5 de fevereiro de 2015 QUinta-feira – Rio de Janeiro, lapa
fundição progresso www.bienaldaune.org.br
Bienal reúne passado e presente do CUCA da UNE para projetar o futuro
EM GeraCAO
Fotos: Vitor Vogel
Informativo oficial da 9ª Bienal da UNE
DE GeraCAO
5 de fevereiro
21h
Cultura Revolucionária Urbana Praça dos Arcos da Lapa
A Bienal da Une sempre foi um espaço de troca de saberes e de integração cultural, e cada vez mais o festival traz qualidade e diversidade a partir do que os participantes apresentam.
Gotam Cru e os Curingas vão descer os poucos mais de 60 km de serra que separam Petrópolis do Rio de Janeiro para desembarcar ao lado dos Arcos da Lapa. Ali, no palco livre da 9ª Bienal da UNE, o grupo que vem se destacando no cenário nacional fará um show pesado que bebe na fonte do ragga, reggae, rap, samba e afrobeat.
Fruto de um avanço social com base nos programas do governo federal nos últimos 12 anos, muitos dos manos e minas das periferias e adeptos das culturas urbanas estão tendo oportunidades legítimas de adentrar ao ensino superior.
O grupo apresentará músicas da mixtape “Gotamriddims”, além de surpresas. Por ser um projeto desenvolvido ao vivo, a banda tem como principal preocupação a experiência do público. Um dos vocalistas, o rapper DurangoKid, conversou com o Tupinikim e disse que o público não vai se decepcionar. “Faremos uma homenagem ao rap nacional”, adiantou.
Esse novo perfil de estudantes faz com que a dinâmica e a experiência nas faculdades mudem - não só pela estética e comportamento, mas pela contribuição de novos pensamentos e vivências que o povo da periferia está acostumado a promover e desenvolver por meio da música, da linguagem e da harmonia de um povo que está acostumado a atuar de forma fraterna e coletiva. As culturas de periferia como o hip hop e o funk deixam agora de ser apenas fonte de estudo e tema de mestrados e doutorado. Seus verdadeiros atores passam a ser protagonistas de sua própria história, contribuindo diretamente para a formação social, cultural e política de um povo que tem muito a agregar ao futuro de uma nação diversa e promissora. Todas as vozes dos guetos e vielas, descendo o morro até o asfalto, podem ecoar e fazer parte de importantes espaços como o do festival, e mostrar que para o universo da cultura não existe fronteira. Na verdade, “tamo junto e misturado”, assim como os tambores ancestrais africanos convocavam os zulus para os festejos, nós convocamos todos para celebrar a 9ª Bienal da UNE.
expediente O “TUPINIKIM” é uma publicação da União Nacional dos Estudantes Presidenta da UNE: Virgínia Barros Dir. Comunicação da UNE: Thiago José
Salve Nação! Juntos Somos Mais Fortes!
Jornalista responsável: Rafael Minoro (CR) Equipe: Artênius Daniel, Cristiane Tada, Larissa Scarpelli, Patricia Blumberg, Renata Bars, Tatiana Rodrigues, Thiago Guimarães e Yuri Salvador Fotografia: Vitor Vogel - Fotografia Fotógrafos: Vitor Vogel, Juliana Pimenta e AF Rodrigues Projeto gráfico: Fields Comunicação – fieldscomunicacao.com.br Endereço: Rua Vergueiro, nº 2485, bairro Vila Mariana, São Paulo/SP – Cep: 04101-200 Telefone: +55 11 5539.2342
Foto: Juliana Pimenta
Beto Teoria Presidente Nacional da Nação Hip Hop Brasil
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EQUIPE 9 a BIENAL DA UNE Coordenadora-geral: Patrícia Matos Coord. Projetos de Extensão: Bia Miranda Coord. de Audiovisual: Rodrigo Morelato Coord. de Artes Cênicas: Kadu Lima Coord. de Música: Evandro Machado Coord. de Literatura: Nínive Aquino Coord. de C&T: Phillipe Pessoa Coord. de Artes Visuais: Bruno Bou
Criolo construiu reputação na cena underground do rap paulistano. Alçou voo com o álbum “Nó na Orelha” (2011) e aprimorou a guinada rumo a outros gêneros, como afrobeat e samba, no contundente Convoque seu Buda (2014).
Foto: Divulgação
CRIOLO: ‘NaO SOU ARTISTA, SOU UM ESTUDANTE’
Poeta urbano que alia crítica social e humor refinado, ele rejeita o rótulo de artista e diz: ‘Sou um estudante’. O paulistano do Grajaú fecha nesta quinta (5) a série de shows do palco livre da 9ª Bienal da UNE, num dos momentos mais esperados do festival. Confira a ideia que Criolo trocou com o TUPINIKIM.
As batalhas de MCs, terreno que você conhece muito bem, foram um ponto alto nesta Bienal da UNE. Como vê o papel do freestyle como meio de expressão jovem? É uma expressão de arte. Eu vivi 28 anos no rap, então para mim sempre foi algo forte, algo que fez parte da minha criação. Nosso cotidiano é isso. A música “Convoque seu Buda” é um chamado à ação e uma crítica ao “ativismo de sofá”? Procuro falar nesta canção da importância de encontrar seu equilíbrio, porque nós vivemos uma guerra fria, uma guerra silenciosa. É importante você procurar o equilíbrio, relembrar que é capaz de construir coisas positivas. Você construiu reputação no rap, mas tem feito uma imersão cada vez maior na música brasileira, por gêneros como samba, afrobeat e reggae. Pretende aprofundar esse caminho? Não sei, a gente vai fazendo com naturalidade. É o coração que rege a gente. Ainda mais na arte: é ela que escolhe, é a música que escolhe. O tema da Bienal da UNE deste ano é #vozesdobrasil, que remete à diversidade das expressões. Como o artista deve buscar o equilíbrio entre se fazer compreendido, ser literal, e deixar as mensagens abertas a reinterpretações? Não sou artista, há tantas personalidades grandiosas no Brasil. Sou um estudante. Aqui é uma passagem, e nossa única certeza é a morte. Há uma expectativa grande no Rio e na Bienal para seu show do festival. O que vai levar? Aguardem. Vou cantar música com o coração, e há essa oportunidade de poder cantar em praça pública no Rio, lugar de tanta gente talentosa. Esses jovens são nosso futuro - que tenham a mente limpa, que possam observar ao redor.
um passeio pela
Mais de 15 mil estudantes de todo o Brasil ocuparam a Lapa, no Rio de
bienal das bienais Janeiro, para respirar arte e cultura em todas as suas dimensĂľes
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trabalhos inscritos
trabalhos selecionados
debates
oficinas
comunidades visitadas no rio grandes shows
Fotos: Vitor Vogel, Juliana Pimenta, AF Rodrigues e MĂdia NINJA
Fotos: Yuri Salvador
quem e quem? Maria Sineide Lima, de 53 anos, acabou de se formar em eventos no ITB (Instituto Técnico de Brasília). Ela veio de Brasília para mostrar seu trabalho artesanal de minibonecas de pano. E até ensina sua arte em seu espaço na Praça das Amoreiras. Quem quiser é só chegar!
Robert Rodrigues (21 anos), Paula Barroso (19) e Ilana Rodrigues (19), da psicologia da UFPA (Universidade Federal do Pará), tiraram da estante da biblioteca da Bienal o livro Trans Performance, que reúne registros de apresentações do Oi Futuro. Buscavam inspiração para sua companhia de teatro, que trabalha na linha do francês Antonin Artaud (1896-1948). “Quando a gente monta uma peça, a gente não quer que as pessoas entendam algo, mas sim que elas sintam algo, seja o que for”, disse Paula.
A angolana Domingas Pimentel, de 24 anos, cursa fisioterapia da UVA (Universidade Veiga de Almeida). Ela foi uma das protagonistas da luta dos ex-alunos da extinta Universidade Gama Filho (UGF) no caso do desmantelamento do grupo Galileo, dono da UGF. Garota de luta!
Petrus Vieira, de 35 anos, é responsável pelos cartazes lambe-lambe que fazem da cenografia do festival um sucesso. Petrus herdou do avô a gráfica Fidalga, a única no país que produz manualmente cartazes em uma máquina alemã da década de 1920, com moldes de madeira. Valeu, Petrus!
ˆ to na lapa Caê lambido
calor, que nada
Os lambe-lambes da UNE fizeram tanto sucesso que até Caetano Veloso compartilhou uma foto de um dos cartazes no Instagram. Espalhados pelas ruas do Rio e do Brasil, o lambe cita um trecho da música “Língua”, uma referência ao tema da Bienal da UNE, #vozesdobrasil. Caetano, você é muito amor!
Rolou uma ideia certeira no alojamento da UFRJ. Instalaram por lá uma piscina de plástico para quem quiser se refrescar entre uma atividade e outra. Essa piscina vai render história...
ze boquinha
jUCA ENTRA NA RODA DA BIENAL Foto: Mídia NIJNA
Ministro da Cultura prestigia evento da UNE e mostra proximidade com a juventude no festival
Ele chegou pela porta da frente e não quis se recolher na sala de convidados. Circulou pela Fundição Progresso para conhecer as mostras artísticas da 9ª Bienal da UNE. Logo estava entre batuques, confetes e fantasias do cortejo que levaria os mais de 500 jovens presentes ao encontro desta quarta-feira (4) com o ministro da Cultura do Brasil. Quem era ele? O próprio. Juca Ferreira sinalizou na Bienal que conduzirá uma gestão aberta, democrática e de diálogo. Também defendeu a cultura como elemento fundamental ao processo de transformação social. “A cultura pode renovar nosso espírito democrático e mostrar ao mundo um país positivo e solidário”, declarou.
Foto: Vitor Vogel
O bate-papo com o ministro se deu em formato dinâmico, circular, com a colaboração de diversos movimentos culturais de juventude e cultura do país, entre eles o Fora do Eixo e a Nação Hip Hop Brasil.
A presidenta da UNE, Vic Barros, deu o grande “salve” dos estudantes a Juca e agradeceu pela receptividade do ministro ao convite. “O próprio ministro sugeriu uma atividade nesse formato, em círculo entre os estudantes, para falar e, sobretudo, ouvir muito”, elogiou. Juca enumerou desafios do setor cultural no próximo período, entre eles a reformulação da Lei Rouanet e dos mecanismos de financiamento, o fortalecimento da cultura popular, a implementação da Lei Cultura Viva e o crescimento da cultura digital. Ele ouviu reivindicações dos grupos presentes e prometeu apoio aos estudantes na regulamentação da meia-entrada, que classificou como “parte de uma política de democratização da cultura no Brasil”. Vic Barros e Juca Ferreira à frente do cortejo que antecedeu a conversa na Bienal
Relembrar o passado para construir o futuro: espaco da Travessa Antares, na Fundição, foi cenario de discussões sobre o CUCA da UNE
ou t r a s b i e n a i s n e s t a b i e n a l Encontro de gerações discute o passado e futuro do CUCA, o Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE Como foi produzir a primeira Bienal da UNE, naquele já distante 1999, em Salvador? Quais eram os desafios dos estudantes que construíram o festival no Rio em 2001 e no Recife, em 2003? Quais as semelhanças e diferenças desta nona edição com a quinta, sexta, sétima? Nesta quarta-feira (4), os personagens da vida cultural da UNE nos últimos 15 anos se reuniram na 5ª Assembleia Nacional do CUCA, o Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE. Ernesto Valença, Ana Petta, Tiago Alves, Luís Parras e Alexandre Santini são fundadores do CUCA. Foi com o o suor dessa galera que a rede permanente de cultura estudantil saiu do zero, em 2001, durante a 2ª Bienal. “A gente queria fazer muito melhor do que tinha sido. Hoje, aqui na nona edição, vejo que nada foi em vão. Ter artistas que pensem o Brasil é uma necessidade nacional. Se não há no movimento estudantil um grupo de jovens que pensem cultura, não tem revolução de pensamento. Somos de gerações diferentes, não tínhamos internet, mas o tempo de pensar e criar dentro dos nossos corações continua o mesmo”, disse a atriz Ana Petta. As histórias antigas renderam pano pra manga e motivaram boas risadas. Houve também um momento para discutir o futuro do movimento cultural universitário, principalmente diante da expectativa diante da nova gestão de Juca Ferreira no MinC. “Temos um compromisso de colocar a cultura na centralidade de um projeto de desenvolvimento para o Brasil. O CUCA é muito importante para articular esse espaço”, disse Alexandre Santini. Após a roda de conversa, os fundadores do CUCA foram homenageados com pequenas estátuas de artistas Os pioneiros do CUCA: da esq. para a dir: Alexandre Santini, contemporâneos. Vic Barros, presidenta da UNE, participou da Tiago Alves, Luís Parras, Ana Petta e Ernesto Valença saudação com um discurso emocionante: “A UNE é uma grande expressão do amor que a juventude tem pelo Brasil. É através da cultura que conseguimos passar um recado mais leve sobre a união e coragem, marcas tão presentes no movimento estudantil brasileiro. Que venham os novos cuqueiros para inundar nossa entidade”, conclamou Vic.