Cinema IMS-RJ - Folheto Agosto/2013

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WERNER SCHROETER ENTRE A AVANT-GARDE E O CINEMA DE ARTE INSTITUTO MOREIRA SALLES • CINEMA • AGOSTO DE 2013

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CINQUENTA ANOS DE VIDAS Quinta-feira, 22 de agosto de 1963: Vidas secas de Nelson Pereira dos Santos estreava no Rio de Janeiro, no circuito dos cinemas Metro, recebido com um entusiasmo que se traduz com perfeiçnao no comentário de Otto Lara Rezende: “Saio de Vidas secas com a convicção de que esse filme, sozinho, funda e justifica uma nação. O Brasil está, enfim, descoberto. E o Nordeste passa a ser um problema na consciência universal. É uma obra-prima”.

É verdade, nem todas as reações da imprensa foram igualmente favoráveis: no Correio da Manhã Antônio Moniz Viana (22 de agosto) viu “honestidade sem imaginação, tributo e não transfiguração. A homenagem funciona, o filme existe sem brilho, mais pelo reflexo de um bom romance (...) Nelson Pereira dos Santos estaciona ao nível do artesanato, não ousando ir mais longe”. No O Jornal o veterano Pedro Lima encontrou muitas falhas no filme, “vale como documentário”. E, lembra Helena Salem no livro O sonho possível do cinema brasileiro, “o jornalista Carlos Heitor Cony, em sua coluna Da arte de falar mal, no Correio da Manhã, afirmou que sequer conseguu assistir até o fim (‘não suportei o filme’) ”.

Mas prevaleceu o entusiasmo: na Tribuna da Imprensa Ely Azeredo publica uma série de quatro críticas (25, 27, 28 e 29 de agosto) : “Concentrado e áspero, mas ao mesmo tempo banhado de poesia e aberto à comunhão de todas as sensibilidades. O tempo talvez o consagre como a primeira obra-prima do cinema brasileiro. Não estamos ante uma adaptação comum e, muito menos, ante uma tradução servil do texto literário à linguagem cinematográfica (...) Nas raras ocasiões em que se afasta do conteúdo do texto, Nelson o faz a partir de sugestões que podem ser encontradas nele.” Para assinalar o cinquentenário da primeira exibição de Vidas secas, o cinema do ims, promove uma sessão especial na quinta 22 às 20h00.

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No Jornal do Brasil (26 agosto) José Carlos de Oliveira observa que a câmera, “com toda humildade, se dedica a reconstituir, passo a passo, a existência de cinco pessoas. Tudo é triste e pobre, brasileiramente triste. Nelson Pereira dos Santos mostra o que realmente é: um artista ilustre, um homem digno (...) Quando as luzes se acendem, sobre a desolada última cena, todas as consciências estão intranquilas. Vejam: eles não pedem nada demais. Não querem as nossas fazendas, nem os nossos apartamentos, nem o nosso dinheiro, nem a nossa fé, nem a nossa liberdade. O que eles querem é apenas uma cama de couro, uma sombrinha, um vestido estampado, um par de sapatos, comida e água. O nosso futuro está ameaçado na razão direta da nossa incapacidade de satisfazer essas necessidades mínimas”.


Em outubro, na estreia em Belo Horizonte, Claudio Mello e Souza, no Estado de Minas (20 de outubro), vê no filme de Nelson “mais que o melhor filme nacional: é o fundador de uma linguagem brasileira de cinema. Com Vidas secas passamos ter um verdadeiro, e por isso mesmo novo, cinema nacional”.

Também em outubro, em Porto Alegre, Hiron Cardoso Goidanich, o Goida, saudava o filme em Última Hora (18 de outubro): “a secura das imagens, a pobreza da ação, a monotonia do desenvolvimento argumental nos são apresentados de uma forma nova, uma linguagem de cinema que não conhecera similares ainda no Brasil – quiçá no mundo. O filme nos toma de assalto e dificilmente podemos afastar dele nossa lembrança o resto da vida. O filme é um todo uniforme, onde não está sobrando esta ou aquela cena. Tudo é importante, tudo tem seu lugar certo, tudo funciona para nos atrair à tela ao problema do Nordeste, o texto de Graciliano e a arte visual criada por Nelson Pereira dos Santos”.

Maria Ribeiro : Vidas secas de Nelson Pereira dos Santos

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Logo depois chegava às livrarias Revisão crítica do cinema brasileiro, livro em que Glauber aponta Vidas secas como “o verdadeiro começo da obra de Nelson” e o diretor como “um dos intelectuais mais sérios de sua geração. A mais fértil, madura e corajosa mentalidade do cinema brasileiro. ” Nelson já tinha retornado ao jornalismo, trabalhava como redator no Jornal do Brasil, quando Vidas secas estreou em São Paulo, poucos dias antes de sua exibição no Festival de Cannes. Na Folha de S. Paulo (9 de maio de 1964) Benedito J. Duarte comentava: “Tristão de Ataíde, numa de suas crônicas para este jornal, depois de haver assistido a Vidas secas, de Nelson Pereira dos Santos, confessa que jamais poderia supor algum êxito na transposição do livro de Graciliano Ramos para as imagens do cinema. ‘Como acreditar na versão cinematográfica brasileira desse Machado de Assis do sertão, seco como uma queimada de agosto, com seu intencional estrangulamento emotivo e despojamento paisagístico?’ – indaga Tristão de Ataíde, justificadamente assombrado. E, realmente, essa adaptação tão fiel ao espírito tão austero da obra literária pura, difícil entre todas de qualquer tradução, seja para outro idioma, seja para a linguagem do cinema, constitui a grande surpresa e o enorme mérito desse filme, um dos mais importantes já realizados em toda a nossa atribulada história cinematográfica (...) Há sequências em Vidas secas que se tornarão inesquecíveis como criação cinematográfica, como documento social, como um terrível e pungente depoimento, sobre que, agora, deverão meditar, com seriedade, os homens da política, da administração, da sociedade brasileira”. Maio de 1964: em Cannes, Vidas secas recebe o Prix Cinémas d’Art et d’Essai, do júri da associação francesa de cinemas de arte, o prêmio do júri do Office Catholique Internacional du Cinéma e o Prêmio de Meilleur Film pour la Jeunesse, do júri de estudantes secundários e universitários. Em entrevista para o Caderno B do Jornal do Brasil o escritor Ricardo Ramos, filho de Graciliano, comenta as premiações e destaca a fotografia como o ponto alto do filme: “com os implacáveis contrastes preto-branco, caracterizou muito bem a paisagem agreste nordestina”.

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Maio de 2004, mais uma vez no Festival de Cannes: no debate com os jornalistas depois da projeção de Nossa música / Notre musique, perguntado sobre seus primeiros filmes e sobre a revolução dos novos cinemas da década de 1960, Jean-Luc Godard disse que a maior parte dos filmes daquele período envelheceram, e vistos hoje não mostram mais o vigor de outrora. Raros permanecem novos. Um desses raros, apontou, é Vidas secas.


questões para o cinema contemporâneo

| seminário | ims | núcleo de estudos de cinema

Com o aparecimento das técnicas digitais, a relação entre o cineasta e o mundo com que procura dialogar tem sofrido uma mudança radical. Tal mudança compromete a clássica noção de mise-en-scène e derruba a arquitetura formal da linguagem acadêmica, identificada pelo plano e contra-plano, travellings e tantas outras ferramentas narrativas visuais. Durante décadas essas ferramentas tiveram seu significado, hoje parecem obsoletas frente ao poder das novas mídias e das novas técnicas de produção câmeras portáteis, telefones celulares, possibilidade de edição e distribuição de filmes em laptops ou em tabletes. Paralelamente, novos conceitos na política internacional, como a globalização e o abandono das utopias sociais, o mínimo espaço de movimento das nações frente à agressividade econômica dos grupos que dominam as trocas comerciais, e o sentimento de um planeta à deriva (em parte devido à desistência da questão ecológica), têm tido um impacto de choque sobre a representação do real no cinema, seja nos modos documentário ou ficção.

O cinema vive um momento de ruptura e de inovação de linguagem. Ver, ouvir, conversar com cineastas, pesquisadores, críticos, estudantes e amantes de cinema pode ser uma forma de compreendermos estas mudanças – é o que propõe esse seminário organizado pelo Instituto Moreira Salles e pelo nec – o Núcleo de Estudos de Cinema. Questões para o cinema contemporâneo irá debater esse momento de ruptura em três encontros, com filmes e debates em torno de Cinema e Religião, tema da primeira parte do seminário, de 6 a 9 desse mês, Cinema e Política e Cinema e História, temas das duas reuniões seguintes, em outubro e novembro próximos. As primeiras Questões para o cinema contemporâneo serão propostas em torno dos filmes: Tio Boonme que pode recordar suas vidas passadas, de Apichatpong Weerasethakul, na terça 6, às 18h00. Deus é um fogo, de Geraldo Sarno, na quarta 7, às 18h00. E A palavra, de Carl Theodor Dreyer, na quinta 8, às 18h00. As três mesas de debates, das 14h00 às 17h00, na sala de aula do ims, terão as presenças do crítico de cinema Fábio Andrade e do professor e crítico Remo Mannarino Filho – na quarta 7, às 14h00. Do cineasta Geraldo Sarno, do crítico e professor Miguel Pereira e do cineasta Tito Ameijeiras – na quinta 8, às 14h00. E do cineasta Eduardo Nunes, do crítico de cinema José Carlos Avellar e do crítico e professor Angel Diez – na sexta 9, às 14h00. Serão concedidos certificados de presença e os alunos inscritos receberão um Passaporte com direito a dez outras sessões das mostras promovidas pelo ims.

Terça 6 a sexta 9

Questões para o cinema contemporâneo Seminário organizado pelo Instituto Moreira Salles e pelo Núcleo de estudos de cinema. Três filmes às 18h00 nos dias 6, 7 e 8, e três aulas das 14 às 17h00 nos dias 7,8 e 9. Inscrições na recepção do ims

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WERNER SCHROETER | ENTRE A AVANT-GARDE E O CINEMA DE ARTE

Estudou em Heidelberg, fez três semestres de psicologia em Mannheim e entrou para a Escola Superior de Cinema e Televisão de Munique, abandonando-a depois de três semanas. Queria tornar-se diretor de ópera, mas quando encenou Lohengrin, em 1979, para o teatro de Kassel, já era um conhecido diretor de cinema.

Werner Schroeter, entre a avant-garde e o cinema de arte.

9 a 22 de agosto Organizada

com o apoio do

Instituto Goethe, esta mostra

integra o programa

Alemanha + Brasil 2013 - 2014

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Werner Schroeter (1945-2010) começou a filmar aos 12 anos e tinha pouco mais de 20 quando participou do exprmntl, Festival International du Film Expérimental et Poétique de Cinema da cidade belga Knokke-le-Zoute, com um filme em 8mm, Retrato de Maria Callas. Criado em 1949 pelo historiador e diretor da Cinemateca Belga, Jacques Ledoux, o festival teve cinco edições (1949, 1958, 1963, 1967 e 1974). Os quatro primeiros exprmntl premiaram, entre outros, filmes de Kenneth Anger (Scorpio Rising), Gregory J. Markopoulos (Twice a Man), Michael Snow (Wavelenght), Martin Scorsese (The Big Shave), Stan Brakhage (Anticipation of the Night), Agnès Varda (L’Opera mouffe), Walerian Borowczyk (Dom), Norman McLaren (Hen Hop), Oskar Fischinger (Motion Paiting nº 1), Ed Emshwiller (Thanatopsis) e D.A. Pennebaker (Dont Look Back). Knokke teve grande influência no cinema de Schroeter. Além do contato com o cinema independente e o underground norte-americano, e do encontro com o cinema experimental europeu, em Knokke ele conheceu Holger Mischwitzky, então com 26 anos e que, sob o pseudônimo de Rosa von Praunheim, trabalhava num terreno próximo ao dos filmes exibidos no festival de 1967. Unidos por um gosto comum por uma encenação apoiada no exagero e um certo grau de extravagância, produziram nos anos seguintes cerca de vinte filmes em 8mm. Entre eles: Praunheim fotografou um filme de Schroeter, Faces (1968), e foi assistente de outro, Neurasia (1969); Schroeter foi assistente de dois filmes de Praunheim, Schwester des Revolution (1969) e Samuel Becket (1969); juntos, co-dirigiram Grotesk-Burlesk-Pittoresk (1968).

Nesses primeiros trabakhos feitos em 8mm, Schroeter buscou um cinema perto do melodrama musical, da ópera italiana, da música sacra francesa e alemã e da paixão gritada em canções populares contemporâneas. E principalmente, procurou fazer cinema, iluminado pela figura de Maria Callas. Numa conversa com Michel Foucault, comentou sua paixão – “era a visão erótica de minha infância. É a mulher erótica. Maria Callas era uma paixão total” – e posterior amizade com Callas: “Estranhamente, ela nunca me deu medo. Recordo-me


de uma conversa que tive com ela, em Paris, em 1976. Ela me disse que conhecia apenas pessoas que tinham medo dela. Eu lhe disse: “Como é possível ter medo de você?” Ela era de uma gentileza excepcional. As pessoas tinham tanto medo dela que não ousavam vir vê-la. Vivia uma vida muito solitária. Uma maldade, porque, fora seu gênio, era de uma simpatia e uma

gentileza fabulosas”. Além de uma série de filmes em 8mm sobre Callas, quando ela morreu, em setembro de 1977, escreveu um emocionado necrológio para a revista Der Spiegel. No programa da mostra, os dois filmes que projetaram o nome de Schroeter no cenário do cinema experimental alemão, os primeiros realizados por ele em 16mm, o curta-metragem Argila (1968), em que duas cenas iguais – uma em preto e branco e a outra colorida – aparecem lado a lado na tela separadas por uma ligeira diferença de tempo; e o primeiro longa-metragem, Eika Katappa

Pascal Gregory : Noite de cão / Nuit de chien de Werner Schroeter

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(1969), oito partes, duas horas e meia de projeção, exibido e premiado no Festival de Mannheim em 1969, selecionado no ano seguinte para o programa da Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes. A partir de então, sem espaço nas salas comerciais, Schroeter aproximou-se da televisão.

“ Trabalho para me comunicar, porque na vida são raras as possibilidades de se comunicar. É necessário trabalhar e trabakhar para exprimir-se”.

Das kleine Fernsehspiel / O pequeno teatro da televisão da zdf foi seu principal produtor e espaço de exibição. Num programa noturno dedicado ao cinema experimental foram exibidos os filmes que ele realizou principalmente no exterior – no México, O anjo negro; nos Estados Unidos, Willow Springs; no Líbano, Salomé; nas Filipinas, A estrela risonha; na Itália, Reino de Nápoles; na França, Duas; em Portugal, Noite de cão. Por tudo isso, porque filmava no exterior, porque os filmes passavam na televisão, porque tornou-se mais conhecido no exterior que em seu país, durante a década de 1970 Schroeter esteve meio integrado meio deslocado do cinema alemão. Passou de fato a ser reconhecido somente no final da década de 1970 com duas obras que marcam uma nova radicalização em seu cinema (“é mais radical trabalhar com o conteúdo do que com a estética da imagem”) e foram exibidas em salas de cinema: Reino de Nápoles (1978, inteiramente falado em dialeto napolitano) e Palermo ou Wolfsburg (1979, metade falado em dialeto siciliano, metade em alemão), melhor filme do Festival de Berlim em 1980. Surgiram então as primeiras análises críticas.

Num ensaio de 1980, Dietrich Kuhlbrodt destaca no cinema de Schroeter “a concentração de um elemento emocional disperso na cultura dos últimos séculos”. Ao mesmo tempo, Hans Jansen fala de uma “estética da contradição caótica”; Jörg Peter Feurich, de “uma radical não seriedade, de uma absoluta desobediência às formas de comunicação dominantes” ; e Ekkehard Pluta define Schroeter como o realizador de “uma obra-de-arte-total desnaturada” (Ein denaturiert Gesamkunstwerk). Ulrich Gregor, crítico e historiador, criador do Forum des Junges Kino do Festival de Berlim, o cinema de Schroeter é “carregado de características irônicas de um romantismo tardio, possui um certo espírito da decadência que o aproxima de Luchino Visconti”. Para Wim Wenders, ele fazia “filmes fantásticos sobre pessoas artificiais”. E Fassbinder, num texto sobre O reino de Nápoles (incluído depois na coletânea Die anarchie der Phantasie / A anarquia da fantasia), estabeleceu um paralelo com a literatura para situá-lo na história do cinema: “ele ocupa um lugar entre Novalis, Lautréamont e Louis-Ferdinand Céline”.

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Schroeter procurou construir sua identidade no espaço cultural latino, a voz e a pessoa de Maria Callas encarnavam esse desejo. Significativo, observa o crítico


Wolfram Schütte, que Eika Katappa, seu primeiro longa-metragem, comece em Heidelberg, na Alemanha, com uma referência à saga dos Nibelungos, e termine sob o céu azul de Capri”. Significativo ainda que o seu reconhecimento como realizador tenha ocorrido primeiro fora de seu país natal, numa observação de Michel Foucault sobre A morte de Maria Malibran: “O que Schroeter faz com um rosto, com a maçã do rosto, os lábios, a expressão dos olhos, é um multiplicar e um florescer do corpo, uma exultação. Não é um filme sobre o amor, mas um filme sobre a paixão”.

Nenhum outro comentário poderia deixa-lo mais feliz: “O conflito do amor e da paixão é o assunto de todas as minhas obras. Ingrid Caven, me disse certa vez que o amor é um sentimento egoísta, pois não leva em consideração o outro. Podemos amar sem ser amado, num estado de solidão. Quer dizer, a paixão contém em si mesmo uma grande força comunicativa. No amor estamos isolados”.

Paixão, não o amor: “Desde a infância, sei que devo trabalhar, mas não porque me disseram que devíamos trabalhar – eu era muito anárquico e inquieto para acreditar nisso. Devo trabalhar para me comunicar, porque na vida são raras as possibilidades de se comunicar. É necessário trabalhar para exprimir-se. Na verdade, trabalhar é criar. Conheci uma prostituta muito criativa que teve com a sua clientela, um comportamento social criativo e artístico. Este é meu sonho. Enquanto não atinjo estados de paixão, trabalho”.

Para trabalhar a paixão, compôs uma família, filmou quase sempre com a mesma equipe e os mesmos intérpretes, filmou essa convivência. Willow Springs, por exemplo:

“A ideia principal era a de uma obsessão de dependência entre quatro personagens que não conhecem as razões exatas desta dependência. Por exemplo, Ila von Hasperg, que desempenha o papel de empregada doméstica, não sabe por que ela é vítima da relação de dependência com Magdalena. Vejo isso como uma obsessão. É um reflexo da situação que vivíamos, eu e estas três mulheres, pois eu trabalhava há vários anos com elas, Magdalena Montezuma, Ila von Haspeberg e Christine Kaufmann. De maneira poética, Ila punha sempre a sua feiura em relevo, Christine era glacialmente bonita e muito amigável, e a terceira, Magdalena, muito depressiva e muito dominadora. O filme foi motivado por Christine Kaufmann. Um dia, Tony Curtis, seu ex-marido, veio recuperar a guarda dos filhos que viviam com ela há cinco anos. Não tínhamos dinheiro para enfrentar este pai irresponsável. Tinha proposto um filme

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de baixo orçamento para a televisão alemã que se chamava A morte Marilyn Monroe. Parti com Christine, Magdalena e Ila para a América, porque queria tentar, com Christine, recuperar as duas crianças. Era a primeira vez que ia a Los Angeles. A ideia de Willow Springs surgiu durante os contatos com os advogados e com a descoberta da região”.

“Realizados entre o gosto pelo excesso operístico e o artifício, os filmes de Werner Schroeter”, observa Ulrike Sieglohr no ensaio Extase divino (1994), “desafiam todo intento de categorização. São, para alguns, irritantemente obscuros e para outros, arrebatadoramente poéticos. Seu cinema ocupa um espaço entre a avant-garde e o cinema de arte, nem o suficientemente narrativos nem o suficientemente abstratos. Ópera, melodrama teatral, pop music, música de cabaré, moderno teatro de dança, alegorias e fábulas derivadas de um impulso romântico, tudo se mistura na busca – centrada num estrangeiro, num marginal louco – da paixão amorosa e da criatividade artística”. Ópera, e pop music, melodrama e o moderno teatro de dança, alegorias e fábulas: no cinema de Werner Schroeter tudo se mistura em busca da criatividade artística

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Nos primeiros anos, filmes curtos e longos feitos em 8mm : Zwei Katzen (1967); Maria Callas canta recitativo 1957 e ária Elvira de Ernani 1944 de Giuseppe Verdi (1968); Mona Lisa (1968); Retrato de Maria Callas (1968); Callas Walking Lucia (1968); La morte d’Isotta (1968); Übungen mit Darstellern (1968); Paula - je reviens (1968); Grottek-Burlesk-Pittoresk (1968, co-direção de Rosa von Praunheim); Faces (1968); Himmel hoch (1968). Em seguida, 14 filmes de 16mm, a maior parte deles produzidos pela televisão ZDF: Agressionen (1968); Neurasia (1968); Argila (1968); Eika Katappa (1969); Nicaragua (1969); Piloto de bombardeio (Bomber Pilot, 1970); Angila (1970); Salomé (1971); Macbeth (1971); Funkaustellung (1971); A morte de Maria Malibran (Der Tod der Maria Malibran, 1971); Willow Springs (1972); O anjo negro (Der schwarze Engel, 1973); e Os flocos de ouro (Flocons d’Or, 1975).

E, finalmente, 15 títulos, entre filmes de ficção e documentários, realizados em 35mm para exibição em salas comerciais: Regno di Napoli (1978); Palermo ou Wolfsburg (Palermo oder Wolfsburg, 1979); Weisse Reise (1980); Ensaio geral (Generalprobe, 1980); Concílio de amor (Liebeskonzil, 1981); Dia dos idiotas (Tag der Idioten, 1982); A estrela risonha (Der lachende Stern, 1983); Sobre a Argentina (Zum Beispiel Argentina, 1985); Em busca do sol (Auf der Suche nach der Sonne, 1986); Der Rosenkönig (1986); Malina (1990); Poussières d‘amour, Abfallprodukte der Liebe (1996); Die Köningin: Marianne Hoppe (2000); Duas (Deux, 2002) e Noite de cão (Nuit de chien, 2008).


DANIEL BLAUFUKS | TRABALHO DE MEMÓRIA | MARK DURDEN

“Uma vez conheci um homem muito viajado que guardava todos os papéis que lhe chegavam às mãos. Cartas, livros, mas também faturas, vouchers, fotografias, bilhetes de cinema e de museu, recortes de jornal e declarações de impostos. Arquivava tudo em dossiês e caixas ano após ano. Este constituía um diário escrupuloso da sua vida, do que fazia, do que gastava, o que comia e donde, mas não incluía nenhuma nota pessoal, nenhum registro dos seus pensamentos ou sentimentos”.

Este apontamento de Daniel Blaufuks pode parecer uma descrição de Álbum, 2008, um livro que reúne uma coleção de fragmentos, tanto de viagens como de viajar: bilhetes usados – para o Taj Mahal, para Madame Butterfly, para Joan Baez – notas manuscritas, letras de canções pop escritas à máquina, frentes e versos de fotografias, um trevo de quatro folhas, embalagens de fotografias, negativos a cores, frentes e versos de envelopes, recibos, postais etc. Tal como

Sob céu estranhos / Under Strange Skies de Daniel Blaufuks

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a maior parte do trabalho de Blaufuks, o livro fala de limites, de quanto pode ser dito sobre a experiência através de pormenores e vestígios, que resíduos de uma vida poderão perdurar. É disto que se faz um arquivo. Apenas o sistema de ordenação e catalogação associados ao arquivo é disposto contra o sinuoso deambular associativo que os fragmentos põem em movimento. O arquivo é sobre a administração das coisas e das vidas, é sobre uma fidelidade aos fatos, um positivismo que é desafiado pelo trabalho poético e evocativo de Blaufuks.

No seu belo e comovente filme Sob céus estranhos – Under Strange Skies 2002 – Blaufuks aborda a experiência de refugiados dos seus avós, judeus alemães que fugiram da Alemanha Nazi para se instalarem em Lisboa em 1936. Blaufuks cresceu no quinto andar do mesmo edifício onde viviam os seus avós e no filme evoca vestígios das suas experiências através de testemunhos, histórias, filmes, fotografias, documentos, vistos e cartas pessoais. É uma resposta emotiva a material afetivo, uma história sobre deslocação, perda, medo, amor, exílio forçado e o desejo de encontrar um sentimento de pertença.

Em Álbum, pormenores dos vistos de entrada e saída num passaporte e o bilhete de identidade de refugiado ligam as características deste livro à experiência do exílio. Em muitos sentidos, Álbum é sobre o viajar, sobre o não ter lugar, sobre o movimento das cartas e das lembranças de viagens: um cinzeiro de Jerusalém, a coleção de slides estilo souvenir dos lugares sagrados, o verso de uma carta com o endereço que nos diz de onde foi enviada - Tânger, Marrocos, e temos inclusive um postal em 3d das Twin Towers, que agora toca num ponto sensível e bastante desagradável. Não existe fotografia propriamente dita em Álbum, as fotografias surgem como imagens e tudo é apresentado sob a forma de reproduções fotográficas, como objetos materiais planos que foram dispostos e copiados a cores contra o branco das páginas. Álbum descreve uma vida através de pormenores. Mas a vida de quem? Que o destinatário de muitas das cartas e notas seja Daniel Blaufuks, pode levar-nos a pensar que todas estas coisas têm a ver com o autor, constituindo uma espécie de autorretrato, mas tal como o homem muito viajado do excerto inicial, não há registros dos seus pensamentos ou sentimentos. A subjetividade é mantida sob controle.

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O livro é no entanto sobre uma relação afetiva com as coisas - este material é valioso e estimado. O pequeno bilhete amarrotado é uma recordação de uma experiência que está para além da descrição. Cada artefato é um pequeno lembrete ou deixa para outra coisa, algo mais importante. O uso e a textura do


uso são aqui importantes, as coisas retratadas nunca estão por usar, nunca são novas em folha. A muito do material é dado um certo aspecto histórico, até a memória do computador na última página do livro recebe uma pátina estranha e bastante antiquada. A relação da memória com a fotografia e com o filme é fundamental em muitas das obras de Blaufuks. Uma das páginas de Álbum mostra uma embalagem de películas que diz Memories fade, your pictures shouldn‘t e no seu livro de textos, The Archive, Blaufuks inclui uma citação de John Berger que diz “Todas as fotografias existem para nos recordarem o que esquecemos.” Perante Álbum somos convidados a recordar. Tal como as coisas copiadas e preservadas podem estar ligadas à vida do artista, o que significam para nós é fundamental, elas constituem estímulos para as nossas memórias e associações. Cabe-nos a nós fazer o trabalho de recordar.

Por oposição, o trabalho em vídeo Now Remember, 2008 convida os seus participantes a falarem sozinhos para uma câmara estática durante 15 minutos com a indicação de que devem falar do que se lembram. São eles que fazem o trabalho de recordar. Num certo sentido os vídeos lidam com o gênero do retrato. Isto é emocional e levemente voyeurista para o espectador, um encontro com estranhos através da forma íntima e tecnológica do iPod que é usado para a sua exibição. Now Remember inspira-se em Screen Tests de Andy Warhol onde os participantes foram deixados sozinhos em frente a uma câmara. Os Screen Tests são mudos, ligeiramente desacelerados e em preto e branco. Os vídeos de Blaufuks são comparativamente toscos e rudimentares, as técnicas de produção são primárias e grosseiras, não há recurso ao erotismo do rosto, o que é uma característica determinante dos filmes de Warhol. E ao inverso dos protagonistas de Warhol, a quem é dito para apenas permanecerem sentados em frente à câmara, aos protagonistas de Blaufuks é dado algo para fazer. Têm uma tarefa. As suas revelações sobre o que constitui uma vida estão ligadas à propensão arquivista desta obra onde existem tantos pormenores. Imersos nas recordações de outras pessoas, deveríamos começar a questionar se o vídeo é sobre a empatia ou a diferença. A premissa humanista do que nos é comum e do que nos une a todos começa a esclarecer-se neste trabalho. Estes vídeos não chegam a ser confessionais, apesar de parecerem sê-lo quando uma mulher conta à câmara (e a nós) um aborto que fez. Os vídeos, em muitos sentidos, são sobre que acontecimentos são importantes – lugares visitados, acontecimentos da infân-

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cia, família, amigos, os prazeres e também as mágoas da experiência. Blaufuks não sabia o que poderia ser desenterrado neste processo. Podemos assumir que esta obra é sobre ser humano, sobre o que podemos ter em comum. Mas há algo acerca dos pormenores, acerca da acumulação de informação que temos que começa a constituir um documento de um gênero completamente diferente, por muito que possamos rever-nos em algumas das recordações, outras são mais impressionantes e cruas – “lembro-me da gota isolada de sangue no sofá no dia que o meu amigo Ray se disparou na cabeça”. Cumulativamente, os pormenores descrevem outra coisa, a estranheza destas vidas de outras pessoas. O que é recordado aqui está relacionado com a sucessão de pormenores preservados em Álbum, vestígios de memória que simplesmente se acumulam, uns após os outros, mas que não seguem uma narrativa ou estrutura clara. Tanto Now Remember como Álbum são sobre a textura das vidas vistas através dos pormenores.

Sob céus estranhos, Um pouco mais pequeno do que o Indiana e Éden, três filmes de Daniel Blaufuks, serão exibidos na mostra Trabalho de memória, de quarta 21 a sexta 23 .

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Sábado 24, às 17h00, debate com Daniel Blaufuks

No seu vídeo Perfect Day, Blaufuks lida não com os pormenores mas sim com o estereótipo e o genérico, a uniformidade geral das formas de representação massificada, os clichês xaroposos de uma sucessão de ensolarados postais ilustrados de montanhas, lagos, hotéis e cidades. A repetição desta imagética ideal e perfeita faz sobressair o seu artifício e a sua falsidade. A famosa canção de Lou Reed, Perfect Day, é montada em contínuo para proporcionar uma banda sonora elegíaca e lúgubre ao vídeo. O projeto foi concebido e exibido em Nova Iorque depois do 11 de setembro, o que de acordo com testemunhas foi um dia mesmo perfeito. É em termos do ideal e do trauma que Blaufuks realizou uma obra que se debruça sobre o Holocausto. No filme Terezin, Blaufuks pinta de vermelho e desacelera fragmentos de filmagens que os Nazis fizeram no gueto de Theresienstadt, hoje chamado Terezin. Trata-se de um filme de propaganda, que disfarça a horrenda realidade do campo de concentração, feito durante uma visita da comissão da Cruz Vermelha quando o campo tinha sido submetido a um programa de limpeza. Blaufuks está fascinado com a falsidade deste filme. A transformação que faz dos fragmentos inspira-se numa história de W.G.Sebald, Austerlitz, onde a personagem principal referida no título, conta ao narrador a sua obsessão com este filme, desacelerando-o para tentar ver se consegue encontrar uma imagem da sua mãe, que ele acredita ter morrido nesse campo. Depois do documento ter sido alongado até ter quatro vezes a duração inicial, revelou pessoas e objetos que antes estavam escondidos e


criou um filme completamente diferente, mais perto dos horrores dos campos que o Reich encobria – um mundo lúgubre, grotesco, e de pesadelo, no qual “os homens e as mulheres empregados nas oficinas pareciam estar agora como se estivessem num sonho, de tanto tempo levarem a fazer deslizar a linha e a agulha enquanto cosiam, de tão pesadas serem as suas pálpebras e de tão lentamente se moverem os seus lábios enquanto olhavam penosamente para cima em direção à câmara.” A ligação com Sebald vem do fascínio de Blaufuks com uma fotografia perturbante em Austerlitz, uma das muitas fotografias dispersas pela narrativa, que dão um certo peso factual e histórico à ficção. A fotografia mostra uma sala cheia de prateleiras até ao teto onde se guardavam as pastas de arquivo dos prisioneiros do campo de concentração de Theresienstadt. Blaufuks foi a Terezin e tirou a sua própria fotografia da sala que está fechada por uma porta de vidro e que hoje em dia faz parte do pequeno museu onde antes era a prisão. Blaufuks conta-nos como inicialmente viu a fotografia no livro de Sebald “como uma metáfora para o seu próprio trabalho”. Enquanto fotografia de um arquivo podemos ver a relação que tem com a sua própria arte, a sua própria obsessão com o material de arquivo, os fragmentos e vestígios de vidas, com a sua própria família e com as pessoas, jovens e idosas, que ele grava para Now Remember.

Também relaciona o arquivo com a “Solução Final” Nazi. E é em relação ao Holocausto que começamos a compreender verdadeiramente a importância e a relevância da memória na arte característica, comovedora e inquietante de Blaufuks. Mark Durden é professor de fotografia na Newport School of Art, Media and Design, da University of Wales, no Reino Unido. Publicou mais de cem críticas e artigos de arte contemporânea e fotografia. O seu livro mais recente, em co-autoria com David Campbell, Variable Capital, considera a relação entre a arte e a cultura de consumo e foi publicado pela Liverpool University Press em 2007.

“Qual é a cidade que poderia competir com a sua própria imagem tão distorcida, tão ampliada e tão desfocada? Esta. Porque raramente desaponta o visitante embevecido e que, no entanto, já chega com uma imagem preconcebida a partir dos inúmeros relatos, das reportagens e de eventuais livros”. A observação de Daniel Blaufuks sobre o Rio de Janeiro está em Hoje é sempre ontem, texto de abertura do livro de fotografias Rio, nas livrarias a partir deste mês, em lançamento da Tinta da China. No programa de agosto do ims, Blaufuks apresenta três filmes – Sob céus estranhos, Um pouco mais pequeno do que o Indiana e Éden – e participa de uma mesa de debates do sábado 24, às 17h00.

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OS FILMES DE AGOSTO QUINTA 1 14h00 : Os amantes passageiros (Los amantes pasajeros) de Pedro Almodovar (Espanha, 2013. 89’) “Uma comédia maluca”, diz o diretor, “um reflexo do momento atual”. Um avião circula sem rumo no céu, com seu trem de pouso danificado, aguardando o sinal para uma aterrissagem de emergência. “metáfora de uma Espanha que não sabe para onde vai, não sabe onde aterrissar, nem quem está no comando”.

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16h00 : Vestido de Laerte de Claudia Priscilla e Pedro Marques (Brasil, 2012. 13’) O dia em que Laerte foi impedido de usar o banheiro feminino em um restaurante. “Começamos com entrevistas, como num documentário tradicional”, contam os diretores, “depois, usamos só fragmentos destas falas”.

Assaltaram a gramática de Ana Maria Magalhães (Brasil, 1984. 13’) Por meio de poemas e textos expressivos, um perfil dos poetas Francisco Alvim, Paulo Leminski, Waly Salomão e Chacal, e uma homenagem a Ana Cristina César. A música Assaltaram a gramática, de Lulu Santos e Waly Salomão, foi gravada especialmente para o filme.

Olhe pra mim de novo de Kiko Goifmann e Claudia Priscilla (Brasil, 2011. 77‘) Sillvyo nasceu mulher e aguarda a possibilidade de uma operação para se transformar em homem. Casado, sonha ter um filho com a mulher através de inseminação artificial e com a possibilidade de juntarem os seus óvulos, dele e da esposa, transmitindo características genéticas de ambos.

Gregório de Mattos de Ana Carolina Teixeira Soares (Brasil, 2003. 70’) “A verdade verdadeira é que se nos dedicássemos realmente a ler as poesias de Gergório de Mattos – diz a diretora – o conheceríamos melhor do que muita gente que convive diariamente conosco. Tudo isso só para dizer que Gregório de Mattos é uma ficção ele mesmo”.

18h00 : Katia de Karla Holanda (Brasil, 2012, 74’) “Nascida em Colônia do Piauí (8 mil habitantes), Kátia Tapety tornou-se a primeira travesti eleita para um cargo político no Brasil”. O sobrenome chamou a atenção da diretora. “Tapety é uma família tradicionalmente ligada à política do estado. O que me impactou foi o fato dessa história de ruptura com os modelos convencionais vir de um dos estados mais pobres do país”.

16h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’) Nenhum dos costumeiros efeitos especiais dos filmes em terceira dimensão (a rigor, talvez exista um: uma cortina translúcida, fina, absolutamente transparente, num certo instante passa tão perto que parece tocar nossos olhos). A terceira dimensão está lá, mas quase invisível, para revelar melhor a magia do palco: enquanto A sagração da primavera está na tela, vemos Pina e ouvimos Stravinski. A câmera permanece quieta, discreta diante dessas pessoas que, de acordo com Wenders, “se movem de maneira diferente e nos ensinam a dar valor aos movimentos, gestos, atitudes, comportamentos, em suma à linguagem do corpo” .

20h00 : Os amantes passageiros (Los amantes pasajeros) de Pedro Almodovar (Espanha, 2013. 89’)

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SEXTA 2 14h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Em paralelo à exposição Poesia marginal - Palavra e livro, seis programas com o título inspirado num verso de Manoel de Barros – minhocas arejam a terra; poetas a linguagem. Filmes sobre poesia, feitos com a preocupação de arejar a linguagem do cinema sob influência direta dos poetas escolhidos como personagens.

Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em www.ims.com.br ou pelo telefone 3206 2500

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18h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Batuque dos astros de Julio Bressane (Brasil, 2013. 74’) Um passeio pela Lisboa habitada pelo espírito de Fernando Pessoa. 20h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’)


TERÇA 6 14h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Pan-cinema permanente de Carlos Nader (Brasil, 2008. 83’) 16h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’)

Abertura do seminário Questões para o cinema contemporâneo : Tio Boonme, que pode recordar suas vidas passadas

SÁBADO 3 14h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Caramujo flor de Joel Pizzini (Brasil, 1989. 20’) Através de uma colagem de fragmentos visuais e sonoros, uma imersão na poesia múltipla de Manoel de Barros. O canto e a fúria de Zelito Viana (Brasil, 1994. 55’) Ferreira Gullar fala de seu engajamento político e lê alguns de seus trabalhos favoritos. 16h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’) 18h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Batuque dos astros de Julio Bressane (Brasil, 2013. 74’) 20h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’) DOMINGO 4 14h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Pan-cinema permanente de Carlos Nader (Brasil, 2008. 83’) Um retrato sem retoques do poeta Waly Salomão.

18h00 : seminário questões para o cinema contemporâneo Tio Boonmee, que pode recordar suas vidas passadas (Loong Boonmee raleuk chat) de Apichatpong Weerasethakul (Tailândia, 2010. 114’) Entre os cineastas contemporâneos, Apichatpong talvez seja quem mais se aproxime com justeza da exposição das conexões de hoje entre o mundo material e o território do imaterial, entre a globalização e a tradição. Em seu cinema as perspectivas espirituais têm uma âncora na realidade social, a fé se apresenta como um instrumento para dialogar com o passado e lutar contra as forças que tentam apagar a identidade de um país. 20h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’) QUARTA 7 14h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Assaltaram a gramática de Ana Maria Magalhães (Brasil, 1984. 13’) Gregório de Mattos de Ana Carolina Teixeira Soares (Brasil, 2003. 70’) 16h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’)

18h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Ex-isto de Cao Guimarães (Brasil, 2010. 86’) Livre interpretação de Catatau, de Paulo Leminski.

18h00 : seminário questões para o cinema contemporâneo Deus é um fogo de Geraldo Sarno (Brasil, 1985. 80’) A visão da religiosidade social que Sarno imprime em seus filmes vai da denúncia ao êxtase, da desconfiança à celebração dos ritos ancestrais, do registro cru da ocupação dos espaços públicos pelas “novas igrejas mercado” ao espasmo na escuta do último grito renovador que foi a Teologia da Libertação.

20h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’)

20h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’)

16h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’)

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SEXTA 9 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Argila (Argila) de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’) Um dos primeiros trabalhos do diretor filmado em 16mm, após uma longa série de filmes em 8mm. Na imagem, duas vezes a mesma cena, numa das metades em preto e branco na outra em cores. Um homem e três mulheres, duas interagem diretamente com ele, a terceira comenta os acontecimentos. A metade em preto e branco é muda, a metade colorida é sonorizada. A metade em preto e branco começa um minuto mais cedo, com esse adiantamento, a cor e o som tornam-se uma lembrança complementar das imagens já vistas. Entrada franca

Michel Blanc: Duas / Deux de Werner Schroeter

QUINTA 8 14h00 : minhocas arejam a terra; poetas, a linguagem Caramujo flor de Joel Pizzini (Brasil, 1989. 20’) Uma imersão na poesia múltipla de Manoel de Barros. O canto e a fúria de Zelito Viana (Brasil, 1994. 55’) Ferreira Gullar lê alguns de seus trabalhos favoritos. 16h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’) 18h00 : seminário questões para o cinema contemporâneo A palavra (Ordet) de Carl Theodor Dreyer (Dinamarca, 1955. 126’) O filme se passa na Europa luterana, onde a palavra de Deus modula a linguagem dos homens. Dreyer desenha uma paisagem circular, um espaço único na história do cinema: a pulsão que surge dentro do quadro e que abole qualquer referência externa, um território onde a realidade existe só na intimidade do filme. Para Dreyer o cinema é uma questão de fé. E a fé está presente não só como a temática que move os personagens, mas também num cinema que narra através da crença do poder das imagens. Vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza de 1955,

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20h00 : exibição em 3d Pina (Pina) de Wim Wenders (Alemanha, 2011. 103’)

15h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Eika Katappa (Eika Katappa) de Werner Schroeter (Alemanha, Itália, 1969. 144’) Primeiro longa-metragem do diretor realizado em 16mm. Colagem experimental, o filme monta imagens e sons sem sincronismo, sem vínculo direto e explícito: lendas antigas, ópera, cinema, teatro, Beethoven, Maria Callas, Verdi e Caterina Valente. Premiado no Festival de Mannheim em 1969, foi exibido em 1970, na Quinzaine de Realisateurs do Festival de Cannes. 18h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Willow Springs (Willow Springs) de Werner Schroeter (Alemanha, 1972. 78’) Três mulheres levam uma vida recatada no deserto californiano e sentem-se ameaçadas pela chegada de um homem estranho. 20h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte A estrela risonha (Der lachende Stern) de Werner Schroeter (Alemanha, 1983. 110’) Em visita ao festival internacional de cinema de Manila, impressionado com as enormes diferenças entre pobres e ricos nas Filipinas, cSchroeter omeça a filmar em segredo o que se encontra “por trás da máscara da ditadura de Marcos” e a pesquisar a herança colonial em imagens de arquivo.

> Na sexta 9, terça 13, quarta 14,

quinta 15 e terça 20, as sessões das 14h00 têm entrada franca.


SÁBADO 10 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Concílio de amor (Liebeskonzil) de Werner Schroeter (Alemanha, 1982. 92’) Para acabar com a depravação na época da renascença, Deus convoca um concílio no céu . Pede conselhos a Maria, a Jesus e ao Diabo para decidir como castigar as pessoas e, ao mesmo tempo, resgatar suas almas para continuar a ter súditos no paraíso. Finalmente o Diabo é incumbido de impor o castigo: gera uma filha com Salomé para que ela vá à corte imoral do Papa Alexandre VI contagiar as pessoas com sífilis. 16h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Dia dos idiotas (Tag der Idioten) de Werner Schroeter (Alemanha, 1981. 110’) O que se passa na cabeça da bela Carol Schneider? Ela não se encaixa na vida normal. Tenta escapar com todos os recursos: grita, chora, xinga e implora pela atenção de seu apático amante Alexander. “Matem-me!” ela grite para o nada. Internada num manicômio, ela quer ficar ali para sempre, isolada. Um dia recebe alta, os muros do manicômio desabam, e Carol é atropelada por um carro. 18h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte A morte de Maria Malibran (Der Tod der Maria Malibran) de Werner Schroeter (Alemanha, Áustria e Itália, 1971. 104’) A meio-soprano Maria Malibran, cuja voz e beleza conquistou os corações de Rossini e Bellini, faleceu em 1836 com 26 anos numa queda do cavalo. O filme não pretende ser biográfico, esclarece o diretor. “Surgiu de três leituras, um livro espanhol sobre Maria Malibran, um texto sobre a morte de Janis Joplin e outro sobre a de Jimi Hendrix que eram pessoas que eu admirava imensamente”. 20h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Ensaio geral (Generalprobe) de Werner Schroeter (Alemanha, 1980. 90’) Durante o festival de teatro internacional de Nancy (1980), o cineasta documenta as participações de artistas famosos – entre eles, Pina Bausch, Reinhold Hoffman e Kazuo Ohno. Uma visão pessoal do processo criativo no teatro, e ao mesmo tempo uma meditação sobre o amor, a falta de amor e sobre saudade e pátria.

DOMINGO 11 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Duas (Deux) de Werner Schroeter (Alemanha, França e Portugal, 2002. 121’) As irmãs gêmeas Magdalena e Maria, as duas personagens interpretadas por Isabelle Huppert, são dadas em adoção e criadas separadamente; uma não sabe da existência da outra. Em forma de colagem, o filme entrelaça cenas da vida das duas mulheres e da mãe delas, criando imagens de paixões e pensamentos secretos. 16h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Sobre a Argentina (De l’Argentine / Zum Beispiel Argentinien) de Werner Schroeter (Alemanha, França, 1986. 94’) Documentário sobre a repressão e tortura da ditadura militar argentina. Schroeter compara as informações oficiais publicadas pelo regime militar com os depoimentos de vítimas, dissidentes e familiares dos desaparecidos. 17h40 : entre a avant-garde e o cinema de arte Piloto de bombardeiro (Der Bomberpilot ) de Werner Schroeter (Alemanha, 1970. 65’) Primeiro trabalho do diretor para a televisão alemã. A carreira de três mulheres, cantoras e dançarinas, no período entre o nazismo e o milagre econômico alemão das décadas de 1950 e 1960. 19h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Palermo ou Wolfsburg (Palermo oder Wolfsburg) de Werner Schroeter (Alemanha, Suíça, 1979. 175’) Para apoiar financeiramente sua família, Nicola, um jovem siciliano de 17 anos, muda-se para a Alemanha, para trabalhar na fábrica da Volkswagen em Wolfsburg. Lá encontra amigos italianos, que tentam alertá-lo sobre a crueldade da sociedade capitalista. Todavia, Nicola se considera um homem de sorte: tem um emprego, um lugar para morar e uma namorada alemã, Brigitte, e o amor o leva a esquecer as pequenas humilhações impostas por seus superiores. Um dia, Brigitte rompe o namoro e, na tentativa de salvar a sua honra, Nicola se torna um assassino. Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1979.

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TERÇA 13 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Ensaio geral (Generalprobe) de Werner Schroeter (Alemanha, 1980. 90’) Entrada franca

QUARTA 14 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Piloto de bombardeiro (Der Bomberpilot ) de Werner Schroeter (Alemanha, 1970. 65’) Entrada franca

16h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Noite de cão (Nuit de chien / Diese Nacht) Direção e roteiro de Werner Schroeter (Alemanha, França, Portugal, 2008. 120’) Baseado no livro de Juan Carlos Onetti. Uma ditadura, em algum lugar na América Latina. Ossorio, líder da resistência, chega à noite a Santa Maria, uma cidade ocupada, em busca de antigos companheiros e de sua amante. Desce do trem, encontra um grupo de soldados exaustos e rapidamente percebe que a situação mudou: uma milícia brutal aterroriza a população e mesmo antigos idealistas só tentam salvar a própria vida.

15h30 : entre a avant-garde e o cinema de arte Os flocos de ouro (Les Flocons d’or / Goldflocken) de Werner Schroeter (Alemanha, França, 1975. 163’) Uma Cuba de ficção e paisagens reais da França, da região do Ruhr e da Baviera. A atriz Bulle Ogier, ao comentar o filme mais tarde, disse: “as sequências em preto e branco são a coisa mais bela que já fiz no cinema. Werner conseguiu captar minha fragilidade, uma transparência delicada dentro de mim”.

18h15 : entre a avant-garde e o cinema de arte O anjo negro (Der schwarze Engel) de Werner Schroeter (Alemanha, 1974. 71’) Imagens documentárias da cidade de México conduzem o espectador à viagem mística de duas turistas, uma alemã e uma americana, que buscam o sentido de vida e realização pessoal nas ruínas dos deuses Incas. O diretor descreve seu filme como uma “piada nostálgica, uma farsa barata, um romantismo de gosto duvidoso e colonialista”. 20h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte A morte de Maria Malibran (Der Tod der Maria Malibran) de Werner Schroeter (Alemanha, Áustria e Itália, 1971. 104’)

19h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Argila (Argila) de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’) Entrada franca 20h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte A estrela risonha (Der lachende Stern) de Werner Schroeter (Alemanha, 1983. 110’)

QUINTA 15 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte À procura do sol (Auf der Suche nach der Sonne ) de Werner Schroeter (Alemanha, 1986. 60’) Uma documentário sobre Ariane Mnouchkine, a fundadora do lendário teatro de vanguarda Théâtre du Soleil. Schroeter compartilha com Mnouchkine a preferência por colagens e pastiche, improvisação, tragédia grega, commedia dell’arte, ópera e tradições da dança e teatro asiáticos. O documentário segue o processo de montagem da peça 1789 e a realização do filme Molière. Entrada franca 15h30 : entre a avant-garde e o cinema de arte Palermo ou Wolfsburg (Palermo oder Wolfsburg) de Werner Schroeter (Alemanha, Suíça, 1979. 175’) 19h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Argila (Argila) de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’) Entrada franca

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Sob céus estranhos / Under Strange Skies de Daniel Blaufuks

20h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Duas (Deux) de Werner Schroeter (Alemanha, França e Portugal, 2002. 121’)


SEXTA 16 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) Brasil da década de 1950 – a Bossa Nova explodia e Brasília começava a ser construída. A história de amor entre Elizabeth Bishop (interpretada por Miranda Otto), poeta americana, vencedora do prêmio Pulitzer em 1956, e Lota Macedo de Soares (interpretada por Glória Pires), supervisora da construção do Parque do Flamengo. 16h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 18h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 20h00 : entre a avant-garde e o cinema de artee Noite de cão (Nuit de chien / Diese Nacht) de Werner Schroeter (Alemanha, França, 2008. 120’) SÁBADO 17 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 16h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 18h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 20h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte A morte de Maria Malibran (Der Tod der Maria Malibran) de Werner Schroeter (Alemanha, Áustria e Itália, 1971. 104’) DOMINGO 18 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 16h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 18h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 20h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Sobre a Argentina (De l’Argentine / Zum Beispiel Argentinien) de Werner Schroeter (Alemanha, França, 1986. 94’)

TERÇA 20 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Argila (Argila) de Werner Schroeter (Alemanha, 1968. 41’) Entrada franca 15h30 : entre a avant-garde e o cinema de arte Os flocos de ouro (Les Flocons d’or / Goldflocken) de Werner Schroeter (Alemanha, França, 1975. 163’) 18h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 20h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) QUARTA 21 14h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Concílio de amor (Liebeskonzil) de Werner Schroeter (Alemanha, 1982. 92’) 16h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 18h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 20h00 : trabalho de memória Sob céus estranhos (Under Strange Skies) de Daniel Blaufuks (Portugal, 2002. 57’) Durante a Segunda Guerra Mundial, Lisboa foi um corredor de passagem para os refugiados vindos dos territórios ocupados por Hitler e dirigindo-se à América. Este filme relata duas histórias paralelas sobre exílio e integração. Através de uma memória narrada e fotografias, é contada a saga de uma família judia alemã que decidiu ficar em Portugal. A história maior e mais sociológica, sobre os outros que usaram Lisboa como rota de fuga, é relatada igualmente através de filmes de época e das memórias escritas de alguns dos intelectuais mais importantes da época, incluindo Heinrich Mann e Alfred Döblin. Sob céus estranhos evoca um tempo desesperado e intensamente romântico, de exílio, de falta de esperança e, em última instância, de liberdade. em presença do realizador > Sessão Primeiro dos quatro programas da mostra Trabalho de memória

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QUINTA 22 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)

SEXTA 23 14h00, 16h00 e 18h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)

16h00 : entre a avant-garde e o cinema de arte Dia dos idiotas (Tag der Idioten) de Werner Schroeter (Alemanha, 1981. 110’)

20h00 : trabalho de memória Éden de Daniel Blaufuks (Portugal, 2011. 60’) “O mar e o cinema eram as únicas formas de sair da ilha”. O olhar documentarista conduz-nos a São Vicente (Cabo Verde), pelas memórias que o cinema deixou nesta ilha. Assente num interessante trabalho de pesquisa, tanto pela riqueza dos depoimentos, como pelas imagens, Éden é um filme que mergulha no imaginário contemporâneo de um povoe de um lugar através da relação destes com o cinema.

18h30 : trabalho de memória Um pouco mais pequeno do que o Indiana (Slightly Smaller than Indiana) de Daniel Blaufuks (Portugal, 2006. 78’) Um road movie sobre Portugal “um país que se atravessa em seis horas de norte a sul e em hora e meia de leste a oeste”. Lembra o diretor que a paisagem, era a do “Portugal pós-Euro 2004 e prestes a entrar no governo provisório de Santana Lopes. É um país parecido com a imagem que todos nós ainda temos da “nossa terra”, mas que já deixou de corresponder à realidade e é quase irreconhecível, como num postal. Foi esse pensamento que me levou a querer fazer este filme, veio confirmar, por vezes, de forma assustadora. Só conseguia pensar na letra de uma música do Morrisey: Hide on the promenade, etch a postcard: How I dearly wish I was not here in the seaside town that they forgot to bomb. Come, come, come - nuclear bomb… Mas não era isto que eu queria para o meu filme? Não era este caos que eu andava à procura e que me tinha feito meter nesta espécie de aventura? A realidade superou as minhas expectativas e, sim, era isto que eu queria para o meu filme. O problema é que não era isto que eu queria para o meu país”. Sessão em presença do realizador

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Sessão em presença do realizador

Glória Pires : Flores raras de Bruno Barreto

20h00: cinquenta anos de vidas Vidas secas de Nelson Pereira dos Santos (Brasil, 1963. 103’) Ha cinquenta anos, na quinta-feira 22 de agosto de 1963, estreava no circuito dos cinemas Metro no Rio de Janeiro, o filme realizado por Nelson Pereira dos Santos a partir do romance de Graciliano Ramos. Este programa especial assinala o cinquentenário de Vidas secas e seu lançamento na coleção dvd do Instituto Moreira Salles. “O livro de Graciliano Ramos – disse Nelson na estreia do filme – é um depoimento sobre a questão agrária da maior importância; e duradouro, porque coloca o problema da migração e o problema da terra sem dar ênfase à questão da seca: o problema do Nordeste não é o clima, mas a relação de trabalho e o regime de propriedade”. Maria Ribeiro e Átila Iório: Vidas secas de Nelson Pereira dos Santos


SÁBADO 24 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)

SEXTA 30 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)

17h00 : trabalho de memória

16h00 : festival filmambiente Até a próxima quinta 5 de setembro, o cinema do ims apresenta, em três sessões diárias às 16h, 18h e 20h, uma seleção de programas do terceiro Filmambiente – Festival Internacional de Audiovisual Ambiental. O Festival se realiza também no Museu do Meio Ambiente, no cinema do Instituto Italiano de Cultura, no Espaço Itaú de Cinema, na Arena Carioca Chacrinha de Pedra de Guaratiba e na Nave do Conhecimento do Parque Ecológico de Madureira.

de debate com Daniel Blaufuks > Mesa ilustrada com a projeção de videos. 20h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)) DOMINGO 25 14h00, 16h00, 18h00 E 20h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) TERÇA 27 14h00, 16h00, 18h00 e 20h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) QUARTA 28 14h00, 16h00, 18h00 e 20h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) QUINTA 29 14h00 e 16h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 19h00 : a vida em movimento Eu acuso (J’accuse) de Abel Gance (França, 1918. 166’) Quando se conheceram, em 1922, Lartigue era um fotógrafo renomado e Gance um cineasta amirado pela realização de Eu acuso. Tornaram-se amigos, Gance convidou Lartigue para trabalhar com ele, mas o fotógrafo não aceitou o convite. Quatro anos mais tarde, novamente convidado para participar de Napoleão, recusou outra vez. Em paralelo à exposição Jacques Henri Lartigue: A vida em movimento – no ims até o próximo dia 15 de setembro – uma última oportunidade de ver a cópia restaurada de Eu acuso. Os figurantes desse filme realizado durante a guerra são soldados reais. Gance explicou mais tarde que pediu ao exército “para emprestar dois mil soldados que se encontravam em licença. Esses homens tinham vindo diretamente da frente de batalha, tinham visto tudo, e interpretavam soldados feridos ou mortos conscientes de que provavelmente seriam feridos ou morreriam em poucas semanas ou meses. Eu não queria simplesmente fazer um filme, queria usar esse novo meio de expressão, o cinema, para mostrar ao mundo a absoluta estupidez da guerra”.

Dívida (Payback) de Jennifer Baichwal (EUA, 2011. 86’) Baseado no livro de Margaret Atwood, a diretora realiza um filme que oferece uma visão fascinante da dívida como uma construção mental e descreve como isto influencia relacionamentos, sociedades, estruturas governamentais e até o destino do planeta. O filme explora as ligações entre devedor e credor em diferentes contextos e locais – das montanhas no norte da Albânia aos campos de tomates do sul da Florida, juntando histórias comoventes. 18h00 : festival filmambiente Lixo tóxico (Toxic Trespass) de Barri Cohen (Canadá, 2006. 83’ Uma investigação sobre os efeitos da sopa de produtos químicos que nos cerca. A diretora inicia a busca com sua filha de dez anos, cujo sangue contém benzina e ddt, causadores de câncer há tempos proibidos. Depois Cohen vai a Windsor e Sarnia, regiões canadenses poluídas com estes produtos, com assustadores níveis de doenças mortais. 20h00 : festival filmambiente Queremos seu dinheiro (Give us the money) de Bosse Lindquist (Suécia, 2012. 59’) As celebridades podem forçar uma mudança positiva? O filme nos leva aos bastidores das campanhas globais associadas a estrelas do rock como as de Bono Vox (Zere a dívida) e Bob Geldof (Torne a pobreza coisa do passado), para investigar o sucesso sem precedentes, os desafios e os legados destas campanhas.

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Geneticamente modificados ? gmo omg, de Jeremy Seifert

SÁBADO 31 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) 16h00 : festival filmambiente Mamori (Mamori) de Karl Lemieux (Canadá 2010. 8’) As imagens e sons foram capturadas na Amazônia pelo diretor de cinema Karl Lenieux e pelo compositor de vanguarda Francisco López, especialista em som direto. Refilmando os fotogramas em 16mm, revelando e digitalizando tudo, Lemieux transforma as imagens brutas e sons correspondentes em uma experiência sensorial intensa, evocando em nossa imaginação o clamor da floresta tropical deste local distante chamado Mamori.

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Os guardiões da Terra (Visionnaires planétares / Earth Keepers) de Sylvie Van Brabant (Canadá, Suíça, Índia, Suécia, EUA, 2009. 83’) O ambientalista Mikael Rioux em seus encontros com homens e mulheres excepcionais por trás de projetos inovadores para o futuro da sociedade. Os guardiões da Terra apresenta soluções concretas para problemas que o planeta enfrenta. Em parte um guia de sobrevivência, em parte uma visão esperançosa, apesar dos enormes desafios.

18h00 : festival filmambiente A grande verdade (The Hole Story) de Richard Desjardins e Robert Monderie (Canadá, 2011. 80’) A história da mineração no Canadá – o níquel em Sudbury, a prata em Cobalt, o ouro em Timmins e o cobre em Rouyné – é a história de ganhos astronômicos sem se importar com o meio ambiente e a saúde humana Usando imagens impressionantes, material de arquivo raro, entrevistas e comentários bem humorados que são sua marca registrada, os diretores constroem um caso irrefutável sobre as consequências da mineração no Canadá. 20h00 : festival filmambiente A vingança do carro elétrico (The Revenge of the Electric Car) de Chris Paine (EUA, 2011. 90’) O diretor leva sua equipe para dentro da Nissan, gm e para os motores da Tesla no Vale do Silicone, para documentar a história do ressurgimento do carro elétrico em todo o mundo. Sessão em presença do realizador


DOMINGO 1 DE SETEMBRO

TERÇA 3 DE SETEMBRO

14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’) Brasil da década de 1950 – a Bossa Nova explodia e Brasília começava a ser construída. A história de amor entre Elizabeth Bishop (interpretada por Miranda Otto), poeta americana, vencedora do prêmio Pulitzer em 1956, e Lota Macedo de Soares (interpretada por Glória Pires), supervisora da construção do Parque do Flamengo.

14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)

16h00 : festival filmambiente Cidade iluminada (Radiant City) de Gary Burns e Jim Brown (Canadá, 2006. 86’) Gary Burns, o rei da comédia surreal, junta-se ao jornalista Jim Brown para um passeio nos subúrbios. Aventurandose em território tanto familiar quanto desconhecido, eles viram o gênero documental de cabeça para baixo, criando um relato vívido da vida de classe média que vive nos subúrbios americanos. 18h00 : festival filmambiente A guerra de Wiebo (Wiebo’s War) de David York (2011. 94’) Wiebo Ludwig é o principal suspeito de uma série de atentados contra dutos de gás e petróleo, Sua campanha de sabotagem contra a indústria de gás e petróleo nos anos 90 – barricadas em estradas, explosões de poços – culminaram com a morte de uma jovem de 16 anos na fazenda da família Ludwig. A família mudara-se para a região há 25 anos para viver de acordo com sua fé religiosa. Eles haviam construído com as próprias mãos sua comunidade numa região bem isolada, sem saber que ela estava assentada em uma das maiores reservas de gás natural do planeta. 20h00 : festival filmambiente Sonhos enlatados (Canned Dreams) de Katja Gauriloff (Finlândia, 2011. 81’) Uma simples lata de ravióli percorre 30 mil quilômetros e oito países em seu processo de produção. Uma viagem por realidades desconcertante, da mãe solteira da mina a céu aberto no Brasil até as prateleiras de um mercado na Finlândia. Ao longo do caminho, os trabalhadores das minas, das fazendas e das plantações nos revelam seus sonhos e esperanças. Imagens e sons espetaculares nos ajudam a perceber nosso mundo moderno, globalizado, em que amilhares de pessoas invisíveis preparam a comida que está em nossas mesas.

16h00 : festival filmambiente Aprendendo a pescar (Learning to Fish) de Teemu Auersalo (Irlanda, 2012. 4’) Animação. A gaivota urbana tenta apanhar um peixe numa história que olha para a nossa relação com a comida. Homenagem nº 2 (Homage Deux) de Michele Cadei (Itália, 2013. 9’) Um homem vaga com uma câmera, filmando sua própria sombra, por ruinas pós-industriais, uma cidade impalpável e uma floresta intocada. Procurando os norte-coreanos (Looking for North Koreans) de Jero Yun (França, 2012. 61’) Um sul-coreano viaja sozinho para o mar amarelo, onde diversas batalhas navais derramaram sangue desde a separação das duas Coreias. Ele procura fugitivos norte-coreanos, arriscando a própria vida frente à polícia chinesa. Em sua missão, vai de Incheon (na Coreia do Sul) a várias cidades chinesas como Dandong, Qingdao e Shangai. Ao longo de sua jornada encontra aqueles que escaparam e contam suas tristes histórias. 18h00 : festival filmambiente Geneticamente modificados (GMO OMG ) de Jeremy Seifert (EUA, 2013. 90’) O crescente avanço das corporações e a perda potencial da mais antiga e preciosa herança da humanidade: as sementes. O diretor investiga como a perda da diversidade das sementes e a correspondente alteração genética de alimentos feita em laboratórios afeta seus filhos, a saúde do planeta e a liberdade de escolha em toda a parte. 20h00 : festival filmambiente Deus salve o verde (God Save The Green) de Alessandro Rossi e Michele Mellara (Itália, 2012. 7 Este documentário conta a história de pessoas que estão reconquistando o senso de comunidade através da jardinagem ao mesmo tempo em que transformam suas vidas e os locais onde moram. Sessão em presença do realizador

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QUARTA 4 DE SETEMBRO 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)

QUINTA 5 DE SETEMBRO 14h00 : Flores raras de Bruno Barreto (Brasil, 2013. 118’)

16h00 : festival filmambiente Gotinhas (Gutty) de Seyed Sajad Moosavi (Iran, 2011. 4’) Uma criança tenta proteger o meio ambiente e a água.

16h00 : festival filmambiente Escalada (Escalade) de Paulo Muppet e Luciana Egutti (Brasil, 2012. 2’) Animação. Em uma ilha em forma de cubo, dois vizinhos iniciam uma disputa para construir a torre mais alta.

Aqui ainda terminou (Here is not over yet) de Mohamed Elashhab (Egito, 2011. 10’) Apesar dos mais de sessenta anos do fim da segunda grande guerra, alguns ainda sofrem as consequências. Água, criando uma nova ética (Watershed: Exploring a new Ethics for the New West) de Mark Decena (EUA, 2012. 57’) “Whisky é para beber, água é para brigar” diz Jeff Ehlert, um pescador de rio e guia do parque nacional de Rocky Mountain, lembrando um dito muito popular da bacia do rio Colorado – um dos mais explorados, desviados e bloqueados rios no mundo. Como lutar para manter trinta milhões de pessoas que vivem no oeste americano? Como conciliar os interesses das cidades, dos agricultores, da vida selvagem, das indústrias e das comunidades indígenas, todos com direito à água? 18h00 : festival filmambiente Brasil orgânico de Katia Klock e Lícia Brancher (Brasil, 2013. 58’) Esse documentário sobre a cadeia de alimentos orgânicos, do produtor ao consumidor, percorre os biomas brasileiros e conta histórias de pessoas, lugares e ideais de vida. 20h00 : festival filmambiente Cabeça de touro (Rundskop - BullHead) de Michael R. Roskam (Bélgica, 2011. 104’) Um jovem criador de gado é procurado por um veterinário sem escrúpulos que lhe propõe um trato nebuloso com um famoso comerciante de carnes. Mas o assassinato de um policial federal e uma confrontação inesperada com o passado, coloca em movimento uma série de eventos. O filme é baseado no assassinato de Karel van Noppen, um inspetor de carnes do governo belga que investigava práticas ilegais de fazendeiros e comerciantes na Bélgica.

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Mobília irlandesa (Irish Folk Furniture) de Tony Donoghue (Irlanda, 2012. 9’) Um filme de animação sobre reciclagem de mobiliário rural na Irlanda. Sobre rodas: o sonho do carro (Keep on rolling: the dream of the automobile) de Óscar Clemente (Espanha, 2011. 56’) Em pouco mais de um século o automóvel revolucionou nosso modo de viver. Para ele deixamos 62% do espaço urbano – carros, estradas, estacionamentos e garagens – e cada vez menos espaço para as atividades humanas. O carro nos transformou em nômades sedentários. Em constante movimento, mas nunca nos movendo realmente. Por meio de entrevistas, animações e material de arquivo dos anos 1950, o filme detalha como nosso modo de vida tornou-se complemente dependente do automóvel. 18h00 : festival filmambiente Terra arrasada (Verwundete Erde) de Michale Boganim (Alemanha, França, Polonia, 2011. 108’) Tchernobyl de 1986, poucas horas antes do desastre. Casamento de Piotr e Anya é interrompido por um incêndio na usina. 20h00 : festival filmambiente Nós somos uma legião: a história dos hackers ativistas (We Are Legion: The Story of the Hacktivists) de Brian Knappenberger (EUA, 2012. 95’) Os trabalhos e crenças do coletivo que se auto intitula “hacktivistas”, nos leva para dentro da complexa cultura e história do coletivo. Através de entrevistas com membros – alguns recentemente liberados outros ainda aguardando julgamento – além de escritores, professores e outros ativistas, o filme traça o caminho percorrido pelo coletivo até tornar-se um movimento global, uma nova arma de desobediência civil em um mundo conectado.


Ingressos Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3206-2500 www.ims.com.br Aberto ao público de terça a domingo das 11h às 20h Acesso a portadores de necessidades especiais. Estacionamento gratuito no local. Café wifi Fundado em 1992, o ims é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. A sede do Rio de Janeiro (o ims tem centros culturais em São Paulo e Poços de Caldas) abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria, loja de arte e ateliê. O ims possui um acervo de fotografia, com mais de 550 mil imagens, de música, com cerca de 28 mil gravações, de literatura e de artes plásticas, instalado em reservas técnicas com padrões e tecnologia para a conservação e a restauração. Entre as coleções destacam-se as fotografias de Marc Ferrez, Marcel Gautherot e José Medeiros, desenhos de Millor Fernandes, as discotecas de Humberto Franceschi e José Ramos Tinhorão, os arquivos pessoais de Pixinguinha, Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Elizeth Cardoso e Mário Reis, e as bibliotecas dos escritores Ana Cristina César, Rachel de Queiroz, Otto Lara Rezende e Carlos Drummond de Andrade. No site do ims está hospedada a Rádio Batuta, um ponto de seleção, análise entretenimento e análise da música popular brasileira. O Instituto edita uma revista quadrimestral de ensaios, Serrote, uma revista semestral de fotografia, Zum. Em outubro de 2012 o Instituto inaugurou uma coleção dvd. Os títulos já editados são: Shoah de Claude Lanzmann, La Luna de Bernardo Bertolucci, Cerimônia de casamento de Robert Altman, Conterrâneos velhos de guerra de Vladimir Carvalho e três filmes inpirados em Graciliano Ramos: Vidas secas e Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, e São Bernardo, de Leon Hirszman. O próximo lançamento, em setembro, será o filme italiano O emprego, de Ermanno Olmi. O cinema do ims recebeu o prêmio O Melhor do Rio de Janeiro 2012 / 2013 da revista Época. Superintendente Executivo : Flávio Pinheiro Coordenação do ims- rj : Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema : José Carlos Avellar Produção de cinema e dvd : Gisella Cardoso

Para Flores raras, Os amantes passageiros, Katia, Vestido de Laerte e Olhe pra mim de novo : Terça, quarta e quinta: R$ 18,00 (inteira) R$ 9,00 (meia) Sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 22,00 (inteira) e R$ 11,00 (meia) Para Pina, exibição em 3D : Terça, quarta e quinta: R$ 25,00 (inteira) R$ 12,50 (meia) Sexta, sábado domingo e feriados: R$ 28,00 (inteira) e R$ 14,00 (meia) Para todos os outros programas, de terça a domingo: R$ 16,00 (inteira) e R$ 8,00 (meia) Passaporte : com validade para 10 sessões da mostra Entre a avant-garde e o cinema de arte e Filmambiente podem ser adquiridos na recepção passaportes no valor de R$ 40,00 Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7417 O programa de agosto tem apoio do Instituto Goethe e do Ano da Alemanha no Brasil

Alemanha + Brasil 2013-2014 O programa conta ainda com o apoio da Cinemateca do mam do Rio de Janeiro, da Cinemateca da Embaixada da França, e com a parceria do Núcleo de Estudos de Cinema, do Festival Internacional do Audiovisual Ambiental, da Videofilmes e do Espaço Itaú de Cinema. As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao ims: 158 – Central-Gávea (via Praça Tiradentes, Flamengo, São Clemente) 170 – Rodoviária-Gávea (via Rio Branco, Largo do Machado, São Clemente) 592 – Leme-São Conrado (via Rio Sul, São Clemente) 593 – Leme-Gávea (via Prudente de Morais, Bartolomeu Mitre) Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea Capa: A morte de Maria Malibran, de Werner Schroeter Quarta capa: Um pouco mais pequeno do que o Indiana e Sob céus estranhos, de Daniel Blaufuks


DANIEL BLAUFUKS TRABALHO DE MEMÓRIA

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