Volume 28 n 4 Edição n Setembro-Outubro 2014
POMPA E ESPLENDOR DE DURGA PUJA
ESPAÇO LANÇAMENTO PSLV-C23
HERANÇA ESCAVAÇÃO DO FORTE VELHO
CONVERSAÇÃO SAINA NEHWAL
POTPOURRI
EVENTOS VINDOUROS PELA ÍNDIA FESTIVAL LADAKH
O festival propaga a rica herança cultural de Ladakh. Patrocinado pelo Departamento do Turismo de Jammu e Kashmir, proporciona aos turistas uma oportunidade de presenciar o canto e as danças folclóricas de Ladakh. QUANDO: 20-26 de setembro ONDE: Ladakh, Jammu e Kashmir
RAMLILA
MYSORE DASARA
Assista a Ramlila, a história que conta como o Senhor Rama, príncipe de Ayodhya, derrotou Ravana, o rei malvado de Lanka, e salvou a sua mulher que tinha sido raptada, Sita. É representada como uma tradição para celebrar a vitória do bem sobre o mal
A Mysore Dasara é uma magnífica celebração durante o festival de Navratri. A família real cumpre um puja (culto) especial à Deusa Mãe no famoso Templo Chamundeshwari em Mysore. QUANDO: 3-4 de outubro ONDE: Mysore, Karnataka
QUANDO: 25 de setembro a 21 de outubro ONDE: Shriram Bharatiya Kala Kendra, Nova Deli
ONAM
Onam, o maior festival da colheita de Kerala, marca o regresso a casa do lendário rei Mahabali. A celebração dura 10 dias e retrata a cultura do estado. Inclui corridas de barcoscobra e dança Kaikottikali exótica. QUANDO: 7 de setembro ONDE: Por todo o estado de Kerala
FESTIVAL DE COMPRAS DE JAIPUR
EXPO DE ENERGIA RENOVÁVEL
QUANDO: 25 de setembro a 23 de outubro ONDE: Jaipur, Rajasthan
QUANDO: 3-5 de setembro ONDE: Área de Noida, Uttar Pradesh
Mais de 7.000 comerciantes participam no Festival de Compras de Jaipur. Peças de teatro, canto e danças folclóricas, competições de fotografia, espetáculos de moda e fogo-de-artifício fazem parte das festividades.
A 8ª exibição de Energia Renovável da Índia irá apresentar soluções tecnológicas inovadoras para este setor. Irá ter mais de 500 expositores, 12.000 profissionais do ramo e 1.000 delegados de todo o mundo.
Prefácio Os avanços tecnológicos sempre foram o forte da Índia. O lançamento do PSLV-C23, que colocou cinco satélites estrangeiros em órbita, prova este facto. Leia mais sobre esta proeza nesta edição - Sublinhamos os êxitos dos centros de excelência em Informática ao abrigo do programa de Cooperação Técnica e Económica da Índia (Indian Technical and Economic Cooperation - ITEC). Estes projetos, para além de fornecerem materiais e instalações de treino a outras nações, fazem destes centros auto-sustentáveis, uma clara amostra do poder da Índia no campo da Informática. Leia também sobre a sexta cimeira BRICS no Brasil que apresentou novos desenvolvimentos, incluindo a introdução do Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank). Esta edição centra-se num dos estados progressivos da Índia, Arunachal Pradesh, que recentemente recebeu a sua primeira linha ferroviária e está a trabalhar para atingir a auto-suficiência na produção de grãos alimentares. Escavações no Forte Velho em Nova Deli revelaram algumas descobertas intrigantes, incluindo a existência de um local Mahabharata (antigo épico indiano) nas proximidades. No 145º aniversário do nascimento de Mahatma Gandhi, no dia 2 de outubro, recordamos a sua vida ilustre. Damos uma vista de olhos pela Phoolwalon Ki Sair, uma procissão única de floristas que transcende as barreiras da religião, de classe e de credo. Adicionalmente, a tecnologia indiana Jaipur Foot está a melhorar as vidas de amputados nos estratos com menores rendimentos na Colômbia através do Mahavir Kmina Limb Centre. Na frente cultural, o artista indiano Sanjay Bhattacharya sente-se nostálgico em relação ao Durga Puja, artisticamente e por palavras. Para além de tudo isto, temos artigos sobre a riqueza das esculturas de mulheres indianas e o regresso das vestes de ervas num formato moderno. A rica vida cultural da Índia é apresentada na nossa secção Instantâneos, enquanto várias opções excitantes de desportos de aventura por toda a Índia preenchem o especial de Viagem. Revemos a mais recente iniciativa do Ministério de Assuntos Externos, uma enciclopédia intitulada Índia-China Contatos Culturais, que fornece uma visão profunda sobre a história das relações Índia-China. O embaixador BS Prakash oferece uma visão geral sobre a diversidade da Índia com atenção especial aos aspetos literários.
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Volume 28 n 4 Edição n Setembro-Outubro 2014
Editor: Syed Akbaruddin Editor Assistente: Nikhilesh Dixit Ministro das Relações Exteriores Sala Nº 152, Ala ‘A’, Shastri Bhavan, Nova Deli - 110001, Índia Tel.: 91.11.23383316, Fax.: 91.11.23384663 Web: http://www.indiandiplomacy.in Para comentários/ dúvidas: osdpd2@mea.gov.in
MaXposure Media Group India Pvt. Ltd. Editor e Diretor de Operações: Vikas Johari Presidente e Diretor-gerente: Prakash Johari Editor Executivo: Saurabh Tankha Sede MaXposure Media Group India Pvt. Ltd. Unit No. F2B, Second Floor, MIRA Corporate Suites, Plot No. 1&2, Ishwar Nagar, Mathura Road, New Delhi - 110 065, India Tel: +91.11.43011111, Fax.: +91.11.43011199 CIN No: U22229DL2006PTC152087 Para comentários/ dúvidas: indiaperspectives@maxposure.in
PARA DÚVIDAS | MMGIPL Tel: +91.11.43011111 FAX: +91.11.43011199 www.maxposure.in
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CONTEÚDOS
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CULTURA
SUCESSO
Cinco dias de festividades.............................06
No topo do mundo........................................46
CULTURA
TRIBUTO
A insondável mulher indiana........................ 10 CULTURA
Laços florais de união e paz.............................14
Avanços não-violentos para a liberdade............................................... 52 PROGRESSO
Entrar na ribalta.............................................. 54
PARCERIA
BRICS: Banca numa nova ordem mundial ..... 17
INSTANTÂNEOS
Aventura em alta......................................... 58
PARCERIA
A experiência em informática da Índia move o mundo.......................................20 INOVAÇÃO
Uma revolução poderosa.............................. 25
HERANÇA
Um tesouro de glória escondida........................................................68 HERANÇA
Quantas diversidades?................................... 72
INOVAÇÃO
Regresso às raízes........................................... 28
COZINHA
Um amor indiano pela vida........................... 77
ANÁLISE
A história Parsi .................................................31 COZINHA
Avivar um legado............................................ 82
ANÁLISE
Mapear o espaço cultural partilhado........... 32 CONVERSAÇÃO VIAGENS
Santuários de maravilhas selvagens............ 36 S ETEM B RO - O UT UBR O
“Não tenho qualquer preocupação neste momento”....................................................... 88 2 0 1 4
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CULTURA
Cinco dias de
festividades
O som ensurdecedor de tambores, canções devocionais, celebrações impressionantes... A vida muda para a comunidade Bengali na Índia durante as celebrações Durga Puja texto | Sanjay Bhattacharya
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s minhas primeiras memórias do Durga Puja (festival Hindu anual para celebrar a Deusa Durga) estão interligadas com a puja (culto) em Mython’s Area 3 em Kolkata, em Bengala Ocidental. Deveria ter três ou quatro anos. No dia da imersão do ídolo da Durga, fui enfiado num camião com outros miúdos para ir até ao mar. Contudo, ainda não tinha idade para apreciar as festividades. Após alguns dias em Kolkata, viajamos até Durgapur, a 160 km de distância. Foi organizada uma celebração puja no clube, com um pandal (estrutura fabricada temporária) construído por cima de uma plataforma enorme e pintado à mão com alpana (tema colorido). Esperamos no pandal todo o dia, à espera de prasad (oferendas doces). A excitação de usar roupas novas não era de menos!
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A interpretação de Bhattacharya do Durga Puja em tela S ETEM B RO - O UT UBR O
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CULTURA
A equipa de manutenção organizou uma jaatra (peça) que contava com o canalizador a assumir o papel de rei, o carpinteiro a fazer de ministro e, após rapar o bigode, o eletricista a fazer de rainha. Regressamos a Kolkata. Lá, as pujas eram muito mais vibrantes. Competíamos entre nós para ver quem conseguia visitar mais pandals, arrastando os pés cansados e com calos. O ídolo da Durga tem poderes hipnóticos... quanto mais via, mais queria ver. Cada pandal tem a sua decoração distinta, iluminado por luzes coloridas e portões de entrada ricamente ornamentados. O hipnótico terceiro olho de Durga, armas nas suas 10 mãos, de pé por cima do derrotado asura (demónio), guardada por um poderoso leão numa mão, rodeada pelas suas crianças – Lakshmi, Kartik, Saraswati e Ganesha – era fascinante. O som ensurdecedor dos tambores era acompanhado por Dunuchi naach (dança dos devotos). Cinco dias de Durga Puja têm cinco celebrações diferentes. Espetáculos Baul, Rabindra Sangeet e canções devocionais são ouvidas por toda a cidade. Inúmeras pessoas de todas as idades, vestidas a rigor, saem para ver Maa Durga. Durante a infância, o rádio era a nossa única fonte de entretenimento. Costumava acordar cedo para ouvir a Mahalaya: Ya Devi sarva bhuteshu shakti rupena samsthita. Era enfeitiçante. Quando os dias da puja – shashthi, saptami, ashtami, navmi e dashmi, acabavam, eu ficava triste, até porque os exames escolares eram logo a seguir à Puja. O que eu nunca conseguia esquecer era o bater dos tambores e a fragrância a
SAIBA MAIS l A mais antiga Durga Puja em Kolkata foi em 1610.
l O Ídolo é tradicionalmente decorado com um núcleo branco de caniço ‘shola’, que cresce em pantanais.
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incenso e prasad. Ao fechar os olhos, conseguia ver a minha mãe e as minhas tias cobertas em sindoor (vermelhão). Quando entrei na faculdade de artes, o entusiasmo da Puja tinha esmorecido. Parti para desenhar durante esse período e não pensei em comprar roupas ou sapatos novos. A paixão pelo desenho sobrepôs-se à vontade de fazer parte da Puja. Deixei Kolkata e a vida começou de novo em Nova Deli. Aqui, na colónia predominantemente
bengalesa de Chittaranjan Park, a Puja é uma grande celebração. Vou a um pandal perto de minha casa - não é muito lotado, portanto sabe bem lá estar. Alguns dos puja pandals luxuosamente ornamentados de Nova Deli podem facilmente competir com os de Kolkata. O assobio do vendedor de balões, o delicioso cheiro de aloo chop (frituras de batata à moda de Bengala) e os miúdos de roupa nova recordamme da minha infância. Agora sei o prazer das pequenas coisas da vida. O escritor é um conhecido artista indiano
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CULTURA
A insondável
mulher indiana
Exploramos matrizes de feminilidade em esculturas indianas apresentadas numa exibição no Museu Nacional, em Nova Deli texto e fotografias | Kumud Mohan
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elebrada e adorada, mas também temida e venerada, a mulher representada nas esculturas indianas é gentil e sútil. São muitas as suas manifestações externas. Mas para compreender o seu mistério inerente, devemos virar cuidadosamente as páginas da história e da mitologia. Tecnicamente, os textos indianos antigos sobre a arte da escultura definiram especificações estritas sobre as proporções das várias partes do corpo. Adicionalmente, os atributos de uma mulher perfeita, tal como apresentada nos textos literários – mohini (cativante), kamakshi (sedutora), meenakshi (olhos de peixe) e chandramukhi (face como a lua) – tinham que ser incorporados. Roupa, joalharia, penteado, expressão facial e postura artística realista, tudo tinha que ser atendido até ao mais ínfimo detalhe. As esculturas podiam ser de terracota, madeira, pedra ou metal. As esculturas de terracota eram feitas em cerâmica e incendiadas em fornalhas juntamente com brinquedos de criança e recipientes de cozinha e de armazenamento, incluindo engenhosos surahi e ghara para armazenar água.
Entre as esculturas de madeira, as mais famosas são as do Senhor Krishna e dos seus irmãos, Balaram e Subhadra, no Templo de Jagannath, em Puri no estado de Orissa. Estas esculturas de madeira de neem são substituídas, ritualmente, a cada 12 a 19 anos. Esculturas de pedra e espécimes antigos podem ser encontrados em perfeitas condições em todas as partes do país - em grutas como Ajanta e Ellora (Maharashtra) e desenhos nas rochas em Mamallapuram (Tamil Nadu) assim como em templos como Baijnath em Himachal Pradesh, Templos Dilwara no Rajastão, Khajuraho em Madhya Pradesh, Konark em Orissa e Halebid in Karnataka. As esculturas metálicas eram mais leves e mais resistentes. Estatuetas requintadas em bronze foram moldadas por cire perdue, ou método de cera perdida, descrito como Madhucchista Vidhana em Shilpashastra, um tratado sobre artesanato. A metalurgia tornou-se conhecida na Índia em 6000 AC. Muitas das estatuetas de pedra e bronze estão na postura tribhanga (dobrada tês vezes), realçando as curvas graciosas do corpo feminino.
Lajjagauri A maternidade foi imortalizada nas esculturas indianas. Este trabalho em arenito do séc. VI retrata a postura de nascimento desta deusa que está tradicionalmente associada à abundância e à fertilidade. Ela é adorada na região de Deccan, na Índia.
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Uma-Maheshwar
Uma escultura familiar em arenito do sĂŠc VIII de Shiva-Parvati e seus filhos, Ganesha e Kartikeya, descoberta em Mandsaur em Madhya Pradesh.
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Sarasvati
Ardhnarishwar
Uma personificação de Sarasvati, o único rio a ser divinizado em hinos Védicos, este ídolo em mármore do séc. XII é de Pallu, Rajastão. Esta deusa da sabedoria, do discurso, da linguagem, das ciências e das artes é acreditada com a invenção do Sânscrito ou devabhasha (linguagem dos Deuses), que se diz ser a primeira língua conhecida, assim como o alfabeto Devanágari.
A derradeira união de Shiva, o Senhor do universo, com a sua consorte, Parvati. Parvati (Shakti ou Uma) é a personificação da graça e da beleza, do autosacrifício e do amor. Acredita-se que ela é a fonte do poder (shakti) no universo.
Patralekha Uma mulher a escrever uma carta nesta escultura em arenito do séc. X-XI de Khajuraho, Madhya Pradesh, no coração da Índia, atesta que a educação era importante na sociedade indiana mesmo há 1.000 anos.
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Veerasati Historicamente, quando uma fortaleza devastada pela guerra no Rajastão estava prestes a cair aos pés dos exércitos inimigos, as mulheres saltavam para uma fogueira comunal para salvar a sua honra. Chamada Sati, era prevalente no norte da Índia até ao séc. XIX, quando foi abolida. Aqui podemos ver uma escultura do séc. XII em basalto preto de uma Veerasati (mártir) a decapitar-se, de Andhra Pradesh no sul da Índia.
Deusas mãe benignas Representam a natureza da Mãe Terra, que tudo dá e tudo perdoa, e foram encontradas em grandes números em civilizações antigas como Mathura, Kaushambi e Patliputra. Esta deusa mãe do séc. II AC, Mathura, com ornamentação profusa, simboliza o ideal feminino dessa era.
Hariti Uma ladra, Hariti era uma raptora canibal que mais tarde se tornou a guardiã e protetora das crianças sobre a influência do Budismo. Esta escultura em calcário do séc. IV, um ídolo de Hariti de Andhra Pradesh, era adorada como uma deusa.
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Laços florais de
união e paz
O festival anual de Phoolwalon Ki Sair em Nova Deli tem fortalecido as ligações inter-religiosas e o espirito de partilha
Uma tela de flores é colocada no santuário do místico Sufista Qutubuddin Bakhtiyar Kaki todos os anos n
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No sentido dos ponteiros do relógio, a partir de cima: Tela de flores oferecida no Templo de Yogamaya, participantes a carregar a tela de flores, a procissão começa em Nova Deli, Índia
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uando o mercúrio começa a cair, a Capital Nacional de Deli assiste a uma procissão colorida e aromática, a Phoolwalon Ki Sair (procissão dos floristas), que tem um lugar especial em todos os corações. Celebrada por pessoas de todas as religiões em Mehrauli perto do histórico Qutub Minar, a procissão arranca no mercado Chandni Chowk na Cidade Murada ou Deli Velha até Yogmaya Temple passando por Mehrauli Bazaar (mercado) para colocar uma chaadar (tela) feita de flores no dargah (túmulo) e santuário do célebre místico, santo e académico Sufista, Qutubuddin Bakhtiyar Kaki. Diz a história que Kaki teve uma influência enorme no Sufismo na Índia. Desenvolveu ideias de irmandade e caridade universais. Na verdade, foi parte importante do movimento Sufista que atraiu muitas pessoas para o Islão na Índia durante os séculos 13 e 14. O santuário de Qutubuddin Bakhtiyar Kaki tem sido o local do festival anual Phoolwalon Ki Sair, que agora se tornou um importante festival interreligiões de Deli. O festival teve a sua origem em 1812 quando a Rainha Mumtaz Mahal,
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(Superior e inferior esquerdo) Qawwalis e programas culturais fazem parte das festividades (direita) A procissão chega ao dargah
esposa do imperador Mogol Akbar Shah II, fez um então Primeiro-Ministro Indira Gandhi pediu a todos voto de oferecer uma chaadar (tela) ao dargah e pankha os estados indianos que participassem no festival e (leque) de flores de Kaki, no Templo promovessem a integração nacional. Yogmaya em Mehrauli caso o seu filho, Hoje em dia, toda a atmosfera Os Britânicos Mirza Jehangir, que estava exilado em envolvente tem um ar festivo no pararam a Allahabad pelo residente Britânico do dargah. Qawwalis, programas culturais celebração em 1942. Forte Vermelho, Sir Archibald Seton, peculiares e danças são apresentados Foi reavivada em regressasse em segurança. E segundo nas ruas, com os dançarinos de fogo 1961 por Jawaharlal reza a lenda, ele regressou, e assim a acrescentarem um toque místico. O Nehru, então começou a tradição. que outrora começou como reverência No entanto, os Britânicos pararam de uma mulher Muçulmana em Primeiro-Ministro, a celebração em 1942. Foi reavivada agradecimento no santuário de um para colmatar o em 1961 pelo então Primeiro-ministro santo Muçulmano, tornou-se um fosso entre Hindus e da Índia, Jawaharlal Nehru, para acontecimento de peregrinação e Muçulmanos colmatar o fosso entre os Hindus e os celebração ao longo dos últimos Muçulmanos. O festival de três dias, séculos, transcendendo as barreiras de também conhecido por Sair-e-Gulafroshan, Phoolwalon comunidade, credo e classe. Este ano, o Sair começa a Ki Sair, deu um passo em frente nos anos 70 quando o partir de 10 de outubro.
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BRICS: Banca numa nova
ordem mundial
A sexta cimeira do BRICS em Fortaleza no Brasil assistiu a várias decisões inovadoras, incluindo o lançamento de um Novo Banco de Desenvolvimento, impulsionado pelo BRICS, para financiar economias em emergência texto | Manish Chand
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m Fortaleza, o sol intenso tolda os detalhes, e torna a visão difusa. Mas desafiando os céticos, os líderes de cinco economias BRICS em emergência não só acertaram os detalhes, mas também colocaram os alicerces para um futuro risonho quando lançaram o Novo Banco de Desenvolvimento (New Development Bank - NDB) no dia 15 de julho.
Financiamento global reconfigurado
Um passo importante para a reconfiguração da arquitetura de financiamento global, governada pelo ocidente, o lançamento do NDB na sexta cimeira BRICS procura oferecer uma fonte alternativa para financiamento de infra-estruturas às economias em emergência, e ao mundo em desenvolvimento em
Da esquerda para a direita: Sr. Vladimir Putin, Presidente da Rússia; Primeiro-Ministro da Índia Sr. Narendra Modi; Sra. Dilma Rousseff, Presidente do Brasil; Sr. Xi Jinping, Presidente da China e Sr. Jacob Zuma, Presidente da África do Sul na cimeira BRICS S ETEM B RO - O UT UBR O
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O Primeiro-Ministro da Índia Sr. Narendra Modi com o Sr. Vladimir Putin, Presidente da Rússia
geral. Finalmente, o mundo em desenvolvimento tem um de US$ 50 mil milhões, igualmente distribuídos entre Banco de Desenvolvimento próprio, sem as assimetrias os membros fundadores. Refletindo uma imagem das instituições Bretton Woods do pós-guerra. As de solidariedade, no final, cada país obteve uma negociações tinham ido até ao limite quando os líderes participação na liderança do Banco, num espírito de finalmente chegaram a acordo em relação à arquitetura reciprocidade. Enquanto a China, a maior economia do NDB baseado no princípio global da do grupo com mais de três biliões em equidade. A sexta cimeira foi também reservas internacionais, irá albergar Um indiano será marcada pela assinatura do tratado para o o Banco em Shanghai, o primeiro o primeiro CEO estabelecimento do Acordo para Reserva diretor do Conselho de Administração do Novo Banco de de Emergência (Contingent Reserve será do Brasil e o primeiro presidente Arrangement - CRA) do BRICS, com do conselho será da Rússia. A África Desenvolvimento, um valor inicial de US$ 100 mil milhões, do Sul irá albergar o Centro Regional que terá um que servirá como válvula de segurança Africano do NDB. capital inicial financeira em caso de falta de liquidez. Para Nova Deli, a criação do banco autorizado de Com a cristalização destas duas iniciativas tem uma ressonância especial pois a US$ 100 mil marcantes, o clube BRICS de potências ideia germinou e foi proposta na cimeira milhões emergentes provou, sem sombra de de Nova Deli, em 2012. Num discurso dúvida, que o BRICS não é apenas um da sessão plenária da cimeira BRICS fórum de discussão, mas um instrumento poderoso para o Primeiro-Ministro indiano, o Sr. Narendra Modi, reconfigurar a ordem mundial. capturou a essência do Banco BRICS. “A visão de um Novo Banco de Desenvolvimento, na Cimeira de Deli Primeiro CEO indiano do NDB de há dois anos, traduziu-se agora numa realidade. Um indiano será o primeiro CEO do Novo Irá beneficiar as nações BRICS e apoiar outras Banco de Desenvolvimento, que terá um nações em desenvolvimento. E estará assente capital inicial autorizado de US$ 100 mil nas nossas próprias experiências enquanto milhões. O capital inicial subscrito será países em desenvolvimento.”
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Tela estratégica
A sexta cimeira BRICS também aprofundou a dimensão estratégica do relacionamento intra-BRICS e convergiu as visões em vários assuntos globais e regionais, cobrindo uma vasta região desde o Afeganistão a África, incluindo a pirataria marítima, o terrorismo e a segurança cibernética. A importância do BRICS assenta na promoção de soluções inclusivas, baseadas na diplomacia, e em fornecer uma alternativa à abordagem punitiva, dominada pelo Ocidente e baseada em sanções, para resolver crises regionais, e isso refletiu-se na posição coletiva em relação a alguns pontos de violência críticos, incluindo o Irão, o Iraque, a violência em Gaza, a Síria, o processo de paz no Médio Oriente e o Afeganistão.
Negócio do BRICS
Por entre a contínua incerteza económica e o fraco crescimento, a cimeira assistiu ao apoio dos líderes em relação a propostas para uma “Estratégia de Cooperação Económica BRICS” e uma “Estrutura BRICS de Cooperação Económica Próxima” que define passos concretos para promover a cooperação económica, comercial e de investimentos intra-BRICS. O Conselho de Negócios BRICS, constituído por CEOs de topo dos cinco países, defendeu a facilitação de vistos económicos e de barreiras processuais para aumentar a cooperação económica entre países BRICS.
Tornar o BRICS centrado nas pessoas
Outra questão importante para a Índia foi a recetividade demonstrada por outros líderes BRICS para as propostas e ideias do Sr. Modi, que pretende tornar o grupo BRICS mais centrado nas pessoas e uma “plataforma de impacto”. A verdadeira ação no futuro será o lançamento de iniciativas centradas nas pessoas nas áreas da educação e saúde, como estabelecer um Fórum de Jovens Cientistas BRICS, escolas de línguas BRICS e uma Universidade BRICS.
Sexta, e pronta para arrancar
À sexta, o BRICS é ainda um grupo nascente e multilateral ansioso por explorar novos horizontes. O NDB é um emblema da alteração de poder sísmica do Ocidente para o resto e reflete uma vontade coletiva, por parte dos líderes BRICS, para forjar instituições genuínas do mundo em desenvolvimento e para formar uma ordem mundial mais inclusiva e democrática. Se estas iniciativas forem combinadas com ligações pessoa-a-pessoa mais profundas e com a criação de parcerias educativas e movidas pela inovação, o BRICS será capaz de criar uma instituição duradoura que será um verdadeiro lar para as aspirações em crescimento do mundo em desenvolvimento.
Índia e América Latina: Hora do tango Como brinde à ressurgência em curso da América Latina, o BRICS organizou a primeira reunião com líderes de vários países Sul Americanos incluindo o Brasil, a Argentina, a Venezuela, o Equador, a Colômbia, o Peru, o Uruguai, o Paraguai, a Guiana e o Suriname, em Brasília, no dia 16 de julho. Invocando os poetas Rabindranath Tagore e Pablo Neruda, o Primeiro-Ministro indiano, o Sr. Narendra Modi, dirigiu-se aos líderes Sul-americanos e sublinhou o compromisso de Nova Deli para aprofundar a ligação da Índia com este pólo mundial em crescimento que apresenta um PIB combinado de quase cinco biliões de dólares e serve de lar para uma grande parte da diáspora indiana. Ofereceu uma mistura excitante de comércio, informática, telemedicina e desenvolvimento de capacidades na América do Sul, que ele chamou de “este grande continente, de beleza, oportunidades e pessoas calorosas.” O Sr. Modi também reuniu separadamente com os líderes da Guiana, do Suriname e do Peru para conversações bilaterais. Construir parcerias assentes no conhecimento é o caminho a seguir. O Primeiro-Ministro assegurou aos líderes Sul-americanos que a Índia irá estabelecer Centros de Excelência em Informática nos seus países. Também ofereceu a experiência da Índia em telemedicina, teleducação, governo-eletrónico e aplicação de capacidades espaciais para previsão do clima, mapeamento de recursos e gestão de catástrofes.
O escritor é o redator-chefe da India Writes Network, www.indiawrites.org S ETEM B RO - O UT UBR O
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PARCERIA
A experiência em informática da
Índia move o mundo
Partilhar conhecimento e competências com outros países em desenvolvimento continua a ser o objetivo do programa de Cooperação Técnica e Económica da Índia (Indian Technical and Economic Cooperation - ITEC). Mais de meia dúzia de institutos de topo ligados à informática estão a ministrar treino, como muito sucesso, a aspirantes texto | Sarita Brara
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Se tiver conhecimento, deixe que os outros acendam as suas velas nele. Margaret Fuller
ITES) estima-se que atinja os US$ 105 mil milhões em 2013-14. Tecnologias como Redes Sociais, Mobilidade, Análise e Computação em Rede (SMAC), inteligência artificial e sistemas embarcados tornaram-se a força informática (IT) assumiu-se como um dos motriz da indústria. O segmento de exportações da setores mais dinâmicos indústria de informática, excluindo BPO, no desenvolvimento engenharia, pesquisa e desenvolvimento e O crescimento económico da Índia. Hoje produtos de software, é o que se encontra em dia, a indústria não só alimenta o em maior crescimento, de acordo com as geral da indústria crescimento económico da Índia, mas previsões, apresentando um crescimento da informática na também transformou a sua imagem anual superior a 14 por cento. Índia, denominado internacionalmente. O crescimento A Índia continua a manter a sua posição “poder brando”, geral da indústria da informática, o de liderança no campo da terceirização tem sido “poder brando” da Índia, tem sido global, representando quase 55 por fenomenal nos fenomenal ao longo dos últimos cento da cota de mercado em 2013. Os últimos cinco anos cinco anos, registando um aumento principais mercados estão, hoje em dia, de cerca de 10.3 por cento. A receita a terceirizar IT/ITES para a Índia de da Informática na Índia, (IT) e dos Serviços Apoiados forma a melhorar a sua competitividade. Os países pela Informática (Information Enabled Services em desenvolvimento olham para a Índia como uma
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Estudantes ITEC do Centro de Desenvolvimento de Computação Avançada S ETEM B RO - O UT UBR O
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fonte para desenvolvimento de capacidades e de do ITEC e do seu programa irmão, o SCAAP, habilidades no setor da informática. durante a última década. Partilhar conhecimento e Mais de meia dúzia de institutos capacidades com outros países em de informática de topo, como o O Governo desenvolvimento continua a ser Instituto Nacional de Informática um dos objetivos do programa (National Institute of Information Indiano suporta ITEC, lançado pela Índia em 1964. Technology - NIIT), o CMC, a todos os custos Desenvolvido como um programa Aptech Limited e o Centro para dos programas sobre cooperação e parceria para Desenvolvimento de Computação de treino ITEC, benefício mútuo, o ITEC é orientado Avançada (Centre for Development incluindo para fornecer soluções. A Índia of Advanced Computing - CDAC) deslocação, oferece formação a cidadãos de fornecem formação ao número propinas... países em desenvolvimento para os crescente de aspirantes de países equipar com as aptidões profissionais em desenvolvimento. Os cursos necessárias e para os preparar para um mundo cada foram desenvolvidos para permitir que os vez mais competitivo. Foi neste contexto que a participantes recebam formação em informática informática se tornou um componente importante básica, desenvolvimento e design informático,
Uma sessão de treino de informática em curso n
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aplicações web e android, design gráfico, cursos básicos tinha feito um curso de Inglês e Informática. Ele e avançados de redes informáticas, comunicação disse que o programa ITEC o ajudou a sair-se comercial incluindo comércio eletrónico, programas bem profissionalmente. Encontra-se atualmente a de treino em segurança de informação e de redes, trabalhar em Singapura na Alta Comissão da Papua programa especializado para desenvolvimento de Nova Guiné como Terceiro Secretário. Tekalign aplicações para governo eletrónico, comunicação de Melese da Etiópia disse que o conhecimento que dados e tecnologias IP, hardware e redes, computação obteve foi para além das suas expetativas. Khairullah em rede e aplicação da informática em outros campos, Hisyam Abdul Razak da Indonésia, que frequentou incluindo reduzir o crime informático através do um curso de Inglês e Informática, sente que utilizou entendimento de conceitos e terminologia de segurança a sua bolsa para fazer um mestrado graças à sua e de proteção para sistemas operativos formação na Índia. “Após regressar do como Linux e Windows. Proficiência programa ITEC, concorri imediatamente Estes projetos, em Inglês é também parte de muitos a uma bolsa na Austrália. Agora estou a para além de destes cursos. A maioria dos cursos varia frequentar um Mestrado em Educação fornecerem de quatro a 12 semanas e o Governo e Psicologia na Universidade Flinders, material e indiano suporta todos os gastos, incluindo na Austrália. Grande ou pequena instalações de passagens aéreas, propinas, ajudas de - quem sabe? Mas tenho a certeza custo, despesas médicas e subsídios que a minha participação teve uma treino a outros para livros. Compromete-se a não contribuição na obtenção desta bolsa países, tornam obrigar os países parceiros a um esforço para um mestrado,” disse ele. os centros de financeiro indevido. “O Governo Indiano fez uma treino autoMilhares de homens e mulheres de ação muito boa ao investir no ITEC sustentáveis nações em desenvolvimento receberam pois não só reforça as capacidades a oportunidade de escolher de entre de pessoas de todo o mundo mas os cerca de 250 cursos na sua área de preferência, principalmente as capacidades de pessoas de países incluindo informática. Estes cursos ajudaram em desenvolvimento,” acrescentou Comlan Rodrigue as suas carreiras, para além do conhecimento e Aziakou do Benin. experiência enriquecedores. Um desenvolvimento importante na assistência Zivanai Maoneke do Zimbábue, que fez um da Índia a outros países em desenvolvimento é curso de design e desenvolvimento web, escreveu a instauração de uma Administração de Parceria para aplaudir o ITEC, “Eu desenvolvi uma base de de Desenvolvimento (Development Partnership dados para ONGs que estão a trabalhar nas nossas Administration - DPA). A DPA foi mandatada com províncias, o que me garantiu um reconhecimento a implementação efetiva e atempada de projetos, alargado.” Freda Felihau da Papua Nova Guiné incluindo o estabelecimento de centros de excelência
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Presença internacional do CDAC Syria
Cambodia
Dominican Republic
Vietnam
Saudi Arabia Belarus
Greenland
Russia Tajikistan Uzbekistan Turkmenistan
EUROPE
NORTH AMERICA
Mauritius
ASIA
Ghana Armenia
PACIFIC OCEAN
Myanmar
Equator AFRICA
Tanzania Seychelles
SOUTH AMERICA
Lesotho
AUSTRALIA
Grenada
em Informática. Estes projetos, para além de Peru, o Equador na América Latina e o Camboja, o fornecerem material e instalações de treino a outros Laos e o Vietname nos países CLMV. países, tornam os centros auto-sustentáveis em Propostas para a instalação de centros de apenas dois anos, demonstrando a destreza da Índia informática em cerca de 10 países, maioritariamente no campo da informática. Para além de treino básico no continente Africano, estão na calha. Espera-se que de informática, organizações pioneiras no campo de algumas delas sejam lançadas em breve. Para sustentar informática avançada têm fornecido treino avançado estes projetos a longo prazo, troca de peritos no setor de hardware e software a vários países. da informática entre a Índia e outros Também está a ser efetuado treino países beneficiários, através de visitas Propostas para em tecnologias avançadas, como mútuas e interação através das mais Computação de Alto Desempenho recentes técnicas informáticas como a instalação (High Performance Computing videoconferência, é a ideia atual. de centros de HPC). O supercomputador PARAM, Para além do desenvolvimento informática em o computador de capacidades em várias esferas do cerca de 10 países, indígena de alto desenvolvimento económico, a Índia maioritariamente Like desempenho está a procurar capacitar as pessoas INDIAN DIPLOMACY no continente desenvolvido na do mundo em desenvolvimento Africano, serão Índia, foi instalado através do seu poder brando. Tal lançadas em breve na Arménia, na como o antigo Secretário Externo, Follow Tanzânia e em Shyam Saran, disse no seu discurso em @INDIANDIPLOMACY outros países. Os países que Cambridge, Universidade de Harvard anteriormente beneficiaram das capacidades da este ano, “O objetivo da nossa assistência é aumentar Índia em informática também a capacidade humana e económica num país parceiro incluem a Bielorrússia, a Rússia, para que a sua capacidade para gerar crescimento Watch o Tadjiquistão e o Uzbequistão, seja melhorada.” Foi este espírito de cooperação de INDIAN DIPLOMACY entre outros na região CIS, o desenvolvimento que gerou apreciação generalizada.
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Uma revolução
poderosa
O Jaipur Foot (Pé de Jaipur) trouxe novas esperanças para os habitantes da Colômbia texto | Vandana Vasudevan
As pessoas podem continuar as suas vidas quase na normalidade com estas próteses de membro inferior S ETEM B RO - O UT UBR O
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tecnologia não tem fronteiras. Se Artificial Limb Center. O centro produz e coloca indivíduos e entidades privadas próteses para os membros inferiores sem qualquer simulassem o que o Bhagwan Mahaveer custo para amputados. Já ajudaram vários amputados Viklang Sahayata Samiti (BMVSS, Jaipur) a recuperar a mobilidade, dando-lhes a possibilidade e o Mahavir Kmina Artificial Limb Center (Centro de viver vidas perto do normal. de Membros Artificiais Mahavir Kmina) em Medellin Os seus esforços foram notados pelo BMVSS (Colômbia) fizeram, o mundo seria da Índia, em 2007, que ofereceu a um local melhor. transferência de conhecimentos técnicos O BMVSS, famoso pelo Jaipur Foot, de produção e colocação de próteses. O Até agora, o tem vindo a colocar próteses para os Jaipur Foot permite que um amputado Mahavir Kmina membros inferiores gratuitamente se adapte e recupere mais depressa que ajudou mais de para pessoas dos estratos com menores os seus contemporâneos. Francisco 2.000 pessoas rendimentos na Índia desde 1975. A Moncaleano, membro do Conselho com próteses do organização desenvolveu o Jaipur Foot de Administração do Mahavir Kmina, membro inferior para ser mais como um exosqueleto afima, “ Quando se trata da relação em várias partes (esqueleto externo) e a prótese mais qualidade-preço e custo-benefício, não da América do Sul avançada do mundo. existe nenhuma prótese superior ao Conhecedora dos desenvolvimentos Jaipur Foot da BMVSS. A organização do outro lado do planeta, um grupo teve a bondade de transferir toda esta de empresas privadas da Colômbia juntou-se para tecnologia com a condição de que o trabalho social devolver a prosperidade à sociedade. Esta revolução que iria ser desenvolvido pelo Mahavir Kmina na silenciosa na província de Medellin, na Colômbia, Colômbia seria como na Índia, sem qualquer custo.” estabelecida em 2007, é agora o Mahavir Kmina O BMVSS tem mais de 30 anos de experiência
O conhecimento técnico de produção e colocação foi transferido para o Mahavir Kmina a partir do BMVSS, na Índia n
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O método de colocação das próteses do BMVSS é baseado em alinhamento corporal
na pesquisa e desenvolvimento do Jaipur foi aperfeiçoado pelo Mahavir Kmina e o sistema Foot. Todos os anos a organização coloca completo foi então fornecido ao BMVSS,” afirma perto de 16.000 próteses que ajudam a andar, Moncaleano. O desempenho das próteses da correr, escalar, dançar e andar de bicicleta. organização equipadas com o Jaipur Foot foi Produzida em plástico altamente evoluído, é reconhecido pelo Royal Liverpool University resistente ao choque, às condições Hospital, de Inglaterra. Surgiu climatéricas, à humidade e permite com próteses acima do joelho dorsiflexão para caminhar em acompanhadas por um dispositivo As próteses superfícies desniveladas. para o joelho, desenvolvido pela não só ajudam De acordo com as estimativas, Universidade de Stanford, nos EUA. a andar mas o número total de amputados dos “O BMVSS aperfeiçoou o também a correr, membros inferiores na Colômbia joelho de Stanford, uma das 50 a escalar árvores atinge os 20.000. O Mahavir Kmina maiores invenções de acordo e a dançar ajudou mais de 2.000 pessoas com com a revista Time, e está neste próteses do membro inferior na momento a padronizar a produção Colômbia, assim como no Equador, no Chile, em do pé, o que irá permitir a produção em massa, Trinidad e Tobago e no Panamá. e se tudo correr bem substituir o pé Sach (Solid “O BMVSS inicialmente treinou dois técnicos Ankle Cushion Heel).” colombianos em Jaipur. Devido a avanços Os esforços concertados do BMVSS foram posteriores, regressaram mais tarde para novo reconhecidos pelo jornal El Colombiano e treino. O método de colocação das próteses do receberam o prestigiado prémio El Colombiano BMVSS é baseado em alinhamento corporal. Ejemplar. O Mahavir Kmina continua na sua Portanto, o processo de colocação não demora missão de identificar os necessitados, e ajudar a mais de 36 horas. Este sistema de alinhamento colocar as suas vidas nos eixos.
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Regresso às
raízes
Os antigos tecidos indianos estão agora a trazer glamour à “nova” Índia, com as vestimentas ervais a tornarem-se a nova moda e os temas tradicionais cada vez mais a adornarem os conjuntos modernos texto | Neharika Mathur Sinha
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estada e comprovada durante séculos, a sabedoria da Índia antiga mantém-se atual ainda hoje. Uma área importante na qual os nossos antepassados se superaram foi a Ayurveda, a prática medicinal com 5.000 anos, e as suas utilizações benéficas nos têxteis. Os corantes à base de ervas eram utilizados em tecidos especialmente criados com propriedades medicinais para fornecer poderes curativos aos utilizadores. Portanto as roupas irão manter a frescura no verão, impedir alergias e curar doenças como a hipertensão, problemas de coração, asma, artrites e infeções de pele. Após séculos no esquecimento, esta tradição foi reavivada por estilistas de topo e organizações responsáveis que criam conjuntos que prometem benefícios para a saúde. A Ayurvastra, de Kerala, tinge têxteis com ervas medicinais que alegadamente curam a diabetes e o cancro da pele. O conceito foi reavivado pela Sociedade dos Tecelões através de um projeto submetido ao governo de Kerala. Desde 1992, têm estado a fazer estes “eco-tecidos” - sem químicos sintéticos e biodegradáveis. Também ajudaram a desenvolver roupas para recém-nascidos que melhoram a imunidade. Recentemente, o Conselho de Especiarias da Índia lançou um tecido ecológico à base de especiarias com propriedades medicinais. Os seus corantes contêm 40 a 60 flores, raízes, cascas de árvores e ervas medicinais especialmente misturadas. A Aura Herbal
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“Eco-tecidos” estão disponíveis em cores tranquilizantes e ajudam a pele a respirar
Wear, sediada em Ahmedabad, fabrica tecido orgânico (feito de algodão cultivado sem pesticidas químicos) e trata-o com cor extraída de ervas através de processos ecológicos para fazer produtos com “sensibilidades internacionais em qualidade e design,” afirma o diretor-fundador Sonal Baid. O proeminente estilista indiano Jattin Kochchar introduziu a Tatha Vastram, uma coleção de vestimentas orgânicas de algodão, com Divita Kanoria, oficial chefe de bem-estar da The Vedic Collection. “O valor curativo da roupa à base de ervas e da sua utilização é baseado no princípio do toque. Quando entra em contacto com o corpo, perde toxinas e o metabolismo é melhorado,” explica Divita. Há outro lado nesta história - como os temas e padrões tradicionais estão a reconquistar popularidade e a ser utilizados para criar conjuntos modernos. Portanto, saias e calças também estão a ser produzidas utilizando tecidos feitos à mão. Loom Mool, uma marca promovida pela SEWA Bharat, uma ONG sediada em Deli, utiliza artes e ofícios indianos de forma contemporânea para criar roupa para mulher, roupa
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para homem, roupa para crianças e acessórios para o lar. Cada produto utiliza artesãos organizados pela SEWA, com o objetivo de manter trabalho regular para eles, garantindo a sua subsistência. A loja de roupa Loom Mool, sediada em Nova Deli, encomenda tecidos - seda, algodão ou linho - feitos em Recentemente, teares manuais por artesãos em Bhagalpur (Bihar) assim como lindos produtos de o Conselho de tye-and-dye (tingir e pintar) de artesãos Especiarias da em Jodhpur (Rajasthan). “Queremos que Índia lançou um os nossos produtos apelem ao cidadão tecido à base de global que aprecia o estilo e a roupa especiarias que contemporânea e que faça com que o é ecológico e tem utilizador se sinta bem,” diz Meera Saxena, propriedades chefe de design da Loom Mool. medicinais. Utiliza Recentemente, a proeminente designer ervas e plantas indiana Rina Dhaka entremeou o tecido medicinais Himroo de Maharashtra nos seus designs para lhes conferir um visual mais rico. Fabricado com algodão e seda, o Himroo originou do antigo estilo de tecelagem conhecido como Jamawar em Kashmir. Claramente, as tradições da Índia são perenes e continuam a inspirar o processo criativo da nação. Padrões tradicionais como batik são usados em T-shirts e calças modernas
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A história
Parsi
Em meia hora, o filme Qissa-e-Parsi (A História Parsi), uma iniciativa de Diplomacia Pública do Ministério de Assuntos Externos, revela tudo sobre a comunidade Parsi e a sua história texto | Sumantha Rathore
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issa-e-Parsi (A História Parsi), um filme produzido pelo Fundo de Emissão de Serviço Público, é uma maravilha de 30 minutos. A iniciativa de Diplomacia Pública do Ministério de Assuntos Externos não tem enredo, mas tem um coração que toca em mais de uma maneira. De forma simplista, este filme é sobre a comunidade Parsi, a sua história, fé no Zoroastrismo, reservas, empreendedorismo, sentido de humor e tudo o que os ajuda a sobreviver, a manter-se e a superarem-se. À medida que o filme avança de um frame para o próximo, as realizadoras do filme, Divya Cowasji e Shilpi Gulati, levamnos numa viagem detalhada que explica porque é que salvaguardar o sentido de humor é tão importante para os Parsis como manter a sua população, que tem vindo a diminuir, numa escala de crescimento. O filme centra-se na
sua associação com a Índia, especialmente Bombaim, que foi construída pelos Parsis, tanto em tijolos como em essência. Conta-nos como os Parsis concordam com o capitalismo, apesar de o fazerem com um sentido de responsabilidade, porque amam a sua comida, como a comunidade está a diminuir em números mas a crescer em estatuto e como um Parsi nunca aceita nada de qualidade inferior... nem uma nota rasgada. E a melhor parte é que tudo o que é garantido pelos realizadores é atestado pelas pessoas da comunidade. Portanto, temos o ator Bomie E Dotiwala, o homem que retratou o tio Parsi jogador de carrom no famoso filme Hindi Munnabhai MBBS, a contar uma piada sobre a comunidade. Depois temos o dono do Restaurante Britannia, Boman Kohinoor, que nos conta a sua doce associação com a Rainha Isabel. Um filme que vale a pena ver.
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Mapear o espaço cultural
partilhado
As antigas civilizações da Índia e da China partilham um laço especial através de trocas de cultura, literatura e contactos interpessoais. Esse laço foi devidamente enumerado na forma de uma Enciclopédia de contactos culturais Índia-China texto | Sabaree Mitra
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a última década, notou-se um ímpeto significativo nas relações Índia-China, com ambos os lados a darem uma importância cada vez maior para potencial cooperação numa vasta gama de assuntos. Neste contexto, muitos académicos assinalaram repetidamente que a cultura tem a capacidade de ir para além da estrutura limitativa da relação estado-estado e torná-la numa relação pessoa-pessoa mais abrangente. Apesar disso, até recentemente, a cultura tinha permanecido uma das últimas prioridades nas relações Índia-China, pelo menos para quem toma as decisões. No entanto, dadas as novas possibilidades emergentes para cooperação bilateral e multilateral, foram reavaliadas as políticas. Foi um desenvolvimento apropriado e bem-vindo que significa que o papel de facilitador, que até agora era destinado apenas ao comércio e à economia, foi alargado para incluir a cultura. Porque de acordo com a definição, desde o período antigo a relação ÍndiaChina tinha uma estrutura civilizacional na sua fundação. No entendimento clássico, a interação social tem duas componentes importantes, permutas culturais e laços
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(Acima) Trocas Budistas refletidas na arquitetura (abaixo) O símbolo da Enciclopédia
comerciais que frequentemente se influenciaram mutuamente, tornando-se frequentemente uma experiência partilhada.
Antecedentes e lógicae
A cultura recebeu oficialmente um estatuto importante ao ser proclamada como uma das estratégias da Parceria de Cooperação Estratégica entre a Índia e a China. Na declaração conjunta emitida pelo Primeiro-Ministro Wen Jiabao e pelo Primeiro-Ministro Manmohan Singh a 11 de abril de 2005, foi dito que, “Ambos os lados exprimiram a sua satisfação com o reforço das permutas na área da cultura e afirmaram o entendimento mútuo, e as permutas culturais irão facilitar o desenvolvimento da cooperação em outras áreas.” A declaração conjunta, emitida a 21 de novembro de 2006, durante a visita de estado do Presidente da República Popular da China, o Sr. Hu Jintao, à Índia, afirmava que, “De forma a promover um desenvolvimento socioeconómico sustentável da Índia e da China, a atingir plenamente o potencial
substancial da sua cooperação numa vasta gama de áreas, a melhorar as relações Índia-China para um novo nível qualitativo e para substanciar e reforçar a parceria estratégica e cooperativa”, a Índia e a China irão seguir uma “estratégia de 10 partes”. Uma das estratégias mencionadas foi “Revitalizar os Laços Culturais e Nutrir as Trocas Pessoa-a-Pessoa”. Portanto, a ideia de compilar uma enciclopédia de Contactos Culturais Índia-China, tal como foi debatido no comunicado conjunto da República da Índia e da República Popular da China, emitido a 16 de dezembro de 2010, durante a visita do Primeiro-Ministro Chinês, o Sr. Wen Jiabao, à Índia, foi considerada um passo significativo na direção certa. A intenção era não só trazer a história de muitos séculos de Contactos Culturais Índia-China para o domínio público, facilmente acessível para as pessoas de ambos os países, mas também fornecer um necessário impulso ao esforço para construir a consciência e a confiança populares sobre a nossa experiência cultural partilhada. Para além de tudo isto, sendo uma iniciativa do estado, espera-se que o projeto, e todos
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(No sentido dos ponteiros do relógio a partir do canto superior esquerdo) Laços diplomáticos Índia-China, reunião religiosa de monges chineses, uma dançarina chinesa apresenta uma dança indiana, arquitetura a demonstrar trocas filosóficas, interior do Xuanzang Memorial Hall, na China
os resultados do mesmo, carreguem o selo de vontade política e que seja suportado pelos canais apoiados pelo estado de disseminação e propagação.
Âmbito e temas
l Interação através da filosofia, linguagem, literatura, arte,
ciência e tecnologia
l A Rota da Seda: Caminhos terrestres e marítimos l Contactos através da história: Comércio, contactos
diplomáticos, visitantes Os Contactos Culturais Índia-China têm uma história l Chineses na Índia e Indianos na China: Adaptação e de mais de 2.000 anos. A maior parte da literatura negociação cultural sobre este tema surgiu devido a esforços l Discurso civilizacional e influência cultural de académicos individuais ou grupos de l Embaixadores culturais e a sua contribuição académicos que, motivados pelo legado l Permutas académicas, estudos chineses na A cultura foi cultural e académico, embarcaram nestes Índia, estudos indianos na China oficialmente projetos. O falecido Prof. Ji Xianlin Obviamente, estes temas não eram de proclamada pelo lado da China, o Prof. Tan Chung forma alguma exaustivos mas sim indicativos como uma das pelo lado da Índia, entre muitos outros, dos parâmetros e categorias usados para estratégias da contribuíram imensamente tanto devido decidir a divisão e arranjo final das secções. Parceria de ao seu compromisso académico como às Para reforçar a abordagem de “história Cooperação suas convicções pessoais, que ditavam que interligada” e explorar os encontros e as Estratégica a história desta jornada cultural partilhada ligações que facilitaram o enriquecimento entre Índia e devia ser difundida. A documentação do e crescimento mútuo das nossas culturas e China período antigo tem sido mais completa sociedades, a enciclopédia centra-se em: do lado Chinês, ao passo que algumas l Movimento: Pessoas/ ideias/ objetos narrativas interessantes e previamente desconhecidas l Interação: Natureza e locais de interação dos períodos colonial e moderno têm sido localizadas l Incorporação: Processos de aculturação/ adaptação/reação por académicos indianos. A enciclopédia tinha, sem qualquer dúvida, que incluir e comparar tudo o que Método e modalidades tinha sido feito anteriormente, e ainda tentar preencher O objetivo da enciclopédia era ser tão factual e objetiva alguns dos espaços em branco. quanto possível. Esperava-se que isso aumentasse o seu Os temas amplos, cada um com subtemas enredados, valor duradouro e a autoridade enquanto obra académica. que foram considerados para a inclusão são: Após algumas considerações práticas, tal como tempo, l Interação através do Budismo recursos e resultados, foi considerado mais exequível
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pensar em termos de um único volume abrangente e autoritário, ou no máximo dois volumes, que iriam assentar a base para os volumes seguintes que iriam expandir diferentes temas/tópicos posteriormente, se necessário. Ao planear este(s) volume(s) abrangente(s), foi decidido que as secções seriam ordenadas da seguinte forma: l Cronologicamente: O esboço de cada secção fornece relatos sucintos dos principais desenvolvimentos em termos de Contactos Culturais Índia-China em diferentes períodos temporais. l Por Tópico: Entradas em várias categorias escritas por peritos. Para referir algumas: trocas e comércio, astronomia e aritmética, música e instrumentos musicais, linguagem e comunicação, medicina, arquitetura, produção de chá e seda, monges, viajantes, etc. As referências cruzadas foram essenciais visto que algum material de um tema específico pode ser encontrado em mais de uma entrada. Após serem acordados e finalizados os objetivos e as estruturas gerais do projeto, o próximo Shuiyue Guany em mural no Mosteiro Fahai, em Pequim passo foi definir uma lista completa de entradas, separadamente, por ambos os lados, percorrendo os índices de trabalhos de referência básicos e outros trabalhos publicados. Esta lista foi então sujeita a para completar a tarefa de escrever as entradas uma verificação cruzada para finalizar uma lista de e para aprovar todas as entradas. Um comité de entradas consensual. compilação conjunto, composto por peritos e Decidiu-se formar um grupo de peritos, de oficiais de ambos os lados, foi a autoridade final ambos os lados, que se encontravam em que vetou e aprovou os manuscritos intervalos regulares para discutir ideias finais em Inglês e em Chinês. e assuntos relacionados com a tarefa Um comité de de compilar esta enciclopédia, e para Conclusão compilação definir os critérios para identificar as A compilação da Enciclopédia de conjunto, entradas a serem incluídas. Após este Contactos Culturais Índia-China composto por exercício, ambos os lados decidiram a foi um esforço gigantesco com peritos e oficiais distribuição de temas para cada lado. o objetivo de “revitalizar laços de ambos os A premissa era que, dependendo dos culturais” ao revisitar, reviver lados, foi a registos e recursos (tanto materiais e reforçar a nossa experiência autoridade final como humanos) disponíveis em cada cultural partilhada. O objetivo do país, seria melhor preparar alguns projeto foi gerar novas ideias, nova temas em Inglês ou em Chinês e depois traduzipesquisa e uma nova consciência da importância los. Esperava-se que isto garantisse uma utilização da experiência histórica partilhada da Índia e da ótima de tempo, energia e recursos. Finalmente, o China. Por outras palavras, é um trabalho em grupo de peritos de ambos os países encontrou-se curso que esperamos que beneficie de estudos novamente para distribuir e repartir a tarefa de académicos. Adicionalmente, no contexto atual, escrever as entradas pelos diferentes académicos. o pano de fundo desta experiência partilhada irá Por último, mas não menos importante, uma ajudar-nos a compreender e apreciar plenamente janela temporal realística foi acordada e teve de ser as possibilidades verdadeiramente ilimitadas de cumprida com responsabilidade. Este processo foi continuar esta viagem em conjunto no mundo desempenhado de forma limitada temporalmente, complexo e multipolar de hoje. O autor é professor na Universidade Jawaharlal Nehru e membro honorário do Instituto de Estudos Chineses de Nova Deli S ETEM B RO - O UT UBR O
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VIAGENS
Tigre indiano
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Santuários de
maravilhas selvagens
Selecionamos os melhores parques naturais da Índia, que prometem uma experiência excitante de espécies raras e em extinção no seu habitat natural
Ranthambore National Park
A SABER M ELHOR ALTURA PARA VISITAR Outubro
Guarda-rios comum
Predadores em habitat natural O Parque Nacional de Ranthambore é um dos maiores e mais famosos parques nacionais do norte da Índia. Encontra-se localizado no distrito de Sawai Madhopur, no Rajastão. O parque é famoso pelos seus tigres e é um dos melhores locais na Índia para ver estes majestosos
predadores no seu habitat natural. Os tigres podem ser facilmente avistados mesmo durante o dia, ocupados na rotina habitual - caçar e tomar conta dos mais pequenos. Ranthambore é também um famoso local de património devido às ruínas pictóricas presentes no local.
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C OMO LÁ CHEGAR Jaipur, a 145 km de distância, é o aeroporto mais próximo. A estação ferroviária mais próxima é Sawai Madhopur, a 11 km de distância. Uma boa rede de autocarros liga Sawai Madhopur a todas as principais cidades V EJA TAMBÉM Hienas-riscadas, nilgós, gatos-da-selva, caracal, preguiça urso, pteropus giganteus, guarda-rios-comum e Hemiechinus auritu
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VIAGENS
Esplendor da neve
Localizado na parte oriental do distrito de Ladakh no estado de Jammu e Caxemira, o Parque Nacional de Hemis tem a distinção de ser o maior parque nacional no Sul da Ásia. Mais conhecido pelos leopardos-das-neves, o parque ostenta 200 membros da espécie e é um bom local para avistar tetraogallus dos Himalaias na Índia. O parque alberga numerosos gompas Tibetanos e chortens sagrados dentro das suas fronteiras, incluindo o famoso Mosteiro Hemis com 400 anos. O
parque oferece vários percursos de caminhada desde meados de junho até meados de outubro. Imponentes montanhas e florestas alpinas de árvores coníferas e subalpinas proporcionam o deleite visual. O parque é um bom local para estudar aves de rapina dos Himalaias, e TransHimalaias. Entre as aves de rapina que podem ser encontradas aqui, contam-se a águia-real, o abutre barbudo e o grifo dos Himalaias. A confluência dos rios Indo e Zanskar serve de fronteira ao parque e é uma visão fabulosa.
Hemis National Park
A SABER M ELHOR ALTURA PARA VISITAR Entre maio e setembro C OMO LÁ CHEGAR Leh (32 km) é o aeroporto mais próximo. O Parque Nacional de Hemis pode ser alcançado por estrada, a partir de Leh, por duas vias diferentes - a partir de Srinagar, passando por Kargil pela autoestrada Srinagar-Leh e a partir de Manali V EJA TAMBÉM Montifringilla adamsi, chukar, andorinhões, gralhas de bico vermelho, carneiro de Ladakh, marmota dos Himalaias, doninha das montanhas e pika-de-Royle Tetraogallus dos Himalaias n
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Leopardo-das-neves S ETEM B RO - O UT UBR O
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VIAGENS
Panda Vermelho n
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Natureza em altitude
O Parque Nacional de Nokrek está localizado no distrito de West Garo Hills em Meghalaya. Está classificado como uma Reserva da Biosfera e foi adicionado à lista de Reserva da Biosfera da UNESCO em 2009. Uma cúpula verde de grossas, altas e luxuriantes florestas cobre a Reserva. A uma altitude de 1400 m acima do nível do mar, Nokrek é o pico mais alto das Montanhas Garo e lar para espécies raras de animais, incluindo elefantes asiáticos
e pandas vermelhos. Nokrek conta-se entre os últimos habitats dos pandas vermelhos. Visto que o panda vermelho é uma espécie em vias de extinção, o parque nacional tem regras rígidas no que diz respeito à exploração da área central onde estes animais habitam. Há sete espécies de primatas em Nokrek, incluindo o famoso gibão hoolock. Enquanto está no parque pode explorar o belo Pico Nokrek e a Cascata Rongbang Dare.
Gibão de Hoolock
A SABER
Nokrek National Park
Guwahati, a 128 km de distância. Autocarros e táxis estão disponíveis a partir de Guwahati e Shillong
M ELHOR ALTURA PARA VISITAR Entre outubro e março. O clima nesta altura é agradável e pode apreciar a flora e a fauna
V EJA TAMBÉM Gato marmorado, raros macaca arctoides, macaca leonina e pica-pau dos Himalaias
C OMO LÁ CHEGAR O aeroporto e estação ferroviária mais próximos ficam em
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VIAGENS
Leões Asiáticos
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Belezas asiáticas
Famoso por ser o único refúgio dos leões asiáticos, o Parque Nacional da Floresta de Sasan-Gir é uma extensão montanhosa de 1.412 m2 de florestas secas de folhas caducas, acácias, flora e pradarias perenes e semiperenes. Outrora, podia encontrar-se estes leões por todo o norte de África, Sudoeste Asiático e no norte da Grécia. Agora apenas sobram 411 na natureza e todos se encontram em Gir, ou nas redondezas. A área florestal de Gir, e seus leões, foi declarada “protegida” no início do séc. XX pelo Nawab do então estado principesco de Junagadh em Gujarat. Antílopes, leopardos, jacais e veados podem ser encontrados no local devido ao terreno florestal montanhoso do parque. O parque é também a casa de crocodilos e mais de 300 espécies de pássaros. Ketupa zeylonensis
A SABER
Sasan-Gir Forest National Park
M ELHOR ALTURA PARA VISITAR Entre meados de outubro e meados de junho.
de Gir. Autocarros e táxis estão disponíveis a partir de Ahmedabad, Rajkot e Junagarh
C OMO LÁ CHEGAR O aeroporto mais próximo é Keshod, a 40 km de distância. A Estação Ferroviária de Sasan fica a cerca de 5 km do Parque Nacional
V EJA TAMBÉM Burros selvagens asiáticos, hienas, raposas de gir, pica-pau pigmeu, ketupa zeylonensis, urso-beiçudo e antílope-negro
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VIAGENS
Rinoceronte-indiano
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Terra de rinos
Espalhado por mais de 858 km2, o Parque Nacional de Kaziranga está localizado nas margens do Rio Brahmaputra em Assam. Encontra-se dividido em cinco zonas - Central (ponto de entrada em Kohora), Ocidental (ponto de entrada em Bagori), Oriental (em Agratoli), Extremo Oriental Burha Pahar (em Ghorakati) e Norte. A melhor forma de explorar Kaziranga é de elefante, pois eles avançam facilmente por entre a relva alta. O orgulho do parque, os rinocerontes,
encontram-se normalmente em bons números a pastar com os veados. Tem mais de 70 por cento da população mundial de rinocerontes de um chifre. Outro facto interessante, 57 por cento da população de búfalos d’água selvagens da ásia também se encontra aqui. É reconhecida como uma área importante para observação de pássaros pela Birdlife International para esforços de conservação. O parque tem 35 espécies de mamíferos, das quais 15 estão em perigo.
Elefantes selvagens
A SABER
Kaziranga National Park
M ELHOR ALTURA PARA VISITAR Setembro e outubro
Por estrada, pode chegar a partir de Bokakhat (46 km), Nagaon (75 km) e Guwahati (200 km)
C OMO LÁ CHEGAR Rowraiah (Jorhat) é o aeroporto mais próximo, a 97 km de distância. A estação ferroviária mais próxima é Furkating, a 80 km de distância.
V EJA TAMBÉM Leopardos, gato-pescador, sambar, muntiacus, macaca assamensis e golfinho-do-ganges.
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SUCESSO
No topo do
mundo
Com 230 toneladas de peso, o PSLV-C23 colocou cinco satélites estrangeiros em órbita e estabeleceu a Índia como perita em tecnologia espacial texto | Pallava Bagla
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O Primeiro-Ministro pediu aos cientistas para programa espacial desenvolvido fabricar um novo satélite que iria beneficiar os de forma indígena pela Índia é, países da Associação Sul Asiática para Cooperação sem qualquer dúvida, uma jóia na Regional (South Asian Association for Regional sua coroa. A 30 de junho de 2014, Cooperation - SAARC) e batizou-o de satélite o foguetão incansável da Índia, o Veículo de SAARC. “Podemos orgulhar-nos Lançamento de Satélite Polar (Polar do nosso programa espacial ser Satellite Launch Vehicle - PSLV), Com 230 indígena. Desenvolvemo-lo apesar adicionou outro quando o PSLV-C23 das barreiras internacionais,” disse teve um voo sem falhas, colocando toneladas de ele. Às 9:52 do dia 30 de junho cinco satélites estrangeiros em órbita. peso, o veículo de 2014, o PSLV levantou voo de O que tornou o dia especial foguetão com forma majestosa. Com 230 toneladas para a Organização Indiana de 44,4m de altura de peso, o veículo foguetão com Pesquisa Espacial (Indian Space estava a expelir 44,4 m de altura, expelindo fogo e Research Organisation - ISRO) foi fogo e a deixar deixando para trás um rasto de fumo a presença do Primeiro-Ministro, para trás um que se estendia por centenas de o Sr. Narendra Modi, que viajou rasto de fumo quilómetros, depressa desapareceu até ao porto espacial indiano, que se estendia por entre as nuvens. O PSLV-C23, na em Sriharikota, para assistir ao por centenas de configuração que foi utilizada, custa lançamento. “O programa espacial quilómetros ao erário 1,000 milhões de rupias. avançado da Índia coloca-a num Este voo, o 26º voo consecutivo grupo global de elite de cinco-seis bem-sucedido do PSLV, foi também o quarto países. Este é um domínio em que estamos na completamente comercial. O passageiro vanguarda internacional. Um domínio em que principal foi o satélite SPOTavançamos para além da mediocridade para 7 de 714 kg, um atingir a excelência,” disse o Sr. Modi.
O Primeiro-Ministro indiano Narendra Modi no ISRO S ETEM B RO - O UT UBR O
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SUCESSO
PSLV-C23 PERFIL DE VOO TĂ?PICO
4 Stage
655.1 x 657.7 km i = 98.23 degree AST CO
INJECTION
COAST-PS4 TRANSITION
e3
ag St
Sta g
e2
PS3 COASTTRANSITION
PS2-PS3 TRANSITION
PS2 THRUSTING
Time after lift-off
Altitude
Velocity
(kilometres)
(metres/ second)
VELOX-1 separation
1198.7
662.3
7526.7
NLS7.2 separation
1173.7
661.8
7526.9
NLS7.1 separation
1143.7
661.2
7527.1
AISAT separation
1113.7
660.6
7527.4
SPOT-7 separation
1073.7
659.8
7527.7
Fourth stage cut-off
1036.7
659.1
7521.0
Third stage separation
531.2
545.6
5331.0
Third stage ignition
521.2
536.8
5344.6
Second stage separation
263.4
220.2
3567.9
Heat shield ignition
262.2
218.7
3572.0
Second stage ignition
187.7
131.5
2256.8
First stage separation
110.6
52.9
1555.4
0.0
0.026
451.9
Event
(seconds)
Stage 1
PS1-PS2 TRANSITION
PS1 THRUSTING
LIFT-OFF
First stage ignition
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pássaro de observação terrestre com uma câmara capaz de uma resolução até 2,2 m. Este satélite francês do setor privado foi produzido pela Airbus Defence and Space. Os outros quatro passageiros mais pequenos incluíam dois satélites do Canada, o NLS 7.1 e 7.2, para serem usados em voos em formação com características especiais ativadas para testar o Sistema de Posicionamento Global (GPS); um satélite Alemão, o AISAT, para ser usado para controlar o tráfego de navios e o satélite de Singapura, VELOX-1, uma demonstração de tecnologia para fazer satélites mais pequenos, mais leves e mais baratos no futuro. Os clientes do ISRO ficaram muito felizes. “Conseguimos uma órbita precisa e o lançamento foi a horas. Voltaremos a utilizar o ISRO l O PSLV-C23 foi lançado no Centro para outro lançamento económico e eficaz se Espacial Satish Dhawan em necessário,” disse o Sr. Phillipe Ghesquiers, Sriharikota, Andhra Pradesh. diretor de programa do satélite SPOT-7 da Airbus l Foi o décimo voo do PSLV na configuração ‘apenas núcleo’ (sem Defence and Space de Toulouse, em França. o uso de motores adicionais). O presidente do ISRO, o Dr. K Radhakrishnan l O PSLV-C23 lançou o SPOT-7, um disse, exaltado, que este lançador PSLV-C23 satélite de observação terrestre foi preparado num tempo recorde de 50 dias. Francês com 714, para uma Órbita Ele afirmou que “este tem que ser o caminho a Heliossíncrona de 655 km. seguir em modo de produção para o ISRO caso se l O SPOT-7 é construído pela queira tornar competitivo no mercado global de AIRBUS Defence and Space, uma empresa de tecnologia lançamentos.” Foi um momento de orgulho para espacial Europeia. os 16.000 funcionários do ISRO quando o Sr. Modi disse que a Índia se tinha portado bem contra as previsões, mas acrescentou “yeh dil maange more” (este coração quer mais). Ele disse, “Hoje, peço à nossa comunidade espacial que desenvolva um satélite SAARC que possamos dedicar à dedicado. Os membros atuais do nossa vizinhança, um presente da SAARC incluem o Afeganistão, Esta foi a 114ª Índia. Um satélite que ofereça uma o Bangladesh, o Butão, a Índia, as missão indiana vasta gama de aplicações e serviços a Maldivas, o Nepal, o Paquistão e o Sri da agência todos os nossos vizinhos. Também Lanka e apenas a Índia reúne todas as espacial indiana, peço que aumentem a pegada do capacidades em tecnologia espacial. que lançou 40 nosso sistema de navegação baseado O Primeiro-Ministro indiano, satélites de 19 em satélites para cobrir todo o sul visivelmente radiante, no seu da Ásia.” Detalhes adicionais sobre discurso de mais de 24 minutos no países diferentes o “Satélite SAARC” ainda não Centro Espacial Satish Dhawan, estão disponíveis, mas o anterior disse, “A Índia está enraizada presidente do ISRO, o Dr. K Kasturirangan, no nosso ethos intemporal de Vasudeiva sugere que poderia ser uma constelação de vários Kutumbakam (o mundo é uma família). O pequenos satélites de sensoreamento remoto que programa espacial da Índia é portanto movido ofereçam apoio contínuo durante catástrofes, por uma visão de serviço para a humanidade, para controlo de vegetação e ajuda na deteção de e não por um desejo de poder. Para nós, é um alterações climáticas. instrumento importante para o nosso progresso Numa reação inicial, o Bangladesh recebeu humano. Devemos, portanto, partilhar os muito bem o conceito de ter um satélite SAARC frutos do nosso avanço tecnológico com os
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SUCESSO que não podem fazer o mesmo, o mundo em recuperado no mar. Esta iniciativa faz parte de um desenvolvimento e os nossos vizinhos em particular. programa crítico de desenvolvimento tecnológico Esta foi a 114ª missão indiana da agência espacial para o voo espacial humano que irá lançar astronautas indiana, que lançou 40 satélites de 19 países indianos a partir de solo indiano, usando um foguetão diferentes. O braço comercial do ISRO, a Antrix indiano e levá-los até uma órbita terrestre baixa. Este Corporation Limited, tem receitas anuais de cerca voo espacial humano custará provavelmente 125.000 de 15.000 milhões de rupias e tem encomendas milhões de rupias. Até à data apenas a Rússia, os EUA assinadas para mais três voos comerciais e a China têm a capacidade de lançar dedicados, onde irá utilizar o PSLV, humanos para o espaço. que irão colocar em órbita mais 14 A missão inaugural indiana a Marte, a Os sonhos da satélites estrangeiros nos próximos Mangalyaan, também foi elogiada pelo Índia assentam anos. O Sr. VS Hegde, presidente e Sr. Modi. A jornada da Índia desde o atualmente num diretor executivo da Antrix Corporation Forte Vermelho até ao Planeta Vermelho satélite de 1.350 Limited, disse, “Já somos uma potência começou bem e os sonhos de mais de kg a caminho de a ser considerada e vamos com toda a mil milhões de pessoas estão depositados Marte, pronto a certeza continuar a crescer.” num satélite de 1.350 kg que está neste encontrar-se a Na sua primeira visita a um centro momento a caminho de Marte, pronto 24 de setembro científico indiano, o Primeiropara se encontrar a 24 de setembro com o Planeta Ministro, o Sr. Modi, também viu de 2014 com o Planeta Vermelho. Irá o mais recente foguetão monstro, o tornar a Índia a primeira nação asiática a Vermelho Veículo Geossíncrono de Lançamento orbitar Marte. de Satélites Versão 3 (Geosynchronous O custo da viagem inaugural a Marte Satellite Launch Vehicle Mark III - GSLV Mk III), é cerca de 4.500 milhões de rupias, e cerca de 500 um enorme foguetão de 630 toneladas capaz de levar cientistas labutaram para a fabricar. O Primeiroastronautas para o espaço. Nos meses seguintes, este Ministro indiano disse, “Mesmo hoje, o nosso foguetão irá transportar o módulo da tripulação, programa sobressai como o mais eficaz em termos de capaz de albergar dois-três astronautas indianos, no custos em todo o mundo. A história da nossa missão a seu primeiro voo de teste. No voo inaugural, não Marte, com um custo inferior ao filme de Hollywood transportará humanos e após o lançamento será Gravidade, tinha-se tornado viral nas redes sociais
O Primeiro-Ministro indiano fala com cientistas ISRO n
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VISTA DE OLHOS AO PSLV-C23
(Vehicle lift-Off Mass 230 tonne Height 44.4m) Stage 1
Stage 2
Stage 3
Stage 4
Nomenclature
PS1
PS2
PS3
PS4
Propellant
Solid
Liquid
Solid
Liquid
Mass (tonne)
138
42
7.6
2.5
Max thrust (kN)
4787
804
242
7.3 x 2
Burn time (s)
102
148
110
526
Stage diameter (m)
2.8
2.8
2.8
2.8
Stage length (m)
20
12.8
3.6
3.0
(HTPB based)
UH25 + N2O4
(HTPB based)
MMH + MON-3
HTPB: Hydroxyl Terminated Poly Butadiene UH25: Unsymmetrical Dimenthyl Hydrazine + 25% Hydrazine Hydrate N2O4: Nitrogen Tetroxide MMH: Mono Menthyl Hydrazine, MON-3: Mixed Oxides of Nitrogen
recentemente. Os nossos cientistas mostraram ao várias oportunidades de trabalho. Ajuda-nos a ligar mundo um novo paradigma de engenharia frugal, e o virtualmente onde as ligações físicas são difíceis.” poder da imaginação.” A Índia hoje em dia tem uma larga constelação de O Sr. Modi tentou pôr de lado a controvérsia satélites operacionais. Tem 10 satélites de comunicação antiga que o espaço é apenas para a fornecer cobertura sem esforço para a os ricos e para os famosos. Ele disse, massa terrestre indiana, o que também O custo “Acredito que a tecnologia espacial está ajudou o setor dos meios eletrónicos da viagem fundamentalmente ligada com o homem a expandir-se. Tem 12 satélites de inaugural a comum. Pode transformar e dar poder sensoriamento remoto para observação Marte é cerca de às suas vidas. A tecnologia abre novas terrestre que fornecem imagens de classe 4.500 milhões de oportunidades de desenvolvimento. mundial e que ajudam a Índia a manter as E oferece-nos novas maneiras de suas fronteiras. Tem dois satélites especiais rupias, e cerca enfrentar os nossos desafios. O espaço em órbita, parte do Sistema de Satélites de 500 cientistas pode parecer distante, mas é uma parte de Navegação Regional da Índia, que labutaram para integral da nossa vida quotidiana. promete estar operacional até 2016 e será a fabricar de raiz Alimenta a nossa comunicação moderna, semelhante ao sistema de GPS americano, ligando até a família mais remota à rede mas controlado pela Índia. principal. Capacita a criança na aldeia mais afastada “A tecnologia é fulcral para o desenvolvimento,” disse o com educação de qualidade, através de educação à Sr. Modi, literalmente enunciando uma nova visão para distância. Garante cuidados de saúde de qualidade a Índia no espaço, e explicou, “Tem um papel crítico para à pessoa mais distante, através da telemedicina. Dá realizar a visão de uma Índia Digital - o poder de 1.25 mil oportunidades aos jovens de cidades pequenas, com milhões de indianos ligados.” O autor é um escritor científico e escreveu Destino Lua: A Demanda pela Lua, Marte e Mais Além S ETEM B RO - O UT UBR O
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TRIBUTO
Avanços não-violentos
para a liberdade
Quando a nação celebra o 145º aniversário de Mahatma Gandhi, a 2 de outubro, traçamos a sua vida ilustre e os seus feitos
1893: É expulso de um
comboio em Pietermaritzburg na África do Sul após recusar desistir da sua reserva de primeira classe e passar para terceira classe. Protesta e consegue um bilhete de primeira classe para o dia seguinte, mas é espancado pelo maquinista quando se recusa a ceder o lugar a um viajante Europeu. Gandhi decide opor-se a estas medidas ao juntar pessoas de outros países residentes na África do Sul.
2 de outubro de 1869 O Diwan do estado principesco de Porbandar, Karamchand Gandhi e a sua quarta esposa, Putli Bai, são abençoados com um bebé chamado Mohandas Karamchand Gandhi.
Junho de 1891:
Mohandas passa no Exame da Ordem e torna-se advogado após frequentar a Inner Temple Law School no Reino Unido. Ele representa os comerciantes Muçulmanos indianos na África do Sul.
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1894: Para se opor
a uma Lei que nega o direito ao voto dos indianos na África do Sul, forma o Natal Indian Congress. Apesar NIC não ser capaz de revogar a Lei, Gandhi começa uma cruzada contra a injustiça.
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1897: Quando aterra em
Durban Harbour, na África do Sul, em janeiro, é espancado por um grupo de colonos Brancos. A esposa do Chefe da Polícia de Durban tenta salvá-lo. O acontecimento recebe uma imensa cobertura por parte dos meios de comunicação e o governo colonial é forçado a prender os Brancos. Gandhi recusase a apresentar queixa e granjeia admiração pública. Os atacantes apresentam um pedido de desculpa público.
1906: Entra em vigor a Asian Population Registration Act (Lei do Registo da População Asiática). A lei requer que todos os residentes Asiáticos registem a sua informação pessoal e transportem um cartão com as impressões digitais. Gandhi apela a que as pessoas não se registem e sofram castigo. Dessa forma o Satyagraha (movimento nãoviolento iniciado por Gandhi para ajudar a Índia a alcançar a independência) ganha proeminência. Ao longo de sete anos, vários protestantes são presos ou alvejados.
1908: Em agosto, Gandhi e cerca de 2.000
indianos queimam os seus cartões de registo. Gandhi e outros líderes são presos e o país assiste a muitos protestos.
1930: Os britânicos
aprovam a Lei do Sal o que faz com que seja ilegal para os indianos produzirem sal. A 21 de março Gandhi, com 61 anos, viaja a pé 320 km durante 24 dias até Dandi para fazer sal. Milhões de indianos juntam-se a ele. Gandhi é preso.
1943: Agora com 73 anos
começa uma greve de fome que dura 21 dias para protestar contra a Divisão da Índia.
1919: O Governo Britânico instaura a
Lei Rowlatt, que permite deter suspeitos “terroristas” e mantê-los presos sem julgamento. O Congresso Nacional Indiano inicia o Movimento Hartal – milhares de indianos param o trabalho, e deixam de vender e de comprar produtos britânicos. Ocorrem motins. Cerca de 400 indianos são mortos e perto de um milhar ferido em Amritsar.
1920: Gandhi
encoraja os indianos a boicotar os produtos britânicos, e pede-lhes que produzam as suas próprias roupas.
14-15 de agosto de 1947: A Lei da
Independência da Índia é aprovada e a Índia torna-se um estado independente.
1942: Ele lança a campanha
Quit India (Deixem a Índia) para declarar a independência da Índia. Governantes agitados prendem Gandhi.
1944:
30 de janeiro de 1948: Nathuram
Godse dispara três balas sobre Mahatma à queima-roupa às 17:17 em Birla House, em Nova Deli.
Receando que pudesse morrer na prisão devido à deterioração do estado de saúde, Gandhi e os restantes líderes são libertados.
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PROGRESSO
Entrar na
ribalta
Arunachal Pradesh, o maior dos sete estados irmãos do nordeste da Índia, obteve estatuto de estado a 20 de fevereiro de 1987. Está a trabalhar continuamente para o desenvolvimento económico e social texto | Supriya Aggarwal
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A
runachal Pradesh, conhecido como Siang, que se espera que gere 10,000 a 12,000 MW, a terra das montanhas da aurora, é o começou em abril de 2009. maior estado do nordeste da Índia. Com O governo indiano reforçou a “Política Olhar um produto interno bruto para Este” que requer mais infraestimado de `93.570 mil milhões, estruturas para indústria e comércio. a agricultura é a principal fonte de A Política de Promoção Industrial e de Com um produto rendimento. O estado recebeu a Investimento do Nordeste-2007 (The interno bruto primeira linha ferroviária este ano. North East Industrial and Investment estimado de Promotion Policy - NEIIPP-2007) Rs 93.570 mil Política industrial e de foi formulada pelo Ministério milhões, a agricultura do Comércio e da Indústria para agricultura é a Arunachal Pradesh representa uma desenvolver a região. principal fonte grande percentagem do potencial da A estratégia de desenvolvimento de rendimento Índia para produzir hidroeletricidade. da agricultura do estado centra-se Está a encorajar o estabelecimento de em atingir a auto-suficiência na iniciativas industriais tanto no setor privado como produção de grãos alimentares e no comércio de no setor público para atingir o desenvolvimento produtos agrícolas. O estado tem cerca de 61.000 sustentável. Em 2008, o governo estadual assinou km2 de florestas, e os produtos florestais são um acordos para cerca de 42 esquemas hidroelétricos setor significativo. Arroz, milho, painço, cana-depara produzir eletricidade superior a 27,000 MW. açúcar, gengibre e óleo de semente são culturas A construção do Projeto Hidroelétrico do Alto populares no estado.
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PROGRESSO Turismo
Arunachal Pradesh é o lar de montanhas pitorescas, lagos tranquilos e mosteiros famosos. As atrações turísticas incluem o Mosteiro de Tawang, Rukhmini Nagar e o Lago Ganga. O Museu Jawahar Lal Nehru em Itanagar exibe aspetos da vida tribal. O Parque Nacional de Namdapha é famoso pelos leopardos-nebulosos e ursos-negros-asiáticos, o Santuário de Vida Selvagem de Pakhui é famoso pelos seus tigres e jacais asiáticos e o Santuário de Vida Selvagem de Mehao tem gatos-da-selva e porcos-espinhos indianos. Existem opções para pesca à linha, viagens de barco, caminhadas e rafting.
Educação
Arunachal Pradesh presenciou uma melhoria na sua taxa de alfabetismo nos últimos anos. O
governo do estado, com conjunto com algumas ONGs, está a expandir o sistema de educação e as oportunidades de educação superior. As principais universidades são a Universidade Rajiv Gandhi e a Universidade dos Himalaias. O Instituto Regional para a Ciência e Tecnologia do Nordeste desempenha um papel importante no ensino técnico e de gestão. Institutos geridos por fundações, como o Pali Vidyapith gerido por Budistas ensinam escrita Pali e Khamti para além das disciplinas habituais. Khamti é a única tribo em Arunachal Pradesh que tem o seu próprio alfabeto. Há muitas bibliotecas de escrituras no distrito Lohit, o maior em Chowkham.
Desenvolvimentos Recentes
O estado recebeu a sua primeira linha ferroviária,
Dibang Valley
Tawang
Itanagar
A NÃO PERDER l Rebentos de bambu
fritos, guisado de peixe e thukpa (comum entre a tribo “Monpa”) são obrigatórios. l Não irão faltar
oportunidades para observar pássaros. Aqui podem ser encontradas mais de 500 espécies, muitas delas ameaçadas.
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Sela Pass distrito de Tawang
de Harmuti até Naharlagun, em abril de 2014. A construção da ligação ferroviária de 33 km, de bitola larga de 1.676 mm, foi concluída em 2012. Existem 46 pontes secundárias e 11 pontes principais na linha. Esta linha ferroviária fez de Itanagar a segunda capital de entre os estados do Nordeste, após Guwahati, a ser colocada no mapa ferroviário da Índia. Existem ainda planos para ligar as regiões superiores de Assam a Arunachal Pradesh.
Gestão de catástrofes
Arunachal Pradesh tem uma topografia diversa. Portanto, a autoridade de gestão de catástrofes do estado introduziu a Política de Gestão de Catástrofes de Arunachal Pradesh (Arunachal Pradesh Disaster Management Policy - APDMA) para estabelecer os sistemas necessários, os recursos e os princípios orientadores para reduzir a vulnerabilidade de forma a salvar vidas e propriedade. Adicionalmente, a política centra-se em evitar que a atividade económica e o ambiente sejam prejudicados. Uma mulher a peneirar grãos S ETEM B RO - O UT UBR O
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INSTANTÂNEOS
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Aventura
em alta
A Índia oferece uma grande variedade de opções para quem adora descargas de adrenalina. Pode escolher desde o rafting, o esqui, caminhadas, conduzir nas dunas e uma vasta gama de desportos aquáticos...
Baga Beach Colva Beach
Desportos aquáticos em Goa
O mar oferece uma abundância de aventuras entre outubro e maio em Goa. Pode escolher entre o windsurfing, uma combinação única e surf e vela ou experimentar esqui aquático na traseira de uma lancha rápida (que pode alcançar uma velocidade de 50 km por hora), com os salpicos do mar a refrescarem-no enquanto se agarra bem à corda... Parasailing é outra opção, que lhe proporciona vistas arrebatadoras do mar e da praia - uma corda com cerca de 90 metros prende o arnês do páraquedas à lancha. Pode também escolher enfrentar as ondas a pares numa mota de água.
Atividade obrigatória: Desafie o seu equilíbrio
num barco banana, um ‘barco’ cilíndrico de borracha. Não se esqueça do colete salva-vidas - é provável que acabe por dar um mergulho na água azul!
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INSTANTÂNEOS
Arunachal Pradesh
Assam
Nagaland
Meghalaya
Manipur
Tripura Mizoram
Caminhadas no Nordeste
Avistar espécies raras de flora e fauna é um dos muitos motivos para fazer caminhadas no Nordeste. Contrate guias para caminhar consigo (e para transportar provisões) enquanto presencia colinas e cascatas impressionantes. Enquanto Arunachal Pradesh tem uma abundância de espécies de plantas raras, Meghalaya tem terreno desafiador. Flores, incluindo rododendros e orquídeas, contribuem para a beleza cénica de Meghalaya e a vegetação exuberante fazem de Nagaland uma visita obrigatória. Uma caminhada pode durar alguns dias, proporcionando a oportunidade de desfrutar da Natureza enquanto acampa em tendas, se senta à volta da fogueira e simplesmente absorve as vistas e os sons. A melhor altura é entre outubro e fevereiro.
Atividade obrigatória: Experimente
o yak safari para testar os seus níveis de persistência. Pode caminhar por terrenos onde não há qualquer estrada!
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Jaisalmer
Conduzir nas dunas em Rajasthan
Isto é, literalmente, sair dos caminhos habituais. Sinta a emoção de uma vida à medida que o seu veículo sobe e desce as dunas, com a areia a levantar no ar quando o seu condutor acelera. Pode também fazer um curso rápido de condução e manobras nas dunas e tomar conta do volante, para enfrentar habilidosamente as subidas e as descidas. Danças folclóricas e autênticas refeições do Rajasthan fazem parte dos pacotes em oferta. As melhores dunas para este desporto ficam na cidade de Jaisalmer e a altura ideal é entre novembro e abril.
Atividade obrigatória: Pernoite
numa das aldeias e desfrute das iguarias locais. Não se esqueça de fazer um passeio de camelo antes do pôr-do-sol.
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Gulmarg
Esquiar nas encostas de Kashmir
Deslizar aparentemente sem qualquer esforço pelas encostas solarengas de Gulmarg em Kashmir pode ser uma experiência memorável, com a época alta entre dezembro e março. A área é conhecida pela neve “pó de caril”, profunda e seca. Pode apanhar uma gondola (elevador de esqui) até às encostas mais altas para a excitante descida de esqui, desviando-se das árvores alpinas e desfrutando da entusiasmante briza. Corridas em corta-mato por picos pouco conhecidos e pouco mapeados até 5.000 m de altitude estão disponíveis para esquiadores mais experientes. Os principiantes podem descer os “círculos” alpinos, controlados e protegidos contra avalanches, com apenas alguns quilómetros de comprimento. A oferta mais recente é heli-ski que pode ser utilizado para viajar até pistas menos frequentadas. Experimente também as estâncias de esqui de Srinagar, Pahalgam e Sonmarg.
Atividade obrigatória: Tente avistar
macacos e raposas, atrações interessantes durante a descida.
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Rishikesh
Rafting em Rishikesh
A emoção de navegar a água branca do Rio Ganges não tem paralelo. Um grupo até 12 pessoas pode apanhar boleia num barco de borracha e enfrentar os poderosos rápidos. Coletes salva-vidas e capacetes de proteção são obrigatórios, assim como uma apurada atenção ao meio envolvente, rapidez de pensamento e força corporal para ser capaz de cobrir o percurso com cerca de 16 km desde Shivpuri até Ramjhula, em Rishikesh. Pode escolher um pacote de rafting que inclui estadia em tentas junto ao Rio Ganges e acordar ao som dos pássaros e do rio, enquanto fogueiras acolhedoras com música ao vivo o aguardam à noite. A melhor altura para o rafting é entre fevereiro e junho ou em outubro e novembro.
Atividade obrigatória: Salte para
a água de penhascos com 10 m de altura para uma pausa refrescante.
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Um tesouro de
glória escondida
Escavações recentes no Forte Velho em Nova Deli revelaram relíquias raras e artefatos do período Mauria até ao Mogol, assim como mais recentes – do tempo dos Britânicos e de tempos modernos texto | Vatsala Kaul Banerjee
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dia escaldante e húmido tornase mais claro com um campo de descobertas reluzentes nas instalações do Purana Qila (Forte Velho) em Nova Deli. Uma parte incrível da extraordinária e vasta antiguidade da Índia é apresenta em quadrados de 10x10 m e em camadas sobre camadas, retirada do chão mesmo na cidade imperial. Deli, uma cidade indiana antiga, assenta sobre várias sedimentações do passado. Mas assistir às seções transversais da sua história e imaginar as realidades da era enterrada no tempo e em livros de história, é uma experiência arrepiante e surreal. Lá, por trás, a sudeste do Sher Mandal de Sher Shah nos terrenos do Forte Velho, está um local de escavação com nove pátios de arqueologia incrível, o resultado dos esforços dedicados e diligentes do Levantamento Arqueológico da Índia (Archaeological Survey of India - ASI). Ao ver a escavação, organizada em degraus na encosta, as pistas visíveis da nossa história secular são suficientes para espantar. Olhando para baixo vemos um poço fantasticamente
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simples, feito de canos redondos de terracota disse, “Arqueologia não é o que se encontra, mas o queimada, do período Mauria. Olhando para que se apura.” cima vemos um local de enterro de cabrito do Desde janeiro deste ano que o ASI tem tempo dos Rajput, um monte de sakoras (taças) trabalhado escrupulosamente na escavação e de terracota, provavelmente os pesquisa das descobertas. O local já restos de um banquete. Olhando foi escavado por duas vezes antes, para a direita, alguns dos potes e nos anos 50 e novamente nos anos O local já foi jarras do período dos Guptas, e de 70, com a ideia de estabelecer uma escavado por duas períodos posteriores, ainda estão ligação com o épico Mahabharata. vezes antes, nos cobertos pelo solo, transportadores Isto depende da descoberta anos 50 e nos anos silenciosos de informação que será de Cerâmica Cinzenta Pintada 70, com a ideia brevemente documentada. Pode ver (Painted Grey Ware - PGW) que de estabelecer as canalizações revestidas a pedra de liga os locais Mahabharata. “Foi uma ligação uma casa antiga do período Mauria, encontrada PGW lá em baixo, nos com o épico tijolos de lama do período Sunga pisos Maurias,” afirma Vishnu Kant, Mahabharata (a partir de 200 AC, aprox.), tijolos arqueólogo supervisor assistente do Kushan mais recentes, por volta do ASI, “com cerca de 2.500 anos, ou ano 200 DC e construções posteriores com tijolos cerca de 500 AC, e estamos a tentar encontrar nos “roubados” das mesmas construções. Uma parede pisos inferiores.” Acredita-se que exista um local de pedras do Sultanato foi também descoberta. Mahabharata perto da área. No local de escavação Como o arqueólogo David Hurst Thomas outrora de arquivo, ainda decorre algum trabalho delicado
(Pag. seguinte) O ídolo Vaikunth Vishnu de aspeto benigno; (acima) sakoras de terracota do tempo dos Rajput S ETEM B RO - O UT UBR O
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sobre a supervisão paciente e informada de Kant. “O Forte Velho ficou conhecido por ter sido um local antigo continuamente habitado, e o poço de escavação revela oito períodos históricos contínuos,” diz ele. O local mostra uma sequência contínua desde o período Mauria até ao período Mogol, passando pelos períodos Sunga, Kushan, Gupta, Rajput e do Sultanato. Há também provas
de períodos anteriores, e dos tempos modernos e dos britânicos, a partir de pequenos artefatos da altura. A escavação mais recente trouxe à luz um tesouro de relíquias que vão desde o período Kushan, até à era Gupta e aos tempos dos Rajput. Uma escultura Vaikunth Vishnu do séc. XII, um selo de terracota, um pingente de marfim e um medalhão Gajalakshmi da altura Gupta, e um
(No sentido dos ponteiros do relógio, a partir do canto superior esquerdo) Um dos muitos potes descobertos aqui, um trabalhador no local, um pequeno recipiente com uma suástica num dos lados; pequenas diyas e taças variadas
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“Cerâmica Cinzenta Pintada (PGW) liga os locais Mahabharata. Foi encontrada lá em baixo, nos pisos Maurias com cerca de 2.500 anos, ou cerca de 500 AC, e estamos a tentar encontrar nos pisos inferiores. O Forte Velho ficou conhecido por ter sido um local antigo continuamente habitado, e o poço de escavação revela oito períodos históricos contínuos.” Vishnu Kant, arqueólogo superintendente assistente, ASI
pequeno ídolo de Ganesha do séc. XVIII são apenas algumas das valiosas descobertas. Há muitos mais artefatos e artigos notáveis: Cacos de linda cerâmica a partir do período Mauria, incluindo linda cerâmica do Sultanato e até cerâmica Mugal “azul”, bustos de estátua com penteados intrigantes e uma cabeça Kushan tonsurada (possivelmente um monge Budista), moedas de cobre, micro-contas de vidro e contas semipreciosas, um homem do jogo e um dado, pedaços de Cerâmica Preta Polida do Norte (Northern Black Polished Ware - NBPW) que liga locais Asokan da Índia ao Sri Lanka (alguns foram encontrados em Anuradhapur), diyas usadas de tamanhos variados e grãos de trigo e arroz queimados também foram encontrados.
No Dia do Património Mundial, a 18 de abril, o local foi aberto ao público por um dia. A resposta foi tão impressionante que se aumentou para dois dias. Desde crianças excitadas até idosos de bengala, todos vieram ver esta esplêndida fatia da nossa repleta história. Quanto mais descobrimos, mais nos apercebemos do quanto há para aprender do nosso passado rico e frágil e dos seus eternos momentos dourados.
(Da esquerda para a direita) O medalhão Gajalakshmi; um pequeno ídolo de Ganesha do séc. XVIII; uma estatueta com um penteado interessante; um poço antigo muito bem estruturado
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Quantas
diversidades?
A Índia é uma terra de muitas religiões, línguas, culturas, cozinhas... Apesar das contradições de crenças e costumes, a população de 1,2 mil milhões de pessoas encontra-se unificada pela “ideia da Índia”, um conceito nebuloso mas ainda assim existencialmente experiente texto | BS Prakash
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s diplomatas indianos, uma tribo a Tinha alguns truques na manga para ilustrar que pertenço, gostam de algumas o meu caso aos estrangeiros. Uma nota de 100 frases quando explicam a realidade rupias estava sempre na minha carteira, e era indiana a audiências estrangeiras. apresentada com pompa para mostrar os diferentes Estas “cotações” por repetição correm o risco de alfabetos – Bengali, Canarês, Tâmil etc – que nela se tornarem clichés, mas capturam a verdadeira estavam inscritas. Ou um truque mais simples: essência indiana. Perguntar a diferentes colegas O adágio em Sânscrito na Embaixada qual a língua que Cinco dos oito Vasudhaiva Kutumbakam, ou falavam em casa – Hindi, Telugu todo o mundo é uma família, or Marata – demonstrando assim vencedores do representa a visão externa da Índia a verdadeira heterogeneidade da prémio Jnanpith ao longo de várias eras. “Unidade na nossa terra, para me deleitar na que escreviam em diversidade” é outro exemplo, para admiração dos outros, espantados Canarês usam capturar a variada multiplicidade como tantas línguas diferentes eram confortavelmente dentro de portas. acomodadas em uma embaixada. Fiz outra língua Eu também já falei extensamente, isto durante 30 anos. em casa! maravilhado com a nossa Mas mesmo assim fiquei admirado diversidade: Muitas religiões, com o que aprendi durante uma línguas, culturas, cozinhas... A singularidade visita a Bengaluru. Estava a discutir com um de um país com mais de mil milhões de pessoas amigo sobre DR Bendre, um poeta lendário com que frequentemente se contradizem em crenças uma inclinação filosófica que expressou ideias e costumes, mas que se encontram unidos pela profundas no idioma Canarês da sua região. “ideia da Índia”, um conceito nebuloso mas “Mas ele falava Marata em casa,” afirmava o meu existencialmente experiente. amigo. Também descobrimos que cinco dos oito
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A SABER P RÉMIO JNANPITH Um dos prémios literários mais famosos da Índia, juntamente com o prémio Sahitya Akademi. É atribuído a qualquer indiano que escreva numa
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A K RAMANUJAM Poeta e académico indiano que acreditava em atribuir aos dialetos locais e não-padrão o devido reconhecimento.
bronze de Sarasvati, a deusa Hindu da sabedoria. O primeiro prémio foi atribuído em 1965 e, até 2014, foram atribuídos 49 prémios. Oito prémios foram atribuídos a escritores de Canarês, que só ficam atrás dos 10 escritores Hindi. Escritores de outras línguas indianas também já receberam o prémio, o que atesta as tradições literárias seculares vibrantes que existem nessas línguas, com os seus alfabetos distintos. Estas línguas são mais diferentes entre si do que o Italiano, o Francês, o Castelhano e o Português, que partilham o mesmo alfabeto e as mesmas raízes.
vencedores do prémio Jnanpith que escreviam em Canarês usavam confortavelmente outra língua em casa! O Jnanpith é o prestigiado prémio literário da Índia, um reconhecimento supremo para um escritor indiano. O nome evoca a tradicional reverência indiana pela sabedoria: ‘Jnanpith’ significa o assento do conhecimento e um dos componentes do prémio é uma estátua em
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das línguas oficiais da Índia.
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Os indianos tomam como garantido as múltiplas línguas à sua volta e a maioria dos indianos escolarizados são, no mínimo, bilingues, excluindo o Inglês. O mais impressionante, ainda assim, é a complexidade da identidade individual mesmo nos escritores que alcançaram o apogeu da criatividade numa língua, mas sentem-se à vontade com outras. Aqui ficam alguns exemplos que ilustram a pluralidade geográfica, cultural e, portanto, linguística, num único estado indiano, Karnataka, e também entre os principais gigantes literários na sua língua principal, o Canarês. Em 1967, KV Puttappa, conhecido pelo seu pseudónimo Kuvempu, ganhou o Prémio Jnanpith pelo seu poema épico Sri Ramayana Darshanam. Nativo do estado de Mysore, governado pelo Marajá de Mysore. Falante nativo de Os indianos Canarês, o livro que o levou tomam como a vencer o prémio foi escrito garantido num tipo altamente clássico as múltiplas de Canarês influenciado por línguas à sua pensamento Vedântico e volta e a maioria Sânscrito. Mas anteriormente dos indianos tinha escrito romances em escolarizados idiomas rústicos que criam são, no mínimo, um universo de povoações nas montanhas e uma sociedade bilingues, com múltiplas camadas de excluindo o Inglês latifundiários e camponeses. O prémio de 1973 foi para outra pessoa muito diferente em termos de região, dialeto e personalidade. Bendre, um poeta lírico, conhecido por vezes como o Shelley do Canarês, foi educado em Pune, falava Marata e era originário de Dharwar, uma cidade no norte de Karnataka. VK Gokak, o vencedor de 1990, era originário da mesma zona mas com um passado diferente: era um académico e reitor num molde elitista com um profundo entendimento do ethos civilizacional indiano. Em contraste, Shivaram Karant, que venceu o prémio em 1971, era uma personalidade multifacetada alojada na zona costeira de Karnataka e perto da cidade de Udupi (uma cidade templo agora famosa pelos seus restaurantes). Um génio com interesses variados, Karant imergiu-se em todas as áreas do conhecimento, de tal forma que escreveu uma enciclopédia em Canarês!
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O prémio Jnanpith (esquerda) e dois dos vencedores, Girish Karnad (em baixo) e KV Puttappa (fundo)
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(Esquerda) Poeta lírico DR Bendre (direita) Aclamado escritor UR Ananta Murthy
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Teatro folclórico, yakshagana, ciência, ambiente, Estes exemplos estão ligados ao Canarês mas o desenho, agricultura: Não havia nenhum aspeto ponto mais importante é sobre a pluralidade indiana relativo à vida na sua região que não captasse em geral e a variedade linguística em particular. a sua atenção. A língua nativa de Karant era É adequado citar AK Ramanujam, um inspirador Tulu, uma língua diferente da costa mas ele poeta e académico do Canarês, que morreu jovem escrevia intensivamente, um romance por ano, mas personificou o rico e múltiplo património apresentando de forma severa a dureza da terra que herdamos. A crítica literária Namita Gokhale rural à sua volta e sem muita atenção aos aspetos cita Ramanujam sobre a sua própria personalidade estilísticos do Canarês. poliglota: “Por uma perseverança curiosa, leio Tâmil Em contraste temos o burocrata de constantemente na área do Canarês, Bangalore Masti Venkatesh Iyengar Canarês na área do Tâmil, estudei O vencedor do que criou requintados contos de e ensinei Inglês na Índia, e Indiano prémio Jnanpith, simplicidade e grande beleza mas que e línguas indianas nos EUA (na sua Shiravam falava tâmil em casa. Masti representa autobiografia ficcional, o protagonista, Karant, cuja uma longa linha de ilustres Iyengars e um indiano com uma mulher americana Iyers que são tão fluentes em Canarês que ensina história numa pequena língua mãe como em Tâmil, de onde vieram os universidade do Iowa, relembra a sua era túlu, seus antepassados. infância). ‘Nos meus primeiros anos, escreveu uma Outros vencedores falava Tâmil de Madras com Amma enciclopédia em aclamados do (Mãe), mudava para Tâmil de Mysore Canarês! prémio Jnanpith com as nossas criadas domésticas de ainda se encontram Iyengar que cozinhavam para nós, falava entre nós. Girish Karnad fala Canarês com amigos. No escritório do andar de cima, Concani e Marati, o cerebral Appa (pai) conversava em Inglês… Portanto, cimaromancista e ensaísta UR Ananta baixo, dentro-fora, cresci habituado a três línguas.’ Murthy foi professor de Inglês. “Quantas Ramayanas? Trezentos? Três mil?” Ambos são fortes apoiantes do assim começa um famoso ensaio académico de reconhecimento da escrita em Ramanujam. Recordando-o, podemos perguntar, outras línguas indianas. “Quantas diversidades?”
INDIAN DIPLOMACY O escritor é um antigo embaixador indiano
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Um amor indiano
pela vida
Desde o aroma ao doce sabor, a manga é uma vencedora em todos os níveis. Apesar da Índia ser o principal produtor e consumidor deste fruto, é também um ingrediente popular na cozinha global texto | Jahnavi Sarma
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ma das mais populares frutas tropicais de Neelam, Himayat, Thamboor Priyoor, Malgova e todo o mundo, a manga é cultivada na Mallika, cada uma com cor e sabor distintos. A Kesar, Índia desde os tempos antigos. De facto, conhecida pela sua doçura única e longa vida útil, é as mangas originaram na Índia Oriental, cultivada em Gujarat and Maharashtra. na Birmânia (agora Myanmar) e nas Ilhas Andamão. Acredita-se que monges Budistas as Cozinha indiana introduziram na Malásia e na Ásia O sabor sutil e delicioso fazem da manga oriental por volta do séc. V A.C.. um ingrediente de eleição na cozinha. A manga é Hoje em dia, cerca de metade Até à data, o gelado de manga, aam panna muito usada das mangas de todo o mundo são (mangas cruas cozinhadas com especiarias para dar sabor produzidas na Índia, mas o país – para acompanhar a refeição ou para fazer e serve muito representa menos de um por cento do uma bebida refrescante) e pickles de manga bem como comércio internacional de mangas - a são elementos comuns nas casas indianas. cobertura em fruta é consumida maioritariamente Depois temos as especialidades regionais, cereais como na Índia. Desde a manga Afonso, sem como a amrakhand (manga shrikhand) de muesli e aveia fibras e aromática, até à polpa e doçura Maharashtra, que combina polpa de manga da variante Badami, a Índia reclama a batida com iogurte doce. No norte da Índia, distinção de ser o maior produtor mundial deste fruto, as mangas são cortadas em fatias finas e secam ao sol com a China a surgir em segundo lugar. Uma vasta para fazer uma conserva chamada murabba. Sambhar variedade de mangas, incluindo Sindhuri, Dussehri, (receita com molho à base de lentilhas e tamarindo) Chausa, Fazli, Lucknowa, Jauhari, Gulaab Khaas e com sabor a manga no sul da Índia e um dal (caril Langra, são cultivada no norte da Índia, no estado de de lentilhas) picante, com sabor a manga, no norte Uttar Pradesh. O sul da Índia também é famoso por da Índia são iguarias feitas no verão. Aamras, sumo uma escolha espantosa: Raspuri, Safeda (Bainganpalli), feito de polpa de manga com açúcar ou leite, é servido
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com pão, arroz ou pooris (pão frito) em Gujarat, Maharashtra e em Rajasthan. Polpa de manga madura é usada para fazer uma compota chamada mangada pelos Konkanis na Índia ocidental. A manga é usada em Andhra Pradesh para fazer dal, enquanto os Gujaratis a usam para fazer chunda (iguaria de manga gratinada). Manga lassi (manga misturada com iogurte) é uma bebida de eleição para a maioria dos indianos, assim como para todo o sul asiático.
a manga crua é comida com bagoong (um condimento feito de peixe ou camarão fermentado e sal), molho de peixe ou simplesmente com uma pitada de sal. Apesar de ser frequentemente usada na preparação de pratos de peixe, esta fruta também resulta bem com frango. Na Tailândia, é usada para dar sabor ao caril e na América central é apreciada crua com sal, vinagre, pimenta preta e molho picante. As mangas são frequentemente grelhadas e consumidas no Havai, na América. Na América Latina manga sem pele, no espeto, é vendida por vendedores de rua. Esta fruta é usada para dar sabor e serve muito bem como cobertura em cereais como muesli e aveia.
Apelo global
Usos inovadores
Na cozinha ocidental, as mangas são usadas para fazer compotas e sobremesas. Algumas iguarias como molho de manga, geleia de manga e tempero de manga são também populares. Nas Filipinas,
Chefs por todo o mundo estão a fazer experiências com mangas nos seus menus. Na Índia, podemos ver pratos inovadores como biryani (prato à base de arroz com especiarias, vegetais e manga) de manga,
(Acima) Shrikhand de manga (topo) Pickle de manga n
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Uma variedade de gelados de manga
paratha de manga crua (pão frito com recheio de manga crua) e aamras aloo (prato à base de batatas com molho de manga madura). Internacionalmente, o Japão introduziu um sushi doce onde os rolos estão recheados com manga. Arroz doce aromático preparado com leite de coco e coberto com mangas frescas é uma sobremesa servida em muitos países do Sudoeste Asiático. Alguns chefes de países ocidentais servem mangas com pão. Camarão cozinhado com manga e jalapeños recheados de queijo e rolos recheados com carne de porco e manga são algumas ofertas novas nos Estados Unidos.
Mais saúde
Esta fruta traz inúmeros benefícios para a saúde. Os pratos de manga estão cheios de ferro e vitaminas A e E, e são boas fontes de nutrição para mulheres grávidas e pessoas com anemia. Ajudam a combater a acidez, a melhorar a digestão e como são ricas em antioxidantes são boas para a pele. Contêm selénio, o que protege contra doenças do coração. Uma taça de manga às fatias previne a cegueira noturna e ajuda a manter uma boa visão.
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Dal Chawal Arincini com achaar, papada e chutney n
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Avivar um
legado
A cozinha indiana está a reafirmar a sua pureza no mapa culinário global. Damos uma vista de olhos na história por trás do conceito chamado Cozinha Indiana Moderna texto | Madhulika Dash
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oi em 1809 que a gastronomia indiana chegou ao Ocidente com o Frango Tikka Masala (pedaços de frango assado). Servida no Hindostanee Coffee House, propriedade do filho de um antigo sipai da Companhia das Índias Orientais, Dean Mahomet, este prato de frango desossado, ligeiramente picante, até ao final do ano foi anunciado como uma “pensão alimentar” para os membros da Câmara dos Comuns. Um século e meio mais tarde, o mundo ficou a conhecer Frango de Manteiga (prato com molho à base de creme) e Dal Makhani (prato de lentilhas cremoso). Estes três pratos tornaram-se sinónimos da cozinha indiana. Ao contrário da crença popular, nenhum destes pratos foi conscientemente feito à medida para agradar a palatos Ocidentais. Tal como o lendário Bityanis (prato de arroz com especiarias e carne/vegetais) e os
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Dabba Gosht
Kebabs (pedaços assados de carne ou vegetais) que introduziram um novo capítulo culinário indiano, eram o resultado da vontade de criar algo novo a partir do tradicional. Este processo levou à evolução da técnica e dos ingredientes. E, por sua vez, tornou-se um conceito chamado Cozinha Indiana Moderna. Resultado: Cada nova “geração” culinária viu a emergência de uma nova maneira de os preparar. Por exemplo, o Biryani. Desenvolvido pela Rainha Mogol Mumtaz Mahal para alimentar
exércitos e ainda assim viajar quilómetros sem perder sabor, passou por sete variantes diferentes antes da dinastia Mogol cair. O Biryani Hyderabadi introduziu o conceito popular de cozinhar em lume brando, ou a técnica dum pukht. Nos tempos modernos, foram descobertos novos meios para atingir os sabores tradicionais. Hoje em dia, o Nihari usa Sous Vide para atingir o ponto suculento ao cozinhar a carne durante a noite pedaços individuais são marinados, embalados
Mutton Chaap Refogado com xarope de bordo glacê kokum n
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Uma reflexão de evolução A cozinha indiana continua a evoluir. O Galouti Kebab viu a luz do dia por cortesia de apoios reais. Foi criado pela rainha que queria uma iguaria suave e suculenta. Depois apareceram os Tunde Kebabs, nomeados em honra dos cozinheiros de uma só mão que trabalhavam horas sem fim a bater a carne até ficar perfeita. Outra inovação foi o Rampuri Khichda, o resultado de uma competição entre os cozinheiros dos Nawabs de Awadh, Lucknow, Hyderabad e Rampur. O prato foi feito com amêndoas cortadas para parecerem arroz e
pista (pistacho) juntamente com lentilhas. Rosogullas mundialmente famosas, conhecidas pela sua suavidade, tiveram a sua génese na necessidade de criar algo único a partir do excesso. Reza a lenda que a variedade Pahado Rosogulla (que recebeu o nome de uma pequena vila perto de Bhubaneswar em Orissa) evoluiu por causa do excesso de leite da região. De facto, é dito que o chenna paudo (queijo ricotta caramelizado), o primeiro cheesecake da Índia, foi uma tentativa de criar uma grande rosogulla que correu mal.
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em vácuo e cozinhados num banho de água durante fumado. Faz sobressair os sabores na maioria dos menos horas. Técnicas como Gastronomia Molecular artigos tandoor, incluindo o Galawati Kebab (carne foram incorporadas para compensar o equilíbrio tenra/ rolos de vegetais fritos na frigideira) ao estile dos sabores ou para uma melhor apresentação. de paté, que foi reintroduzido no primeiro menu do Como no caso do Raita (iogurte com especiarias), restaurante Dum Pukht em ITC Maurya, em Nova popularizado pelo Restaurante Gaggan Deli nos anos 80, juntamente com o em Banguecoque onde uma preparação famoso Raan que vinha com escabeche de iogurte picante é servida numa de rum e cebolinhos numa caixa de O Bityani, colher refrigerada de forma esférica, pastelaria ao estilo Wellington. desenvolvido utilizando alginato de sódio como agente A reinvenção tornou-se, de facto, por Mumtaz estabilizador. Envolto em bolhas, os um fator chave na reafirmação da Mahal, passou sabores do iogurte e das especiarias pureza da cozinha indiana no mapa por sete versões indianas rebentam na boca, fornecendo culinário global. Por exemplo, a Atta diferentes antes o mesmo gosto sem especiarias em Chicken (frango picante assado feito da dinastia demasia. Atingiu-se algo semelhante dentro de uma bola de farinha), um Mogol terminar com o Jalebi Caviar, onde a técnica prato emblemático do Taj Mahal Palace molecular é usada para criar Jalebi & Towers’ Masala Kraft. Este prato (doce frito à base de farinha) que faz lembrar uma inspirado em Khad (comunidade de oleiros do norte cama de caviar laranja. Servido por cima de Rabdi da Índia) segue a escola nómada da cozinha, onde (sobremesa de leite) refrigerado, replica o sabor o frago marinado era cozinhado enterrado na areia Jalebi-Rabdi tradicional. durante horas, ou com o calor das brasas do tandoor. Ghee Ghost (carneiro grelhado untado com Em Masala Kraft, o prato é preparado dentro de vasos manteiga clarificada) também mudou a forma como de barro num forno durante 45 minutos e servido a comida era saboreada. Introduzido pelos Bunts com Phulkaas (pão indiano) fresco. de Kindapur, uma comunidade guerreira no Sul da Mutton Chaap (costelas de cabra assadas) é outra Índia, tornou-se uma forma proeminente de untar reinvenção interessante. Este prato Afegão outrora carne no tandoor (forno de barro) para dar um sabor rústico, que era marinado em sal e chili, passou por
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Caviar Jalevi com glacê de açafrão e rabdi de pistachio (em baixo) Amuse Bouche ou sev puri para levar
diversas alterações, sendo que a mais popular é marinar em aamchur (manga crua em pó) e garam masala (mistura de especiarias como cominhos, pimenta preta, cravo-da-índia...). O Mutton Chaap com Xarope de Bordo e Glacê Kokum servido na Masala Library por Jiggs Kalra aproxima-se mais do primeiro Mutton Chaap. Segue a técnica de assar no tandoor para preparar o glacê que se entranha até ao osso, o que dá o caráter ao prato. O Mishti Doi Lollipop, feito ao congelar instantaneamente pedaços de Mishti Doi (iogurte doce de raspadura) num Anti Griddle, utiliza gás nitrogénio frio para congelar e consegue manter os sabores apesar das mudanças de temperatura. Nem todos os pratos necessitam de recorrer a uma mudança de técnica para se tornarem parte da interpretação da cozinha moderna; alguns fazem a transição por serem mais saudáveis, outros através da apresentação.
Como o Arroz Ghee e Caril de Frango ao Estilo Moplah, cozido a vapor e servido numa folha de bananeira verde, ou um picante Meen Vevichathu (cavala num molho à base de chili). A combinação de pratos que são ao mesmo tempo picantes e gentis serve para balançar os sabores e para criar a identidade tradicional sem utilizar especiarias em demasia. Os Camarões de Pimenta em Folha de Caril e Thayir Sadam (arroz de iogurte temperado frio) servido numa concha é outro exemplo dos jogos de sabor. O arroz frio balança o calor picante dos camarões. O Dal Chawal Arancini (bolas fritas de arroz de lentilhas, cobertas em migalhas de pão pan) trabalha na apresentação. Este marco tradicional de Maharastra é servido como uma almôndega guarnecido com mini papadas (pequenas folhas de feijão-da-índia), chutneys e achaar (pickle) para uma experiência de uma dentada só, como o gelado Dahi Bhalla (donut de lentilha com iogurte de especiarias) servido em Ziya, The Oberoi Mumbai.
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“Não tenho qualquer preocupação
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Após ter passado o ano de 2013 sem qualquer troféu, a especialista do badminton indiano, Saina Nehwal, recuperou a forma e a aptidão física e está pronta para ganhar mais títulos texto | Garima Verma
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s críticos funcionam de uma forma engraçada. Quando Saina Nehwal, a melhor jogadora de badminton da Índia, ganhou o bronze nas Olimpíadas de 2012, era uma rapariga que não conseguia fazer nada mal. Depois seguiu-se um período de calmaria, acompanhado por uma escassez de títulos e troféus, e a campeã passou a não conseguir fazer nada bem. Saina, no entanto, auxiliada pela usa força mental, sobreviveu a esta fase. Se é verdade que sabe desfrutar da glória, também sabe avançar através da condenação sem se assustar. “Acontece,” diz Saina. “Quando estamos a ganhar, recebemos todos os aplausos e uma derrota traz a crítica. Mas encaro tudo com desportivismo. No último incidente também, tentei recuperar das minhas lesões e treinei mais vigorosamente.” Após ganhar o cobiçado bronze
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Olímpico em agosto de 2012 e o Open da Dinamarca em outubro do mesmo ano, Saina não tinha qualquer troféu para apresentar em 2013. A inquietação era ainda mais evidente nos seus apoiantes-tornados-críticos do que nela. “Não me sentia desiludida. Estava lesionada e incapaz de dar o meu melhor. Ainda assim, consegui manter o meu ranking mundial entre o 4º e o 9º lugar. Cheguei aos quartos-de-final de alguns torneios e às semifinais de muitos,” realça a jovem de 24 anos. Felizmente, 2014 não foi tão cruel como o seu antecessor. Começou com um triunfo no India Open Grand Prix Gold e a conquista do título no Australian Open Super Series ajudou a sua confiança. “Estou aliviada” é assim que Saina descreve o seu estado de espírito, com as vitórias a finalmente obrigarem as críticas a acalmarem. “Estas vitórias dão-me confiança. A minha velocidade no jogo aumentou. Estou a sentir-me em melhor forma e mais rápida
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No sentido dos ponteiros do relógio, a partir da esquerda: Momento de triunfo num torneio, com os pais, com o treinador Pullela Gopichand durante uma cerimónia de felicitação
este ano e, por isso, estou a jogar bem. Estou livre de lesões e a treinar bem. Estes resultados encorajam-me a alcançar mais este ano.” E com alguns grandes eventos programados, a forma física e a autoconfiança reconquistadas por Saina são um sinal de mais vitórias no horizonte, tanto para ela como para o seu país. Ainda assim, avançar com cuidado é algo que não consegue abandonar. Prefere pensar em um desafio Estava lesionada e incapaz de cada vez do que antever de dar o meu melhor. Ainda demasiado o futuro. assim, consegui manter o “Não estou a pensar em meu ranking mundial entre provar nada a ninguém. O jogo o 4º e o 9º lugar. Cheguei aos será jogado nos campos. Estou quartos-de-final e semifinais em forma, livre de lesões e de muitos torneios saudável. Não tenho qualquer preocupação neste momento.” diz Saina, garantindo que está na hora de toda a gente se deixar de preocupar. A menina da Índia cresceu seguramente o suficiente para tomar conta das suas ações e também de muitas outras ações.
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