Impresso Imobiliário nº 71

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OPINIÃO

ANO VI | 2014 | Nº 71

Os desiludidos da República

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á um notório sentimento popular de cansaço, de enfado, de identificação do voto como um ato inútil, que nada muda A proximidade das eleições permi-

te uma breve reflexão sobre o processo de formação de uma cultura política democrática no Brasil. A República nasceu de um golpe militar. A participação popular nos acontecimentos de

15 de novembro de 1889 foi nula. O ra República (1889-1930) foram marnovo regime nasceu velho. Acabou cadas por eleições fraudulentas e pela interrompendo a possibilidade de um violência contra aqueles que denunciTerceiro Reinado reformista e moder- avam a manipulação do voto. nizador, tendo à frente Isabel como Os opositores — os desiludidos da rainha e chefe de Estado e com os República — passaram a questionar o amplos poderes concedidos pela regime. Se apontavam corretamente Constituição de 1824. as falácias do sistema eleitoral, indiA nova ordem foi edificada para cavam como meio de superação, impedir o reformismo advogado por como disse um deles, desses “goverJoaquim Nabuco, Visnichos criminosos”, a conde de Taunay e De que toda eleição violência, a tomada André Rebouças, que pelas armas do Estaé sempre igual, incluía, inclusive, do. E mais: que qualrecheada de ataques uma alteração no requer reforma só podegime de propriedade ria ter êxito através de pessoais e alianças da terra. Os republi- absurdas. Da ausência um governo ultracencanos da propaganda tralizador, instrumen— aqueles que entre de discussões progra- to indispensável para máticas. De promes- combater os podero1870, data do Manifesto, e 1889, divulsas que são descum- sos, os senhores do garam a ideia republipridas nos primeiros baraço e do cutelo, cana em atos públicomo escreveu Euclidias de governo. cos, jornais, panfletos des da Cunha. e livros — acabaram Assim, o ideal muexcluídos do novo regime. Júlio Ribei- dancista tinha no seu interior um desro, Silva Jardim e Lopes Trovão, só prezo pela democracia. Acentuava a para recordar alguns nomes, foram defesa de um novo regime para atenrelegados a plano secundário, consi- der as demandas da maioria, mas com derados meros agitadores. características autoritárias. Alguns até O vazio no poder foi imediatamen- imaginavam que o autoritarismo sete preenchido por uma elite política ria um ESTÁGIO indispensável para que durante decênios excluiu a parti- chegar à democracia. cipação popular. As sucessões regulaA Revolução de 30 construiu o res dos presidentes durante a Primei- moderno Estado brasileiro. Enfrentou

EXPEDIENTE - IMPRESSO IMOBILIÁRIO José Humberto Pitombeira M. E - Rua Manoel Achê, 697 - sala 02 - Ribeirão Preto - SP - Jardim Irajá - impressoimobiliario@gmail.com DEL LAMA CONTABILIDADE Edição e Redação: José Pitombeira - João Pitombeira | Jornalista responsável: João Pitombeira MTB: 71.069/SP | Arte Final: Ney Tosca (16) 3019-2115 Rua Américo Brasiliense, 1318 - 3632-8434 Tiragem: 10.000 exemplares | Distribuição gratuita | Impressão: Gráfica Spaço (16) 3969-2904 - Sempre causando uma ótima impressão


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vários desafios e deu um passo adiante no reformismo nacional. Porém, aprofundou as contradições. Se, de um lado, foram adotados o voto secreto, a Justiça Eleitoral, o voto feminino, conquistas importantes, manteve uma visão de mundo autoritária, como ficouPATENTE desde 1935, com a repressão à rebelião comunista de novembro, e mais ainda após a implantação da ditadura do Estado Novo, dois anos depois. A vitória DOS ALIADOS na Segunda Guerra Mundial deu alguma esperança de, pela primeira vez, caminharmos para o nascimento de uma ordem democrática. A Constituição de 1946 sinalizou este momento. O crescimento econômico, a urbanização, o fabuloso deslocamento populacional do Nordeste para o SulSudeste, a explosão cultural-artística — que vinha desde os anos 1930 — foram fatores importantes para o aprofundamento das ideias liberal-democráticas, mesmo com a permanência do autoritarismo sob novas vestes, como no ideário comunista, tão influente naquele período.

O ano de 1964 foi o A elite política per- a cultura democrática pouco avançou, prinponto culminante desmanece de costas cipalmente nos últite processo. A demopara o país, ignomos 12 anos. As presicracia foi golpeada à direita e à esquerda. rando as manifesta- dências petistas reforPara uns era o instru- ções de insatisfação. çaram o autoritarismo. A transformação mento da subversão, E, como em um da luta armada em para outros um biombo utilizado pela bur- movimento circular, ícone nacional é um guesia para manter sua as ideias autoritári- bom (e triste) exemdominação de classe. plo. Em vez de recoras estão de volta. dar a luta democrátiOs que permaneceram ca contra o arbítrio, o na defesa do regime democrático ficaram isolados, exclu- governo optou pela santificação daídos deste perverso jogo autoritário. queles que desejavam substituir a ditadura militar por outra, a do “proleUm desses foi San Tiago Dantas. Paradoxalmente foi durante o re- tariado”. O processo eleitoral reforça este gime militar — especialmente no período ditatorial, entre os anos 1968- quadro de hostilidade à política. A 1978 — que os valores democráticos mera realização das eleições — que ganharam enorme importância. A re- é importante — não desperta grande sistência ao arbítrio foi edificando um interesse. Há um notório sentimenconjunto de valores essenciais para to popular de cansaço, de enfado, de termos uma cultura política democrá- identificação do voto como um ato tica. E foram estes que conduziram ao inútil, que nada muda. De que toda fim do regime e à eleição de Tancre- eleição é sempre igual, recheada de ataques pessoais e alianças absurdas. do Neves, em janeiro de 1985. No último quartel de século, con- Da ausência de discussões programátudo, apesar das sucessivas eleições, ticas. De promessas que são descum-

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pridas nos primeiros dias de governo. De políticos sabidamente corruptos e que permanecem eternamente como candidatos — e muitos deles eleitos e reeleitos. Da transformação da eleição em comércio muito rendoso, onde não há política no sentido clássico. Além da insuportável propaganda televisiva, com os JINGLES, a falsa alegria dos eleitores e os candidatos dissertando sobre o que não sabem. O atual estágio da democracia brasileira desanimaria até o doutor Pangloss. A elite política permanece de costas para o país, ignorando as manifestações de insatisfação. E, como em um movimento circular, as ideias autoritárias estão de volta. Vai se formando mais uma geração de desiludidos com a República. Até quando? Marco Antonio Villa Historiador, é autor, entre outros livros, de ‘Ditadura à brasileira. 1964-1985. A democracia golpeada à esquerda e à direita’ (Leya). FONTE: O Globo


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CRÕNICA

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Voando pra frente

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meia idade nos traz, além dos calos de culpa, dos desencontros e das dores lombares a certeza de que nossos heróis, aqueles que contribuíram para nossa formação, ficaram pelo caminho. Pelo menos boa parte deles. Todo ano muitos deles enchem o balaio de nossa inevitável solidão. Foram João Ubaldo Ribeiro, Rubem Alves e Ariano Suassuna. Três grandes tigres de nossa língua, pátria e coração. Noutro dia, divagando enquanto fazia algo que não me lembro, (mesmo!), imaginei quantos outros tão grandes como eles também se foram dos corações e mentes de muitos do Afeganistão, na Indochina ou de um rincão da Ásia Menor... Talvez uma ilha qualquer, de um oceano qualquer. Pensadores de nomes impronunciáveis e conceitos idem. Nunca saberemos. Acontece que eles não eram nossos. Pelo menos não como foram e são esses nossos queridos defuntos. Mesmo que tenham tentado ou conseguido falar com a voz das aldeias universais, não pisaram ou respiraram dos nossos quintais. Não comeram de nosso fubá, batucaram nosso samba ou falaram e sentiram o arrepio na palavra “saudade”. Todo minuto morre alguém em algum canto deste mundo. Vasto mundo. E como diria o celebre João Grilo, personagem de Suassuna:

“Coisa mais sem solução!” Darcy Ribeiro de olhar o Brasil. Os nossos mortos morrem mais que Em uma visita a Bahia, além do outrem. Doem mais que os outros. Pelourinho e da Lagoa do Abaeté, miParte da vida de muitas das pesso- nha pretensão era chegar à Ilha de Itaas que tenho apego foram tocadas com parica. Quem sabe sentar em um dos os pensamentos, a graça e o desassos- bares em que ele bebericou e formatou sego perpetrados por esses nossos tão sua prole de personagens e causos. Já queridos mortos. na fila da barca, prestes a embarcar Pessoalmente, guardo os detalhes para a ilha, a ex-esposa, avessa aos bado porque cada um me tocou. lanços das águas desistiu na última Minha introdução ao teatro come- hora. Nada que eu não possa resolver, çou com Ariano Suastão logo possa. suna. Ruben Alves foi traE como diria o No colegial interzido até nós em concelebre João Grilo, versas botequeiras com pretei o padeiro do personagem de “Alto da Compadecio, também grande eduda”. Desde lá, as traquicador, Claudemir BeSuassuna: ‘’Coisa nagens poéticas, estémais sem solução!’’ lintane. ticas e éticas do mesConhecedor de nostre Suassuna teimam em rondar mi- so trabalho como arte educadores, nos nha atividade profissional e quotidia- presenteou com um VHS , (fita de vína. Como em um chiste agradável do deo), de Ruben Alves elucubrando soacaso, minha filhota Nathália represen- bre educação, arte, viver e ser. tou em uma peça escolar a mulher do Em meados de 1998, escrevi, propadeiro. duzi e venho apresentando o espetáPeripécias Suassúnicas. culo “Escola não é gaiola” em escolas João Ubaldo tocou fortemente mi- do município de São Paulo. nha “alminha brasileira” logo nas priNeste segundo semestre de 2014, a meiras páginas de “Viva o povo brasi- nossa Cia Teatro Salada Vinte entrou leiro”. em um edital da Fundação para o DeEu, que já delirara com seu “Sargen- senvolvimento da Educação e vem to Getúlio”, livro e filme, enveredei apresentando, em 25 cidades do intepelo universo de sua linguagem tangí- rior do estado de São Paulo esse mesvel, seu estilo meio Glauber Rocha e mo espetáculo, com grande sucesso.

Em certo dia, uma querida amiga citou Ruben Alves: “A escola gaiola” Confesso, fiquei contrariado. Achava que tinha inventado o trocadilho, título de nosso trabalho. O óbvio encontro das ideias e da rima me aglutinaram ainda mais ao mestre. Tanto que nem abri processo! A ele então, presto meus amores, tantos e fartos: “Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado” – Ruben Alves. Agora cabe a nós, que aqui estamos, tentar continuar o voo destas águias. E o caminho é para frente. Sempre. Haja asa. Bóra lá? Jeff Gennaro.


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FALA DONA ADELAIDE

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Caros leitores, Dona Adelaide é uma assídua leitora do IMPRESSO IMOBILIÁRIO, e com sua perspicácia, lucidez e humor, colabora com suas opiniões, que publicamos com muito gosto. Nasceu em 1915 e suas posições às vezes não cabem no que hoje entendemos por “politicamente correto”. Quando indignada, costuma praguejar e soltar alguns impropérios.

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Fala Dona Adelaide!

utro dia, meu bisneto mais pequeno... nem sei se é o mais novo, mais é o mais pequeno, veio me dar um abraço. Quase me derruba da cadeira de roda! O desgramado tem uma força! Tamém, o esfomeado só come bestera o dia intero vendo a telivisão! Se fosse um porco, tava na hora do assado! Mais me é lindo o maledeto... Do que eu tava falano? Ah, então... chegou da escolinha dele gritando: “Bisa, faiz cem ano da primeira guerra! Parabéns!!!” Parabéns é um cazzo! Eu nasci em 1915, a guerra começou em 1914 e terminô em 1918. E foi uma miséria! Parabéns... Mal sabe ele! Me falô que disse na escola que eu era dos tempo da primera guerra. Era uma nenezinha eu! Meu pai

contava que os parente da Itália que- Arábia dos petrólho e as África dos diria tudo vim pro Brasil! Viero mesmo amante e dos preto em fatia, que nem muitos de vários lugar. E muita outra bolo, cada um dos país mais forte e gente de tudo a Europa! Fugindo da esganado querendo se dar melhor. guerra mais canalha de todas! Fugin- Ficá mais poderoso e rico! Por isso que do da dor e da fome! Tinham come- até hoje nesses lugar ninguém se ençado a usá os tanque de guerra, as tende. Se num bastasse, em 1918, logo bomba que matava de longe, os pro- despois da guerra, veio a gripe espanhola! Meu pai dizia duto químico! Tinha acabado a guerra de ...cada um dos país que minha mãe, que home contra home... mais forte e esgana- Deus a tenha, me enNaquela guerra não tirolava que nem um do querendo se dar charuto nos cobertô nha ninguém bonzimelhor. Ficá mais pra eu vivê... A gripe nho! Os alemão, os franceis, os russo, os poderoso e rico! Por matou mais de trinta milhão de gente! Mais ingrêis... Ih, tudo eles isso que até hoje minha mãezinha me se metero na encrennesses lugar ninsalvô... Tira aquela ca! Diz que nesse temguém se entende. merd... de salgadinho po é que cortaro as

do moleque! Ele vai morrê de tanto comê! Ma que belo é ele! Benza Deus... Despois veio a segunda guerra! Ah, os alemão ganharo a copa de futebol? Êh, parabéns pra eles! Esses alemão... Escreveu o que eu mandei? Então, manda.


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INTERIORES

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Escolha o revestimento certo para o seu piso em quatro passos

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urante a fase de acabamentos de uma obra, a escolha dos revestimentos para os pisos representa um momento muito importante para qualquer construção e reforma. Muitas são as opções de materiais, cores, tamanhos e texturas que precisam ser bem estudadas e analisadas para não comprometer as funções de cada ambiente. 1º passo – escolha o tipo de revestimento. Antes de tomar qualquer atitude, divida o imóvel em quatro áreas: intima (dormitórios, closets), social (hall, salas escritório), molhadas (banheiro, cozinha e lavanderia) e externas (corredores, varandas e piscina). Essa divisão é muito importante, pois identifica as características de cada espaço assim como as agressões naturais

e artificiais que os revestimentos po- suportar as agressões do sol e da chuva. Os mais indicados nesse dem sofrer. Para áreas intimas e sociais, reco- caso são as pedras, os porcelamenda-se utilizar madeira, laminados natos e os cimentícios. e carpetes, inclusive as cerâmicas 2º passo – escolha as cores como uma opção para as regiões mais quentes. Já as áreas molhadas neces- e texturas. Após escositam de materiais resistentes à água e a Antes de tomar qual- lher o tipo de regordura e que sejam vestimento, se quer atitude, divida o atente para as de fácil manutenção. imóvel em quatro Os porcelanatos, os cores e texturas. mármores e granitos, áreas: intima (dor- Para as áreas os ladrilhos hidráulimolhadas momitórios, closets), cos e as pastilhas, esdere as texturas social (hall, salas e relevos, pois tão entre as melhores escritório), molha- quando em exopções. Os revestimentos das áreas ex- das (banheiro, cozi- cesso dificultam a limternas devem possuir nha e lavanderia) e peza. As texturas nessas áreas servem apeas mesmas caracterísexternas (corredores, nas para reforçar o ticas que os das áreas molhadas, inclusive varandas e piscina). atrito com o piso, ou

seja, para evitar escorregões. Quanto às cores, ouse com cautela, não se esquecendo que ainda terá paredes, móveis e objetos para compor a decoração do ambiente.


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3° passo – calcule as áreas Após fazer todas essas escolhas, faça um levantamento de áreas calculando a metragem quadrada de cada espaço. Recomenda-se acrescentar de 10% a 15% à quantia final das áreas, pois durante o assentamento dos revestimentos há cortes e imperfeições que resultam em perda de material. 4º passo – instalando o revestimento Antes de começar o assentamento dos revestimentos no piso, é bom planejar uma paginação: recomendo a instalação a partir do lado oposto à porta, da esquerda para a direita. Esse canto é sempre o primeiro plano que se olha ao entrar em um ambiente. Evite assentar pisos na diagonal, pois o desperdício de material é maior e deixa o ambiente visualmente mais compacto. E, por falar em compacto, se o seu imóvel for pequeno evite variações nos tipos de revestimentos. Aposte em peças maiores e que se adequem a todos os espaços. Uma ótima escolha seriam os porcelanatos retificados 60x60cm, pois quando assentados sobre a maioria do piso do imóvel, garante uma amplitude e conexão entre os ambientes. Você está construindo, reformando ou deseja mudar algum ambiente? Envie suas dúvidas e sugestões para contato@majo.arq.br Mateus José arquiteto e consultor em ambientações

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MÚSICA

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Conexxion verdadeira João Pitombeira

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grupo de rap “Moio Sujo’’, de Ribeirão Preto, lançou nos últimos dias uma música feita numa parceria internacional. O rap ‘’Conexxion verdadeira’’ foi gravado com os franceses do “MS Crew”. Até aí, tudo bem. Sem novidade. Entre 1967 e 1979 Tom Jobim e Frank Sinatra lançaram dois álbuns. “Ga-

rota de Ipanema” virou “The girl from Ipanema” e as parcerias de brasileiros com artistas do exterior não pararam por aí. Margareth Menezes gravou com David Byrne, Vanessa Da Mata com Ben Harper, Fabio jr. com Bonnie Tyler e até a Sandy (desta vez o Junior nem precisou fazer figuração) gravou com Andrea Bocceli, e por aí vai. A diferença é que o contato

Entre 1967 e 1979 Tom Jobim e Frank Sinatra lançaram dois álbuns. “Garota de Ipanema” virou “The girl from Ipanema” e as parcerias de brasileiros com artistas do exterior não pararam por aí. aconteceu por acaso e a parceria foi totalmente feita pela internet entre dois grupos com o mesmo nome, no mesmo estilo musical, em dois continentes diferentes. “Quando começamos o Moio Sujo usávamos a sigla MS e, por coincidência, no Youtube, aparecia ‘’MS Crew França’’ nos vídeos relacionados. São dois grupos com praticamente o mesmo nome.

Ouvi o som e achei louco e logo pensei numa parceria”, conta Beto Dogtyle, um dos rappers do Moio Sujo. Ao lado de Pimas, D’Santos e Testa, Beto trocou emails com Yan Jullien e Olivier Nabil Kaakeh, do MS Crew, de Montpellier. “O Testa também fala um pouco de inglês aí desembolamos a idéia”, explica

Dogtyle. As gravações foram realizadas parte na Moio Rec com produção de Henrique Testa e parte em Montpellier e foram trocadas por email. “É a oportunidade de conhecer uma cultura nova, dos dois lados, e mostrar que pra união não existem fronteiras de línguas, lugares e raças, é universal”, afirma Beto Dogtyle.


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SAÚDE

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“Física Quantica - Somos e emitimos frequências”

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ossa maior fonte de energia, inegavelmente, é o nosso cé rebro. Várias pesquisas em universidades americanas e européias demonstram que nada criado pelo homem pode ser comparado à energia que o nosso cérebro emite. Ora, não se discute que somos o que pensamos e mais ainda, que interiorizamos o meio em que vivemos. Isso significa dizer que o comando de nosso cérebro é exclusivamente de verdades nas quais QUEREMOS crer. Kenneth Kushner em seu livro “O Arqueiro Zen e a Arte de Viver” afirma: O treinamento Zen é árduo. De uma maneira ou de outra, pelo esforço ou pelo sofrimento, todo estudante terá que superar obstáculos. Trata-se de uma constante luta contra o Ego - sede de pensamentos e emoções que obscurecem a nossa percepção. É importante nos darmos conta de que nossos pensamentos, uma vez emitidos, criam, geram uma energia de atração e que tudo em nossa volta tende a ser conforme cremos. Desta forma é importante conhecermos as verdades e os porquês de

sermos efetivamente o que pensamos. mo sangue em condições que permiMais forte ainda: o que falamos é tan- tissem uma análise futura. Armazenála a 500 milhas (800 Km) do doador. to pior conforme formos agir. É fundamental sabermos que tudo Em seguida Lipton submeteu a mesretorna, portanto, muima pessoa a um estresto zelo no pensar é o É importante nos se profundo. Quando ela estava emocionalque faz a diferença. darmos conta de mente bastante alteraTudo o que projetamos que nossos pensada, colheu nova amosiremos colher. O Dr. Bruce Lipton, cientista tra de sangue. Fez novo mentos, uma vez hemograma. Certaamericano, comandou emitidos, criam, uma pesquisa nos Estamente que as alterados Unidos buscando geram uma energia ções eram visíveis, para provar que as células, de atração e que pior. Os níveis de colesindependente da dis- tudo em nossa volta terol, glicemia, etc., estavam alterados em tância, de alguma fortende a ser confor- relação ao hemograma ma se comunicam. me cremos. anterior. Queria comprovar a forQuando Lipton foi ça do nosso pensamento. A ação se resumia em colher amos- até a amostra de sangue que estava tra de sangue de uma pessoa e anali- armazenada a 500 milhas de distância, sabem o que aconteceu? Submesar um simples hemograma. Guardar uma amostra deste mes- teu-a um novo exame e ela apresen-

tou-se exatamente igual à última análise feita sob estresse. Ou seja, o sangue da pessoa, armazenado a 500 milhas, tinha se alterado, ficando igual ao da última coleta. De alguma forma, inexplicavelmente, as células se comunicaram, pois o sangue apresentava as mesmas características. Cada vez mais as pessoas e principalmente os cientistas, estão se dando conta de que existe uma força incomensurável em nosso pensamento. Mas é tanta força que não se consegue medir ou avaliar. Não conseguimos, portanto, medir o estrago que fazemos com nossa vida quando afirmamos: “Eu não consigo”... Miguel Galli Terapeuta Quântico/Holistico miguelgalli@ig.com.br (Fonte : http:// webnota10.blogspot.com)


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CINEMA/HQ

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Questão de sobrevivência

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s fatos recentes que nos envolveram a todos neste país, (e no resto do mundo), algumas experiências pessoais e as expectativas de futuro que aglutinarão todos nós nos próximos meses viraram um mote para os filmes que hora lhes indico. Então... vejamos: Analistas com salário bem pago e lauta exposição na mídia, (que juram entender do riscado), jogam a toda a culpa do nosso pífio resultado nesta

copa sobre o técnico Felipão. Como palmeirense concordo. Mas como cidadão e empresário (micro-minini-mí), tenho muitas dúvidas. Quando divido responsabilidades com meus parceiros de trabalho, estou sempre por trás cuidando para que

Aquela “comissão técnica” não daria boa coisa. Ainda mais a mando de governos, egos, interesses corporativos e patrocínios... Ah, “isquici”, a FIFA!

tudo funcione. O que não é uma praxe em nosso DNA. Ocorre que a incompetência alheia nos escorre pelas mãos. Aquela “comissão técnica” não daria boa coisa. Ainda mais a mando de governos, egos, interesses corporativos e patrocínios... Ah, “isquici”, a FIFA!

Longe de mim tratar com simpatia do poder absoluto de um indivíduo, porém, mais uma vez fomos logrados. O chefe, o Boss, o “cara”... o herói tem que ser REALMENTE o sujeito. Questão de sobrevivência. Pessoalmente, não contrataria ninguém dessa turma pra organizar o churrasco de aniversário do meu cachorro. Então, seguindo essa linha, lhes indico esses dois filmes que tratam de

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caráter, sobrevivência e índole pessoal. Quanto às falhas, o tempo da mídia e do “porém” escamoteiam ou apagam, o estrito do necessário, nunca. ATÉ O FIM Comecemos então pela abstração, pelo fictício e pelo fantasioso. Este filme nos conta a epopeia de um homem de meia idade, com condições financeiras além do que possibilita o resto dos mortais, e que decide fazer um longo passeio com seu veleiro. Experiente, sabe dos perigos que o mar oferece, mas os enfrenta. Pois é exatamente neste ponto que o personagem nos toca. Maduro e senhor da situação, com conhecimentos técnicos que poucos de nós, espectadores concebem, ele se vê abaulado pelos humores de Poseidon, o deus dos mares. Como que em um tratado grego sobre a pe-

quenez humana, defrontamos nosso herói moderno com a grandiosidade da natureza. Da forma que ela realmente se apresenta e sempre se apresentará, independente dos deuses. Nada que nosso cartão de crédito, smartphone ou muleta tecnológica possam resolver. Como ritmo de nossas emoções ouvindo o “Estudo patético” de Scriabin. A interpretação de Robert Redford é magnífica. Humana e sincera. Nunca imaginei que meu ídolo de “Butch Cassidy and the Sundance Kid”pudesse ser tão consistente. O tempo é um dos deuses mais lindos. ELENCO: Robert Redford DIREÇÃO: J. C. Chandor 127 HORAS Vamos agora para fatos reais. Nunca gostei de altura. Principalmente depois de ter que perder um bom tempo de minha vida fazendo fisiote-

rapia para tratar de uma bursite, adquirida da queda de uma escadinha doméstica de dois metros e meio. Assim, filmes sobre alpinismo e escaladas não me atraem. Detesto até elevadores panorâmicos! Pra que esses caras tem que fuçar no alto de uma montanha? Então, “127 Horas” me tocou especialmente pela capacidade de sobrevivência do personagem, seu auto-humor e a bela interpretação de James Franco. Aron Ralston, o sujeito que realmente viveu a história contada é um herói da sobrevivência. Primeiro porque tudo o que fez e vivenciou ficou gravado em vídeo, comprovando sua experiência. Segundo, porque, apesar dos pesares, continua pirando em outras aventuras similares. Nas antigas lendas que nos formaram enquanto civilização humana, os verdadeiros heróis matavam dragões, monstros marinhos, trafegavam por

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terras e mares desconhecidos e salvavam belas donzelas antes de chegar a qualquer forma de poder. Ou seja, provavam duramente o seu direito à realeza ou ao estrelato. Já hoje... Basta um leco-leco. ELENCO: James Franco, Amber Tamblyn, Kate Mara DIREÇÃO: Danny Boyle Acho que já me referi a isso em artigo anterior, se não, lá vai: Depois que a cultura Greco-romana e filosofia deixaram de ser ensinadas nas escolas, tivemos que nos submeter à lideres, ídolos e heróis que vão do palavrório sindical à mídia do Big Brother. Passando pelo futebol. Pobres de nós. Jeff Gennaro é ator e diretor da Cia Teatro Salada Vinte (São Paulo/SP.) teatrosaladavinte@terra.com.br


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