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EDITORIAL
Que venha logo o novo ano João Pitombeira
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hhhhhh 2013, o que foi que te aconteceu? De onde trouxeste o funk ostentação, a censura e a repressão? Porque chamar negros de morenos? E essa insistência em manter a TV ligada? Presidentes com ameaça de guerra e ainda querem reduzir a maioridade penal. Quantos filhos do Datena espalhados por aí. Black Blocks, bombas, bancos, juros, furos. Querem o comunismo! Querem de volta a ditadura! 2013 veio para nos provar que nem tudo está tão ruim que não possa piorar, assim como o Eike Batista foi capaz de salientar que seu filho Thor não é a única cagada saída de suas entranhas. Silas Malafaia, meu caro, ainda é tempo de arrependimento. Compre uma casa na praia, vá vender coco, e pare de regular as partes íntimas da rapaziada. Deixe pra lá o Alckmin, que está para Médici assim como o aprendiz está para o mestre. E quantos falsos mestres e profetas continuam por aí tanto tempo depois de a bíblia ter sido inventada...
Por aqui, neste século, usam a palavra gay para xingar, bandido bom é bandido morto, falta saneamento básico, jornalista julga médico cubano pela aparência, e o novo herói nacional gasta 70 mil no camarote de uma boate. Ah, revista Veja, de que buraco infernal surgistes? Tem gente morrendo de fome, tem diz que me diz, tem melindres e o Bolsonaro. A Marina (mentira) Silva não deu certo. E olha que o ano pode nos render um filme: MPB, a censura dos traíras (não era proibido proibir?). O ano de 2013, já no fim, trouxe um quê de Idade Média (Idade das trevas soa mais adequado) para o planeta. Diferenças, planos, conflitos, distúrbios e desarmonias ganham destaque o tempo todo, cada vez mais e intensamente, dando uma aparência de retrocesso ao nosso processo de evolução. Que os trabalhos findem, a vela seja soprada, o bolo cortado, o presente enviado, a árvore montada, os fogos acesos e o calendário rasgado. Chega de 2013. Feliz ano novo!
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RE-ESCREVENDO A NOTÍCIA
A inteligência
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oje não se sabe mais o que é notícia, contrainformação e inteligência. A inteligência é a faculdade de compreender. Em latim “intellectus” era atribuído a quem lia, a quem soubesse interpretar e absorver conhecimento. Com o tempo, novas definições deram mais encargos à inteligência. A inteligência deveria saber ler, interpretar, organizar ideias, promover soluções e ter poder de convencimento. O sistema é taxativo: seleciona inteligências. Seleciona inteligências e condiciona inteligências ao sistema que gira seu motor. A gente compra, parcela, faz carnê. Pega condução, come fora e mal... no final, só quer relaxar um pouco e ver novela. Assistir comercial. A gente paga imposto. A gente paga o posto, o mecânico, a padaria. A gente movimenta tudo isso aqui. No fim
do dia, a gente só quer descansar no sofá. Liga a TV, aciona todas as células receptoras e aprende. Aprende a consumir. Consome ideias, notícias, comportamento e confunde informação com inteligência. De um lado a oferta, do outro a procura. Todo o conhecimento repassado a bilhões de pessoas formando consumidores. Inteligência pode ser segredo de Estado. E pode ser truque de trapaceiro. Inteligência pode ser precaução e boa precaução é manter segredo. Segredo é a inteligência longe do alcance da maioria. A inteligência, capaz de mudar o mundo, tornar o espaço civilizado, a natureza inteligível nunca deu lucro e mais privilégio a ninguém. Conhecimento é poder se mantido em segredo.
O poder é hierárquico. Conquistado, desde os primórdios, a base de guerras. E a gente, receptora de conhecimentos, aprendendo o que lhe é permitido saber em tempos de paz, não sabia nada. A gente em paz no sofá da sala, assistia nos filmes e novelas que a gente era aquilo ali. Num meio miserável com mais problemas que nossa inteligência poderia inteligir. Então, a gente espera alguém mais inteligente que a gente pra resolver tudo. Nenhum habilitado e todos bem armados. A gente se viu sozinha e percebeu que depende da própria inteligência para ter o próprio poder. A gente paga imposto, paga o posto, o salão, movimenta tudo isso, cuida dos filhos, cuida da cidade e a gente não é boba, a gente não é burra. A gente sabe quem a engana e sabe fazer segredo da própria inteligência. E nem fala por aí de tudo o que sabe. E nem
tem vergonha de dizer que não sabe nada... A gente não é culpada pelos livros que leu. A gente não é responsável pela história contada. A inteligência é a providência da busca humana pela felicidade. Da busca humana pelo bem-estar e a gente sempre se vira com mais inteligência que poder. Penso, logo existo, ou aprendo. A gente está pensando mais, e aprendendo cada vez menos, a ser consumidora de lixo industrial. Consumidora de histórias no jornal. Consumidora de ideias e comportamentos de mau gosto. A gente quando desligou a TV, desligou o comando e fez um silêncio que incomodou até o poder. Ninguém sabe mais o que a gente está pensando. Meu nome é Malu Aires. Artista. Tão burra quanto você. Tão inteligente quanto você. Eu penso, tu pensas.
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FALA DONA ADELAIDE Dona Adelaide é uma assídua leitora do IMPRESSO IMOBILIÁRIO, e com sua perspicácia, lucidez e humor, colabora com suas opiniões, que publicamos com muito gosto. Nasceu em 1915 e suas posições às vezes não cabem no que hoje entendemos por “politicamente correto”. Quando indignada, costuma praguejar e soltar alguns impropérios.
Fala Dona Adelaide! moça que cuida de mim vai embora. Já faiz dois mêis que ela tá me avisando, mais eu achava que era mentira. De começo eu não gostei dela. Falava comigo como se eu fosse nenê de berço. Despois a gente foi pegando carinho. Ela sempre me tratou bem. As vêis eu ficava brava quando ela não fazia o que eu mandava. Eu xingava ela! Cheguei a ver ela chorando... quando lembrava, pedia desculpa do meu jeito. Ah! Ela entendia. As vêis, a gente tá de ovo virado.Viver até o tempo que eu vivi não é fácil. Nóis vê muita injustiça e canalhice das pessoa, o corpo não responde mais e Deus não chama! Agora, ela vai vortá pra cidade dela. Diz que quer estudar e casar. Faz bem! Velho só incomoda mesmo! Meu pai contava uma história do filho que levou o pai pra montanha. Diz que a nora num aguentava o sogro velho e mandou o marido se livrá do velhinho. Quando chegou no alto da montanha, o filho deu pro velho um cobertor pro frio e um pedaço de pão. Ia deixá o pai morrer lá. O velho pediu pro filho uma faca e cortou no meio o cobertor e o pão. Ficou com metade e deu metade pro filho. O filho ficou com cara de bobo. Aí o pai falou: “Fica com metade do cobertor e do pão, pra quando seu filho te deixar aqui na montanha, você ter mais do que você tá me dando”. O filho voltou pra aldeia com o pai, deu uma surra na mulher e tudo ficou bem. Antes as coisa era diferente... Eu vou sentir falta da desgraçada. Antes dela, já tinha tido outras. Umas boas e outras pior. As vêis, ela parecia uma neta minha. Nunca tive empregada quando era moça. Sempre fiz tudo na minha casa. Só precisei de alguém pra me cuidar depois dos 85 ano. No meu tempo, só rico é que tinha empregada. Meu bisneto disse que ter empregada tá difícil hoje. Mas ela não era minha empregada, é minha neta. Escreveu o que eu mandei? Então, manda.
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Envie sua opinião sobre as posições de Dona Adelaide, seja também nosso colaborador. impressoimobiliario@gmail.com
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OPINIÃO
O gigante continua adormecido Seis meses depois, estamos no mesmo lugar. A política continuou tão medíocre como era em junho
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gigante voltou a adormecer. Seis meses depois das manifestações de junho, o Brasil continua o mesmo. Nada mudou. É o Brasil brasileiro de sempre. Mais uma vez, os fatores de permanência foram muito mais sólidos do que os frágeis fatores de mudança. As instituições democráticas estavam — e continuaram — desmoralizadas. Basta observar as instâncias superiores dos Três Poderes. O Supremo Tribunal Federal chegou ao cúmulo de abrir caminho para a revisão das sentenças dos mensaleiros. Mais uma vez — e raramente na sua história esteve na linha de frente da defesa do Estado Democrático de Direito — cedeu às pressões dos interesses políticos. O ministro Luís Roberto Barroso — o “novato” — descobriu, depois de três meses no STF, que o volume de trabalho é irracional. Defendeu na entrevista ao GLOBO que o Supremo legisle onde o Congresso foi omisso. E que o candidato registre em cartório o seu programa, o que serviria, presumo, para cobranças por parte de seus eleitores. Convenhamos, são três conclusões fantásticas. Mas o pior estava por vir: disse que o país não aguentava mais o processo do mensalão. E o que ele fez? Ao invés de negar a procrastinação da ação penal 470, defendeu enfaticamente a revisão da condenação dos quadrilheiros; e elogiou um dos sentenciados
publicamente, em plena sessão, caso único na história daquela Corte. O Congresso Nacional continua o mesmo. São os “white blocs.” Destroem as esperanças populares, mostram os rostos — sempre alegres — e o sorriso de escárnio. Odeiam a participação popular. Consideram o espaço da política como propriedade privada, deles. E permanecem fazendo seus negócios. Os parlamentares, fingindo atentar à pressão das ruas, aprovaram alguns projetos moralizadores, sob a liderança de Renan Calheiros, o glutão do Planalto Central — o que dizer de alguém que adquire, com dinheiro público, duas toneladas de carne? Não deu em nada. Alguém lembra de algum? E os partidos políticos? Nos insuportáveis programas obrigatórios apresentaram as reivindicações de junho como se fossem deles. Mas — como atores canastrões que são — fracassaram. Era pura encenação. A poeira baixou e voltaram ao tradicional ramerrão. Basta citar o troca-troca partidário no fim de setembro e a aprovação pelo TSE de mais dois novos partidos — agora, no total, são 32. Rapidamente esqueceram o clamor das ruas e voltaram, no maior descaramento, ao “é dando que se recebe”. E o Executivo federal? A presidente representa muito bem o tempo em que vivemos. Seu triênio governamental foi marcado pelo menor crescimento médio do PIB — só perdendo para as pre-
sidências Floriano Peixoto (em meio a uma longa guerra civil) e Fernando Collor. A incompetência administrativa é uma marca indelével da sua gestão e de seus ministros. Sem esquecer, claro, as gravíssimas acusações de corrupção que pesaram sobre vários ministros, sem que nenhuma delas tenha sido apurada. Tentando ser simpática às ruas, fez dois pronunciamentos em rede nacional. Alguém lembra das propostas? Vestiu vários figurinos, ora de faxineira, ora de executiva, ora de chefe exigente. Enganou quem queria ser enganado. Não existe sequer uma grande realização do governo. Nada, absolutamente nada. As manifestações acabaram empurrando novamente Luiz Inácio Lula da Silva para o primeiro plano da cena política. Esperto como é, viu a possibilidade de desgaste político da presidente, que colocaria em risco o projeto do PT de se perpetuar no poder. Assumiu o protagonismo sem nenhum pudor. Deitou falação sobre tudo. Deu ordens à presidente de como gerir o governo e as alianças eleitorais. Foi obedecido. E como um pai severo ameaçou: “Se me encherem o saco, em 2018 estou de volta.” Seis meses depois, estamos no mesmo lugar. A política continuou tão medíocre como era em junho. A pobreza ideológica é a mesma. Os partidos nada representam. Não passam de uma amontoado de siglas — algumas
absolutamente incompreensíveis. Política persiste como sinônimo de espetáculo. É só no “florão da América” que um tosco marqueteiro é considerado gênio político — e, pior, levado a sério. A elite dirigente mantém-se como o malandro do outro Barroso, o Ary: “Leva a vida numa flauta/Faz questão do seu sossego/O dinheiro não lhe falta/E não quer saber de emprego/Vive contente sem passar necessidade/Tem a nota em quantidade/Dando golpe inteligente.” Estão sempre à procura de um “golpe inteligente.” Mas a farsa deu o que tinha de dar. O que existe de novo? Qual prefeito, por exemplo, se destacou por uma gestão inovadora? Por que não temos gestores eficientes? Por que não conseguimos pensar o futuro? Por que os homens públicos foram substituídos pelos políticos profissionais? Por que, no Congresso, a legislatura atual é sempre pior que a anterior? Por que o Judiciário continua de costas para o país? Não entendemos até hoje que a permanência desta estrutura antirrepublicana amarra o crescimento econômico e dificulta o enfrentamento dos inúmeros desafios, daqueles que só são lembrados — oportunisticamente — nas campanhas eleitorais. O gigante continua adormecido. Em junho, teve somente um espasmo. Nada mais que isso. Quando acordou, como ao longo dos últimos cem anos, preferiu rapidamente voltar ao leito. É mais confortável. No fundo, não gostamos de política. Achamos chato. Voltamos à pasmaceira trágica. É sempre mais fácil encontrar um salvador. Que pense, fale, decida e governe (mal) em nosso nome. Marco Antonio Villa é historiador. Fonte: o Globo
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COMES & BEBES
MÚSICA
Vale a pena ver de novo, de novo, de novo... migo leitor, o festival Planeta Terra confirmou mais uma vez que é o melhor do Brasil no seguimento. Nesta edição ele deu um show de organização, atenção com o público e apresentações especiais. O destaque, como já era esperado, ficou com o Blur. A escolha do espaço para a realização do evento foi ótima. O “Campo de Marte”, localizado na zona norte de São Paulo, oferece boas opções de transporte público com diversas linhas de ônibus e duas estações de metrô próximas, Santana e Carandiru. O resultado disto foi um escoamento rápido das pessoas após o show, ao contrário do caos e imensas filas dos festivais quando são realizados no Jockey Club, zona oeste. A organização do Planeta Terra ganha também vários pontos nos quesitos banheiro, dignos de shopping center, alimentação, apesar de muito cara (cerveja R$ 7 e batata frita R$ 12) não formou grandes filas, pontualidade e espaço confortável de visualização do palco. Mas vamos ao show principal, o “Blur”. O grupo de 1989, formado em Londres pelo vocalista Damon Albarn, o guitarrista Graham Coxon, o baixista Alex James e o baterista Dave Rowntree foi responsável por uma grande “catarse” em terras paulistas. Cada canção era cantada palavra por palavra pelos fãs, a maioria na faixa dos 30 anos, como se todas as vozes fossem uma. A energia daquele momento contagiava o experiente quarteto que devolvia na mesma intensidade. Os grandes hits não foram deixados de lado, “Girls & Boys”, “Coffee & TV”, “For Tomorrow”, “Beetlebum”, “Tender”, “Parklife” e “Song 2” levando a plateia a exaustão de tanto pular. A nova música “Under the Westway” foi a penúltima a ser tocada e agradou a todos. O grupo mostrou muito gás e alegria por estarem juntos, ficou na cara que a turnê pela América do Sul não foi apenas para encher os bolsos de dinheiro. Fica a expectativa do lançamento de mais um disco, algo que não acontece desde 2003.
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Eduardo Vidal – Jornalista duvidal86@yahoo.com.br
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SAÚDE
Esteatose hepática (Gordura no fígado)
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ilenciosamente, o nosso fígado sofre as conseqüências dos nossos exageros. Seja na alimentação, seja no uso abusivo de bebidas alcoólicas, quando o sinal de alerta ascende, significa que devemos cuidar da nossa saúde e principalmente, que devemos ainda repensar no nosso estilo de vida. O fígado é um órgão indispensável à vida, sendo este o “grande” responsável pelo metabolismo de carboidratos, proteínas, lipídios e pela desintoxicação do corpo. O que pouca gente sabe, é que apesar do nosso fígado possuir normalmente pequenas quantidades de gordura, esta não deve ultrapassar a 10% do peso hepático. Quando isso acontece, estamos diante da chamada esteatose hepática. A esteatose ou esteato-hepatite conhecida popularmente como gordura no fígado - é a condição que se caracteriza pela grande quantidade de gordura que se acumula no fígado como já exposto. Esse acúmulo por sua vez, prejudica o seu funcionamento, atingindo principalmente pessoas obesas, com colesterol ou triglicérides elevados ou diabéticos. A esteatose todavia, pode ser revertida, mas se não tratada, pode ainda evoluir para destruição progressiva do fígado. O acúmulo de gordura no fígado - mesmo sem ingestão de álcool - pode levar a cirrose hepática, e em alguns casos, até mesmo ao câncer de fígado.
A faixa etária acometida varia entre crianças acima dos 10 anos, os adultos entre os 20 e 60 anos, observando-se uma maior freqüência nos pacientes do sexo feminino. A principal causa de esteato-hepatite é o consumo de bebidas alcoólicas, e em geral, dividimos os casos entre esteato-hepatite alcoólica e não alcoólica. Não se sabe exatamente porque algumas pessoas desenvolvem esta condição clínica, porém algumas doenças também estão claramente ligadas a ela: hepatites virais (A,B,C,Delta, E, F, G), obesidade, síndrome metabólica, dislipidemia, diabetes, desnutrição, hepatite auto-imune, toxicidade por drogas ou medicamentos, ou solventes, tintas, entre outros. Os primeiros sintomas de esteatose hepática são: mal estar, desconforto epigástrico e em hipocôndrio direito (parte superior do abdome), cansaço físico, náuseas, inapetência, ascite, icterícia (amarelo dos olhos ou pele), urina escurecida, fezes esbranquiçadas, hematomas, sangramento digestivo, mas a maioria dos pacientes (80%) é assintomática. O sinal mais característico é o aumento do fígado, percebido pelo exame clínico ou por um exame de imagem. Quanto ao diagnóstico da esteatose hepática, alguns exames laborato-
riais podem ser realizados. A alteração laboratorial mais comum é a elevação das aminotransferases -- principalmente a ALT (TGP) embora a AST (TGO) também esteja freqüentemente elevada. Também podem ser realizados exames de imagem como ultrasonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética e, em alguns casos, até biópsia do fígado. A prevenção é muito importante,
por isso, seguem abaixo algumas dicas para se proteger: •Evitar consumo desnecessário de medicamentos •Evitar uso de bebida alcoólica •Evitar uso de drogas (cocaína, ecstasy) •Evitar se expor e inalar solventes, inseticidas, tintas e combustíveis (use material de proteção individual para manipulação)
•Utilizar preservativos nas relações sexuais •Manter os níveis de glicemia controlados •Fazer atividade física regularmente •Manter o peso É importante ressaltar que, geralmente o tratamento da esteatose baseia-se no controle dos distúrbios associados, como: o diabetes mellitus descompensado, a obesidade e a hiperlipidemia. Assim sendo, a terapia nutricional torna-se um fator indispensável na melhora do quadro, principalmente nos casos desencadeados por alcoolismo. Este por sua vez, deve ser completamente abolido dos hábitos de vida do paciente. A recuperação de um peso saudável com o devido controle de hiperlipidemia (como ingestão abundante de frutas, vegetais, ácidos graxos poli e monoinsaturados e alimentos integrais), passa pela aderência consciente da dietoterapia. No âmbito dos tratamentos farmacológicos, muitos remédios estão sendo propostos, entretanto, nenhum possui um estudo efetivo e comprobatório de eficácia. Portanto, siga as recomendações de seu médico e previna-se! Dr. Fabio Augusto Brassarola CRM 86586 Instituto de Cirurgia de Ribeirão Preto www.institutodecirurgia.com.br
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CRÔNICA
A culpa é da tecnologia enho passado por momentos complicados. Fora os problemas comuns a todos e os pitorescamente pessoais, uma situação em especial tem me tirado o sono. Fui criado desde cedo a respeitar e cobrar respeito sobre minha privacidade e a alheia. Por força da idade e da velocidade tecnológica, nunca me senti muito a vontade com aparelhos eletrônicos que registrem sons e imagens. Além dos outros, com controle remoto, memória ou o maldito touch screen. Certamente, uma ojeriza que vem de meus primórdios. Possuo poucas fotos de quando era criança. Há quarenta anos atrás era pratica de pessoas com maior poder aquisitivo. Aos sete anos, uma tia me pediu para registrar um raro momento de férias na praia. Ao tentar tirar a foto, acabei abrindo o compartimento do filme, pondo fim a todos os registros daquele alegre momento familiar. Inda hoje carrego essa culpa, graças às broncas e castigos que sofri em represália. O contato com uma filmadora veio somente na adolescência. Uma Super 8 que um amigo surrupiava do pai abastado, que segundo me recordo, tinha também um projetor e vários filmes picantes. Bons tempos... Nesta mesma época, ganhei um gravador de fita K7, cuja vantagem era a possibilidade de se gravar e regravar ad infinitum as músicas, conversas e sons diversos. Ou até que a dita fita se enroscasse aparelho adentro, dando um trabalho colossal e acabando com a festa. O primeiro computador adquirido me fazia
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suar frio. Deixei que os filhos, ainda crianças, explorassem o monstro e aos poucos fossem me passando seus segredos. Inda hoje, espero o momento em que a maquina abominável que venho usando, depois de um toque errado em certo botão vá sentenciar: “Procedimento inaceitável! Esse computador se auto destruirá em cinco segundos!”. Muito jovem li o 1984 de George Orwell. A arrepiante ideia de um Big Brother, sempre a par de todos os atos da humanidade, até os mais íntimos, parece ter finalmente se concretizado. Um singelo cutucar de nariz, coçar as partes ou o que o valha, pode estar sendo registrado e amanhã, correr o mundo nas redes sociais. Mesmo se tratando de delito leve, como soltar gazes, o ócio dos internautas tem transformado balelas em motivos de compêndios intermináveis. Todo o cuidado é pouco. Voltando à questão que ora me aflige: recentemente, após
EXPEDIENTE Distribuição gratuita José Humberto Pitombeira M. E Rua Manoel Achê, 697 - sala 02 Ribeirão Preto - SP - Jardim Irajá impressoimobiliario@gmail.com
Edição e Redação: José Pitombeira | João Pitombeira Jornalista responsável: João Pitombeira MTB: 71.069/SP Arte Final: Ney Tosca (16) 3019-2115 Tiragem: 10.000 exemplares Impressão: Gráfica Spaço (16) 3969-2904 Sempre causando uma ótima impressão
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deixar um amigo no aeroporto, achei no estacionamento, ao lado de meu carro, um aparelho celular. Belíssimo. Visivelmente de alta tecnologia, desses que os jovens, conhecedores do assunto, saem dedilhando com facilidade. Não é meu caso, já que o meu serve somente para ouvir e falar. Isso, quando consigo uma das funções. Em princípio, pensei em levar o encontrado ao departamento de achados e perdidos. Mas estava mais uma vez atrasado para outros compromissos, além de longe o bastante para retornar ao aeroporto. Sem contar que os minutos extras haveriam de pesar no escorchante custo do estacionamento. Entrei no carro e olhei fixamente por um tempo para aquela entidade abstrata. Lembrei que um amigo, grande amante de tecnologia, teve seu emprego abalado após perder informações importantes no celular. Mesmo não correndo pessoalmente esse risco, pois guardo todas as minhas agendas de papel desde 1999, entendo que este aparelhinho passou a ser para muitos um apêndice do cérebro. Decidi então por conta própria me aventurar a encontrar no aparelho alguma pista que me levasse a informações sobre seu proprietário. Simples assim: encontraria em seus contatos algum telefone que avisasse ao incauto que seu aparelho estava comigo e que o mesmo poderia ser resgatado em tal e tal endereço. Me pareceu justo. Um breve toque na tela e um som estridente anunciou que ele funcionava. Uma luz forte brotou de repente, iluminado o carro todo. A cada resvalar de meu dedo, várias imagens surgiam e dançavam na tela. Comecei a rir como uma criança a se divertir com aquele objeto similar à lâmpada de Aladim. Até que, tocando não sei onde, veio lá de dentro, como que de seu âmago a voz que passou a tirar meu sono. “Chico, foge! Foge que ele vai te matar!” CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO. Jeff Gennaro
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CINEMA
Novembro não é o que parece ser
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á estamos em novembro. Pareceu-me que ainda ontem, lhes escrevi nesta coluna coisas sobre abril. Labirintos do tempo... Estamos passando rápido demais pelos meses interessantes. Digo isso porque novembro, desde sempre me pareceu um mês meio xoxo. Tenho como efeméride pessoal o nascimento de minha caçula, a linda e querida Flora. Certamente, um dia, o mundo irá comemorar como eu este maravilhoso momento, dado o potencial e importância da moça. Assim, novembro passará para a história universal como um mês mais grandiloquente. Afinal, ela nasceu na primavera do hemisfério sul. É jovem e ativa como deveria ser toda a primavera. O fato é que, chegando nesta época do ano, todos estão atentos é para o indefectível mês de dezembro. O último mês do ano à se findar, ele vem cheio de compromissos religiosos, familiares e monetários. Dezembro: mês de resoluções, promessas, dívidas e dúvidas. Na cultura ocidental, os ingleses foram os que, através da literatura, do teatro e de suas várias influências culturais, mais arraigaram no mundo sua consciência sobre como lidar com os tempos da natureza e os impostos pela civilização. De Stonehenge ao chá das cinco, tudo neles parece ter um sentido de observância abstrata e enigmática com o tempo. São os nossos “chineses ocidentais”. Pensando neles e neste estranho mês de novembro, indicolhes estes dois filmes. São ingleses. Com ritmos e caracterizações que parecem ser algo estranhos a nós, mas no fundo, bastante condizentes com nossa eterna e corriqueira humanidade. O SEGREDO DE VERA DRAKE No pós segunda guerra, toda a Europa tentava se reconstruir, tendo que lidar duramente com os fatos concretos do dia a dia, em contraponto aos
seus conceitos e tradições éticas e religiosas. Muito do que conhecemos e ainda usamos enquanto processo civilizatório veio das experiências vividas em cidades hiperpovoadas como Londres, com suas latentes discrepâncias de riquezas e misérias extremas. Sempre depois de pragas, incêndios, hecatombes, conflitos e guerras, as sociedades tendem a emaranhar-se e se perder nos entendimentos sobre o que aceitam ser o certo e o errado. No que era permitido, viável e boçal, variavam sempre o abstrato e o que há de se repensar pelo bem do todo. Este filme nos conta a história real de Vera Drake, (vivida pela estupenda Imelda Staunton), uma proletária suburbana que se dedica com afinco aos trabalhos de baixa categoria e salário e a sua amada família. Quando possível, a bondosa senhora ajuda jovens moças a abortar. O tema é cruel e eternamente discutível. Mas a competência do roteiro, dos atores e da direção amaciam o doloroso trajeto. Dos personagens e da consciência geral. Ou, ao menos, nos levam a transcender radicalismos arraigados e encarar o que devemos deveras enfrentar. Especialidade inglesa. Afinal, eles não chegaram onde estão à toa. É só pesquisar. ELENCO: Imelda Staunton , Richard Graham Eddie Marsan, Anna Keaveney, Alex Kelly, Daniel Mays, Philip Davis DIREÇÃO: Mike Leigh UM ANO MAIS A brincadeira de contar os momentos da vida com os movimentos das estações é o condutor desta indicação. O diretor Mike Leigh já havia nos proporcionado o belo “Segredos e mentiras”, (já indicado em outra edição, quem não viu, veja!), e outros filmes medianos. Agora vem com “Um ano mais”. Muitos hão de classificá-lo como um filme corriqueiro. Pois aí está sua força e sutileza. A trama nada tem de contundente ou
grandiloquente. Ao contrário. Se parece com situações vividas ou conhecidas por todos nós, com nuances de detalhes e segredos pessoais que tornam o ordinário algo especial. Quem não tem, ou teve aquele amigo(a) que, apesar de amado só trazia desprazer com sua presença? O que fizemos e como lidamos, na época ou hoje com ele (a), conosco e com isso? No mais, coisas do viver, do morrer e do continuar vivendo com esse outros fatos da vida. Um daqueles filmes que não entram na nossa relação dos mais importantes, relevantes ou fortemente “oscarizáveis”. Mas quem o vir, há de guardar dele
um detalhe, uma cena, ou aquele istmo que se fará um forte resquício de identificação. Coisas que fazem da arte algo imprescindível em nossa mundana e maravilhosa vida. Mesmo sendo ela distante dos ares de Londres. ELENCO: Jim Broadbent, Lesley Manville, Ruth Sheen, Peter Wight, Oliver Maltman, David Bradley DIREÇÃO: Mike Leigh Um detalhe: Flora é apaixonada pela literatura inglesa do século 19. E ela vai completar 16 aninhos! Orgulhos paternos à parte, esta é a prova de que há muito mais mistérios e maravilhas no reino inglês do que possa desdenhar nossa vã e primaveril malemolência tropical. Jeff Gennaro é ator e diretor da Cia Teatro Salada Vinte (São Paulo/SP.) teatrosaladavinte@terra.com.br
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Nยบ 61 - 2013