Impresso imobiliario nº 64

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RE-ESCREVENDO A NOTÍCIA

O Transporte Seis e dez, ônibus lotado. Tá frio. Tá calor. Tá abafado. Ainda tem uma viagem atravessando a cidade de metrô ou trem, numa longa jornada de até 4 horas do seu dia vendo a janela passar pela paisagem da rua. No Rio de Janeiro, 54% dos cariocas utilizam ônibus. Em Nova York, o ônibus não é transporte mais usado pela maioria da população. O transporte mais usado pelo cidadão de Nova York é o metrô. E se você comprar o bilhete único, a viagem pode custar US$ 2,50. Com o dólar hoje a R$2,40, isso daria R$6,01. Em Londres, um bilhete único pode custar, em média, R$17,00. A gente quer chegar mais cedo, poder dormir 15 minutos a mais, passar menos tempo no banco do ônibus vendo a vida passar.

Em Nova York há 418 km de metrô e, em Londres, 408 km. São Paulo tem 74,3 Km de metrô, Brasília 42,4 km, Rio de Janeiro 40,9 km, Recife 39,5 km, Belo Horizonte, 28,2 km e Teresina 12,5 km. A extensão de trens metropolitanos no Rio de Janeiro é de 270 km. E se a gente juntasse as linhas de metrô e trem no Rio, teríamos a extensão de malha do metrô de Tóquio, o quarto maior do mundo. A melhor malha de transporte urbano do mundo está em Tóquio. Um traçado inteligente e dinâmico que transporta em média, 14,4 milhões de passageiros em 30 milhões de viagens diári-

as. A capital japonesa tem o sistema de transporte mais complexo e eficiente do mundo, ligando trens, metrô, balsas e ônibus. Nos horários de pico, as plataformas do metrô de Tóquio ficam tão lotadas que empurradores, ou como são chamados “oshiya”, espremem as pessoas para caberem no maior número dentro dos vagões. Para ser tratado como uma sardinha a vácuo no metro de Tóquio, você desembolsa, em média, R$14,00. A mobilidade urbana é preocupação no mundo todo quando até 100 mil pessoas resolvem pegar o metrô na mesma hora e numa mesma plataforma. Ou quando milhões de novos usuários resolvem utilizar ônibus como transporte urbano, de um ano pro outro. O Brasil tem mais de 190 milhões de habitantes hoje e, em 2030, terá 208 milhões de brasileiros. A cidade de São Paulo tem mais de 20 milhões de habitantes hoje. Destes, 9 milhões ocupam seus espaços, diariamente, nos ônibus, e 8 milhões em trens e metrôs de São

Paulo - 75% dos usurários de trens e metrôs do país estão em São Paulo. Nas cinco mais bem avaliadas cidades no mundo em transporte urbano, o metrô é o veículo principal pra mobilidade urbana. As catracas dos ônibus de São Paulo foram giradas 1 bilhão 288 milhões 357 mil 225 vezes, em 2013. As de metrô giraram 1,297 bilhão de vezes, no mesmo período. É como se a cada 3 anos, o planeta inteiro passasse pelas catracas de ônibus e metrôs de São Paulo. Quinze pras 7. O ônibus chegou na estação! Agora é pegar o metrô e outro ônibus. E nessa hora que não passa, pra gente chegar mais rápido e com mais conforto, precisava trabalhar menos tempo, em horários mais flexíveis e mais perto de casa. Meu nome é Malu Aires. Ando muito a pé e pego ônibus quando a subida é perversa. Cedo assento pra qualquer pessoa que tenha a idade do meu pai ou minha mãe porque acredito que transporte público urbano é movido à gentileza.


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EDITORIAL

Tudo novo, de novo João Pitombeira Brasil não é mais o mesmo. Não que tenha mudado, mas as coisas estão mais tensas, há mais urgência. Tudo indica que o momento é de mudança. Pra onde é que é o X da questão. A cada dia e nova mais importante notícia dos últimos tempos que passam o cabo de guerra fica mais disputado. Nas ruas e na internet, principalmente, os blocos de opinião vão se delineando a olho nu. Ou não. A dúvida é atemporal mas agora se faz muito necessária. Quando as manifestações começaram em julho do ano passado e Brasília foi tomada na-

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quele noite histórica que não surtiu lá tanto efeito assim, todos aplaudiam. De lá pra cá, de 64 pra cá, e desde sempre, manifestações populares superlotadas são assim. Assim como no congresso ou no estádio de futebol, em meio à multidão, existem os insanos. Mas agora a opinião pública (ou da mídia) se mostra muito contrária aos manifestantes. Que a classe política e a economia do país passaram a agradar ao dito ‘’brasileiro médio’’ eu duvido. Mas se antes adoravam a juventude conscientizada, agora repudiam a movimentação popular. E as bombas sempre estiveram lá. Do mesmo fato, várias interpretações, troca de acusações e tomar

partido soa meio imprudente diante de tantos interesses envolvidos. Algo deve acontecer mas, como diria um dos

grandes do nosso rádio de outrora: “Melhor acompanhar a marcha dos acontecimentos.”


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OPINIÃO

PT não gosta do Judiciário independente A ‘vaquinha’ patrocinada pelos petistas e seus asseclas violou explicitamente a decisão do STF Partido dos Trabalhadores, que teve suas lideranças históricas condenadas no processo do mensalão, é incansável. Quer porque quer desmoralizar o Supremo Tribunal Federal. O PT não gosta do Judiciário independente. O partido fez de tudo para dificultar o andamento da Ação Penal 470. Pressionou ministros e insinuou até chantagem. Depois desqualificou as condenações. E transformou as prisões em espetáculo de “resistência”. Em seguida, forjou convites fantasiosos de trabalho desacreditando os postulados do regime semiaberto. Deu — para o bem da democracia — tudo errado. O alvo seguinte foi o presidente do STF, o ministro Joaquim Barbosa. É o mais odiado pelos marginais do poder, feliz expressão do ministro Celso de Mello. Desde 2012 sofre ataque cerrado dos petistas e dos seus aliados, dos blogs sujos que infestam a internet — e que são financiados com dinheiro público. É injuriado e caluniado sistematicamente pelo Ministério da Verdade petista. Recentemente, Barbosa passou por mais uma situação extremamente constrangedora, quando da abertura dos trabalhos legislativos. E a ofensiva continua: no último sábado, o expresidente Lula, com a grosseria habitual, voltou a atacá-lo. O sinhozinho de São Bernardo do Campo não perdoa a independência do ministro Barbosa. Mais ainda: sonha que o STF seja uma repartição do Palácio do Planalto, uma espécie de Suprema Corte ao estilo cubano.

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Para os policiais da verdade, o ministro Barbosa não pode tirar férias. Quando o fez, teve os repórteres nos seus calcanhares. Privacidade, zero. E até com certa ironia foram descritos os presentes que comprou em Paris. No fundo estava implícito que negro brasileiro deveria levar daqui um berimbau (e por que não um pandeiro?). É o velho racismo cordial, tão nosso como a jabuticaba. Os petistas e seus sequazes aproveitaram o momento para desviar a atenção pública dos crimes cometidos pelos apenados. Construíram uma versão de que eram inocentes e que estavam sendo perseguidos por Barbosa. Como se o processo do mensalão e as condenações fossem da sua exclusiva responsabilidade. Como se os seus substitutos legais na presidência não pudessem dar andamento às decisões de rotina da Ação Penal 470. Dias depois o foco foi dirigido ao ex-deputado João Paulo Cunha. Deu diversas entrevistas, atacou o tribunal, principalmente, claro, o ministro Barbosa. O sentenciado chegou a promover almoço em frente ao prédio da Suprema Corte. Fez de tudo para achincalhar o STF. Mas os petistas são insaciáveis: agora tentam desqualificar o cumprimento de uma das penas — a de multa. Muito citado durante o julgamento do mensalão, o jurista Claus Roxin defende que não “se pode aprender a viver em liberdade e respeitando a lei, através da supressão da liberdade; a perda do posto de trabalho e a separação da famí-

lia, que decorrem da privação de liberdade, possuem ainda maiores efeitos dessocializadores. O desenvolvimento político-criminal deve, portanto, afastar-se ainda mais da pena privativa de liberdade. Em seu lugar teremos, principalmente, a pena de multa, e é em especial no seu uso que reside a tendência à suavização de que falei acima (‘Estudos de Direito Penal’, Renovar, 2008, pp.18-19)”. Portanto, multa é uma pena. No caso da liderança petista, a pena de multa foi acrescida à privação da liberdade. Assim, neste caso, uma não está dissociada da outra. A nossa Constituição é muito clara quando determina que “nenhuma pena passará da pessoa do condenado” (artigo 5º, XLV) e a multa é uma das formas da individualização da pena (artigo 5º, XLVI,c). E, no Código Penal, o valor da multa está vinculado às condições econômicas do réu. A “vaquinha” patrocinada pelos petistas e seus asseclas violou explicitamente a decisão do STF, a Constituição e o Código Penal. É absolutamente ilegal. Os petistas saudaram como uma manifestação de solidariedade. Até aí, nenhum problema. Afinal, o respeito ao ordenamento jurídico nunca foi uma característica do PT. O mais terrível foi encontrar até um ex-presidente do STF respaldando esta chicana. E mais: os ministros da Suprema Corte silenciaram — ou quando se pronunciaram foi sobre a forma da doação, que é importante, mas marginal frente à gravidade da questão central.

Contudo, nem sempre é possível controlar todas as variáveis de um projeto criminoso de poder, outra feliz expressão do decano do STF. Henrique Pizzolatto percebeu — ainda na fase processual — que tinha sido jogado ao mar pela liderança petista. Logo ele, o homem de 73 milhões de reais. Não quis representar o papel de mordomo, como nas velhas tramas cinematográficas. Resolveu com seus próprios meios fugir do país. Foi preso. Sabe muito. Deve ter medo, principalmente se recordar os acontecimentos de Santo André. Vale destacar que foram os milionários desvios do fundo Visanet, oriundos do Banco do Brasil, a principal fonte de recursos do mensalão, como ficou comprovado no julgamento. Sem este dinheiro, não teria havido a compra de apoio parlamentar. E quem foi o organizador deste peculato? Henrique Pizzolatto. Mas teve a colaboração de comparsas, como é possível constatar no relatório final da CPMI dos Correios, e que não foram indiciados pelo procurador-geral Antonio Fernando de Souza, em 2007. O governo brasileiro, obviamente, prefere que Pizzolato permaneça na Itália. O pedido de extradição é para inglês ver. Hoje, ele é o elo mais fraco entre os sentenciados petistas. E se romper com a lei da omertà poderá ser o homem-bomba da campanha presidencial. Marco Antonio Villa é historiador Fonte: O Globo


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CRÔNICA

Então é assim que a vida faz... este final de 2013 completou-se os 20 anos da morte de um amigo. Um irmão. Como sempre, somos tocados por efemérides redondas, tradicionalmente determinadas por sabe-se lá que padrões. Resquícios Neandertais. O personagem em questão nem gostava, ou fingia não gostar destas coisas. Talvez para parecer mais underground e fazer tipo para quem sempre o admirou por se postar assim. Ou porque não gostava mesmo. Nunca saberemos. Nunca. Nos conhecemos no antigo ginasial de uma escola pública da periferia de São Paulo. Primeiro dia de aula, turma do fundão. Ele, seguro de si por ter repetido o ano, dominava a área. Eu, sofregamente e inseguro entre desconhecidos. Ele mostrou-se amigável de pronto. Papo vai e vem e conto ao grupo de esquisitos e rebeldes sobre minha origem italiana. Brincando, ele me chamou de Gennaro. O apelido pegou e o carrego com orgulho até hoje. Feito tatuagem. Tipo cicatriz de briga ou de aventura. Outros tantos amigos se acercaram e fomos para a vida. Éramos todos jovens e audazes. E estranhamente felizes. Fui diretor do grêmio estudantil e do jornalzinho que cheirava ao álcool do mimeografo. Ele, atleticamente representava a todos nós, fortes ou fracos, com seus talentos esportivos e sua postura de guardião e quase herói. Rapidamente formamos nossa turma. Muito naturalmente. Valdo era o pequeno, jeito de caçula, de sensibilidade à flor da pele e que jogava muito futebol. Paulão, o galã e preferido das meninas, tinha a grandiosa capacidade de cometer as mais estrondosas gafes e de ter as mais inteligentes sacadas sobre tudo o que acontecia. Foram bailes de garagem, acampamentos inconsequentes e antológicos, além dos passeios nos shoppings da elite paulistana, (só pra paquerar e jogar fliperama). E assim, fomos todos amadurecendo, fazendo e cumprindo planos. Primeiras desilusões amorosas, profissionais, familiares e intelectuais... A escolha da arte como forma, meio e atitudes de vida. Ideais fortalecidos entre os pares. A fundação de um grupo de teatro, a criação de peças, personagens, novas e grandiosas amizades. Surgiram as desilusões com a vida e a arte e com a falta de dinheiro. As confrontações sociais e a teimosia. A bendita teimosia de sempre.

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Aconteceram as brigas e ofensas, os perdões, as primeiras mortes na família, os primeiros filhos, divórcios e insistências quase sem sentido sobre o sentido da vida. Porém, estivemos todos juntos. Os velhos amigos e os novos. Às vezes distantes, às vezes relapsos, mas sempre tentando fazer o comprometido. Em uma belíssima tarde, com um por de sol condizente com o clima ameno, fomos tomar uma cerveja no boteco de esquina. Aquele que nos garantia a tranquilidade adquirida pelo fato de sermos e nos julgarmos artistas sem hora para existir. Me contou sobre um sonho estranho, sobre seu caminhar tristonho no dia anterior e um sentimento desconhecido que lhe tocava incessantemente. Disse-me também outras coisas que só se diz a um amigo. Nos despedimos com aquele beijo na face, costume que se tornou característica de nosso grupo e brincadeira com os grupos mafiosos. No dia seguinte, chegando ao nosso escritório, ouvi de Rui, seu irmão, a indefectível pergunta: - Você não sabe que o Jaimão morreu? Há tempos, depois deste dia, sinto sempre sua falta. Mais do que isso, a falta do que de mim foi-se com ele. Nós não contávamos com isso e com outras tantas desfaçatezes do destino. As vezes me pergunto como ele veria e agiria com os acontecimentos dos últimos vinte anos e dos que hão por vir. Certamente com boas doses de sagacidade e picardia. Não teremos o prazer do todo, podemos imaginar um tanto. Ou parte. Nunca mais seremos o que poderíamos ter sido. Mas é isso. Afinal, é assim que a vida faz.

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FALA DONA ADELAIDE Dona Adelaide é uma assídua leitora do IMPRESSO IMOBILIÁRIO, e com sua perspicácia, lucidez e humor, colabora com suas opiniões, que publicamos com muito gosto. Nasceu em 1915 e suas posições às vezes não cabem no que hoje entendemos por “politicamente correto”. Quando indignada, costuma praguejar e soltar alguns impropérios.

Fala Dona Adelaide!

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e eu tivesse uns deiz anos menos, ia embora prá Itália! Meu pai e minha mãe era italianos. Dos cinco filho que eles tiveram, só eu nasci no Brasil. Porca miséria! Bom, agora, já foi. Eu nasci de sete mês. Naquele tempo, as criança de sete mês não vingava. A maioria das pessoa nascia em casa. As parteira enrolava os nenê nos cueiro, nos cobertozinho e rezava. Deus é que escolhia quem ia viver. E Deus escolheu que eu vivesse no Brasil. Vá bene, se foi Deus que quis... Aqui nesta terra eu sempre vivi com preto, com nortista, com os outro estrangeiro... os italiano, os galego, os árabe e os judeu. Nunca teve briga. Nós tudo se entendia. Eu era menina e tudo mundo falava da coluna do Prestes. Dizia que eles queria mudar o Brasil, e o povo gostava deles. Veio o Getúlio e eu era moçinha. De primeiro gostava dele, mas a revolução feiz São Paulo entrar na guerra, então o Getúlio virou nosso inimigo. Quando eu era já maiorzinha, eu gostava dos integralista. Eles desfilava de uniforme verde. Uns ragazzi ... benza Dio, era bonito! Meu pai dizia que eles era tudo fascista! Se eu chegasse perto deles tomava uma surra. Em 1935 teve a briga com os comunista! O Getúlio acabou com os comunista e com os integralista. Quando eu já tava casada e com a minha Domingas, veio a guerra da Espanha, o Mussolini e o Hitler. Era guerra pra todo lado! Nóis não gostava do Hitler, mas tinha muito italiano e filho de italiano que gostava do Mussolini. Tudo mundo dizia que o Getúlio também gostava dele. Mais aí veio a grande guerra e ninguém podia dizer que gostava do Dulce. Se fosse italiano então... Meu irmão Salvador foi lutar na Itália pelo Brasil. Mesmo assim tudo mundo chamava ele de 5ª Coluna, de fascista. Eu já vi o Brasil de todo jeito. Foi o Getúlio, foi o Juscelino, o Janio que eu adorava, e o Jango. O Jango, coitado, nem teve tempo pra fazer as coisa... Veio a merd... dos militar e esse resto que tem até hoje. Outro dia, na televisão, disse que a Dilma feiz uma construção na tal da Cuba. Num porto, sei lá... Com dinheiro nosso, do Brasil. Que gastou um monte de dinheiro. Catzo! E o povo do norte que não tem água, e os favelado, e os miserável do Brasil? Porque não feiz as coisa que precisa na nossa terra? Vafancullo! Ninguém tem amor pelo Brasil? Se eu pudesse ir pra Itália, eu ia. (muitos palavrões). Escreveu o que eu mandei? Então, manda.

Envie sua opinião sobre as posições de Dona Adelaide, seja também nosso colaborador. impressoimobiliario@gmail.com

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DIÁRIO

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CONSTRUÇÃO

Tijolo sobre Tijolo Qual a maneira mais econômica de assentá-los? ontrolar os custos de uma construção ou reforma sem comprometer a qualidade final é um dos grandes desafios do setor. Um dos principais fatores que influenciam negativamente este controle é o mau uso dos materiais e sua aplicação, bem como o gerenciamento inadequado do tempo na execução da tarefa. Por incrível que pareça, um dos itens com maior desperdício na construção civil é a produção e aplicação das argamassas, principalmente a utilizada para execução de muros e alvenarias. Em média, o desperdício chega a 20%, sendo na maioria das vezes provocado pelo consumo desnecessário ou simplesmente, indo diretamente para o lixo. Uma das principais medidas para melhorar este desempenho é o uso correto das misturas para assentar tijolos ou blocos. Atualmente existem no mercado três alternativas para reduzir esse custo: massas sintéticas colantes (aplicadas com bisnagas especiais fornecidas pelo fabricante), as argamassas prontas e as tradicionais (feitas na própria obra), estas aplicadas com uma ferramenta chamada colher meiacana ao invés da colher comum, utilizadas pela maioria dos trabalhadores da construção civil. A massa sintética colante vem pronta para a utilização e proporciona uma velocidade de assentamento três vezes maior que a do método tradicional. Ela é também o material que gera menos desperdício, pois pode ser usado por vários dias após a embalagem estar aberta antes de perder a validade. Já a aplicação das argamassas com a colher meia-cana (e não com a colher comum) melhoram seus desempenhos, pois otimiza o emprego da mistura além de evitar que o excesso de massa caia dentro

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dos furos dos blocos – desperdiçando material e prejudicando as instalações de elétrica e hidráulica. Sem contar na quantidade de mistura que cai no solo durante o “arremesso” da mesma com a colher comum. Compare abaixo, os valores e as características do método tradicional de aplicação de argamassa e dos outros três meios de assentamento. MASSA TRADICIONAL (aplicada com colher comum) a) Composição: cimento, cal e areia b) Produção diária média (1 pedreiro e 1 ajudante): 10m2 c) Blocos (14x19x39) por m2: R$ 18,00 d) Mão de obra de assentamento por m2: R$ 21,50 e) Mão de obra para o preparo da argamassa por m2: R$ 1,80 f) Custo da argamassa / cola: R$ 3,70 g) Subtotal: R$ 45,00 h) Desperdício de massa estimado: de 15% a 20% i) Total: R$ 51,75 MASSA TRADICIONAL (aplicada com colher meia cana) a) Composição: cimento, cal e areia b) Produção diária média (1 pedreiro e 1 ajudante): 16m2 c) Blocos (14x19x39) por m2: R$ 18,00 d) Mão de obra de assentamento por m2: R$ 15,40 e) Mão de obra para o preparo da argamassa por m2: R$ 1,80 f) Custo da argamassa / cola: R$ 2,65 g) Subtotal: R$ 37,75 h) Desperdício de massa estimado: de 5% a 10% i) Total: R$ 39,65

MASSA PRONTA (aplicada com colher meia cana) a) Composição: cimento, areia e aditivos b) Produção diária média (1 pedreiro e 1 ajudante): 16m2 c) Blocos (14x19x39) por m2: R$ 18,00 d) Mão de obra de assentamento por m2: R$ 14,65 e) Mão de obra para o preparo da argamassa por m2: R$ 0,00 f) Custo da argamassa / cola: R$ 4,50 g) Subtotal: R$ 37,80 h) Desperdício de massa estimado: de 5% a 10% i) Total: R$ 39,70 MASSA SINTÉTICA COLANTE (aplicada com bisnaga) a) Composição: resinas sintáticas, minerais não metálicos e aditivos b) Produção diária média (1 pedreiro e 1 ajudante): 30m2 c) Blocos (14x19x39) por m2: R$ 18,00 d) Mão de obra de assentamento por m2: R$ 8,25

e) Mão de obra para o preparo da argamassa por m2: R$ 0,00 f) Custo da argamassa / cola: R$ 11,35 g) Subtotal: R$ 37,55 h) Desperdício de massa estimado: de 1% a 2% i) Total: R$ 37,95 Poderíamos aqui relatar uma série de outros aspectos, porém para a redução do desperdício devemos adotar ações que evitem o mau uso dos materiais e também no tempo gasto em cada tarefa, mediante a uma nova atitude dos envolvidos no processo da construção e dos proprietários também. Ronaldo Leão Arquiteto e Urbanista com mestrado em Inovação, Tecnologia e Desenho, pela Universidad de Sevilla, na Espanha. www.moarquitetura.com


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SAÚDE

Pilates para idosos Autoestima e qualidade de vida o contrário da cultura oriental, nossa sociedade discrimina e comumente abandona seus idosos. Além de ser frequente quem acredite que a idade avançada torna as pessoas obsoletas e incapazes. Estudos comprovam que quem pensa desta forma, é justamente quem acaba por ficar assim. Envelhecer não deve ser sinônimo de incapacidade. É possível aproveitar a vida em todas as suas etapas e com o aumento da expectativa, devemos cada vez mais nos preparar para uma velhice saudável. Uma ótima maneira de se fazer isso é praticando atividades físicas. O pilates é um exercício muito eficaz para amenizar e até mesmo reverter os efeitos do tempo sobre o corpo. As gerações mais velhas podem tirar proveitos de muitos de seus benefícios. Por ser um exercício de baixo im-

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pacto, não há pressão sobre as articulações enquanto os movimentos são executados, tornando-o ideal para os praticantes da terceira idade. O idoso tem naturalmente o equilíbrio comprometido, devido aos desvios posturais do decorrer da vida, e o Pilates, através de exercícios desafiadores, proporciona uma coluna mais resistente, restaurando as conexões responsáveis pela sensação de segurança ao caminhar e realizar as atividades do dia-dia. Isto representa um grande avanço na qualidade de vida. Respeitando os limites e avanços de cada um dentro das aulas, a prática estimula a produção e a demanda de cálcio para os ossos que possam estar fragilizados, proporcionando lubrificação e aumento da amplitude dos movimentos para as articulações acometidas. Por isso, os portadores de doen-

ças como artrose, artrite reumatoide, artroplastia e discopatias degenerativas (degeneração das vertebras e discos da coluna), osteopenia e osteoporose também podem obter melhorias com o treinamento. Contudo, o maior ganho na prática, talvez seja a melhora da auto-estima. Conforme o idoso se familiariza com os exercícios, surpreende-se por conseguir realizar uma série de movimentos que, até então, não se julgava capaz. Além disso, o Pilates incentiva a vontade de aprender a viver. Através dele, os idosos podem resgatar a confiança em si mesmos, valorizando-se ainda mais e desfrutando melhor das coisas boas que a vida sempre tem a oferecer.

Dra Renata Borges CREFITO 136.446-F Fisioterapeuta rbstudiopilates@yahoo.com.br


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MÚSICA

Nem tão apimentado quanto parece migo leitor, a grande discussão do momento no mundo do entretenimento é: “tocar ou dublar, eis a questão”. Para você que está por fora do assunto, os integrantes da banda “Red Hot Chili Peppers” confessaram que dublaram a apresentação, com o cantor “Bruno Mars”, no intervalo do último Super Bowl (final do campeonato de futebol americano). O baixista Flea publicou uma carta aberta dizendo que pediram para que tocassem a música “Give It Away” com baixo, bateria e guitarra pré-gravados, somente as vozes seriam ao vivo. O músico saiu em defesa da organização do evento, afirmando que a NFL (National Football League) tem apenas alguns minutos para montar o palco, muitas coisas podem dar errado e arruinar o som para quem está assistindo no estádio ou na televisão. Flea completou dizendo que faria tudo de novo. Como já de costume, após a divulgação de fotos e a constatação do ocorrido, milhares de pessoas foram às redes sociais criticar a posição do consagrado quarteto. Muitos se sentiram ofendidos e enganados com a situação. Um fato que não pode ser esquecido é que tudo ao redor da final do Super Bowl gira em torno de milhões de dólares. O dia do jogo é decretado feriado nacional, os anunciantes brigam para tentar garantir um espaço em uma audiência que ultrapassa mais de 108 milhões de espectadores em todo o mundo. Um comercial de 30 segundos custa US$ 4 milhões. E o que isto tem a ver com uma apre-

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sentação musical? Tudo. Isto significa aumento de shows, venda de discos, músicas compradas no Itunes, venda de camisas e colecionáveis e etc. Porém, eu acredito que a pergunta a ser levantada é outra, os “Chili Peppers” precisavam se expor desta forma? Sinceramente acredito que não. É incontestável a importância dos californianos na história da música mundial. O estilo inimitável, a comprovada entrega e energia no palco e as excelentes canções ao longo de 31 anos de carreira. Acredito que a banda caiu em uma grande armadilha, tentando se recompor com a saída do guitarrista John Frusciante e buscando mais popularidade. Não concordo com a posição defendida do Flea sobre a determinação da dublagem acontecer para evitar erros ou arruinar o som. Naquele instante o que menos importava era a perfeição sonora e sim o momento histórico. Lembrando que nomes como: “Aerosmith”, “U2”, “Paul McCartney”, “The Rolling Stones”, “Bruce Springsteen” e “The Who” já se apresentaram na mesma atração e plugaram os instrumentos nos amplificadores. Este evento não muda a minha admiração pelos “Chili Peppers”, mas mostra que os grupos devem ter respeito com a história e com as diferentes gerações de fãs conquistados merecidamente por décadas. A superexposição é uma ferramenta perigosa, principalmente na era das redes sociais, câmeras infinitas e memória curta! Eduardo Vidal – Jornalista duvidal86@yahoo.com.br

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CINEMA

Mais algumas lições do tempo melhor que o tempo pode nos dar é uma série de avisos sobre o poder do tempo. Quando passei a colaborar com este jornal, (05 anos atrás?), havia a proposta de que esta coluna serviria como que um funcionário de locadora. Seria como que um substituto daquele inexperiente rapaz que tentava nos empurrar um blockbuster qualquer. Bastaria que eu indicasse um bom filme, com argumentos tangíveis e filosóficos e que acompanhassem de credibilidade o tal apontamento. Dedicado sempre à inteligência do leitor, claro. Tudo cresceu para que eu me envolvesse intelectualmente e, confesso, sentimentalmente na função. Os filmes que venho indicando sempre me tocam pessoalmente. Tudo tem a ver com minhas posturas sobre conhecimento, educação e arte. Acredito realmente que cinema é arte e que a arte tem essa premissa. A melhoria e evolução da humanidade... Pois então, desde lá, até mesmo a tecnologia para que cheguemos ao produto/filme mudaram. No princípio, procura-

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PONTOS DE DISTRIBUIÇÃO DO IMPRESSO IMOBILIÁRIO ANA MARIA PÃES & FRIOS R. Miguel Del Ré, 658 BAND PÃES Av. Independência, 1764 BELLA SÍCILIA Av. Independência, 294 BELLA CITTÁ PÃES ESPECIAIS Av. Portugal, 1.760 DAMA TABACARIA - Bóx 50 Novo Mercadão da Cidade DOÇURA PÃES E DOCES Av. Plinio de Castro Prado,400 DROGARIA PADRE EUCLIDES Rua Manoel Achê, 222 ELITE PAN Av. Treze de Maio, 756 EMPÓRIO DAMASCO Rua Marcondes Salgado,1137 EMPÓRIO DO CINEMA Av. Treze de Maio, 1199 Av. Nove de Julho,885 EMPÓRIO LOURENÇO R. Cerqueira César, 875 EXPRESSO PAULISTA RESTAURANTE R. Lafayete, 887 IRAJÁ FRIOS Rua Chile, 1421

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PANIFICADORA VILLA VERDE Rua. Iria Alves,177 PANIFICADORA VISCONDE Rua Visconde de Inhaúma, 991 POSTO ANTONIO MARTINEZ Av. Maria de Jesus Condeixa, 700 POSTO INDEPENDENCE SERVICE Av.Independência 3520 QUITANDA DO CARLÃO Rua Álvares Cabral 1381 SAN BRUNO'S R. Eliseu Guilherme, 611 SANTA RITA PÃES E DOCES R. Benedicta R. Domingos, 787 SAVEGNAGO SUPERMERCADOS LTDA Av. Maurílio Biagi, 1600 TIMES SQUARE BUSINESS Av. Presidente Vargas, 2121 VILA SEIXAS AROMA & SABOR R. Amadeu Amaral, 691 VILLA SUCREÊ R. Atibaia, 369 ZAP MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Rua Mário de Sousa, 530

va indicar somente filmes que comprovadamente haviam saído em locadoras. Tinha o “medinho” de uma pirataria real e crescente e do que isso pudesse causar problemas à mim e ao jornal. Até porque, sabemos que os peixes pequenos é que morrem no cardume. Agora, com maior confiança e apego à tecnologia, perdi o pudor. Atualmente, todos baixam, copiam e assistem qualquer filme. A vontade e a tecnologia venceram. Vou então usar deste argumento, a mudança dos paradigmas para indicar dois ótimos filmes. Ambos lidam com o tema da ousadia, do comprometimento e do inevitável. Sabemos que a coragem para tanto só depende de: tempo. STARBUCKS – MEUS 553 FILHOS Assisti a este filme com meu filho Thomás em uma agradável tarde. Em princípio, despretensiosamente. Trata de um cidadão comum, de um lugar qualquer no mundo, como todos nós conhecemos alguns. David, já chegando à meia idade, sustentando suas irresponsabilidades por


Nº 64 - 2014 pais, irmãos e amigos e seu carisma pessoal, passa a ter que encarar de frente o fato de ser pai biológico de 553 crianças. Doador contumaz de sêmen em um banco de reprodução, vê-se envolvido em um emaranhado de entreveros judiciais, familiares e pessoais. Quem diria que um vício solitário pudesse levar à tanto... A graça vem da mudança de atitudes, o crescimento social e intimo e a lição de moral, (no melhor sentido), que é impingida ao protagonista. A filosofia Hippie nunca foi tão contundente e emocionalmente factível. Além de, digamos, tecnologicamente real. ELENCO: Patrick Huard, Julie Le Breton, Antoine Bertrand DIREÇÃO: Ken Scott CLUBE DE COMPRAS DALLAS Nos anos 1980 éramos todos jo-

(16) 3043-6118 - 3237-3900

vens, livres e, relativamente felizes. Respirávamos os resquícios das brisas libertárias das revoluções ideológicas que pipocavam no mundo. Os inimigos eram tangíveis. Os heróis não tinham perdido a coloração que ora desbotam e o sexo não tinha medo de acontecer cheio de som e fúria. Foi então que uma sombra algo que medieval pairou sobre esses tempos: O HIV. A AIDS. As igrejas determinaram ser castigo divino. A ciência confusa, balbuciava um “sei lá o que”... Os tacanhos: “praga gay!” Em meio a essa confusão, todos perdemos. Perdi amigos muito caros nesta avalanche de desconforto. Omar. Heterossexual. Negro. Boleiro e divertido. Contaminou sua parceira Sandra, grávida. Mortos. Antonio Carlos. Homossexual. Administrador de empresas. Cenógrafo.

Inteligente e competente. Morto. Saudades. Muitos outro se foram. O pior deste tipo de perda é a sensação de incompetência. No antes, durante e depois. Não deixem de ver. O filme é “alto astral”! Acreditem. Lida com o fato de que a luta por uma ideia, uma nova tecnologia e a teimosia ancestral, aquela que nos fez lidar com o fogo, pode fazer a diferença. Cedo ou tarde. ELENCO: Matthew McConaughey,

Jennifer Garner, Jared Leto,Steve Zahn, Denis O’Hare, Dallas Roberts DIREÇÃO: Jean-Marc Vallée Quanto à tecnologia, essa “Ditadora Senhora da Razão”, ainda é a mais democrática mandatária da verdade. Desde os nossos primórdios. Teoricamente é por ela que nos tornaremos equivalentes. Então, tempos melhores virão. Jeff Gennaro é ator e diretor da Cia Teatro Salada Vinte (São Paulo/SP.) teatrosaladavinte@terra.com.br

EXPEDIENTE Distribuição gratuita José Humberto Pitombeira M. E Rua Manoel Achê, 697 - sala 02 Ribeirão Preto - SP - Jardim Irajá impressoimobiliario@gmail.com

Edição e Redação: José Pitombeira | João Pitombeira Jornalista responsável: João Pitombeira MTB: 71.069/SP Arte Final: Ney Tosca (16) 3019-2115 Tiragem: 10.000 exemplares Impressão: Gráfica Spaço (16) 3969-2904 Sempre causando uma ótima impressão

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