Diagnóstico de recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Indíce
00
Indíce de ilustrações, gráficos e tabelas
04
01
Enquadramento
05
Caracterização da Emigração Portuguesa atual
06
Caracterização da Emigração de Bragança
08
As comunidades Portuguesas em França
10
Empreendedores inovadores e talentos portugueses em França
12
02 03 04
As comunidades Portuguesas no Reino Unido
20
Empreendedores inovadores e talentos portugueses no Reino Unido
22
05 06
As comunidades Portuguesas nos EUA
28
Empreendedores inovadores e talentos portugueses nos EUA
30
Motivações para a Internacionalização
36
Internacionalização via Exportação
36
Produtos de Bragança com potencial de exportação
39
08 09
Castanha 39 Azeite 39 Mel 39
10
Enchidos 39
07
Principais empresas exportadoras no ano de 2017
52
França
53
Reino Unido
55
EUA
57
Empresas portuguesas a exportar para os mercados
60
Associações e entidades de relevo da comunidade portuguesa
61
Prove Portugal
61
Contactos e informações úteis
64
França
65
Regime Geral de Importação
46
em Portugal
66
França
46
Reino Unido
67
Reino Unido
47
em Portugal
69
EUA
48
EUA
70
em Portugal
71
Rede Lusa
Indíce de ilustrações Indíce de tabelas Ilustração 1 - Castanha de Trás-os-Montes
40
Ilustração 2 - Azeite de Trás-os-Montes
42
Ilustração 3 - Mel de Trás-os-Montes
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Ilustração 4 - Enchidos Transmontanos
44
Ilustração 5 - Catálogo Buy From Portugal
60
Ilustração 6 - Portal Webinq do INE Instituto Nacional de Estatística 60 Ilustração 7 - Diretório de Associações e Entidades Diáspora Lusa 61 Ilustração 8 Portuguesas
Portal
das
Comunidades 61
Ilustração 9 - Site Prove Portugal - Home
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Ilustração 10 - Site Prove Portugal - Restaurantes
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Ilustração 11 - Site Prove Portugal - Produtos
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Indíce de gráficos Gráfico 1 - Estimativa do número total de emigrantes portugueses (stock): nascidos em Portugal a residir no estrangeiro, por continente, 1990-2017 7 Gráfico 2 - Entradas de portugueses em França, 2010-2017 10 Gráfico 3 - Entradas de portugueses nos EUA, 2017 4
200028
Tabela 1 - Entradas de portugueses no Reino Unido, 2000-2017 20 Tabela 2 - Motivações da Internacionalização
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Tabela 3 - Exportação Direta Vs Indireta
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Tabela 4 - Tipos de Canais de Distribuição
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Tabela 5 - Níveis de Canal de Distribuição
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Tabela 6 - Tipos de Distribuição
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Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Enquadramento A comunidade portuguesa assume um papel determinante numa estratégia de diferenciação de Portugal face a outros concorrentes dominantes já instalados nos países das comunidades, como é o caso da China. Esse papel assenta na confiança que a comunidade portuguesa e de luso-descendentes no estrangeiro tem nos portugueses e o reconhecimento que lhes merecem enquanto trabalhadores fiáveis e parte ativa envolvida na construção do país. Para além dos próprios portugueses e luso-descendentes residentes nestes países (nomeadamente França, Reino Unido e EUA) serem um target importante para os produtos tradicionais, muitos deles são empresários e empreendedores que podem abrir novos mercados para as empresas portuguesas que pretendem inciar ou alargar o seu processo de internacionalização. O presente Diagnóstico e Recolha de Informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro pretende uma aproximação dos promotores da região de Bragança com potenciais parceiros, quer ao nível da participação, quer de divulgação do projeto, bem como efetuar os contactos preliminares com as comunidades e aferir a sua abertura para trabalhar com os promotores do projeto. A atuação dos parceiros deverá depreender as seguintes valências: - Contribuição para a internacionalização da economia portuguesa; - Transmissão de informações úteis sobre o mercado e o perfil dos consumidores;
- Colaboração na conceção do material promocional, nomeadamente enquanto figuras mediáticas. Deste modo, a análise realizada, pressupôs um levantamento entre as comunidades participantes, contando para isso com o apoio de Associações, Coletividades e Câmaras de Comércio com proximidade da Diáspora e das comunidades portuguesas no estrageiro, pois detêm um conhecimento apurado das comunidades em que estão inseridas. O presente documento pretende ser uma ferramenta de apoio aos empresários da região de Bragança, cujo propósito será a penetração das empresas em novos mercados, através de uma mediatização e transferência de conhecimento capazes de criar sinergias, que promovam de forma contundente as exportações de empresas portuguesas. Neste seguimento, o Diagnóstico e Recolha de Informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro, aqui presente, estará estruturado em 12 capítulos, os quais se destacam: - Caracterização da Emigração Portuguesa atual; - Caracterização da Emigração de Bragança; - As comunidades Portuguesas em França, Reino Unido e EUA (Dados recentes sobre a emigração para cada país, Caracterização do perfil das comunidades, e Empreendedores inovadores e talentos portugueses); - Internacionalização via Exportação; - Produtos de Bragança com potencial de exportação; - Regime Geral de Exportação nos mercados estratégico;
- Interação permanente com os promotores;
- Principais empresas estratégicos;
exportadoras
nos
mercados
- Apoio na receção de empresários portugueses em missões empresariais;
- Associações, Coletividades, Câmaras de Comércio e outras Entidades de relevo da comunidade portuguesa.
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Rede Lusa
Caracterização da Emigração Portuguesa atual A emigração em Portugal, desde o ano de 2014 tem vindo a registar uma nova fase de declínio, em muito consequência da retoma económica do país, e consequente revitalização do mercado de trabalho, o crescimento do emprego e descida do desemprego. Em valores, a taxa de emprego cresceu de 49.6%, em 2013, para 53.6% em 2017, e a de desemprego desceu, no mesmo período, de 16.2% para 8.9%. A emigração, no entanto, não se reduziu com a mesma velocidade da recuperação económica, pois o grande crescimento do número de saídas na fase anterior traduziuse na revitalização e criação de redes entre origem e destino que tornam hoje mais fácil e provável a escolha da emigração como trajetória de mobilidade, mesmo com incentivos económicos mais reduzidos. De acordo com o Relatório da Emigração 2017, documento elaborado pelo Gabinete do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, no final de 2017 haveria no mundo um pouco menos de 2,3 milhões de portugueses emigrados, isto é, de pessoas nascidas em Portugal a viver no estrangeiro, representando cerca de 21.9% da população residente no país naquele mesmo ano. A diferença entre estes valores e os das anteriores estimativas daquele organismo internacional referentes ao ano de 2015 é residual.
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A nova série publicada pelas Nações Unidas permite confirmar a tendência para o crescimento da proporção de emigrantes portugueses a viver na Europa, assinalando também um maior declínio da emigração portuguesa no continente americano e um maior crescimento da fixada em África. Em 1960, de acordo com os cálculos do Banco Mundial, viviam na Europa 16% dos portugueses emigrados. Tendo em conta as estimativas das Nações Unidas, essa percentagem era já de 53%, em 1990, e atingiu os 66%, em 2017 (mais 4% do que em 2015), ano em que mais de 1.5 milhões de portugueses viviam emigrados na Europa, concentrados, sobretudo, nos países da União Europeia e da EFTA. Seguindo a tendência dos últimos anos, a emigração portuguesa é efetuada maioritariamente no espaço europeu, sendo que dos 23 países de destino dos emigrantes portugueses, 14 são europeus, representando mais de metade dos países. Angola e Moçambique são os países de destino fora do espaço europeu, no leque dos 10 principais países. Quanto ao espaço americano, embora o número de portugueses tenha aumentado, com cerca de mil entradas, em termos relativos constitui um destino de menor importância. Quanto a países Reino Unido e Alemanha são os destinos para os quais mais portugueses emigram em 2017, registando entradas de mais de dez mil portugueses. No caso concreto do Reino Unido, não obstante de ter refletido um decréscimo face ao ano anterior, com cerca de menos 8 mil entradas, continua a ser o país para onde hoje emigram mais portugueses: cerca de 23 mil, em 2017 (31 mil, em 2016). Como principais destinos de fluxo segue-se a Alemanha, (cerca de 18 mil em 2017).
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Os valores das entradas de portugueses na Alemanha em 2017 estão inflacionados devido a problemas de registo nos anos de 2015 e 2016. A maior parte das entradas registadas em 2017 ocorreram, de facto, naqueles dois anos anteriores. De acordo com informação do Registo Central de Estrangeiros alemão, das 17,750 entradas registadas em 2017, apenas 7,095 aconteceram naquele ano.
2 500 000
2 000 000
1 500 000
1 000 000
500 000
As restantes 10,655 entradas verificaram-se em anos anteriores mas só foram registadas em 2017. Os valores deste indicador para os anos de 2015 e 2016 estão pois subcontabilizados, os de 2017 inflacionados e o crescimento registado entre 2016 e 2017 não é portanto real. Segundo o Office Fédéral de la Statistique, a Suíça registou 9,257 entradas de portugueses em 2017, seguida pela Espanha, que, segundo dados do Instituto Nacional de Estadística recebeu 9,038 portugueses em 2017. Já o Institut National de la Statistique et de Études Économiques indica que França registou 8,316 entradas no mesmo ano. Tendo em consideração as estatísticas incorretas da Alemanha, Suíça, Espanha e França seriam o 2º, 3º e 4º destino de emigração portuguesa. Fora da Europa, os principais países de destino da emigração portuguesa integram o espaço da CPLP: Angola (3 mil entradas de portugueses em 2017), Moçambique (mil, em 2016) e Brasil (601 em 2017), com exceção do Canadá, que no mesmo ano registou 785 entradas de portugueses. Gráfico 1 - Estimativa do número total de emigrantes portugueses (stock): nascidos em Portugal a residir no estrangeiro, por continente, 1990-2017
0 1990
1995
2000 Europa
2005 América
2010
2015
2017
Outros
Fonte: Relatório da Emigração 2017/ Gráfico elaborado pelo Observatório da Emigração, valores de United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2017). Trends in International Migrant Stock: The 2017 revision (United Nations database, POP/DB/MIG/Stock/Rev.2017).
No ano de 2017, Portugal ocupava a 27.ª no mundo com o maior número de emigrantes, na Europa, só sete países tinham mais emigrantes que o nosso país, que eram por ordem decrescente, Federação Russa, Ucrânia, Reino Unido, Polónia, Alemanha, Roménia e Itália. No entanto, numa análise à proporção de emigrantes na população do país de origem, Portugal sobe várias posições na hierarquia, apresentando uma taxa de emigração de 21.9%, sendo o 13.º país do mundo com mais emigrantes. Se compararmos com a UE, Portugal era no ano de 2017, o país com mais emigrantes em percentagem de população, contrastando com uma percentagem de imigrantes na população residente abaixo da média dos países da UE (8.5%).
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Rede Lusa
A conjugação de alta emigração e baixa imigração, em termos acumulados, situa Portugal no conjunto dos países europeus de repulsão, onde se encontram também a Lituânia, Roménia, Bulgária e Polónia (a substituiur a Eslováquia que, desde 2010 tem vindo a melhorar a sua posição relativa).
Caracterização da Emigração de Bragança Segundo dados do livro Bragança na Época Contemporânea, editado em 2012 pela Câmara Municipal de Bragança, a emigração dos bragançanos, como habitantes do Distrito de Bragança, para além das migrações temporárias para Espanha, foi muito reduzida até a segunda metade do século XIX. Ainda em 1843, a Junta Geral do Distrito referia que a região era “pouco sensível à emigração”, não podendo, assim, responder ao inquérito nacional da emigração que foi então realizado. Tendo em consideração os livros de registos de passaporte do Distrito de Bragança, entre 1844-1910, ou seja, durante o Constitucionalismo Monárquico, emigraram oficialmente do concelho de Bragança 2,150 pessoas. Analisando a sua distribuição anual, só a partir de 1880 é que o número de emigrantes do município começou a ganhar algum relevo, facto que tem a ver, necessariamente, com a grave crise económica que se abateu sobre o concelho e distrito, especialmente em função da destruição dos seus vinhedos pela filoxera. O segundo pico detetado nesta estatística entre 1907-1910, apesar de os efetivos registados nos anos de 1903 a 1906 terem várias lacunas, explica-se novamente pela grave crise económica que o município e toda a região atravessaram, sobretudo com a chegada do caminho-de-ferro em Bragança, em 1906. A integração de Bragança na rede ferroviária 8
nacional traduz além da inserção do município no mercado nacional, o acesso direto ao cais de partida, portos de Leixões e Lisboa, mas, também, o aumento do número de engajadores na cidade e de toda uma publicidade que exaltava os benefícios da emigração. Entre 1906-1910 saíram de Bragança mais de 1,000 pessoas, ou seja, quase 50% do número total de emigrantes registados entre 1844-1910. Esta foi uma migração de cariz familiar, ou seja, ao contrário do que acontecia noutras regiões do país, não é tão significativo o número daqueles que partem sozinhos, deixando para mais tarde (ou para nunca) a reunião familiar. A população que emigrou nesta altura era nomeadamente jovem, 58,6% do seu número total situava-se entre os 20 e os 34 anos. Uma análise às profissões revelou que, enquanto a emigração não teve significado, quem saía do município era gente relativamente qualificada, ligada aos ofícios e ao comércio. Mas, a partir da década de 1880, os que emigram são trabalhadores rurais ou pequenos proprietários, arruinado pela extinção dos vinhedos ou pela usura. Quanto ao destino dos emigrantes bragançanos, 92% deles dirigiu-se para o Brasil, tendo como portos privilegiados de entrada Santos e Rio de Janeiro, e como destino final de trabalho os estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. As saídas para a Europa eram muito reduzidas e esmagadoramente para Espanha. O mesmo acontecia com as saídas para as colónias portuguesas, que registou apenas 26 títulos de passaportes, sobretudo, para Angola. Após 1910, a emigração do concelho de Bragança voltou a atingir valores muito elevados, em sintonia com o crescimento avassalador da emigração portuguesa nos anos que precederam a Primeira Guerra Mundial (1914-1918).
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Entre 1911-1913, o Distrito de Bragança foi mesmo aquele que registou o maior número de emigrantes. De uma forma geral, de seguida, o número daqueles que saíram de Bragança acompanhou proporcionalmente a emigração do distrito, isto é, baixou durante a Primeira Guerra Mundial, como até 1920-1930, e voltou a descer a partir de então devido à crise económica mundial, e mantendo-se a níveis modestos até o final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A partir de meados do século XX, a emigração cresceu novamente, agora já não em direção ao Brasil, mas ruma à Europa, destacando-se Espanha, pela sua proximidade geográfica, mas também França e Alemanha. Incapaz de manter a sua população em condições de dignidade mínima, o concelhou de Bragança viu-a a partir à procura de subsistência das respetivas famílias, tornando-se numa das regiões mais repulsivas do país, sobretudo a partir dos anos de 1950. A evolução da população de Bragança foi marcada pelas formas de organização do território que, em Portugal, se caracterizou pela ocupação humana do espaço, que privilegiou o litoral em relação ao interior. A ruralidade e o fraco desenvolvimento económico, apesar de algumas épocas de relativa vitalidade industrial, abriram caminho aos fluxos migratórios de saída, tanto para o litoral como para o estrangeiro, tonando-os uma constante da história contemporânea de Bragança e condicionando a dinâmica de desenvolvimento do município e do Nordeste Transmontano. A repulsão populacional aumentou em todos os concelhos do distrito de Bragança entre 1961 e 1970. Os concelhos de Mirando do Douro, Moncorco e Vinhais foram responsáveis, entre 1960 e 1981, por cerca de 50% da diminuição da população do distrito de Bragança, o qual teve, na década de 1960, uma perda de 34,478 habitantes.
A partir de um decréscimo populacional acentuado na década de 1960-1970, a população do concelho, tal como a do distrito, aumentou na década de 1970-1980. Para este aumento da população contribuiu, além do regresso dos emigrantes, o regresso forçado de milhares de residentes nas ex-colónias portuguesas, muitos deles naturais do concelho e da região e que retornaram à Bragança numa primeira fase das suas novas vidas. Posteriormente, a grande maioria deste fluxo populacional abandonou a região, fixando-se nas cidades do litoral português ou em países estrangeiros. Na década de 1981-1991 voltou a acentuar-se a tendência para o despovoamento do distrito. A nível do concelho de Bragança, o aumento verificado na repulsão populacional só pode explicar-se por dois fatores, o menor dinamismo da natalidade e/ou movimento migratórios. Mesmo que os saldos fisiológicos (natalidade – mortalidade) tivessem diminuído naquele período, tão elevados quantitativos de repulsão têm de assentar na existência de fortes movimentos da população, sejam migrações internas ou emigrações. Entre 1991 e 2001 continuou o despovoamento da região de Bragança, sendo no entanto o concelho de Bragança (e Mirandela) uma exceção, por um lado pelo crescimento do Instituto Politécnico de Bragança, e por outro por uma certa atratividade deste centro urbano em relação à população dos restantes concelhos. Na década de 2001-2011, o único concelho do distrito que continuou a atrair população foi o de Bragança, embora a níveis menores do que os verificados na década anterior. Os dados do INE, relativamente ao saldo migratório das populações (diferença entre o número de entradas e saídas por migração, internacional ou interna, para um determinado país ou região) indica, de 2012 a 2016 um saldo ainda negativo para o concelho de Bragança. 9
Rede Lusa
No entanto, em 2017 foi registado um saldo positivo de 85 pessoas, reflexo da chegada de estrangeiros, nomeadamento alunos do IPB no município. Recentemente a diocese Bragança-Miranda alertou para continuidade da emigração no território, especialmente de mão-de-obra qualificada, que não vê oportunidades profissionais na região.
As comunidades Portuguesas em França Foram 8,316 os portugueses que, em 2017, entraram em França, segundo os dados da nova série facultada ao Observatório pelo Institut National de la Statistique et de Études Économiques de França. Este número representa um decréscimo de 32.8% quando comparado com o das entradas no ano anterior. Depois de um máximo de 19,658 entradas em território francês em 2012, o número de emigrantes portugueses para França tem vindo a diminuir: -4% em 2013, -22% em 2014 e menos -21% em 2015. Apesar de ligeira retoma ocorrida em 2016 (+7%), em 2017 houve um decréscimo acentuado (-33%), fazendo de 2017 o ano em que entraram menos portugueses naquele país na década em curso. As entradas em França parecem ter acompanhado a tendência geral dos fluxos de emigração portuguesa. Com o valor registado em 2017, a França deixa de ser o segundo país de destino dos portugueses tendo sido ultrapassado pela Espanha e pela Suíça. Gráfico 2 - Entradas de portugueses em França, 2010-2017
10
25 000
20 000
15 000
10 000
5 000
0
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Fonte: Gráfico elaborado pelo Observatório da Emigração, valores do Institut National de la Statistique et de Études Économiques
Caracterização do perfil destas comunidades A comunidade portuguesa em França é a mais numerosa das comunidades portuguesas na Europa e uma das principais comunidades estrangeiras estabelecidas nesse país, rondando um milhão de pessoas. A presença duradoura de uma tão importante comunidade faz dela um fator importante de união entre os dois povos e um parceiro privilegiado no quadro das relações bilaterais. A chegada da primeira grande vaga de imigrantes portugueses a França teve lugar durante a década de 60. Radicada há longa data em França, a população portuguesa sofreu transformações estruturais e os trabalhadores no início não qualificados foram sendo gradualmente substituídos por ativos com melhor formação: contam-se atualmente dezenas de milhares de nacionais ou franceses de origem portuguesa com formação universitária que vivem neste país. Embora disseminada pelo conjunto do território francês, cerca de metade da comunidade reside na região da Grande Paris,
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
principalmente nos distritos limítrofes da capital. Observam-se também pólos de fixação na periferia das cidades de Lyon, Clermont-Ferrand, Bordéus, Marselha, Montpellier e Lille. Pouco qualificada inicialmente, a população ativa portuguesa conheceu uma importante mobilidade profissional, acentuada pela escolarização em território francês da sua fração mais jovem: hoje contam-se mais de 50.000 empresários e milhares de executivos, médicos, advogados e engenheiros, jornalistas, atores, pintores, músicos, quadros superiores da função pública ou da privada, etc. O contributo dos portugueses para a França foi e continua a ser de relevo, não só pelo seu papel na construção das auto-estradas, aeroportos, bairros e mesmo cidades, como também pelos milhares de empregos que criaram em França. As eleições municipais registaram a eleição de vários autarcas portugueses e luso-descendentes. Estima-se em cerca de 50.000 o número de empresas ligadas a portugueses e luso-descendentes. A comunidade portuguesa é a primeira comunidade estrangeira residente em França, criando grande dinamismo a nível profissional e empresarial. As cerca de 50 mil empresas geridas por portugueses e luso-descendentes geram um volume de negócios de muitos milhões de euros. Comparativamente, em Portugal há um total de cerca de 300 mil empresas ativas.
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Empreendedores inovadores e talentos portugueses em Franรงa
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
ÂNGELO DA SILVA - Alfyma | maria.dasilva@alfyma.fr | www.alfyma.com Ângelo da Silva nasceu em Perelhal, Barcelos em 1950. Proprietário da ALFYMA, uma das maiores empresas de França no fornecimento, instalação e manutenção de correias e tapetes rolantes para a indústria, com especial destaque para a indústria de tratamento de lixo e aeroportos. Empresário com perfil empreendedor e um exemplo de integração na economia local, sempre com ligação a Portugal através da preferência de fornecedores e contratações de colaboradores portugueses. ARMINDO VILELA DE BARROS - Rhône Mécanique | www.rhonemecanique.com Emigrou para França com apenas 9 anos de idade. Aos 20 concluiu uma formação profissional em “Pilotage Mecanica”. Em 2001 criou a sociedade Rhone Mecanique. Em 2002, e por forma a incorporar know-how e capital financeiro, efetuou uma fusão com a empresa Di Note Industrie, com 50 anos de experiência nas peças mecanico-metálicas. Desta fusão permaneceu o nome Rhone Mecanique. De entre os principais clientes destacam-se grandes grupos económicos como: Alston France, Alston Indie, Alston EUA, Tayco Suisse, Renault France e Volvo. Atualmente procuram adquirir uma empresa ou estabelecer uma parceria em Portugal para efetuar a produção de peças metálicas em série. ARMINDO TEIXEIRA - Les Halles du Portugal* | leshallesduportugal@orange.fr | www.leshallesduportugal.com Armindo Teixeira nasceu em Bragança em 1967. Emigrou para França em 1978. Com 12 anos, vendia produtos nos mercados de rua e a sua atividade sempre esteve muito centrada neste tipo de comércio. Em 2008, inicia a sua grande caminhada na evolução da sua atividade com a aquisição do primeiro espaço comercial e a constituição da empresa “Les Halles du Portugal”, um supermercado de venda de produtos Portugueses. Emprega atualmente 40 pessoas, das quais 34 portugueses. Pessoa empreendedora e com uma forte preocupação com o desenvolvimento da comunidade Portuguesa e com um sentido social muito acentuado, participa em várias atividades culturais da comunidade, através do apoio a associações e organizações Portuguesas. CARLOS VINHAS PEREIRA - Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa c.vinhaspereira@fidelidademundial.fr | www.ccifp.fr Desde 1997, é Diretor-Geral da Fidelidade-Mundial em França, empresa que fundou e que tem consolidado como líder em seguros desportivos e da comunidade portuguesa em França. É Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa. Organizador do Salão do Imobiliário e do turismo Português em Paris que teve 15 000 visitantes na terceira edição em 2014. Alavancar investimentos para Portugal, por parte das 45.000 empresas franco-portuguesas em França e as exportações portuguesas, são as suas maiores bandeiras. Leciona na Universidade Paris Dauphine. 13
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CATARINA SOUSA - Professora e Investigadora | desousa.cat@gmail.com | www.guiaparaemigrar.worldpress.com Catarina de Sousa licenciou-se em psicologia pelo ISPA e após ter trabalhado na área de recursos humanos, emigrou para Barcelona por uma motivação profissional: a psicologia do desporto. Realizou o doutoramento na Universitat Autónoma de Barcelona (UAB), o qual obteve um prémio extraordinário, e o pós-doutoramento na Univesity of California, Los Angeles (UCLA). É autora de diversos artigos científicos, investigadora em projetos nacionais e internacionais, professora universitária, conferencista em eventos da especialidade e psicóloga do desporto. Coloca o seu conhecimento e experiência em prol de todos os que vivem longe das suas raízes, auxiliando, como psicóloga, no processo de adaptação ao novo país. É autora do livro “Fui! Guia para emigrar”. ALBERTO VERÍSSIMO – Veriferme SAS | alberto.verissimo@veriferme.fr | www.veriferme.fr Iniciou a sua atividade profissional como ajudante/aprendiz pintor na empresa “COLLADO” em Riom em 1974, tinha apenas 15 anos. Entre 1976 e 1985 trabalhou em várias empresas na área do pladur e da pintura. Em 1985 após uma boa experiência profissional na área da renovação e construção de edifícios, decidiu junto com outro sócio criar a empresa VERIFERME SAS. Em 2004 adquiriu a empresa AUNOBLE INDUSTRIE que estava a passar por graves dificuldades financeiras. Passado alguns anos, restabeleceu a estabilidade à empresa, passando a apresentar lucro em 2012. ADÉLIA CARVALHOSA - Kinévie Homecourt / ACDS, SCI | adelia.carvalhosa@gmail.com Licenciada em Fisioterapia em 2008, constitui a empresa “Carvalhosa da Silva, Adélia” prestadora de serviços na clínica Giza Vincent, na região de Lorraine, França. Em 2010, adquire o passe de uma clínica de fisioterapia em Homecourt e constitui a empresa “Kinévie Homecourt”. No final de 2012, funda a empresa ACDS, SCI ligada ao ramo imobiliário com a qual adquire e restaura um imóvel devoluto na cidade de Briey, para arrendamento e comércio. Nesse espaço, instala também uma segunda clínica de fi sioterapia inaugurada em Fevereiro de 2014 “Clínica Kinévie Briey”. Em 2014, é- lhe atribuído, pelo Presidente da Câmara de Briey, Guy Vattier, o 1.º Prémio de Reabilitação Urbana pela obra realizada em Briey. Encontra-se atualmente a concluir o curso Universidade de COS em Paris. CRISTÓVÃO DA FONSECA - Les Films de L’Odyssée | cd.f@orange.fr | www.odyssee-films.com Cristóvão Fonseca é realizador e produtor luso-francês.Depois de uma formação em Belas Artes, estudou jornalismo e cinema em Paris, criou em 2007 a sociedade de produção audiovisual «Les Films de l’Odyssée». Cristóvão Fonseca realizou e produziu mais de 50 filmes, documentários e grandes reportagens regularmente louvados pela imprensa e recompensados com diversos prémios, entre eles o prémio de melhor documentário 2008 da France Television e o prémio de ouro Brand Content 2014. Em 2015, criou com Rúben Alves a Imagina Produções em Portugal, com o 14
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objetivo de investir nas indústrias criativas do país e realizar co- produções internacionais para promover a cultura portuguesa além-fronteiras. Foi distinguido com uma menção honrosa do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, em 2012. DIAMANTINO MARTO - Marto et Fils | diamantino.marto@marto.fr | www.marto.fr Funda em 1977 a empresa Marto et Fils, reconhecida como uma empresa líder na área das demolições. Especializou-se na demolição, remoção de amianto, reabilitação e escavações de edifícios. Com o desenvolvimento do negócio, complementou a atividade principal, demolição e reabilitação de instalações, com atividades de transporte e de aluguer. A empresa Marto et Fils foi considerada em 2012, pela Confederação das Empresas de Demolição, a 1.ª empresa independente de França e a 83.ª a nível mundial. Pessoa empreendedora e com uma forte preocupação com o desenvolvimento da comunidade Portuguesa e com um sentido social muito acentuado, participa em várias atividades culturais da comunidade, através do apoio a associações e organizações Portuguesas. FILIPE MARTINS - Martin Caravanes | direction@martincaravanes.com | www.martincaravanes.com Filipe Martins fez toda a sua formação académica em França. Com 18 anos, começou a trabalhar na oficina de reparação e manutenção de caravanas e autocaravanas, colaborando com o seu pai. Após esse período, começou a trabalhar na área comercial e tornou-se um elemento fundamental da empresa, criada pelo seu pai em 1991. Dada a forte queda da comercialização das caravanas tradicionais, Filipe Martins, ao aperceber-se da preferência dos consumidores por autocaravanas, direcionou a empresa para estes novos modelos híbridos (carro+caravana), o que motivou a recuperação do nível de atividade da empresa. Em 2010, assume o comando da empresa Martin Caravanes, que apresenta uma evolução positiva. JOAQUIM BAPTISTA - Pedra Alta* | joaq.olv.batista@iol.pt Joaquim Baptista criou sozinho o Pedra Alta, uma rede de restaurantes de mariscos e frutos do mar que têm conhecido grande sucesso, em muito graças ao conceito que a norteia, absolutamente inovador para a época em que começou. O primeiro restaurante surge em Viana do Castelo e depois do sucesso de Pedra Alta em Portugal, instala-se pela primeira vez em Pontault Combault, França. O conceito de partilha que tanto sucesso lhe tinha granjeado em Portugal, arrastou multidões aos seus restaurantes e permitiu alargar a sua rede aos quinze restaurantes que hoje conhecemos. Com uma visão sempre empreendedora e ambiciosa, Joaquim Baptista prevê o crescimento da sua rede em Portugal e noutros países. JOSÉ MANUEL NEVES - SARL José Neves* | jneves63@orange.fr | www.idm63.com
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Fundou uma empresa de construção civil, tendo construído uma residência com as cores de Portugal que foi apresentada na revista “Arts et Décoration”. Presidente do Institut des Métiers, que acolhe 2000 formandos nas mais diversas áreas, prepara os jovens a entrarem no mercado do trabalho, através de um processo de aprendizagem, baseado essencialmente na prática. Constituiu paralelamente a Associação “Les Portauvergnats” cujos associados são gerentes de empresas lusitanas da região de Auvergne. Atualmente é também gerente da empresa Rabelos dedicada à importação de azeites e vinagres de Portugal. JOSÉ RODRIGUES CORREIA - J’Océanne* | jose-correia@joceane.fr | www.joceane.fr José Correia nasceu em Braga e com pouco mais de 10 anos, emigrou com a sua família para França. Continuou os seus estudos nesse país e concluiu um curso de Contabilidade. Em 1991, cria a sua própria empresa no ramo do comércio grossista de peixe fresco, a J’Océanne. Empresa de referência no setor, cotando-se como uma das maiores instaladas no mercado de Rungis, em França. Considera-se totalmente integrado quer social quer economicamente, possuindo orgulhosamente nos quadros estratégicos da sua empresa cerca de 48% de colaboradores portugueses. JOSÉ GASPAR - Prim’land Saint-Maximin | https://primlandsaintmaximin.fr/ Na cidade de Saint-Maximin a 60 km de Paris construiu‐se o maior centro comercial luso em França, propriedade do emigrante José Gaspar. O agora dono do “Prim’land Saint‐Maximin” começou com um supermercado em Romainville em Paris, seguido de outro em Bruxelas e atualmente mais duas lojas em Livry-Gargan. MANUEL GONÇALVES - EPI SAS | manuel.goncalves95450@gmail.com Nascido no Minho, terceiro de 8 irmãos, cresce com a ideia de ser Padre. Descobre através de familiares, que entretanto emigraram, que a vida não é confinada ao rectângulo Luso onde cresce. Começa a epopeia de uma vida e de conhecimento pelo Mundo em França. Torna-se especialista em pintura de grandes portes, pinta plataformas petrolíferas, pinta a Torre Eiffel e faz parte do projeto Ariane 3. MANUEL JESUS – O Lusitano* | olusitano@orange.fr Manuel Jesus nasceu na Meã, Sátão, em 1958 e reside em Poey de Lescar, França. É proprietário do restaurante “O Lusitano”, espaço muito conhecido na região de Pau e que leva a gastronomia portuguesa além-fronteiras. A sua cozinha é conhecida pela forte presença de pratos e produtos portugueses. Ao longo dos anos, tem sido um empresário que agrega gente, vontades e tem sido elemento integrador da comunidade portuguesa. Ao longo dos anos, tem sido um empresário que agrega gente, vontades e tem sido elemento integrador da comunidade portuguesa. 16
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MANUEL LEITÃO MARQUES - MG Constructions | mg.c@wanadoo.fr | www.mg-constructions.com Fundou em 1997 a empresa “MG Construction”, ligada à construção civil e obras públicas. Em 17 anos tornou a sua empresa na segunda maior empresa portuguesa do ramo, a operar na região de Lyon e a 49.° maior empresa portuguesa a operar em França. Procura internacionalizar a empresa para novos mercados emergentes do Norte de África, mais concretamente os Camarões, para o qual decorrem negociações com parceiros locais. MAPRIL BAPTISTA - Les Dauphins | mapril.baptista@wanadoo.fr | www.lesdauphins.fr Na década de 70, lança-se por conta própria com a empresa Maprilanne. Em meados da década de 80, chegou a ter 17 empresas de transporte de doentes, situação que lhe permitiu ganhar visibilidade no mundo empresarial. Em 2000, decide criar a marca Les Dauphins e começa a fazer as primeiras encomendas de ambulâncias a Portugal. Em 2002, começa a vender ambulâncias e em 2004 funda a CapSud. Atualmente, a Les Dauphins é a n.°1 em venda de ambulâncias em França, tendo cerca de 98% de quota de mercado na Ile de France e 50% em todo o país. As ambulâncias são todas transformadas em Portugal na CapSud. Em 2011, foi considerado o melhor português a trabalhar em França pela Câmara do Comércio e Indústria Luso-Francesa, entidade para a qual foi eleito. Foi vencedor do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa em 2013. MÁRIO PEREIRA DA PONTE - DAF | mariodaponte@orange.fr Com 21 anos começa a trabalhar na DAF, na região de Paris, onde permaneceu cerca de 10 anos como responsável administrativo no serviço comercial. Mais tarde, ingressa na Volvo e passa então a responsável na região de Paris, função que lhe permite manter uma ligação com a fábrica, na Suécia. Em 1989, começa a sua atividade de empresário, novamente na marca DAF, desta vez como proprietário e representante. Em 2009 vende a operação em Paris, focando-se em todo o sul de França e recentemente em Portugal. Abriu em Janeiro de 2014 um concessionário em Leiria, criando 7 postos de trabalho. Em 2002 compra a empresa Escaliers Dumas, especializada no fabrico e comercialização de escadas em França, Luxemburgo e Suíça. RUBEN ALVES | box@box.com.pt Ruben Alves, luso-descendente, realizou a sua primeira longa-metragem, A Gaiola Dourada, que conquistou o público de todo o mundo e recebeu os maiores elogios, prémios e distinções.Considerou o filme “uma homenagem” aos seus pais e a todos os portugueses que se viram obrigados a deixar o país em busca de uma vida melhor. Realizador e ator tem dividido o seu tempo entre Paris e Lisboa, deslocando-se também a muitos outros países onde o filme tem sido exibido com grande sucesso.
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RUI DA ROCHA - SAS ELR Environnement | rui91@hotmail.fr | bennes91.wix.com/location-bennes-elr Rui da rocha nasceu em França em 1977, sendo a sua família natural de Vila de Prado, concelho de Vila Verde. Em 2004, com 27 anos de idade fundou a empresa SAS ELR Environnement, empresa de aluguer de coletores e contentores de entulho, especializada na recolha, optimização de todos os materiais decorrentes do aluguer de contentores respetiva triagem e aos seus clientes. A empresa tem como objetivo responder com eficácia e dedicação a todos os pedidos, tendo em vista a revalorização dos materiais recolhidos. Presta serviços por toda a zona da grande Paris e conta atualmente com uma capacidade de aluguer acima de 150 coletores, próprios para entulho. RUI TEIXEIRA - Bureau Veritas | ruimfteixeira@gmail.com | www.bureauveritas.com Começou o seu percurso como project Manager na multinacional Suiça SGS. Seguidamente enveredou pela área do ensino e foi Professor Assistente do 1.º Triénio no Departamento de Tecnologia Mecânica do Instituto Politécnico de Bragança. Posteriormente foi Investigador Bolseiro da Pininfarina SA, CEDP (Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto e IN+/IST). Chega depois o convite para ser coordenador regional da ECA Control Engineering International em Barcelona, tendo chegado um ano depois a Diretor-Geral da mesma empresa. Mais tarde ingressou na empresa Bureau Veritas, onde desempenhou o cargo de Director de Projetos Internacionais e atualmente ocupa o cargo de Procurement Services Manager na sede em Paris. Tem promovido acordos com a Universidade do Porto e Instituto Politécnico de Bragança, sendo responsável pela aceitação de vários jovens engenheiros na ECA/Bureau Veritas por todo o mundo. VALDEMAR FRANCISCO - Grupo Francis & Co | v.francisco@tradiart.fr | www.tradiart.fr Valdemar Francisco nasceu em Leiria em 1953 e emigrou para França aos 6 anos. Em 1982, cria a sua própria empresa de construção, a “Tradi-art”, com objetivo de construir vivendas de excepção. O grupo Francis & C° emprega atualmente 123 colaboradores e privilegia a aquisição de matéria-prima em Portugal, fazendo-o há mais de 25 anos. Valdemar Francisco desempenha um papel socialmente importante, tendo criado recentemente a Associação “Les Amis du Plateau de Champigny” que conta já com 163 aderentes. É membro ativo da Associação “Agora International”, faz parte do comité de “Développement du Val D’Orge” e é administrador da “CCIFP – Câmara de Comércio e Indústria Franco-Portuguesa”.
* Personalidades que trabalham no setor Agroalimentar, são portanto contactos de destaque de acordo os produtos considerados com maior potencial de exportação em Bragança.
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As comunidades Portuguesas no Reino Unido De acordo com o Relatório da Emigração, em 2017, o número de entradas de portugueses no Reino Unido totalizou 22,622, menos 25.9% do que em 2016. Em 2000 imigraram perto de 2 mil portugueses para o Reino Unido, número que teve um aumento muito expressivo para cerca de 30 mil em 2016. Este crescimento deu-se em três períodos: entre 2000 e 2003, no ano anterior à crise, 2007, e entre 2011 e 2015. Neste último período, o número de entradas por ano duplicou, passando de 16 mil para 32 mil. Pela primeira vez em cinco anos, o número de entradas no Reino Unido desceu a barreira das 30 mil por ano, valor que não se verificava desde 2012. A queda já observada em 2016 acentuou-se, acompanhando o movimento geral de redução das entradas de imigrantes no Reino Unido que diminuíram 0.4%, em 2016, e 17.2%, em 2017. Esta aceleração da redução da emigração portuguesa para o Reino Unido parece pois explicar-se sobretudo pelos receios induzidos pelo Brexit. Em 2017, as entradas de portugueses representaram 3.3% das entradas totais no Reino Unido, o que fez desta emigração a sétima maior para aquele país. Apesar do decréscimo verificado, o Reino Unido continua a ser o principal país do mundo para onde mais portugueses emigram.
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Tabela 1 - Entradas de portugueses no Reino Unido, 2000-2017 Entradas de estrangeiros Ano N
Taxa Crescimento anual (%)
Entradas de portugueses
N
Entradas de estrangeiros (%)
Taxa de crescimento anual (%)
2000
260,424
..
1,811
..
..
2001
262,239
0.7
4,396
0.7
142.7
2002
311,288
18.7
7,915
2.5
80.1
2003
362,152
16.3
12,603
3.5
59.2
2004
412,740
14.0
13,850
3.4
9.9
2005
618,692
49.9
11,710
1.9
-15.5
2006
632,937
2.3
9,969
1.5
-17.2
2007
797,090
25.9
12,039
1.5
24.2
2008
669,660
-16.0
12,983
1.9
7.8
2009
613,237
-8.4
12,211
2.0
-5.9
2010
667,486
8.8
12,064
1.8
-1.2
2011
671,219
0.6
16,347
2.4
35.5
2012
518,954
-22.7
20,443
3.9
25.0
2013
617,236
18.9
30,121
4.9
47.3
2014
767,765
24.4
30,546
4.0
1.4
2015
828,198
7.9
32,301
3.9
5.7
2016
824,782
-0.4
30,543
3.7
-5.4
2017
682,613
-17.2
22,622
3.3
-25.9
Fonte: Relatório da Emigração 2017.
Caracterização do perfil destas comunidades A comunidade portuguesa no Reino Unido é estimada em 400 mil pessoas. Na segurança social estão inscritas cerca de 300 mil pessoas, no entanto este número não inclui, por exemplo, filhos menores, reformados que vieram de Portugal juntar-se aos filhos e outras pessoas impedidas de trabalhar, dependentes das famílias, que nunca pediram número fiscal. Thetford é uma pequena vila em Norfolk, no centro-leste de Inglaterra, onde o rácio de portugueses em relação ao resto da população é maior, sendo esta considerada a localidade mais portuguesa do país. Em Thetford há 12 anos se faz
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o jornal “As Notícias”, o mais antigo periódico em língua portuguesa do país. Continuam a chegar portugueses todos os dias ao Reino Unido, e não só a Thetford como também a Manchester, a Edimburgo e ao sul de Inglaterra. No entanto, a emigração portuguesa para o Reino Unido é atualmente menos caracterizada pelas estadias de longa duração, em resultado do maior destaque da nova mobilidade jovem e qualificada. Segundo as informações apresentadas no livro “Regresso ao Futuro – A Nova Emigração e a Sociedade Portuguesa, no que se refere à distribuição geográfica dos portugueses no Reino Unido, a grande maioria escolhe Inglaterra, e Londres é a principal cidade escolhida. Para além de Londres, as maiores comunidades de portugueses localizam-se em Brent e Lambeth, assim como Ealing e Hounslow, estando as primeiras mais associadas a uma emigração portuguesa mais antiga e com menos qualificações e as segundas à nova vaga mais qualificada. De forma global, já uma concentração de fluxos emigratórios portugueses nas zonas metropolitanas e litorâneas, havendo ainda um certo grau de dispersão das comunidades um pouco por todo o terrirório.
os destinos preferenciais escolhidos. De mencionar que, já em 2019, o governo portugês assinou um protocolo de colaboração com a Associação de Investigadores e Estudantes Portugueses no Reino Unido (PARSUK) para desenvolver a diplomacia científica no estrangeiro. O protocolo, formalizado através da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), providencia financiamento à PARSUK para dinamizar eventos e as relações dos investigadores portugueses com Portugal através das embaixadas. O Reino Unido continua a atrair empresas portuguesas. O Sustainable Fast Track UK, programa europeu de sustentabilidade, promovido pelo Department for International Trade (DIT) do Reino Unido para atrair empresas com soluções sustentáveis para aquela região, já regista seis candidaturas portuguesas.
Em termos de distribuição pelos setores do mercado de trabalho e ramos de atividade, os emigrantes portugueses tendem a concentra-se na distribuição, hotelaria e restauração, seguidos pelo setor finaceiro, imobiliário, da administração pública, educação, saúde e apoio social. Os portugueses têm hoje menor propensão para emigrar do que tinham nos anos que sucederam o período de intervenção da troika em Portugal, mas continuam a olhar para fora. O último Randstad WorkMonitor – o barómetro global da consultora de recrutamento que avalia as opções de carreira nos profissionais no mercado global – indica que o Reino Unido, juntamente com Espanha e Alemanha seriam os três 21
Empreendedores inovadores e talentos portugueses no Reino Unido
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PEDRO XAVIER - PLS Consultants* | pedroxavier@btinternet.com | www.plsconsultants.com Pedro Xavier cresceu entre Londres e Bragança e iniciou a sua carreira profissional no Job Centre Plus (Versão inglesa do IEFPInstituto de Emprego e Formação profissional). Como voluntário desenvolveu atividade no meio escolar britânico em defesa da Comunidade Portuguesa. Através da sua empresa (PLS Consultants), presta serviços ao público, Estado Inglês e às empresas nas áreas de Tradução oficial, Relações do cidadão com a Administração Pública, Seguros, Banca, Advocacia, Fiscalidade, Segurança Social e Imobiliária. Participa na organização do Dia de Portugal em Londres que anualmente reúne mais de 30 mil pessoas e é fundador do primeiro Infantário Português no Reino Unido. Tem ainda investimentos na imobiliária, na restauração, no show business e trabalha também para a Scotland Yard como Sargento, numa unidade especial da Polícia Inglesa. MIGUEL LINHARES - TecAndForm | miguellinhares@tecandform.co.uk | www.tecandform.co.uk | www.pinguim.co.uk Licenciou-se em Engenharia da Computação Gráfica e Multimédia e desenvolveu atividade de formador e professor em várias escolas e centros de formação (RTP, Rumos, New Horizons, Planeta Informático, etc.). Autor dos livros de Photoshop e Flash. Em 2008, muda-se para Londres, dando continuidade à TecAndForm, empresa de publicidade e serviços, com destaque para a Pinguim Magazine, uma lista telefónica com mais de 200 empresas e um travel guide, com o objetivo de promover Portugal. A TecAndForm promove também a representação em Londres de algumas empresas sediadas em Portugal com objetivo de internacionalização. Tem como novo projeto a criação da marca Portugal XXI, como objetivo de criação de uma exposição para promoção e apoio à exportação de bens e serviços de empresas portuguesas para o Reino Unido. PAULA RAMALHO - Páginas Portuguesas | mail@paginasportuguesas.com | www.paginasportuguesas.com Em Fevereiro de 1972, com 7 anos emigrou com os pais para Inglaterra. Completou os seus estudos em Londres. Em 1995, decidiu criar um diretório bilingue que englobasse os negócios portugueses no Reino Unido. Em 1999, obteve tempo de antena numa rádio britânica que transmitia uma hora por semana para a comunidade portuguesa, “Portugal Sem Fronteiras”. Em 2000 mobilizou a comunidade Portuguesa para uma manifestação em Downing Street, em prol da causa de Timor-Leste contra a ocupação da Indonésia. Em Fevereiro de 1998 foi distinguida com a Medalha de Mérito das Comunidades Portuguesas no grau de ouro. JOSÉ F. NEVES - Farfetch | jose@farfetch.com | www.farfetch.com José Neves revela desde cedo o seu perfil empreendedor ao ter a visão de aproximar dois interesses aparentemente tão distintos: a tecnologia e a moda. O seu envolvimento com o mundo da moda começa nos anos 90 ao lançar a sua marca de calçado, Swear. Seguiram-se vários marcos na sua carreira associados ao retalho de moda. A ideia de criação de um 23
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mercado que fizesse a ponte entre as boutiques de luxo e uma audiência global faz nascer a Farfetch em 2008. Hoje, a empresa tem escritórios em mais cinco países: Portugal, Reino Unido, Brasil, Estados Unidos, Japão, Rússia e China. O site agrega mais de 300 boutiques de 27 países, sendo possível comprar mais de 125000 produtos de luxo de cerca de 2000 marcas, à distância de um clique. José Neves continua a desenhar o futuro assente num dos objetivos estratégicos: tornar a Farfetch a empresa líder mundial no comércio online de roupas de luxo no ano 2016. DOMINGOS CABEÇAS - Neto Recruitment Agency | dom@netosagency.com | www.netosagency.com Português de origem transmontana, mais concretamente de Montalegre. Proprietário da Empresa Neto Recruitment Agency, situada em Londres, criando oportunidades de emprego. Promove a integração do recém-chegado, vindo de Portugal na busca do primeiro emprego, ajudando-o na linguística, logística e burocracia. Pessoa com vasto network de contactos e de enorme capacidade de desenvolvimento de sinergias entre empresas locais de vários setores de atividade assim como Entidades Públicas Britânicas e Instituições Públicas de Representação Portuguesa relevantes para a permanência e estabilidade do Emigrante Português. É membro de várias organizações e movimentos de solidariedade social em Londres, como por exemplo na área da luta contra o cancro e do auxílio a refugiados. CASIMIRO DIAS - Portclean Limited | cascdias@hotmail.com | www.portclean.co.uk Nasceu na cidade de Maputo, em Moçambique. Completou os estudos na área de Hotelaria em Portugal, onde permaneceu desde os 12 anos e cumpriu o serviço militar. Em 1989, com 22 anos, emigrou para o Reino Unido onde iniciou a sua vida profissional. Em 2001, cria a empresa Portclean Limited, tendo hoje cerca de 45 clientes. Em 2013, lançou a empresa CAS Entreprise Projects Ltd, uma empresa de recrutamento que já colocou mais de 400 pessoas no mercado de trabalho. Promotor e dinamizador de iniciativas de solidariedade, como na luta contra o cancro infantil, Casimiro Dias conseguiu também, em 2012, a oficialização da Academia do Bacalhau de Londres. CRISTINA CORREIA - Tradenvest | cristina.correia@tradenvest.com | www.tradenvest.com Cristina Correia nasceu no Funchal e é fundadora e diretora da empresa Tradenvest, empresa com sede em Londres, Reino Unido. Detêm um MBA da Lausanne Business School (Suíça), pós-graduação em Gestão de Instituições Financeiras da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa e licenciatura em Gestão, Universidade de Évora. Trabalhou cerca de 14 anos no setor financeiro em Lisboa e Londres e detém uma extensa experiência em Private Banking, Corporate Banking e Comércio Internacional. Atualmente participa na Comissão Organizadora do Dia de Portugal UK 2015. Faz igualmente parte do Comité da Câmara do Comércio Portuguesa em Londres, sendo chair do subcomité da Câmara do Comercio, na área de networking.
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CARLOS GOMES - Markimeld Limited | markimeld@btconnect.com Carlos Gomes emigrou para o Reino Unido em 1970, tendo trabalhado no setor da Hotelaria. Proprietário da empresa Markimeld Limited, com a marca comercial “Lisboa”, situada em Londres. Em 1982, abre também as empresas “Lisboa Patisserie” e “Lisboa Papelaria e Retrosaria”. As empresas criadas são hoje uma referência da comunidade portuguesa, com 6 espaços comerciais e empregando muitos portugueses. HUGO MACEDO - Smart Separations Ltd | hugo@smartseparations.com | www.smartseparations.com Hugo Macedo é o fundador e CEO da Smart Separations Ltd. Sedeado em Londres, está a desenvolver uma nova tecnologia de produção de membranas em cerâmica de forma mais económica e eficiente do que a concorrência. As aplicações desta tecnologia inovadora vão desde a produção de sangue em laboratório até à purificação de ar – duas áreas que encaixam na perfeição no mais importante objectivo da empresa: inovação de produtos que melhorem a qualidade de vida humana. Hugo Macedo detém 4 patentes e a Smart Separations já conseguiu assegurar financiamento externo para a sua atividade. IOLANDA VIEGAS - CLPW - Comunidade de Língua Portuguesa de Wrexham | iolandabanu@clpw.co.uk Iolanda Banu Viegas, residente em Wrexham (Norte de Gales - Reino Unido) desde 2001, tem-se dedicado à promoção da Língua Portuguesa em Wrexham e no Norte de Gales. Em 2013, fundou a Comunidade de Língua Portuguesa de Wrexham (CLPW), que integra 8 países de língua portuguesa e tem como objetivo prestar apoio social e integrar, na comunidade de Gales e do Reino Unido, os falantes de Língua Portuguesa e seus descendentes, em regime de voluntariado. Trabalha em parceria com várias organizações, no campo social e cultural, do Norte de Gales. Participou em ações humanitárias, defesa dos direitos humanos e igualdade, tendo recebido prémios na área do voluntariado e da solidariedade social (“Voluntária do Ano” e “Social Enterprise of the Year”). ISABEL MELO - Grupo Mentaur | isabelmelo@mentaur.ltd.uk | www.mentauruk.com Empresária social. Trabalhou no Serviço Nacional de Saúde Britânico até 1988, ano em que decidiu fundar a Mentaur, uma companhia privada que oferece serviços residenciais para adultos com deficiência. Em 2007, fundou a Mentaur Community Support, uma agência prestadora de serviços domiciliários, dando origem ao Grupo Mentaur, reconhecido a nível nacional
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como um dos mais inovadores, de alta qualidade e diversificado prestador independente de serviços na área do apoio social. Foi vencedora do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa em 2012. TATIANA CORREIA - Native Scientist | tatiana.correia@nativescientist.com | www.nativescientist.com Tatiana Correia é co-fundadora e diretora da Native Scientist, uma empresa social que promove a ciência e o bilinguismo nas comunidades imigrantes no Reino Unido. Licenciou-se em Física pela Universidade do Porto (2005) e obteve o grau de Mestre em Ciência e Engenharia dos Materiais da Universidade de Aveiro. Em 2010, obteve o doutoramento na Universidade de Cranfield no Reino Unido. Atualmente ocupa o cargo de gestora de transferência tecnológica para a Nanotecnologia e Metrologia, na agência de inovação do Reino Unido, The Knowledge Transfer Network. Antes disso, Tatiana foi investigadora no National Physical Laboratory. Há oito anos no Reino Unido, Tatiana tem desenvolvido e contribuído para vários projetos destinados à comunidade portuguesa, como por exemplo, o projeto Luso Academy em Londres, uma escola de música destinada às crianças luso- descendentes.
* Personalidades que trabalham no setor Agroalimentar, são portanto contactos de destaque de acordo os produtos considerados com maior potencial de exportação em Bragança. Fonte: Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa, promovido pela Fundação Calouste Gulbenkian e pela COTEC Portugal até 2016.
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As comunidades Portuguesas nos EUA Foram pouco menos de mil os portugueses que, em 2017, entraram nos Estados Unidos da América (EUA), segundo os dados do US Department of Homeland Security. Este organismo norte-americano contabilizou, em 2017, mais de um milhão de entradas de estrangeiros nos EUA (1,127,167), tendo os portugueses representado 0.1% daquele valor. Em 2017, a emigração portuguesa para os EUA registou um decréscimo de 7%, voltando a valores abaixo das 1,000 entradas por ano, uma inversão em relação ao que se tinha verificado em 2016 (aumento de 17% e entradas superiores a mil). A variação do número de entradas de portugueses nos EUA ao longo deste século tem, no geral, acompanhado as variações da imigração total naquele país, a qual, em 2017, teve também um decréscimo (-4.8%). Gráfico 3 - Entradas de portugueses nos EUA, 2000-2017 2 000
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Caracterização do perfil destas comunidades A presença portuguesa nos Estados Unidos da América remonta a 1850, quando muitos portugueses participaram na corrida ao ouro e na fundação de colónias agrícolas na Califórnia. Os negócios ligados à pesca da baleia contribuíram igualmente para uma grande vaga de emigração. Nas duas primeiras décadas do século XX emigraram para os EUA cerca de 130.000 portugueses. De 1900 a 1914, esse número representou 16.7% da nossa emigração. Em 1916 e 1920 a percentagem aumentou para 46.3% e 37.3%, respectivamente. Os anos 30 e 40 registam um acentuado decréscimo (11 372), motivado pela criação de quotas de emigração, pela grande recessão e pela instabilidade mundial. A partir de meados dos anos 50 (Vulcão dos Capelinhos) e nos anos 60, a emigração para a América torna a aumentar, sendo que, de 1960 a 1990, os EUA receberam, segundo números oficiais, 218 541 portugueses. O censo americano de 2000 indicava um total de 1.173.691 portugueses e luso-americanos a residir nos EUA. Nos EUA atualmente há cerca de 1,4 milhões de portugueses e lusodescendentes, segundo a Direção Regional das Comunidades, dos quais cerca de 70% com origem açoriana.
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Fonte: Gráfico elaborado pelo Observatório da Emigração, valores de US Department of Homeland Security, Yearbook of immigration Staistics
O estado da Califórnia abriga 346.172 portugueses americanos que residem em San Jose, Santa Cruz, Oakland, San Francisco e San Diego. Massachusetts é
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o lar da segunda maior população de luso-americanos, com cerca de 296.000 pessoas. O português é a segunda língua mais falada no estado.
a educação, bibliotecas, grupos de teatro, bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, sociedades de beneficência e religiosas e casas regionais.
Rhode Island é o estado mais pequeno da América e abriga a terceira maior comunidade luso-americana dos EUA, com um total cerca de 96.433 pessoas. A língua portuguesa é a terceira língua mais falada no estado, por cerca de 3,2% da população.
São bons exemplos de entidades portuguesas nos EUA o PALCUS – Portuguese American Leadership Council of the United States e a NOPA – National Organization of Portuguese-Americans. A presença de luso-descendentes em cargos eletivos de relevo reforça também a visibilidade e importância política da comunidade, com destaque, ao nível federal, para os Representantes da Califórnia no Congresso, Devin Nunes, David Valadão e Jim Costa ou do Massachussets, Marc Pacheco.
A cidade de Newark, em Nova Jersey, abriga uma população considerável de luso-americanos. Newark ganhou até o título de Little Portugal devido à influência significativa que a cultura portuguesa teve na cidade. Até o último censo, havia cerca de 76.000 luso-americanos em Nova Jersey. A Flórida é o terceiro estado mais populoso da América, e acolhe cerca de 69.000 luso-americanos. O português é a terceira língua mais falada, depois do inglês e do espanhol. Outros estados que possuem populações consideráveis de luso-americanos incluem Nova Yorque, que tem cerca de 50.657 pessoas de descendência portuguesa. Connecticut tem cerca de 49.167, enquanto o Havaí tem cerca de 48.634 deles. A grande maioria dos membros da comunidade portuguesa trabalha por conta de outrem, na indústria, sendo já considerável o número daqueles que trabalham nos serviços e se destacam na área científica, no ensino e nas artes. Existe um número significativo de profissionais liberais.
A nova proposta do governo de Donald Trump, no que diz respeito às políticas de imigração, indica o tratamento preferencial para quem tenha cursos superiores em áreas técnicas ou científicas, domine com fluência a língua inglesa e seja aprovado num teste de cultura e política americana. Se estes critérios estivessem em vigor nos anos de 1960 e 1970 quase todos os imigrantes portugueses teriam sido rejeitados, na medida em que se tratava, sobretudo, de pessoas modestas, sem formação académica e sem domínio da língua inglesa. A comunidade luso-americana seria muito pequena em vez das cerca de 1,5 milhões de pessoas hoje estimadas.
Existem nos Estados Unidos da América cerca de 340 associações e colectividades portuguesas e lusoamericanas, compreendendo associações recreativas e culturais, clubes desportivos e sociais, fundações para 29
Empreendedores inovadores e talentos portugueses nos EUA
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ANA TAVARES - Canon Industry | anasilvatavares@aol.com | www.usa.canon.com É Vice-Presidente da Canon em Nova Iorque e integra o Conselho Executivo da Canon USA, acumulando as funções de VP/ Controller. A sua área de especialização integra os Serviços Partilhados e a Restruturação Organizacional.Entre 2003 e 2013 criou planos estratégicos e liderou equipas globais em implementações de Serviços Partilhados em mais de cinquenta países, tais como: Inglaterra, EUA, Argentina, Singapura, Malásia e Porto Rico. Foi Directora Global Sénior da Pall Corporation em Nova Iorque e Directora da América Latina e Canadá na Bristol Myers Squibb no Reino Unido e nos Estados Unidos da América.Possuindo a qualificação de Kaizen Leader, já liderou vários projetos baseados na metodologia Six-Sigma. ANA VENTURA MIRANDA - Arte Institute | amiranda@arteinstitute.org | www.arteinstitute.org Ana Ventura Miranda nasceu em Torres Vedras em 1977. Iniciou a sua carreira como actriz e produtora. Ao mudar-se para Nova Iorque em 2006, exerceu a sua actividade como jornalista para a televisão portuguesa, mantendo a sua ligação com a comunidade artística de Nova Iorque e evoluindo enquanto produtora e realizadora. O seu percurso passou ainda pela Rádio ONU, pela Missão Permanente de Portugal junto das Nações Unidas e pela emblemática Sonnabend Gallery. Em 2011, fundou o Arte Institute, para a internacionalização da arte contemporânea portuguesa. Tem sido responsável pela organização de diversos eventos culturais nos Estados Unidos, Portugal, Brasil, Reino Unido, Angola e França. ALCINO SILVA - Professor de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria – University of California silvaa@mednet.ucla.edu | http://www.silvalab.com Professor de Neurobiologia, Departamento de Neurobiologia, Psiquiatria e Psicologia, Universidade da Califórnia, Los Angeles, EUA. Presidente Fundador da Sociedade de Cognição Molecular e Celular. Membro do corpo editorial de várias revistas científicas e consultor de vários organismos oficiais na área da Neurologia. Interesses científicos: memória e circuitos neuronais, memória e condicionantes genéticos. ANTÓNIO DAMÁSIO - Professor de Neurociência na University of Southern California (213) 740-3462 | damasio@usc.edu Professor da cátedra David Dornsife de Neurociência, Psicologia e Filosofia, e diretor do Brain and Creativity Institute na University of Southern California, em Los Angeles. Neurologista e neurocientista, tem dado contributos fundamentais para a compreensão dos processos cerebrais subjacentes às emoções, aos sentimentos e à consciência. O seu trabalho sobre o papel do afeto na tomada de decisão teve um impacto profundo na neurociência, psicologia e filosofia.
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Autor de numerosos artigos científicos, foi nomeado «Highly Cited Researcher» pelo Institute for Scientific Information, e é considerado um dos mais eminentes psicólogos dos nossos tempos. É membro da National Academy of Medicine e da American Academy of Arts and Sciences, da Bavarian Academy of Sciences, e da European Academy of Sciences and Arts. ANTÓNIO MOREIRA - Vice-Reitor da Universidade de Maryland Baltimore County (UMBC) | moreira@umbc.edu Conhecido internacionalmente como um perito em biotecnologia, é Vice-Reitor da Universidade de Maryland Baltimore County (UMBC) e Professor Catedrático do Departamento de Engenharia Química, Bioquímica e do Ambiente. Tem mantido estreitas ligações científicas e académicas entre os Estados Unidos e Portugal durante mais de 30 anos de carreira nos Estados Unidos. Passou dez anos no setor privado e chefiou o grupo de I&D da Schering-Plough Corp. que desenvolveu o processo para o interferon alfa (INTRON A). Este produto tem aplicações em doenças como o melanoma e a hepatite C e atingiu um mercado mundial de 1 bilião de dólares. É doutorado pela Universidade da Pennsylvania e licenciado em Engenharia Química pela FEUP. CARLOS DOS SANTOS GONÇALVES - Crofton Cannons Soccer Team | croftoncannons@gmail.com Trabalha na Embaixada de Portugal em Washington. Desportista, recebeu o diploma de treinador e criou a própria equipa, Crofton Cannons Soccer Team. Recentemente, o seu clube alcançou o Título de Campeão na Primeira Divisão na Baltimore Beltway Soccer League. Em 2013, a sua equipa foi vicecampeã na categoria de U14B. CIDALIA LUIS-AKBAR - M. Luis Construction Company | cidalia@mluisconstruction.com | www.mluisconstruction.com Vive nos Estados Unidos desde 1979 onde completou os estudos.É actualmente presidente da M. Luis Construction Co., Inc., na área de construção de infra-estruturas. Ganhou visibilidade no mundo empresarial em 2010 quando adquiriu uma fábrica de manufactura de alcatrão/asfalto, a única possuída e gerida por mulheres nos Estados Unidos. Como empreendedora foi seleccionada e premiada, e em 2013 ganhou o prémio de manufatura da Ernst & Young, e o reconhecimento do Ministro das Finanças e do Presidente dos EUA, Barak Obama. DEOLINDA ADÃO - Diretora do Programa de Estudos Portugueses na UC Berkeley Phone: (510) 643-0980 | deoadao@berkeley.edu - Ph.D. in Luso-Brazilian Languages and Literatures (December 2007), University of California, Berkeley–Professora de Espanhol e Português – Peralta Community Colleges – Berkeley City College. (2007- …);
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- Directora do Program, Luso-Brazilian Studies Program – California State University, San Jose. (July 2009 – December 2015); - Directora do Programa de Verão em Portugal – University of California, Berkeley and California State University, San Jose (Summer 2006, 2007, 2008, 2009, and 2013); - Directora Executiva, Programa de Estudos Portugueses – University of California, Berkeley – Institute of European Studies. (2008 – July, 2016); - Coordenadora do Programa de Estudos Portugueses – University of California, Berkeley – Institute of European Studies. (2001 – 2007) JOÃO DE JESUS - Portuguese Food* | customerservice@portuguesefood.com | www.portuguesefood.com Estudou e licenciou-se nos EUA. Dedicou-se a actividades de apoio social, sendo eleito para a Comissão do Partido Democrata do Estado de Massachusetts. Criou também uma loja de venda de produtos Portugueses e expandiu o seu negócio através da Internet, com a comercialização de diferentes produtos alimentares. MARIANA VAN ZELLER - Jornalista correspondente do National Geographic Channel (213) 740-3462 | damasio@usc.edu Mariana van Zeller estudou relações internacionais na Universidade Lusíada de Lisboa. Após graduar-se, tornou-se jornalista estagiária na rede de televisão SIC e foi apresentadora de um programa de viagens por cerca de um ano.Empenhada em entrar para o mestrado em jornalismo da Universidade Columbia, resolve pegar um avião e ir aos Estados Unidos para falar diretamente com o reitor, que imediatamente a tira da lista de espera da universidade, aceitando sua matrícula. Um mês depois de sua chegada à América irrompe o acontecimento do 11 de setembro, e ela, como única jornalista portuguesa naquele momento em Nova Iorque, aproveita a oportunidade e transmite ao vivo os fatos do acontecimento para o Jornal da Noite. Essa aparição vira o estopim para deslanchar sua carreira. Seus muitos documentários a levaram a cenários de instabilidade e guerra em Serra Leoa, Sri Lanka, Brasil, Nigéria, México, Síria, entre outros. Passados esses eventos, ela resolve ir de Nova Iorque a Londres para ser produtora de documentários, onde fica por um ano. Decide então ir estudar árabe em Damasco, na Síria, onde permanece por seis meses. Dessa estada sai com um documentário sobre os mujahidins, mártires árabes anti-Estados Unidos. O sucesso do documentário a faz ficar dois anos na Síria, como correspondente para vários canais (CBC canadense, Channel 4 britânico e PBS dos EUA). Em 2005 tornou-se reporter correspondente da Current TV, canal independente do político Al Gore onde produziu documentários de investigação premiados. Em 2011 foi convidada para ser reporter correspondente do National Geographic Channel onde continua a produzir documentários de investigação. Prémios: 2009 - People’s Voice Webby Award, na categoria News & Politics: Individual Episodes, pelo documentário “Obama’s Army”.
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2010 - Peabody Award, pelo documentário “The OxyContin Express”. 2011 - Livingston Award for Young Journalists, na categoria National Reporting pelo documentário “Rape on the Reservation”. JOSÉ CARLOS TEIXEIRA - Artista e video-maker +351 917 782 217 | skype: josecarlosteix | josecarlosteix@gmail.com Nascido no Porto, em 1977, José Carlos Teixeira é artista visual e pesquisador. Como bolsista da Fulbright, ele completou seu Mestrado em Estúdio Interdisciplinar, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), em 2006, depois de ter estudado anteriormente na Universidade de Nova Iorque (NYU), e na Universidade do País Basco (UPV), em Bilbao. É licenciado pelo BFA pela Escola de Belas Artes da Universidade do Porto (FBAUP), em 2001. Seu trabalho interdisciplinar e baseado em pesquisa envolve principalmente vídeoensaio, fotografia, instalação, texto e performance. Teixeira esteve envolvido em vários projectos, exposições, festivais e exibições na Europa, bem como em Cingapura, China, Brasil, Chile, África do Sul, Moçambique, Angola e Cabo Verde. Seu trabalho foi exibido em locais como o Hammer Museum, LACE (Los Angeles); Centro de Arsenais para as Artes (Pasadena); Art Interactive (Boston); Museu da Cidade de Nova York, Residency Unlimited (Nova York); MMOCA (Madison); Espaços (Cleveland); Le Grand Halle de La Villete (Paris); Württembergischer Kunstverein, Akademie Schloss Solitude (Stuttgart); Rosalux, Berlinerpool, DAZ (Berlim); Centro Nacional de Artes Contemporâneas (Moscou); Museu Nacional MK Ciurlionis, Galerija Meno Parkas (Kaunas); Centro Artístico Hélio Oiticica (Rio de Janeiro); Centro Cultural São Paulo (S. Paulo); Casa Jardim / Fundação Oriente (Macau); Museu FBAUP, Museu Soares dos Reis, Galeria Presença (Porto); Museu da Cidade, Fundação EDP, Fundação Carmona e Costa, Fundação Calouste Gulbenkian, Instituto Goethe e Carpe Diem Arte e Pesquisa (Lisboa); para nomear alguns. Sua arte é representada em coleções de arte, como a Aberdeen Art Gallery Collection, no Reino Unido; Fundação EDP e Colecções da Fundação PLMJ, Portugal. Atualmente, Teixeira é professor assistente na UW-Madison. De 2013 a 2016, ele foi Professor Associado Visitante da Champney Family, uma posição conjunta entre a Case Western Reserve University e o Cleveland Institute of Art; e de 2009 a 2011 foi professor assistente na Escola Superior de Artes e Design, ESAD.CR (Portugal).
RICARDO RIBEIRO - RDR LIVE | ribricardo@gmail.com | www.facebook.com/pages/RDR-LIVE/53268604366 Ricardo Ribeiro, production manager dos Thirty Seconds to Mars, e Jorge da Costa, Presidente do Grupo Improvon, foram os vencedores da última edição do Prémio Empreendedorismo Inovador na Diáspora Portuguesa. Aos 20 anos, Ricardo Ribeiro decidiu partir para Londres, onde rapidamente conseguiu trabalhar numa das mais míticas casas da capital inglesa, “Astoria”. Passados 9 meses, tornou se assistente de Stage manager e desde aí, Ricardo tem trabalhado como Tour Manager ou Production Manager para bandas e artistas como Thirty Seconds to Mars – sendo actualmente o Produtor Executivo da sua Tournée Mundial que, com ele, em 2010, entrou nos recordes do Guiness –, Kanye West, Mick Jagger, Stevie Wonder, Raphael Saadiq, The Streets, Cansey de Ser Sexy, Joss Stone, Phoenix, Jennifer Hudson, Earth Wind & Fire, We Are The Scientists, entre outros. O seu primeiro grande concerto foi o dos Rolling Stones, em 2004, tinha então 22 anos, seguindo-se o de Madonna.
* Personalidades que trabalham no setor Agroalimentar, são portanto contactos de destaque de acordo os produtos 34
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Motivações para a Internacionalização Tabela 2 - Motivações da Internacionalização Motivações da Internacionalização
Endógenas
• Aproveitamento da capacidade produtiva disponível; • Obtenção de economias de escala; • Exploração de competências, tecnologias; • Diversificação de riscos.
Características dos mercados
• Limitações do mercado doméstico; • Perceção de dinamismo dos mercados externos.
Relacionais
• Resposta a concorrentes; • Acompanhamento (de movimentos de internacionalização) dos clientes; • Abordagens (mais solicitadas) por empresas estrangeiras.
Acesso a recursos no exterior
• Custos de produção mais baixos no exterior (ex. deslocalização); • Acesso a conhecimentos tecnológicos.
Incentivos governamentais
• Apoio dos governos (país de origem ou acolhimento).
Fonte: Simões, Vítor Corado (1997) A internacionalização das Empresas Industriais Portuguesas: Características e Perspectivas. Conselho Económico e Social, Caixa 1 Segundo Simões, Vítor Corado (1997), são várias as motivações que levam uma empresa a dar inicio ao seu processo de internacionalização.
Devido à diminuição de barreiras entre alguns países, a procura por uma oportunidade internacional, a perspetiva de rápidas e boas margens de lucro, entre outras motivações, levaram a exportação a tornar-se numa estratégia seguida por algumas empresas, de forma a diminuírem a sua dependência pela economia doméstica, sendo a forma mais usual para entrar nos mercados internacionais e muitas vezes o primeiro passo numa estratégia mais ampla de internacionalização. No momento em que as empresas portuguesas tomam a 36
decisão de se internacionalizar, é na maioria das suas vezes através da entrada nos mercados externos pelo principal canal.
Internacionalização via Exportação “Uma empresa que não tenha vantagem competitiva no mercado doméstico e não reflita sobre o passo a dar, dificilmente será bem-sucedida, já que a exportação não deve ser vista como bote-salva-vidas mas como um passo a dar no normal percurso de crescimento de uma empresa”. Bernard e Jensen (1999) “exporting does not confer the Midas touch” “Uma empresa deve contar com uma boa estrutura e cultura organizacional para alcançar uma estratégia de internacionalização sustentável a longo prazo”. Bernard e Jensen (1999) “good firms become exporters” “Exportação - Pode ser definida como a venda de produtos a mercados estrangeiros, possibilita a participação das empresas nos negócios internacionais, independentemente de serem pequenas ou grandes empresas”. (Ferrel 2000). Também se entende por exportação, a “venda de produtos a um país estrangeiro sem que sejam necessários investimentos produtivos no país onde os produtos serão comercializados “. (Hitt,1999). A exportação é uma das formas mais utilizadas na abordagem das empresas aos mercados no seu processo de internacionalização. Trata-se sem dúvida a forma mais eficaz de chegar mais rapidamente aos mercados externos, pois permite uma maior flexibilidade de atuação por parte das empresas, correndo o menor risco possível.
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A inserção por parte da empresa em novos mercados, até então difíceis de explorar, torna-se mais simplificada, suportada em muito no apoio de empresas e instituições especializadas nos mecanismos do comércio externo. Apesar disso, a empresa exportadora deve suportar todos os gastos inerentes ao processo, nomeadamente taxas e outros custos decorrentes dos sistemas portuários e aduaneiros dos países de destino. A modalidade de entrada nos mercados externos via exportação, apresenta três formas distintas: - Exportação direta – quando a empresa vende a um importador de um país estrangeiro; - Exportação indireta – quando a empresa envolve o recurso a intermediários (agentes de import-export, empresa de trading, sub-contratante, central de compras de grandes cadeias de distribuição, entre outros) localizados no país de origem; - Exportação própria – quando a empresa realiza a venda diretamente aos clientes finais, no país de destino. A venda direta para os clientes externos é a via mais utilizada pelas PME portuguesas, motivadas na maioria das vezes pela pequena dimensão das suas empresas, e também pela falta de recursos, quer humanos quer financeiros. Nesta tipologia, a empresa controla quase totalmente as suas exportações, podendo criar um departamento ou divisão de exportação para desempenhar as atividades de exportação ou pela instalação de filiais de vendas noutros países. A empresa também tem a possibilidade de exportar os seus produtos através de distribuidores sediados no país importador ou por agentes que negociem em nome da empresa. Este tipo de exportação confere à empresa exportadora a vantagem de negociar diretamente com os seus clientes.
Quanto à exportação indireta, este tipo de modalidade compreende na sua estrutura, menor investimento, pois neste caso, as empresas não precisam de uma força de vendas internacional, pois o processo faz-se na sua maioria através de intermediários internacionais – representantes ou agentes exportadores sediados no país de origem, organizações cooperativas, empresas de administração de exportação, etc. Estas entidades partilham o seu know-how e os serviços no relacionamento com o vendedor, permitindo deste modo a redução dos riscos subjacentes a todo o processo. (Kotler e Armstron, 1998) Assim, e apesar de a exportação indireta envolver um menor risco no processo de internacionalização e, portanto, num primeiro momento, constituir a forma mais fácil de entrada nos mercados externos, limita às empresas a liberdade na implementação e desenvolvimento de uma estratégia de internacionalização, atrasando assim o processo de conhecimento dos mercados de destino. Não obstante, a exportação indireta permite aprendizagens tanto no plano de eficiência produtiva, como no de design e marketing, que poderão funcionar como alavanca para outras formas de entrada nos mercados destino. Assim a opção por um destes modos comporta diferentes níveis de controlo, risco, investimento e rentabilidade, conforme se pode visualizar no quadro infra. Tabela 3 - Exportação Direta Vs Indireta
Direta
Indireta
Vantagens
Desvantagens
• Maior informação sobre o mercado; • Maior controlo sobre os canais de distribuição; • Controlo total ou parcial do plano estratégico de
• Maiores dificuldades de penetração inicial; • Maiores custos de estrutura; • Maiores riscos; • Domínio de informação e documentação
marketing; • Maior proteção da marca, patentes e outras propriedades intangíveis.
• Maior facilidade de penetração inicial; • Menores custos de representação; • Perceção de risco inferior.
processual.
• Menor controlo e informação sobre o mercado; • Ausência de estratégia de entrada.
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Fonte: Horizonte Internacionalizar
Por fim, na exportação própria, contrariamente às anteriores, não existem intermediários, uma vez que a empresa vende diretamente aos clientes nos países de destino. Neste caso concreto, a empresa exportadora é responsável pela comercialização, designadamente na promoção do seu produto, angariação de clientes e distribuição dos seus produtos. De ressalvar que este tipo de exportação não é viável para produtos de grande consumo, sendo utilizado no caso de bens industriais – intermédios sobretudo, nos bens de equipamento, onde o estabelecimento de relações diretas com o cliente constitui, muitas vezes, um imperativo técnico.
- Compra; - Transporte; - Armazenamento;- Classificação e/ou ordenação. A escolha acertada dos canais de distribuição pode ser a garantia para o sucesso do produto e/ou serviço, fazendo parte da estratégia de marketing adotada pela empresa. Escolher os melhores canais de distribuição é decisivo no retorno do produto, especificamente no preço final, determinando deste modo o grau de competitividade da empresa nos mercados. Tabela 4 - Tipos de Canais de Distribuição
Direto
Indireto
• Para fazer com que seu produto chegue ao consumidor, a empresa utiliza o serviço de intermediários.
Híbrido
• Um canal de distribuição híbrido é aquele em que a empresa utiliza intermediários, mas assume parte do processo de contacto com seus clientes. Ele ocorre, por exemplo, quando a empresa faz a divulgação direta dos seus produtos (na internet, por exemplo), mas indica os distribuidores autorizados a fazer a venda física.
Canais de distribuição Considerado um conjunto de empresas e indivíduos interligados entre si, os canais de distribuição pressupõe a agregação de recursos e meios utilizados por forma a garantir a chegada de um produto ao seu consumidor final. Não se limitando a garantir a curso físico da mercadoria, os membros que fazem parte dos canais de distribuição também garantem atividades como o levantamento de informação junto dos consumidores, bem como medidas de estímulo ao consumo dos produtos em causa por parte dos consumidores. Assim, podemos definir um acordo comercial estabelecido para criar um fluxo de produtos entre o ponto de produção e o ponto de venda, sendo que aqui estão envolvidas algumas cadeias de instituições ou organizações em diversas atividades:
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• A empresa distribui o seu produto diretamente para o consumidor final. Um exemplo são as marcas de cosméticos que possuem redes próprias de revendedores que atuam de porta em porta.
Fonte: Dicionário Financeiro, 2018. Tabela 5 - Níveis de Canal de Distribuição
Canal de Nível 0
• Quando o fabricante se relaciona diretamente com o seu consumidor final.
Canal de Nível 1
• Neste canal, o fabricante vende seu produto para um grande distribuidor que atua tanto no atacado, como no retalho, onde alcança diretamente o consumidor final.
Canal de Nível 2
• A indústria repassa o produto a um distribuidor que, por sua vez, o venderá exclusivamente para o retalho. O retalho faz a venda ao consumidor final.
Canal de Nível 3
• É o canal mais tradicional, envolvendo distribuidor, representante, retalho e cliente.
Fonte: Dicionário Financeiro, 2018.
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Tabela 6 - Tipos de Distribuição
Distribuição Exclusiva
Distribuição Seletiva
Distribuição Intensiva
• Os sistemas de distribuição exclusiva são usados por empresas que necessitam de canais de distribuição leais, sobre os quais tenham um maior controlo. Neste sistema, a empresa e o intermediário têm um pacto de exclusividade sobre a venda do produto, garantindo serviços de venda e de assistência especializados, com exposição apropriada. A distribuição exclusiva é característica, por exemplo, das concessionárias de veículos e das redes de franquias.
• A distribuição seletiva é aquela em que, devido à natureza do negócio, a empresa seleciona um número restrito de canais de distribuição. O intuito da estratégia é valorizar o produto. Nesse modelo, são escolhidos apenas intermediários que ofereçam as características desejadas, que são os mais adequados para atingir o público-alvo da marca. Um exemplo de produto com distribuição seletiva são artigos como roupas de cerimónia e relógios caros, que são vendidos apenas em lojas de luxo.
• Na distribuição intensiva, a estratégia da empresa visa atingir o maior número de consumidores possíveis. Para isso, seu produto é escoado por um número amplo de canais de distribuição. A distribuição intensiva é utilizada, sobretudo, nos produtos que possuem um alto consumo, mas baixo valor acrescentado. A venda desses produtos pode ser feita tanto por representantes comerciais dos próprios fabricantes, como por atacadistas e distribuidores. Entre os produtos que contam com este tipo de distribuição podemos citar os géneros alimentícios, as bebidas e os itens de higiene.
Fonte: Dicionário Financeiro, 2018.
produtos endógenos de cariz agrícola e agrário, continuam a representar ma atividade fundamental na viabilidade da própria região. Esta particularidade confere à região para além da sua função primordial, a produção de bem alimentares, também a estruturação do território, nomeadamente a sua ocupação geográfica, dinamizando-se outras atividade como o turismo, as agroindústrias, artesanato e gastronomia entre outros. No âmbito deste estudo e após análise pormenorizada ao potencial exportador da região, definiu-se como produtos endógenos passiveis de se exportar a Castanha, o Azeite, o Mel, e os Enchidos. Considerou-se também, e tendo em conta o que a região tem para oferecer em termos de património cultural e turístico, apresentar o Turismo como um produto de grande dinâmica exportadora.
Produtos de Bragança com potencial de exportação
Castanha
As políticas de promoção e valorização de produtos agroalimentares tradicionais de qualidade têm sido, nos últimos anos, objeto de atenção constante em diferentes documentos comunitários e apontadas como uma das alternativas ao desenvolvimento do meio rural.
A CASTANHA DA TERRA FRIA – DOP tem brilho e côr natural, sem auxílio de polimento ou cera e calibre superior a 90 frutos por kg. A variedade mais predominante é a variedade Longal, seguida das variedades Judia, Côta, Amarelal, Lamela, Aveleira, Boa ventura, Trigueira, Martainha e Negral.
A Região Trás-os-Montes, afirma-se como um território de expressão, por excelência rural, onde se observa alguns “núcleos urbanos”, que na sua grande maioria são de pequena dimensão, caraterizados pela sua estreita relação ao meio rural envolvente (Lima 1999). Se por um lado o êxodo e a regressão demográfica sejam um fenómeno da região, atingindo sobretudo o espaço mais ruralizado, alguns
A Castanha da Terra Fria DOP apresenta uma forma elíptica alongada, cor castanha avermelhada, brilhante com linhas escuras e longas. Um kg contém entre 70 a 95 castanhas. Apresenta um sabor intenso. O mercado de castanha descascada e congelada está em grande crescimento o que permite às unidades de transformação obter a matéria-prima ao longo de todo o ano. 39
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Depois de congelada, a castanha é vendida e transformada por agroindústrias europeias de grande dimensão, que se dedicam à laboração de produtos de confeitaria e doçaria. Deste modo, diminui o grau de dependência associado à sazonalidade do fruto. A nível europeu, e consequentemente em Portugal, o sector da castanha nos últimos anos tem vindo a recuperar um lugar de destaque nos hábitos alimentares, fazendo parte integrante da nossa gastronomia e assumindo uma assinalável importância sócio‐económica para a região de Trás‐os‐Montes. A história da Castanha da Terra Fria DOP encontra-se intimamente ligada à área geográfica. O castanheiro é uma das principais árvores que crescem nesta região e desde sempre tem sido importante para a sobrevivência da população rural local, não sendo atualmente apenas uma fonte de alimentos, mas representa um importante papel na economia local. A castanha era já uma fonte importante de alimento na época romana, uma vez que a batata só foi introduzida em Portugal depois de 1789. O potencial exportador deste fruto é enorme, sendo que a mais-valias que podem ser associadas à sua transformação ainda são um mercado ainda pouco explorado. A oferta deste fruto congelado ainda está muito aquém das expectativas do mercado. Esta condição constitui um leque de oportunidade para o setor, tendo em conta o potencial produtivo da região deste recurso, bem como o escoamento garantido nos diversos mercados de todo o mundo. O mercado de transformação é o mercado que acrescenta mais valor aos produtos pela sua transformação. Neste mercado, a valorização do produto passa, entre outras, pela separação por variedades, calibragem, descasque, pelagem, congelamento, confeção de compotas, purés e marrons glacés. No entanto, a castanha permite uma vasta gama de 40
produtos transformados e derivados: castanha congelada, em conserva, em calda, em aguardente, com chocolate, em solução açucarada, esterilizada, seca, confinada em xarope, marron glacé; e subprodutos: cremes, purés, farinha de castanha para fabrico de pão e confeitaria, pasta para bolos, gelados, souflés, castanhas torradas, sopas, iogurtes, rebuçados, farinhas lácteas, flocos de cereais, bebidas, aperitivos, produtos para salsicharia, alimentos compostos para animais, entre outros. Ao longo dos últimos tem-se verificado uma grande rapidez de escoamento da castanha quer na sua forma natural, quer na forma de fruto congelado. No caso concreto da castanha congelada, o mercado pode ser muito mais abrangente, considerando a capacidade de armazenamento, contrastando com o mercado da castanha em verde que é um pouco mais complexo porque o período de tempo para a colocar no destino após tratamento (desinfestação) é muito curto. Ilustração 1 - Castanha de Trás-os-Montes
Azeite
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O azeite de Trás-os-Montes é um produto certificado, com Denominação de Origem Protegida (DOP) e é um produto importante no desenvolvimento da economia regional. Considerado um produto de excelência para a região, foi criada a rota “Rota do Azeite de Trás-os-Montes”, com o objetivo de desenvolver o potencial turístico e comercial do sector oleícola na Região de Trás-os-Montes e Alto Douro, nas diversas vertentes da sua cultura, produção e comercialização como produto de qualidade e ao mesmo tempo proporcionar a descoberta da paisagem e da gastronomia da região. Este produto é de tal forma importante para região que muitos foram os concelhos aderentes, designadamente Alfândega da Fé, Alijó, Bragança, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada à Cinta, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Mogadouro, Murça, Tabuaço, Torre de Moncorvo, Valpaços, Vila Flor, Vila Nova de Foz Côa e Vimioso. Trata-se de azeite virgem extra e azeite virgem, produzido a partir das variedades de azeitona Verdeal transmontana, Madural, Cobrançosa e Cordovil. O seu consumo remonta à antiguidade. A plantação de olivais em Mirandela deve datar da primeira metade do século XVI. Em 1894 a produção chegou aos 776 quilolitros e em 1896 já existiam 12 lagares de azeite na vila de Mirandela. Em 1903 o azeite desta região ganhou a medalha de prata na Exposição Agrícola. Azeite de baixa e muito baixa acidez, de cor amarelada esverdeada, o Azeite de Trás-os-Montes, apresenta um cheiro e sabor a fruto fresco, por vezes amendoado com sabor algo adocicado, verde, amargo e picante.Estas características têm imprimido ao Azeite de Trás-os-Montes um elevado potencial exportador, especialmente no mercado Gourmet. Entre os mercados de destino das exportações nacionais, destaca-se o mercado brasileiro que absorve cerca de 29% do total das exportações nacionais de azeite, fazendo com
que este produto seja igualmente o produto português mais exportado para aquele país. Entre Outubro de 2017 e Abril deste ano – os primeiros sete meses da campanha oleícola – Portugal exportou 382,27 milhões de euros de azeite (dos quais 306 milhões de euros de azeite virgem e virgem extra) e importou 261,78 milhões de euros. Face a igual período do “exercício” oleícola de 2016/2017 – que arranca em Outubro e termina em Setembro do ano seguinte – registou-se assim um crescimento de 46% das exportações e de 20% das importações, em valor. Em volume, as 95,35 mil toneladas de azeite foram vendidas ao exterior, entre Outubro de 2017 e Abril de 2018, representando um crescimento de 32% face às 72,28 mil toneladas de azeite exportadas em igual período da campanha de 2016/17. Portugal conseguiu portanto vender o azeite mais caro na última campanha: quatro euros por quilo de azeite exportado até Abril de 2018, face aos 3,62 euros por quilo obtidos nos sete meses até Abril de 2017. Ao conseguir vender mais e mais caro ao exterior, Portugal obteve nos sete meses em análise um saldo comercial em azeite, positivo, de 171,4 milhões de euros – quase o dobro do saldo homólogo, que estava em 86,08 milhões.A análise dos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) é da responsabilidade do SIMA – Sistema de Informação de Mercados Agrícolas (do GPP – Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral). Ilustração 2 - Azeite de Trás-os-Montes
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preponderante da atividade apícola por toda a região transmontana. O mel é um produto alimentar de elevada qualidade, apreciado pelas suas propriedades e qualidades organolépticas, usado desde sempre na alimentação, na prevenção de doenças e também no fabrico de cosméticos. Tendo em vista a segurança do consumidor, existem actualmente normas e directivas nacionais e europeias para o controlo da qualidade deste produto.
Mel Trás-os-Montes desde sempre revelou ser uma região com fortes tradicões apícolas. O lugar dos Colmeais, no concelho de Alfandega da Fé, a aldeia dos Cortiços, no concelho de Macedo de Cavaleiros, são exemplos da importância e do significado que a criação das abelhas tem para a região. O lagar comunitário de cera de Felgueiras, em Torre de Moncorvo, é mais um exemplo raro no país e na Europa, da imporância que a atividade apícola teve nesta região para apoio, quer às atividadades eclesiásticas, para as preces religiosas, quer para uso doméstico como fonte de iluminação. Em termos literários podemos referir o “Méthodo Abelhal” do Neca Ultramontano - 1872 e as séries de “Vulgarização Apícola” de Eugénio Guedes de Andrade, reconhecidas com a medalha de prata na Exposição Universal do Rio de Janeiro em 1924. As inúmeras silhas, construções, normalmente circulares, ovais, quadradas ou mistas, constítuidas por muros largos e altos onde se instalavam os cortiços para estarem protegidos dos animais apreciadores do mel, constituem outro elemento 42
A implementação e o controlo de produtos de Denominação de Origem Protegida (DOP) veio responder à preocupação, por parte dos produtores, quanto à garantia da qualidade e segurança dos seus produtos. Em Trás-os-Montes e Alto Douro existem três variedades com Denominação de Origem Protegida, o Mel da Terra Quente, o Mel do Barroso e o Mel do Parque Natural de Montesinho. Existem ainda mais marcas de mel sem denominação de origem, entre as quais assinalamos o Mel do Parque Natural do Douro Internacional e o mel da região de Chaves, comercializado com a denominação Montimel. Há também algumas associações de apicultores de menor dimensão e produtores indviduais distribuídos por este território, que apresenta uma flora rica e dá origem a mel extraordinário. O sector apícola em Portugal, assim como no resto da União Europeia, é uma atividade tradicional ligada à agricultura, podendo proporcionar um complemento interessante ao rendimento da exploração agrícola (Otero, 2000). O produto de excelência desta entidade é o Mel da Terra Quente - DOP. Este mel é produzido pela espécie Apis mellifera (sp. Ibérica). A Denominação de Origem Protegida obriga a que o mel seja produzido de acordo com as regras
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estipuladas no caderno de especificações com incidência nas condições de produção, extração, embalagem, rotulagem e conservação do produto. O Mel da Terra Quente – DOP é elaborado pelas abelhas a partir do néctar de flores silvestres e vegetação espontânea característica da sua área de produção. O rosmaninho, rosmano ou arçã (Lavandula stoechas) e a esteva ou xara (Cistus lanadifer), ocupam um lugar de destaque, concedendo a este mel um sabor e cheiro sui generis. As suas características físico-químicas, polínicas e organolépticas estão intimamente relacionadas com a predominância da origem do néctar de rosmaninho, que lhe confere uma coloração âmbar claro, com sabor característico, notas ligeiramente ácidas e glicéricas e um aroma floral intenso e único. Ilustração 3 - Mel de Trás-os-Montes
de valorização comercial dos produtos através da certificação e consequente atribuição de marcas, designadamente Denominação de Origem Protegida (DOP), Indicação Geográfica Protegida (IGP) e Especialidade Tradicional Garantida (ETG). Na opinião de Almeida (2009), o processo de certificação é de extrema importância uma vez que garante as condições de higiene e o respeito pelos métodos de fabrico tradicionais, garantindo desta forma, a autenticidade e a origem dos produtos. O desconhecimento por parte dos consumidores/compradores sobre o significado das designações DOP/IGP/ETG e a falta de segmentação do mercado contribuem, igualmente, para dificultar o escoamento desses produtos. Segundo Afonso (2008), a região de Trás-os-Montes é, particularmente, relevante no que respeita ao número de produtos com Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP). Entre a grande diversidade de produtos de Trás-os-Montes, destacam-se, com grande representação a nível local e nacional: a alheira de Mirandela, com a denominação ETG; o salpicão, a linguiça, o presunto bísaro, o butelo, o chouriço doce, o chouriço azedo e a alheira, todos estes produtos originários de Vinhais e com a denominação IGP; e o presunto do Barroso, com a denominação DOP (ALMEIDA, 2009).
Enchidos No contexto dos enchidos tradicionais, têm surgido estratégias
De acordo com Tibério e Diniz (2011), o sector dos enchidos tradicionais em Portugal é um sector particularmente rico e diversificado. A sua produção ascende a 190 toneladas, distinguindo-se a “Alheira de Mirandela” (100 toneladas, 53%) pelo seu volume de produção, liderando o mercado nacional desses produtos.
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Ilustração 4 - Enchidos Transmontanos
Uma região com uma cultura viva na rua, os caretos que enchem as aldeias e a cidade de colorido, as bandas que atuam ao ar livre e animam as praças, as festas e bailaricos nas aldeias, as histórias que ainda se contam à soleira da porta. Bragança é, essencialmente, natureza. Integrada no Parque Natural de Montesinho, possui locais de beleza singular, aldeias típicas, como Rio de Onor e Montesinho, que preservam e vivem com grande entusiasmo as suas tradições, algumas ainda comunitárias.
Gastronomia Turismo O Turismo é um setor em franco crescimento e, dizem as tendências mais atuais, a procura dos “destinos inexplorados” vai aumentar, numa necessidade de fuga ao fenómeno da gentrificação a que se assiste em muitos destinos pelo mundo. Bragança reúne em si, todo um leque de oportunidades para incrementar o turismo na região, direcionada para turistas ávidos por experiências únicas e enriquecedoras. A vila antiga, de ruelas estreitas que formam labirintos, é resguardada pelas magníficas muralhas, de onde se avista a Bragança moderna, onde se destaca a arte Urbana, os equipamentos culturais como o Museu da Máscara e do Traje, o Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, o Teatro Municipal, o Centro de Ciência Viva, entre tantos outros espaços de conhecimento e de lazer.
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Refletindo o estilo de vida da região, a gastronomia de Bragança preza pela qualidade dos produtos usados em cada receita, assim como a tradição nos processos de elaboração, sendo logo de destacar a Feijoada à Transmontana. O Cozido à Portuguesa também está presente, assim como o bacalhau, que aqui é cozido com batatas ou assado com pão de centeio. A Sopa de Coelho e o Caldo de Perdiz são um convite para quem busca pratos de caça. O Frango Albardado, as Rabas Guisadas com Ovos e o Salpicão Assado, as Costeletas de Cordeiro, o Cabrito de Montesinho, as Trutas de Escabeche - temperadas apenas com azeite da região e o Butelo com Casulas. Como não poderia faltar nas mesas de qualquer região de Portugal, os doces conventuais centenários também estão presentes na gastronomia de Bragança. Nesta categoria destacam-se os Bolos de Mel, as Súplicas (docinhos de farinha, ovos e açúcar), os Ovos Doces e os Folares da Páscoa. A famosa posta de vitela mirandesa tem origem num produto com DOP – Denominação de Origem Protegida (Carne Mirandesa DOP). Tal como as costeletas de cordeiro e o
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cabrito de Montesinho, de rebanhos alimentados com ervas dos montes. Nos ribeiros de águas frias pescam-se as trutas, sempre saborosas, sejam preparadas em escabeche ou assadas na grelha, que requerem como único tempero o excelente azeite da região. Na mesa transmontana nunca faltam os enchidos, elaborados com conhecimentos ancestrais. À lareira curam-se alheiras, chouriças, salpicões, presuntos, chouriços de mel, e também o típico butelo que, acompanhado pelas casulas (cascas de feijão secas), é protagonista do festival gastronómico realizado na cidade em meados de fevereiro. No outono, dos bosques e dos extensos soutos da região chegam os cogumelos e as castanhas, que marcam presença nas ementas em preparações cada vez mais inovadoras, tanto a acompanhar pratos de carne como em sobremesas. É indispensável refrir mais uma vez o mel de castanheiro, o mais característico do concelho de Bragança, tal como os méis de urze ou de rosmaninho.
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Regime geral de importação
aduaneiros, agilizar as formalidades de desalfandegamento, simplificar os regimes aduaneiros económicos, facilitar o comércio através da garantia de um elevado nível de segurança nas fronteiras, entre outros desígnios de modernização, foi publicado um novo Código Aduaneiro da União, com aplicação desde 1 de maio de 2016.
França
A regra geral de livre comércio com países terceiros não impede que as instâncias comunitárias determinem restrições às importações (fixação de contingentes anuais), quando negociados no seio da Organização Mundial de Comércio (World Trade Organization – WTO).
A França, como membro da União Europeia (UE), é parte integrante da União Aduaneira, caracterizada, essencialmente, pela livre circulação de mercadorias e pela adoção de uma política comercial comum relativamente a países terceiros. Deste modo, as mercadorias com origem na UE ou colocadas em livre prática no território comunitário (isto é, que sejam provenientes dos Estados terceiros em relação às quais forem pagos os direitos aduaneiros e que tenham cumprido as formalidade de importação) encontram-se isentas de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma fiscalização no que respeita à respetiva qualidade e características técnicas. Neste contexto, a rede SOLVIT é um mecanismo criado pela União Europeia para resolver problemas entre os Estadosmembros resultantes da aplicação incorreta das regras do Mercado Único, evitando-se, assim, o recurso aos tribunais. A União Aduaneira implica, para além da existência de um território aduaneiro único, a adoção da mesma legislação neste domínio – Código Aduaneiro Comunitário (CAC) – que estabelece as normas e os procedimentos gerais relativos às importações e exportações de mercadorias entre a União Europeia e os países terceiros, bem como a aplicação de iguais imposições alfandegárias aos produtos provenientes exterior – Pauta Exterior Comum (PEC) / TARIC – Integrated Community Tariff. Importa referir que, com o objetivo de melhorar os controlos 46
A PEC baseia-se no Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (SH), sendo os direitos de importação na sua maioria ad valorem, calculados sobre o valor CIF (Cost, Insurance and Freight / Custo, Seguro e Frete) das mercadorias. Para além dos referidos encargos, há, também, lugar ao pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) que, em França, apresenta 4 níveis de taxas (Taux TVA en Vigueur en France): • Taxa Normal (Taux Normal) – 20%, aplicável à generalidade de bens e serviços; • Taxas Reduzidas (Taux Réduit): 10%, incidente, nomeadamente, sobre produtos agrícolas e da pesca, lenha e aglomerados florestais para aquecimento; 5,5% sobre a maioria dos produtos alimentares (com exceção de produtos de pastelaria, chocolate e produtos à base de chocolate, caviar, margarina e gorduras vegetais), serviços sociais (lares e instituições de apoio social), entrada em eventos desportivos, admissão a eventos culturais, parques de diversões e museus, entre outros produtos e serviços;
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• Taxa Específica (Taux Particulier) – 2,1% no caso de determinados espetáculos, medicamentos reembolsáveis pela Segurança Social e contribuição para o audiovisual público. A listagem dos produtos e serviços sujeitos às referidas taxas podem, ainda, ser consultados nos sites Net-iris (TVA Française – Taxe sur la Valeur Ajoutée) e Avalara VATLive (French VAT Compliance and Rates). Importa ainda referir o facto de determinados produtos se encontrarem submetidos ao pagamento de Impostos Especiais de Consumo que incidem sobre a produção, detenção, circulação e introdução no consumo de bens como o álcool, as bebidas alcoólicas ou o tabaco. Os interessados também podem consultar informação sobre os impostos e taxas na UE (Taxation and Customs Union) no Portal Europa (europa.eu): VAT Rates; Excise Duties on Alcohol, Tobacco and Energy.
Reino Unido Até o momento, sendo o Reino Unido parte integrante da União Europeia, é parte integrante da sua União Aduaneira e as indicações relativas ao mercado francês, são também aplicáveis. Para além dos encargos com direitos de importação, há, também, lugar ao pagamento do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) que, consoante os produtos e os serviços, pode traduzir-se na aplicação das seguintes taxas (VAT Rates for Goods and Services): • Taxa normal (Standard Rate) – 20%, aplicável à generalidade de bens e serviços desde janeiro de 2011; • Taxas reduzida (Reduced Rate) – 5%, incidente sobre
alguns bens (ex.: painéis solares; radiadores; turbinas eólicas; produtos de proteção higiénica) e serviços (ex.: fornecimento de gás e eletricidade para uso doméstico); • Taxa de 0% (Zero Rate) – para certos géneros alimentícios, alguns medicamentos, o transporte de passageiros (excluindo os táxis), determinado tipo de vestuário e calçado para crianças, livros (salvo e-books), revistas e jornais. As empresas também têm ao seu dispor um simulador para calcular o valor do IVA de determinada operação (VAT Calculator in UK for 2017). Sobre o IVA no Reino Unido é possível aceder, igualmente, à informação disponibilizada nos seguintes sites: Avalara VATLive 2017 – European Union VAT Compliance and Rates / British VAT Rates; EY 2017 – Worldwide VAT, GST and Sales Tax Guide – United Kingdom. Importa, ainda, considerar o facto de determinados produtos se encontrarem submetidos ao pagamento de Impostos Especiais de Consumo, que incidem sobre a respetiva produção, detenção, circulação e introdução no consumo, como é o caso das bebidas alcoólicas, tabaco e produtos petrolíferos (Excise Duties). Os interessados podem consultar informação sobre os impostos e taxas na UE (Taxation and Customs Union), no Portal Europa, nomeadamente, as publicações: VAT Rates Applied in the Member States of the European Union (January 2017); e Excise Duty Rates Applicable in the European Union (July 2016) – Alcoholic Beverages / Energy Products and Electricity / Manufactured Tobacco. Importa nencionar, como já anteriormente referido, que o Reino Unido referendou, a 23 de junho de 2016, a saída da União Europeia, tendo o Governo acionado o artigo 50º do Tratado da União Europeia (Tratado de Lisboa – TUE) para dar início aos procedimentos de desvinculação, formalizando 47
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a decisão da saída junto das instâncias europeias. O mecanismo de “retirada da União” implica uma negociação extensa e prolongada entre as partes sobre as condições da saída e sobre a redefinição do quadro legal das futuras relações bilaterais que já está a decorrer de forma faseada (Brexit Negotiations / Negotiating Documents on Article 50 Negotiations with the United Kingdom). No que respeita ao novo modelo de relacionamento, a UE está disponível para iniciar debates preliminares e preparatórios com vista a chegar a um entendimento global quanto ao quadro aplicável às futuras relações, sendo que acata que o Reino Unido tenha declarado a sua intenção de deixar de participar na União Aduaneira e no Mercado Único após o termo do período transitório. O Conselho Europeu terá em linha de conta esta posição no que respeita ao comércio e à cooperação económica de modo a assegurar um equilíbrio entre direitos e obrigações e a evitar perturbações no bom funcionamento do mercado único.
EUA Apesar dos EUA apresentarem uma economia de mercado aberta ao exterior existem, ainda, muitas dificuldades de acesso ao mercado. Não obstante a maioria dos bens aceda livremente ao mercado, a importação de certas categorias de produtos pode ser proibida ou condicionada, de modo a proteger a economia e a segurança nacionais, salvaguardar a saúde e o bem-estar dos consumidores e preservar a vida animal e vegetal. O site das Alfândegas norte-americanas – Customs and Border Protection (CBP) – disponibiliza informação atualizada sobre os produtos sujeitos a restrições ou proibições. 48
A entrada de determinadas mercadorias neste território (ex.: laticínios) pode encontrar-se, temporariamente, condicionada à aplicação de um sistema de quotas – absolutas ou tarifárias – administradas pelos serviços alfandegários. A importação de bebidas alcoólicas, animais vivos e seus produtos, medicamentos, vegetais, frutos frescos e secos e laticínios está sujeita à emissão de uma licença por parte dos organismos governamentais competentes, como sejam o Bureau of Alcohol, Tobacco, Firearms and Explosives (ATF), o Department of Commerce, o Department of Agriculture ou a Food and Drug Administration (FDA). Por razões de proteção da saúde e segurança públicas e defesa dos consumidores e do meio ambiente, é exigida a apresentação de um certificado sanitário quando se trate da importação de animais vivos e produtos de origem animal (por ex., carnes e produtos derivados), e fitossanitário para plantas e produtos de origem vegetal. Pode ser exigido, também, um certificado de inspeção, que é emitido pelo Animal and Plant Health Inspection Service, do Ministério da Agricultura, aquando da entrada dos produtos nos EUA. Quanto à exportação de produtos de origem animal (ex.: carnes; laticínios; ovos) e de produtos de origem vegetal (ex.: plantas; frutas; sementes; e legumes), as empresas portuguesas devem previamente inquirir, respetivamente, junto da Divisão de Internacionalização e Mercados e Direção de Serviços de Sanidade Vegetal, da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) em Portugal, sobre a possibilidade de realizar a exportação dos seus produtos para os EUA. Com efeito, pode não ser possível, desde logo, exportar produtos de origem animal ou vegetal para este mercado pelo facto de Portugal não se encontrar habilitado para a exportação (necessidade de acordo entre os serviços veterinários/fitossanitários de Portugal e país de destino no
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que se refere ao procedimento e/ou modelo de certificado sanitário/fitossanitário). As barreiras não tarifárias às exportações do setor agroalimentar podem ser consultadas no Portal GlobalAgriMar, do GPP – Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP), tutelado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e Ministério do Mar (ver tema “Facilitação da Exportação” e, depois, “Constrangimentos” / “Constrangimentos à Exportação”). O facto de determinados produtos não constarem na lista de constragimentos à exportação não significa que Portugal esteja habilitado a exportar para o mercado. Eventualmente, pode nunca ter existido qualquer intenção de exportação por parte de empresas portuguesas, condição indispensável para a DGAV iniciar o processo de habilitação (Formulário de Exportação). Para melhor entendimento das várias fases destes processos, consultar, no referido Portal, as apresentação esquemática sobre os processos de habilitação para a exportação de: • Animais, Produtos Animais e Produtos/Subprodutos de Origem Animal; • Vegetais e Produtos Vegetais com Risco Fitossanitário. Os interessados devem consultar a informação disponível no site da DGAV sobre os procedimentos de exportação para os EUA. Por outro lado, desde 12 de dezembro de 2003, que os estabelecimentos estrangeiros de produção, processamento, embalagem e armazenagem de produtos alimentares que pretendam exportar para os EUA devem, em conformidade com a Lei de Segurança da Saúde Pública e Prevenção Contra o Terrorismo – Lei do Bio Terrorismo (Bioterrorism Act of 2002), proceder ao respetivo registo da empresa junto da
FDA – Food and Drug Administration (Food Facility Registration) e informar, antecipadamente, do envio dos produtos (Prior Notice of Imported Foods). Relativamente à Prior Notice of Imported Foods, esta pode ser efetuada por qualquer pessoa que disponha da informação necessária, pelo que, para além do exportador, também pode ser realizada pelo transitário, importador ou agente americano. As disposições legais preveem o registo das empresas alimentares / instalações de produção que fornecem o mercado norte-americano, a manutenção de registos de rastreabilidade, a notificação prévia de todos os produtos que entram nos EUA e a possibilidade de a FDA reter um produto no caso de o considerar uma ameaça com consequências graves para a saúde de pessoas e animais. O processo de registo é obrigatório, como já foi referido, pelo que todos os proprietários ou responsáveis de empresas, nacionais ou estrangeiras, que produzam, processem, embalem ou armazenem produtos alimentares destinados a serem consumidos nos EUA, por pessoas e animais, são obrigados a registarem as suas instalações ou locais de produção. O registo é efetuado junto da FDA, preferencialmente na sua página da Internet, ou por correio (CDROM ou papel) ou fax. No final do processo, este organismo confirma o registo e atribui um número de registo. Já em 2011, o Presidente Obama assinou uma legislação que controla ainda mais a importação de produtos alimentares, o Food Safety Modernization Act (FSMA). Esta lei visa garantir a segurança alimentar de uma forma preventiva (e não reativa) através: • Da responsabilização do importador pela qualidade do produto importado (verificação de que o fornecedor cumpre 49
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os requisitos técnicos de segurança alimentar exigidos internamente nos EUA) – Foreign Supplier Verification Program; • Da exigência de certificação de conformidade para produtos alimentares de alto risco (se solicitado pelo FDA) ou para participação no programa voluntário de “importador qualificado” descrito no ponto seguinte (Voluntary Qualified Importer Program) – Accreditation of Third Party Certification; ou
importador e os cuidados de lavagem.
• Do estabelecimento de um programa voluntário de “importador qualificado” para acelerar a entrada dos produtos elegíveis desde que os importadores em causa adotem medidas adicionais específicas ao nível da segurança alimentar dos produtos importados – Voluntary Qualified Importer Program.
No que se refere ao sistema pautal dos EUA, baseado no HTSUS – Harmonized Tariff Schedule of the United States, é simples, beneficiando a maioria dos países do estatuto da Nação Mais Favorecida (MFN – Most Favoured Nation), como sucede com todos os países da União Europeia.
A nova lei vem ainda alterar algumas disposições introduzidas pelo Bioterrorism Act of 2002 como, por exemplo, as relativas ao registo das empresas alimentares / instalações de produção (Food Facility Registration) estabelecendo a necessidade de renovação bienal do respetivo registo, bem como as relativas à notificação/informação antecipada do envio dos produtos (Prior Notice of Imported Food), passando a exigir, em aditamento à informação já requerida, a indicação dos países onde a entrada do produto já tenha sido recusada. Para mais informações sobre esta matéria os interessados devem consultar o site da FDA (que disponibiliza alguma informação em português). Cumpre ainda destacar que os bens que se destinem ao consumo devem observar regras rígidas em termos de rotulagem. Os géneros alimentícios, por exemplo, estão obrigados a conter um rótulo nutricional, no qual se encontram inscritos os principais nutrientes utilizados na sua composição. Já no que respeita aos produtos têxteis e de vestuário é imperativo prestar informação em cada artigo sobre a composição do tecido, a designação do fabricante ou do 50
Para além deste aspeto, e de um modo geral, todos os produtos que entram nos EUA devem indicar o país de origem, em inglês, de forma permanente e legível, não sendo aceitável, por exemplo, a utilização da expressão Made in European Union (ver Marking of Country of Origin on U.S. Imports).
Os encargos aduaneiros aplicados na importação dos produtos de origem comunitária nos EUA podem ser consultados no site Market Access Database (MADB – apenas acessível para quem está localizado na União Europeia), no tema Tariffs, selecionando o mercado e o produto/código pautal (consultar a coluna MNF – Most Favoured Nation). Clicando no código pautal específico do produto (classificação mais desagregada), os interessados têm acesso a outras imposições fiscais para além dos direitos de importação (ex.: sales tax, federal excise tax, merchandise processing fee, harbour maintenance fee). Quanto à documentação (geral/específica) exigida para a importação das mercadorias neste país, os interessados podem obter informação acedendo ao tema Procedures and Formalities no já referido site da MADB. É possível clicar nos itens aí referidos para obter informação pormenorizada sobre cada uma das formalidades/documentos, chamando-se especial atenção para a coluna Country Overview, na qual podem ser consultadas variadíssimas matérias, de entre as quais se destacam as importações proibidas, as importações de produtos de origem animal e vegetal, as regras de
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rotulagem e embalagem e a regulamentação técnica de produtos. No que diz respeito à regulamentação técnica de produtos a sua complexidade e a exigência de procedimentos standard podem também levantar algumas dificuldades no acesso ao mercado. Por exemplo, ao nível dos requisitos e normas de segurança dos produtos os EUA regem-se por normas ASTM (American Society for Testing and Materials), com requisitos próprios, enquanto a Europa se guia por padrões Europeus EN/ISO (International Organization for Standardization), igualmente com legislação própria. Os EUA não aplicam o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), à semelhança do que se verifica na Europa. No entanto, em certos Estados e Coletividades Locais existe um encargo denominado Sales Tax, que incide sobre o preço de venda dos bens e serviços a taxas variáveis. Se as mercadorias não tiverem sido tributadas pelas Sales Taxes, há lugar ao pagamento das User Taxes, que tributam a utilização, no território de um determinado Estado, de bens ou serviços adquiridos no exterior (State Sales Tax Rates). As Excise Taxes são aplicadas sobre a produção, venda e/ou consumo e recaem, por exemplo, no álcool, tabaco e combustível.De referir que não existe uniformidade relativamente aos vários impostos existentes, pelo que as taxas variam em função da localidade e do Estado. Por último, chama-se à atenção para o fato dos agentes económicos poderem consultar os principais entraves sentidos pelas empresas no relacionamento com os EUA no tema Trade Barriers, do site da MADB, ou no site da Direção-Geral das Atividades Económicas.
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Principais empresas exportadoras no ano de 2017
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França Amorim & Irmãos, SA Rua dos Corticeiros, 850, 4536-904 Santa Maria de Lamas | Santa Maria da Feira Telefone: +351 227 475 523 Fax: +351 227 475 506 Email: iramos.ai@amorim.com Homepage: www.amorimcork.com Bosch Car Multimedia Portugal, S.A. Rua Max Grundig, 35 - Lomar 4705-820 Braga Telefone: +351 253 606 100 Fax: +351 253 606 399 Homepage: www.bosch.pt
European Seafood Investments Portugal, SA Avenida Monsenhor Manuel Bastos Rodrigues de Sousa 2520-206 Peniche Telefone: +351 262 780 600 Fax: +351 262 780 699 Email: miguel.francisco@wbrands.com Homepage: www.thaiunion.com/en/about/company/ subsidiary/186/european-seafood-investment- portugal
Faurecia - Assentos de Automóvel, Lda Rua Comendador Rainho, 44, Apartado 61 3701-953 São João da Madeira Telefone: +351 256 839 200 Fax: +351 256 839 207 Email: faurecia@faurecia.com Homepage: www.faurecia.com Faurecia - Sistemas de Escape Portugal, Lda Estrada do Aeroporto, Freguesia de Santa Maria 5300-432 Baçal | Bragança Telefone: +351 273 310 025 Fax: +351 273 310 022 Email: info@faurecia.com Homepage: www.faurecia.com Petróleos de Portugal - Petrogal, SA Rua Tomás da Fonseca, Torre C Edifício Galp 1600-209 Lisboa Fax: +351 217 240 573 Email: geral@galpenergia.com
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Homepage: www.galpenergia.com Renault Cacia, SA
Homepage: www.thenavigatorcompany.com Volkswagen Autoeuropa, Lda
Rua da Junqueira, Apartado 10 3801-653 Cacia | Aveiro Telefone: +351 234 301 401 Fax: +351 234 301 418 Email: adelaide.ferreira@renault.com Homepage: www.renault.com
Quinta da Marquesa, Edifício 10 Palmela 2950-510 Quinta do Anjo Telefone: +351 212 112 906 Fax: +351 212 112 484 Email: public-relations.office@volkswagen.pt Homepage: www.volkswagenautoeuropa.pt
RGVS Ibérica - Sociedade Ibérica de Produção de Artigos de Desporto, Unipessoal, Lda Rua Central de Mandim 4475-023 Maia Telefone: +351 220 934 004 Fax: +351 229 865 049 Email: patricia.martins@decathlon.com The Navigator Company, S.A. Parque Industrial Mitrena, Apartado 55 2910-861 Setúbal Telefone: +351 265 709 000 Fax: +351 265 709 165 Email: rui.pedro.batista@thenavigatorcompany.com
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Fonte: INE, Empresas Inscritas na BD aicep Portugal Global 07-08-
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2018 04:08
Reino Unido Borgwarner Emissions Systems Portugal, Unipessoal, Lda
Homepage: www.conti-online.com Faurecia - Assentos de Automóvel, Lda
Parque Empresarial de Lanheses, Lote 1 Lugar de Salvaterra | 4930-310 Gandra | Viana do Castelo Telefone: +351 258 249 200 Fax: +351 251 000 150 Email: vianareception@borgwarner.com Homepage: www.borgwarner.com
Rua Comendador Rainho, 44, Apartado 61 3701-953 São João da Madeira Telefone: +351 256 839 200 Fax: +351 256 839 207 Email: faurecia@faurecia.com Homepage: www.faurecia.com
Bosch Car Multimedia Portugal, S.A.
Faurecia - Sistemas de Escape Portugal, Lda
Rua Max Grundig, 35 - Lomar 4705-820 Braga Telefone: +351 253 606 100 Fax: +351 253 606 399 Homepage: www.bosch.pt
Estrada do Aeroporto, Freguesia de Santa Maria 5300-432 Baçal | Bragança Telefone: +351 273 310 025 Fax: +351 273 310 022 Email: info@faurecia.com Homepage: www.faurecia.com
Continental Mabor - Indústria de Pneus, SA
Petróleos de Portugal - Petrogal, SA
Rua Adelino Leitão 330 Apart. 5028 4760-606 Lousado | Vila Nova de Famalicão Telefone: +351 252 499 300 Fax: +351 252 428 760 Email: maria.orminda@conti.de
Rua Tomás da Fonseca, Torre C Edifício Galp 1600-209 Lisboa Fax: +351 217 240 573 Email: geral@galpenergia.com
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Rede Lusa
Homepage: www.galpenergia.com SN Maia - Siderurgia Nacional, SA São Pedro Fins, 4425-393 Maia Telefone: +351 229 699 097 Fax: +351 229 699 012 Email: geral@snmaia.pt Homepage: http://www.megafer.es/
Volkswagen Autoeuropa, Lda Quinta da Marquesa, Edifício 10 Palmela 2950-510 Quinta do Anjo Telefone: +351 212 112 906 Fax: +351 212 112 484 Email: public-relations.office@volkswagen.pt Homepage: www.volkswagenautoeuropa.pt
SN Seixal - Siderurgia Nacional, SA Aldeia De Paio Pires 2840-075 Aldeia de Paio Pires | Seixal Telefone: +351 212 278 500 Fax: +351 212 278 505 Email: info@megasa.com Homepage: http://megasa.com The Navigator Company, S.A. Parque Industrial Mitrena, Apartado 55 2910-861 Setúbal Telefone: +351 265 709 000 Fax: +351 265 709 165 Email: rui.pedro.batista@thenavigatorcompany.com Homepage: www.thenavigatorcompany.com
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Fonte: INE, Empresas Inscritas na BD aicep Portugal Global 07-082018 04:08
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
EUA Amorim & Irmãos, SA
EuroAtlantic Airways - Transportes Aéreos, SA
Rua dos Corticeiros, 850, 4536-904 Santa Maria de Lamas | Santa Maria da Feira Telefone: +351 227 475 523 Fax: +351 227 475 506 Email: iramos.ai@amorim.com Homepage: www.amorimcork.com
Rua das Sesmarias, 3 - Quinta da Beloura 2710-692 Sintra Telefone: +351 219 247 315 Fax: +351 219 247 391 Email: patricia.rodrigues@euroatlantic.pt Homepage: www.euroatlantic.pt
Continental Mabor - Indústria de Pneus, SA
Hikma Farmacêutica Portugal, SA
Rua Adelino Leitão 330 Apart. 5028 4760-606 Lousado | Vila Nova de Famalicão Telefone: +351 252 499 300 Fax: +351 252 428 760 Email: maria.orminda@conti.de Homepage: www.conti-online.com
Estrada do Rio da Mó, 8, Fervença 2705-906 Terrugem Snt | Lisboa Telefone: +351 219 608 410 Fax: +351 219 615 102 Email: geral@hikma.pt Homepage: www.hikma.pt
Efacec Energia - Máquinas e Equipamentos Eléctricos, SA
Hovione FarmaCiência, SA
Apartado 1018, 4466-952 São Mamede de Infesta Matosinhos Telefone: +351 229 562 300 Fax: +351 229 562 885 Email: en@efacec.pt Homepage: www.efacec.pt
Lugar Sete Casas, Sete Casas 2674-506 Loures Telefone: +351 219 829 000 Fax: +351 219 829 118 Email: dvillax@hovione.com Homepage: www.hovione.com
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Rede Lusa
IKEA Industry Portugal, Lda
The Navigator Company, S.A.
Avenida Capital do Móvel, 157 - Penamaior 4590-355 Freamunde Telefone: +351 255 106 100 Fax: +351 255 106 199 Email: info@ikea.com Homepage: www.ikea.com
Parque Industrial Mitrena, Apartado 55 2910-861 Setúbal Telefone: +351 265 709 000 Fax: +351 265 709 165 Email: rui.pedro.batista@thenavigatorcompany.com Homepage: www.thenavigatorcompany.com
Petróleos de Portugal - Petrogal, SA Rua Tomás da Fonseca, Torre C Edifício Galp 1600-209 Lisboa Fax: +351 217 240 573 Email: geral@galpenergia.com Homepage: www.galpenergia.com SN Maia - Siderurgia Nacional, SA São Pedro Fins, 4425-393 Maia Telefone: +351 229 699 097 Fax: +351 229 699 012 Email: geral@snmaia.pt Homepage: http://www.megafer.es/
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Fonte: INE, Empresas Inscritas na BD aicep Portugal Global 07-082018 04:08
Rede Lusa
Empresas portuguesas a exportar para os mercados As empresas portuguesas que já realizam exportações para França, Reino Unido e EUA podem ser vistos como concorrentes, no entanto há um potencial para serem também parceiros comerciais de empresas que estejam a iniciar o seu processo de internacionalização, por exemplo, no caso de comercializarem produtos complementares. Neste sentido, o catálogo Buy from Portugal da AICEP (buyfromportugal. com) é uma importante ferramenta que permite a pesquisa de empresas portuguesas exportadoras por produto, serviço, setor e mercado. Ilustração 5 - Catálogo Buy From Portugal
No que diz respeito à pesquisa de empresas exportadoras por 60
produtos, é necessário utilizar os códigos da Nomenclatura Combinada – que são os códigos oficiais utilizados nas operações de comércio internacional. Portugal, como país membro da União Europeia, utiliza o Código Aduaneiro Comunitário (CAC). Fora da UE, os mesmos códigos principais são empregados, havendo países a utilizar códigos mais pormenorizados, que refletem uma necessidade própria de maior especificação de produtos. Para pesquisa do código da Nomenclatura Combinada de um grupo de produtos (ex: NC 1509 - Azeite de oliveira e suas frações, mesmo refinados, mas não químicamente modificados, obtidos a partir de azeitonas, unicamente por processos mecânicos ou físicos), ou de um produto específico (ex: NC 15091020 Azeite virgem extra, de oliveira, obtido a partir de azeitonas, unicamente por processos mecânicos ou físicos exceto azeite virgem lampante), recomenda-se a pesquisa no portal Webing do INE (https://webinq.ine.pt/ public/pages/ConsultaNomenclatura). Ilustração 6 - Portal Webinq do INE - Instituto Nacional de Estatística
O Turismo e a Gastronomia devem ser pesquisados no campo Setor: 1903 – Serviços e Distribuição – Turismo.
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Associações e entidades de relevo da comunidade portuguesa
no estrangeiro. Ilustração 8 - Portal das Comunidades Portuguesas
Para pesquisa de associações e entidades de relevo das comunidades portuguesas em França, Reino Unido e EUA, que podem ser também parceiras no processo de internacionalização das empresas da região de Bragança, recomenda-se consulta ao portal Diáspora Lusa, na área de Plataformas – Associações. A pesquisa pode ser realizada por categorias (Alimentação & Bebidas, Associações, Comunicação Social da Diáspora, Comunidades Portuguesas, Ensino, Empresas, Lojas/ Comércio, Turismo e Lazer, etc.), localização (países ou cidades), palavras-chave e demais filtros, de acordo com a categoria selecionada. Ilustração 7 - Diretório de Associações e Entidades - Diáspora Lusa
Prove Portugal O PROVE Portugal é um Programa da AHRESP e do Governo Português para promoção da gastronomia portuguesa, através da constituição da Rede de Restaurantes Portugueses no Mundo. Através do site tasteportugal.com é apresentada a seguinte oferta, de acordo com os objetivos do projeto: • Rede de restaurantes portugueses no mundo
De referir ainda o Portal das Comunidades Portuguesas, que além de todo a informação que disponibiliza sobre a rede consular portuguesa e conselhos aos viajantes, no menu de Apoios – Área Cultural e Movimento Associativo, apresenta uma base de dados de associações portuguesas
Estruturar e implementar a Rede de Restaurantes Portugueses no Mundo, enquanto nossos embaixadores gastronómicos espalhados pelos cinco continentes. • Eventos e ações Divulgar a nossa participação em eventos internacionais de referência turística e gastronómica e promover as ações de 61
Rede Lusa
suporte à constituição da Rede de Restaurantes Portugueses no Mundo que se realizam em cada um dos países. • Produtos endógenos portugueses Um catálogo de produtos regionais, qualificados e/ou de interesse gastronómico. • Receituário Um conjunto de receitas regionais possíveis de serem executadas em cada um dos países onde se vai desenvolver a Rede de Restaurantes Portugueses no Mundo.
plataforma.
Os restaurantes que participam da rede, entre outros benefícios, têm acesso a produtos e serviços portugueses de empresas que estejam em fase de internacionalização para os mercados dos restaurantes. Ilustração 10 - Site Prove Portugal - Restaurantes
Ilustração 9 - Site Prove Portugal - Home
Durante a primeira fase de trabalhos, o Prove Portugal visitou cinco países, entre os quais França e Reino Unido, tendo angariado 98 restaurantes. Esta oferta já se encontra disponível para consulta na plataforma. A segunda fase do projeto, com início em junho de 2018, inclui sete novos países, entre os quais os EUA. A AHRESP já identificou 178 restaurantes portugueses nos EA U, 102 em Nova Jérsia, 44 no Connecticut, 26 em Nova Iorque e 6 na Pensilvânia. Até o momento não é possível pesquisar estes restaurantes na 62
Neste sentido, importa destacar a importância da participação no projeto, enquanto fornecedor de produtos tradicionais portugueses, para abastecer os restaurantes da rede. AHRESP tem uma parceria com a empresa Sogenave que garante o abastecimento de produtos portugueses aos restaurantes no estrangeiro. Dos produtos indicados no presente estudo como tendo um maior potencial para exportação, apenas o Mel do Parque de Montesinho, fornecido pelo Agrupamento de Produtores de Mel do Parque, consta na oferta do Prove Portugal. Outros produtos da região de Trás-os-Montes, provenientes de Vinhais, Mirandela e Mirando do Douro estão presentes no catálogo digital.
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Uma pesquisa na plataforma permite verificar os produtos são fornecidos nomeadamente por cooperativas, associações, agrupamentos, etc., fator que permite que os pequenos produtores possam estar abrangidos no projeto. Propõe-se, portanto, que seja realizado um contacto com a AHRESP por parte dos produtores de Bragança, para que possam constar na oferta de produtos tradicionais portugueses do Prove Portugal e privilegiar da rede já criada e das facilidades de exportação através da parceria com a Sogenave. Ilustração 11 - Site Prove Portugal - Produtos
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Contactos e informações úteis
Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
França Embaixada de Portugal em França
Consulado Geral de Portugal em Lyon
3, Rue de Noisiel, 75116 Paris - France Tel.: (+00 33) 147273529 Fax: (+00 33) 144059402 E-mail: embaixada.paris@mne.pt
71, Rue Crillon, 69458 Lyon Cedex 6 - France Tel.(geral): (+00 33) 478173440 Fax: (00 33) 478173450 Tel.: (+00 33) 478173457 atendimento exclusivo das 14h00 - 16h00 E-mail: consulado.lyon@mne.pt
Consulado Geral de Portugal em Paris
Consulado Geral de Portugal em Marselha
6-8, Rue Georges Berger, 75017 Paris - France Tel.: (+00 33) 156338100 Fax: (+00 33) 147669335 E-mail: cgparis@mne.pt http://www.consuladoportugalparis.org/
141, Avenue du Prado Bâtiment A - 2eme étage 13008 Marseille - France Tel.: (+00 33) 491299530/31/32/34/35/36/37 | Fax: (+00 33) 491809505 E-mail: consulado.marselha@mne.pt
Consulado Geral de Portugal em Bordéus
Consulado Geral de Portugal em Estrasburgo
11, Rue Henri Rodel, 33000 Bordeaux - France Tel.: (+00 33) 556006820 Fax: (+00 33) 556524609 E-mail: consulado.bordeus@mne.pt
16, Rue Wimpheling 67000 Strasbourg - France Tel.: (+00 33) 388456040 Fax: (+00 33) 388605449 E-mail: consulado.estrasburgo@mne.pt
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Rede Lusa
Em Portugal AICEP Portugal Global - Paris Ambassade du Portugal
Embaixada de França em Portugal
3, Rue de Noisiel 75116 Paris - France Tel.: (+00 33) 145054410 Fax: (+00 33) 156883089 E-mail: aicep.paris@portugalglobal.pt
Chancelaria Rua Santos-o-Velho, 5 1249-079 Lisboa Tel.: +351 213 939 100 Fax: +351 213 939 151 E-mail: contact@ambafrance-pt.org http://www.ambafrance-pt.org/
CCIFP – Chambre de Commerce et d’Industrie FrancoPortugaise
AICEP Portugal Global – Porto
1-7, Avenue de la Porte de Vanves, 75014 Paris - France Tel.: (+00 33) 179351000 Fax: (+00 33) 145254837 E-mail: ccifp@ccifp.fr | http://www.ccifp.fr/
Rua Júlio Dinis, 748, 8º Dtº 4050-012 Porto – Portugal Tel.: (+351) 226 055 300 Fax: (+351) 226 055 399 E-mail: aicep@portugalglobal.pt http://www.portugalglobal.pt
Business France
AICEP Portugal Global - Lisboa
77, Bd. Saint Jacques 75680 Paris Cedex 14 - France Tel.: (+00 33) 144871717 E-mail: info@invest.businessfrance.fr| http://invest.businessfrance.fr/
Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: +351 217 909 500 Fax: +351 217 909 581 E-mail: aicep@portugalglobal.pt http://www.portugalglobal.pt
Volkswagen Autoeuropa, Lda
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Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Reino Unido Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (Porto)
Embaixada de Portugal no Reino Unido
Av. da Boavista, 1203, 6.º, Sala 607, 4100-130 Porto Tel.: +351 226 051 500 Fax: +351 226 051 509 E-mail: comercial1@ccilf.pt http://www.ccilf.pt
11 Belgrave Square, London SW1X 8PP – U.K. Tel.: (+44) 207 2913770 Fax: (+44) 207 235 07 39 E-mail:london@potembassy.co.uk h t t p s : / / w w w. g o v. u k / g o v e r n m e n t / w o r l d / organisations/british-embassy- lisbon.pt
Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (Lisboa)
Consulado Geral de Portugal em Londres
Av. da Liberdade, 9, 7.º 1250-139 Lisboa Tel.: +351 213 241 990 Fax: +351 213 424 881 E-mail: info@ccilf.pt http://www.ccilf.pt
3 Portland Place, London W1B 1HR - United Kingdom Tel.: (+ 44) 20 729 137 70 Fax: (+ 44) 20 729 137 99 - Linha exclusiva para receção de pedidos de marcação E-mail: consulado.londres@mne.pt http://www.cgportugalemlondres.com
Delegação Business France Portugal
AICEP Portugal Global - Londres
Rua Dom Pedro V, 132, 1250-095 Lisboa Tel.: +351 213 814 060 Fax: +351 213 814 050 E-mail: lisbonne@businessfrance.fr
Portuguese Trade and Investment Office 11 Belgrave Square, London SW1X 8PP – United Kingdom Tel.: (+ 44) 207 201 66 66 Fax: (+44) 207 201 66 33 E-mail: aicep.london@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt/EN
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Rede Lusa
Câmara Bilateral no Reino Unido
Department for International Trade (DTI)
Portuguese Chamber - The Portuguese UK Business Network Fourth Floor 11 Belgrave Square, London S W 1 X 8 P P Tel: (+44) 207 201 66 38 Fax: (+44) 207 201 66 37 E-mail: info@portuguese-chamber.org.uk http://www.portuguese-chamber.org.uk
3, Rue de Noisiel 75116 Paris - France Tel.: (+00 33) 145054410 Fax: (+00 33) 156883089 E-mail: aicep.paris@portugalglobal.pt
British Chambers of Commerce 65 Petty France, London SW1H 9EU – United Kingdom Tel.: (+44) (0) 207 654 58 00 Fax: (+44) (0) 207 654 58 19 E-mail: info@britishchambers.org.uk http://www.britishchambers.org.uk/
Dept. for Business, Entreprise & Regulatory Reform 1 Victoria Street, London SW1H 0ET – United Kingdom Tel.: (+44) (0) 207 215 50 00 Fax: (+44) (0) 207 215 01 05 E-mail: enquires@berr.gsi.gov.uk https://www.gov.uk/government/organisations/ department-for- business-innovation-skills
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Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Em Portugal Embaixada Britânica
COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA
Rua de São Bernardo, 33 1249-082 Lisboa – Portugal Tel.: (+351) 213 924 000 Fax: (+351) 213 924 021 E-mail: ppa.lisbon@fco.gov.uk https://www.gov.uk/government/world/portugal
Direção Internacional Av. da República, 58 1069-057 Lisboa – Portugal Tel.: (+351) 21 217 913 700 Fax: (+351) 217 913 720 E-mail: international@cosec.pt http://www.cosec.pt
AICEP Portugal Global - Porto Rua Júlio Dinis, 748, 8º Dtº 4050-012 Porto – Portugal Tel.: (+351) 226 055 300 Fax: (+351) 226 055 399 E-mail: aicep@portugalglobal.pt http://www.portugalglobal.pt
Câmara de Comércio Luso-Britânica Rua da Estrela, 8 1200-669 Lisboa – Portugal Tel.:(+351) 213 942 020 Fax: (+351) 213 942 029 E-mail: info@bpcc.pt http://www.bpcc.pt
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Rede Lusa
EUA Embaixada de Portugal nos EUA
Department of Commerce
2012 Massachusetts Avenue, NW Washington, DC 20036 Tel: 00-1-202-350 5400 Fax: 00-1-202-462 3726 E-mail: info@embassyportugal-us.org http://www.embassyportugal-us.org
1401 Constitution Avenue, NW Washington, DC 20230 – USA Tel.: +1 202 482 2000 E-mail: TheSec@doc.gov https://www.commerce.gov/
AICEP Portugal Global - Nova Iorque
Hawaii Island Portuguese Chamber of Commerce
866 Second Avenue, 8th floor New York, NY 10017-2905 USA Tel: 00-1-646-723 0299 / 00-1-646-732 0200 Fax: 00-1-212-575 4737 E-mail: aicep.newyork@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt
P.O. Box 1839 Hilo, HI 96720 – USA http://www.hipcc.org
AICEP Portugal Global - São Francisco
American Association of Exporters and Importers (AAEI)
Portuguese Trade and Investment Office 580 California Street, #1659, San Francisco, CA 94104 - USA Tel: 00-1-415-568-2143 Fax: 00-1-415-635-3591 E-mail: aicep.s.francisco@portugalglobal.pt www.portugalglobal.pt
1717 K Street, NW, Suite 1120, Washington, DC 20006 – USA Tel.: +1 202 857 8009 Fax: +1 202 857 7843 http://www.aaei.org
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Diagnóstico e recolha de informação sobre as comunidades portuguesas residentes no estrangeiro
Em Portugal Embaixada dos Estados Unidos da América
COSEC – Companhia de Seguro de Créditos, SA
Av. Forças Armadas 1600-081 Lisboa – Portugal Tel.: +351 217 273 300 Fax: +351 217 269 109 E-mail: lisbonweb@state.gov http://portugal.usembassy.gov
Direção Internacional Av. da República, 58 1069-057 Lisboa – Portugal Tel.: (+351) 21 217 913 700 Fax: (+351) 217 913 720 E-mail: international@cosec.pt http://www.cosec.pt
AICEP Portugal Global
Câmara de Comércio Americana em Portugal
Rua Júlio Dinis, 748, 8º Dtº 4050-012 Porto – Portugal Tel.: (+351) 226 055 300 Fax: (+351) 226 055 399 E-mail: aicep@portugalglobal.pt http://www.portugalglobal.pt
Rua D. Estefânia, 155, 5.º Esq.,1000-154 Lisboa – Portugal Tel.: +351 213 572 561 Fax: +351 213 572 580 E-mail: geral.amcham@mail.telepac.pt http://www.amchamportugal.org http://www.amcham.org.pt
AICEP Portugal Global - Lisboa
Autoridade Tributária e Aduaneira
Av. 5 de Outubro, 101 1050-051 Lisboa Tel.: +351 217 909 500 Fax: +351 217 909 581 E-mail: aicep@portugalglobal.pt http://www.portugalglobal.pt
Rua da Alfândega, n.º 5, r/c 1149-006 Lisboa – Portugal Tel.: (+351) 21 881 37 13 E-mail: at@at.gov.pt www.e-financas.gov.pt/de/jsp-dgaiec/main.jsp
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rede lusa