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SUPLEMENTO AGRO NEWS Exportações do agronegócio geram receita 8% maior em 2020
INFORMATIVO DOS PORTOS / Suplemento
Exportações do agronegócio geram receita 8% maior em 2020
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A receita gerada pelas exportações do agronegócio brasileiro chegaram a US$ 79 bilhões em 2020, uma alta de 8% na comparação anual, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP). A expansão foi puxada pelo volume exportado, que avançou 16% entre janeiro e setembro, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Segundo os pesquisadores do Cepea, os números em dólar refletem um aumento no volume exportado, pois os preços médios dos produtos na divisa norte-americana recuaram 6% no período. Em real, o faturamento cresceu 26%, diante da desvalorização de quase 16% da moeda brasileira frente ao dólar. “O aumento das vendas externas se deve a incrementos nos embarques dos produtos do complexo da soja, das carnes, do setor sucroalcooleiro, algodão, frutas e madeira”, afirmou o Cepea em comunicado.
As exportações de soja avançaram 32% na comparação anual, enquanto as de farelo de soja tiveram alta de 7%. O açúcar teve desempenho ainda mais firme, com alta de 71% ante 2019, disse o Cepea. O órgão destacou ainda a continuidade do aumento da participação chinesa nas vendas do Brasil – os embarques para a China representaram 37% do total brasileiro.
Os países da zona do euro tiveram participação de 14,3%, e os Estados Unidos de 6,3%. “Caso o clima não atrapalhe, a elevada produção brasileira e o câmbio alto devem seguir favorecendo as vendas externas dos produtos do agronegócio nos próximos meses. Assim, tanto o volume quanto o faturamento em reais com as exportações brasileiras do agronegócio podem atingir recordes em 2020”, concluiu o órgão.
PRODUÇÃO NACIONAL EM ALTA
A produção brasileira de soja na safra 2019/20 deve atingir 124,8 milhões de toneladas e as exportações do grão, somar 82 milhões de toneladas, segundo estimativas da Companhia Nacional de Alimentos (Conab). Com a perspectiva do Brasil colher nova safra recorde em 2021, as exportações devem continuar crescendo.
Os produtores rurais estão aproveitando os preços elevados do grão, em função da valorização do dólar em relação ao real, e da demanda aquecida, tanto no Brasil como no exterior. Além disso, a oferta global de soja está prestes a ficar ainda mais restrita, com a possibilidade de ocorrência do fenômeno climático La Niña, que pode prejudicar a produção da commodity. Isso contribuiria para dar maior impulso para a oleaginosa, que já teve um crescimento significativo nas cotações com o aumento da demanda da China.
A venda antecipada da soja é quando uma parte do grão, que ainda não foi semeada, é comercializada a partir de um contrato com um preço já definido. Em todo o país, mais da metade da nova safra de soja já está vendida, montante muito acima do registrado no mesmo período do ano passado. Além da alta de preços, o Brasil vive um momento de produção em níveis historicamente altos. A safra de soja 2020/2021 deve ultrapassar 133 milhões toneladas, de acordo com a primeira estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).n