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MERCADO EXTERNO

COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO TEM TRÊS GRANDES DESAFIOS NOS PRÓXIMOS ANOS

Embaixador da ApexBrasil diz que é necessário ampliar a base de empresas exportadoras, diversificar a pauta de produtos e buscar novos destinos

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Aumentar a base de empresas exportadoras, diversificar a pauta de produtos vendidos para o exterior e ampliar o número de países com os quais o Brasil mantém relações comerciais. Esses são os três grandes desafios para o comércio exterior brasileiro, na opinião do embaixador Augusto Pestana, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

O embaixador participou como palestrante do II Seminário de Negócios Internacionais do Paraná, organizado pelo World Trade Center (WTC) Curitiba, em parceria com a Fedetação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio de seu Centro Internacional de Negócios (CIN). Pestana ressaltou que a ApexBrasil está disponível para atender qualquer empresa que tenha interesse em ingressar no mercado internacional. “As portas da Apex estão abertas, tanto em Brasília quanto nos escritórios que temos pelo mundo, uma rede enxuta, que trabalha muito em sintonia com o Ministério das Relações Exteriores e com as embaixadas e consulados. Temos escritórios também nas cinco regiões brasileiras; então sintam-se todos em casa na Apex e usem nossas ferramentas e mecanismos”, afirmou.

Conforme o embaixador, o primeiro dos três grandes desafios para o comércio exterior brasileiro é a necessidade de ampliar a base de empresas exportadoras. “Hoje, na Apex, nossos clientes estão

junto à APM Terminals o desenvolvimento de um sistema mais eficiente para na casa de 13 a 14 mil empresas que recebem algum tipo de apoio. Algumas a vistoria das embalagens de madeira usadas na importação de cargas. Com dessas empresas estão em processo de qualificação, então não necessariamente a utilização dos novos procedimentos, o Mapa será informado com relação às exportam. Mas quando a gente olha o potencial do Brasil e pensa nesse mar de unidades que contêm madeiras (pallets, entre outros tipos de embalagens), de CNPJs que tem condições de exportar, a gente vê o grande tamanho do desafio”, cinco a sete dias antes da atracação do navio por meio de sistema totalmente declarou. informatizado. De posse dessas informações, o Mapa informará quais contêineres deverão ser vistoriados antes do desembarque e o terminal fará o posicionamento dos contêineres, facilitando a vistoria e agilizando os processos. O sistema utilizado até então também limitava o agendamento a determinados dias da semana, fazendo com que as vistorias fossem adiadas para o próximo dia disponível. O novo processo vai eliminar essas limitações, visando à vistoria das unidades conforme a ordem de descarga no pátio do terminal. Isso fará com que o número de dias entre a descarga da unidade e a vistoria seja reduzido. Luiz Gustavo explica que os portos do Paraná e São Paulo até utilizam um sistema informatizado de informação, mas é menos eficiente que o acaba de entrar em operação na APM Terminals Itajaí. Depois do período de testes e ajustes do novo sistema, a intenção do Mapa é começar a utilizar em todos os terminais do Complexo Portuário do Itajaí. De acordo com diretor-superintendente da APM Terminals, Aristides Russi Junior, um dos maiores entraves do antigo sistema era a movimentação dos contêineres para fiscalização. Na maioria das vezes, a empresa precisava fazer vários movimentos com equipamentos pesados dentro do pátio para que o contêiner fosse fiscalizado. “Com este novo sistema nosso objetivo é melhorar a experiência do cliente da APM Terminals, a eficiência dos serviços anuentes e adequação da operação, facilitando a liberação da carga em um tempo menor”, dz Aristides. A estimativa é de que o novo método reduza o custo de armazenagem de 40% a 50% para o importador, além do ganho de ter a mercadoria mais cedo em sua planta industrial. O Mapa atua direta ou indiretamente em 100% das cargas de importação. Somente no ano passado foram realizadas 59 interceptações de cargas com possível presença de embalagem e ou suportes de madeira que poderiam ter algum tipo de praga. Em alguns casos, conforme a legislação, o produto pode até mesmo ser devolvido para o país de origem. n

Segundo ele, esse processo passa, principalmente, pelo ingresso de empresas de pequeno porte no mercado internacional, uma realidade já observada em países desenvolvidos. O segundo grande desafio, na opinião de Pestana, é a diversificação da pauta de produtos, bens e serviços exportados pelo Brasil. “E quando a gente pensa nessa diversificação, algo a que a Apex atribui grande importância é a ideia de agregação de valor. Somos um país gigantesco em termos de área, população e economia, e com uma base muito diversificada, então é natural que dessa base diversificada venha também um perfil exportador diversificado”, justificou. “É muito positivo que sejamos um grande ator na exportação de commodities, mas é essencial que tenhamos uma indústria pujante e que seja internacionalizada, assim como o setor de serviços”, completou. Já o terceiro desafio está ligado à diversificação dos destinos dos produtos brasileiros. “Na história do Brasil, houve vários momentos em que havia um predomínio grande de algum um parceiro comercial. Já tivemos o Reino Unido e os Estados Unidos nessa condição, hoje é a China. Mas é inegável que, do ponto de vista do interesse brasileiro, é importante diversificar essa lista de parceiros. Na Apex, algo que fazemos muito bem com os empresários e associações é estabelecer prioridades para cada setor, não dá para querer abraçar o mundo”, explicou. O POTENCIAL DA ÍNDIA Nesse processo de busca por novos mercados, Pestana apontou o Oriente Médio e o Sudeste Asiático como regiões com grande potencial para produtos brasileiros. Em especial, disse que a Índia deve estar no radar dos empresários do país. “Pelas estatísticas, a gente vê que a Índia hoje já tem a população da China. Tem um índice menor de desenvolvimento, em termos de renda per capita, mas está crescendo em ritmo de 8% a 9% ao ano, e continuará crescendo”, destacou. “Há uma comparação de que a Índia é hoje o que a China era há 20 anos. A China não era um parceiro econômico relevante do Brasil, era um processo que começava. E, daqui a 20 anos, não tenho a menor dúvida de que a Índia será um dos maiores, senão o maior parceiro comercial do Brasil”, afirmou. Quanto à atração de investimentos estrangeiros para o Brasil – outra linha de ação da Apex – Pestana chamou a atenção para um movimento de realocação de cadeias produtivas globais, que vem sendo observado após a pandemia e o conflito no Leste Europeu. “Os Estados Unidos e a América do Norte talvez ofereçam uma oportunidade única pelas consequências de longo prazo da pandemia e das tensões geopolíticas. As cadeias globais de valor se espalharam, com forte exposição em mercados asiáticos. Agora há a percepção de que o alongamento dessas cadeias é uma fragilidade e várias empresas estão procurando encurtálas”, explicou.

Para ele, o Brasil surge como um país que tem todas as condições para aproveitar esses novos fluxos de comércio. “É algo em que a Apex tem procurado trabalhar, que pode ser uma verdadeira revolução na economia brasileira, e não tenho dúvidas de que o Paraná vai se beneficiar muito disso”, concluiu. Em sua opinião, as indústrias farmacêutica e de semicondutores, além do setor de energia, estão entre os que têm maior potencial para atração de investimentos com essa nova realidade. n

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