua de um lugar, de um tempo ou de uma memória que já ali não está.
Biografia:
Paulo Simão. Cartaxo, 1973. Reside em Lisboa. Licenciatura em Publicidade pelo IADE - Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing. Designer gráfico. Frequenta o nível II do Curso Avançado de Fotografia do Ar.Co. Exposições/Projeções: em dezembro de 2016, sobre a curadoria de Lola Mac Dougall, exposição individual na Fundação Oriente Goa (Índia) do projeto “Goodbye Pyongyang”. Selecionado para os “Discovery Awards” dos Encontros da Imagem de Braga de 2016, participa em setembro na sessão de projeções com o projeto “Prozac”. Em novembro de 2015, sob o tema “ The Territories of the Portuguese Photography”, com a curadoria de Ângela Ferreira, participa na sessão de projeções, com o projeto “Goodbye Pyongyang”, no Delhi Photo Festival, Nova Deli (Índia). Selecionado para os “Discovery Awards” dos Encontros da Imagem de Braga de 2015, participa em setembro na sessão de projeções com o projeto “Goodbye Pyongyang”. Em abril de 2015, participa na exposição coletiva A Revolução Está na Rua no âmbito das Comemorações do 25 de Abril de 2015 do Arquivo Municipal Fotográfico de Lisboa. Em setembro de 2014, participa na exposição The Polaroid Show com o projeto In Abandoned na Doomed Gallery no âmbito da Semana da Fotografia Analógica de Londres. Em 2012, participa com a instalação fotográfica Casa Nostra – Os Sete Pecados Capitais, na exposição coletiva Polaroid Park na Fábrica Braço de Prata, exposição itinerante que, entretanto, esteve patente no Barreiro, Beja, Évora e em Algeciras (aqui apresentando Levitas). Contactos:
paulosimao@yahoo.com | www.paulosimao.pt | +351 96651845 22 POLAROID PARK
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Pedro dos Reis Gone Conjunto de oito imagens em papel semi-mate (20bxb16.5bb cm) Três edições mais uma prova de artista (3 + 1 AP) Valor de cada edição do conjunto: 80€
Uma casa, dois destinos. Sonhos interrompidos marcados em imagens cheias de imperfeições. As memórias do Passado tornam-se em sombras, imagens vagamente associadas e estanques. Não há narrativa. Não há futuro. É Passado que não aconteceu.
Biografia:
Pedro dos Reis. Lisboa, 1975. Engenheiro de formação e profissão, tem desenvolvido trabalho nas Artes nomeadamente em Vídeo, Filme e Fotografia, desde 2002, individualmente ou coletivamente e em diversos projetos pelo mundo. Foi igualmente um dos mentores do Projeto Tráfico e desenvolveu trabalho em escrita sobre Arte, na publicação online Artecapital.net e na revista Artes e Leilões. Atualmente está a co-publicar a bookzine de Artes Visuais Eyesight. Contactos:
m0rph3u@gmail.com | +351 914352503 | www.theeyesight.net 23 POLAROID PARK
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Rodrigo Miragaia DISSECAÇÃO “DISSECAÇÃO 1”, Polaroids montadas em caixa de luz, 116 x 56 cm, Preço: 1700€ “DISSECAÇÃO 2”, Polaroids montadas em caixa de luz, 116 x 56 cm, Preço: 1700€
As polaróides que apresento datam de 1999 e fazem parte de um arquivo íntimo com o qual cortei a relação sentimental há muito tempo. Este laço sentimental deu lugar a uma nostalgia fria e distante, mas as imagens permaneciam na gaveta, perenes e esvaziadas de emoção, mas com uma força vital que não me era indiferente: passaram a representar um sangue antigo que precisava ser renovado para descobrir novas significações. Assim, ignorando qualquer tendência de colecionador ou conservador de imagens, parti para um estudo quase cirúrgico em que as sujeitei a uma dissecação a frio, abrindo a película que lhe serve de pele e estendendo-a para além do retângulo clássico que as contém. As formas resultantes foram combinadas e dispostas em caixas de luz (negatoscópios) no sentido de exibir toda a sua anatomia, como num laboratório sinistro. O vermelho sanguíneo universalizou-se como significação e o ato de dissecar como uma espécie de estudo científico absurdo e descontextualizado.
Biografia:
Rodrigo Miragaia. Coimbra, 1969. Vivo entre Almada e Lisboa (Portugal). Fiz o ensino secundário na Escola Artística António Arroio, uma licenciatura nas Belas-Artes (Artes Plásticas – Pintura) e um curso de Realização Plástica no IFICT (Instituto de Formação, Investigação e Criação Teatral). Colaborei com o grupo de teatro O Olho (Almada), exercendo todo o tipo de funções: ator, técnico de iluminação, autor de performances, fotografia, design e impressão de T-Shirts temáticas. Entretanto criei a minha própria marca de T-Shirts, chamada Gel Pomada Azul, que teve curta duração. Fui sócio-fundador da Galeria ZDB e lá apresentei uma performance (“Narciso”) e participei em duas exposições (“Natal 1” e “Casa de Rute”). Dou aulas de Artes Visuais no Ensino Público desde 1996 tendo sido colocado em várias zonas do país e tendo-me fixado entre Almada e Lisboa. Para além do trabalho rotineiro das escolas, tive algumas experiências como curador de exposições, especialmente em duas ocasiões: “Touch”, na cidade da Horta no Faial, Açores (1999) e “Copy Art e Mail Art”: a coleção de César Figueiredo no Centro Cultural Emmerico Nunes, Sines (2007). De 2006 a 2011 coordenei a revista Big Ode (poesia visual) reunindo obras de autores de todo o mundo. Tenho apresentado regularmente o meu trabalho através de edições, exposições, instalações e feiras de livros de fotografia. Contactos:
rodrigomiragaia@gmail.com | www.facebook.com/rodrigo.miragaia.1 24 POLAROID PARK
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Rui Luís
Manuela 1926-2016
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Rui Luís Manuela 1926-2016
Projeto fotográfico com base em fotografias encontradas (found photography). Faltavam precisamente vinte e dois dias para ser o seu aniversário. Todos sabiam que era sempre nessa altura que Manuela pegava na sua câmara Polaroid, a punha na sua mala e saía. Normalmente os seus passeios duravam até pouco antes de começar a escurecer, mesmo quando terminava a carreira do autocarro que apanhava para regressar a casa. Nesse dia perdeu o último autocarro, regressou a pé, longa caminhada para uma pessoa da sua idade. Chegou a casa já era noite cerrada. Alimentou os seus gatos e o periquito. Regou as plantas. Foi encontrada sentada no seu sofá, virada para a marquise passados vinte e dois dias sem vida. Diz a vizinha de baixo que sorria quando os bombeiros arrombaram a porta.
Biografia:
Rui Luís. Lisboa, 1978. Completou o curso Iniciação à Fotografia na APCC e o Curso Fotografia Aplicada com Luís Rocha da APAF. Realizou diversos workshops: Pintura de Fotografia a Preto e Branco com Sheryl Windsor; Polaroid Transfer pelo MEF; Organização e Disponibilização de Informação em Arquivos Fotográficos pelo CPF; Processos Fotográficos de Memória, Fotografia em Movimento, pelo CEM. Expõe desde 2000 nas exposições coletivas do MEF: no Museu da Elctricidade; no Teatro a Barraca; na Galeria da Junta de Freguesia de Carnide; no Pavilhão Preto do Museu da Cidade em Lisboa; na Estufa-fria de Lisboa; Exposição coletiva de fotografia “Periferias”. Participou na exposição coletiva no Panteão Nacional em Lisboa com o projeto Feira da Ladra e na V Bienal da Moita. Expôs o projeto Be On Stage no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz e no Cinema-Teatro Joaquim de Almeida no Montijo e “Santa Apolónia 6:41” na Livraria Trama, em Lisboa. Em 1999 obteve o 1º prémio da Maratona Fotográfica de Lisboa e em 2007 recebeu o 2º Prémio do concurso Novos Talentos Worten. É Cofundador do MEF, Movimento de Expressão Fotográfica. Participou nos projetos Integrar pela Arte 2009/2010 e Intervir pela Arte 2009/2010. Dinamiza desde 2005 o website ideiasnoescuro.com. Em 2010 cria a revista cultural digital MUDA magazine. Em 2015 cria as Edições Ideias no Escuro, projeto editorial com base em materiais de arquivo, found photography e found footage. Atualmente trabalha na empresa Ideias no Escuro na área da fotografia, vídeo e cinema, serviços de tratamento de arquivo. Contactos:
www.ideiasnoescuro.com | ideiasnoescuro@gmail.com | +351 916963969 26 POLAROID PARK
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Rui Poças Peephole Like a photographic camera, a peephole is a small opening through which one may look.
Biografia:
Rui Poças. Porto, 1966. Profissional de Cinema e Amador de Fotografia. Fundou a Pickpocket Gallery, espaço dedicado exclusivamente a fotografia, com incidência significativa em exposições em técnica Polaroid (nos seus 2 primeiros anos de existência, a galeria promoveu 11 exposições de fotografia instantânea). Contactos:
ruipocas@gmail.com 27 POLAROID PARK
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Sara Rocio (sabor da romã) para encomenda de cópias/reproduções das imagens deverá contactar a autora.
Ensaio sobre o fatalismo do renascimento a cada mês. A subjugação do corpo à renovação – esvaziando-se. O vermelho na pele, a violência física e visual, onde o insuportável podia ter dado lugar a outra vida. Há uma profunda tristeza absurda por estes dias, que mutila a possibilidade de alguma felicidade. Restando assim, uma terna contemplação. (este trabalho foi realizado com a preciosa ajuda da minha amiga e cúmplice Cristina F. Sanches) jan. 2017
Biografia:
Sara Rocio. Nasci no extremo ocidental da Europa, Portugal, três anos antes da revolução dos cravos. Estudei de forma avessa à lógica comum. Primeiro segui o ramo científico, licenciei-me em design, e fiz mestrado em estudos cinematográficos, acabei por descobrir que o meu meio natural são as imagens, paradas ou em movimento. O que gostaria de ter sido? ... bailarina ... Contactos:
sararocio71@gmail.com 28 POLAROID PARK
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Susana Paiva “Under the shadow | Debaixo da sombra” (Uma) Fotografia impressa em papel fineart, com tintas pigmentadas, 50 x 50 cm, montada em moldura de caixa Imagem 1/1 PVP 300€
O que nos garante hoje, num mundo profuso em meios de captação de imagens, a condição de fotógrafo autor? À primeira vista, no universo perversamente imediatista da perceção, aparentemente nada, ou muito pouco, nos distingue de todos os que têm acesso a meios de produção de imagens. Apenas debaixo da superfície, ocultado pela sombra, se revela a verdadeira natureza do trabalho de um autor. É aí, longe da visão imediata, que reside todo um universo paralelo onde a pesquisa e experimentação são a metodologia que sustenta conceitos e intenções, pilares fundamentais para uma criação sustentada.
Biografia:
Susana Paiva. Moçambique, 1970. Fotógrafa. Tornou-se fotógrafa ao longo das duas últimas décadas, anos cheios de aprendizagens e dúvidas. Construiu a sua singularidade através de constante pesquisa e experimentação, descobrindo o seu ritmo, a sua zona de conforto e os seus conceitos de eleição. Hoje sabe que é uma fotógrafa lenta que requer tempo para a contemplação e para a instalação num determinado espaço ou interação com um determinado sujeito. Descobriu que é uma fotógrafa tangencial, que necessita estar perto, para mover e ser movida e partilhar generosamente os seus projetos fotográficos e ideais. Compreende agora que é propulsionada por uma imensa necessidade de transfigurar a realidade e navegar na poética dos fragmentos da vida quotidiana, e que a fotografia se tornou a sua primeira linguagem, substituindo gradualmente a palavra primordial na sua interação com o mundo. Hoje sabe que só quando compartilha as imagens que cria fica preenchida não apenas como profissional mas, mais importante do que isso, como ser humano. Contactos:
susana@susanapaiva.com | www.susanapaiva.com 29 POLAROID PARK
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Tiago Luís As They Rise Like Plumes of Black Smoke “E entretanto o tempo fez cinza da brasa e outra maré cheia virá da maré vaza nasce um novo dia e no braço outra asa brinda-se aos amores com o vinho da casa e vem-nos à memória uma frase batida hoje é o primeiro dia do resto da tua vida.” Sérgio Godinho - O primeiro dia
Biografia:
Tiago Luís. Lisboa, 1978. Vive e trabalha em Lisboa. Formação: Cursos de Iniciação à Fotografia e Fotografia Aplicada – Associação Portuguesa de Arte Fotográfica. Exposições Coletivas: Dias de Mar – Casa dos Pescadores, Costa de Lavos (2015); The Polaroid Show – Doomed Gallery, Londres (2014); 16A (2012); “As They Rise Like Plumes of Black Smoke” – Lx Factory Open Day (2012); O Silêncio das Coisas – Movimento de Expressão Fotográfica (2003); Memórias do Eu – Movimento de Expressão Fotográfica (2002). Publicações: “Polaroid – your last best shot” – Light Leaks Magazine (2008). Prémios: Concurso “Um Certo Olhar” BES – Seleção do Júri (2004). Maratona Fotográfica de Lisboa – 1º Prémio Rolo Cor (2001). Pedifoto de Carnide – 2º Prémio Rolo (2001). Contactos:
b1p0l2r@gmail.com | www.tiagoluis.com 30 POLAROID PARK
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Tiago Santos e não ficou nada Polaroid 600, Impossible Duochrome Instant Film - Yellow Sem preço
Lento, esfomeado, indiferente. O nevoeiro avança sobre a vítima. Pesaroso, espesso, obliterador. O véu absorvente espalha-se rapidamente numa digestão que parece durar 100 anos... e não ficou nada
Biografia:
Tiago Santos. 1983. Aos 6 anos os meus pais ofereceram-me uma máquina fotográfica 110 e começaram uma revolução fotográfica dentro de mim. Estudei cinema, passei para a televisão. A fotografia é uma presença constante. Contactos:
tiago.als@gmail.com | +351 926998822 | www.twelve-eyes.tumblr.com 31 POLAROID PARK
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Vítor Moreira Polaroids no Cinema 7 originais com 10,7 x 8,8 cm
Não me tinha dado conta. Para mim, as polaroids eram uma ferramenta de trabalho. Naquela altura (não há muito tempo, saliente-se) os anotadores usavam as polaroids como auxílio à continuidade. Assim tiravam-se fotos “instantâneas” aos atores para ver o guarda-roupa, ao local de cena por causa do cenário, aos adereços e aos detalhes deste e daquele plano. Deste modo era menos improvável que um ator num plano estivesse com o casaco abotoado e no seguinte com ele todo aberto. Ou que estivesse com o cigarro na mão direita e que no plano seguinte aparecesse na esquerda... Não era fácil. Como havia sempre muito poucas polaroids para o filme todo (devido ao elevado preço de cada cartucho), tínhamos que estar sempre atentos aquilo que poderia ser mais importante para “não as gastar em vão”. Mas realmente não me tinha dado conta. É que afinal cada polaroid destas marca um momento de cada filme. Fazem por isso história. Quando olho para elas lembro-me sobretudo do momento em que disparei. E sei uma a uma os motivos pela qual o fiz. “Esta foi para ver o guarda-roupa dos figurantes e a posição destes no barco” e... “esta foi para ver a posição dos livros na mesa”... mas lembro-me que por causa disso tive uma briga com o realizador: ele queria deslocar um dos livros e eu dizia que não podia ser pois já tinha sido feito um plano. São todos este momentos que as polaroids agora me proporcionam. Para além das cores fantásticas que adoro. Agora é que as vou guardar para sempre...
Biografia:
Vítor Moreira. 1963, Castelo Branco. Ingressa na Escola Superior de Teatro e Cinema em 1986 e frequenta o curso de Cinema até 1989, especializando-se nas áreas de Montagem e Anotação, obtendo o grau de bacharel. Em 2000/2001 licencia-se em Cinema pela Escola Superior de Teatro e Cinema. Em 2012 obtém o grau de Mestre em Ensino de Artes Visuais no 3º ciclo do Ensino Básico e no Secundário pela Universidade de Évora. Trabalha como profissional de Cinema desde 1987 como Chefe e Assistente de Montagem; Anotação em cinema e televisão; Assistente de Produção e Argumentista/ Realizador. Como anotador destacam-se os trabalhos nos filmes de Teresa Vilaverde (Três Irmãos), Pedro Costa (A Casa de Lava), Francisco Manso (O Testamento do Sr. Napumuceno da Silva Araújo) e Marco Martins (No Caminho para a Escola). Contactos:
vitormoreira1@gmail.com 32 POLAROID PARK
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