Catálogo da 9ª Bienal da UNE

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#CARTAS

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O que deixa saudade em uma Bienal é viajar por todo o país sem sair do mesmo evento. O que toca o peito, em uma Bienal, é ouvir a miscigenação dos sotaques a cada minuto, perder-se nas cores das bandeiras e das peles, respirar Brasil. Nesta nona edição, que celebrou as nossas vozes em seu tema, foi ainda mais significativo conhecer a disposição e entusiasmo de quem veio de longe. A delegação do Amazonas superou trajetos de rio e estrada. Outros enfrentaram 20, 30, até mais de 40 horas no trajeto. Mais de 200 ônibus de todas as regiões do país trouxeram para o Rio 15 mil estudantes. Ali se encontraram Josés, Luísas, Amélias, Pedros, Alices, Honestinos, Heleniras, Sebastiãos, Marilenes, Marcelos, Lucimares, Jorges, Sílvias, tantas e tantos que ajudaram a mostrar qual é a atual produção da universidade brasileira no campo da arte, da extensão, da ciência e tecnologia. Conseguimos pensar um evento completo, gerando uma babel democrática entre a Fundição Progresso, o Circo Voador e os Arcos da Lapa. Foi uma Bienal sinalizada com mensagens e ideias dos lambe-lambes nas ruas, de espaços e debates abertos para valorizar a polifonia, de grandes shows gratuitos que a capital fluminense não irá esquecer. O movimento estudantil brasileiro conseguiu realizar um grande festival, que entra para a história da UNE. Ao reunirmos pessoas do Sul, do Norte, do Centro-Oeste, do Sudeste, do Nordeste, da floresta, da cidade grande, do litoral e do campo, avançamos enquanto entidade e avançamos como país. Há 77 anos, a UNE é as nossas vozes, carregadas por suas diferenças e particularidades, representantes do que somos e do que trazemos. Esse é o coro da unidade na diversidade, das muitas frequências somadas de forma uníssona dentro do movimento social do Brasil. Trouxemos esse debate para a Bienal porque queremos as vozes do Brasil mais ouvidas, lidas, representadas e amplificadas. São essas as vozes que lutam e resistem ao longo da nossa história, são as vozes que garantem a riqueza da nossa cultura popular, são as vozes das ruas, dos coletivos, das redes, dos espaços virtuais. Somos muitas, somos muitos, somos diferentes entre si, mas queremos chegar ao mesmo lugar. A UNE sabe que essa é a nossa força

Vic Barros

Presidenta da UNE



Patrícia de Matos

Diretora de Cultura da UNE Coordenadora-geral da 9ª Bienal

#CARTAS

Foi uma verdadeira ocupação. Uma apropriação dos Arcos da Lapa como a casa da juventude. Todos os cantos do país se conectaram na região que carrega um charme e uma curiosidade ao mesmo tempo decadente e pulsante de um Rio de Janeiro antigo e novíssimo. Não poderia ter sido mais simbólico para a União Nacional dos Estudantes ocupar o Circo Voador e a Fundição Progresso, dois espaços que respiram rebeldia. Pedindo licença, trazendo as #vozesdobrasil para a capital fluminense, relembrando Mário de Andrade e o modernismo, a Bienal da UNE chegou à sua 9ª edição e aos seus 16 anos de vida. Foram 1559 trabalhos inscritos e 205 selecionados em todas as linguagens artísticas e nas áreas de extensão universitária e ciência e tecnologia. Vindos de todas as regiões, revelaram por meio da produção artística e cultural universitária a diversidade do nosso país. Os trabalhos apresentados seguiram o caminho livre de diversos formatos e referenciais estéticos. O que chamou a atenção e nos deixou entusiasmados foi o nível de “espontaneidade “ que contaminou as mostras universitárias. A Bienal foi um espaço construído de estudante para estudante, com o formato mais aberto possível, contemplando a presença da arte no espaço público, em palco italiano, ao ar livre ou dentro da galeria montada na Fundição. Isso possibilitou a existência de um ambiente que liberou as energias criativas, permitindo que as intervenções artísticas acontecessem de forma espontânea e em constante diálogo com o público e com as temáticas abordadas. Para coroar a nona edição do maior festival estudantil da América Latina, o Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE, foi relançado com o vigor da velha guarda, que marcou presença e transmitiu conhecimentos e boas energias para os novos que chegam, e referendado nos estudantes e seus trabalhos, que oxigenam nosso olhar e pensamento. O CUCA volta também na maré da rearticulação das redes culturais com força para tocar daqui para frente essa experiência criativa e ousada. Seguimos...

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#CARTAS

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Em fevereiro de 2015, o bairro mais boêmio do Rio ficou ainda mais animado e colorido com os diversos sotaques e experiências dos jovens que estiveram na cidade para a 9ª Bienal de Arte e Cultura da União Nacional dos Estudantes. Honrando sua vocação, a Lapa e os cariocas receberam essa turma de braços abertos. Um pessoal que ocupou o espaço com cultura e informação, de forma organizada e politicamente diversificada. Para além dos shows memoráveis que a cidade recebeu e das rodas de debate que atraíram estudantes de todo o Brasil, o que a Bienal trouxe de volta à cidade foi a efervescência histórico-cultural deste que é o maior evento do tipo na América Latina. A história da UNE está ligada intimamente à história política da cidade. Aqui a entidade foi fundada e protagonizou muitos de seus momentos mais marcantes. No prédio em que funcionou até o dia em que foi incendiado por agentes da ditadura militar, na Praia do Flamengo, hoje está sendo construída uma nova sede, com projeto de Oscar Niemeyer, devolvendo à UNE sua importância para o Rio de Janeiro. É um orgulho e uma honra para essa cidade ter de volta o símbolo maior da luta dos estudantes brasileiros pela democracia e por seu espaço na história do país. Sejam bem-vindos!

Eduardo Paes

Prefeito do Rio de Janeiro (2009-2016)



#CARTAS

Alguém Alguém tem que pagar Pra catraca girar Pra saúde morrer E pra ração chegar Pro circo não vacilar Pra farsa bater, bater, bater Em quem paga a conta, amor

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Alguém Alguém tem que lucrar Quando a cachaça chegar E o povo adormecer Quando a bola rolar Pro circo não vacilar Pra farsa bater, bater, bater Em quem paga a conta, amor

Pés no presente. Ações pro futuro. Discernimento, sabedoria e simplicidade. Paz à todos,

Criolo*

*Texto inédito para o catálogo da 9ª Bienal da Une




p.19 p.31

p.73

p.69

p.85

p.77


p.39 p.35

p.45

p.51

p.89

p.105 Livro animado! DĂŞ voz a nossa lĂ­ngua

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Manifestaçþes contra o nazi-facismo - 1942, Rio de Janeiro (RJ)


A UNE, A CULTURA o AS BIENAIS

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#hist贸ria


Um dos primeiros jornais da UNE no final da dĂŠcada de 1930


#história

21 Protesto contra a ditadura no final da década de 1960

Na história das transformações sociais pelo mundo a arte está presente como instrumento para impulsionar as mudanças. No Brasil, desde a criação da UNE, em 1937, a relação do movimento estudantil brasileiro com a cultura provocou simbioses tão à frente do tempo que até hoje são referências para as novas gerações e impressionam pela qualidade e pelo caráter ousado e criativo. Paschoal Carlos Magno, considerado um dos precursores da direção teatral no país, fundou em 1938 o Teatro do Estudante do Brasil e com ele formou artistas e promoveu as artes cênicas em viagens por cidades país afora. Já na década de 1960, na sede da UNE, na Praia do Flamengo 132, no Rio de Janeiro, um movimento emblemático para a história brasileira surgiu com a criação do Centro Popular de Cultura da UNE. O CPC reunia jovens que, sem medo de despertar polêmicas, dispunham-se a fazer arte e política. Muito mais do que um espaço, tratava-se de um acontecimento estético e político do movimento estudantil, com a participação de personagens geniais como Vinícius de Moraes, Ferreira Goulart, Cacá Diegues, Carlos Lyra, Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha) e Gianfrancesco Guarnieri.

Entre as experimentações e produções, vale destacar o início do movimento cineclubista e seu auge com a produção do filme “5x Favela”, um clássico do cinema nacional. A realização desse longa-metragem nos moldes e na ideologia do CPC abriu espaço para a discussão do que seria um cinema livre, sem compromisso com uma linguagem preestabelecida, sem o propósito didático, mas voltado firmemente para a realidade brasileira. Também no começo da década de 1960, mais precisamente em 62, a UNE inovou e lançou o projeto de mobilização a partir de caravanas que rodariam o Brasil. A primeira delas, organizada ainda naquele ano, foi a “UNE Volante”, uma caravana composta por integrantes do CPC e diretores da UNE. Durante dois meses, os estudantes e artistas visitaram quase todas as capitais. Discutiam os principais temas de interesse da juventude e ainda reprensentavam as peças do CPC, disseminando também núcleos nos estados (Glauber Rocha, por exemplo, fez parte do CPC da Bahia).

Aldo Arantes (esquerda) lança UNE-Volante em 1962

Demolição da sede da UNE na Praia do Flamengo, 132 (RJ) - déc.1980



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#hist贸ria


Passeata “Fora Collor!” em 1992


#história

A repressão da ditadura militar, a clandestinidade e a reorganização da UNE determinaram um período de volubilidade das atividades culturais ligadas ao movimento estudantil. A atuação cultural dos estudantes, reprimida durante os anos de perseguição, foi simbolicamente sendo retomada na década de 1990, principalmente após o grande movimento dos caras-pintadas liderado pela UNE e pela UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e que terminou com o impeachment do presidente Fernando Collor em 1992. A UNE estava fortalecida, mesmo com o avanço dos ideais neoliberais nos anos seguintes. Na tentativa de retomar e ampliar ainda mais suas frentes de atuação, a entidade voltou a cena cultural com vigor em 1999, quando realizou, na cidade de Salvador, na Bahia, sua 1ª Bienal. O festival se propunha a abrir espaço para o que estava sendo produzido em diversas áreas (literatura, cinema, música, artes cênicas, artes visuais e ciência e tecnologia) e promover um intenso debate em torno das políticas públicas formuladas para o setor. O encontro reuniu mais de cinco mil estudantes que davam início a um longo projeto de reaproximação com a cultura popular e intercâmbio entre as muitas juventudes brasileiras. O ano de 2001 representa um salto maior ainda, pois permitiu a reflexão de que, mais que promover um festival de dois em dois anos, era preciso criar um instrumento que pudesse desenvolver um trabalho permanente no cotidiano do movimento estudantil. Nasceu então na 2º Bienal, no Rio de Janeiro, o Circuito Universitário de Cultura e Arte, o CUCA da UNE. Ele seria o elo de continuidade do trabalho entre as bienais, acumulando debates sobre a área de cultura, experiências e promovendo eventos e intervenções dentro e fora das universidades. Consolidado, o projeto das Bienais ganhou o Brasil e partiu para Recife e Olinda (2003 e 2013), São Paulo (2005) e retornou ao Rio de Janeiro (2007 e 2011) e a Salvador (2009) Ao longo dos anos, as Bienais sempre tiveram a proposta de valorizar a identidade nacional e conectar as produções juvenis de todas as regiões do país. Já passaram pelo festival importantes temas que casam com as lutas do movimento estudantil, como a herança africana na cultura do país, os vínculos do Brasil com a América Latina, o samba, o forró, a cultura popular e as raízes de formação do povo brasileiro. Já participaram da Bienal personagens como Gilberto Gil, Oscar Niemeyer, Aleida Guevara (filha de Che Guevara), Ariano Suassuna, Augusto Boal, José Leite Lopes, Ziraldo, Jorge Mautner, Alberto da Costa e Silva, Mino Carta, Serginho Groisman, Abdias do Nascimento, Ondjaki, Jards Macalé, Alceu Valença, Marcelo D2, Martinho da Vila, Racionais MCs, Beth Carvalho, Lenine, O Rappa, Tom Zé, Mr Catra, Naná Vasconcelos e J. Borges.

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#hist贸ria



#história

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Caravana UNE Brasil +10 passa por Brasília (DF) em 2012

Os estudantes também voltaram para a estrada 42 anos depois do ineditismo inaugurado pela “UNE Volante”. Desta vez, chamada de “Caravana UNE pelo Brasil”, a viagem foi toda realizada a bordo de um ônibus. Entre os meses de abril e maio de 2004, uma equipe de atores, produtores, documentaristas, artistas e diretores da entidade percorreram 25 cidades brasileiras, sendo 18 capitais, passando por 31 instituições de ensino superior, nas cinco regiões do país. Posteriormente, a UNE percebeu a necessidade de dar mais atenção e consistência a esse trabalho cultural. Daí veio a ideia de visitar as cidades brasileiras novamente. No embalo da experiência acumulada com a viagem anterior, a entidade realizou a “Caravana Universitária de Cultura e Arte – Paschoal Carlos Magno”.

Ônibus da Caravana da UNE Saúde, Educação e Cultura (2008)

Ela foi lançada em outubro de 2004, em Manaus, e encerrada no fim de novembro, em São Paulo. Em parceria com o Ministério da Cultura, que acabara de criar o programa dos Pontos de Cultura com o ministro Gilberto Gil, esta caravana passou por 14 universidades, em 14 estados de federação com o objetivo de fomentar a criação de uma rede nacional de arte estudantil. Depois de 77 anos, a UNE chega à nona edição de sua Bienal jovem e renovada, com bagagem suficiente para realizar muitas outras. O trabalho cultural da UNE não considera como triunfo apenas as mudanças mais visíveis no desenvolvimento do movimento estudantil, mas, principalmente, uma incansável busca a fim de representar mais e melhor os estudantes de todo Brasil

Caravana UNE Brasil + 10 chega a Natal (RN) em 2012


Vic Barros (UNE) na abertura da 9ÂŞ Bienal no Circo Voador


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#nossacasa



#nossacasa

Símbolo do Brasil, o Rio de Janeiro mantém uma relação especial com a UNE. Foram os cariocas quem testemunharam, em 1937, a fundação da União Nacional dos Estudantes. No Rio fica a sede da Praia do Flamengo, 132, atualmente em pleno processo de reconstrução depois de ser incendiada e demolida pela ditadura militar no primeiro atentado contra a democracia em 1º de abril de 1964. Foi na capital hoje maliciosamente chamada pela juventude de “#errejota” que nasceu o CPC (Centro Popular de Cultura), um dos projetos culturais mais ousados do Brasil, que colocou no mesmo lugar a arte e a política. O Rio também foi cenário do marco da reconstrução cultural da UNE, em 2001, com a 2ª Bienal e a criação do CUCA (Circuito Universitário de Cultura e Arte). Após outras duas passagens por terras cariocas (2007 e 2011), a cidade agraciou novamente os estudantes com a sua história e beleza abrindo as entradas dos Arcos da Lapa para receber desta vez a 9ª edição do festival e uma nova geração de jovens vindos de todas as regiões do país. Assim, a Bienal chegou ao Rio da Academia Brasileira de Letras e da Biblioteca Nacional, o Rio da gíria poética das favelas, das invenções linguísticas do funk, do rap e do samba, o Rio das narrativas imortais de Machado de Assis e tantos outros, de Honestino Guimarães, de Edson Luís, da passeata dos 100 mil em 1968 ou de um milhão em 2013, cidade que é palco de grandes lutas e resistência do povo brasileiro, com uma multiplicidade de falas e sentidos tão própria do Brasil. O Rio da Lapa, bairro-cenário lembrado por figuras essenciais da nossa cultura como Di Cavalcanti, Heitor Villa-Lobos, Manuel Bandeira, Sergio Buarque de Hollanda, Jorge Selarón, Perfeito Fortuna, Marcelo D2, Caetano Veloso e tantos outros. A Lapa, relíquia artística e cultural do Rio, epicentro da boemia saudável, da diversidade e do movimento. O lugar que consolidou nos anos 1930 a imagem do carioca malandro, criativo e musical – depois foi abandonado e renasceu nos anos 1990, numa cena renovada por espaços como o Circo Voador. E se a Lapa foi a casa da Bienal, a Fundição Progresso, foi o boteco, o lugar do encontro e da proximidade. Pelos corredores, salas e espaços abertos da antiga fábrica de fogões que hoje abriga sedes de grupos como a Intrépida Trupe, milhares de estudantes do Brasil e da América Latina compartilharam cultura e vida, aprofundaram buscas, progrediram na arte do encontro. Sob os auspícios da Lapa carioca, embarcaram numa jornada de seis dias de cultura e política, num tempo único para respirar arte e expirar mudanças positivas no mundo.

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Estudantes na Lapa

Fundição Progresso


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Dod么, um dos cen贸grafos da 9陋 Bienal


#cenografia

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A CARA DA BIENAL


Festival inovou com trabalho próprio de projeto e criação da cenografia

Montagem da cenografia


#cenografia

37 Molde tipográfico para lambe-lambe da UNE

Quem passou pela Fundição Progresso na primeira semana de fevereiro de 2015 viu que a ideia era ousada. Montar um galpão de marcenaria dentro do festival e de lá construir toda a cenografia do encontro. E foi isso o que aconteceu: pela primeira vez, a Bienal da UNE projetou e criou o seu próprio conjunto de estruturas, painéis e sinalização. O conceito veio das ruas. Resíduos urbanos como paletes, sobras de madeiras e caixotes de feira viraram bancos e estantes. Ao final, tudo foi doado a ONGs, em mais um ciclo de reciclagem. A concepção ficou sob a batuta dos artistas visuais e cenógrafos Fernando Sato, do coletivo paulista casadalapa; Luis Parras, da produtora Contra Regras; e Dodô Giovanetti, do Rio de Janeiro, naquele que foi um grande desafio para toda a equipe do evento. O outro eixo marcante da cenografia da Bienal das #VozesdoBrasil foi o lambe-lambe. Peças que já foram sinônimos de sujeira nas grandes cidades renasceram inspiradas pelo grafite e pela arte decorativa nos cartazes artesanais da Gráfica Fidalga, de São Paulo.

Importante lembrar a trajetória de lutas dessa gráfica, fechada pela ditadura nos anos 1970 e que renasceu como Fidalga em 1985, filha da redemocratização, pondo de novo em ação sua única impressora alemã que restou no porto de Santos por esquecimento da ditadura que a havia apreendido. Das letras em madeira entalhada da máquina de 1929, que originaram cartazes de movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda nos anos 1970, saíram poesias e frases do repertório cultural brasileiro que povoaram a Lapa e várias cidades do Brasil. Dentro e no entorno da Fundição, a Bienal transpirou arte na nomenclatura dos espaços, batizados com referências da literatura em língua portuguesa. O Circo Voador virou a Serra da Costela de Graciliano Ramos em “Vidas Secas” (1938). O ponto dos seminários era a Vila Azinhaga, terra natal do mestre português José Saramago (1922-2010). E o espaço do Arraial de Canudos saiu dos “Sertões” (1902) da obra de Euclides da Cunha para oferecer a vista mais privilegiada dos Arcos da Lapa, no terraço da Fundição.

Biblioteca da 9ª Bienal

Sinalização da Bienal na Fundição Progresso


Ator Pascoal da Conceição na abertura da 9ª Bienal


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#chegada


Bairro foi tomado por estudantes de todas as regiĂľes do paĂ­s que queriam modernizar o passado


#chegada

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Estudantes na Lapa

As ruas da Lapa ainda amanheciam de uma tradicional noite agitada do sábado quando estudantes começaram a ocupar os cantos do bairro. Na frente da Fundição Progresso, acordes improvisados de “Cidade Maravilhosa” ao saxofone saudavam as caravanas que chegavam de diversas partes do Brasil. Rio Branco, Acre: quatro dias de estrada. Macapá, Amapá: outros quatro dias, com direito a 24 horas pelo rio Amazonas. Campo Bom (RS), Maringá (PR), Salvador da Bahia. Muitos nunca haviam feito percurso tão longo. O Ceará batalhou junto à universidade e ao poder público por transporte. Universitários de Mato Grosso esbanjavam energia após 30 horas de chão Pronto. As vozes do Brasil haviam chegado. Estava dada a receita para o saboroso prato de sotaques, experiências e regionalismos da Bienal. Inscrições feitas, alojamento reconhecido, era hora de começar. A trupe circense da Gran Cia. de Mysterios e Novidades conduziu o público até adentrar o Circo Voador, lugar que reserva em suas entranhas um pouco da história do Rio e da Lapa, palco por onde passaram e ainda se apresentam os principais artistas e grupos da música e da arte brasileira.

Grupo do espetáculo de abertura


42 Caravanas chegam à Lapa

Estudantes em frente à Fundição Progresso

Cena do espetáculo de abertura

De dentro do Circo, irrompeu o espetáculo de abertura da 9ª Bienal da UNE, uma celebração a Mário de Andrade (18931945), a Macunaíma e ao modernismo brasileiro. “A língua é minha pátria”, entoou o público. O ator Pascoal da Conceição incorporou o modernista com a maestria habitual, no papel de mestre de cerimônias. “O modernismo deixou para as próximas gerações a herança de um desafio”, disse. Cocar na cabeça e guitarra em punho, Iara Rennó musicalizava a história de Macunaíma enquanto atores reverenciavam a diversidade nacional de expressões. Patrimônio do Rio, o sambista Arlindo Cruz fechou a primeira noite dos grandes shows abertos da Bienal. No palco, a homenageada de música do festival, dona Ivone Lara, 94 anos. Destaque entre as mulheres que ajudaram a construir a identidade cultural brasileira, dona Ivone agradeceu ao público com versos de “Sonho Meu”. Deixou o palco sob muitos aplausos, numa reverência da juventude que sabe valorizar e modernizar o passado para construir a revolução do presente.


#chegada Circo Voador

Espetáculo de abertura

Iara Rennó

Cena do espetáculo de abertura

Pascoal da Conceição

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Encontro dos estudantes com o Ministro da Cultura, Juca Ferreira


#debate

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MUDAR A POLÍTICA, MUDAR O BRASIL



#debate

47 Pista de skate montada na Lapa

Segunda-feira, Rio em movimento. A correria habitual nas ruas previa uma semana cheia pela frente. Na Bienal não foi diferente: oficinas, mostras selecionadas de extensão, artes cênicas, ciência e tecnologia e audiovisual. Debates, palhaços, feminismo, esporte de rua, passinho, Bida Nascimento, Pitty. No dia em que a Fundição se tornou de vez o lar dos estudantes brasileiros, a chuva de verão passou longe de esfriar o clima. Desde cedo, tambores e palavras de ordem preencheram o casarão azul da Lapa como prenúncio do seminário de reforma política, que manteve o termômetro no padrão “Rio 40 graus”. Gritos eram ouvido nos corredores da Bienal num apelo por mudanças efetivas em nosso sistema de representação. Em três debates ao longo do dia, atores políticos relevantes fizeram um embate de ideias que deixou nítida a disposição dos estudantes brasileiros de lutar por mais avanços sociais nos próximos anos. Ministro Miguel Rosseto e vice-presidente da UNE, Mitã Chalfun

Pitty


João Pedro Stédile, do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), defendeu a reforma como “única forma” de recuperar a democracia no país. Miguel Rossetto, ministro da Secretaria-geral da Presidência da República, fez coro com a UNE na defesa de mudanças. “O Brasil não aguenta mais o padrão de financiamento empresarial que sequestra nosso país. Hoje só participa do processo eleitoral quem tem dinheiro, e cada vez mais quem tem mais dinheiro”, afirmou. Ainda houve tempo para conferir a fórmula de Jeferson “Dilma Bolada” Monteiro para o sucesso na comunicação digital, discutir as variações da língua portuguesa com Marcos Bagno e Marina de Toledo e reunir combatentes do regime militar em ato da Comissão da Verdade da UNE. Ao lado de Arthur Poerner - veterano cronista da ação política estudantil no Brasil e autor do clássico “O poder jovem” -, a União Nacional dos Estudantes exaltou a reconstrução da “casa do poder jovem”, a nova sede da entidade no Rio que será erguida no mesmo endereço da Praia do Flamengo, 132, e homenageou os líderes estudantis que tombaram em defesa da democracia.

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Marcos Bagno Jeferson “Dilma Bolada” Monteiro e Mateus Weber (UNE)


#debate

49 Pai Lula, Patrícia de Matos (UNE), Jandira Feghali e Ivana Bentes

Cynara Menezes, Carina Vitral (UNE), Luis Nassif e Manoel Rangel

Aldo Arantes, Déborah Evellyn (UNE) e João Pedro Stédile

Debate artes visuais

Seminário de reforma política



#mostras

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bienal das bienais


“Sobre camisa de força”, de Clara Maria Matos (Universidade de Brasília)


#mostras

A 9ª Bienal da UNE registrou um recorde de trabalhos inscritos. Mais de 1.500 propostas chegaram de todo o Brasil para as sete áreas do festival – 203 compuseram o quadro final, que valorizou a identidade nacional, a qualidade, a diversidade regional e a afinidade com o tema do encontro. Mas não bastam os números para entender o que significa o maior panorama da produção cultural dos estudantes do Brasil. É preciso sentir. Audiovisual, teatro, extensão, música, artes visuais, literatura, C&T: tudo se expressa como cultura viva na Bienal. Espalhar poesia pelas escadas da Fundição Progresso e dali dizer bem alto para o mundo que a universidade brasileira continua sendo um espaço pujante de cultura. Traduzir a emoção num acorde de guitarra, numa nudez corajosa, numa rima improvisada. Ver o olhar de jovens documentaristas, emocionar-se com o cotidiano de uma comunidade quilombola do oeste do Paraná ou interagi com as várias performances que tomaram conta da Fundição Progresso. Traduzir as expressões do amor na pesquisa teatral do Cariri cearense. Temer o sobrenatural numa ficção em vídeo de alunos do Amazonas. Inspirar-se pela história de estudantes do interior de São Paulo que ensinam o poder da comunicação comunitária. Estamos aqui para isso. E para reconhecer quem ajudou a pavimentar o caminho que nos permite estar aqui. Como o físico e professor Ildeu de Castro Moreira, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), um dos grandes artífices da popularização da ciência nacional, homenageado na área de C&T (até um certo Albert Einstein apareceu para prestar as honras). A Bienal pulsava em alta frequência. À noite, respirou fundo, cantou com Alceu Valença e foi dormir pensando no “grande encontro” que teria pela frente.

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Alceu Valença Batalha de MCs


54 Homenagem a lldeu de Castro Moreira

Oficina de DJ

“Tem poesia no pé”, de Natalice Garcia (Instituto Federal do Ceará)

Coordenação da 9ª Bienal


#mostras

55 “Costela de Adão” (Feevale-RS)

Lauvaite Penoso (Universidade Federal do Pará)

Grupo Araci (Universidade Federal de São João Del Rei-MG)

“Oxe” (Universidade Regional do Cariri-CE)

Grupo Combio (Universidade Federal de Uberlândia-MG)


Cidade Negra





Show Criolo - vista รกrea da Lapa dia 5 de fevereiro de 2015




Criolo


64 Buffo Companhia de Teatro (UniversidadeFederaldaBahia)


#mostras

65 Lenine de passagem pela Bienal

Iara Cassano (UNE)

Luciana Santos (PCdoB)

Mostra de mĂşsica

Iara Cassano (UNE)


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Instituto Afro-Sim (Universidade Estadual de MaringĂĄ-PR) Oficina de lambe-lambe

MitĂŁ Chalfun (UNE)

Mostra de Literatura


#mostras

Mostra de música

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Luis Parras e Tiago Alves, da Contra Regras

Sérgio Vaz

Galera do “Passinho”



#festaeluta

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JUCA ENTRA NA RODA DA BIENAL



Vic Barros (UNE) e o ministro Juca Ferreira

Institucional nº 5 que colocou as entidades estudantis na ilegalidade e fechou o Congresso Nacional, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Ele ainda apresentou sua jovem equipe no MinC e enumerou alguns desafios do setor no próximo período, como a reformulação da Lei Rouanet e o fortalecimento do programa Cultura Viva, após a lei que transformou a iniciativa em política de Estado. O ministro prometeu apoio aos estudantes na regulamentação da meia-entrada, que definiu como um eixo de uma política de democratização da cultura. Aclamou o orgulho dos jovens cotistas e fez uma aposta no amor e na alegria como meios de revitalizar a política e enfrentar as forças conservadoras e do retrocesso. Num dia em que a Bienal também colocou em pauta assuntos como o papel da arte e do esporte nas escolas, o ministro da Cultura mostrou sintonia com os estudantes e disposição para uma caminhada conjunta rumo ao fortalecimento da cultura nacional. Uma lufada de ânimo para a reta final do maior festival estudantil da América Latina.

#festaeluta

Após três dias em rotação máxima, valia a pena desacelerar um pouco para concentrar as energias numa conversa com o principal gestor da cultura no país, o ministro Juca Ferreira. O cenário do encontro foi o ponto central da Bienal, no segundo andar da Fundição Progresso, onde se montou uma biblioteca livre com mais de mil livros disponíveis para leitura e que depois foram doados. Os estudantes ao redor. Juca no meio entrou na roda e experimentou a Bienal, falou, ouviu, compartilhou experiências e mandou um recado: “Parabéns a UNE por fazer política e festa ao mesmo tempo. A primeira coisa que os conservadores gostam de criminalizar é essa alegria, essa energia vital. É essa alegria que vai nos fazer corrigir os rumos do país”, afirmou o ministro, de volta à pasta que ocupara de 2008 a 2010, um retorno comemorado pelos estudantes por saberem estar diante de uma figura progressista e aberta ao diálogo e que entende a cultura em seu caráter amplo e plural. Ao lado da presidenta da UBES, Bárbara Melo, o baiano Juca lembrou sua passagem pelo movimento estudantil como presidente da mesma entidade, em 1968, num dos períodos mais duros da ditadura militar, quando foi promulgado o Ato

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#achuva

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TEMPESTADE DE ALEGRIA


Amea莽a de chuva forte foi s贸 aperitivo especial para coroar a Bienal como o mais amplo e especial festival do Brasil


Ziraldo e Barbara Melo (UBES)

#achuva

A tensão amanheceu no ar. Logo em um dos dias mais esperados da Bienal, órgãos públicos anunciaram, nas primeiras horas da manhã, a possibilidade da maior tempestade dos últimos tempos na capital do Rio de Janeiro. Empresas dispensaram funcionários, Defesa Civil em alerta, todos de olho no céu carioca. Enquanto a água não vinha, choviam perguntas nas redes sociais da UNE: o festival estava mantido? E o show do Criolo, um dos mais esperados do palco livre? Com uma vela para São Pedro, convocando os budas e de dedos cruzados, a produção respondia: até agora tudo certo! Ao final, a temida chuva não veio, e toda a apreensão só contribuiu para compor um clima especial para mais uma jornada da Bienal. Era tempo de deixar os limites da Lapa e se aventurar pela cultura da “grande Rio de Janeiro”, nas atividades do Lado C. Universitários puderam vivenciar, por exemplo, a dura realidade da favela do Jacarezinho e o trabalho da Agência de Notícias das Favelas. Conheceram quilombos urbanos, o jongo do Morro da Serrinha, o samba de roda da Baixada, em um verdadeiro intensivo sobre o poder da cultura popular na transformação social. O sol também abriu caminho para um momento histórico, que reuniu estudantes, legisladores e ativistas no 1º Encontro LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) da história da UNE. Garantias de direitos e trajetórias, acesso ao mercado de trabalho e ao mundo acadêmico, políticas públicas para evitar a discriminação. Nos domínios da Fundição Progresso, o debate rompia a velha cultura opressora e fortalecia a luta. No palco central do Largo Itabira, um batalhão de Meninos Maluquinhos levou emoção à homenagem da UBES ao mestre Ziraldo, lançando um gibi assinado pela cartunista sobre a fundação de grêmio estudantis. O bonde seguia a todo vapor pela Lapa com as mostras selecionadas – artes cênicas, extensão, ciência e tecnologia, literatura, música. Como numa orquestra em movimento final, o crescendo de vozes da Bienal ganhava intensidade e rumava ao clímax.

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Passeata da UNE na Praia de Ipanema


#culturata

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celebrar e transformar


Pitty


Cuca da UNE na Culturata

#culturata

A convivência cria afetos e empatias. Ao longo do festival, os Arcos da Lapa e os estudantes forjaram uma afinidade especial. Referência geográfica e cultural do Rio, os Arcos ofereceram porto seguro aos universitários de todo o país, desenhando o cenário para os shows do palco livre da Bienal, grandes apresentações gratuitas que fizeram história. Após a abertura com Arlindo Cruz no Circo Voador, Pitty assumiu o bastão para fechar, na praça dos Arcos, a segunda noite do festival. Diante de uma multidão, a roqueira agradeceu pela participação. “É uma honra fazer parte dessa festa de uma galera jovem, crítica e antenada, que tem o que dizer e o que pensar. Vamos pra frente que o futuro é nosso.” Ali daquele palco redondo talvez Pitty tenha visto uma cadeira de rodas quase flutuando no ar. Era mais uma nota bonita no catálogo de vivências do festival. Universitários deram uma força para a secundarista Letícia, que é cadeirante, curtir o show de um ângulo especial. A noite seguinte foi reservada para um papo entre amigos. Veterano em Bienais, o pernambucano Alceu Valença construiu sua quarta apresentação no festival como uma grande conversa, pontuando seus clássicos atemporais com impressões sobre o momento atual da cultura e da política brasileira. Alceu deu uma aula de como colocar todos para dançar e, ao mesmo tempo, estimular a reflexão. “Sempre fui contra essas eleições à base de dinheiro. O Estado tem que financiar as campanhas e também rever concessões de rádio e TV, que deveriam disseminar a cultura de todo o povo”, afirmou, em sintonia com as reformas que a UNE quer para o país.

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Estudantes na Pedra do Arpoador


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Celebrando quase 30 anos de carreira, o Cidade Negra saudou a juventude reunida na praça como protagonista do futuro. Toni Garrido destacou o papel dos DCEs (Diretórios Centrais dos Estudantes) na luta por avanços na educação superior e lançou a convocação: “Vamos mudar o mundo porque ele é nosso”. Criolo e banda espantaram a chuva com uma das performances mais intensas da música brasileira atual. Apresentado por Vic Barros como “grande poeta da nossa geração”, o paulistano hipnotizou uma multidão de mais de 30 mil pessoas, como registrou, do alto, o drone que captou imagens únicas da Bienal das Bienais. O rapper incitou o público a “cantar com o coração”. Mencionou a crise da água como “humilhante” e desejou esperança e força aos jovens que tomavam a Lapa. “Todo mundo é filho de Deus. Não pode ter guerra entre nós, é isso que o sistema quer. Está na mão de vocês. Convoque seu Buda”, foi a mensagem derradeira do último show do palco livre da Bienal.

Mas, como manda o figurino, caberia aos estudantes o protagonismo do ato final do festival. Expressão e prática das Bienais, a Culturata (passeata+cultura) uniu milhares de estudantes na orla do Rio para uma grande manifestação em defesa das bandeiras da UNE. Jovens se reuniram em Ipanema e caminharam sob a tempestade até o Arpoador para celebrar os seis dias de encontros e trocas do maior festival estudantil da América Latina. A Polícia Militar tentou impedir o ato, mas prevaleceram a energia e a vontade da estudantada. Vic Barros puxou o brado por um “Brasil de paz e sem violência”, e ecoou o refrão pelas reformas política e universitária, pela democratização da mídia, por uma política econômica democrática. Ao final, ao som do maracatu, os estudantes, que já predominavam naquelas vias molhadas de chuva, tomaram de vez a praia e hastearam as bandeiras do movimento estudantil. Do alto da pedra do Arpoador, gravaram na história e na memória de todos a passagem de um encontro mais do que especial – e com os olhos já no horizonte da próxima Bienal. Toni Garrido

Direção da UNE com Criolo

Roda de Funk na Bienal


#culturata

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Roda de Funk na Bienal Solidariedade no show da Pitty


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Criolo

Circo Voador - Show Arlindo Cruz e Dona Ivone Lara


#culturata

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Pitty

Arlindo Cruz e Dona Ivone Lara



#encucados

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de geração em geração


No passado e no presente do CUCA da UNE, as projeçþes para o futuro do circuito


Coordenação da 9ª Bienal

#encucados

O CUCA (Circuito Universitário de Arte e Cultura) é um filho da Bienal. Veio à luz como proposta em 2001, no último dia da 2ª edição do festival, que naquele ano acontecia no Rio pela primeira vez. A Bienal dava seus primeiros passos na direção do amadurecimento do novo movimento cultural da UNE. O desafio era manter a continuidade das ações culturais nas universidades, para além daquele grande encontro que acontecia a cada dois anos. Semente lançada, o CUCA floresceu. Do período das rodas de samba antológicas no Espaço CUCA da Barra Funda, na capital paulista, tornou-se um ponto de cultura em 2005. Ganhou autonomia com a criação do Instituto CUCA, em 2006, e se credenciou a Pontão de Cultura em 2008. Hoje é uma referência espalhada pelos estados, uma “rede das redes” que articula e difunde a produção de estudantes e agentes culturais pelo país. Todo esse legado esteve em debate na 9ª Bienal quando personagens da vida cultural da UNE nos últimos 15 anos se reuniram na 5ª Assembleia Nacional do CUCA. Lembranças boas e casos do passado deram o tom de uma conversa séria que reafirmou a centralidade da cultura no debate nacional. “Se não há jovens que pensem cultura no movimento estudantil não há revolução de pensamento”, lembrou a atriz Ana Petta, uma das pioneiras do CUCA ao lado do professor Ernesto Valença, do produtor cultural Tiago Alves e do artista visual Luís Parras. “Foi um encontro afetivo, oportunidade para nós, cuqueiros dos tempos de hoje, nos encontrarmos com o pessoal das antigas, os veteranos, e podermos refletir sobre quais foram os processos pelos quais o CUCA passou nesses 14 anos de história. A gente acredita que a cultura tem tudo a ver com a política que instaure valores de mais solidariedade, de amor, de respeito, coragem e liberdade. E essa é a defesa, a principal bandeira, o principal estandarte que o CUCA levanta e se renova a cada período”, lembrou a diretora de Cultura da UNE, Patrícia de Matos.

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Gerações de “cuqueiros” se encontram na Bienal



#homenageados

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HOMENAGEADOS


Num interior pequeno Nasceu quiçá um profeta Um menino mui franzino Dada a forçada dieta Dos pobres deste país Mas o menino feliz Tinha a cumprir uma meta

Provocou revolução Na vida de muita gente Formou muitos bons artistas Por ser muito inteligente Foi poeta e escultor Com muita força e vigor Sempre caminhou em frente

Sou da Terra de um poeta Grande Solano Trindade Que sempre em favor dos negros Lutou pela igualdade Solano nas poesias Hoje eu exalto Abdias Cheio de genialidade!

Nunca foi indeferente À sina que o esperava E a sua inquietude Era o que mais inspirava Teatro Experimental Do Negro era o local Onde Abdias criava

Com a teatralidade Fez discurso anti-racismo O teatro virou palco Pra mostrar seu ativismo Recrutou os proletários Teve elenco de operarios Dado seu pioneirismo!

Abdias ministrava Aulas de pertemcimento As raízes africanas E o reconhecimento Para o povo se orgulhar E poder exercitar E mostrar o seu talento

Ele resgatou do abismo Trouxe conscientização Aos pobres, analfabetos Deu alfabetização Os transformou em atores Diante dos refletores Os fez sentir cidadãos!

Abdias Nascimento É mestre pra ser lembrado E é por isso que hoje sempre Será homenageado Esta nona Bienal Considera essencial Divulgar o seu legado por Mariane Bigio



Ao grande Drummond de Andrade O Cordel vem se render E se curva ao verso livre que tão bem soube fazer Com tamanha maestria Revelando que a poesia É a arte de viver

Sua lira se refina Cá no Rio de Janeiro Cidade que o acolheu E adotou este mineiro Que tornou-se grande artista Que também foi um cronista Deste povo brasileiro

Drummond nos fez entender que a poesia também fala de tudo que alma sente de tudo que a mente cala que a rima não soluciona quando a vida estaciona quando a dor no peito entala

Se um anjo, forasteiro O abordou quando nasceu Dizendo para ser “Gauche” Drummond não obedeceu: foi notável, sem igual na poesia social e em tudo que escreveu

E a sua obra exala determinada incerteza que pairava numa época marcada pela tristeza pela falta da esperança mesmo assim deixou de herança imensurável riqueza

Ironia concedeu Às estrofes e às frases Já no fim, o erotismo Trazido em versos vorazes E a metafísica até Permitiu mesmo ao “José” Fazer com a vida as pazes

Itabira, que beleza! Cidade tão pequenina Que foi de Drummond a musa Onde iniciou a sina De transformar-se em poeta Sua paisagem discreta Em Drummond se descortina

Com seus escritos tenazes Foi diluída a verdade Em meio às entrelinhas Nos libertando das grades Com a palavra que cura, Um viva à Literatura De Carlos Drummond de Andrade! por Mariane Bigio



Peço licença às musas Que inspiram poesias Pra falar de uma mulher Que respira melodias Ela é Dona Ivone Lara Do Samba uma joia rara Na arte tem primazia

E foi bem aqui no Rio Que esta beldade nasceu No bairro de Botafogo Uma menina cresceu E chegando em Madureira Fez-se estrela de primeira Ante nada se rendeu

Cantou muitas alegrias E também muita tristeza Por muitos interpretada Tamanha a sua grandeza Compôs “Nasci Pra Sofrer” Cheia de dor e beleza

Muitos prêmios mereceu Muitos foram conquistados Teve na Império Serrano Seu Samba-enredo cantado Viajou o mundo inteiro Mostrando que o brasileiro É um povo encantado!

Na escola, realeza: Ala dos compositores! Foi a primeira mulher A compor entre senhores Cantou nas casas de bamba É mesmo a “Dama do Samba” Cordel lhe rende louvores! Teve grandes professores A exemplo de seu tio Que ensinou-lhe cavaquinho Para Ivone Lara o fio Com o qual ela costura É mesmo o da partitura Das canções de seu feitio

Um conhecido ditado Não é um mote qualquer Diz : “Quem não gosta de samba Um bom sujeito não é Ou é ruim da cabeça Ou é doente do pé”! E à essa grande Mulher Homenagem nós rendemos Nossa Dona Ivone Lara Rainha que bem queremos A Sambista sem igual Um carinho especial Em versos lhe oferecemos! por Mariane Bigio




Esta Bienal da Une Em sua nona edição Vem pra homenagear Com arte e inovação Personagens da história Com muita rima e emoção

O ano 2014 Marcou o seu centenário Grandes obras importantes Vastas como um abecedário O painel de Santa Bárbara Trás a vida do operário

Buscando várias linguagens Que compõem o Brasil Música, tela, poema Rima e métrica sutil Vários homenageados Que a Bienal traça o perfil

Djanira foi pintora Mas também era plural Desenhista, cartazista Talentosa sem igual Também fez xilogravura Tudo em arte visual

Dentre as Vozes do Brasil Nessa justa homenagem Tráz uma figura marcante Mulher de fibra e coragem Djanira da Motta e Silva U’a pintora de bagagem

Ela também foi cenógrafa E sensível escritora Paulistana de Avaré Também foi ilustradora Mas no Rio de Janeiro Se tornou grande pintora

Artista que marcou época Com grande conhecimento Começou autodidata De amplo conhecimento E ainda muito jovem Mostrava grande talento

Explorou o seu país Transformando tudo em cores Suas gentes, seus sotaques Suas danças e valores Djanira Motta e Silva Merece louros e flores! por Susana Morais


Hoje o Cordel vem falar Com muita satisfação De um mestre que partiu Nos deixou em comoção É de Eduardo Coutinho Que falamos um pouquinho Verso, Luz, Câmera: Ação!

Um exímio roteirista Foi do Centro Popular De Cultura cá da UNE o que nos faz orgulhar de compor esta União que trabalha com paixão, que não cansa de lutar!

Começou na ficção Na verdade baseada Mais foi nos documentários Que traçou a sua Estrada A partir de “Santa Marta” Tem filmografia farta Da vida documentada

Ditadura militar Até quis interromper Este filme que Coutinho Veio ao CPC* fazer Mas tal época macabra Só deu mais vigor ao “Cabra Marcado Para Morrer”

Sua história foi marcada por um ativismo intenso foi um revolucionário com o seu talento imenso injustiças e dilemas transformaram-se em temas dos filmes de enredo denso

Ele fez por merecer: Pelo mundo conhecido 12 prêmios conquistados E quem foi tão oprimido Viu na tela a beleza Viu as Ligas Camponesas Com destaque merecido

No Brasil, há um consenso: dentre os documentaristas ele aqui é o maior fez teatro, fez revista mas foi na Sétima Arte que levantou estandarte e firmou-se como artista

E um triste acontecido Fez o seu lugar ausente Mesmo com todo pesar Sabemos, que certamente Na história permanece Seu legado não padece, Pois Coutinho está presente! por Mariane Bigio




Dentre as Vozes do Brasil Que a Une faz menção Abre espaço pra ciência Tecnologia em ação Discussão com coerência Enaltace a experiência Pela sua inovação

Um homem de ideais Incansável professor Tem idéias futuristas Na ciência tem rigor Usa as tecnologias Na busca das teorias Por ser bom pesquisador

Unindo várias linguagens Falando em diversos tons Esta Bienal da Une Trás à tona vários sons As linguagens variadas Ciência e arte criadas Exaltando vários dons

Escreve livros e artigos Nessa busca incansável Criador de um projeto De importância incalculável A Semana Nacional De ciência é sem igual Tem poder inestimável

Com o professor Ildeu No caminho da ciência Um mineiro dedicado Professor por excelência É um físico renomado Na academia respeitado Pela sua competência

Novas tecnologias Descobertas da ciência Facilitam nossa vida Nos trazem mais consciência Mostrando outros caminhos Unindo povos vizinhos No rumo da resistência

Popularizar a ciência Para todo o cidadão Ele faz com maestria Foco e determinação Ildeu de Castro Moreira Dedica sua vida inteira Na busca dessa missão

Professor Ildeu Moreira Merece justa homenagem Por tudo que representa Por sua fé e coragem Nessas linhas de cordel A Une faz seu papel De reconhecer sua imagem! por Susana Morais


Neste encontro de idéias Discussões de relevância Esta Bienal da Une Destaca a importância De uma grande figura Militante de postura No combate à ignorância

Perseguido na política Tem valor na academia Muitas obras de valor Pesquisador de valia Publicou diversos livros Entre ensaios e artigos Lecionou com maestria

Um povo politizado Nunca perderá seu norte Quem luta por seus direitos Torna seu país mais forte A voz não deve calar Se o peito não aceitar Pois nem sempre sina é sorte

Na UFRJ Muitos cursos implantou Engenharia e Química Sabiamente estruturou Como professor emérito Perpetuou o seu mérito E se solidificou

Assim Horácio Macedo Viveu sua militância Químico e instrumentista Combateu a arrogância Dos patronos do poder Levantou-se a defender Sua pátria com esperança

Muitas universidades Honraram sua docência Alunos admiradores De sua vasta experiência Sendo o primeiro reitor Elegido com louvor Por todos com reverência

A Une traz sua história Pros anais da Bienal Homenageia Horácio Num cordel especial Montado em versos e rimas Verdadeira obra prima Por ser ele genial

Ganhou muitas homenagens Espalhou sabedoria Contribuiu na ciência E lutou com valentia Multiplicou a vontade De paz e de igualdade De amor e democracia! por Susana Morais




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#identidade visual



#identidade visual

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Fizemos uma reunião com a Presidenta da UNE e começamos a pensar na identidade visual da Bienal da UNE com alguns pontos cruciais para alimentar essa identidade com a história da entidade e com o tema: Vozes do Brasil. Primeiro pensamento: a rua! Onde manifestamos nossas ideias, nossas reivindicações, nossas lutas, onde mostramos nossa arte, nossa ação! Onde queremos estar. O espaço público, com verdade, arte, luta e poesia. A partir disso, procuramos colocar a rua na identidade, a rua e seus signos. As placas, as sinalizações, o pixo, o grafite, o lambe-lambe, as frases de efeito, as contestações. E trabalhar esse caos, que é a rua. Outra coisa: precisávamos de um símbolo, um ícone que transferisse a rua para uma imagem. Pensamos na boca, por onde sai todas as vozes, políticas, poéticas, musicais. Uma boca simbólica, também na linguagem de rua, como a boca do Rolling Stones ou a boca do Rock Horror Show. A língua! A nossa língua! Uma língua, além da língua portuguesa, uma língua brasileira!

casadalapa>Sato do Brasil e Murilo Thaveira

estudos de tipografia


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Cartaz oficial da 9ยบ Bienal da UNE


#identidade visual

Pop Cards

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Bottons

Crachás da 9º Bienal da Une

Guia do Participante Jornais diários “Tupinikim”


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Presidenta VIRGÍNIA BARROS Vice-presidente MITÃ CHALFUN 1ª Vice-presidenta KATERINE OLIVEIRA 2° Vice-presidente RONALD LUIZ “SORRISO” 3ª Vice-presidenta DANIELE FERREIRA Secretária-geral IARA CASSANO 1° Secretário TONY SECHI Tesoureiro-geral BRUNO CORREA 1° Tesoureiro ANDSON “KATU” SILVA Dir. da Área de Humanas IVO BRAGA Dir. de Comunicação THIAGO JOSÉ Dir. de Assistência Estudantil JULIANA SOUZA 1° Dir. de Assistência Estudantil PATRICK CAMPOS ARAÚJO 2° Dir. de Assistência Estudantil GLADSON REIS 3° Dir. de Assistência Estudantil TADEU LEMOS 4° Dir. de Assistência Estudantil “Campo popular que vai botar a UNE pra lutar” Dir. de Políticas Educacionais THIAGO “PARÁ” 1° Dir. de Políticas Educacionais PEDRO PAULO DE ARAÚJO 2° Dir. de Políticas Educacionais HENRIQUE IGLECIO FERNANDES 3° Dir. de Políticas Educacionais KAUÊ LUCHETTA Dir. de Universidades Públicas MIRELLY CARDOSO 1° Dir. de Universidades Públicas CARLOS EDÍSIO 2° Dir. de Universidades Públicas IAGO CAMPOS 3° Dir. de Universidades Públicas RAFAEL GUTIERREZ

4º Dir. de Universidades Públicas PEDRO SERRANO Dir. de Cultura PATRÍCIA DE MATOS 1ª Dir. de Cultura JULIANA TRAMONTINI 2° Dir. de Cultura GEOVANNY SILVA Dir. de Assuntos da Mulher LAYS GONÇALVES 1ª Dir. de Assuntos da Mulher JESSY DAYANE SILVA SANTOS 2º Dir. de Assuntos da Mulher “Bloco da unidade para o Brasil avançar” Dir. de Relações Internacionais THAUAN FERNANDES 1° Dir. de Relações Internacionais MATHEUS MALTA RANGEL 2° Dir. de Relações Internacionais RODRIGO SUÑE DE OLIVEIRA Dir. de Movimentos Sociais DebORAH COSTA 1ª Dir. de Movimentos Sociais AMANDA FERREIRA TEIXEIRA 2° Dir. de Movimentos Sociais ANDERSON ROBERTO 3ª Dir. de Movimentos Sociais LAÍS RONDIS Dir. de Universidades Particulares MARCUS VINICIUS 1° Dir. de Universidades Particulares MATEUS WEBER 2° Dir. de Universidades Particulares “Campo popular que vai botar a UNE pra lutar” 3° Dir. de Universidades Particulares “Bloco da unidade para o Brasil avançar” Dir. de Direitos Humanos CAMILA SOUZA MENEZES 1º Dir. de Direitos Humanos “Bloco da unidade para o Brasil avançar” 2º Dir. de Direitos Humanos JOÃO PAULO FURTADO Dir. de Relações Institucionais PATRIQUE LIMA 1° Dir. de Relações Institucionais WILLIAM RODRIGUES DANTAS 2º Dir. de Relações Institucionais ANDRÉ AUGUSTO


Dir. de Assuntos Anti-racistas MARCELA RIBEIRO Dir. de Ciência e Tecnologia JONAS LUBE 1ª Dir. de Ciência e Tecnologia MILENA PEREIRA Dir. de Desporto Universitário IGOR MAYWORM Dir. de Extensão Universitária VALMIR LOPES 1° Dir. de Extensão Universitária LUCAS DOS REIS VIEIRA 2ª Dir. de Extensão Universitária TAINÁ REIS SERAFIM 3° Dir. de Extensão Universitária ANDRÉ TOMAZ CARDOSO Dir. de Meio Ambiente WALLAN ARAÚJO 1° Dir. de Meio Ambiente MARCELO TOURINHO 2º Dir. de Meio Ambiente MATHEUS ARARIPE Dir. de Memória do Movimento Estudantil FABRÍCIO LIMA DA PAZ Dir. Jurídico VICTOR GRAMPA Dir. LGBT NATHALIA BITTENCOURT 1° Dir. LGBT LARISSA PASSOS Dir. de Políticas Públicas de Juventude “Bloco da unidade para o Brasil avançar” 1° Dir. de Políticas Públicas de Juventude JOÃO VICTOR 2° Dir. de Políticas Públicas de Juventude DERYK VIEIRA SANTANA 3° Dir. de Políticas Públicas de Juventude VICTOR HUGO 4ª Dir. de Políticas Públicas de Juventude LUCIELMA GODINHO Vice-Presidente AC/RO JEFFREY CAETANO Vice-Presidente AL THIAGO SOUZA Vice-Presidente AM YANN EVANOVICK Vice-Presidente BA THIAGO DANTAS

Vice-Presidenta CE GERMANA AMARAL Vice-Presidente DF ANDRÉ JOÃO Vice-Presidente MG MAX ZILLER Vice-Presidente MT/MS VINICIUS BRASILINO Vice-Presidenta PA/AP IANE ALMEIDA Vice-Presidente PB/RN DAMACIEUDO DANTAS Vice-Presidenta PE ALANA MORAES Vice-Presidente PI/MA EDUARDO CORREA Vice-Presidente PR MAICON CUSTODIO BARBOSA Vice-Presidente RJ/ES CARLOS DA SILVA FURTADO Vice-Presidente RR RAILSON SANTOS BARBOSA Vice-Presidente RS ÁLVARO LOTTERMAN Vice-Presidente SP ARTHUR MIRANDA Presidenta UEE/SP CARINA VITRAL Presidenta UEE/RJ TAYNÁ PAOLINO Presidente UEE/MG PAULO SERGIO OLIVEIRA Presidente UEE/SC YURI BECKER Presidenta UPE/PR ELYS MARINA ZIOLI Coordenadora-geral UEE Livre/RS ANA CAROLINI Presidenta UEB/BA MARIANNA DIAS Presidente UEE/AM ALDEMIR CAETANO JR. Presidente UEE/GO LUCAS RIBEIRO Presidente UEE/MT RARIKAN HEVEN

COORDENAÇÃO DO CUCA DA UNE Coordenadora-geral PATRÍCIA DE MATOS Coordenador de Audiovisual RODRIGO MORELATO Coordenadora de Projetos e Finanças BÁRBARA CIPRIANO Coordenador de Arte e Cultura BRUNO BOU CUCA da UFF FERNANDA RANGEL CUCA-UFMT VITOR HUGO E GUILHERME PEREIRA CUCA-UFF BIA MIRANDA CUCA-CE NÍNIVE AQUINO CUCA da FEEVALE EVANDRO MACHADO CUCA da UNESC DANI RIGO CUCA da UEM SUSY BO CUCA da UFPA ALEXANDRE BLANCO CUCA-PE FLOR RIBEIRO CUCA-BA KADU LIMA

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Coordenação da Bienal Coordenadora-geral PATRÍCIA DE MATOS Coordenadora de Literatura NINIVE AQUINO Coordenadora de Projetos de Extensão BIA MIRANDA Coordenador de C&T PHILLIPE PESSOA Coordenador de Audiovisual RODRIGO MORELATO Coordenador de Artes Visuais BRUNO BOU Coordenador de Artes Cênicas KADU LIMA Coordenador de Música EVANDRO MACHADO Produção geral CONTRA REGRAS – PRODUÇÃO Diretor geral TIAGO ALVES Assistente diretor geral FERNANDO MÁXIMO Coordenador de infraestrutura LUIS PARRAS Produtora de infraestrutura PATRÍCIA BSSA Assistente de infraestrutura MARINA ALFAYA Coordenadora de logística NATHALIA FERNANDES Produtor de logística EDUARDO BALBI Produtora de logística JULIA SALES Auxiliar de receptivo DIEGO CASANOVA Auxiliar de receptivo BIZORRO Auxiliar de receptivo TAIS LOHANA Auxiliar de receptivo GRAMBOY Auxiliar de receptivo IAN DIAS Auxiliar de receptivo DANIELLA GUEDES

Auxiliar de receptivo GUSTAVO SILVA Auxiliar de catering BRUNO VIEIRA Coordenadora de debates ISABEL AMORIM Produtora de debates LUISA BARBOSA Assistente de debates FERNANDA LEÃO Assistente de debates ARTEMIS AHMADI Assistente de debates CAROLLINE PEREZ Auxiliar de debate MARRI MOTTA Auxiliar de debate ROBERTA BAHIA Auxiliar de debate LUCIANA BALBI Auxiliar de debate VANESSA BOTELHO Coordenadora de mostras artísticas GILDA MENDES Produtora de C&T e projetos de extensão DÁFINE PRATES Produtora de C&T e projetos de extensão IZABEL BELLIZZI Auxiliar de C&T e projetos de extensão ALANA BARBO Auxiliar de C&T e projetos de extensão VERONICA SANTOS Auxiliar de C&T e projetos de extensão JÔ MEDEIROS Produtor de música NELSON MENDES Produtora de música RENATA BARROS Assistente de música ANA CLARA CARVALHO Assistente de música GUILHERME BARCELOS Diretor de palco MÁRCIO MOSCA Rodies BELLO E DANIEL CAVAGNOLLI Produtora de artes cênicas JULIA CARTIER


Assistente de artes cênicas CAITO GUIMARÃES Produtor de artes visuais DUKA SOUTO Assistente de artes visuais MIGUEL OLIVEIRA Produtora de audiovisual LUISA SALLES Assistente de audiovisual LAÍS ARAÚJO Produtora de literatura CAROL LUZ Auxiliar de literatura ANDREA LOPES Auxiliar de literatura RAQUEL SALDANHA Produtor Boteco Literário ERIC NUNES Auxiliar Boteco Literário HERME SANTOS Auxiliar Boteco Literário JOBLEH JORGE ALBERTO Auxiliar Boteco Literário JAILSON XAVIER Produtora de oficinas THAÍS SÁ VIANA Auxiliar de oficinas GLAUCIA VALENTE Auxiliar de oficinas ELISANGELA SARDINHA Auxiliar de oficinas RENATA LOPES Auxiliar de oficinas GABRIEL LOPES Auxiliar de oficinas ERIKA CARNEIRO Auxiliar de oficinas ALESSANDRA PABST Auxiliar de oficinas PATRÍCIA CAJU Produtor do Lado C MÁRCIO BROW Produtora do Lado C JOANA HENNING Coordenador de abertura, aula espetáculo e culturata RICARDO PAVÃO Produtor espetáculo de abertura ALEXANDRE SANTINI

Produtor de abertura, aula espetáculo e culturata FELLIPE REDÓ Produtora de esportes CÉIA GOMES Assessoria jurídica SIDNEY CANDIDO Produção de estrutura: SONATTA PRODUÇÕES Direção-geral ÉRLEI ROBERTO DE MELO Produção executiva ED CARLOS DE MELO Coordenação de montagem WALTER ANTÔNIO DE MELO Assistência em logística WAGNER BISPO Assessoria de comunicação: CONTRA REGRAS – COMUNICAÇÃO ARTÊNIUS DANIEL, CRISTIANE TADA, LARISSA SCARPELLI, PATRÍCIA BLUMBERG, RAFAEL MINORO, RENATA BARS, TATIANA RODRIGUES, THIAGO GUIMARÃES E YURI SALVADOR Design das peças gráficas FIELDS 360 - fields360.agency Identidade visual CASADALAPA>SATO DO BRASIL E MURILO THAVEIRA Documentação audiovisual: Diretor FÁBIO BARDELLA Câmera LEONARDO MENDES Câmera GUILHERME MARTINS Montador MAURICIO RODRIGUES Operador de drone VICTOR DE LA ROSA Documentação fotográfica Editor e fotógrafo VITOR VOGEL Assistente de edição e fotógrafa JULIANA PIMENTA Fotógrafos AF RODRIGUES RENAN SPENCER

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114 O CATÁLOGO DA 9ª BIENAL É UMA PUBLICAÇÃO DA UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES Organizadores: RAFAEL MINORO THIAGO GUIMARÃES Coordenação editorial: CONTRA REGRAS - COMUNICAÇÃO Design e projeto gráfico: CASADALAPA>SATO DO BRASIL E MURILO THAVEIRA

Às vozes de todas e todos os estudantes do Brasil que se unificaram em um só coro e fizeram acontecer a Bienal das Bienais. Às diretorias da UNE e do CUCA, firmes na defesa da produção cultural estudantil. À coordenação da Bienal, que no amor fez acontecer o festival. Aos artistas universitários, a seiva da Bienal. Aos artistas já consagrados, que na humildade compartilharam suas experiências. Ao ministro da Cultura Juca Ferreira que fez festa e luta junto com a gente. Aos patrocinadores, pela confiança de que a cultura pode mudar o mundo. A Gráfica Fidalga, parceira que “lambeu” os muros do país com poesia e luta. À equipe de produção, os famosos dos bastidores. A Fundição Progresso e seus funcionários por acolherem tão carinhosamente o nosso encontro. Ao Circo Voador, a honra foi nossa poder abrir a Bienal lá. Ao Bonde, porque nós apoiamos essa luta. Ao Rio de Janeiro e a magia da Lapa. Ao CPC da UNE, referência de ousadia e rebeldia. A todos os estudantes perseguidos, desaparecidos e mortos durante a ditadura militar, eles são a razão máxima de estarmos aqui hoje, de pé, dando continuidade à caminhada por um país mais justo, solidário e democrático.


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realização

apoio

correalização

patrocínio


Assista ao vídeo oficial da 9ª Bienal da UNE




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