Volume 29 n 5 Edição n Setembro-Outubro 2015
OS MAJESTOSOS FORTES ALCANTILADOS DO RAJASTÃO
CRÍTICA YOGA EM BRAILLE
PROGRESSO DIPLOMACIA CÉLERE
ENTREVISTA KANGANA RANAUT
VINDOUROS PELA ÍNDIA RAMNAGAR RAMLILA
Uma interpretação completa do épico Hindu Ramayana, que sintetiza a ética e a tradição Hindu. A não utilização de luzes eletrónicas, altifalantes e microfones no palco tornam a representação realista.
QUANDO: 27 de setembro – 27 de outubro
ONDE: Ramnagar, Varanasi, Uttar Pradesh
FESTIVAL DE FOLCLORE INTERNACIONAL DO RAJASTÃO (RIFF - RAJASTHAN INTERNATIONAL FOLK FESTIVAL)
SONS SINFÓNICOS
Este ano, a Orquestra Sinfónica da Índia será conduzida pelo famoso maestro suíço Charles Dutoit. O destaque será a estreia mundial de um novo concerto de tabla e orquestra, composto e interpretado pelo maestro de tabla Zakir Hussain.
O RIFF 2015 é comemorado tendo por cenário o Forte de Mehrangarh. Este ano, contará com uma variedade de eventos, tais como um espetáculo de jazz, música cigana e música folclórica, formas de dança tradicional e ragas matinais.
QUANDO: 25 de setembro –
2 de outubro ONDE: Mumbai, Maharashtra
QUANDO: 23-27 de outubro ONDE: Forte Mehrangarh, Jodhpur, Rajastão ASHWA POOJAN
O festival é patrocinado pela família real de Udaipur no Palácio da Cidade. O evento glorifica a relação entre o guerreiro e o cavalo. Os cavalos reais são idolatrados pelo atual chefe da família real. A gastronomia Rajasthani, servida durante as festividades, é algo a não perder.
QUANDO: 22 de outubro ONDE: Jodhpur, Rajastão THIKSEY GUSTOR
O festival no Mosteiro de Thiksey é comemorado durante o nono mês tibetano. O Mosteiro de Thiksey, em Leh, fundado há cerca de 500 anos atrás, encontra-se em bom estado de conservação. Os bailes de máscara são considerados a parte mais impressionante do festival.
QUANDO: 30-31 de outubro ONDE: Srinagar, Jammu e Caxemira
INDIA-AFRICA FORUM SUMMIT (IAFS) 2015
A IAFS (India-Africa Forum Summit / Cimeira-Fórum Índia-África) constitui uma celebração da estreita parceria entre a Índia e a África. É um reconhecimento da história partilhada dos dois territórios, bem como das perspetivas futuras.
QUANDO: 26 - 29 de outubro ONDE: Nova Deli
Prefácio A inclusão da Índia na Organização de Cooperação de Xangai (Shanghai Cooperation Organisation) como membro de pleno direito, durante a Cimeira de Ufa, constituiu um marco que irá proporcionar um maior ímpeto à sua vontade de intensificar as relações com os países vizinhos mais distantes. A visita do Sr. Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, às cimeiras dos BRICS e SCO, na Rússia e nos cinco estados da Ásia Central, preparou ainda mais o palco para a transformação das relações multifacetadas da Índia com esta região estrategicamente localizada e rica em recursos. O estabelecimento do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB - New Development Bank) constitui um marco na evolução dos BRICS, selando a sua reputação enquanto impulsionador essencial da reconfiguração da ordem mundial, que permanece fortemente enviesada no sentido do ocidente. A fim de facilitar o relacionamento marítimo entre a Índia e a Jordânia e de melhorar o crescimento estimulado do tráfego marítimo, os dois países assinarão brevemente um acordo. O primeiro Dia Internacional do Yoga, em 21 de junho, foi um evento global bemsucedido. Na secção de «Instantâneos», trazemos-lhe as imagens capturadas por todo o globo neste dia histórico. A secção «Explorar» leva-o a fazer uma viagem aos seis fortes alcantilados do Rajastão, classificados como Património Mundial pela UNESCO. Continuando com o tema do nosso património e da nossa história, descobrimos os entalhes intrincados dos abrigos rochosos de Bhimbetka, outro espaço classificado como Património Mundial. A representação vívida dos bordados de Kutch resulta da influência de diferentes clãs e regiões. Na secção «Arte», identificamos os distintos tipos de trabalhos artísticos e a inclusão de espelhos requintadamente conjugados com fios de cores brilhantes. As páginas de «Cozinha» vão levá-lo numa saborosa viagem pelas iguarias que projetaram o confortável paladar indiano, tanto entre a realeza como em meio à plebe. Acompanhamos o percurso histórico do mais antigo esquadrão da Força Aérea da Índia, o Esquadrão n.º 1, que continua a treinar incansavelmente no sentido de atingir os mais elevados padrões operacionais de excelência profissional e não perca as nossas páginas de «Entrevista», nas quais entabulamos conversa com a atriz galardoada com o National Award, Kangana Ranaut, que nos fala sobre a sua jornada até ao presente e do seu zelo contínuo no sentido de participar em projetos interessantes e incomuns. Volum
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Volume 29 n 5 Edição n Setembro-Outubro 2015
Editor: Vikas Swarup Editor Assistente: Nikhilesh Dixit Ministro das Relações Exteriores Sala Nº 152, Ala ‘A’, Shastri Bhavan, Nova Deli - 110001, Índia Tel.: +91.11.23388949, 23381719 Fax.: +91.11.23384663 Web: http://www.indiandiplomacy.in Para comentários/ dúvidas: osdpd2@mea.gov.in MaXposure Media Group India Pvt. Ltd. Editor e Diretor de Operações: Vikas Johari Presidente e Diretor Geral: Prakash Johari Editor Executivo: Saurabh Tankha Sede MaXposure Media Group India Pvt. Ltd. Unit No. G-0-A, Ground Floor, MIRA Corporate Suites, Plot No. 1&2, Ishwar Nagar, Mathura Road, New Delhi - 110 065, Índia Tel: +91.11.43011111, Fax.: +91.11.43011199 CIN No: U22229DL2006PTC152087 Para comentários/ dúvidas: indiaperspectives@maxposure.in
PARA DÚVIDAS | MMGIPL Tel: +91.11.43011111 FAX: +91.11.43011199 www.maxposure.in
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CONTEÚDOS 54
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PARCERIA
Ligação entre os BRICS: O catalisador para uma ordem mundial emergente..........06
INSTANTÂNEOS
O yoga une a nível mundial.......................... 43 CRÍTICA
PARCERIA
A Índia volta a estabelecer ligações com a Ásia Central...........................................12 PARCERIA
Estabelecimento de novos laços................... 17 PARCERIA
Laços marítimos Índia-Jordânia...................20 PATRIMÓNIO
As nove jardas mágicas.................................. 24
Guia do yoga em Braille..................................51 CRÍTICA
Os soldados indianos e a Grande Guerra........52 COZINHA
Tempo de festa................................................ 53 COZINHA
Contos extraordinários sobre pratos comuns................................................ 54 EXPLORAR
PATRIMÓNIO
Na terra do Nilgiri tahr................................... 26
Obras-primas do património de Rajputana...............................60
PATRIMÓNIO
EXPLORAR
PATRIMÓNIO
SUCESSO
PROGRESSO
ARTE
PROGRESSO
ENTREVISTA
A arte da espada e da lança........................... 29 História na arte rupestre................................ 32 Cartografia em modo gráfico........................ 36 A diplomacia indiana em movimento..........40
Prepare-se e parta..........................................66 Uma vez um Tigre, sempre um Tigre........... 72 Gravado em grande estilo............................. 82 A verdadeira rainha......................................... 88
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Ligação entre os BRICS: O catalisador
para uma ordem mundial emergente
Na cidade industrial russa de Ufa, situada nos majestosos Urais, a ordem financeira global foi discretamente reformatada, a 9 de julho, quando o clube dos BRICS, composto pelas cinco potências emergentes, revelou detalhes para operacionalizar a sua iniciativa pioneira: o New Development Bank (Novo Banco de Desenvolvimento) texto | Manish Chand
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O Sistema Bancário nos BRICS
seu discurso durante a sessão plenária da Cimeira O estabelecimento do Novo Banco de Ufa, o Sr. Primeiro-Ministro, Narendra Modi, Desenvolvimento (NDB - New Development conjurou uma sensação de sólido otimismo quanto Bank), que se prevê começar a emprestar fundos ao futuro do agrupamento. “Os BRICS atuam em abril de 2016 aos países em desenvolvimento, como um pilar fundamental de esperança, neste sedentos de infraestruturas, constitui um marco mundo repleto de desafios a nível de políticas, na evolução dos BRICS, selando a segurança e economia. Isto acontece sua reputação como impulsionador porque o trabalho dos BRICS não se Para a Índia, essencial da reconfiguração da ordem encontra limitado apenas aos países a formação mundial. A Cimeira de Ufa cobriu BRICS, dirigindo-se também para o do NDB, o aumento exponencial da estatura bem-estar do mundo como um todo, juntamente dos BRICS, outrora ridicularizados especialmente no que se refere às com o CRA, foi com o termo ‘CRIBS’ (BERÇOS), nações em desenvolvimento”, declarou. um momento uma vez que começaram como uma O NDB, com um capital social inicial especial espécie de resistência organizada, que de US $ 50 biliões, irá cooperar com se opunha às injustiças do sistema de os mecanismos já existentes e com os governação global, tendo-se transformado agora no novos, tais como o Banco Asiático de Infraestrutura ponto de origem de uma narrativa alternativa ao e Investimento (AIIB - Asian Infrastructure and discurso dominado pelo ocidente quanto às questões Investment Bank). Com um CRA de US $ 100 fundamentais a nível global, bem como num biliões prestes a entrar em vigor, os membros catalisador para o ressurgimento do sul em geral. deram as boas-vindas à assinatura do BRICS-Inter Para a Índia, a formação do NDB, em conjunto Central Bank, que define os parâmetros técnicos com o Acordo de Reserva de Contingência (CRA de operações no âmbito do BRICS CRA. O CRA - Contingency Reserve Arrangement), foi um permite aos seus membros fornecerem apoio momento especial, dado que a ideia germinou financeiro mútuo, além de também proporcionar durante a Cimeira de BRICS de 2012 em Deli. No uma rede de segurança a nível global.
Os países-membros na sessão plenária da Cimeira de Ufa dos BRICS
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União económica
Outro grande resultado para a Índia foi a assinatura da Estratégia de Parceria Económica dos BRICS, que visa a aceleração além-fronteiras do comércio e investimento entre as cinco economias emergentes. Apropriadamente, a VII Cimeira BRICS teve como tema “A Parceria entre BRICS – um Poderoso Fator de Desenvolvimento Global”. A criação de uma plataforma para o reforço do diálogo e da cooperação entre Instituições de Crédito à Exportação (ECAs - Export Credit Agencies) dos BRICS, é definida no sentido de elevar o nível dos laços económicos entre as economias emergentes e posicioná-las como futuro centro de convergência do crescimento económico global. O Sr. PrimeiroMinistro Modi sublinhou o sucesso dos BRICS na arena económica. “Temos de reconhecer o sucesso dos BRICS no domínio económico. O seu sucesso inclui o New Development Bank, o Contingency Reserve Fund, o Export Credit Insurance, o Financing for Innovation e as novas propostas de Cooperação Aduaneira e do Agrupamento de Resseguro”, declarou. O Sr. Modi acrescentou que a estratégia de cooperação económica dos BRICS constitui um marco no desenvolvimento dos BRICS. O PrimeiroMinistro também revelou uma série de propostas para o aprofundamento da parceria económica entre os países BRICS, que incluem a realização de uma Feira de Comércio anual de BRICS, a criação do Centro de Investigação Ferroviária dos BRICS, o Centro de Investigação Agrícola dos BRICS e a cooperação entre as Instituições Supremas de Auditoria. A decisão de estabelecer um grupo de trabalho de BRICS, visando a cooperação a nível de TIC, parece atuar como um multiplicador de forças, no sentido de transformar as relações económicas intra-BRICS. A iniciativa dos BRICS poderá auxiliar o programa Índia Digital, que visa “transformar todo o ecossistema de serviços públicos, através da utilização de TI”.
Segurança e estratégia
Além da arena económica, a Cimeira de Ufa foi marcada pelo aprofundamento do conteúdo
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Topo: O Sr. Modi numa reunião bilateral com o Sr. Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, em Ufa; Acima: Foto de grupo dos membros dos BRICS e outros líderes convidados S ET EM B RO - O UT UBR O
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estratégico de parceria entre os BRICS, que se refletiu numa crescente convergência de posições quanto a uma série de questões regionais e globais, que vão desde o Irão, Iraque e Síria até ao reforço da cooperação no combate ao terrorismo e à pirataria marítima. No contexto da proliferação de novos grupos terroristas, alimentados por ideologias islâmicas radicais, tais como o Estado Islâmico, os países BRICS comprometeram-se a aprofundar a sua cooperação para combaterem coletivamente este flagelo, tendo ainda sublinhado o papel central das Nações Unidas nos esforços contra o terrorismo global. Reivindicando a posição de princípio da Índia, desde há muito, contra o equívoco do terror, a Declaração de Ufa apela a todos os estados e à comunidade internacional para se manterem fiéis aos seus compromissos e obrigações, no sentido de combaterem o terrorismo e de não adotarem abordagens ou políticas seletivas no tratamento desta ameaça. As observações do Sr. Modi no plenário da Cimeira Ufa resultaram na seguinte mensagem para levar para casa: “temos de trabalhar e lutar juntos, como um só, em vez de nos agruparmos por países, sem diferenciarmos entre os vários patrocinadores e países alvo. Temos de fazer isso no Fórum dos BRICS, nas Nações Unidas, no seu Conselho de Segurança e em várias outras comissões”.
State/ Local Government’s Forum) e a cooperação entre as cidades no campo da urbanização.
Reformas da ONU: Reiniciar a governação global
A abrangente Declaração de Ufa delineou uma
O Poder do Povo
Enquanto as grandes questões económicas e estratégicas fazem manchetes, a Cimeira de Ufa será lembrada por salientar a necessidade de investir no poder das pessoas dos BRICS, o que poderá vir a alterar o jogo na renovação estrutural do grupo. A fórmula de 10 etapas do Sr. Modi, sugestivamente apelidada Das Kadam (10 passos), incluiu uma série de propostas de aprofundamento e diversificação de contactos interpessoais entre os quase três biliões de pessoas dos países BRICS. Estas propostas centradas nas pessoas, incluíram, entre outras, a realização do Conselho Desportivo dos BRICS (Sports Council) do Encontro Desportivo Anual (Annual Sports Meeting), do Festival de Cinema dos BRICS (Film Festival), a criação do Fórum de Governos Estatais / Locais dos BRICS (BRICS
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Acima: O Sr. Primeiro-Ministro Modi e outros líderes dos BRICS enquanto assistem à Cerimónia de Assinatura da VII Cimeira BRICS Abaixo: O Sr. Modi dirige a palavra à Cimeira de Negócios BRICS
agenda ambiciosa para levar os BRICS para o estágio governação global e sublinha, por parte dos BRICS, seguinte de desenvolvimento. Ao mesmo tempo em o “compromisso face às Nações Unidas, enquanto que o NDB terá já surgido e entrado em funcionamento organização multilateral e universal à qual foi confiado o no momento em que Nova Deli acolher a Cimeira, em mandato de ajudar a comunidade internacional a manter 2016, o projeto central dos BRICS continuará a consistir a paz e a segurança a nível internacional, promover na reestruturação radical da ordem global, o desenvolvimento global e promover e a fim de modelar uma ordem mundial proteger os direitos humanos”. mais inclusiva e democrática, que reflita a A fim de atingir esses louváveis Os BRICS mudança tectónica dos centros de poder, objetivos, o CSNU precisa de ser reformado precisam de do ocidente para o resto do mundo. e ampliado, tendo os BRICS um papel lutar com Nesta área, os BRICS precisam agir de crucial a desempenhar neste projeto mais força, ir forma concertada. de reformulação da ordem mundial. A mais além e Apesar de a Declaração de Ufa reiterar mensagem do Sr. Modi deve ser levada agir de forma concertada as formulações estereotipadas sobre a em consideração, com urgência, sem necessidade de intensificar as reformas do mais delongas”. Face a qualquer desafio, Conselho de Segurança da ONU, os membros P5 do seja no campo económico, social ou político, teremos agrupamento precisam erguer-se mais explicitamente muito mais êxito quanto à sua resolução se concluirmos no sentido de apoiar as aspirações de outros membros atempadamente as reformas no Conselho de Segurança dos BRICS que apresentem reivindicações legítimas das Nações Unidas. Se esta organização global pretende para se tornarem membros permanentes do CSNU. A ser benéfica no século XXI, é necessário concluir as suas Declaração de Ufa sublinha a centralidade da ONU na reformas o mais rapidamente possível.” Manish Chand é o editor-chefe da India Writes Network, www.indiawrites.org, um portal e um jornal eletrónico com enfoque nos assuntos internacionais e na história indiana
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O Sr. Primeiro-Ministro indiano, Narendra Modi, com os líderes da Organização de Cooperação de Xangai
A Índia volta a estabelecer ligações com a Ásia Central A visita do Sr. Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, à Cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO - Shanghai Cooperation Organisation) na Rússia e nos cinco estados da Ásia Central, preparou ainda mais o palco para a transformação das relações multifacetadas da Índia com esta região estrategicamente localizada e rica em recursos texto | Manish Chand
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oi uma viagem única, que sintetizou em miniatura as vertentes, diversas mas relacionadas, do modelo emergente de política externa da Índia, na medida em que a terceira maior economia da Ásia estabelece relações com regiões económicas por todo o mundo. Diplomacia, estratégia e geoeconomia conjugaram-se com Bollywood, Sufismo, poesia e yoga, durante a primeira visita de sempre efetuada por um PrimeiroMinistro indiano a todos os cinco estados da Ásia Central. O Primeiro-Ministro indiano começou a sua
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viagem à região com visitas bilaterais ao Uzbequistão e ao Cazaquistão, que estiveram antes presentes na Cimeira da SCO. Tais visitas foram seguidas por viagens ao Turquemenistão, Quirguistão e Tajiquistão.
Cimeira da SCO
A inclusão da Índia na SCO como membro de pleno direito, durante a Cimeira de Ufa, constituiu um marco que irá proporcionar um maior ímpeto à sua vontade de intensificar as relações com os países vizinhos mais distantes. No seu discurso durante a sessão plenária
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da Cimeira, o Sr. Modi declarou que a “SCO poderá conversas com os líderes de todos os cinco Estados vir a ser um trampolim para que a Eurásia, integrada “Stans”. Em linhas gerais, foram quatro as questões e conectada, venha a tornar-se numa das regiões globais que enquadraram a visita do Sr. Modi a cada mais dinâmicas do mundo” e prometeu o apoio da um dos cinco Estados “Stans”: O reforço dos laços Índia para este projeto de integração económicos, a criação de uma parceria regional. O Primeiro-Ministro a nível energético, o aprofundamento A SCO poderá salientou o papel fundamental da SCO da cooperação a nível de segurança e vir a ser um na intensificação das ligações em toda a o foco na diplomacia cultural, a fim trampolim para região euro-asiática. de transformar qualitativamente as que a Eurásia “Podemos criar uma vasta rede relações com a região. venha a tornar-se de ligações, físicas e digitais, que numa das regiões se estenda desde o canto norte da Uzbequistão (6-7 de julho) mais dinâmicas Eurásia até à costa do sul da Ásia. O “A minha visita às cinco grandes do mundo Corredor de Transporte Internacional nações da Ásia Central constitui o Norte-Sul constitui um passo nessa início de uma nova jornada para um direção”. Durante a Cimeira da SCO, o senhor Modi relacionamento já antigo”, disse o Sr. Modi. O concentrou-se no reforço da cooperação a nível de Primeiro-Ministro salientou as profundas ligações, segurança para combater o terrorismo, bem como culturais e espirituais, entre as duas nações, que no papel da SCO no processo de estabilização do continuam a manifestar-se de diferentes formas. Afeganistão, um tema-chave que se repetiu nas suas “A emissão de rádio em Hindi celebrou já 50 anos
O PM indiano, SR. Narendra Modi, com Sr. Primeiro-Ministro Shavkat Mirziyoev do Uzbequistão, durante sua visita a este país
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Acima: O Sr. PM Modi na Universidade de Nazarbayev, em Astana, durante sua visita ao Cazaquistão Abaixo: O Primeiro-Ministro indiano foi recebido pelo Primeiro-Ministro Karim Massimov do Cazaquistão à sua chegada a Astana
de existência no Uzbequistão e os uma participação de 25 por cento. épicos indianos, Ramayana e Os dois países assinaram um pacto Mahabharata, têm vindo a ser para a renovação a longo prazo do aqui transmitidos mais do que fornecimento de urânio natural à uma vez. Constitui um reflexo Índia e concordaram em explorar dos nossos laços duradouros, o transporte de petróleo e gás tanto como da abertura do por oleoduto/gasoduto ou LNG, Uzbequistão ao mundo”, do Cazaquistão para a Índia. A declarou. Progredindo nas suas visita culminou com um plano relações, a Índia e o Uzbequistão abrangente, espelhado na declaração assinaram três pactos nas áreas do conjunta intitulada Tej Kadam e na turismo, cultura e cooperação, entre assinatura de cinco acordos, incluindo os gabinetes de negócios estrangeiros um pacto relativo ao reforço da defesa e Os dois países dos dois países. A decisão de acelerar à cooperação técnico-militar. A criação assinaram um a implementação do contrato para de um Conselho de Negócios conjunto pacto para o fornecimento de 2.000 toneladas de urânio e a assinatura de um acordo de negócios fornecimento de à Índia, o reforço da cooperação contra entre a FICCI e a Chamber of Foreign urânio natural a o terrorismo e as consultas no sentido de Service (Câmara de Serviço Estrangeiro) do longo prazo moldar um Afeganistão estável e inclusivo, Cazaquistão é suscetível de vir a estimular encontraram-se entre os principais temas vínculos de negócios entre ambos os países. das conversações do Sr. Modi no Uzbequistão. O desenvolvimento de infraestruturas será uma área de atenção importante, tendo os dois lados firmado um Cazaquistão (7-8 de julho) pacto de cooperação técnica quanto ao desenvolvimento Sublinhando a importância do Cazaquistão no dos caminhos-de-ferro. cálculo de segurança energética da Índia, o Sr. Modi testemunhou a perfuração do primeiro poço de Turquemenistão (10-11 de julho) petróleo em Satpayev Block, no qual a ONGC detém Em Ashgabat, o muito discutido projeto
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Esquerda: O Sr. PM Modi chega a Ashgabat, durante sua visita ao Turquemenistão; Direita: O Primeiro-Ministro inspeciona a guarda de honra, na sua chegada a Bishkek, com o Primeiro-Ministro da República de Quirguiz, Sr. Temir Sariyev
Turquemenistão-Afeganistão-Paquistão-Índia (TAPI) de ureia do Turquemenistão a longo prazo. Outra deixou de ser um sonho fantástico para ficar um passo vantagem importante foi a assinatura do Acordo mais próximo da realidade, uma vez que ambos os de Cooperação em Matéria de Defesa, que adquire lados revelaram planos para concluir o um destaque acrescido no contexto de empreendimento líder do consórcio até ao extremismo crescente na região. O projeto TAPI dia 1 de setembro de 2015. Se tudo correr deixou de ser bem, o TAPI poderá vir a tornar-se a linha Quirguistão (11-12 de julho) um sonho vital de energia da região, até 2018. O principal resultado em Bishek foi a fantástico para Além do TAPI, a Índia e o assinatura do acordo de cooperação ficar um passo Turquemenistão firmaram um modelo em matéria de defesa, que prevê a mais próximo da para uma parceria de energia a longo intensificação dos exercícios militares realidade prazo, com a abertura dos escritórios da conjuntos, o intercâmbio de instrutores ONGC Videsh Ltd no Turquemenistão e observadores militares, bem como a e com a assinatura por parte dos dois países de um educação e treino militares. Visando impulsionar as Memorando de Entendimento entre a Participada do relações económicas, o Ministério da Economia do Estado “Turkmenhimiya” e a empresa indiana PSU Quirguistão e o Bureau of Indian Standards (Gabinete Rashtriya Chemicals and Fertilisers Limited, no sentido Normativo Indiano) assinaram um pacto relativo de providenciar uma estrutura para o fornecimento à cooperação quanto a assuntos relacionados com
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O Sr. Narendra Modi com o Presidente do Tajiquistão, Sr. Emomali Rahmon, em Dushanbe
eleições. Os destaques da visita foram a inauguração da primeira Ligação de telemedicina entre a Índia e a Ásia Central em Bishkek e a visita ao Kyrgyz-India Mountain Biomedical Research Centre, que salientou o compromisso da Índia no sentido de reforçar as infraestruturas de saúde na região.
Tajiquistão (12-13 de julho)
durante inauguração oficial de um busto do poeta sábio Rabindranath Tagore e o lançamento da edição em Hindi do «Babojon Ghafforov’s Tajikon», uma obra de arte da história Tajik.
Os dois lados estabeleceram um quadro de trabalho para o reforço da cooperação na agricultura
Em Dushanbe, várias vertentes da política da Índia face à Ásia Central uniram-se novamente, para darem forma ao final perfeito desta jornada. Os principais pontos fortes da Índia, a formação e a capacitação, estiveram em foco, quando o Sr. PM Modi se ofereceu para montar laboratórios de informática em 37 escolas no Tajiquistão. Os dois lados estabeleceram um quadro de trabalho em sete etapas para o reforço da cooperação na agricultura. A diplomacia cultural fluiu em pleno
Elevando a fasquia: Possibilidades ilimitadas
De modo geral, a visita do Sr. Modi aos cinco estados da Ásia Central energizou relacionamentos multifacetados entre a Índia e a pitoresca região, rica em recursos a todos os níveis. O palco ficou preparado para conferir nova coesão e ressonância à política de Ligação com a Ásia Central da Índia. As palavras memoráveis do poeta Tajik Abdul Qadir Bedil, citadas pelo senhor Modi no seu último discurso em Dushanbe, mostram o caminho a seguir: “O mar do tempo e espaço, para si, nada mais é do que um trago. Não limite a sua imaginação ilimitada.”
Manish Chand é o editor-chefe da India Writes Network, www.indiawrites.org, um portal e um jornal eletrónico com enfoque nos assuntos internacionais e na história indiana
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Estabelecimento de
novos laços
Entre os dias 26 e 30 de outubro, a Índia vai acolher o maior evento de divulgação da África, a Cimeira do Fórum Índia-África. texto | Mayuri Mukherjee
O Sr. Primeiro-Ministro indiano Narendra Modi e o Presidente da República Unida da Tanzânia, em Nova Deli
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O Presidente da República Unida da Tanzânia na inauguração do Fórum de Negócios Índia-Tanzânia
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s relações da Índia com a África remontam a 2.000 anos atrás, quando foram estabelecidos laços comerciais entre os comerciantes da costa ocidental indiana e da costa oriental africana. A direção dos ventos da monção possibilitava o comércio marítimo de marfim, prata, ouro, vinho, azeite, incenso, trigo, arroz, algodão, seda, ferro, cobre e óleo de sésamo. Ao longo do tempo, muitos indianos estabeleceram-se nas cidades comerciais africanas, hoje conhecidas como Quénia, Zanzibar, Moçambique e Ilhas Comores, enquanto muitos africanos se estabeleceram em Gujarat. Um dos mais famosos comerciantes africanos, Bava Gor, é venerado pela comunidade Siddi, de etnia africana, na Índia. Durante a época medieval, os africanos serviram como soldados nos exércitos reais
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indianos, tendo muitos deles chegado a ascender a altos cargos de poder, político e militar. De modo semelhante, sob o domínio britânico, os indianos viajaram para a África do Sul, Uganda, Quénia e Tanzânia, a fim de construírem estradas e caminhos-de-ferro. Mais uma vez, muitos ficaram para trás, fizeram casa nos locais onde trabalhavam, vindo a emergir como pilares das suas comunidades em África. Recentemente, uma vez que tanto os indianos como os africanos procuravam proteger as suas posições no mundo pós-colonial, têm trabalhado uns com os outros no sentido de derrubar regimes opressivos e lutar pela liberdade e igualdade. Nas últimas décadas, enquanto outros poderes se envolveram na chamada “Disputa pela África”, a Índia trabalhou com os seus parceiros africanos no sentido de construir um modelo de Cooperação Sul-Sul, capaz de permitir o estabelecimento de
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A Sra. Ministra da União para os Assuntos Externos da Índia, Sushma Swaraj, dirige a palavra ao Sr. Presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em Durban
laços mutuamente benéficos. O programa da Índia a sua presença em África. A parceria Índia-África para auxílio ao desenvolvimento da África, por é uma parceria natural, na qual ambos os países exemplo, tem vindo a ser um grande compreendem as necessidades sucesso. Ajudou na construção de uns dos outros. É uma parceria O programa instituições e na formação de recursos igualitária, construída com base em da Índia para humanos, desde a base até ao topo da laços civilizacionais. Esta parceria auxílio ao pirâmide. A rede de Internet panfoi consolidada na Primeira Cimeira desenvolvimento africana, apoiada pela Índia, cobre do Fórum Índia-África, realizada em da África tem quase 50 nações africanas, sendo Nova Deli, em abril de 2008, tendo vindo a ser um outro exemplo da forte colaboração sido os seus valores reiterados na grande sucesso. Índia-África. Segunda Cimeira do Fórum ÍndiaDo outro lado do mundo, existem África, em Adis Abeba, no mês várias histórias de negócios indianos (incluindo de maio de 2011. A terceira cimeira marcará o pequenas e médias empresas), que estão a marcar momento de conduzir as relações ao próximo nível.
Reunião preparatória da Cimeira do Fórum Índia-África, com os Chefes das Missões, em Nova Deli
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Laços marítimos
Índia-Jordânia
O Porto de Aqaba, na Jordânia, é um centro de convergência regional emergente e a Índia está a unir-se ao esforço para o converter num polo de comércio global
Right: Mr Modi and Chinese premeir Li at Temple of Heaven, Beijing; Below: Indian PM visits Daxingshan Temple in Xi’an, China
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acordo com a Jordânia proposto pela de assistência mútua relativamente a transporte Índia para o setor dos transportes e outros assuntos marítimos, facilitando uma tem potencial para vir a produzir melhor formação a nível de conhecimentos grandes mudanças. marítimos, o estabelecimento Aprovado pelo Gabinete da de empreendimentos conjuntos O porto de Aqaba União, o acordo deverá ser quanto a transporte marítimo, a é um porto em assinado durante a viagem que construção naval e as reparações, crescimento, tendo o Sr. Ministro da União para os entre outros. sido recentemente Assuntos Externos, Sushma Swaraj, O acordo de transporte deve ser submetido a uma realizará mais tarde, ainda este observado no contexto do comércio grande expansão ano, ao oeste da Ásia. O acordo global bilateral entre os dois países. fortalecerá os laços marítimos Durante a nona sessão do Comité entre a Índia e a Jordânia, através de uma série de Conjunto Índia-Jordânia para o Comércio iniciativas. Tais iniciativas incluem a prestação e Economia (India-Jordan Joint Trade and
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Economic Committee), realizada pela primeira vez a nível ministerial em Amã, nos dias 29 e 30 de março deste ano, ambos os países concordaram quanto a um objetivo de USD $5 biliões para o comércio, a ser concretizado até 2020. É uma meta ambiciosa, mesmo se incluirmos o razoável aumento no volume comercial do passado recente – de USD $570 milhões em 2006 para USD $1,61 biliões em 2013. A fim de alcançar a meta para 2020, as ligações marítimas terão de ser atualizadas a nível transfronteiriço. A melhoria dos laços comerciais com a Jordânia é importante, porque o Reino Hachemita é um dos poucos centros de comércio estáveis numa região que tem vindo a ser fustigada por uma onda de constantes mudanças políticas, há quase cinco anos. A Síria, vizinha do norte da Jordânia, encontrase em meio a uma guerra civil; a leste deste país, o Iraque está a recuperar de uma grande campanha militar estrangeira; ambos os países combatem um grupo terrorista bárbaro; a sul, a Arábia Saudita encontra-se envolvida num confronto militar com o Iémen e ao longo do Mar Vermelho o Egito acaba de sair de uma grande revolução política. À distância, poderá parecer que a Jordânia, localizada num ponto estratégico global, é intocável (principalmente no caso das empresas), mas a realidade no terreno é diferente. A Jordânia mantevese estritamente neutra no que diz respeito às crises dos países vizinhos. É uma economia relativamente liberalizada, o que também tem abonado a seu favor. A Jordânia tem apenas um porto marítimo – Aqaba – que lida com contentores e, mais recentemente, gás, que é fundamental para as necessidades de segurança energética do país. Em 2013, foi concluído um alargamento do cais, avaliado em USD
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$140 milhões. Agora, a capacidade de movimentação de contentores do porto duplicou, tornando possível, até mesmo aos maiores navios que navegam na rota de Aqaba, aportarem aí. Além disso, em junho deste ano, foi inaugurado um novo terminal de Gás Natural Liquefeito no porto. Além de enriquecer a economia nacional, o terminal de GNL é grande o suficiente para lidar com as importações de gás, que cobrem todas as necessidades jordanianas de eletricidade e algumas das necessidades de exportação para o Egito. O Porto de Aqaba, na Jordânia, é um centro de convergência regional emergente e a Índia está a unir-se ao esforço para o converter num polo de comércio global. Fundada em tempos pré-bíblicos, Aqaba (então conhecida como Aila) foi tomada
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A Índia e a Jordânia estão a esforçar-se por converter o porto de Aqaba num polo de comércio a nível global
pelos romanos em 106 D.C., tendo servido como ponto de passagem para o comércio entre os dois impérios. Esta ligação continuou depois de Aqaba ter ficado sob o domínio do Império Bizantino, no século IV, mantendo-se forte até à data. Em fevereiro deste ano, uma das maiores empresas de transporte do mundo, a Maersk Line, anunciou um novo serviço, que estabelece uma ligação direta entre a Índia e Aqaba. O serviço começa em Chennai, faz escalas programadas em Colombo (Sri Lanka), Salalah (Omã), Jeddah (Arábia Saudita), Aqaba (Jordânia), Port Said (Egito), Algeciras (Espanha), Valência (Espanha), Génova (Itália) e em seguida faz o caminho de regresso a Chennai, através da cidade portuária de Djibuti, considerada a Dubai de África.
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As nove jardas
mágicas
O Poothkulli, o traje bordado de nove jardas (oito metros) da comunidade Toda de Tamil Nadu, é tanto um xaile como uma obra de arte texto | Kalyani Prasher
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as montanhas azuis de Nilgiris, dispersas ao longo dos limites do estado de Tamil Nadu, vive a tribo das montanhas chamada Toda, considerada a maior comunidade tribal classificada na região. A comunidade de Toda tem chamado a atenção, graças à sua aparência grega – é defendido por alguns que
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eles são descendentes de gregos. Este povo dedicase a bordar um xaile de nove jardas, ao qual se dá o nome de Poothkulli. É uma forma de arte intrincada, que possui o estatuto de GI, o que significa que não é permitida a duplicação e que tem preços uniformizados. Esta arte, praticada principalmente pelas mulheres
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A forma de arte envolve tecer um pano branco com listas pretas e encarnadas e é transmitida ao longo das gerações de Todas
de Toda, envolve tecer um os Poothkullis. O bordado é feito pano branco com listas pretas entre e em torno dessas faixas, de forma e encarnadas (como faixas) até à sistemática. Os padrões feitos à esquerda da extremidade, pelo que o Poothkulli se parece com faixa preta são conhecidos como karnol, enquanto os um xaile moderno. Entre essas faixas, as mulheres da direita são chamados karthal. costuram um padrão, usando o secular método de Dependendo da ocasião, encontramos pessoas a usar contagem de linhas. O bordado é feito no “interior” do diferentes tipos de xailes Poothkulli. Nos casamentos Poothkulli, para que a frente fique com um rico padrão as pessoas da comunidade Toda usam Poothkullis em relevo, mas, na verdade, o Poothkulli com grande profusão de bordados, que pode ser usado de ambos os lados. Este é o têm vindo a ser transmitidos de geração O bordado é feito xaile reversível original! em geração. Surpreendentemente, os no “interior” Os Todas vestem-se com o Poothkulli xailes melhores e mais luxuosamente do Poothkulli, de modo muito semelhante à forma bordados são vistos durante os funerais. para que a frente como se vestiam as togas gregas, sendo Tradicionalmente, era utilizada fibra fique com um esse outro motivo para a teoria da vegetal para a composição das tramas. rico padrão descendência grega. Os padrões, que Mais recentemente, passaram a utilizar-se em relevo diferem ligeiramente para os homens e linhas de bordado modernas. mulheres, são geométricos, com motivos Há alguns anos atrás, os bordados relacionados com a natureza retratados no bordado. Toda enfrentaram a ameaça de extinção, mas a Uma vez que o búfalo é sagrado para os Todas, este ajuda e financiamento de ONGs e organizações de animal constitui um dos temas mais vezes repetidos. desenvolvimento ajudaram a preservar esta forma de As raparigas jovens da comunidade Toda aprendem arte. Adaptando-se à evolução dos tempos, podemos a arte das suas mães com tenra idade. Não precisam de hoje encontrar o bordado tradicional, não só sob a nenhuns padrões de costura como referência, ou de forma de xailes Poothkulli, mas também em itens de consultar quaisquer livros de regras, para criar estes uso diário, tais como sacos, toalhas de mesa e colchas, belos padrões. As faixas paralelas listadas a preto e fornecendo uma oportunidade para esta forma de encarnado dão forma ao desenho de base para todos arte prosperar.
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Na terra do
Nilgiri tahr
O animal do estado de Tamil Nadu é endémico da faixa de 400 km de pastagens shola em mosaico, que se estende desde o Nilgiris, em Tamil Nadu, até às Colinas de Agasthyamalai, em Kerala texto | Anil Mulchandani
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abia que restavam apenas uns escassos intercaladas com pequenas manchas florestais, 100 Nilgiri thars em estado selvagem conhecidas localmente como sholas. Estas no início do século XX? Hoje, graças pastagens encontram-se rodeadas por densas às iniciativas de conservação levadas florestas nas elevações mais baixas, sendo a a cabo pelo governo e por organizações maioria delas encontradas em torno do Parque privadas, o seu número passou Nacional de Eravikulam, a 280 para 2.500. A maior população km de Trivandrum, a capital O Parque de Nilgiri tahr, conhecido de Kerala. Nacional de localmente como Nilgiri íbex O Parque Nacional de Eravikulam ou simplesmente íbex, é uma Eravikulam encontra-se no situa-se na zona espécie ungulada, endémica das ponto alto do distrito de Idukki, alta do distrito de colinas Nilgiri em Tamil Nadu e tirando partido de algumas Idukki das partes mais a sul dos Ghats das montanhas mais altas da Ocidentais em Kerala. península indiana – o pico Povoando um habitat aberto, na eco-região de Annamudi, a 8.842 pés de altitude, é o dos prados da floresta tropical de montanha mais elevado no sul da Índia. Este é um dos dos Ghats do sudoeste, os Nilgiri tahrs são melhores exemplos da riqueza biológica encontrados a altitudes entre os 1.200-2.600 do habitat de floresta shola. O Nilgri thar é m, onde as florestas se abrem para pradarias, avistado nos limites da faixa de 400 km de
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NILGIRI TAHR
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Ø
Sendo uma espécie robusta de cabra, o Nilgiri tahr tem pele curta e grossa e juba hirsuta
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Em adultos, os machos são maiores e mais escuros do que as fêmeas
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Ambos os sexos têm chifres curvos, que alcançam até 40 cm no caso dos machos e 30 cm nas fêmeas
Ø
Um macho adulto pesa entre 80-100 kg e tem 100 cm de altura até ao ombro, enquanto uma fêmea adulta pesa entre 50-60 kg e tem 80 cm de altura até ao ombro
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PATRIMÓNIO
O Nilgiri tahr faz parte da lista da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN - International Union for Conservation of Nature and Natural Resources)
pastagens shola em mosaico, que se estende e dos Recursos Naturais (IUCN - International desde o Nilgiris, em Tamil Nadu, até às Colinas Union for Conservation of Nature and Natural de Agasthyamalai, em Kerala Resources) como uma espécie em perigo de O thar tem visão apurada e é muito extinção. Nenhuma subpopulação contém mais cauteloso, mas movimenta-se rapidamente do que 250 indivíduos adultos. É totalmente nas terras altas, tornando-se protegida com o estatuto de difícil de detetar. Mas a zona de espécie de Prioridade I pelo As escarpas e Rajamalai do Eravikulam é o lugar Wildlife (Protection) Act de 1972 precipícios acima mais provável para se obter um e encontrado em áreas protegidas, da floresta são vislumbre do Nilgiri tahr. tais como os Parques nacionais os melhores Geralmente, são observados em de Eravikulam e Silent Valley, locais para rebanhos de seis ou sete, por vezes Mukurti, Anamalai e os santuários avistamentos de reunidos em grupos maiores, mas de vida selvagem de Parambikulam, Nilgiri tahr dispersos, que pastam nas encostas o Santuário do Esquilo Grisalho cobertas de vegetação. São mais Gigante de Srivilliputhure e a ativos pela manhã e final da tarde, descansando Reserva de Tigres de Kalakadu-Mundanthurai. à sombra das rochas ou precipícios durante as Com a declaração dos Ghats Ocidentais como tardes quentes, com uma sentinela do rebanho Património Mundial pela IUCN, o Nilgiri tahr sempre alerta. pode beneficiar dos esforços de conservação A espécie faz parte da lista da União destinados aos pontos de maior interesse desta Internacional para a Conservação da Natureza zona de montanha.
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A arte da espada
e da lança
A antiga arte marcial Thang-ta, com base em armamento, faz uso de espadas e lanças como ferramentas para lutar contra os adversários texto | Vani Malik
A prática de Thang-ta, não só se revela útil em termos de defesa pessoal, como também constitui um elemento que acresce valor à riqueza do nosso património cultural
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A
tradição heroica de Manipur menciona a utilização de várias armas, tais como espadas, lanças e adagas. Foi durante a época medieval que as constantes lutas de vida e morte levaram à criação de uma forma de arte marcial chamada Thang-ta, a qual envolve métodos de respiração, meditação e rituais. Também conhecida como Huyen Lallong, esta arte é mais do que simplesmente um treino de habilidades de combate. O Thang-ta tem componentes, tanto internos (meditação, auto-desenvolvimento e consciência espiritual e mental) como externos (físico e saúde).
em Manipur, com demonstrações de perícia arriscadas e excelentes.
Treino
O Thang-ta tem vários valores morais incorporados na prática, pelo que o aprendiz precisa manter uma disciplina rigorosa, hábitos de
Origem
A origem desta arte marcial encontra-se na origem da história de Kangleipak e da raça Meetei. O Thang-ta foi praticado pelos Meeteis para combaterem o mal e protegerem o seu reino face a invasores estrangeiros. Devido à sua proximidade geográfica, esta arte contribuiu para as formas de artes marciais de Burma (agora Myanmar) e da Tailândia. No entanto, em 1930, o governo britânico impôs uma proibição ao Thang-ta que conduziu ao seu declínio. Foi apenas depois de a Índia ter conquistado a independência que começou o seu renascimento. Desde então, esta forma de arte marcial tem feito parte de quase todas as celebrações, festivais e eventos culturais
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O Thang-ta tem feito parte de quase todas as celebrações, festivais e eventos culturais em Manipur, com excelentes demonstrações
Para aprender Thang-ta, é obrigatório que o discípulo possua o conhecimento da cultura milenar de Manipuri
alimentação adequados e um bom caráter moral. Segundo a tradição, o aprendiz precisa dirigirse à casa do guru e pedir-lhe que lhe ensine o Thang-ta. Caso seja aceite, o aprendiz terá que se submeter ao Guru Boribha (homenagem ao mestre), oferecendo-lhe a dakshina (pagamento), kwa maru mana (nozes e folhas de betel) e bananas. A Thang, ou arte da espada, inclui baixar o corpo próximo ao solo, para agarrar, expandir e atacar poderosamente. A Ta, ou arte de tocar com a lança, tem a ver principalmente com a abertura do corpo de duas formas: a nongphan, para estimular a vastidão do céu, e a leiphal, para imitar a vastidão da terra ao nível do solo, a fim de alcançar todas as direções. O uso da lança abrange cerca de 75 por cento dos movimentos corporais mais baixos, enquanto a espada, normalmente, abrange cerca de 75 por cento dos
movimentos da parte superior do corpo. A espada protege o corpo contra os ataques provenientes de todos os lados, pelo que a figura do oito é usada extensivamente, a fim de dar cobertura a todas as partes vulneráveis do corpo. Assim que o aprendiz adquire a competência na luta com as armas, são-lhe ensinadas técnicas de luta desarmada, tais como o sarit sharak ou sharit sarak, que inclui, pontapés, golpes de mão e chaves. Esta arte marcial também envolve exercícios de respiração, meditação e danças sagradas. No entanto, devido à falta de exposição, esta forma de arte marcial tem aceitação limitada. Com uma rica herança cultural, esta forma de arte marcial, até à data, manteve intacta a integridade de Manipur, inclusive durante a era de subjugação por forças estrangeiras.
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Um sítio rochoso em Bhimbetka
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História na
arte rupestre
O sítio arqueológico de Bhimbetka é uma verdadeira galeria, que retrata a evolução do homem enquanto ser social e constitui um valioso tesouro para os historiadores juntarem as peças desta história texto e fotografias | Sunitha Kumar
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entro do recinto do Santuário de vida selvagem de Ratapani, no distrito de Raisen de Madhya Pradesh, encontrase o Bhimbetka. Classificado como Património Mundial da UNESCO, Bhimbetka é lar de formações rochosas incomuns, que serviram de tela ao homem para exprimir a sua criatividade. Vistas à distância, estas formações rochosas assemelham-se a uma pequena fortaleza, erguendo-se quase 100 m acima da área circundante na colina sobre a qual assentam. Resultam da ação meteorológica intensiva, química e física, pelos elementos naturais ao longo dos séculos. Enquanto as cavernas e cavidades nas rochas se converteram em local de abrigo para o homem, as superfícies planas destas formações rochosas transformaram-se num cavalete para os seus instintos criativos. Por todas as formações rochosas, encontra-se uma quantidade impressionante de arte rupestre que, além de expor a imaginação do homem, retrata também, durante o processo, a sua evolução como ser social, constituindo portanto um valioso tesouro para os historiadores juntarem as peças desta história. De acordo com o Levantamento Arqueológico da Índia (ASI), a escavação em Bhimbetka revelou
vestígios de ocupação humana desde o Paleolítico inferior até à época Medieval. Uma vez que o período mais antigo se encontra registado entre 100.000 a 40.000 anos atrás, o intervalo de tempo da ocupação é incrível. As pinturas rupestres retratam formas humanas, figuras de animais, árvores e padrões geométricos. As figuras representadas nas paredes encontramse envolvidas em atividades que variam entre as caçadas e batalhas e os aspetos culturais, tais como a dança. Algumas figuras parecem moverse furtivamente em relação aos animais, durante uma caçada. Muitas criaturas encontram lugar
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As figuras representadas nas paredes encontramse envolvidas em atividades que variam entre as caçadas e batalhas e os aspetos culturais, tais como a dança
entre as pinturas rupestres, praticamente dando vida ao espaço. Os padrões geométricos assemelhamse a sinais equivalentes a algo saído do Código Da Vinci. Aqui encontramos a roda, vários outros padrões circulares, bem como meios-círculos, linhas pontilhadas, mãos estampadas e impressões digitais. Pistas para um vasto quebra-cabeças da humanidade, que os historiadores têm vindo a montar. Várias figuras são representadas apenas em forma de contornos, enquanto muitas outras foram preenchidas utilizando padrões, ou com a mesma
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cor do contorno. O vermelho e o branco são as cores dominantes, com toques de azul e amarelo. Foram utilizados pigmentos naturais provenientes de minerais, misturados com água e gordura animal, a fim de criar os padrões e contornos através da utilização de pincéis finos feitos com gravetos. Apesar de a maioria das pinturas se encontrar em superfícies planas, algumas encontram-se em cantos, enquanto outras surgem a altura considerável, tornando aparente que os artistas estavam de pé sobre uma pedra alta, que terá desaparecido desde então. As
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formações rochosas neste local encontram-se As pinturas dão forma a um registo rodeadas por uma densa floresta, deixando-nos a pictográfico da evolução do homem. Algumas pensar como é que o sítio terá sido descoberto. imagens apresentam-no como um caçador, que De acordo com os registos da ASI, a primeira caminha através de florestas e escala árvores. As referência por escrito a Bhimbetka surge num mais recentes representam-no numa carruagem, artigo publicado em 1888 por Kincaid W, retratando uma época diferente. Mas a arte que nos fala do “monte Bhimbet” como sendo rupestre do Bhimbetka vai além de uma só um espaço Budista situado no lado oposto localização. A colina de Bhimbetkal é um dos do Lago Bhojpur. A verdadeira cinco sítios espalhados por uma exploração ocorreu apenas com a área de 1.892 hectares, com quase As ferramentas chegada do Dr. Vishnu Wakankar. 700 abrigos de rocha entre eles. encontradas O Dr. Wakankar, um erudito É um número impressionante no local que já havia explorado espaços de quase 400 sítios detentores de revelaram a sua rupestres no vale de Chamal e na arte rupestre. Além da vizinhança antiguidade e a Europa, encontrava-se certa vez imediata, uma linha cronologia. a viajar de comboio pela região. de sítios rupestres, Apercebendo-se da semelhança na dispersa por colinas, paisagem, interrompeu a sua jornada e descobriu florestas e campos, estende-se estas formações rochosas peculiares. O resto, até às Colinas de Shyamla, perto como se costuma dizer, é história. Passado um de Bhopal. Os sítios, embora ano, regressou, acompanhado por um grupo documentados, são difíceis de de estudantes. Foi elaborado um relatório de alcançar, pelo que contam com levantamento detalhado, que passou despercebido poucos visitantes. Os poucos até a década de 1970, altura em que teve início a intrépidos que os alcançam têm a exploração a sério. Ferramentas encontradas no possibilidade de observar um dos local revelaram a sua antiguidade e a cronologia. maiores tesouros da humanidade.
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Cartografia em
modo gráfico
Coloridos e abundantes em ilustrações, os mapas gráficos dos santuários de vida selvagem da Índia vão levá-lo por um passeio visual cativante texto | Neharika Mathur Sinha
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Reserva de Tigres de Pakke em parque é clara – rios, córregos, outeiros e flora, em Arunachal Pradesh e o Parque conjunto com os animais e os seus habitats, todos Nacional de Manas em capturados em vibrantes pormenores. Assam, no nordeste da Entre a infinidade de animais, Todas as Índia, encontraram uma identidade incluindo um elefante selvagem que caricaturas foram completamente nova no papel, o que nos fita com esplendor majestoso criadas pelo agrada a todos e aumenta os níveis de e uma Águia Pescadora de Pallas cartoonista de vida consciencialização. Os mapas destes pousada e pronta para levantar voo, selvagem Rohan dois santuários, ricamente ilustrados pode ainda observar os habitantes Chakravarty e encomendados pelo Fundo para a locais a executarem tarefas do dia-aPreservação da Vida Selvagem da Índia dia em trajes indígenas. (WTI - Wildlife Trust of India), foram lançados “Ao utilizarmos gráficos nos mapas, podemos recentemente. À primeira vista, a disposição do retratar a biodiversidade do parque, bem como as
LEOPARDO
MACACO ASSAMÊS
ABETARDA DE BENGALA
LESSER ADJUTANT
Facto curioso: O ágil leopardo pode saltar até 6 m Habitat: Florestas Estado no WCN: Quase ameaçado
Facto curioso: A chamada do macaco assamês é um ‘pio’ musical Habitat: Florestas tropicais Estado no WCN: Quase ameaçado
Facto curioso: A abetarda macho salta para atrair um parceiro Habitat: Pradarias abertas e altas Estado no WCN: Criticamente ameaçada
Facto curioso: O seu nome, Adjutant (ajudante), foi-lhe dado pelos britânicos, devido à sua forma imponente de caminhar Habitat: Lagos, rios e florestas Estado no WCN: Vulnerável
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Forest Department/Anti-poaching Camp Threatened/Vulnerable/Endangered Fauna Indo-Bhutanese Border Park Boundary Water Body Grassland
MANAS NATIONAL PARK
ASSAM
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ARUNACHAL PRADESH PAKKE TIGER RESERVE
Forest Department/Anti-poaching Camp Village Core Area Boundary Threatened / Vuluerable / Endangered Fauna n
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ELEFANTE INDIANO
TIGRE
Facto curioso: A tromba do elefante tem 60.000 músculos Habitat: Florestas e pradarias Estado no WCN: Em perigo
Facto curioso: Os padrões das listas diferem de tigre para tigre Habitat: Florestas Estado no WCN: Em perigo
RINOCERONTES DE UM SÓ CHIFRE Facto curioso: Apesar de ser volumoso, o rinoceronte pode correr até 40 km/h Habitat: Pântanos e pradarias Estado no WCN: Vulnerável
SAMBAR Facto curioso: Faz um som de latido quando fica alarmado Habitat: Florestas Estado no WCN: Vulnerável
pessoas e a cultura, uma vez que as comunidades para as escolas um gráfico de fauna ameaçada/ que vivem em redor dos parques são os maiores em perigo de extinção, em conjunto com o interessados na conservação desta biodiversidade,” mapa, para que os alunos possam conhecer as diz Rupa Gandhi, diretora-adjunta e diretora de espécies. Trata-se de caricaturas do mapa maior, marketing do WTI. mostradas individualmente, a fim de transformar a A criação de cada um dos dois mapas levou aprendizagem em algo divertido. cerca de três meses. “O artista precisa passar algum O WTI está prestes a colocar uma enorme tempo no parque, a fim de poder compreender a quantidade destes mapas à entrada do Parque sua topografia e as questões culturais e Nacional de Manas. “Considerando de conservação, incluindo as ameaças que o WTI e o seu parceiro, o Fundo O WTI está enfrentadas pela vida selvagem. Internacional para o Bem-Estar prestes a colocar As reuniões com os funcionários Animal (IFAW - International Fund uma enorme do departamento florestal, com as for Animal Welfare), trabalharam quantidade comunidades e com a nossa equipa em conjunto com o departamento destes mapas regional no terreno, constituem parte de florestas de Assam, com as ONGs à entrada do do processo”, explica Gandhi. locais, as comunidades e organismos Parque Nacional Os mapas encontraram grande governativos - Conselho Territorial de Manas aceitação também entre os educadores. de Bodoland - para resgatar Manas da O WTI aproveitou o conceito e deu lista de «em perigo» do Património vida aos personagens animais retratados nos Mundial da UNESCO”, o lançamento deste mapa mapas, complementando o material escolar. Por em Manas é motivo de comemoração para a exemplo, um cartaz do Grou Indiano (Sarus) população local. Ele retrata as principais espécies sensibiliza para a proteção dos ninhos e das que recuperaram da proximidade de extinção e aves jovens. Existe também um livro de banda as comunidades com as quais trabalhamos para desenhada sobre um tigre chamado Lafa, da que isso seja possível”, diz Gandhi. Entretanto, Reserva de Tigres de Dudhwa, que transmite o encontram-se agora ativos os processos de gyan (conhecimento) do ponto de vista de um cartografia dos santuários de vida selvagem da naturalista. A instituição está ainda a enviar Índia Central.
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PROGRESSO
A diplomacia indiana
em movimento
A jornada diplomática do novo Governo indiano, liderado pelo Sr. PrimeiroMinistro, Narendra Modi, constitui uma inspiração, por direito próprio, para o país e para o seu povo texto | Manish Chand
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oi, literalmente, liberdade à meia-noite. Assim que o relógio marcou a meia-noite (31 de julho - 1 de agosto), um novo amanhecer aguardava milhares de pessoas que vivem em pequenas ilhas, enquanto a Índia e o Bangladesh trocavam enclaves, pondo fim a uma disputa de fronteiras já com 68 anos de idade. A troca formal de enclaves promete converter-se numa nova vida, de esperança e dignidade, para cerca de 51.000 pessoas que vivem nos 162 enclaves em ambos os países. Se a diplomacia transformativa consiste em mudar o tom e o conteúdo das relações com outro país, com impacto tangível na vida das
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pessoas comuns, este foi certamente um momento de transformação, repleto de novas possibilidades. A negociação dos territórios fronteiriços com o Bangladesh faz parte da visão estratégica mais ampla do governo indiano no sentido de transformar as suas relações com os seus vizinhos mais próximos, tendo começado pela iniciativa do Sr. Primeiro-Ministro, Narendra Modi, ao convidar os líderes dos países da SAARC durante a sua cerimónia de tomada de posse, em Nova Deli, no ano passado. Nos meses subsequentes ocorreram, definitivamente, algumas conquistas da diplomacia da Índia na periferia do país,
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embora ainda existam muitos desafios pela frente. As escreve o ministro no prefácio do folheto. Os céticos relações da Índia com o Nepal, Sri Lanka e Bangladesh poderão sempre discutir sobre o tema, mas os resultados foram transformadas e elevadas a outro nível, através falam por si e encontram-se refletidos na melhoria das daquilo que a Sra. Ministra dos Negócios Estrangeiros, relações com os principais parceiros estratégicos do país, Sushma Swaraj, apelidou sugestivamente como “uma incluindo os EUA, a Rússia, o Japão e a China, bem como fresca infusão de Iniciativa, Imaginação e Intensidade” na na estabilidade e progresso das relações com os grandes “Diplomacia Transformativa”, um folheto produzido com centros de poder em todo o mundo. elegância, que define a visão de política externa de uma Enquadrada numa política de equilíbrio delicado e de Índia ressurgente e que mapeia as principais realizações múltiplos alinhamentos, a relação Índia-US desfez a sua que o Governo da NDA, liderado pelo BJP, alcançou anterior ambivalência e conquistou nova energia, com durante o seu primeiro ano de mandato, disponível as primeiras visitas de sempre efetuadas pelos líderes no site do Ministério dos Negócios dos dois países, em ambos os sentidos, Estrangeiros [http://mea.gov.in/Uploads/ num espaço de cinco meses. De modo Tem sido um ano PublicationDocs/25299_2365_1_English_ semelhante, o sonho de um século asiático emocionante para final__2_.pdf (inglês) e http://mea.gov.in/ parece mais real, à medida que a Índia a diplomacia Uploads/PublicationDocs/25299_FINAL_ galvaniza as suas relações com a China, transformativa MEA_BOOK_-_HINDI.pdf (hindi)] e no através da diplomacia de cidade natal e ISSUU [http://issuu.com/indiandiplomacy/ das visitas por parte de dois importantes docs/pdf-_english (inglês) e http://issuu.com/ líderes no espaço de nove meses. A política Olhar para indiandiplomacy/docs/pdf-_hindi (hindi)]. o Oriente (Look East Policy) transformou-se na política O folheto evoca efusivamente a imagem de uma Agir para o Oriente (Act East Policy), com uma nova diplomacia indiana proativa, com Nova Deli a relacionarvisão e dinamismo, que detém o potencial para integrar se com 101 países à volta do globo, através de visitas, a Índia numa posição mais próxima à região da ASEAN diálogos, iniciativas pioneiras e ações diplomáticas de e do leste asiático, numa teia comercial, empresarial, de articulação e desenvolvimento. investimento e de oportunidades com benefício mútuo. A “Como referência, este tem sido um ano emocionante política Olhar para o Ocidente encontrou nítida expressão de Diplomacia Transformativa, marcado por novas metas nas visitas do Primeiro-Ministro à França e Alemanha, e novos horizontes – elevando a fasquia quanto ao que a dois dos parceiros estratégicos fundamentais da Índia na Índia poderá vir a fazer e alcançar na arena internacional”, Europa. As relações multifacetadas da Índia com a Ásia
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PROGRESSO
Ocidental, lar de mais de 7 milhões de emigrantes indianos, continuam tão robustas como sempre.
Desde o Cairo até Chicago, de Nagpur a Nova Iorque, de Tóquio a Moscovo, São Paulo a Singapura e Adis Abeba a Tashkent, as comemorações constituíram um reflexo do A jornada prossegue genuíno interesse global nesta antiga prática de união entre O segundo ano de diplomacia do governo da NDA corpo e mente. parece ainda mais promissor, focando-se justamente nas Olhando para o futuro, conta-se que a missão da Índia, regiões fundamentais para o perfil de crescimento global no sentido de conquistar assento permanente no Conselho da Índia e nas suas prioridades fulcrais de de segurança da ONU, venha a obter um desenvolvimento. A visita do senhor Modi, impulso renovado durante as celebrações O ponto alto em julho, a todos os cinco Estados da Ásia do 70.º aniversário do organismo global, no calendário Central – a primeira viagem realizada por em setembro deste ano. O ponto alto no diplomático um líder indiano – e a inclusão da Índia como calendário diplomático da Índia para 2015 da Índia será a membro da SCO, abriu novas possibilidades será, claramente, a terceira Cimeira do Fórum terceira Cimeira para a revitalização dos laços multifacetados Índia-África, que Nova Deli irá acolher como do Fórum Índiacom esta região rica em energia e sede em outubro. Esse será um momento de África estrategicamente localizada. O lançamento transformação para as relações em progresso do Novo Banco de Desenvolvimento (New entre a Índia e o continente africano Development Bank), com um banqueiro indiano na sua ressurgente e rico em recursos, enquanto a Índia acolhe liderança, bem como a fórmula de 10 pontos da Índia pela primeira vez os líderes de todos os 54 países. A Sra. para apoio aos BRICS, sublinham a diplomacia proativa Ministra dos Negócios Estrangeiros, Sushma Swaraj, não da Índia, que procura ir mais além na sua busca por exagerou quando escreveu profeticamente: “Esperamos uma ordem mundial mais inclusiva. O florescimento que a Diplomacia Transformativa da Índia venha a do “poder suave” da Índia foi reafirmado, a nível global, adquirir maior poder de tração e ressonância nos meses e nas celebrações do primeiro Dia Internacional do Yoga. anos vindouros.”
O Sr. Narendra Modi, no Rashtrapati Bhavan, durante a sua cerimónia de juramento como 15º Primeiro-Ministro da Índia
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O yoga
une a nível mundial O yoga não se limita meramente aos asanas (posturas). É uma ciência da espiritualidade, que nos traz um delicado equilíbrio entre corpo e alma. Destaques sobre a forma como o primeiro Dia Internacional do Yoga (21 de junho) foi comemorado por todo o mundo
O Sr. Narendra Modi a praticar yoga em Rajpath, Nova Deli
A US national performing yoga Yoga is a metaphor for life. You have to take it really slowly. You can’t rush... It is a workout for your mind, your body and your soul MADONNA
It don’t just make us happier and healthier, they’re a proven competitive advantage for any business that wants one. ARIANNA HUFFINGTON
Yoga calms me down. It’s a therapy session, a workout, and meditation all at the same time! JENNIFER ANISTON
The whole thing about meditation and yoga is about connecting to the higher part of yourself, and then seeing that every living thing is connected in some way GILLIAN ANDERSON
As a longtime yoga practitioner, I have experienced the positive impacts of yoga on my own life TUSLI GABBARD
Two Israelis try a difficult asana in Tel Aviv Mindful meditation has been discovered to foster the ability to inhibit those very quick emotional impulses DANIEL GOLEMAN
Ashtanga yoga has completely changed me. I try to do it every day, and the effect is amazing. It’s not just during the hours that I’m practising. It’s about how it filters through into the rest of my life. Who I am has emerged, and everything else has gone by the wayside GWYNETH PALTROW
Yoga is the fountain of youth. You’re only as young as your spine is flexible BOB HARPER
Yoga and meditation are such a more substantial reality than what we normally take to be reality RICHARD GERE
I walked away feeling fuller .... full of hope, a sense of contentment, and deep joy. OPRAH WINFREY
Germany
England Canada
Kenya Egypt Switzerland
France
USA
Macedonia
Australia
Syr
ria
Belgium
Japan
Indonesia
Madagascar
Argentina
Norway
Malaysia
Brazil
Belize
Bahrain
Afghanistan
Uzbekistan
Saudi Arabia
Palestine
Jordan
Italy
Israel
China
Cambodia
Nicaragua
CRÍTICA
Guia do yoga
em Braille
O Yogikasparsh, um manual tátil em Braille, visa ajudar os entusiastas de yoga com deficiências visuais, no sentido de aprenderem os asanas com facilidade
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ara ajudar as pessoas portadoras de as linhas de texto e ilustrações. A versão tátil tem deficiência visual a aprenderem e praticarem diagramas, que são gravados em papel especial para yoga, a Indian Heritage Society introduziu termoformagem e são mais fáceis de decifrar. Os recentemente o Yogikasparsh, um manual gráficos táteis presentes no livro foram produzidos tátil de asanas, em Braille. utilizando a tecnologia Espera-se que o livro, escrito desenvolvida pelo Centre of pelo famoso professor de yoga Excellence in Tactile Graphics Nivedita Joshi, em colaboração da IIT Delhi, enquanto a com os cientistas da IIT-Delhi, coordenação e produção de Braille venha a ajudar milhões de foi realizada pela Saksham Trust. pessoas deficientes visuais em Com um preço estabelecido todo o mundo. na Índia de Rs 800 para a edição O Yogikasparsh foi lançado Braille em papel e de US$ 40 pelo Presidente da Índia, para a edição internacional, o Dr. Pranab Mukherjee, no Yogikasparsh constitui uma Rashtrapati Bhawan, no início tentativa para orientar os leitores de junho. Falando sobre o através da disciplina do yoga. acontecimento, o Dr. Pranab Contém asanas baseados no Mukherjee declarou que: “o Yoga é sistema Iyengar. As improvisações e Espera-se que o uma arte, uma ciência e uma filosofia, sequenciamento foram concebidos tendo livro de Nivedita que ajuda a unir os poderes do corpo, em mente as necessidades dos deficientes Joshi venha a da mente e da alma, a fim de alcançar visuais. As técnicas utilizadas visam ajudar milhões a autorrealização. Talvez apenas no proporcionar confiança ao praticante, de pessoas yoga se encontre a resposta completa conduzindo a um progresso gradual, deficientes para o bem-estar físico, mental, moral e mas sistemático e, acima de tudo, à visuais espiritual de uma pessoa.” mobilidade com estabilidade. Também O guia, trabalhado tanto em serve de introdução para a viagem do Braille como em sistema de impressão tátil, ajuda yoga que conduz à autorrealização, o derradeiro os utilizadores a praticarem yoga, acompanhando objetivo da vida humana.
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CRÍTICA
Os soldados indianos e
a Grande Guerra
O documentário de 51 minutos, A Grande Guerra (1914-1918), uma iniciativa de diplomacia pública do Ministério dos Negócios Estrangeiros, lança luz sobre alguns fatos raros, relacionados com a I Guerra Mundial texto | Nishant Vashishtha
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sabido por todos que o mundo esteve Tripartida, para terem os soldados indianos a seu lado. envolvido em miséria e devastação entre O documentário arranca com o assassinato do 1914 e 1918, devido à I Guerra Mundial. Mas Arquiduque Franz Ferdinand da Áustria, que levou se alguém quiser saber mais sobre o papel a Europa e, eventualmente, todo o mundo, a uma dos soldados indianos na Grande Guerra, os factos das piores guerras de sempre. As narrativas do Gen. disponíveis são limitados. (Reformado) VK Singh, KC Yadav, Lord Para saber mais sobre a participação Meghnad Desai, Prof. Sugata Bose, Capitão A banda sonora dos soldados indianos na Primeira (Reformado) Catarina Gill, Vedica Kant, e a locução Guerra Mundial, é necessário assistir ao Prof. Stanley, Maharaja Gaj Singh II e complementam documentário de 51 minutos realizado muitos mais, são bastante envolventes. os factos e por Ishani Dutta. O filme constrói uma O documentário inclui trechos relatados números trama de ligação entre as cartas escritas pelos descendentes dos mártires, incluindo mencionados pelos soldados indianos que participaram alguns cidadãos britânicos. Um dos na guerra. Estas cartas falam-nos sobre os destaques especiais é a exposição de fotos destinos para onde foram destacados e sobre os vários raras tiradas pelos prisioneiros de guerra indianos em desafios enfrentados. O enredo narrativo tece a história Berlim e as suas gravações sonoras originais, que foram da contribuição indiana, começando pela vontade dos preservadas até à data. soldados em participarem no processo de independência O documentário serve como base de dados de comercial na sua pátria, histórias de incidentes de conhecimento para quem tenha curiosidade em bravura e sacrifício, medalhas que conquistaram e as conhecer as contribuições dos soldados indianos na estratégias, tanto das Forças Aliadas como da Aliança Grande Guerra.
Imagens paradas do documentário
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COZINHA
Tempo de
festa
É tempo de festejar e a melhor forma de desfrutar do mesmo consiste em mimar as suas papilas gustativas com alguns acepipes. Cozinhe... Raseydar Alu
RASEYDAR ALU
Tempo de preparação 20 minutos; Tempo para cozinhar 30-40 minutos; Para 4 pessoas Ingredientes 1 kg de batatas em cubos cozidas, 4 colheres de chá de sementes de feno-grego, 1 colher de chá de sementes de cominhos, 2 pimentas vermelhas, 1 folha de louro, 2 cardamomos pretos, 5-6 grãos de pimenta, 3-4 cravinhos, 1 pitada de canela, 1 pitada de gengibre finamente picado, 2 pimentas verdes fatiadas, 2 colheres de chá de açafrão em pó, 1 colher de chá de colorau, 1 colher de sopa de coentros em pó, sal a gosto, 4 tomates descascados, pelados e picados, 3/4 chávena de iogurte, água aspergida conforme necessário e 1 colher de sopa de coentros picados, para guarnição Método Aqueça o óleo numa panela. Adicione as sementes de fenogrego e cominhos, as pimentas vermelhas, a folha de louro, os cardamomos pretos, os grãos de pimenta, o cravinho e a canela. Frite até ficar perfumado. Acrescente o gengibre, as pimentas, o açafrão, colorau e coentros em pó, bem como o Caril de Frango e Espinafres
sal. Mexa durante 30-40 segundos. Acrescente os tomates e deixe arrefecer, até que o óleo venha à superfície. Acrescente as batatas e o iogurte. Refogue durante 5 minutos em lume brando. Esmague algumas batatas para engrossar o molho, acrescentando água, conforme necessário. Tape e cozinhe durante 10-15 minutos. Sirva quente.
CARIL DE FRANGO E ESPINAFRES Tempo de preparação 10 minutos; Tempo para cozinhar 1 hora; Para 4 pessoas
Ingredientes 1 kg de frango cortado em 8-12 pedaços, 250 g de espinafres picados, 2 pimentas verdes fatiadas, 1 chávena de água, 2 colheres de sopa de óleo, 1 colher de chá de massa de alho, 1 colher de chá de massa de gengibre, 2 colheres de chá de sal Método Coloque os pimentões verdes e os espinafres numa panela de pressão. Acrescente água e leve ao lume, até criar pressão. Cozinhe durante 10 minutos em lume brando. Deixe arrefecer e abra a tampa. Mexa os espinafres e esmague-os, até ficarem misturados de modo grosseiro. Aqueça o óleo numa panela e frite as pastas de alho e gengibre, até que fiquem douradas e perfumadas. Acrescente o frango e o sal e refogue, até que o frango fique alourado. Acrescente os espinafres, tape a panela com firmeza e cozinhe até que o frango fique macio e o óleo venha à superfície. Os espinafres aderem ao frango e são mais secos do que um molho. Sirva quente. Cortesia: Sabores Fabulosos: Pequeno-Almoço, Chá da Tarde, Cocktails, parte de uma série de livros de receitas publicados pela External Affairs (Ministry’s) Spouses Association, Nova Deli
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COZINHA
Contos extraordinários
sobre pratos comuns
Desde o khichdi ao kheer, passando pelo dal e avançando para o halwa e para o chá, vamos levá-lo numa saborosa viagem de pratos que deram forma ao «confortável» paladar da Índia – tanto em meio à nobreza, como entre a plebe. texto | Madhulika Dash
A
cozinha indiana é um oceano de sabores e técnicas culinárias, que o mundo descreveu, em diferentes ocasiões, como “abertamente condimentada”, “charmosamente rústica” e “elaboradamente real”. E no entanto, se retirarmos a cobertura de varq da realeza (folha de prata) e observarmos aquilo
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que a Índia come, ficaremos surpreendidos com a simplicidade das receitas. Estas são as melhores exportações, que influenciaram uma série de pratos no estrangeiro. O Kheer chegou a terras de Sua Majestade, a Rainha, como arroz doce, tornando-se um dos pratos favoritos de William Shakespeare, que o mencionou no seu Conto de Inverno.
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SABIA QUE… O Khichdi conquistou o seu nome na corte de Rampur, onde foi esculpida amêndoa como arroz e pista para se assemelhar ao dal. O prato levou 72 horas para fazer, sem possibilidade de alguém se servir segunda vez – mesmo o Nawab (governador - N.T.)! Diz-se que o khichdi foi muitas vezes apelidado como Risoto Hindustani pelos marinheiros espanhóis
Khichdi
Apreciado por Akbar e adorado por Aurangzeb, em Mysuru há três séculos atrás, até chegar ao que lhe chamou alamgir, o khichdi é considerado khichdi keema dos Nizams e ao pongal do sul no Ayurveda como sendo a «refeição da Índia. Em Ain-i-Akbari, Abul perfeita». Tendo a sua origem no Fazl refere quase sete variações na Os alimentos termo sânscrito krsara, a primeira preparação do khichdi nas cozinhas simples são os referência ao khichdi surge sob de Fatehpur Sikri, que eram melhores produtos a forma de um “medley”, criado visitadas por Akbar. Foi também o de exportação, através da adição de sementes de alimento que deu força aos exércitos que influenciaram gergelim torradas e descascadas a Rajputana, que sobreviveram a dias muitos pratos no uma mistura de manteiga e sal, que é de caminhada consumindo Sauitha, estrangeiro depois fervida com arroz. Após reis e a qual consistia em khichdi feito com rainhas terem adquirido o gosto por bajra e taari, confecionados com este prato, o khichdi assumiu outras formas mais arroz partido. Os reis de Awadh conferiram-lhe extravagantes, tais como o bise belle bath, que uma versão mais recente, ao criarem o shoal e surgiu das cozinhas reais do Palácio de Wodeyar kuch, o khichdi com carne
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Dal
O Rei Somesvara III, no seu livro Manasollasa, um antigo repositório real de receitas, elogia o dal como “especiaria aromatizante da culinária”, que confere um agradável aroma e sabor a qualquer prato em que é transformado ou adicionado. Durante o casamento de Chandragupt Maurya com a princesa Helena da Grécia, o destaque do menu foi o chana dal, que veio mais tarde a inspirar o famoso Guguni de Odisha. Além disso, o dal kali veio a converterse eventualmente no dal makhani. No entanto,
o chana dal levou a outras variações do dal, incluindo o panchmel dal que, mais tarde, se juntou ao baati e ao churma, para dar forma a uma refeição completa no Rajastão. E ao Moradabadi dal, que foi apreciado, tanto nas cortes de Mughal como de Awadh. Acredita-se que foi o desejo de um dal condimentado com kokum que terá eventualmente levado à origem do sambhar, ainda outro derivado do dal, bem como do dalma, um prato típico do Templo de Puri, em Orissa.
SABIA QUE… A maioria das receitas de dal na Índia não incluem tomate, confirmando o fato de o dal existir desde os primeiros tempos da Era Védica. A receita simples de chana dal chegou a ser servida até em refeições festivas para convidados
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SABIA QUE… O prazer de ter este prato era tanto que Khanzada Begum fez um kheer guarnecido com pétalas de rosa, embebeu-o previamente e adicionou arroz em pó, incluindo-o como parte do Banquete Místico. Na dinastia Ganga, o kheer adoçado com açúcar mascavado era um prato de vitória que o rei enviava à rainha
Kheer
O pudim de arroz pode ser uma inovação como prato doce habitual de boas-vindas. romana, mas o kheer, um prato de arroz Foi a partir daí que o kheer chegou ao resto doce temperado com açúcar do mundo e da Índia, onde mascavado e cardamomo os templos e governantes lhe A ascensão do foi uma criação puramente acrescentaram o seu próprio kheer ocorreu indiana, que remonta à toque. A dinastia Tughlaq entre os períodos época da dinastia Nanda. A adicionou frutos secos ao Maurya e Gupta ascensão do kheer ocorreu kheer, enquanto os mongóis entre os períodos Maurya e sob o comando de Sher Shah Gupta. No entanto, a fama chegou quando Suri e, posteriormente, de Humayun, Harshvardhan o introduziu em Nalanda, criaram o phirni, outra forma de kheer.
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Poori
Remonta aos tempos Védicos, quando o poori constituía o acompanhamento perfeito para caris que envolvessem especiarias. A ascensão do poori como prato festivo chegou com o advento do chappan bhog, no qual o poori constituiu a primeira inclusão. O fato de que poder conter com facilidade sabores e recheios fez com que se tornasse parte da alimentação dos templos por toda a Índia, reforçando o seu papel na gastronomia indiana.
Halwa
Quando o halwa chegou pela primeira vez à Índia, vindo da corte de Suleiman, o Magnífico, do Império Otomano, tinha umas 30 variações diferentes. Então, o que é que a Índia adicionou à importação de videshi? Mais variedades e um processo simples, porém aromático, de o confecionar com ghee em vez de óleo, leite, especiarias e todos os vegetais/lentilhas/ legumes. O Mirch Ka Halwa, que veio da corte de Rampur ou o Jauzi Halwa cozido da casa de Nizams e o favorito de Mirza Ghalib, Habshi Halwa, que se assemelha ao halwa preto, do sul. Originalmente, o Moong Dal Halwa das cozinhas reais dos Rajputs de Chandela, não se destinava exclusivamente às celebrações, mas também às viagens. De modo muito semelhante ao baati e ao churma, o halwa constitui um bom sustento para comerciantes e guerreiros. Certa lenda conta-nos
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que Shivaji transportava frequentemente consigo uma caixa de sheera, uma variação do halwa e do poha em conjunto, a fim de ajudar o seu exército a suportar os caprichos da selva sem terem necessidade de cozinhar, mas sem deixarem no entanto de considerar a comida saborosa.
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Chai
O chai (chá) foi introduzido na Índia pelos inicialmente na corte Gupta como um britânicos. Comercialmente, sim. No entanto, preparado especial feito para os hóspedes. O se considerarmos o ensaio de Frederick R chá era então mergulhado e tomado com mel Dannaway intitulado «Tea as Soma» (Chá ou um pouco de sal. Mais tarde, com a chegada como Soma), então, o chá já das especiarias, foram adicionados existia na Índia antiga, mas sob a o cardamomo, mulethi, pudina A variedade com forma de soma. Dannaway pode e pimenta, a fim de lhe conferir leite chegou com estar parcialmente certo, uma um sabor diferente. Mesmo na a Companhia vez que, durante as dinastias corte de Mughal, na qual Shah das Índias Maurya e Gupta, a Índia manteveJahan começou a beber chá e café, Orientais se como centro de convergência era uma bebida isenta de leite, das práticas Budistas, atraindo levemente aromatizada, muito viajantes aos seus mosteiros e corte real. parecida com o kahwa, considerado o chá verde A corte de Samudragupta e Harshvardhan original da Índia. A variedade com leite chegou viu chegar mensageiros chineses em grande com a Companhia das Índias Orientais e com número, que, como oferenda, também os comerciantes que empregaram para cuidar traziam o chá Oolong. O chá foi consumido do lado indiano do negócio.
SABIA QUE… O chai percorreu um longo caminho, desde que era tomado como bebida de inverno, aromatizada com anis estrelado e canela ou pimenta. Uma das mais populares variações do chá é o masala chai (chá com leite, aromatizado com canela e cardamomo). O nooni chai, um complemento do pequenoalmoço de Caxemira, é uma das mais antigas fórmulas de chá
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Obras-primas do
patrim贸nio de Rajputana
Os majestosos fortes alcantilados do Rajast茫o erguem-se em toda a sua grandeza texto | Supriya Aggarwal
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terra dos reis, o estado do Rajastão, era anteriormente conhecida como Rajputana. Foi dividido em várias regiões, cada uma governada por um clã diferente. Ao longo dos anos, esses clãs construíram monumentos históricos, principalmente fortes nas colinas, que deram forma à rica herança cultural do estado. Construídos entre os séculos V e XVIII, estes fortes alcantilados são obras-primas de longa duração do património Rajputana. Durante a 37ª sessão do Comité do Património Mundial, realizada no Camboja, seis fortes do Rajastão foram declarados como Património Mundial da UNESCO no grupo Fortes das Colinas do Rajastão.
Forte de Chittorgarh, Chittorgarh Construído pelos governantes Maurya no século VII, foi nomeado em homenagem ao governante de Mauryan, Chitrangada Mori, tendo sido mais tarde dirigido pelo clã Sisodia. A área é preenchida por uma série de palácios, portões, templos e duas torres de comemoração. Para lá destas duas torres, o forte alarga-se a quatro complexos palacianos, 19 templos, quatro memoriais e 20 espelhos de água. Construído em duas fases, o primeiro forte alcantilado, com uma entrada principal, foi fundado no século V e fortificado, sucessivamente, até ao século XII. As suas ruínas são visíveis, principalmente, nas orlas ocidentais do planalto. A segunda estrutura foi construída no século XV, durante o reinado do clã Sisodia, quando a entrada real foi transferida para outra posição e fortificada com sete portões. O Templo de Kumbha Shyam, o Templo de Mira Bai, o Templo de Adi Varah, o Templo de Shringar Chauri e o Vijay Stambh, foram construídos nesta fase, que ilustra o estilo puro da arquitetura Rajputana.
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Forte de Ranthambore, Sawai Madhopur
Ao mesmo tempo que o Parque Nacional de Ranthambore é conhecido pelos seus tigres, o majestoso Forte de Ranthambore situa-se no seu recinto. Construído durante o século VIII, o nome do forte deriva das colinas: Thambhore, sobre a qual o forte se situa, e Ran, uma outra colina próxima. Erguendo-se no alto do ponto de união entre Vindhyas e Aravallis, o forte possui robustas portas arqueadas, requintadamente esculpidas em madeira e metal. De entre as quatro entradas, Misradhara é a única que se mantém ainda de pé.
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Forte de Gagron, Jhalawar
As fundações do forte foram construídas no século VII, tendo sido concluído no século XIV pelo Rei Bijaldev da dinastia Pramara. É cercado por três lados pelos rios Ahu, Kali e Sindh e por detrás do forte encontram-se florestas e a cordilheira de Mukundarrah. Devido à sua localização estratégica, o Fort de Gagron é conhecido como o forte das Águas da Índia.
Ganeshpol, Nakkarkhana, Bhairavipol, Kishanpol e Silaahkhana são os portões importantes do forte. Outros sítios arqueológicos importantes incluem Diwane-Aam, Diwan-e-Khaas, Janana Mahal, o Templo de Madusudan e Rang Mahal. Nos arredores do forte situa-se o mausoléu do santo Sufi Mitte Shah, onde uma feira é organizada anualmente durante o Ramzan.
Forte de Kumbhalgarh, Kumbhalgarh
Localizado na cordilheira ocidental de Aravallis, o Forte Kumbhalgarh foi construído durante o século XV por Rana Kumbha. Ampliado ao longo do século XIX, o Kumbhalgarh é local de nascimento do Rei Rajput, Maharana Pratap. O forte tem a segunda muralha mais extensa do mundo, a seguir à Grande Muralha da China. Os treze picos de montanha de Aravallis protegem esta fortaleza. O mais pitoresco palácio é o Badal Mahal (Palácio das Nuvens) que apresenta deslumbrantes divisões com uma mescla requintada entre as cores turquesa, branco e verde. É possível, a partir das muralhas do forte, ter uma vista panorâmica fantástica sobre as dunas do deserto de Thar.
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Forte de Amer, Jaipur
Conhecido em todo mundo pela sua era o lugar onde os exércitos realizavam arquitetura artística de estilo Hindu, o Forte os seus desfiles de vitória. O forte consiste Amer encontra-se localizado no Diwan-e-Aam, Diwan-ea 4 km da cidade capital de Khas, Sheesh Mahal (Palácio A entrada Jaipur. Construído com dos Espelhos) e Sukh Niwas, principal do mármore e arenito vermelho, onde é criado um clima fresco forte faz-se o opulento palácio é dividido pelos ventos que sopram sobre através de Suraj em quatro secções principais, uma cascata de água dentro do Pole, que conduz cada uma com a sua própria palácio. O Corredor da Vitória, a Jaleb Chowk porta de entrada e pátio. A popularmente conhecido como entrada principal faz-se através Jai Mandir, é reconhecido pelos do Suraj Pole (Porta do Sol) que leva a Jaleb seus painéis e teto, permeados com espelhos Chowk, o primeiro pátio principal. Este de cores e formas variadas.
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Forte de Jaisalmer, Jaisalmer
Uma das maiores fortificações em todo o isto, é também conhecido como o Forte mundo, o Forte de Jaisalmer foi construído Dourado. O forte possui quatro entradas do em 1156 DC pelo governante lado da cidade, uma das quais Rajput Rawal Jaisal, do qual costumava ser guardado por um O forte situaherdou o seu nome. O forte situacanhão. O forte comporta vários se em meio se em meio à extensão de areia havelis, ou casas, construídas por à extensão do deserto de Thar, na colina mercadores abastados. Satyajit de areia do de Trikuta, e testemunhou uma Ray, o famoso diretor de cinema, deserto de Thar, série de batalhas. As suas paredes sentiu-se impressionado com o na colina de de arenito amarelo maciço têm forte, tendo utilizado o mesmo Trikuta uma cor de leão durante o dia, como pano de fundo para o seu que se transforma em mel-ouro Sonar Kella, que deu origem, à medida que o sol se põe, camuflando assim mais tarde, à produção de um filme icónico o forte no amarelado do deserto. Por tudo com o mesmo nome, baseado no livro.
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EXPLORAR
Prepare-se
e parta
O turismo de aventura está rapidamente a conquistar popularidade na Índia, à medida que os turistas procuram um tipo diferente de férias
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iajar para áreas remotas, desportos de aventura emocionantes e testar os limites da resistência própria de cada um, tudo isto conta para aquilo que conhecemos como turismo de aventura. Seja no leste, oeste, norte ou sul, o país dispõe de uma vasta gama de opções, que proporcionam as desejadas descargas de adrenalina aos entusiastas da aventura.
ESCALADA
As possibilidades de escalada na Índia são imensas e, em grande medida, inexploradas. Classificada entre escalada livre, escalada assistida e escalada livre e assistida – a escalada pode ser realizada durante todo o ano, exceto nos meses de monção. O êxtase de chegar ao topo e gritar para o mundo é simplesmente indescritível. Alguns dos melhores locais para escalada na Índia são o Sar Pass em Himachal Pradesh, Miyar Valley em Himachal Pradesh, Shey Rock em Caxemira, Paithamala em Kerala, Madhugiri em Karnataka, Malshej Ghat em Maharashtra e Hampi e Badami em Karnataka.
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MERGULHO
A magia do azul esverdeado da água e a vida aquática formam a trama perfeita para uma experiência de mergulho espetacular. A flora e fauna e os recifes de corais intocados oferecem um reino de esplendores marinhos. Os melhores lugares para mergulho na Índia
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são as Ilhas Andaman e Nicobar, as Ilhas Lakshwadeep e as Ilhas de Netrani (em toda a costa de Karnataka) e Goa. Mergulhar em Goa proporciona uma experiência que fica para toda a vida, sendo Grand Island o local mais popular para esta prática.
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PESCA À LINHA
Para que qualquer desporto se mantenha fiel ao seu espírito, a coordenação é essencial. Port Blair é um paraíso para os entusiastas da pesca e ideal para pesca de água salgada. Devido à proibição da pesca comercial, os recifes possuem uma beleza incólume. Chidiyatapu. Situado a 25 km de Port Blair, é um dos melhores destinos na Índia para pesca. A Ilha Cinque e Rutland constituem outros destinos populares. É ainda possível observar pores-do-sol deslumbrantes. As
espécies encontradas nesta região incluem o Veleiro, o Atum de Barbatana Amarela e o Trevally Gigante. Outros locais para a pesca de água doce são os rios Ramganga e Mahakali em Uttaranchal, o rio Beas em Kullu Manali, o Lago Dodital nos Himalaias, os rios Indus e Lidder em Caxemira, o Kameng, o Pashighat no Rio Siang e Tezu no Rio Lohit em Arunachal Pradesh. A melhor época para pesca situa-se entre novembro e meados de abril.
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PARAPENTE
Em criança, sonhou voar como um pássaro? O parapente, não só realiza as fantasias de infância, como também sacia a alma de qualquer adulto. Os Ghats Ocidentais em Maharashtra constituem um dos destinos de maior preferência para o parapente na Índia. Existem locais com espaços ideais de descolagem e aterragem ao longo de
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todas as cordilheiras de Sahyadri, como Chikhaldara, Panchgani, Kamshet e Bhandardara. Panchgani é a sede anónima do parapente neste estado, com pontos de voo incríveis situados em Khinger, Bhilar e Tapola. Alguns outros locais são Kunjapuri, Garhwal e Bedni Bugyal em Uttaranchal e Bir Billing em Himachal Pradesh.
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RAFTING FLUVIAL
O fluxo dos rios é poderoso e imprevisível. Seguir as curvas desconhecidas e sentir a imersão em ar misturado com água, são algumas das experiências ao fazer rafting fluvial. Rishikesh foi reconhecida como a capital da aventura na Índia. Os rafters experientes podem testar as suas habilidades contra ondas poderosas, enquanto os mais novos neste desporto podem optar
por passagens desimpedidas e com ondas menores. Outros destinos são o Rio Zanskar em Ladakh, o Rio Brahmaputra em Arunachal Pradesh, o Rio Teesta em Darjeeling, o Rio Barapole em Coorg e o Rio Alaknanda em Uttarakhand. A melhor época para visitar Rishikesh situa-se entre o final de setembro e meados de novembro e entre março e a primeira semana de maio.
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Uma vez um Tigre,
sempre um Tigre
O mais antigo esquadrão da Força Aérea da Índia, o Esquadrão n.º 1, continua a treinar incansavelmente para atingir os mais elevados padrões operacionais de excelência profissional text | Marechal a Força Aérea (Reform.) Anil Chopra
Alinhamento de aeronaves do Esquadrão Wapiti, em 1934
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Reunião dos Tigres em 1948, em Gymkhana, Deli
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utubro de 1932 foi um mês histórico para a aviação indiana. A Força aérea indiana (IAF - Indian Air Force) foi fundada oficialmente no dia 8 de outubro e, uma semana depois, JRD Tata, da Tata Airlines, pilotou o seu avião, dando início a um serviço de correio aéreo entre Karachi e Madras (agora Chennai) através de Ahmedabad e Bombaim (agora Mumbai). O mês marcou o nascimento da aviação civil e militar na Índia. A companhia de aviação converteu-se, mais tarde, na Air India. O esquadrão n.º 1 da IAF, Tigers (Tigres), formou-se no dia 1 de abril de 1933, em Drigh Road, Karachi, com quatro Westland Wapiti II, um biplano de cooperação do exército. Era mantido por seis oficiais e 19 Hawai Sepoys, com o Tenente da Royal Air Force (mais tarde Vice-Marechal) Cecil Boucher como comandante. Os cinco primeiros pilotos foram Harish Chandra Sircar, Subroto
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Da esquerda para a direita, a partir de cima: Corpo do Esquadrão n.º 1 e um selo lançado para comemorar o Jubileu de Diamante, em 1993; O Esquadrão Convertese ao Mirage 2000 em França; Arjan Singh com a tripulação de aeronaves Hurricane em Burma; Harjinder com os Hawai Sepoys Lysander em Burma
Mukherjee (mais tarde, primeiro Comandante da Por volta de meados de 1941, o avanço japonês Força Aérea Indiana), Bhupendra Singh, Aizad sobre a Birmânia (hoje Myanmar) encontrava-se Baksh Awan e Amarjeet Singh. JN Tich Tandon iminente; 12 aviões Westland Lysander foram ficou encarregue do serviço de logística. Nas comprados a partir do fundo Bombay War Gifts remessas seguintes, surgiram outros indivíduos e apresentados ao esquadrão pelo governador, em que também se tornaram lendários: O Engenheiro nome dos cidadãos de Bombaim (agora Mumbai). Aspy (mais tarde Comandante da Força Aérea O esquadrão, a partir daí, começou a ser conhecido Indiana), Jumbo Majumdar, Narendra, como o Esquadrão de Bombaim. Daljit Singh, Henry Runganadhan, O esquadrão RHD Singh, Baba Mehar Singh, SN Campanha de Burma entrou em ação Goyal, Prithpal Singh e Arjan Singh Em fevereiro de 1942, o Esquadrão pela primeira (mais tarde comandante e atualmente chegou a Burma (a atual Myanmar), vez contra os Marechal da IAF). com os seus Lysanders, executando rebeldes da tribo O esquadrão entrou em ação pela missões táticas de reconhecimento Bhittani primeira vez no Waziristão do Norte, a partir de Toungoo, antes de ser contra os rebeldes da tribo Bhittani. transferido para Mingaladon com Por volta de 1938, o esquadrão encontrava-se voo destacado para Lashio. O pessoal da IAF completamente guarnecido de aeronaves, com 16 modificou a aeronave para transportar bombas e oficiais e 662 homens. Era a única formação da voou em missões sem escolta de baixo nível contra IAF quando começou a Segunda Guerra Mundial. as bases japonesas de Mae-Haungsaun, Cheingmai A fim de apoiar o esforço de guerra, formaram-se e Chiangrai na Tailândia. No entanto, o avanço os Coastal Defence Flights, tendo sido atribuída japonês foi implacável e, com a evacuação final da aos Tigres a missão de constituírem o seu núcleo. Birmânia, o Esquadrão n.º 1 regressou a Risalpur, O esquadrão foi inicialmente reequipado com em junho de 1942, dando início à sua conversão Hawker Hart e, mais tarde, com aeronaves Audax. aos caças Hurricane IIB. O Esquadrão n.º 1 chegou
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a Imphal no dia 3 de fevereiro de 1944, liderado pelo Líder de Esquadrão com 25 anos de idade, Arjan Singh. Permaneceu ativo durante 14 meses, participando no cerco de Imphal, seguido pelas ofensivas trans-Chindwin e trans-lrrawaddy. Os Tigres começaram os seus voos operacionais a 5 de fevereiro, realizando missões de reconhecimento, ofensivas, táticas e fotográficas. A ofensiva japonesa começou no dia 8 de março, com a tentativa de obliterar a 17.ª Divisão Indiana. No dia 29 de março, depois de as tropas inimigas terem sido detetadas ao final da noite, todo o esquadrão, liderado por Arjan Singh, levantou voo e fustigou as posições inimigas com armas e bombas, dizimando o batalhão avançado japonês. Em abril de 1944, apertou-se o cerco a Imphal e os japoneses chegaram, até se encontrarem ao alcance da artilharia do aeródromo de Imphal. O esquadrão fez 412 surtidas, atacando o transporte mecânico, as posições de armas e as tropas. Enquanto os japoneses batiam em retirada, o esquadrão operava a partir das bases avançadas e o esforço de guerra a nível de combate aéreo aumentou consideravelmente. O pessoal da IAF foi galardoado com 22 Flying Crosses, entre outras condecorações. Como reconhecimento pelos seus feitos, a IAF foi agraciada com o prefixo “Royal” no seu título em março de 1945.
se à recém-adquirida aeronave Dassault Mystere IVA, sob o comando de Dilbagh Singh (mais tarde comandante). Nas operações de Goa, em 1961, os Tigres operaram a partir do Aeroporto de Santa Cruz, na sua primeira batalha após a Independência. A Partição e os Uma missão de quatro aeronaves primeiros anos enviadas contra o Forte de Damão, no Os Tigres No final da Segunda Guerra Mundial, a dia 10 de dezembro de 1961, encontrou operaram RIAF dispunha de uma força composta a tradicional bandeira de rendição a partir do por 28.500 elementos, incluindo 1.600 a ondular no seu topo. Durante a Aeroporto de oficiais. No final de 1945, a unidade Guerra Indo-Paquistanesa de 1965, o Santa Cruz, na converteu-se à utilização do Spitfire. Esquadrão estabeleceu-se em Adampur, sua primeira No verão de 1947, o Esquadrão n.º onde permaneceu durante os 17 anos batalha após a 1 recebeu aviões Tempest II. No seguintes. Sob o comando do General Independência momento da Partição, todos os ativos Comandante de Guerra Omi Taneja, do Esquadrão foram transferidos para o Esquadrão foi destacado para ser o a Força Aérea Real do Paquistão (PAF - Royal primeiro a pilotar os seus aviões num ataque contra Pakistan Air Force) e a unidade na Índia foi registada o Aeródromo de Sargoda da PAF. e mais tarde reativada, em 1953, com caças noturnos Vampire, em Palam, Nova Delhi, sob o comando As lendas de Timky Brar (mais tarde, vice-chefe de pessoal Subroto Mukherjee, OBE, do Esquadrão, participou da Força Aérea). Em 1956, o Esquadrão converteuem operações aéreas contra uma tribo na Província
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A partir da esquerda, no sentido dos ponteiros do relógio: O Esquadrão em Burma; Arjan Singh com os Pilotos do Esquadrão, durante a década de 1950; Os pilotos do esquadrão que participaram no Ataque a Sargoda, em 1965
Fronteiriça do Noroeste (NWFP - North West com a Distinguished Flying Cross (DFC) por Lord Frontier) e foi o primeiro a ser condecorado com Mountbatten, o Comandante Supremo das Forças uma medalha. Em 1939, foi promovido a Líder de Aliadas no Sudeste da Ásia. Arjan Singh chefiou a Esquadrão e assumiu o comando do Esquadrão n.º IAF desde agosto de 1964 até julho de 1969. O seu 1. Mais tarde, em agosto de 1943, tornou-se no mandato de cinco anos e meio é o mais longo de primeiro indiano a assumir uma Estação da RAF, qualquer chefe dos três Serviços. Foi galardoado com em Kohat. Em junho de 1945, foi a Padma Vibhushan em 1965 e exerceu galardoado com a Ordem do Império funções na qualidade de embaixador Arjan Singh foi Britânico (divisão militar). Dilbagh indiano para a Suíça e de altopromovido em Singh, não só comandou o primeiro comissário para o Quénia. Mais tarde janeiro de 2002, esquadrão da IAF, como se tornou tornou-se Tenente Governador de Deli tornando-se primeiro comandante da Força Aérea, e foi promovido a primeiro Marechal no primeiro em 1954. Mukherjee, ávido entusiasta de da IAF em janeiro de 2002. Marechal de futebol, concebeu a ideia de realizar um O General Comandante de Guerra sempre da IAF torneio de futebol interescolar em toda Karun Krishna Majumdar deu à IAF a Índia, que veio a ter início após o seu o seu primeiro herói de guerra na falecimento. O torneio é chamado Subroto Cup. Segunda Guerra Mundial. Foi o único piloto da Arjan Singh, DFC, foi contratado como piloto IAF a ser condecorado com uma Barra de DFC pela oficial em dezembro de 1939, tendo presenciado sua liderança, a primeira da IAF. Dois anos mais as operações iniciais na Província Fronteiriça do tarde, ofereceu-se para um posto num esquadrão da Noroeste. Mais tarde, durante a campanha de RAF, que pilotou Spitfires durante a invasão aliada Arakan, em 1944, Arjan foi condecorado no terreno da Europa.
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SUCESSO Entre os jovens treinados como aprendizes Os Tigres tornam-se supersónicos técnicos de aviação, mais tarde chamados Hawai O Esquadrão converteu-se aos caças supersónicos Sepoys, houve um que se tornou lendário: o Vicerussos MiG 21, em 1966, tendo operado os mesmos Marechal Harjinder Singh, MBE. O seu papel foi até 1985. O General Comandante de Guerra Upkar fundamental na conversão dos aviões Singh liderou o Esquadrão durante a de observação aérea Lysander em Guerra Indo-Paquistanesa de 1971, Durante o bombardeiros ligeiros, durante as tendo sido destacado para a função de Conflito Indooperações do esquadrão na Birmânia. defesa aérea. Os Tigres pilotaram em Paquistanês Mais tarde, ascendeu ao posto de 513 surtidas e conquistaram muitas de Kargil, os oficial no comando dos serviços de condecorações. A Índia adquiriu o Mirage 2000 manutenção. Mirage 2000 asa-delta «fly-by-wire» atingiram com Poucos nomes na IAF evocam à França. Os pilotos e técnicos da IAF sucesso campos tanta admiração e inspiração como o treinados no Mirage 2000 em França e bases logísticas do Comandante Baba Mehar Singh. regressaram e converteram o Esquadrão do inimigo Durante a invasão tribal de Caxemira, ao caça francês em 1986. Durante o em 1947, Mehar, então comodoro da Conflito Indo-Paquistanês de Kargil, Força Aérea, pilotou, ele próprio, em muitas missões em 1999, os Mirage 2000 atingiram com sucesso pioneiras e assustadoras. Foi condecorado com a campos e bases logísticas do inimigo. Os ataques a Maha Vir Chakra (MVC), a primeira atribuída à Muntho Dhalo e a Tiger Hill abriram caminho para IAF, em 1950. uma recaptura mais rápida. O General Comandante
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Acima: Esquadrão Hawai Sepoys em 1934; Esquerda: Os rapazes do Esquadrão, com Arjan Singh, durante as comemorações do Jubileu de Platina
de Guerra Rakesh Sharma, Ashok Chakra, que voou a bordo do Soyuz T-11 em abril de 1984, tornando-se no primeiro indiano a ir ao espaço, é um ex-Tigre. Diz o ditado: «Uma vez um Tigre, sempre um Tigre». Mesmo na atualidade, os Tigres continuam a treinar incansavelmente, a fim de alcançarem os mais elevados padrões operacionais. Eles vivem de acordo com o lema do Esquadrão: Ekta Mein Shakti (A União Faz a Força). Atualmente, sob o comando do General Comandante de Guerra Manish Sharma, o trabalho do pessoal do Esquadrão consiste em alcançar os mais elevados padrões de excelência profissional e ‘Tocar o Céu com Glória’.
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Índia, a caminho
do desenvolvimento
O Programa para Parques Têxteis Integrados (SITP - Scheme for Integrated Textile Park), uma iniciativa emblemática do Ministério dos Têxteis, visa fornecer apoio à infraestrutura, que se revela crítico para tornar a indústria do fabrico têxtil globalmente competitiva
A
indústria têxtil da Índia, uma das maiores em todo o mundo, deu uma contribuição fundamental para a economia do país, em termos de criação de emprego, direta e indireta, bem como a nível de ganhos provenientes de moeda estrangeira. Em dados recentes, divulgados pela base de dados UN Comtrade, a Índia ultrapassou
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a Itália, a Alemanha e o Bangladesh, para emergir como o maior exportador de têxteis do mundo. No entanto, os obstáculos ao nível das infraestruturas têm sido a principal área de preocupação. A fim de acabar com isso e prover a indústria com infraestruturas de classe mundial visando a criação de unidades têxteis, o SITP foi aprovado, em julho de 2005, para que
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Indústria têxtil, a caminho do progresso
sejam criados novos parques têxteis compatíveis Índia está a deslocar-se no sentido de passar a ter com as normas internacionais em centros de melhor acesso ao mercado do Sudeste Asiático, o potencial crescimento. que constituirá o prenúncio da entrada da Índia Discursando durante o primeiro workshop numa das regiões de mais rápido crescimento alguma vez realizado sobre os SITPs, organizado económico em todo o mundo. pelo Ministério dos Têxteis do Governo da De acordo com o Ministério dos Têxteis, Índia, em Surat, no mês de abril do cerca de 70 parques têxteis, (30 deles corrente ano, o Ministro dos Têxteis, funcionais, situando-se a maioria O Governo está Santosh Kumar Gangwar, declarou em Gujarat, Maharashtra e Tamil a considerar que o Governo da NDA ratificou a Nadu), espalhados por 16 Estados, já a criação de implementação de 20 novos SITPs foram aprovados em março de 2015, mais 10 parques em sete meses, o que perfaz um com um custo total de Rs. 71 biliões. no 12.º Plano total de 70 de tais parques têxteis, Apesar de oito novos parques têxteis Quinquenal que se espera virem a atrair um já se encontrarem operacionais em investimento de Rs. 300 biliões. O Gujarat, cinco novos parques foram Governo está a considerar a criação de mais 10 sancionados pelo Ministério dos Têxteis. Em parques no 12.º Plano Quinquenal. Surat, de entre os nove parques sancionados, Estes parques visam ser catalíticos na cinco já se encontram em operação, com uma concretização da iniciativa ‘Make In India’ do produção anual de tecidos, fios, malhas e tecidos senhor PM Narendra Modi, bem como fornecer crus, que representa Rs. 27,68 biliões. Dois um pódio para a cadeia de valor das indústrias dos parques têxteis, em Mundra e Kheda, apresentam têxteis, vestuário e afins. Também salientou que a uma produção anual no valor de Rs. 6 biliões.
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Gravado em
grande estilo Os bordados de Kutch nĂŁo se limitam Ă s cores vibrantes texto | Chandreyee Bhaumik
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Uma variedade de produtos Kutch em exposição
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s bordados de Kutch apresentamse repletos de cor e versatilidade. Mas, em meio aos pontos e às cores vivas, encontrase a proposta comercial exclusiva dos diferentes clãs da região. As ricas tradições de Kachchh (frequentemente referida como Kutch) derivam da miscigenação das suas comunidades e culturas. A localização geográfica de Kutch ajudou a região a converter-se num vórtice de todas as influências culturais. Esta ornamentação manifesta-se nos mais de 17 tipos diferentes de adornos, incluindo os bordados Mutwa, Rabari, Dhaberia Rabari e Neran, originários de diferentes regiões e clãs. O bordado de Kutch foi originalmente trazido pelos criadores de gado Kathi, que criaram vários desenhos com os seus
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ARTE
Representação vívida, manifestando figuras de cores variadas
conhecimentos de lavores com a agulha. Reza fios metálicos sobre cetim e seda. Envolvendo a lenda que um andarilho de Sindh transmitiu bordados com minúsculos espelhos no centro e esta técnica de costura aos sapateiros no pontos minúsculos, resulta num processo que século XVI. A união manifesta-se nos estilos consome bastante tempo. Tendo em mente o de bordado de Suf, Khareek, Paako e Rabari. repúdio islâmico quanto ao retratar de formas Convencionalmente, os bordados animais ou humanas, estes desenhos de Kutch utilizam cores como o são principalmente geométricos. O bordado verde, preto, índigo, vermelho, de Kutch foi amarelo e esbranquiçado. São Rabari originalmente influenciados por motivos Existe quem reivindique que este trazido pelos românticos e por figuras humanas bordado se encontra enraizado criadores de em poses de dança. Alguns motivos no património, tendo surgido do gado Kathi também comportam a influência mítico Sambal, criado por Lord das artes Persa e Mughal. Shiva para proteger os camelos. Os Rabaris migraram do deserto de Thar, em busca Mutwa de terras de pasto para a criação de camelos. Os A sua nomenclatura deriva de Mutwa bordados são parte integrante da vida de uma (Maldhari), uma subcasta de muçulmanos, que mulher Rabari, o que se revela evidente pelas residem na região de Banni deste estado. É o suas vestes, tais como xailes, saias e cholis. São bordado de tipo mais fino, trabalhado com costurados espelhos para criar formas abstratas
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SABIA QUE... Ø
Várias lendas quanto à sua origem reportam aos tempos do Ramayana e do Senhor Krishna
Ø
O bordado constituiu inicialmente um passatempo das mulheres em Kutch, que costuravam enxovais de casamento para as suas filhas
Ø
O tecido do bordado de Kutch é resistente, mas a lavagem à mão não é aconselhável, devido à fragilidade das linhas e à utilização de missangas e espelhos
de pavões, papagaios e padrões geométricos. O ponto de cadeia, ponto acentuado e pesponto (popularmente conhecido como ponto de bakhiya) são usados nas blusas das mulheres e nos casacos dos homens (kediyun).
Dhebaria Rabari
Existem três subgrupos entre os Rabaris – Kachhi, Dhebaria e Vagadia. Apesar de os Kachhi e Dhebaria terem formado em tempos um só grupo, dividiram-se em 1940. Entre outros, este grupo apresentava o sentido de ornamentação mais desenvolvido. O bordado reflete um trabalho intenso sobre o tecido, com cabeças, botões, pontos e recortes. Embora a proibição imposta sobre os bordados manuais tenha interrompido o desenvolvimento, não desencorajou a estética desta forma de arte.
Neran
Provém da palavra «neran», que significa «sobrancelha». Apresenta costuras de casas de botão que criam um formato curvo. No entanto, é interessante reparar que o bordado Neran criou um nicho muito próprio. Originalmente, considerou-se concorrente aos bordados Kharek e Pakko.
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CELEBRAÇÕES
Dos costumes e
orgulho cultural
O Dussehra é comemorado com tradicional alegria em Kullu Valley e as festividades são um espetáculo a contemplar texto | Mahima Chadha
O festival arranca no 10º dia do quarto crescente, conhecido como Vijayadashmi, tendo por cenário o vale panorâmico de Kullu
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abia que a celebração do Dussehra, ao Raja Jagat Singh. Recusando-se a acreditar em Kullu, no estado de Himachal na história, tentaram levantar o ídolo, mas Pradesh, começa no mesmo dia em este tornou-se tão pesado que não puderam que termina em todas as outras movê-lo. Pelo contrário, quando o brâmane o localidades do país? E que, aqui, não são ergueu, revelou-se leve como uma pena. queimadas as efígies do demónio Rei Finalmente, o ídolo foi instalado como Ravana, do seu irmão Kumbhakarana divindade reinante de Kullu e só depois e do seu filho Meghnada? de o rei ter bebido a água benta O festival arranca no do ídolo é que a maldição foi 10º dia do quarto quebrada. Posteriormente, crescente, conhecido na primeira quinzena do como Vijayadashmi, mês de Ashwin (desde prosseguindo durante meados de setembro até sete dias. meados de outubro), o O festival tem as rei convidou todos os 365 suas origens no ano de deuses e deusas do vale para 1637 AD, quando o Raja executar um yajna em honra Jagat Singh governou o vale. de Raghunathji. Um dia, o rei foi informado O festival é hoje comemorado de que um camponês local, com fervor religioso e o costume Durga Dutt, possuía algumas continua a ser seguido. No No primeiro pérolas. Desejando possuí-las, primeiro dia da festa, o ídolo do dia de festa, o o rei ordenou a Dutt que lhe senhor Raghunathji é colocado ídolo do Senhor entregasse as pérolas. Em vão, numa carruagem e levado para o Raghunathji é Dutt tentou convencer Jagat largo de Dhalpur Maidan, onde colocado sobre Singh que não tinha nenhumas ocorrem as celebrações. Centenas uma carruagem pérolas. Com medo que o Rei de Deuses da aldeia participam o castigasse, Dutt queimou a de numa procissão espetacular e sua casa juntamente com a sua família e prestam homenagem de reverência à deidade. amaldiçoou o rei. Pouco tempo depois, Jagat Toda a cidade é decorada, emprestando Singh foi acometido pela lepra, o que o fez à beleza natural de Kullu um aspeto perceber o seu erro. requintado. A festa prossegue com uma Seguindo o conselho de um santo local, infinidade de programas culturais. O sexto o rei enviou um brâmane para roubar a dia é marcado por uma impressionante estátua do Senhor Raghunathji de um reunião de Deuses, concluindo-se o festival templo situado em Ayodhya, local de puxando o rath (carruagem) do Senhor nascimento do Senhor Rama. O brâmane Raghunathji até à margem do rio Beas, estava a regressar, depois de roubar o ídolo, onde são incendiados arbustos de silvas, quando o povo de Ayodhya se apercebeu da que simbolizam a queima de Lanka. O ausência deste último no templo. O povo festival em Kullu é uma experiência rara, de capturou o brâmane, que relatou a situação grandeza incomparável.
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ENTREVISTA
A verdadeira
rainha
Kangana Ranaut, a atriz premiada com o National Award, definiu objetivos ambiciosos para si própria texto | Aarti Kapur Singh
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nquanto sobe a escada do sucesso, melhor a observar as pessoas e a trazer essa a atriz Kangana Ranaut tem vindo experiência para os papéis que interpreto. A a transformar-se num enigma. Se fim de me preparar para o «Tanu Weds Manu observarmos atentamente a vida dela, Returns», estive no campus da Universidade as suas crenças e as personagens que interpreta de Deli durante uma semana, obviamente no ecrã, apercebemo-nos que Kangana disfarçada, observando a forma como as percorreu um longo caminho durante a última meninas se comportam”, revela-nos Kangana. década, desde os seus dias de adolescente tímida, Tendo sido uma mulher que rejeitou «The quando partiu de uma pequena Dirty Picture», Kangana estava cidade em Himachal Pradesh. ciente de que iria ser enquadrada A jornada de A jornada de Mandi para em papéis centrados nas mulheres. Mandi para Mumbai tem vindo a ajudar “Quero trabalhar em cinema que Mumbai tem Kangana a amadurecer enquanto me atraia, seja ele francês, italiano, vindo a ajudar pessoa. “Aprendi a assumir a iraniano ou americano. Mas, dito Kangana a responsabilidade pelos meus isto, sinto-me bem num papel amadurecer atos, assim como aprendi a ser centrado nas mulheres, uma vez enquanto pessoa confiante quanto ao meu trabalho que tenho muito mais controlo e a aproveitar o espaço que quando o foco recai sobre mim. conquistei com trabalho árduo”, diz-nos ela. Como na «Rainha», onde não existe um “Sinto-me orgulhosa pela minha educação de único fotograma sem mim. Filmes como cidade pequena, porque a minha sensibilidade «Revolver Rani» e «Rajjo» ajudaram-me a para as pequenas alegrias da vida ajuda-me a tornar-me mais confiante”, reconhece a sempre entender melhor as minhas personagens. Sou franca Kangana.
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Kangana Ranaut nunca sonhou ganhar dois National Awards como atriz em menos de uma dĂŠcada
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W W W. I N D I A P E R S P E C T I V E S . I N
ENTREVISTA
Quero trabalhar em cinema que me atraia, seja ele francês, italiano, iraniano ou americano. Mas, dito isto, sinto-me bem num papel centrado nas mulheres, uma vez que tenho muito mais controlo quando o foco recai sobre mim.” Kangana Ranaut, atriz premiada com o National Award
No seu trabalho seguinte a ser visto, «Katti Batti», Kangana admite ter objetivos ambiciosos
Ranaut era uma menina estudiosa, mas ao pelo que não olham para os filmes como uma realizar os seus exames de entrada no curso forma de arte. Eles não entendem de onde de medicina, Kangana percebeu que não vem a interpretação e porque é que a minha havia sido talhada para essa carreira. Estudou atuação, o canto e a música são importantes”, música e experimentou ser desabafa Kangana. No seu modelo, antes de descobrir trabalho seguinte a ser visto, Kangana escreveu o teatro. Kangana trabalhou «Katti Batti», Kangana admite um filme de época com o diretor veterano Arvind ter objetivos ambiciosos. Parte durante o seu Gaur - tudo isto depois de ter do plano mais alargado consiste curso de cinema saído de casa enquanto ainda em ser um dia ela a segurar e já chegou até a era adolescente. Mesmo depois no megafone, uma vez que já experimentar a de provar o seu valor, Kangana experimentou dirigir uma curtafunção de diretora não esconde o facto de os pais metragem de nove minutos no dela não aceitarem muito bem ano passado. Se estiver à procura a situação. “Não posso esperar que esqueçam de uma prova das competências de Kangana tudo o que foram aprendendo durante todas enquanto diretora, assista aos primeiros sete as suas vidas. O meu pai considera que eles minutos de «Katti Batti», onde ela filmou a coestão a fazer muito com as suas vidas e que estrela Imran Khan com um I-pad. A mulher é eu não estou. Os meus pais não são artistas, verdadeiramente imparável!
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