MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O COMÉRCIO TRADICIONAL Concelhos de Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Almeirim, Benavente e Santarém
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O COMÉRCIO TRADICIONAL Concelhos de Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Almeirim, Benavente e Santarém
FICHA TÉCNICA TÍTULO | “MANUAL DE BOAS PRÁTICAS PARA O COMÉRCIO TRADICIONAL Concelhos de Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Almeirim, Benavente e Santarém” EDITORA | Indice ICT & Management Lda. ASSESSORIA EXTERNA E DESIGN | Indice ICT & Management Lda. IMPRESSÃO E ACABAMENTO | Grafigamelas , Indústria gráfica, Lda. Dezembro 2014
CONTEÚDO 1. INTRODUÇÃO................................................................................5 . E CONCEITOS DO COMÉRCIO.................................7 2. PRINCÍPIOS .
3. BOAS . PRÁTICAS..........................................................................13 4. ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE........................................25 5. BIBLIOGRAFIA.............................................................................31 .
5 INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO A importância do Comércio Tradicional na sociedade portuguesa é notável, representando não só uma parte significativa da economia nacional como também um ingrediente essencial para a sociedade. É necessário para dinamizar os centros das cidades, criar postos de trabalho, motivar o empreendedorismo e o investimento em ideias inovadoras, entre muitas outras razões. Além disso, é no Comércio Tradicional em que também se conserva parte da identidade nacional. A sua influência é especialmente sentida nas seguintes vertentes: - EMPREGO: embora os estabelecimentos tenham um número reduzido de empregados, o pequeno comércio representa 15% do emprego europeu; - URBANISMO: é parte essencial da conservação dos centros das cidades assim como da melhoria da paisagem urbana; - FIXAÇÃO DA POPULAÇÃO: é importante para permitir a criação de centros urbanos, evitando desta forma que a população se desloque para outros locais; - LAZER: além de oferecer espaços de compra, os estabelecimentos comerciais oferecem formas de convivência e de lazer, em especial através do ambiente de proximidade que possibilitam; - SEGURANÇA: o comércio atrai pessoas, o que favorece a circulação nas ruas, a sua animação e consequente diminuição do sentimento de insegurança despertado por ruas desertas. Desta forma, prevê-se que a deterioração do Comércio Tradicional que se tem verificado nos últimos anos trará consequências muito negativas se nada for feito para o travar. Com este princípio em mente, apresentamos o presente Manual de Boas Práticas como um guia de propostas para conduzir o seu pequeno negócio, com o objetivo de o ajudar a posicionar-se de forma competitiva no mercado.
PRINCÍPIOS E CONCEITOS DO COMÉRCIO
8 PRINCÍPIOS E CONCEITOS DO COMÉRCIO
1. OS HORÁRIOS COMERCIAIS Nos últimos anos verificaram-se profundas mudanças nos hábitos de consumo da sociedade, acompanhadas por uma mudança de estilo de vida dos consumidores. Desta forma, é necessário que os comerciantes adaptem os horários de funcionamento dos seus estabelecimentos comerciais a esta nova realidade, de forma a servirem e satisfazerem melhor os seus cidadãos.
Importante:
Apresente os horários de abertura e encerramento num local bem visível, esteja o estabelecimento aberto ou encerrado.
2. OS PREÇOS O preço é um fator decisivo no momento da tomada de decisão de compra. É importante que o cliente esteja bem informado acerca do mesmo, uma vez que um mal-entendido pode ser fatal para a perda da oportunidade de venda ou mesmo do cliente. Mantenha o preço bem visível ao público. A quantia mostrada deve refletir o preço final. Garanta que os produtos estão devidamente etiquetados. Na possibilidade de engano, o cliente tem o direito de pagar o preço mais reduzido!
Nota : RESTAURAÇÃO
Os estabelecimentos de restauração devem disponibilizar os preços de forma bem visível no interior e no exterior do estabelecimento.
9 PRINCÍPIOS E CONCEITOS DO COMÉRCIO
3. INFORMAÇÃO SOBRE OS PRODUTOS É importante fornecer ao cliente informações acerca do produto/ serviço, das suas características, tanto nas etiquetas como no material publicitário que disponibiliza. Deverá ter em especial atenção o tipo de mensagem publicitária que está a veicular, para se assegurar que a mensagem é válida.
4. PAGAMENTOS COM CARTÃO Embora não seja obrigado a aceitar pagamentos através de cartão, lembre-se que a maioria dos consumidores transporta um na sua carteira, sendo atualmente uma das formas mais usadas para pagamentos. No entanto, pode definir um valor mínimo para aceitar o pagamento com cartão, sendo que este deve ser anunciado no estabelecimento de forma visível. Da mesma forma, também pode aceitar apenas um tipo de cartão, anunciando-o mais uma vez num local visível para o consumidor.
5. TIPOS DE VENDAS EM PROMOÇÃO 5.1. Saldos
Realizados em determinadas épocas do ano, geralmente no fim de uma temporada comercial, oferecem preços inferiores aos normais para os produtos vendidos.
• A Época de Saldos pode durar desde uma semana a dois meses. Este período deve ser anunciado claramente ao consumidor, de forma visível, mesmo quando o estabelecimento se encontra encerrado;
• É usual praticarem-se duas épocas de saldos anuais – uma durante o mês de janeiro e outra durante o Verão;
• Nas etiquetas devem estar presentes os preços anteriores e os atuais ou, pelo menos, a percentagem que é descontada ao preço inicial;
• Não venda produtos com defeito/estragados em época de saldos; • Se assim o desejar, pode não aceitar trocas ou devoluções em
período de saldos. No entanto, deve informar o cliente deste aspeto, preferivelmente com um letreiro bem visível.
10 PRINCÍPIOS E CONCEITOS DO COMÉRCIO
5.2. Reduções de Preço
As reduções de preço são realizadas em produtos cujo valor de mercado se encontra diminuído por deterioração, danos ou por serem identificados como obsoletos.
• Não adquira produtos somente para este fim; • Quando os produtos se encontram danificados, assinale-o de forma a informar o cliente deste aspeto.
5.3. Liquidações
São uma modalidade de venda com caráter excecional, motivados por uma das seguintes causa:
• Cessação total ou parcial da atividade comercial; • Mudança de ramo de atividade; • Mudança de instalações ou realização de obras; • Qualquer motivo de força maior que cause um grave obstáculo ao normal desenvolvimento da atividade comercial.
Nota: Na realização de liquidações, o cliente deve ser informado da
causa da mesma, assim como das suas datas de fim e de início.
5.4. Promoções
Têm como finalidade dar a conhecer um novo produto ou artigo, ou conseguir um aumento de vendas das mercadorias existentes. Nesse sentido, oferece ao cliente condições mais vantajosas que as já existentes ou as que se pretender oferecer no futuro, através de descontos, prendas, prémios ou qualquer outro incentivo. A Promoção deve ser acompanhada de um anúncio com as seguintes informações:
• Quais são os produtos objeto da promoção; • Quais são as condições de venda; • Qual é o período de vigência da promoção. Nota: Os produtos em promoção não poderão estar afetados por nenhuma causa que reduza o seu valor.
11 PRINCÍPIOS E CONCEITOS DO COMÉRCIO
6. RECLAMAÇÕES Perante uma reclamação, deve atuar de forma apropriada, apresentando sempre empatia para com o cliente, compreensão e abertura para ouvir as suas críticas. Deve disponibilizar-se para a imediata resolução do seu problema. A melhor solução será sempre o diálogo, de forma a chegar a um acordo amigável que satisfaça ambas as partes. Se tal não funcionar, e o cliente o requerer, deve disponibilizar o Livro de Reclamações, de acordo com a legislação em vigor.
BOAS PRÁTICAS
14 BOAS PRÁTICAS
1. CORTESIA NO ATENDIMENTO O atendimento personalizado é uma das características diferenciadoras do Comércio Tradicional. A cortesia e amabilidade no atendimento são características essenciais para fazer com que o cliente se sinta bem recebido no seu estabelecimento e tenha vontade de voltar.
• Ofereça um tratamento cortês e a todos por igual, em qualquer momento, sem importar a idade, aparência, valor da compra ou mesmo se o cliente vier efetuar uma devolução ou apenas visitar o estabelecimento sem intenção de compra;
• Não pressione o cliente durante a visita ao seu estabelecimento.
Se verificar que este não pretende ser incomodado, disponha-se a ajudar em caso de necessidade;
• Utilize um tom de voz calmo e agradável; • Não adote posturas ou atitudes incorretas, como mastigar pastilhas, fumar, comer ou beber dentro do estabelecimento;
• Mostre respeito pelos clientes e não incorra em abusos de confiança; • Não faça perguntas incómodas nem inicie discussões em tópicos que podem ser polémicos (política, religião ou outros assuntos pessoais);
• Se comprovar a autenticidade de alguma nota, faça-o discretamente; • Perante situações de conflito, permaneça calmo, mostre interesse pelo cliente e total disponibilidade para a resolução do problema.
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2. CREDIBILIDADE Nenhum cliente gosta de se sentir enganado e não voltará ao seu estabelecimento se assim for. Garanta que presta informação fidedigna acerca dos seus produtos/serviços, cumpra os seus compromissos, demonstrando sempre honestidade e honradez.
• Evite que a publicidade que pratica conduza a enganos ou contenha erros acerca dos produtos/serviços prestados;
• Permita que os clientes examinem os produtos, dentro dos limites e de acordo com a natureza dos mesmos;
• A informação disponibilizada sobre os produtos/serviços deve ser verdadeira e coerente;
• Assuma os compromissos assumidos pelo estabelecimento; • Assuma a responsabilidade perante uma queixa, reclamação ou devolução.
16 BOAS PRÁTICAS
3. EMPATIA COM O CLIENTE A empatia que o comerciante cria com os seus clientes é uma grande mais-valia que a maioria dos cidadãos espera encontrar no Comércio Tradicional. A capacidade de percecionar as necessidades e expetativas do cliente faz com que se possa adiantar relativamente a serviços prestados, oferecendo sugestões e opiniões que podem ajudar da melhor forma o cliente, adaptando-se a ele. Preste atenção a tudo o que o cliente lhe diz, para que possa identificar da melhor forma as suas necessidades e apresentar as soluções mais indicadas.
• Escute atentamente, sem interromper o cliente ou mudar de assunto; • Memorize os aspetos que o cliente comenta; • Manifeste interesse utilizando a linguagem gestual; • Ofereça várias soluções com uma atitude sempre positiva; • Quando o cliente demonstra timidez, insegurança ou dificuldade em expressar-se, ajude-o a apresentar o seu problema;
• Tenha em atenção a linguagem gestual do cliente; • Ofereça várias formas de atendimento via telefone, email, domicílio, etc.;
• Antecipe-se às necessidades dos clientes e disponibilize serviços adicionais.
Sugestões: • Faça embrulhos quando a compra é uma oferta; • Disponibilize serviço de reparação ou adaptação dos seus produtos;
• Aceite pedidos por telefone.
17 BOAS PRÁTICAS
ATENÇÃO! • Os clientes insatisfeitos transmitem a sua insatisfação a 9 ou mais
pessoas. Uma má experiência será sempre um bom motivo de conversa.
• Custa 5 vezes mais conseguir um novo cliente que vender um produto a um cliente habitual.
• Perder uma venda é pouco importante quando comparado à perda de um cliente!
PROCESSO DE VENDA ETAPAS DO PROCESSO DE VENDA
COMO DEVE TRATAR O CLIENTE
APROXIMAÇÃO AO CLIENTE
Receba o cliente de forma cordial e amigável. O cumprimento é um aspeto muito importante.
APRESENTAÇÃO DO PRODUTO
Mencione sempre os aspetos que o diferenciam da concorrência. Se for necessário, mostre o produto ao cliente. Se possível, convide-o a experimentar o produto.
RESOLUÇÃO DE OBJEÇÕES
Enfatize a venda sobre os benefícios do produto. Deve conhecer na perfeição todos os artigos que vende.
FECHO DA VENDA
Deve escolher as palavras adequadas a todos os momentos. Encerre a venda com amabilidade e agradecimento.
SUGESTÃO DE PRODUTO ADICIONAL SEGUIMENTO DAS VENDAS
Sugira artigos acessórios ao comprado. Assegure-se que os clientes estão satisfeitos. Deve mostrar interesse pelos seus problemas.
18 BOAS PRÁTICAS
4. COMUNICAÇÃO A comunicação envolve toda a informação sobre os seus produtos e sobre o seu estabelecimento que é transmitida aos clientes. Uma boa comunicação é a melhor forma de fazer com que os seus clientes se sintam como um importante elemento do seu negócio, garantindo o comércio de proximidade que tanto caracteriza o Comércio Tradicional. - Use cartazes informativos para:
• Anunciar os horários de abertura e de encerramento num local bem visível, desde dentro e desde fora do estabelecimento;
• Informar acerca de períodos de saldos/promoções/liquidações; • Existência de Livro de Reclamações; • Condições para devoluções ou trocas; • Condições de Pagamento; • Serviços adicionais existentes; • Política de acesso de animais ao estabelecimento. - Adapte o estilo de linguagem e a forma de explicação a cada cliente; - Indique os preços de cada produto, tanto dentro do estabelecimento como na montra. Certifique-se de que estão bem visíveis e que correspondem aos produtos corretos; - Comunique ao cliente qualquer mudança que venha a ser realizada no estabelecimento (existência de obras, mudança de instalações, novos serviços, etc.). Deve também informar sobre períodos de encerramento do estabelecimento.
Sugestão: FAÇA COM QUE O CLIENTE SE SINTA IMPORTANTE! Poderá recorrer a um serviço de mailing ou de SMS para comunicar com o seu cliente. Crie uma lista de contactos – com a devida autorização do cliente – para a qual possa enviar informações acerca de eventuais promoções, novos produtos/ serviços e outras novidades que podem estar relacionados com o seu sector de atividade.
19 BOAS PRÁTICAS
5. ACESSIBILIDADES Um dos fatores mais importantes para os consumidores é a proximidade do estabelecimento comercial. Nem sempre é possível cumprir com este critério mas as acessibilidades são importantes também dentro do próprio estabelecimento, de forma que o ato de compra se torne confortável e seguro.
• Cumpra o horário anunciado ao cliente; • Elimine barreiras arquitetónicas que possam representar dificuldades de acesso para os clientes;
• Mantenha as portas do estabelecimento abertas sempre que as condições climatéricas o permitirem;
• Os produtos devem estar expostos em locais de fácil visibilidade e acesso para o cliente. No caso dos produtos se encontrarem dentro de uma vitrina, permaneça atento para a eventualidade do cliente querer ver o produto;
• A mobília deve estar organizada de forma a não apresentar obstáculos para a mobilidade do cliente dentro do estabelecimento.
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6. ASPETOS FÍSICOS Desde a mobília à decoração, é necessário que o estabelecimento possua todo o equipamento necessário ao bom desenrolar da sua atividade sendo em simultâneo um espaço atrativo e cómodo para o cliente.
6.1. As Instalações
Definimos as instalações como as estruturas dentro das quais se desenrola a atividade comercial – o espaço de venda, a montra, o espaço para arrumações/armazenagem. - ESPAÇO DE VENDAS
• Disponha os produtos e a mobília de forma a não dificultar a mobilidade dos clientes;
• A decoração e música ambiente devem fazer com que o cliente se sinta à vontade;
• Procure que exista claridade e uma boa iluminação dentro do estabelecimento – é importante que os clientes possam observar sem dificuldade os produtos que disponibiliza;
• Mantenha a ordem, certifique-se que os produtos se encontram organizados e arrumados nos mostradores/prateleiras;
- EQUIPAMENTO
• Deve contar com todos os equipamentos necessários ao desenrolar
da atividade da forma mais eficiente – caixa registadora, telefone, computador, etc.;
• Certifique-se que o equipamento está em bom estado (balanças calibradas, etc.);
• Valorize a ergonomia dos móveis e adapte-os ao cliente – prateleiras
à altura adequada, assentos confortáveis, espelhos nos provadores, etc.);
• Substitua equipamentos e mobília que estejam danificados.
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- MONTRA
• Garanta sua limpeza e arrumação – a montra é a primeira impressão que os consumidores vão ter do seu estabelecimento e pode ser um fator decisivo na decisão de entrar ou não;
• Faça modificações na montra, pelo menos na mudança de estação do ano;
• Coloque os produtos sobre os quais pretende chamar a atenção no centro da montra, numa zona próxima do vidro;
• Evite a acumulação de produtos e a decoração excessiva. Lembre-se: menos é mais!
• Utilize as cores de acordo com as sensações que pretende criar: cores
vivas como o laranja, o amarelo ou o vermelho para dinamismo; cores como o azul, o branco, o verde geram uma ambiência relaxante.
- INSTALAÇÕES
• As diferentes zonas devem estar bem sinalizadas, limpas e organizadas; • A limpeza deve ser calendarizada e planeada com rigor; • Garanta a segurança cumprindo a legislação em vigor; • Se possuir instalação sonora, certifique-se que está a um volume adequado e que os sons são apropriados;
• Adapte a temperatura do estabelecimento às condições climatéricas existentes;
• Cuide da decoração e da estética de forma que
esteja harmonizada com o estabelecimento e sector de atividade;
• Certifique-se que a iluminação é adequada e que permite a visualização correta dos seus produtos.
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7. DOCUMENTOS DE COMPRA • Entregue sempre aos clientes o talão de compra e, se o pedirem, a fatura ou recibo;
• Inclua nos documentos de compra uma frase de agradecimento pela compra realizada e o nome da pessoa que realizou a venda;
• Inclua informação sobre a existência de alguma promoção nos talões de compra;
• Mantenha-se atualizado acerca da legislação aplicável à atividade comercial e aos serviços prestados;
Nota: O talão será mais sério e terá menos erros
se for expedido por uma máquina registadora, computador, terminal ponto de venda (TPV), etc. Deve incluir dados relativos à identificação do estabelecimento, data de compra, nome e referência dos artigos adquiridos e detalhe do IVA.
8. PRODUTOS • Verifique que os produtos devolvidos se encontram em bom estado para serem exibidos novamente no seu estabelecimento;
• Supervisione o estado de conservação e o funcionamento dos
produtos no seu estabelecimento. Se vender produtos alimentares, certifique-se que não estão expostos com o prazo de validade ultrapassado;
• Em caso de entrega ao domicílio, certifique-se que os produtos chegam em perfeitas condições;
• Tenha em conta as recomendações do fornecedor na manipulação dos artigos;
• Normalize as formas de colocação e as quantidades de produtos em todas as zonas do estabelecimento;
• Disponha de uma variedade adequada de artigos em função da sua atividade comercial.
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9. REQUISITOS DO PESSOAL 9.1. Imagem • Certifique-se que o pessoal tem um aspeto cuidado – é imprescindível um elevado grau de higiene, em especial se se trata de um estabelecimento que comercializa bens alimentares;
• O estilo do pessoal deve estar em harmonia com o sector de atividade da loja, ou seja, se se trata por exemplo de uma estabelecimento que vende roupa de marca, os colaboradores devem assumir esse vestuário;
• Qualquer uniforme ou vestimenta deve ser cómodo.
9.2. Competência Profissional • Defina quais são as funções e responsabilidades de cada um; • Assegure-se que todo o pessoal do estabelecimento conhece as normas de funcionamento;
• Identifique carências formativas; • Dialogue com os seus colaboradores para decidir acerca da formação mais adequada;
• Recolha e valorize todas as sugestões propostas; • Procure que o pessoal se sinta motivado e desfrute do trabalho.
24 BOAS PRÁTICAS
CARACTERÍSTICAS DOS VENDEDORES APARÊNCIA
A aparência deve estar de acordo com o estilo do estabelecimento. Considere a possibilidade de dispor de uniformes de trabalho. Exija normas mínimas de cuidado e higiene pessoal.
ENTUSIASMO
Um colaborador motivado será essencial para motivar também o cliente para a compra.
FACILIDADE DE EXPRESSÃO
A voz deve ser audível e agradável.
TATO
É uma característica essencial. Qualquer comentário que incomode o cliente pode ser motivo suficiente para que ele não volte ao seu estabelecimento.
AUTOCONTROLO
O vendedor tem de controlar as suas emoções perante o cliente.
COMUNICAÇÃO
O vendedor deve saber conversar com o cliente, conhecer a linguagem nãoverbal, concedendo-lhe em simultâneo toda a sua atenção.
CONHECIMENTO DO PRODUTO
O vendedor deve ter total conhecimento acerca dos produtos que vende – as suas características, onde estão localizados no estabelecimento, a sua qualidade, tamanhos e cores existentes, etc.
ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE
26 ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE
ESPECIALIZAÇÃO As pequenas dimensões do pequeno comércio trazem consigo vantagens que o consumidor não encontra nas grandes superfícies comerciais. A especialização é uma destas vantagens. Uma estratégia de especialização de produtos ou serviços pode ser uma forma de se diferenciar e, em simultâneo, garantir que o consumidor veja valor no seu produto. Para adotar este tipo de estratégia, deve certificar-se que o produto que disponibiliza é de qualidade, que se identifica com as peculiaridades da região e ainda que domina uma informação completa acerca do mesmo. Assim será reconhecido pelos clientes como um especialista a quem eles podem recorrer para obter os melhores conselhos.
27 ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE
DIFERENCIAÇÃO Diferenciar significa oferecer algo diferente do que a concorrência oferece. Não tem de ser uma diferença material, mas sim uma forma de valor acrescentado para o cliente para que consiga criar uma distinção na mente do consumidor. Exemplos de formas de diferenciação são:
• No tipo de produto; • Produto acompanhado de acessórios; • Oferta de serviços adicionais; • Estética/design do estabelecimento; • Forma de apresentação do produto; • Serviço de pós-venda; • Na forma de venda - o ato de compra como uma experiência. Qualquer uma destas vias deve ser comunicada ao cliente, para que ele tome conhecimento. Estas comunicações devem ser realizadas de forma conveniente, através de promoções ou publicidade que também sejam por si só uma forma de diferenciação. O envolvimento em políticas de respeito pelo ambiente e em compromissos de responsabilidade social são formas de conseguir bastante êxito junto da comunidade, uma vez que demonstra a sua preocupação com as pessoas que o rodeiam. A Responsabilidade Social tem sido nos últimos anos uma forma amplamente adotada em vários sectores de atividade como forma de aumentar o valor da empresa/organização junto dos consumidores.
Dica:
Mostre que se preocupa com o ambiente e que adota políticas de reciclagem dentro do seu estabelecimento.
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FIDELIZAÇÃO A menor dimensão do Comércio Tradicional permite oferecer um atendimento personalizado, uma maior proximidade junto do cliente, o que favorece a sua fidelização. Conhecer os seus clientes, poder tratá-los pelos seus nomes e estar a par dos seus gostos e interesses é uma vantagem da qual o comércio nas grandes superfícies não dispõe. Deve conseguir que os seus clientes confiem em si e sintam que se interessa por eles e pelas suas necessidades. O tratamento personalizado pode ser assim uma das chaves para a fidelização dos clientes. Um cliente satisfeito será a melhor forma de publicidade ao seu estabelecimento, uma vez que poderá levar a que potenciais novos clientes o visitem. Não se esqueça: em meios pequenos o boca-a-boca é uma das melhores formas de publicidade!
Dicas: • Nunca minta ou engane – dificilmente tal falta lhe será perdoada; • Tente superar sempre as expetativas do cliente; • Aproveite o contacto direto para conhecer os seus interesses e necessidades;
• Preste atenção à opinião que os clientes demonstram do seu produto/serviço.
Nota:
É sempre possível melhorar! Não deve mostrar uma atitude negativa e desmotivadora na presença dos seus clientes! Existem ainda diversas modalidades de fidelização através de cartões e sistemas de descontos que são amplamente usados na atualidade pelos estabelecimentos comerciais. Podem ser uma motivação para que o cliente volte ao seu estabelecimento, com resultados comprovados em várias localidades europeias!
29 ESTRATÉGIAS DE COMPETITIVIDADE
ASSOCIATIVISMO E UNIÃO A velha máxima “União faz a força” nunca fez tanto sentido. Perante períodos de dificuldade como aquele que atravessamos agora, atitudes individualistas pouco contribuem para a melhoria da situação. Desta forma, é essencial que os comerciantes se unam os seus esforços na procura da concretização de objetivos comuns, sendo a dinamização do comércio tradicional um interesse não unicamente dos comerciantes mas também da sociedade em geral.
• PARTICIPE EM AÇÕES CONJUNTAS PARA A DINAMIZAÇÃO DO
COMÉRCIO – atividades culturais, decorações de ruas, troca de vales de descontos, etc.
• AJUDE OS SEUS VIZINHOS – promova aos seus clientes os produtos
de outros estabelecimentos. Por exemplo, se um cliente lhe pedir ajuda para encontrar um produto, não tenha medo de sugerir um outro estabelecimento. O cliente vai valorizar a sua disponibilidade em dar a informação. Não se esqueça que é do interesse de todos que todos os estabelecimentos estejam abertos e sejam atrativos para os consumidores. Se o seu estabelecimento for o único numa rua, sairá prejudicado.
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BIBLIOGRAFIA — Comissão Europeia. (Outubro de 1999). Comércio rural — Boas práticas europeias relativas ao comércio de proximidade. Luxemburgo: Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das Comunidades Europeias. — Manual de Buenas Prácticas - Centros Comerciales Abiertos San Sebastián de los Reyes. (2005). San Sebastián de los Reyes. — Oscar Martin. (s.d.). The Markets of the Mediterrean - Management Models and Good Practices. Barcelona: Institut Municipal de Mercats de Barcelona. — PROXECTOS, Consultoría e Formación S.L. (2011). Manual de Boas Práticas para o pequeno comércio da EUROCIDADE Chaves - Verín. Municipio de Chaves, Concello de Verín.
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